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Aula da Prof.Dra. Tatiana Onofre Data: 10.09.20 ( PROCESSO ATEROSCLERÓTICO ANGINA E INFART0 ) ( Duração: segundos, minutos, horas e dias. Fatores desencadeantes: esforço físico, atividade sexual, posição, alimentação, respiração, componente emocional e espontânea. Fatores de alívio: repouso, nitrato sublingual, analgésico, alimentação, antiácido, posição e apneia. Sintomas associados: sudorese, náusea, vômito, palidez, dispneia, hemoptise (catarro com sangue), tosse, pré-síncope e síncope (perda da consciência). ) ( Importante: As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil e no mundo . A doença isquêmica do coração corresponde a 13.2% de todas as mortes. ) Anatomia e fisiologia cardiovascular ( Obs ervação : a angina não é ventilatória dependente, ou seja, se o paciente ins pirar bem fundo e sentir a dor , estará descartado a angina, podendo ser doenças pulmonares. )Circulação: O sangue proveniente de toda a parte do corpo chega ao coração pela veia cava superior e inferior e entra no átrio direito, seguindo em direção ao ventrículo direito no qual vai para os pulmões para iniciar a oxigenação pela artéria pulmonar. Depois de oxigenado, o sangue retorna para o coração através das veias pulmonares para o átrio esquerdo, que vai em direção ao ventrículo esquerdo até ser distribuído para o corpo pela artéria aorta. ( Classificação clínica da dor torácica Angina típica: - Desconforto ou dor na região retroesternal; - Desencadeada pelo exercício ou estresse emocional; - Alívio no repouso ou com uso da nitroglicerina ; Angina atípica: - Presença de apenas dois fatores ditos acima. Dor torácica não cardíaca: - Presença de somente um ou nenhum fator dito acima. Graduação da angina Classe 1 – Atividade física habitual (caminhar, subir escada) não provoca angina, no qual a mesma só ocorre com esforços físicos intensos e prolongados. Classe 2 – Discreta limit ação para atividades habituais, no qual a angina ocorre ao caminhar ou subir escadas em declive, rapidamente, apenas poucas horas após despertar, após refeições, no frio, ao vento e/ou sob estresse emocional. Classe 3 - Limitação em atividades habituais, no qual a angina ocorre ao caminhar um quarteirão ou subir um lance de escada. Classe 4 – Incapacidade de realizar qualquer atividade habitual sem desconforto, no qual os sintomas da angina podem estar presentes no repouso. Diagnósticos diferenciais em pacientes com dor torácica – Nem toda dor torácica é angina – Cardiovascular não isquêmica: - Dissecção da aorta; - Pericardite )Irrigação do coração: A artéria aorta se ramifica nas artérias coronárias, na região bem próxima ao coração, a fim de nutrir o músculo cardíaco. As principais artérias coronárias ramificadas da artéria aorta são: · Tronco de coronária esquerda – que se ramifica em aa. descendente anterior (que também se ramifica na aa. Diagonal) e em aa. circunflexa (que também se ramifica na aa. marginal); · Artéria coronária direita – que se ramifica em aa. descendente posterior. Surgimento do processo aterosclerótico Toda veia ou artéria estão sujeitas a obstrução (parcial ou total), que pode ser ocasionado pela formação de uma placa de ateroma (gordura) no qual, à medida que vai crescendo, diminui o lúmen dos vasos dificultando, consequentemente, a passagem do sangue. A doença arterial coronariana (DAC) é caracterizada por essa obstrução nas aa. coronarianas. Angina Caracterizada por desconforto ou dor na região torácica, ou em regiões adjacentes, causada por isquemia miocárdica transitória, mas sem evidência de necrose miocárdica. Obs: áreas adjacentes – tórax, epigástrico, mandíbula, mmss, ombro e dorso. · Característica dos sintomas Qualidade: constritiva, aperto, peso, opressão, desconforto, queimação e pontada. Localização: precordial (na área cardíaca), retroesternal, ombro, epigástrico, cervical, hemitórax e dorso. Irradiação: mmss(uni ou bilateral), ombro, mandíbula, pescoço, dorso e região epigástrica. Pulmonar: - Embolia; ( Importante: – Estrutura do vaso sanguíneo – Túnica externa Túnica média Túnica interna Espaço subendotelial Endotélio )- Pneumotórax; - Pneumonia; - Pleurite. Gatrintestinal: ( O processo aterosclerótico inicia-se por meio de uma inflamação no endotélio decorrentes aos fatores de riscos já citados . Vale lembrar que o endotélio í ntegro não possui aderênc ias a plaquetas e leucócitos, porém quando o mesmo se encontra comprometido (inflamado), perde todas as suas funções. - Com a inflamação , o endotélio, por perder suas funções, aumenta sua permeabilidade às lipoproteínas (LDL) plasmáticas, retendo-as no seu espaço subendotelial; - A LDL retida sofre uma oxidação, causando a exposição de diversos antígenos e tornando-o imunogênico. Observação: O depósito de lipoproteínas na parede arterial, processo chave no inicio da aterosclerose, ocorre de maneira proporcional à quantidade/concentração da mesma no plasma. - A LDL oxidada estimulará o surgimento de moléculas de adesão leucocitária (molé culas responsáveis por atrair monócitos e leucócitos para a íntima da parede arterial). - Os monócitos migram para o espaço subendotelial, onde se diferenciam em macrófagos, que por sua vez captam as LDL oxidadas. Observação: Os macrófagos repletos de lipídios são chamados de células espumosas e são o principal componente das estrias gordurosas (placa de ateroma), lesões macroscópicas iniciais da aterosclerose. - Uma vez ativado, o macrófago estimula a secreção de citocinas pró-inflamatórias (que amplifica a inflamação) e de enzimas proteolíticas (capazes de degradar colágenos e outros componentes teciduais locais), potencializando assim todo o processo inflamatório do endotélio. - Com isso, o espaço endotelial aumenta pelo acumulo das células espumosas, diminuindo a passagem do fluxo sanguíneo. - Os linfócitos t, embora que menos numerosos que os macrófagos no interior do ateroma, são de grande import ância na aterosclerose. Mediante interação com os macrófagos, as células t podem se diferenciar e produzir citocinas anti-inflamatórias que modulam o processo inflamatório local. )-Esôfago: esofagite, espasmo e refluxo; - Vesícula biliar: cólica, colecistite, litíase, colangite, úlcera péptica; -Pancreatite. Parede torácica: -Costocondrite; -Fibrose; - Fratura de costela; - Artrite esternoclavicular; -Heper-zóster pós-rush. Psiquiátrica: -Distúrbio de ansiedade: hiperventilação; - Distúrbio do pânico; - Ansiedade primária; - Disturbio de afetividade: depressão e etc; -Disturbios somáticos. · Etiologia É causada por uma isquemia do miocárdio onde, devido à presença de placas de ateroma que diminui o fluxo sanguíneo, ocorre um desequilíbrio quanto à oferta e demanda de oxigênio, no qual o consumo está aumentado e o suprimento reduzido. No geral, a angina consiste na obstrução de pelo menos 75% do lúmen de uma artéria coronariana. · Fatores de risco - Hipertensão arterial sistêmica; -Diabetes mellitus; - Dislipidemia/obesidade; - Tabagismo; - Sedentarismo; - Idade avançada; - Sexo masculino; -Antecedentes familiares. · Fisiopatologia Tríade de Virchow: Teoria elaborada pelo patologista alemão Rudolf Virchow (1821 – 1902). A tríade é composta por três categorias de fatores que contribuem para a trambose venosa e trombose arterial. 1. Lesão do endotélio vascular; 2. Alterações do fluxo sanguíneo (estase e turbulência) 3. Hipercoagulabilidade sanguínea (Ex: politraumatizados graves, grandes queimados, PO de grandes cirurgias, gravidez, contraceptivos orais.) · Tipos de placas de ateroma Placa estável: Núcleo pobre em LDL, predomínio de colágeno, capa fibrosa espessa, escassas células inflamatórias. Responsável pela angina estável. Obs: A presença da dor ocorre em grandes esforços físicos e alivia no repouso. Placa instável: Núcleo rico em LDL, capa fibrosa delgada, atividade inflamatória intensa, grande atividade proteolítica. Altamente susceptíveis às rupturas, expondo omaterial lipídico altamente trombogênico – trombo subjacente. Obs: A presença da dor ocorre no repouso e possui maior intensidade e duração. Quando há ruptura da placa de ateroma instável, ocorre a agregação plaquetária (como forma de combater o conteúdo que foi exposto), formando assim um trombo; nesse trombo é formado uma malha de fibrina, que tem como objetivo estancar a ruptura, impedindo assim a saída dos lipídeos; esse trombo pode ocluir o vaso parcialmente ou totalmente. ( Oclusão total Infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento st ( IAM com SST ) ) ( Oclusão parcial Angina instável ou infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento st ( IAM sem SST ). ) ( Importante: O diagnóstico diferencial entre eles depende da presença ( IAM sem SST ) ou não (angina instável) de marcadores de necrose miocárdica elevados ( Obtidos através do exame de sangue) . ) Infarto Agudo do Miocárdio – IAM Morte celular miocárdica e necrose (de qualquer proporção) do músculo cardíaco, num cenário que representa a evolução de uma isquemia miocárdica aguda. ( Resultado final da isquemia prolongada e não aliviada devido à interrupção total do suprimento sanguíneo ao miocárdio – sempre com alterações de marcadores de necrose miocárdica. - A maioria das mortes por IAM ocorre nas primeiras horas de manifestação da doença, sendo 40 a 65% na primeira hora e, aproximadamente, 80% nas primeiras 24h. Fatores de risco - Hipertensão arterial sistêmica; -Diabetes mellitus ; - Dislipidemia/obesidade; - Tabagismo; - Sedentarismo; - Idade avançada; - Sexo masculino; -Antecedentes familiares. Classificação de Infarto do miocárdio Tipo 1 : Infarto do miocárdio espontâneo (ruptura de placa, erosão ou dissecção) Tipo 2 : Infarto do miocárdio secundário por desequilíbrio isquêmico (espasmo, embolia, taquiarritmia , hipertensão e anemia) Tipo 3 : Infarto do miocárdio resultando em morte, sem biomarcadores coletados. Tipo 4 ª : Infarto do miocárdio relacionado à intervenção coronariana percutânea. Tipo 4b: Infarto do miocárdio relacionado à trombose de stent . Tipo 5 : Infarto do miocárdio relacionado a cirurgia de revascularização miocárdica. Fisiopatologia Processo igual a da angina, com a diferença de que a isquemia miocárdica não é transitória, levando assim a necrose e morte celular. Fisiopatologia -Dor no peito (irradia pescoço, mandíbula, mmss ); - Sudorese; -Náuseas, vômitos; -Tontura/síncope; -Palidez - Dispinéia ) -Palpitação; - Fadiga; - Fraqueza. Esquema Entendendo a síndrome coronariana aguda: ( Síndrome Coronariana Aguda ( SCA ) ) ( SCA com supra ST (SCACSST) ) ( SCA sem supra ST (SCASSST) ) ( IAM com supra ST (IAMCSST) ) ( IAM sem supra ST (IAMSSST) ) ( Angina instável (AI) ) ( Oclusão total Sintomas persistentes ) ( Oclusão parcial Sintomas intermitentes ) · Critério de diagnóstico - Clínicos - Marcadores de necrose miocárdica: CK, CK-MB, troponina e mioglobina. - Exames eletro cardiográficos · Tratamento - Clínico e/ou cirúrgico - Reabilitação cardiovascular - Intervenções educacionais O diagnóstico e tratamento é realizado pelo cateterismo
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