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Desenvolvimento sustentável na Shell

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
PÓS-GRADUAÇÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Daniela Marisa dos Santos Prates Procópio 
 
 
Trabalho da disciplina: Organizações Públicas e Legislação 
Tutor: Antônio Luís Draque Penso 
 
 
Araraquara - SP 
2020 
 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA SHELL 
 
 
Referências: Jane Wei-Skillern 
 
 
 
Jane WeiSkillern (2010) conta que a Shell entendeu ser preciso desenvolver 
estratégias de crescimento sustentável em 1994 quando estava abaixo financeiramente de seus 
concorrentes. Resolveu então revisar a estrutura, os negócios, a organização, relacionamentos 
e liderança da companhia. 
Wei-Skillern (2010) explica que os eventos que abalaram emocionalmente a empresa e 
aceleraram o processo de mudança foi o primeiro plano de afundar a boia de armazenamento 
de petróleo de Brent Spar, já desativada, no Atlântico Norte. Apesar de estudos confirmarem 
ser a opção mais segura, rápida e com menos custos, a Shell sofreu protestos do Greenpeace, 
atenção da mídia e sugestões de boicote com bombardeio de estações. Depois, as críticas 
sobre seus investimentos e operações na Nigéria, sendo a empresa omissa em relação ao 
regime militar corrupto no país. 
Para reconciliar as ideias de negócios de acordo com as expectativas do mundo 
atual, Wei-Skillern (2010) aponta que a empresa procurou atualizar os princípios e as 
maneiras de gerir e usá-los sistematicamente. A busca por dados envolveu diálogos em vários 
países, com ONGS, academias, líderes locais e órgãos do governo, pesquisas sobre o que era 
esperado e qual era a visão dessas pessoas sobre o grupo Shell. Hoje há maior demanda por 
resultados em vez de confiança cega. Enquanto quase metade das pessoas era favorável à 
Shell, 40% estava neutra e 10% acreditava que ela precisava melhorar sua resposta ao meio 
ambiente e sua atenção aos direitos humanos. 
Os conselhos de todas as empresas da Shell foram obrigados a adotar as políticas de 
procedimentos de saúde, segurança e compromisso ambiental, além dos novos princípios. 
Adotou- se controle estrito para que essa tarefa fosse prioridade, assim como foi criada a 
Comissão de Responsabilidade Social para analisar as condutas do grupo Royal Dutch/Shell. 
Em 1997 foi criada uma equipe de responsabilidade social que veio a se chamar Grupo 
de Desenvolvimento Sustentável, cuja tarefa foi elaborar o relatório de desempenho do grupo 
 
 
 
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quanto aos princípios de negócios e esquadrinhar uma estratégia de conexão de 
desenvolvimento sustentável. Uma Comissão de Desenvolvimento Sustentável composta de 
gerentes de nível executivo e chefes de funções de centros corporativos, de posse do relatório, 
fizeram um Painel de Desenvolvimento Sustentável com os gerentes seniores dos principais 
negócios e centro corporativo, ficando os gerentes incumbidos de desenvolver roteiros de 
cinco anos abarcando práticas sustentáveis, munidos de autonomia na decisão de como 
adaptá-las às suas unidades funcionais. 
Os componentes da estratégia de desenvolvimento sustentável da Shell indicados 
por Wei- Skillern (2010) eram: 
 
1. Relatório Anual do Desempenho econômico, social e ambiental. 
Os relatórios refletiam os resultados e seriam para conscientização externa e de cada 
um da equipe. O processo de verificação foi melhorando a cada ano, se tornando mais 
abrangente e superando as dificuldades de obtenção de dados precisos de maneira fidedigna. 
 
2. Estrutura de Administração de Desenvolvimento Sustentável que explica a 
admissão de práticas Sustentáveis. 
Criada em 1998 em seção cruzada dos gerentes do grupo, fundamentava-se em ligar 
elementos econômicos, ambientais e sociais em práticas de negócios, engaja mento de 
interessados, transparência e averiguação, identificando os interessados, os riscos e as 
oportunidades, definindo objetivos, estratégias, metas e planos, juntando recursos, 
monitorando as ações, revisando os resultados e liderando as equipes. 
A ferramenta foi distribuída em 1999 e ao a empresa ser questionada sobre o foco na 
sustentabilidade logo após anunciar seu pior desempenho financeiro da vida, a Shell 
respondeu que visava o longo prazo em seus negócios relacionados ao equilíbrio e 
sustentabilidade. O livreto como resumo (um manual com programa interativo) tinha estudos 
de caso delineadores das boas práticas. 
As empresas poderiam adaptar, experimentar, aprender e compartilhar suas 
experiências, com vistas a implementar o pensamento de desenvolvimento sustentável, sendo 
flexível quanto à velocidade e metodologia. 
 
 
 
 
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Outras empresas seguiram o exemplo, como a Oil Products e Renewables. 
 
3. Indicadores-chave de desempenho para monitoração 
Serviam para o julgamento da performance dos negócios, medidas adaptadas a cada 
realidade e direcionamento de avanços a fim de que os dados fossem verificados 
objetivamente e de forma independente para monitoramento pelas partes interessadas. 
Indicadores de desenvolvimento ambiental já haviam tido progresso na formação por 
grupos externos, mas as medidas sociais ainda estavam no início, e a Shell não quis esperar, 
começando a desenvolvê-las internamente. Procurou-se num primeiro momento identificar os 
testes e os critérios para definir bons indicadores, para que fossem capazes de conduzir os 
negócios de acordo com uma meta clara e a linhada às prioridades e preocupações. 
Da metade até o fim do ano foram feitas reuniões com interessados (acionistas, ONGs, 
organizações trabalhistas, acadêmicos e governo) para estabelecer componentes básicos da 
estrutura dos indicadores de desempenho e coletar opiniões, sugestões e críticas. Questões 
como o fato das estatísticas serem fracas medidas de julgamento e ênfase exagerada em 
sistema de gestão, além da qualidade de medição insuficiente e a necessidade de 
equilibrar quantidade e qualidade vieram à tona. 
Foram levantados dezesseis pontos-chaves, cinco deles relacionados ao retorno 
financeiro, ambiente, saúde, segurança já haviam sido revelados, enquanto os outros onze 
ainda estavam sendo testados e incluíam valores difíceis de medir, como satisfação, 
reputação, integridade e aceitabilidade e valores que seriam aprendidos pela pesquisa e 
aproximação das partes interessadas. 
Para desenvolver o pensamento sustentável, Wei-Skillern (2010) comenta que a Shell 
entendeu ser preciso limitá-lo a processos e criar uma compreensão e entusiasmo pela causa, 
fazendo as pessoas verem sentido por meio de práticas, liderança, recursos, ferramentas de 
gestão e integração das ideias à rotina empresarial. 
As grandes interrogações que Wei-Skillern (2010) conclui deixando são: será que essa 
estratégia foi eficaz? E quais serão os próximos desafios que a Shell enfrentará para avançar 
nesse aspecto?