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Petição desconstituição de débito por vicio e cobrança indevida prestadora de serviço de energia

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ(A) DE DIREITO 
DA 2ª UNIDADE DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DE 
FORTALEZA – CE. 
 
 
AÇÃO DE DESCONSTITUIÇÃO DE DÉBITO C/C AÇÃO 
INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. 
 
 
 
 
 
FRANCISCO LUCIANO ALVES MAIA, brasileiro, solteiro, estudante, RG. nº. 20070596349 
SSPCE e CPF nº. 537.727.843-72, e-mail: lucianomaialuciano@hotmail.com, residente e 
domiciliado na Rua João Braz dos Santos, nº 785, Canindezinho, Fortaleza/Ce, CEP: 60.734-
520, vem, com o devido respeito e acatamento, à presença de V. Exa., com fundamentos nos arts. 
3º, inciso I e 9º da Lei n.º 9.099/95; arts. 186 e 927 do Código Civil, bem como os arts. 2º, 3º, 6º, inciso 
VIII, 39, inciso I todos da Lei n.º 8.078/90, propor a presente: 
 AÇÃO DE DESCONSTITUIÇÃO DE DÉBITO C/C AÇÃO 
INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. 
 em face de COMPANHIA ENERGÉTICAS DO CEARÁ, empresa de capital aberto, inscrita 
no CNPJ/MF sob o nº 07047251/0001-70, com sede na Rua Padre Valdevino, nº. 150, CEP 
60.135-040 Fortaleza Ceará, pelos motivos abaixo descritos: 
 
I – DA JUSTIÇA GRATUITA 
mailto:lucianomaialuciano@hotmail.com
 O autor, inicialmente postula os beneplácitos da gratuidade da justiça, em razão de não 
ter condição de arcar com as despesas processuais e honorárias advocatícios, sem prejuízo do 
sustento próprio e de sua família, estando, assim enquadrado na situação legal de necessitado, o 
que faz com fundamentos na Lei nº 1060/50 e consoante o art. 98, caput, do novo 
CPC/2015, verbis: 
 
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com 
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais 
e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na 
forma da lei. 
 
II - DA CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA 
Inegável, no caso em tela, a existência do fundado receio de dano irreparável e de 
justificado receio de ineficácia do provimento final, visto ser o serviço de energia elétrica 
essencial, não podendo dele prescindir o indivíduo. 
O relevante fundamento da demanda também se justifica pela violação à dignidade da 
pessoa humana, ameaçar privar o indivíduo de serviços essenciais a sua sobrevivência. 
Pugna-se, com fulcro nos artigo 84, § 3º da Lei 8.078/90, artigos 294 c/c artigos 300 do 
CPC, seja determinado que a parte Requerida não poderá suspender os serviços por 
inadimplemento da referida cobrança em questão, bem como, a Ré se abstenha a incluir o nome 
da parte autora nos cadastros de maus pagadores. 
Presentes os requisitos autorizadores para a concessão da medida de urgência postulada, 
pela própria essencialidade da prestação de serviço (periculum in mora), efetuando diante de 
latente ilegalidade, haja vista, a cobrança de valores entendido como indevidos por parte da 
Requerida, o que poderá levar a interrupção do referido serviço essencial em caso de não 
pagamento da fatura cobrada. 
Já o (fummus boni iuris), consubstanciados pelo acabouço probatório acostado e fundado 
receio de dano irreparável ao autor, em se tratando de serviços essenciais interligando-se 
diretamente ao Princípio da dignidade da pessoa humana, em seu artigo 1º, III, da CRFB/88, 
ressaltando-se a atitude desidiosa da Requerida, causando graves transtornos e prejuizos à parte 
autora, porque o serviço deveria ser prestado de forma adequada, não somente pela sua natureza, 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109499/lei-de-assist%C3%AAncia-judici%C3%A1ria-lei-1060-50
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895641/artigo-98-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
como também na inteligência do artigo 22 do CDC, cumprindo a este D. Juízo, deferir os efeitos 
DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA INAUDITA ALTERA PARS para que a empresa 
Requerida, se abstenha de suspender o serviço de energia elétrica, bem como de negativar o 
nome da parte autora. 
III - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO 
Tendo em vista o teor do Novo Código de Processo Civil, especialmente a redação 
presente no art. 3°, caput e §§ 2° e 3°, bem como o artigo 319, VII, solicita-se à Vossa 
Excelência que seja designada data para realização de audiência de conciliação. 
 
IV - DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
O autor é consumidor da empresa requerida com número de inscrição: 7.132.694-4, e em 
11/02/2020, foi realizado inspeção técnica na unidade consumidora, no endereço acima descrito. 
Em ato contínuo foi emitido o termo de ocorrência e inspeção – TOI nº 1521215/2020 
como elemento de constatação do fato, gerando posteriormente, a substituição do medidor 
instalado em virtude de sua deficiência, que incidiu na alteração do resgistro do consumo mensal 
efetivo, conforme atestou-se por Laudo Técnico do Médidor. (DOC. anexo nesta exordial). 
Deste modo Nobre Julgador, a Demandada – ENEL, constatou que tais fatos causaram a 
divergência entre a energia efetivamente consumida e o respectivo valor faturado, de forma que 
para este caso, a Requerida com fundamentos de uma resolução (414/2010) de seu órgão 
regulamentador – ANEEL, que tem previsão no inciso I do art. 113 da referida resolução passou 
a cobrar a diferença referente a no máximo; segundo informações da mesma, a três ciclos de 
faturamento. 
E, assim Douto Julgador, segundo a empresa Demandada efetuou a revisão do 
faturamento com base no artigo 115 da Resolução acima descrita, e, segundo a mesma para 
cobrança do montante da energia devida foi aplicado a tarifa em vigor na época da ocorrência, 
atualizado pelo IGP-M, e para o cálculo adotou-se como base, prevista na mesma norma legal o 
1º ciclo de faturamento, posterior a regularização da medição – inciso III do art. 115. 
E, segundo a Demandada após o cálculo efetuado, constatou-se a diferença a cobrar de 
683 kwh, não faturado no período de 03 meses totalizando o valort de 392,00 (Trezentos e 
https://jus.com.br/tudo/processo
Noventa e Dois reais), conforme apresentaram em memória de cálculo, valor este que deverá ser 
pago à vista e conforme fatura de cobrança em anexo. 
 
Ocorre Doutor julgador que diante destes fatos a parte Requerente, entrou em contato 
com a Prestadora de serviço e fez a contestação não só desta cobrança que entende ser indevida e 
frise-se, absurda bem como de outra conta com vencimento no mesmo perído o que entende 
também está acima do potencial de consumo do mesmo, todavia nem uma resposta obteve 
V - DO DIREITO 
 
V - 1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
 
Inicialmente, urge mencionar que a Constituição Federal de 1988, no seu ARTIGO 
5º, XXXII, dispõe, in verbis, que: 
 
“Art. 5º. 
XXXII – O ESTADO PROMOVERÁ, NA FORMA DA LEI, A 
DEFESA DO CONSUMIDOR.”; 
(aditados nossos); 
Primordialmente, merece ser destacado que a relação entre concessionária de energia e 
usuário caracteriza a clássica relação de consumo, com a presença do consumidor e fornecedor, 
nos termos dos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor: 
Pois, os ARTIGOS 2º e 3º, CAPUT da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do 
Consumidor), respectivamente, qualificam o consumidor e dispõe sobre seus direitos, destacando 
ser consumidor aquele que compra alguma coisa ou serviço, e fornecedor, aquele que vende ou 
presta serviço ao destinatário final. 
“Art - 2º. “ CONSUMIDOR É TODA PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA 
QUE ADQUIRE OU UTILIZA PRODUTO OU SERVIÇO COMO 
DESTINATÁRIO FINAL”. 
 
“Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização 
de produtos ou prestação de serviços”. 
 
O Poder Judiciário tem decidido neste sentido. A exemplo disso, faz-se necessária a 
transcrição de trecho do acórdão prolatado em julgamento do recurso de apelação nº. 
70071918767,pela Vigésima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio 
Grande do Sul, sob a relatoria do Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Marcelo 
Bandeira Pereira, no dia 14 de dezembro de 2016: 
Não há dúvidas de que as partes dos contratos de energia elétrica, ou 
seja, concessionária e usuário, amoldam-se aos conceitos de 
“fornecedor” e “consumidor” estampados pelo Código do Consumidor. 
Isso porque os usuários de serviços públicos, no caso, de energia 
elétrica, podem e devem ser considerados “consumidores” de serviços, 
uma vez que utilizam os serviços públicos como destinatários finais (art. 
2°, caput, do CDC). Já as concessionárias que prestam serviços 
públicos, especificamente fornecimento de energia elétrica, enquadram-
se no conceito de “fornecedor”, visto que distribuem e comercializam 
serviços a um número indeterminado de pessoas, de forma habitual e 
mediante remuneração, pois seus usuários pagam pelo fornecimento do 
serviço, sendo a atividade, inclusive, voltada ao lucro. Assim, tem-se 
que a relação existente entre as partes configura, de fato, relação de 
consumo. 
 
Deste modo Excelência, dúvidas não paira de que se está diante de uma clara relação 
consumerista. 
V - 2. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
Diante da situação de hipossuficiência de conhecimento e poder de defesa da parte 
Requerente, visto não dispor de conhecimento técnico, muito menos de aptidão para provar 
diversas vertentes pertinentes a essa lide, pede-se pela inversão do ônus da prova, para que só 
assim tenha sua facilitação de defesa dos direitos ora requeridos, nos termos do artigo 6º, VIII, 
do Código de Defesa do Consumidor. 
Tamanha é a vulnerabilidade do consumidor quanto ao fornecedor de produtos ou 
serviços na relação de consumo que o legislador procurou, de todas as maneiras possíveis, 
igualar essa gigantesca diferença, sendo tal situação, principalmente no artigo 6º, do código 
consumerista, como verificamos, in verbis: 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - A FACILITAÇÃO DA DEFESA DE SEUS DIREITOS, 
INCLUSIVE COM A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, A SEU 
FAVOR, NO PROCESSO CIVIL, QUANDO, A CRITÉRIO DO JUIZ, 
FOR VEROSSÍMIL A ALEGAÇÃO OU QUANDO FOR ELE 
HIPOSSUFICIENTE, SEGUNDO AS REGRAS ORDINÁRIAS DE 
EXPERIÊNCIAS; 
(Grifos nossos). 
 O renomado doutrinador, Professor Humberto Theodoro Júnior, em sua obra 
sobre os direitos do consumidor, define o conceito de hipossuficiência, como vemos a seguir: 
“QUANTO À HIPOSSUFICIÊNCIA, TRATA-SE DE 
IMPOTÊNCIA DO CONSUMIDOR, SEJA DE ORIGEM 
ECONÔMICA, SEJA DE OUTRA NATUREZA, PARA APURAR E 
DEMONSTRAR A CAUSA DO DANO CUJA 
RESPONSABILIDADE É IMPUTADA AO FORNECEDOR. 
PRESSUPÕE UMA SITUAÇÃO EM QUE CONCRETAMENTE SE 
ESTABELEÇA UMA DIFICULDADE MUITO GRANDE PARA O 
CONSUMIDOR DE DESINCUMBIR-SE DE SEU NATURAL 
ONUS PROBANDI, ESTANDO O FORNECEDOR EM 
MELHORES CONDIÇÕES PARA DILUCIDAR O EVENTO 
DANOSO” 
E a razão é óbvia: o fornecedor é quem detém os meios e técnicas de produção, tendo, 
consequentemente, acesso aos elementos de provas relativas à demanda, isto é, o fornecedor esta 
em melhores condições de realizar a prova de fato ligado diretamente à sua atividade. 
Assim, Excelência em apertada síntese, os fatos acima declinados se demonstram 
suficientes para que o Ilustre Magistrado, do alto do seu notório saber jurídico solucione o caso. 
E, assim Douto Julgador, caracterizada a relação de consumo, a inversão do ônus da 
prova se opera automaticamente (ope legis), tornando-se desnecessária a análise da 
vulnerabilidade do consumidor, que, no caso, é presumida. 
Assim, por consequência, incumbe à concessionária de energia o ônus da prova da 
ocorrência do erro na medição de energia elétrica, especialmente em caso de suspeita de fraude 
no medidor instalado na residência, o que não ocorreu no caso em tela, pois como o próprio 
laudo de verificação apontou os estados dos selos encontravam-se normais e não violados. 
Cabe ainda a Demandada a comprovação da exigibilidade de eventual débito que venha 
a ser cobrado administrativamente sob a nomenclatura de recuperação de consumo, dívida 
pretérita. Tal situação é louvável, ainda mais considerando que dificilmente o consumidor 
conseguiria, em razão da sua incapacidade técnica e ausência de conhecimento na área, realizar a 
produção de prova negativa. 
De outro modo Excelência, existe um sistema de medição de consumo, o qual fica uma 
unidade de medição no poste da referida concessionária e está unidade de medição é que registra 
todo o consumo e remete para o medidor que fica na parede da residência do Autor; deixando 
claro que o medidor avaliado e reconhecido com vício não traduz em nada a leitura da medição 
visto não ser o principal resgistro de consumo. 
De modo que pouco importa se o medidor da casa do consumidor está ou não 
funcionando, o consumo será tarifado da mesma forma, tanto é, que tais leituras de consumo se 
dá de maneira automática, inclusive o suspensão e ou religação do fornecimento do serviço; tudo 
se dá de maneira automática, mediante essa nova tecnologia que a prestadora adotou nesta área 
de prestação de serviço. E, frise-se, que isso já foi objeto de reclamação junto ao Órgão de 
Proteção e Defesa do Consumidor (PROCOM) assembléia por duas vezes; quando a unidade 
central que fica no poste estava mandando carga excessiva e onerando a conta do cliente. 
É fundamental, ainda mencionar que o referido medidor, já havia sido substituido a 
pedido da parte autora, e que pela situação ora traçada este já foi colocado com defeito, e, 
mesmo que não tenha sido o caso, o próprio laudo de inspeção menciona que o problema do 
equipamento se deu por algum curto-circuito, frise-se vindo de potência de força externa, 
portanto, nada causado pelo cliente/consumidor. 
Então Excelência não há outra presunção, senão, a de que a empresa ora demandada tem 
o objetivo tão somente de lesar ao consumidor com cobranças indevidas, excessivas e sem 
fundamentos legais, fazendo o uso de resoluções ao seu bel prazer, frise-se, colocando tais 
resoluções acima de uma lei geral que é o nosso Código Civil Brasileiro, bem como o Código 
Defesa do Consumidor, onde tais legislações deixam claro que todo aquele que praticar ato 
ilicito deverá ser responsabilizado, e, não podendo portanto, inverter tal responsabilidade para a 
vítima, pois, a parte autora em nada contribuiu para efetivo problem, ficando tão somente 
comprovado a má prestação do serviço. 
Está claro Excelência que o vício no equipamento, é de responsabilidade da 
Demandada, pois é está que dispõe de recursos para solução do problema, e não da parte 
Requerente. Fica ainda mais do que evidenciado um vício na prestação do serviço, ferindo 
totalmente o que defende a Legislação Consumerista em seus artigo 20 e 39. 
Acerca da questão da legalidade do débito estipulado pela concessionária da energia, 
prova básica que o Poder Judiciário tem exigido para permitir a cobrança da dívida, 
administrativa ou judicialmente, é a comprovação da diminuição repentina do consumo de 
energia elétrica no momento apontado pela empresa como da ocorrência da suposta fraude no 
medidor, situação em que anda longe se ser concretizada, bastando tão somente observar 
faturamento dos últimos 12 meses, é bom lembrar ainda que depois de uma das reclamações 
junto ao PROCON, houve a substituição da unidade central que fica no poste (a unidade que 
verdadeiramente faz a medição e logo em seguida chegou uma conta com valor muito alto,e que 
a parte Requerente acabou pagando, mas que sabia ser indevida a referida conta). 
E, assim Douto Julgador, mais do que a comprovação da irregularidade no contador de 
energia, há de haver prova de eventual proveito econômico que o consumidor possa ter 
usufruído, devendo a recuperação de consumo ser estipulada exatamente no valor de tal proveito, 
sob pena de caracterização de enriquecimento sem justa causapor parte da concessionária, o que 
não é admitido em hipótese alguma. 
Neste sentido dispõe o artigo 130 da Resolução 414/00 da ANEEL: 
Art. 130. Comprovado o procedimento irregular, para proceder à 
recuperação da receita, a distribuidora deve apurar as diferenças entre 
os valores efetivamente faturados e aqueles apurados por meio de um 
dos critérios descritos nos incisos a seguir, aplicáveis de forma 
sucessiva, sem prejuízo do disposto nos arts. 131 e 170: 
I – utilização do consumo apurado por medição fiscalizadora, 
proporcionalizado em 30 dias, desde que utilizada para caracterização 
da irregularidade, segundo a alínea “a” do inciso V do § 1o do art. 129; 
II – aplicação do fator de correção obtido por meio de aferição do erro 
de medição causado pelo emprego de procedimentos irregulares, desde 
que os selos e lacres, a tampa e a base do medidor estejam intactos; 
III – utilização da média dos 3 (três) maiores valores disponíveis de 
consumo de energia elétrica, proporcionalizados em 30 dias, e de 
demanda de potências ativas e reativas excedentes, ocorridos em até 12 
(doze) ciclos completos de medição regular, imediatamente anteriores ao 
início da irregularidade; (Redação dada pela REN ANEEL 670 de 
14.07.2015) 
IV – determinação dos consumos de energia elétrica e das demandas de 
potências ativas e reativas excedentes, por meio da carga desviada, 
quando identificada, ou por meio da carga instalada, verificada no 
momento da constatação da irregularidade, aplicando-se para a classe 
residencial o tempo médio e a frequência de utilização de cada carga; e, 
para as demais classes, os fatores de carga e de demanda, obtidos a 
partir de outras unidades consumidoras com atividades similares; ou 
V – utilização dos valores máximos de consumo de energia elétrica, 
proporcionalizado em 30 (trinta) dias, e das demandas de potência ativa 
e reativa excedentes, dentre os ocorridos nos 3 (três) ciclos 
imediatamente posteriores à regularização da medição. 
Parágrafo único. Se o histórico de consumo ou demanda de potência 
ativa da unidade consumidora variar, a cada 12 (doze) ciclos completos 
de faturamento, em valor igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) 
para a relação entre a soma dos 4 (quatro) menores e a soma dos 4 
(quatro) maiores consumos de energia elétrica ativa, nos 36 (trinta e 
seis) ciclos completos de faturamento anteriores à data do início da 
irregularidade, a utilização dos critérios de apuração para recuperação 
da receita deve levar em consideração tal condição. (Redação dada pela 
REN ANEEL 479, de 03.04.2012) 
Tal questão é debatida de forma clara no acórdão prolatado em julgamento do recurso 
de apelação nº. 70071023766, pela Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do 
Rio Grande do Sul, sob a relatoria da Excelentíssima Senhora Doutora Desembargadora Laura 
Louzada Jaccottet, no dia 14 de dezembro de 2016: 
Ora, a majoração ou redução de 2% no consumo de energia elétrica não 
desborda do usual e rotineiro, consubstanciando ausência absoluta de 
prova, por parte da concessionária, de que tenha logrado efetivo 
proveito a consumidora em virtude da irregularidade que alegou existir 
na medição. Ao contrário, como se viu, pois se houve irregularidade no 
medidor deu-se em prol da concessionária. 
Importante ressaltar, nesse quadro, serem cumulativas as exigências de demonstração de 
irregularidade no medidor e de proveito do consumidor oriundo dessa irregularidade, como 
pontuou a Eminente Desembargadora Marilene Bonzanini nos autos da Apelação Cível nº 
70043320597, “não basta fazer a manipulação do medidor, é preciso saber fazer”. Recuperação 
de consumo pressupõe, pois, a existência de consumo submedido a recuperar, sob pena de 
enriquecimento sem justa causa por parte da distribuidora de energia elétrica. 
Não por outra razão, o artigo 129 da Resolução n º 414/00 da ANEEL estabelece que 
“na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as providências 
necessárias para sua fiel caracterização e apuração do consumo não faturado ou faturado a 
menor” (grifei), impondo restrição a essas duas hipóteses como autorizadoras do procedimento 
de recuperação. 
Em verdade, a Resolução nº. 414/00 da ANEEL define o procedimento 
administrativo que deve ser obedecido pelas concessionárias de energia elétrica em caso de 
constatação de irregularidade na medição de consumo, por fraude ou outro 
problema que tenha ocasionado erro no controle de consumo 
de energia pelo consumidor, nos termos do seu artigo 129, 
§1º: 
Art. 129. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a 
distribuidora deve adotar as providências necessárias para sua fiel 
caracterização e apuração do consumo não faturado ou faturado a 
menor. 
§ 1º A distribuidora deve compor conjunto de evidências para a 
caracterização de eventual irregularidade por meio dos seguintes 
procedimentos: 
I – emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI, em formulário 
próprio, elaborado conforme Anexo V desta Resolução; 
II – solicitar perícia técnica, a seu critério, ou quando requerida pelo 
consumidor ou por seu representante legal; 
III – elaborar relatório de avaliação técnica, quando constatada a 
violação do medidor ou demais equipamentos de medição, exceto 
quando for solicitada a perícia técnica de que trata o inciso II; (Redação 
dada pela REN ANEEL 479, de 03.04.2012) 
IV – efetuar a avaliação do histórico de consumo e grandezas elétricas; 
e 
V – implementar, quando julgar necessário, os seguintes procedimentos: 
a) medição fiscalizadora, com registros de fornecimento em memória de 
massa de, no mínimo, 15 (quinze) dias consecutivos; e 
b) recursos visuais, tais como fotografias e vídeos. 
No entanto, Nobre Julgador, como já mencionado não houve fraude nenhum, a parte 
autora erm nada contribuiu para o evento, sendo tal problema único e exclusivamente da 
prestadora de serviço. E, logo, não podendo essa tirar vantagens ou no mínimo tentar recuperar 
“prejuízos”; a ponto de “meter” a mão no bolso do consumidor, repassando um ônus ao mesmo, 
que na realidade não lhe pertece. 
Deste modo Excelência, a Fatura em questão gerada em detrimento de tal recuperação 
de consumo, deverá ser desconstituída, pois, ficando tal fatura em aberto, ocorrerá aquela velha e 
conhecida prática lesiva da prestadora em suspender o serviço e negativar o nome do cliente. 
Portanto, pode-se afirmar que incumbe à concessionária de energia produzir toda a 
prova acerca da ocorrência de irregularidade na medição de energia na residência ou empresa do 
consumidor, pela prática de fraude, através da alteração do medidor, ou por outra irregularidade, 
bem como comprovar a exigibilidade de eventual débito fixado sob a denominação de 
recuperação de consumo e cobrado em detrimento do consumidor, sob pena de caracterização de 
tentativa de enriquecimento sem causa. 
E, assim Excelência exaurida tal matéria, há de ocorrer a discussão acerca da realização 
de corte de energia em decorrência da apuração de irregularidade no controle de consumo de 
energia no medidor instalado na residência ou empresa do consumidor. Via de regra, de forma 
automática, constatando a ocorrência de alguma irregularidade, a concessionária promove o corte 
da energia elétrica, o que não pode ser aplicado ao caso em comento. 
Contudo, tal prática tem sido considerada ilegal pelo Poder Judiciário, em razão da 
impossibilidade da realização de interrupção do fornecimento de energia elétrica pela 
concessionária responsável em razão da eventual existência de dívida pretérita, a qual viria a ser 
gerada em caso de confirmação da eventual irregularidade no controle de energia consumida. 
É mister destacar que o fornecimento de energia elétrica à população, assim como 
outros serviços básicos, tais como, fornecimento de água tratada e saneamento básico, é 
considerado serviço essencial, de modo que não pode serlivremente interrompido pela 
concessionária responsável pelo seu fornecimento. A exceção é a interrupção. A regra é a 
continuidade do fornecimento do serviço essencial. 
Assim está estampado no artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor: 
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, 
permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são 
obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto 
aos essenciais, contínuos. 
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das 
obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas 
a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste 
código. 
Como já mencionado anteriormente, o Poder Judiciário tem manifestado seu 
inconformismo com a realização de corte de energia pelas concessionárias por débito pretérito, 
como é o caso da constatação de irregularidade de medição de consumo no medidor instalados 
na residência ou empresa do consumidor, por fraude ou eventual outro motivo, e a cobrança de 
dívida em recuperação de consumo. 
Inclusive o Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se pronunciou sobre o tema, 
reconhecendo a ilegalidade da prática, em regra, promovida pelas concessionárias de energia. 
Neste sentido é o acórdão prolatado em julgamento do Agravo Regimental no Agravo em 
Recurso Especial nº. 276.453/ES, pela Primeira Turma, sob a relatoria do Excelentíssimo Senhor 
Doutor Ministro Benedito Gonçalves, em 02 de setembro de 2014, conforme trecho que merece 
ser transcrito no corpo desta exordial: 
Isso porque o acórdão recorrido encontra-se em consonância com o entendimento 
firmado neste Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual não é lícito à concessionária 
interromper o serviço de fornecimento de energia elétrica por débitos consolidados pelo tempo 
ainda que oriundos de recuperação de consumo em face da existência de outros meios legítimos 
de cobrança de débitos antigos não-pagos. Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados: 
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
ESPECIAL.ENERGIA ELÉTRICA. COBRANÇA DE DÉBITOS 
PRETÉRITOS.INTERRUPÇÃO. ILEGALIDADE. 
PRECEDENTES STJ. RELAÇÃOCONSUMERISTA. AGRAVO 
NÃO PROVIDO. 
1. O Superior Tribunal de Justiça consagra entendimento no sentido da 
ilicitude da interrupção, pela concessionária, dos serviços de 
fornecimento de energia elétrica por dívida pretérita, a título de 
recuperação de consumo, em face da existência de outros meios legítimos 
de cobrança de débitos antigos não pagos. Precedentes STJ. 
2. "A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a relação 
entreconcessionária de serviço público e o usuário final, para o 
fornecimento de serviços públicos essenciais, tais como energia elétrica, 
é consumerista, sendo cabível a aplicação do Código de Defesa do 
Consumidor" (AgRg no AREsp 468.064/RS, Primeira Turma, Rel. Min. 
OG FERNANDES, DJe 7/4/2014).3. Agravo regimental não provido 
(AgRg no REsp 1351546/MG, Rel. MinistroARNALDO ESTEVES 
LIMA, PRIMEIRA TURMA, DJe 07/05/2014) 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO 
REGIMENTAL NOAGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC.INOCORRÊNCIA. FRAUDE 
NO MEDIDOR. RECUPERAÇÃO DE CONSUMO.ALEGAÇÃO 
DE CORREÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS. 
REVISÃO.DESCABIMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 
IMPOSSIBILIDADE DECORTE NO FORNECIMENTO DE 
ENERGIA POR DÉBITOS PRETÉRITOS.SUSPENSÃO ILÍCITA 
DO FORNECIMENTO. DANO IN RE IPSA. SUPOSTAMÁ-
VALORAÇÃO DE PROVA. LIVRE CONVENCIMENTO DO 
JUIZ. VERBAINDENIZATÓRIA FIXADA COM 
RAZOABILIDADE (R$ 5.700,00).IMPOSSIBILIDADE DE 
ALTERAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL 
DESPROVIDO.(...)3. Esta Corte Superior pacificou o entendimento 
de que não é lícito àconcessionária interromper o fornecimento do 
serviço em razão de débitopretérito; o corte de água ou energia 
pressupõe o inadimplemento de dívidaatual, relativa ao mês do 
consumo, sendo inviável a suspensão do abastecimento em razão de 
débitos antigos. 
4. A suspensão ilegal do fornecimento do serviço dispensa a 
comprovação de efetivo prejuízo, uma vez que o dano moral, nesses 
casos, opera-se in re ipsa, em decorrência da ilicitude do ato 
praticado. 
(...)7. Agravo Regimental da Rio Grande Energia S/A desprovido 
(AgRg no AREsp324.970/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES 
MAIA FILHO, PRIMEIRATURMA, DJe 31/03/2014) 
ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE ÁGUA. ALEGAÇÃO 
GENÉRICA DEOMISSÃO NO ACÓRDÃO. ÔNUS DA PROVA. 
DANO MORALCONFIGURADO. VALOR RAZOÁVEL. 
REVISÃO DESSE ENTENDIMENTO.PRETENSÃO DE 
REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. RESTITUIÇÃO 
DOINDÉBITO. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. 
(...)6. Nos termos da jurisprudência desta Corte, é ilegítimo o corte 
no fornecimento de serviços públicos essenciais quando: a) a 
inadimplência do consumidor decorrer de débitos pretéritos; b) o 
débito originar-se de suposta fraude no medidor de consumo de 
energia, apurada unilateralmente pela concessionária; e c) não 
houver aviso prévio ao consumidor inadimplente. 
Agravo regimental improvido (AgRg no AREsp 412.849/RJ, Rel. 
MinistroHUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 
10/12/2013) 
Portanto, mesmo que a concessionária constate a ocorrência de fraude no medidor de 
energia, não pode promover a interrupção do fornecimento de energia, a não ser para a promover 
a substituição do medidor por outro sem avarias, o que deve ocorrer de forma instantânea. 
Deste modo excelência caso venha a promover o corte unilateral da energia elétrica do 
consumidor, deixando-o sem o devido fornecimento do bem essencial por dias ou semanadas, 
como na grande maioria das ocasiões ocorre, a concessionária estará se sujeitando a ser 
demandada pelo usuário em razão do ato ilícito praticado, bem como sem exposta a possibilidade 
de ser condenada por danos materiais, em razão da perda de produtos ou queima de algum 
equipamento na residência ou empresa do consumidor, e por danos morais, em razão da 
responsabilidade objetiva aplicável ao caso, o denominado dano in re ipsa. 
Logo Douto Julgador, observando que a concessionária de energia não agiu com as 
devidas cautelas no momento da constatação e cobrança de valores do vício na unidade de 
medição, frise-se não causada pelo consumidor, está tem sobre si todo o ônus probatório quanto 
à efetiva ocorrência da irregularidade da medição, bem como acerca da exigibilidade do suposto 
débito; ao qual se estipulou em detrimento do consumidor a título de recuperação de consumo. 
E, assim, em caso de constatação de suposta irregularidade na medição do consumo de 
energia na residência ou empresa do consumidor, sob hipótese alguma, a concessionária de 
energia pode promover o corte de energia do consumidor, conduta que vem sendo pacificamente 
considerada ilegal pelos Tribunais, sujeitando-a a condenação judicial a título de danos materiais 
e morais por eventuais prejuízos ocasionados ao usuário. 
V - 3. DANOS MORAIS 
A incorporação do DANO MORAL na legislação brasileira ainda pode ser considerada 
novidade jurídica em torno da qual ainda gira divergências doutrinarias, sobretudo no que diz 
respeito à quantificação da indenização a ser paga em virtude dessa espécie de dano, bem como 
sobre a própria existência ou não do dano, conforme a situação apresentada e a personalidade da 
vítima. 
Discorrendo sobre as dificuldades encontradas para se estabelecer a justa recompensa 
pelo dano moral, ensina Sílvio de Salvo Venosa (Venosa, 2009, pag. 41), em sua Obra Direito 
Civil, Vol. 4, que: 
“Dano moral é o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual 
da vítima. Sua atuação é dentro dos direitos da personalidade. Nesse 
campo, o prejuízo transita pelo imponderável, daí porque aumentam as 
dificuldades de se estabelecer a justa recompensa pelo dano”. 
Com relação ao Dano Moral experimentado pelo autor, este se encontra ínsito no 
próprio fato, a situação de angústia que vem experimentando toca sua esfera íntima de maneiraprejudicial, retirando a paz de espírito e a energia moral do autor, que se vê até o momento à 
sorte e sem solução, sob o risco de ver seu nome negativado junto aos órgãos de proteção ao 
crédito (SPC e Serasa), bem como a suspensão do fornecimento de energia, caso não pague pela 
cobrança indevidamente lhe imputada. 
A Constituição Federal vigente deu grande relevo ao aludido direito, assim sendo, 
guindou ao rol do artigo 5º a proteção da honra e da intimidade, assegurando o direito de 
reparação por dano moral e/ou material decorrente de sua violação, como bem jurídico da mais 
alta relevância. 
Na situação apresentada, deve o julgador também analisar a condenação em danos morais 
como verdadeira questão de direito TRANSINDIVIDUAL, porque saindo a Requerida 
incólume deste processo, o Poder Judiciário cria precedente de estímulo às empresas prestadoras 
de serviços no sentido de descumprirem suas decisões, sendo inatingíveis por qualquer tipo de 
sanção, neste sentido: 
Enunciado 379, IV Jornada de Direito Civil: "O art. 944 , caput, 
do Código Civil não afasta a possibilidade de se reconhecer a função 
punitiva ou pedagógica da responsabilidade civil . " 
http://www.jusbrasil.com/topicos/10676887/artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027027/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
Para que os direitos do autor sejam integralmente tutelados, requer que na prolação da 
sentença seja deferida na sua totalidade imputando a parte requerida todas as sanções pedidas 
nesta exordial. 
Diante dos fatos narrados e todos os dispositivos legais que amparam o direito do 
requerente, não resta aplicar outra solução senão a mais equânime para o caso em tela, sendo 
então a condenação por danos morais, bem como a desconstitução do débito ora imputado ao 
consumidor e o deferimento do pedido de tutela antecipada a medida de justiça que se impõe a 
fim de recompor o patrimônio imaterial da lesada. Isto com fundamento no artigo 5º, X da 
Constituição Federal, artigos 186, 187, 927 e 944 todos do Código Civil, e as demais disposições 
do Código de Defesa do Consumidor aplicáveis em especial artigo 39,III e 20. 
V - 4. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO 
Para fixar o valor indenizatório do dano moral, deve o juiz observar as funções 
ressarcitórias e putativas da indenização, bem como a repercussão do dano, a possibilidade 
econômica do ofensor e o princípio de que o dano não pode servir de fonte de lucro. Nesse 
sentido, esclarece Sérgio Cavalieri Filho que: 
“(...) o juiz, ao valor do dano moral, deve arbitrar uma quantia que, de 
acordo com seu prudente arbítrio, seja compatível com a reprovabilidade 
da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado 
pela vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as condições 
sociais do ofendido, e outras circunstâncias mais que se fizerem 
presentes”. 
 
A jurisprudência fornece elucidativos precedentes sobre à utilização dos citados critérios 
de mensuração do valor reparatório: 
A indenização do dano moral deve ser fixada em termos razoáveis, não se justificando 
que a reparação venha a constituir-se em enriquecimento sem causa, com manifestos abusos e 
exageros, devendo o arbitramento operar-se com moderação, proporcionalmente ao grau de 
culpa e ao porte econômico das partes, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela 
doutrina e pela jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência, e do bom-
senso, atendo à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso. Ademais, deve ela contribuir 
para desestimular o ofensor repetir o ato, inibindo sua conduta antijurídica (RSTJ 137/486 e STJ-
RT 775/211). 
VI - DOS PEDIDOS 
Ante o exposto: 
I – Requer o deferimento postulado dos beneplácitos da gratuidade da justiça, em razão 
de não ter condição de arcar com as despesas processuais e honorários advocatícios, sem 
prejuízo do sustento próprio e de sua família, estando, assim enquadrado na situação legal de 
necessitado. 
II – Seja deferida a ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA INAUDITA 
ALTERA PARS, por força dos artigos, 84, § 3º da Lei 8.078/90, artigos 294 c/c arts. 300 do 
CPC; 
II – 1 A Requerida se Abstenha de incluir nos órgaos de proteção ao crédito o nome do 
consumidor. 
III - Requer a citação da parte promovida para audiência de conciliação, no endereço 
constante nesta, para ser tentada uma composição amigável que atenta às necessidades de ambos; 
IV – Que seja a Requerida condenada a desconstituir o débito já mencionado, 
V – Seja ainda condenada exemplarmente a Requerida a indenizar por Danos Morais 
no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), face aos constrangimento e transtornos sofridos pelo 
promovente, bem como a falta de respeito para com o consumidor por parte da promovida, e por 
toda a perda do tempo útil necessário, tudo isso não somente em caráter punitivo, bem como, em 
caráter preventivo/pedagógico. 
VI – A inversão do ônus da prova de acordo com o art. 6º, VIII da Lei 8.078/90, ante a 
verossimilhança das alegações e da hipossuficiência técnica da parte autora 
VII - Requer que seja decretada a revelia da promovida e proferida julgamento 
antecipado da lide, caso a mesma não compareça a qualquer das audiências a serem designada no 
curso do processo que instaurar-se-á com esta inicial; 
Protesta provar o alegado por todas as provas admissíveis em direito, especificamente, 
pelos documentos anexos a esta inicial, bem como, pela prova testemunhal que poderá ser 
arrolada, caso necessário, no curso deste. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 15.392,00 (quinze mil, trezentos e noventa e dois reais) 
 
Fortaleza – CE, 15 de Setembro de 2020. 
 
 
 
FRNCISCO LUCIANO ALVES MAIA 
 537.727.843-72 
 
 
 
 
 
https://jus.com.br/artigos/55160/a-defesa-do-consumidor-de-energia-eletrica
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