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A maior pressão capaz de ser gerada durante esforços de inspiração (pressão inspiratória máxima – PImáx) ou expiração (pressão expiratória máxima – PEmáx) contra uma via aérea completamente ocluída é considerada índice de força dos músculos respiratórios. Os músculos respiratórios são responsáveis diretos pelo adequado funcionamento do sistema respiratório. Em diferentes situações patológicas, podem ocorrer alterações da força contrátil desses músculos que, dependendo da intensidade e da quantificação, podem ser classificadas em fraqueza, fadiga ou falência muscular respiratória. A medida de PImáx relaciona-se com a capacidade ventilatória e com o desenvolvimento da insuficiência respiratória. A PImáx torna-se comprometida em distúrbios neuromusculares, lesões da musculatura respiratória (diafragma e músculos acessórios), hiperinsuflação pronunciada e malformação torácica grave. A PEmáx é importante para o diagnóstico de distúrbios neuromusculares. Uma redução da PEmáx pode aumentar o volume residual e reduzir o pico de fluxo expiratório, interpretado erroneamente como obstrução de vias aéreas. A PEmáx contribui para a avaliação da tosse eficaz e, consequentemente, da capacidade de eliminar secreções de vias aéreas. Avaliar a força dos músculos respiratórios em pacientes saudáveis ou com doenças pulmonares e/ou neuromusculares Avaliar a capacidade ventilatória e o desenvolvimento de insuficiência respiratória Prever retirada do suporte ventilatório Verificar o grau de anormalidade e monitorar a progressão de doença dos músculos respiratórios Verificar a necessidade de utilização de ventilação mecânica invasiva ou não invasiva Comparar a função dos músculos respiratórios no pré e no pós-operatório Acompanhar a resposta à reabilitação muscular respiratória Avaliar a tosse Hipertensão arterial não controlada Pneumotórax Angina instável Aneurisma de aorta e cerebral Problemas agudos da orelha média Infarto agudo do miocárdio Fístulas pleurocutâneas ou pulmonares Hérnias abdominais Glaucoma ou descolamento de retina A maneira mais simples de avaliar a força dos músculos respiratórios é medir as pressões geradas na boca quando o indivíduo realiza esforços máximos contra uma via aérea ocluída. A medida pode ser feita com manovacuômetro analógico ou digital. o A avaliação das pressões respiratórias máximas é uma manobra desconhecida, tornando essenciais a instrução cuidadosa do método e o encorajamento. Os indivíduos necessitam frequentemente de orientação para evitar vazamentos de ar em torno do bocal e para apoiar as bochechas durante os esforços expiratórios. Avaliação e Equações Preditivas das Pressões Respiratórias Máximas o A falta de padronização da técnica tem dificultado a avaliação dos diferentes estudos realizados. Entretanto, atualmente o aprendizado tem demonstrado exercer efeito nítido sobre os resultados alcançados. À medida que o indivíduo realiza sucessivos esforços, o valor médio das pressões vai aumentando. Em pacientes com limitação do fluxo aéreo, o valor médio mais elevado costuma ser obtido a partir da nona manobra. Para efeito prático e por ser, às vezes, impraticável realizar um número grande de manobras, preconiza-se a realização de 3 a 5, obtendo-se três manobras aceitáveis (duração de pelo menos 1,5 s e ausência de vazamentos). Entre as manobras aceitáveis, deve haver pelo menos duas reprodutíveis (diferença menor que 5% entre as duas superiores). Caso o valor mais alto surja na quinta manobra, o teste deve prosseguir até que a diferença máxima entre as duas maiores seja inferior a 5%. A baixa variabilidade pode não garantir que os esforços máximos tenham sido feitos. Deve-se respeitar um repouso mínimo de 1 min entre uma manobra e outra, para melhor equalização dos volumes e, consequentemente, das pressões máximas. o Tem sido demonstrado que o padrão respiratório e parâmetros do teste de função pulmonar são alterados com a posição do corpo e, em ambas as situações, os músculos respiratórios estão diretamente envolvidos. A posição de decúbito supino favorece o deslocamento cranial do diafragma em virtude da pressão exercida pelas vísceras abdominais sobre ele. Isso pode levá-lo a uma posição mais favorável na curva comprimento/tensão e a maior capacidade de gerar pressão. Entretanto, nesta posição, há redução das atividades tônica e fásica dos músculos escalenos, esternocleidomastóideos e intercostais paraesternais, e o aumento da força diafragmática é incapaz de compensar a perda da atividade desses músculos e a redução da complacência da parede torácica nessa posição. A posição sentada é a recomendada para medidas de PImáx e PEmáx, apesar de muitos pacientes serem avaliados no pós-operatório em posição semissentada. Em 2015, Costa et al. avaliaram os efeitos da posição do corpo sobre a força dos músculos respiratórios em 63 voluntários jovens (19,7 ± 1,5 ano) considerados saudáveis. As posições utilizadas foram: sentada, semiereta e supina. A ordem das três condições foi determinada aleatoriamente. Os autores observaram que a PImáx e a PEmáx foram mais elevadas na posição sentada do que nas posições supino ou semiereta. Rodrigues, M.M.D. G. Bases da Fisioterapia Respiratória - Terapia Intensiva e Reabilitação. Grupo GEN, 2018. 9788527733939. VALORES DE REFERÊNCIA DAS PRESSÕES RESPIRATÓRIAS MÁXIMAS Para homens: PImáx: y = -0,80 × idade + 155,3 PEmáx: y = - 0,81 × idade + 165,3 Para mulheres: PImáx: y = -0,49 × idade + 110,4 PEmáx: y = -0,61 × idade + 115,6
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