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Maria Eduarda de Oliveira - P3 - UniFBV Wyden Bio. Molecular e Genética Mutações Genéticas É uma alteração, natural ou induzida, que ocorre no genoma, por algum agente mutagênico. Ela pode ocorrer tanto em células somáticas como nas germinativas. São a principal fonte de variabilidade genética e a base da evolução. 1. Genômicas: São alterações numéricas a. Aneuploidias b. Poliploidias 2. Cromossômicas 3. Inversão a. Duplicação b. Deleção c. Translocação 4. Gênicas a. Inserção b. Deleção c. Substituição: transversão e transição Causa das Mutações Espontâneas - Pareamento errado durante a replicação. - Escorregões no molde (problemas com regiões repetitivas). - Modificações químicas espontâneas - Perda de purinas - deleção - Perda do grupo amino Induzidas 1. Agente oscilantes: Causam alterações na cadeia do DNA, impedindo sua replicação 2. Agentes intercalantes: causam distorção física, seguida de remoção e erro na reparação. 3. Radiação Polimorfismos Genéticos São variações genéticas encontradas nas sequências de DNA, encontradas em ao menos 1% da população. As formas mais encontradas são por inserção, deleção e polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs). 1. Deleção e Inserção: Ocorre quando é acrescentado ou excluído um aminoácido da cadeia polipeptídica. E isto faz com que a proteína tenha um determinado aminoácido a mais ou a menos, mas ela não vai ter toda a sequência de aminoácidos alterada. 2. Substituição: É a substituição de uma base por outra, pode ser uma transição ou transversão. 3. Polimorfismos de nucleotídeo único São alterações encontradas em apenas uma única base. Possui uma frequência 1% na ≥ população e podem se localizar em várias regiões do gene: promotora, codificadora e não codificadora, são comuns no genoma humano e estão envolvidos em diversas doenças. Os SNPs na região promotora e codificadora têm maior probabilidade de modificar o funcionamento do gene e, consequentemente, a proteína formada. Características de um SNP: - Transição: purina-purina (A-G) pu pirimidina-pirimidina (C-T). - Transversão: purina-pirimidina ou pirimidina-purina (C-A, C-G, T-A, T-G) - SNP não sinônimo: não modifica o aminoácido - SNP sinônimo: modifica o aminoácido Tipos de Mutação 1. Mutação silenciosa/sinônima Maria Eduarda de Oliveira - P3 - UniFBV Wyden A substituição de uma base na trinca forma o mesmo aminoácido que a trinca original, não causando efeito no fenótipo, pois um mesmo AA pode ser formado por códons diferentes. Normalmente acontece na terceira base UUU UUC CGU CGC→ → Phe Phe Phe Phe→ → 2. Mutação não-silenciosa A substituição muda a proteína ou aminoácido codificado por um(a) de outra natureza, podendo inviabilizar o indivíduo, causando alterações no fenótipo, prejudicando ou mudando a função do gene. Normalmente na primeira ou segunda posição. UUU UGU CGU CAG→ → Phe Cys Arg Gln→ → 2.2 Substituição conservativa Troca o AA por outra com natureza química igual ao original, diminuindo a chance de uma alteração grave. Ácido - Ácido; Básico - Básico; Neutro - Neutro 2.3 Substituição não conservativa A natureza química do AA é diferente, podendo levar a uma grave alteração na estrutura da proteína. 2.4 Mutação sem sentido Produz um códon de parada (stop códon) no meio da sequência. (UAA, UAG, UGA) A substituição de uma base por um stop códon causa um encurtamento da proteína, deixando-o não funcional. 2.5 Mudança no quadro de leitura Pode haver uma inserção ou uma deleção e os códons podem continuar a serem lidos de 3 em 3 causando uma mudança na sequência de leitura dos aminoácidos que deveriam ser formados. Reparo A DNA polimerase possui a função exonuclease - tem a capacidade de voltar e corrigir um erro no pareamento. A probabilidade de mutação no DNA nuclear é menor do que no DNA mitocondrial, pois este não possui a capacidade de correção. Maria Eduarda de Oliveira - P3 - UniFBV Wyden Sistema ABO O sangue humano é expressado pelos alelos: IB IA I Quando ocorre a formação de células diplóides os alelos podem formar IAIA, IAi, IBIB, IBi, IAIB e ii. Nos alelos IA e IB, ocorre codominância, ou seja, ambos os alelos expressam-se, mas IA e IB são dominantes sobre o alelo i. Fenótipo Genótipo Anticorpo IA IA A Anti-B IA Ii A Anti-b IB IB B Anti-A IB Ii B Anti-A IA IB AB Nenhum i i O Anti-A Anti-B O tipo sanguíneo é determinado de acordo com a presença ou ausência de aglutinogênios e aglutininas. Aglutinogênio: São polissacarídeos da membrana plasmática das hemácias que agem como antígenos. Aglutininas: São anticorpos do plasma sanguíneo específicos contra determinados aglutinogênios. Indivíduos com genótipo IA IA ou IA Ii possuem aglutinogênio a em suas hemácias e aglutinina anti-b em seu plasma. Pessoas com genótipo IBIB ou IBi, por sua vez, apresentam aglutinogênio b em suas hemácias e aglutinina anti-a no plasma. Já o indivíduo com genótipo IAIB apresenta aglutinogênio a e b e não possui nenhuma aglutinina. Por fim, temos o indivíduo com genótipo ii, que não possui aglutinogênio, entretanto possui aglutinina anti-a e anti-b. Fenótipo de Bombaim - o falso “O” Esse fenômeno faz com que indivíduos com o genótipo dos grupos sanguíneos “A”, “B” e “AB” expressem o fenótipo do grupo sanguíneo “O”. Na Índia a prevalência desse fenótipo é de 1:10.000 e na Europa é de 1:1.000.000. A expressão dos genótipos do sistema sanguíneo ABO está relacionada com o lócus gênico denominado H, existente no cromossomo 19, onde está o alelo H (dominante) ou h (recessivo). O alelo H produz uma enzima (enzima H) que transforma uma substância precursora em antígeno H, que, por sua vez, é transformado em antígeno A ou B por ação, respectivamente, de enzimas sintetizadas sob o comando dos alelos IA ou IB. Como o alelo i é inativo, não promove qualquer transformação no antígeno H, que permanece presente nas hemácias dos indivíduos do verdadeiro sangue tipo “O”. Pessoas com o fenótipo Bombaim não produzem a enzima ativa (H) que transformaria a substância precursora em antígeno H. A ausência da enzima faz com que essas pessoas não apresentem os antígenos “A” e “B” nem o “H”, em suas hemácias, mesmo possuindo os alelos responsáveis pela síntese dessas substâncias. Maria Eduarda de Oliveira - P3 - UniFBV Wyden Então, indivíduos HH ou Hh (quase toda a população humana), são capazes de expressar os genótipos: ● IAIA ou IAi (sangue tipoA); [tem antígeno A e anticorpo B] ● IBIB ou IBi (sangue tipo B); [tem antígeno B e anticorpo A] ● IAIB (sangue tipo AB); [tem antígenos A e B e não tem anticorpos A e B] ● ii (sangue tipo O); [não tem antígenos A e B e tem anticorpos A e B] Indivíduos de composição genética hh por outro lado, são incapazes de promover essa transformação, não expressando, como consequência, os referidos genótipos, caracterizando, portanto, os falsos “O”. Fenótipo Bombaim não tem antígenos H na superfícies das hemácias e tem anticorpos H. Ser deficiente para a enzima H não causa doença. Mas se uma transfusão sanguínea for necessária, pessoas com fenótipo Bombaim podem receber sangue apenas de outros doadores que também são deficientes para a enzima H. Se pacientes com anti-H (fenótipo Bombaim) em sua circulação recebem transfusão de sangue que contém antígeno H (sangue do grupo O, por exemplo), podem correr o risco de sofrer uma reação hemolítica aguda transfusional. O teste para detectar se uma pessoa é realmente “O” ou falso “O” é feito aplicando-se o anticorpo anti-H em uma gota de sangue. ● Se houver aglutinação, o indivíduo é um “O” verdadeiro, ou seja, “ii”. ● Se não ocorrer aglutinação, ele é falso “O”, podendo ser IAIA, IAi, IBIB, IBi ou IAIB.
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