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CONCEITOS BÁSICOS DE DIETAS HOSPITALARES CONSISTENCIA E TIPO DE DIETAS MANAUS 1 2017 Ana Cristina Moura RA: N129FD-1 Andrey Rocha RA: N1342F-6 Domingos Santana RA: Elziane gomes RA: N17105-7 Felipe Castro RA: N13854-8 Mattheus Fontes RA: D346EG-7 Marinez Ribeiro RA: N15684-8 Raynei Gomes RA: D3251I-0 CONCEITOS BÁSICOS DE DIETAS HOSPITALARES CONSISTENCIA E TIPOS DE DIETA 2 MANAUS – AM 2017 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................3 2. CONCEITO DE DIETAS HOSPITALARES.........................................3 2.1 Dieta Normal...................................................................................5 2.2 Dieta Branda...................................................................................5 2.3 Dieta Pastosa..................................................................................6 2.4 Dieta Semilíquida............................................................................7 2.5 Dieta Líquida Completa...................................................................7 2.6 Dieta Líquida Restrita ou Cristalina.................................................8 3. NUTRIÇÃO EM CONDIÇOES DE OBESIDADE................................10 4. NUTRIÇÃO EM CONDIÇOES DE DESNUTRIÇÃO...........................13 5. NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE ALEGIAS E INTOLERANCIA ALIMENTARES (DOENÇAS CALÍACAS) ........................................15 6. NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE DIABETES MILLITUS DOENÇAS CARDIOVASCULARES.....................................................................16 7. NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE CANCER......................................19 8. NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE HIV................................................22 9. NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE ENTERAL E PARENTERAL........24 10. REREFÊNCIAS.................................................................................25 3 INTRODUÇÃO A alimentação do indivíduo deve ser adequada a seu estado nutricional corrente, para recuperar sua condição nutricional. A manutenção de um organismo saudável requer um plano alimentar para este fim, quando isso não ocorre, o organismo busca por mecanismo adaptativos para continuar a funcionar normalmente. Entretanto o organismo, possui ajustes de adaptação limitados e, caso não receba os nutrientes dos quais necessitam adequadamente ocorrerão consequências que se aliarão ao seu estado patológico, agravando ainda mais a sua situação. CONCEITO DIETAS HOSPITALARES Considera-se dieta um conjunto sistematizado de normas alimentares de um indivíduo, seja ele saudável ou enfermo. Augusto (2005) conceitua dieta como o padrão alimentar do indivíduo, diferentemente de cardápio, que corresponde a tradução culinária das preparações e da forma de apresentação das refeições e alimentos. Com bases nesses conceitos, as dietas empregadas a pacientes enfermos, conforme sua patologia, a alimentação considera, não só sua patologia, mais também todas as condições em que se encontra o indivíduo, tais como estado físico, nutricional e psicológico. Características como esta, podem receber dietas 4 diferentes, mesmo que alguns princípios sejam idênticos, diante disso, torna-se possível diferenciar uma alimentação normal e uma alimentação especial. A formulação da dieta procede alguns princípios básicos como: ● Hábitos de alimentação; ● Cultura; ● Nível sócio – econômico do paciente; ● Histórico clinico da patologia em questão; ● Estado analógico do trato gastrointestinal; ● Fornecimento de todos os nutrientes essências; ● Evolução sinérgica entre o plano alimentar e estado clinico. A dieta pode ser considerada normal, branda, pastosa, semi - líquida e líquida, em ordem progressiva da mais consistente e mais completa à menos consistente e mais restrita. DIETA NORMAL Destina-se ao paciente cuja condição clínica não exige modificações dietoterápicas, por não interferir no sistema digestório a na tolerância normal do paciente aos alimentos e por causar alterações metabólicas que exijam tais modificações. É um tipo de dieta elaborada com todos os alimentos normalmente acessíveis ao indivíduo e segundo sua preferência, em qualquer preparação com qualquer consistência. É, portanto uma dieta suficiente, completa, hormônica e adequada, sem nenhuma restrição, tem por finalidade fornecer calorias e nutrientes em quantidade diárias recomendadas por manter a saúde do indivíduo. Preparações indicadas: ● Saldas cruas ou cozidas; ● Carnes cozidas ou assadas, grelhadas, fritas; ● Vegetais crus ou cozidos em água, vapor, forno, refogados ou fritos; ● Sopas (todos os tipos); ● Bolos (todos os tipos); ● Frutas (cruas, em compostas, assadas, purê); 5 ● Sorvetes em restrições ● Óleos, margarinas e açúcar, conforme valor calórico. Modificações da dieta normal As dietas são modificadas, a partir da dieta normal, segundo alguns critérios químicos e físicos. Segundo Behar e Icaza (1972), a dieta modificada é aquela que, em qualquer de suas características físico – químico, deve ser ajustada a uma alteração de processo digestivo ou de funcionamento geral do organismo. DIETA BRANDA Este tipo de dieta intermediária da dieta normal e da dieta pastosa, possui consistência atenuada e menor quantidade de resíduos. Sua função é facilitar e diminuir o tempo de digestão. É prescrita em alguns casos de pós operatório, algumas afecções gastrintestinais (aquelas em que a motilidade gástrica e a ação química do trato digestivo está debilitada), para paciente com problemas de mastigação, e em casos de diminuída absorção, quando os alimentos ingeridos devem ter desagregação facilitada. Preparações indicadas: ● Salada cozida (vegetais cozidos temperados com molhos simples); ● Carnes frescas cozidas, assadas e grelhadas; ● Vegetais cozidos no forno, água, vapor e refogados; ● Ovo cozido, pochê ou quente; ● Frutas (sucos em compostas, assadas, ou bem maduras, sem casca); ● Torradas, biscoitos, pães enriquecidos (não integrais); ● Pastelaria de forno, bolo simples, soverte simples; ● Sopas; ● Óleo vegetais, margarinas ● Gordura, somente para cocção, não para gordura; ● Evitar alimentos flatulentos. DIETA PASTOSA 6 Sua finalidade é favorecer a digestão em situações especiais com acontecimentos de fases mecânicas do processo digestivo, como falta de dentes, dificuldade de deglutição e ainda em fases críticas de doenças crônicas, como insuficiência cardíaca e respiratória. Esta dieta, assim como a dieta branda visa proporcionar certo repouso digestivo, porém em consistência menos sólida é mais tenra (Augusto, 2005). Preparações indicadas: ● Leites derivados (queijos cremosos, naturais ou coagulados); ● Carnes (magra bovina, ave e peixe), moídas, desfiadas, suflês; ● Ovo (quente, pochê, cozido); ● Frutas (cozidas, em purê, em suco); ● Sopas (massas, legumes, liquidificados, farinha e canja); ● Arroz papa; ● Óleos vegetais, margarinas, cremes de leite; ● Pão e similares (torradas, biscoitos, bolachas) ● Sobremesas (sorvete simples, geleia, doce em pasta, pudins, cremes, arroz doce, fruta cozida, bolo simples). DIETA SEMILIQUIDA Caracteriza-se por preparos de consistência espessada e contribui-se de alimentos líquidos e semi–sólidos,cujas partículas encontram-se em emulsão ou suspensão. Tem por finalidade proporcionar repouso digestivo ou atender as necessidades do paciente quando alimentos sólidos não são bem tolerados. Evita a mastigação e possui pouco resíduo, o que, exige o mínimo de trabalho digestivo. É ideal que as preparações apresentam ouça viscosidade e que todos os alimentos sejam de fácil digestão. Os alimentos sólidos são adicionados às líquidas para espessar e enriquecer caloria e nutrientes nas preparações. Podem ser incorporados: ● Mono e dissacarídeos..............................................até 20% ● Dextrinas..................................................................10% ● Farinhas....................................................................15% 7 ● Pectina, fécula de amido e batata.............................5% Além de clara e gema de ovos, hidrolisados, proteicos comerciais, óleos vegetais, creme de leite e outros. Preparações indicadas: ● Água e infusos (chá, mate, café); ● Sucos (de carne, verduras e frutas) coados; ● Purê de vegetais; ● Caldos de carne e vegetais (desengordurados); ● Sopas espessadas, liquidificadas e sopas – creme; ● Leite ou coalhada, creme, queijos cremosos e margarina; ● Frutas em papa ou liquidificadas; ● Sobremesa: sorvetes, gelatinas, pudins, cremes e farinhas. DIETA LÍQUIDA COMPLETA É totalmente composta por preparações líquida na temperatura corporal, as quais são adicionadas substâncias que permaneçam dissolvidas. Objetivamente fornecer nutrientes de uma forma que exija um mínimo de esforço, nos processos digestivos e absortivos (pós-operatório, casos graves de infecção, transtornos gastrintestinais, etc.) e é indicada quando se deseja obter repouso gastrintestinal maior que nos casos anteriores). A dieta líquida propicia pouca sociedade, por isso deve ser administrada de duas em duas horas com quantidade de açúcar mantida no mínimo para não provocar fermentação e flatulência. A fim de não haver distensão abdominal, o volume também costuma ser controlado, se a dieta for administrada em situações em que não seja necessária a restrição hídrica do paciente pode ser alimentado mesmo durante a noite, caso sinta fome, ou para complementação de suas necessidades nutricionais. A dieta líquida completa é fundamentalmente à base de leite, que é a maior fonte proteica líquida, e de bebidas à base de leite; é podre em resíduo, porém é mais rica neste do que a dieta liquida restrita. Em casos de intolerância à lactose, provavelmente será mais difícil alcançar as necessidades calóricas e nutritivas do 8 paciente, podendo então ser utilizados isentos de lactose, tais como leite de soja ou preparações proteicas que não sejam à base de leite, com o mingau de frango. Preparações indicadas: ● Leite, leite gelificado, iogurte, creme de leite, queijo cremoso; ● Sobremesas: gelatina, geleia de mocotó, pudins, sorvetes; ● Bebidas: chá, café, chocolate, mate, bebidas, não gasosas, gemada, sucos de frutas e de vegetais coados; ● Cereais: papa de cereais (podem ser adicionados às bases liquidas); ● Sopas: sopas de vegetais peneiradas, sopas cremosas coadas, caldo de galinha, de carne, caldo de feijão; ● Avo quente; ● Gorduras: óleos vegetais, margarina, creme de leite; ● Alimentos espessantes: farinha pré cozida de arroz, trigo, milho, isolados, proteicos, clara de ovo, etc. DIETA LÍQUIDA RESTRITA OU CRISTALINA Consiste, basicamente de água, líquido límpidos e carboidratos. Por não conter leite e outras preparações, o seu valor nutritivo e calórico é muito baixo. Geralmente, é empregada no pós- operatório (24 horas a 36 horas), a fim de hidratar a proporcionar o máximo de repouso gastrintestinal, este, por conta de sua quantidade mínima de resíduos. Possui em torno de 500Kcalk e, por isso, deve evoluir rapidamente para dieta líquida completa. Deve ser administrada de duas em duas horas (ou menos), para hidratar os tecidos, e haver monitorização do volume para evitar a distensão abdominal. Preparações indicadas: ● Água e infusos adocicados (chá, café, mate) com açúcar e dextrosol (glicose de milho) e bebidas carbonadas; ● Sucos de frutas coados; ● Caldo de carne e de legumes coados; 9 ● Sobremesas: geleia de mocotó, gelatina, sorvete ou picolés à base de suco de frutas coadas, sem leite. NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE OBESIDADE A obesidade acontece quando o organismo acumula o excesso de energia ingerida e não utilizada, na forma de gordura. Esse acúmulo pode ser mais ou menos fácil, de maior e menor intensidade, segundo diversos fatores que aconteceram e acontecem na vida da pessoa. Quando a pessoa já é obesa o tratamento é adequar o ingerido ao que é gasto para que não haja reserva. Para isso é fundamental uma orientação nutricional associada à prática de atividade física. Infelizmente, a obesidade tem se apresentado de forma cada vez mais 10 frequente entre nós, em todas as faixas etárias. Sabe-se hoje que no Brasil 1 em cada 4 crianças e 1 em cada 2 adultos têm excesso de peso, respectivamente. O tratamento da obesidade envolve várias etapas da orientação nutricional, sempre estimulando atividade física, que para criança pequena significa brincar e para os maiores pode incluir até atividades competitivas, sem exageros. Na orientação nutricional é importante que aconteça por etapas e individualizado. Começar pelas tarefas: ● Desfazer mitos e crenças. Exemplo: só comer frutas e verduras, chocolate engorda, alface emagrece, dieta da lua, remédios. ● Organizar os horários das refeições, as refeições devem ser em número de 5 a 6 ao dia, de 3/3hs. ● Mudar o comportamento: comer devagar (mastigar bem), não comer na frente da TV, não pular refeição, não trocar refeição por lanches. ● Aos poucos, reduzir a quantidade de alimentos que estão em exagero e os ricos em açúcar e gordura. Não há alimentos proibidos mas alguns (exemplos: guloseimas) devem ser consumidos com moderação. ● Quando tudo estiver indo bem, aí sim é hora de introduzir os alimentos que a criança não gosta e que faltam na alimentação (Exemplos: verduras cruas em todas as refeições) ● Todas as etapas devem ser acompanhadas de estimulo à atividade física, o ideal seria que a criança usasse 60 minutos por dia para brincar, andar de bicicleta, passear no parquinho, caminhar, andar com o cachorro. Coisas simples, mas que ajudam muito no tratamento e prevenção do excesso de peso. Quando uma criança tem excesso de peso a chance dela se tornar um adulto obeso é de mais de 30%. Por isso a prevenção do ganho de peso excessivo é a melhor estratégia para se evitar a obesidade e os problemas a ela relacionados para isso é fundamental, desde muito cedo: 11 ● Acompanhamento regular do ganho de peso, índice de massa corporal e alimentação da criança. ● Respeitar a saciedade da criança, ela não deve ser forçada a comer se não está com fome. Mesmo bebês têm capacidade de regular sua vontade de comer. ● Ingestão adequada de proteína – ingestão excessiva de proteína em bebês é um dos fatores mais importantes que se associa o aumento do risco deobesidade no futuro. O leite de vaca, por exemplo, têm 5 vezes mais proteína do que o leite materno. ● A família precisa adequar seus hábitos alimentares para que a criança desde sempre tenha uma alimentação adequada. Os pais são modelo. ● Estimular a prática de exercícios ao ar livre as brincadeiras e atividade física regular. Evitar o sedentarismo, horas e horas de TV, computador e videogame. A pessoa obesa tem maior probabilidade de desenvolver doenças como diabetes, hipertensão arterial, enfarte e problemas na coluna. Perder peso é um processo que demora tempo e exige força de vontade e autocontrole. ALIMENTOS ACONSELHADOS: ● Leite, iogurte natural ou magro e queijo branco ● Pão integral, cereais com fibras e torradas ● Manteiga e azeite em quantidades moderadas ● Arroz ou massa integral (3 colheres de sopa/dia depois de cozido) ● Duas batatas pequenas/dia ● Carnes magras e sem pele ● Peixe e carnes vermelhas sem gordura ● Molhos com legumes ou tomate ● Aumento do consumo de vegetais frescos, legumes e frutas ● Preferir grelhados, cozidos ou assados ● Chás digestivos ● Comer um iogurte com duas bolachas Maria ou integral a meio da manhã e da tarde ● Utilizar para temperar ervas aromáticas e condimentos ALIMENTOS NÃO ACONSELHADOS ● Açúcar, mel, compotas ● Leite gordo e queijo amarelo ● Carnes gordas e defumadas 12 http://www.conhecersaude.com/dietas/3045-Dieta-para-doentes-diabticos.html http://www.conhecersaude.com/dietas/3048-Dieta-para-doentes-com-hipertenso-arterial.html http://www.conhecersaude.com/dietas/3048-Dieta-para-doentes-com-hipertenso-arterial.html http://www.conhecersaude.com/idosos/3043-insuficiencia-cardiaca.html ● Molhos com maionese, Ketchup, manteiga ● Não consumir mais do que dois ovos por semana ● Conservas e enlatados ● Comidas pré–confeccionadas ● Fritos e refogados ● Doces, salgados, gelados e chocolates ● Sumos industrializados NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE DESNUTRIÇÃO Desnutrição é definida como o desequilíbrio nutricional que ocorre em indivíduos que se alimentam de forma incorreta. A alimentação incorreta pode ocorrer por causa de dietas radicais, má absorção de nutrientes, falta de alimentação diversificada (rica em nutrientes), alimentos em más condições de 13 serem ingeridos. A desnutrição pode ser controlada de acordo com a situação de cada indivíduo, o controle pode ser feito em casa quando não há complicações graves ou no próprio hospital quando o indivíduo já possui complicações de necessitam de maiores cuidados. A desnutrição infantil é um dos grandes problemas a desafiar todos aqueles que batalham pelo bem-estar e saúde dos brasileiros, tendo se tornado cada vez mais comum nos imensos bolsões de pobreza espalhados em todos os setores da vida nacional. Ela pode ser o resultado de pouca alimentação ou alimentação excessiva. A desnutrição pode ser primária ou secundária, a depender do que causou o problema. Entre as causas primárias estão comer pouco ou comer mal. Ou seja, ter uma alimentação em quantidade ou qualidade insuficiente em calorias e nutrientes. Já entres as causas secundárias há a ingestão insuficiente de alimentos por fatores externos, que podem estar demandado um gasto energético maior do corpo, ou impedindo a pessoa de absorver os nutrientes e se alimentar corretamente. Alguns exemplos são presença de verminoses, câncer, anorexia, alergia ou intolerância alimentar, digestão e absorção deficiente de nutrientes. Causas da desnutrição pode surgir como resultado de: ● Carência de comida ● Distúrbios ou fármacos que interferem na ingestão de alimentos, no processamento (metabolismo) ou na absorção de nutrientes ● Aumento da necessidade de calorias. O uso de determinados fármacos também pode contribuir com a desnutrição. Vários fármacos diminuem o apetite. Por exemplo, fármacos usados no tratamento de pressão sanguínea alta (como diuréticos), insuficiência cardíaca (como digoxina) ou câncer (como cisplatina). Alguns fármacos provocam náuseas, diminuindo o apetite. Outros (como a tiroxina e a teofilina) aumentam o metabolismo e há os que ainda podem interferir na absorção de determinados nutrientes no intestino. Além disso, interrupção de certos fármacos (como os ansiolíticos e os antipsicóticos) ou o consumo de álcool pode levar à perda de peso. 14 A ingestão excessiva de álcool, que possui calorias mas baixo valor nutricional, diminui o apetite. Como o álcool danifica o fígado, pode também interferir na absorção e no uso de nutrientes. O hábito de fumo atenua o paladar e o olfato, tornando o alimento menos atraente. O fumo também parece causar outras alterações no corpo que contribuem para um baixo peso corporal. Por exemplo, o fumo estimula o sistema nervoso simpático, que aumenta o uso de energia do corpo. Nos idosos, vários fatores, incluindo mudanças no corpo relacionadas à idade, atuam juntos para provocar desnutrição. Plano Alimentar: Primeira fase Dietas líquidas leves de fácil digestão. Adicionar suplementos proteicos aos sucos, sopas, leite. Peça ao paciente para lhe sugerir algo que lhe apeteça. Segunda fase Os alimentos devem ser de fácil digestão com boa tolerância do paciente. Boas fontes proteicas. Valor alimentar concentrado, como cereais, batatas, cremes, sorvetes, leite, ovos. Carne e vegetais folhosos devem ser introduzidos assim que tolerados. Alimentação entre as refeições devem ser incluídos, com líquidos que forneçam proteínas e calorias, como por exemplo, leite maltado, suco com açúcar. Ir aumentando as calorias (200 Kcal)e proteínas (até 1,5 grs./kg) assim que o paciente estiver com seus sistemas estáveis. Alimentos funcionais e antioxidantes devem fazer parte do plano alimentar. A preocupação nesse momento é uma nutrição adequada que se possível se priorize a ingestão oral, mesmo que em pouca quantidade para melhorar a absorção e resposta imunológico. 15 NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE ALEGIAS E INTOLERÂNCIA ALIMENTARES (DOENÇAS CELÍACAS) Alergias e intolerâncias alimentares, ambas as condições desencadeiam reações e sintomas que perturbam o normal funcionamento do organismo, quando ingerimos determinados alimentos, mas envolvem mecanismos diferentes. A alergia alimentar consiste numa reação adversa que ocorre quando o sistema imunológico reconhece erradamente um determinado alimento como uma entidade agressora ao organismo. A fração desse alimento que é responsável pela reação alérgica denomina-se alergênico (geralmente uma proteína) e as manifestações ocorrem sempre que há a exposição ao mesmo, por via oral (ingestão) e em alguns casos aérea (inalação de vapores) ou por contato cutâneo. A prevalência de alergia alimentar é mais elevada entre crianças do que em adultos, estimando-se que afete 6 por cento da população infantil e 3 a 4% da população adulta. A intolerância alimentar caracteriza-se por uma reação adversa, reprodutível, que ocorre após a exposição a um determinado alimento. Ao contrário da alergia alimentar não envolve o sistema imunológico. A intolerância à lactose é um exemplo desta condição, que se caracteriza pela incapacidade do organismo digerir a lactose, um açúcar naturalmente presente no leite. As manifestações da intolerância à lactose incluem diarreia, flatulência e dor ou desconforto abdominal. Pessoas com intolerância à lactose, ao contrário da alergia ao leite, toleram,geralmente, iogurtes e leites fermentados, queijo, manteiga e outros derivados. A doença celíaca é uma doença autoimune que afeta entre 1-2% da população e que se caracteriza por uma reação imunológica contra o próprio intestino delgado perante a ingestão de glúten. O glúten é uma substância constituída por proteínas que se encontram naturalmente presentes em alguns cereais, nomeadamente o trigo, o centeio, a cevada e a aveia. A alergia ao trigo difere da doença celíaca, no sentido em que a primeira se trata de uma reação imunológica contra o alergênico e não contra o próprio organismo, as manifestações 16 clínicas desta doença incluem diarreia e dores abdominais, anemia, osteoporose, problemas neurológicos e alterações cutâneas. NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE DIABETES MILLITUS DOENÇAS CARDIOVASCULARES A Diabete Millitus é uma doença cuja principal característica é o aumento de açúcar no sangue, ela altera o metabolismo do açúcar, da gordura e da proteínas. A mesma se manifesta quando o corpo não produz a qualidade essencial de insulina para que o açúcar do corpo se mantenha normal. Existe dois tipos de diabetes Millitus, que são: Tipo I: Esse tipo se manifesta principalmente em crianças e adolescentes. Nela, o pâncreas do indivíduo produz pouca insulina ou nenhuma, pois as células betas, que são as que produzem a insulina são destruídas de uma forma irreversível e é necessário receber injeções diárias de insulina. Deve controlar a insulina, a alimentação e fazer e fazer exercícios. Tipo II: Também aparece em crianças e jovens, é mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas. Neste tipo o pâncreas continua a produzir a insulina, mais neste caso é o organismo que se torna resistente aos seus efeitos. Esse tipo de diabetes é comum também para quem tem casos na família. Dietas para diabéticos A dieta ideal para quem tem o problema varia de cada pessoa. Um plano alimentar completo só pode ser oferecido se a pessoa fizer uma visita a um profissional qualificado, que observará os níveis glicêmicos e de colesterol, o peso, a atividade física do paciente e suas preferências alimentares. Entretanto, algumas recomendações são iguais para todos, como fazer seis refeições (três principais e três lanches). 17 As evidências científicas têm demonstrado que um bom acompanhamento nutricional promove redução de 35 a 70 mg/dl do total da glicose sanguínea. Quando associados a outras intervenções esses valores podem baixar ainda mais. Como deve ser a base da dieta do Diabetes mellitus? Carboidratos (CHO) ————————CHO totais: 45% – 60%. Não < 130 g/dia Sacarose————————————– Até 10% Frutose—————————————- não se recomenda adição nos alimentos Fibra alimentar—————————— Mínimo de 20 g/dia ou 14 g/1000 kcal Gordura total (GT) —————————Até 30% do VET Ác. Graxos saturados (AGS) ————– < 7% do VET Ác. Graxos trans. (AGT) ——————— < 2 g Ác. Graxos poli-insaturados (AGPI) —— Até 10% do VET Ác. Graxos monoinsaturados (AGMI) —- Completar de forma individualizada Colesterol—————————————- < 200 mg/dia Proteína —————————————– 15% – 20% do VET Sódio ——————————————— Até 2400 mg A forma preferencial de preparo deve ser os grelhados, assados, cozidos ou mesmo crus. Os alimentos diet/zero/light podem fazer parte do plano alimentar mas não devem ser usados de maneira exclusiva como é visto no dia a dia. 18 Doenças Cardiovasculares são uma classe de doenças que afetam o coração ou os vãos sanguíneos. Entre estas doenças então as doenças arteriais coronárias, como a angina de peito e o enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular celebrais (AVC). A evidência científica demostra que fatores alimentares e nutricionais são fundamentais na etiologia da doença cardiovascular. Por isso, qualquer prevenção ou tratamento dos fatores de risco cardiovasculares passa inevitavelmente pela implementação de uma alimentação saudável e equilibrada. São várias as condições alimentares/nutricionais que podem contribuir para reduzir o risco de eventos cardiovasculares. ● Consumo adequado de hortirfrutícolas; ingestão reduzida de gordura saturada, trans e colesterol; ● Consumo de ácidos gordos ómega 3 provenientes do peixe; ● Consumo reduzido de sal; ● Ingestão moderada de álcool etílico (bebida alcoólica). 19 NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE CANCER A relação entre câncer e estado nutricional tem sido estudada desde Shields Warren propôs que a má nutrição era a principal causa de morte por câncer. A desnutrição potéico-calórica acarreta diminuição da qualidade de vida, da sobrevida e da tolerância ao tratamento. A síndrome de caquexia neoplástica caracteriza-se por anorexia, disfunção imune, diminuição de nutrientes, e posteriormente de alterações metabologias que diferem das observadas no jejum prolongado e afetam praticamente todas as vias metabologias. A alterações no metabolismo dos carboidratos se manifestam, através da intolerância à glicose e pela resistência periférica a ação da insulina. Depleções proteicas manifestam-se como atrofia do musculo esquelético e órgãos viscerais, miopatia e hipoalbuminemia, o que coloca o hospedeiro em risco para o reparo inadequado das feridas, aumenta a suscetibilidade às infecções e diminui a capacidade de funcional. O metabolismo lipídico encontra-se alterado, com depleção de reserva de gordura e níveis elevados de lipídios circulares. A avaliação nutricional adequada é fundamental para identificação destes pacientes, avaliação do grau de desnutrição e da resposta ao tratamento. As estratégicas de tratamento deve objetivar reverter a desnutrição associada a tratamento, devendo ser instituída tão logo seja diagnosticado alteração do estado nutricional. O suporte nutricional em paciente com câncer deve ser empregada de forma racional, individual e depende da identificação dos pacientes que se encontram desnutridos, ou que em função do tratamento correm o risco de desenvolver desnutrição grave. 20 Benéfico da nutrição . Há mais de meio século se reconhece que o paciente com câncer que emagrece de forma involuntária (perdedor de peso) apresenta perspectivas menos auspiciosas que aquele que mantém ou aumenta seu peso corporal (não perdedor). A qualidade de vida, a tolerância e a resposta aos tratamentos administrados, e em muitos casos também a sobrevida, estão diretamente subordinadas a um estado nutricional satisfatório. Neste sentido, justifica-se uma preocupação permanente com a adequação nutricional numa pessoa afetada por uma doença cancerosa. Benefícios da Terapia Nutricional no Câncer ● Melhora do estado funcional (capacidade de se locomover, realizar tarefas do cotidiano); ● Melhora da força muscular; ● Combate à caquexia (consumo acelerado dos tecidos do organismo; ● Melhor tolerância à cirurgia; ● Menos interrupções da quimioterapia e radioterapia; ● Melhora da qualidade de vida; ● Melhora da sobrevida. Seja por meio de quimioterapia, radioterapia, o tratamento do câncer pode provocar efeitos colaterais que interferem até na alimentação do paciente. "O tumor e o tratamento fazem o metabolismo da pessoa gastar maisenergia e, ao mesmo tempo, perder o apetite, o que pode provocar desnutrição". Náuseas, enjoos e desarranjos intestinais: ● Evite beber líquidos durante as refeições. ● Evite alimentos gordurosos e frituras. ● Não fique muitas horas sem se alimentar, pois com estômago muito tempo vazio haverá aumento do enjoo. ● Chupar picolé de fruta cítrica (por exemplo, limão) pode diminuir o enjoo. 21 http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tumor http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tumor http://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer http://www.minhavida.com.br/saude/temas/desnutricao Falta de apetite ● Prepare pratos visualmente atrativos, bem coloridos e de consistência que facilite a deglutição pelo paciente. Acrescentar novos alimentos também ajuda no estímulo para se alimentar. ● Coma devagar e em ambiente apropriado. ● Faça refeições mais leves, fracionadas a cada 3 horas. Dificuldade para engolir ou dor na boca ● Dê preferência aos alimentos de fácil mastigação e deglutição (gelatinas, mingau, purês, suflês, pudins). Sucos e vitaminas de frutas batidas no liquidificador são opções interessantes. ● Fazer bochechos com solução de bicarbonato de sódio a 3% após cada refeição pode diminuir a acidez da boca e diminuir a dor bucal. ● Evite alimentos muito ácidos, muito salgados e condimentos picantes. ● Alimentos de consistência muito dura também podem atrapalhar. 22 NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES DE HIV Uma boa nutrição e cuidados com a alimentação são condições essenciais para um sistema imunológico saudável. No entanto, a pessoa com HIV/ AIDS podem ter dificuldades em assegurar uma boa nutrição por um conjunto de razões. Tanto o próprio vírus HIV quanto os medicamentos utilizados podem causar multiplicidade de problemas que afetam a saúde nutricional do portador. Náuseas crônicas, alteração do paladar, perda de apetite, dificuldade em mastigar ou engolir são fatores que influenciam o baixo percentual de adequação das necessidades nutricionais. Ainda assim, mesmo quando o portador é capaz de comer e beber pode haver uma diminuição da quantidade de nutrientes absolvidos devido às diarreias. A infecção de HIV descontrolada pode também aumentar a taxa metabólica, resultando em necessidades energéticas elevadas. Todos estes problemas de má absorção e aumento das necessidades energéticas e nutricionais podem levar a uma rápida perda de peso. Esta perda de 23 peso, sobretudo de proteínas musculares, provoca um elevado cansaço, além de reduzir a capacidade do sistema imunológico combater infecções e doenças. Indicações de alimentação para aliviar os transtornos comuns Perda de peso: Para prevenir ou reverter a desnutrição, é necessário ter uma alimentação balanceada. Os alimentos ricos em proteínas, como carnes, alimentos lácteos, ajudam a reconstruir os músculos e estimular o sistema imunológico, enfraquecido pelo HIV. Além disso, o consumo de gorduras saudáveis (polinsaturadas e monoinsaturadas) também promove o ganho de peso. Contudo, o consumo elevado de gordura não é recomendado em casos de diarreia. Perda de Apetite: as náuseas e as mudanças causadas pela medicação podem causar um decréscimo ou mesmo perda do apetite. Nesse caso, é importante consumir refeições pequenas e frequentes, uma vez que o organismo consegue tolerar melhor esta forma de alimentação. Também deve-se preferir alimentos de mais fácil aceitação, como batatas cozidas, iogurte e aveia. É necessário evitar líquidos durante as refeições e comer alimentos de ata densidade energético-proteico. Diarreia: A diarreia pode ser causada por infecções ou alguns tipos medicação. Nesses casos, é melhor evitar leite e derivados (iogurte e queijo) e substituir por leite de soja e derivados. Alimentos ricos em gordura como frituras, bolos, salsichas, molhos e outros podem agravar a diarreia. É necessário evitar alimentos ricos fibras insolúveis (folhas, frutas com bagaço e casca e cereais integrais) e preferir fibras solúveis (aveia, maça). E para prevenir a desidratação, deve-se beber bastante líquido (água, água de coco, bebidas Isotônicas), sempre de acordo com a orientação do nutricionista. É importante seguir diretrizes básicas de precaução e segurança alimentar, tais como: Lavar as mãos antes de uma refeição; O manipulador de alimentos deve ter cuidados de higiene; 24 Descongelar os alimentos congelados na geladeira ou num forno micro-ondas, e não à temperatura ambiente; Higienizar corretamente as frutas cruas e as saladas cruas; Além disso, o consumo de alimentos funcionais tem apresentado resultados positivos na resposta imunológica e na prevenção das alterações metabologias resultantes da terapia antirretroviral. Como: Ácidos graxos ômega 3, encontrados em peixes, algas marinhas e na linhaça, e ácidos graxos ômega 6, encontrados em óleos, vegetais (soja, girassol e oliva): interferem na coagulação sanguínea, controle do processo inflamatório e na melhora da massa corpórea magra; Alicina, aliína e sulfeto de dialina, encontrados no alho; tem função hipotensora, fibrinolítica, anticoagulante e reduzem o colesterol; É importante lembrar que funcionalidade dos alimentos depende da qualidade ingerida diariamente e da forma de preparo. NUTRIÇÃO EMCONDIÇÕES DE ENTERAL E PARENTERAL Pouca gente sabe, mais pacientes que se encontram internados tem 30% de chance de tornarem-se desnutridos nas primeiras 48 horas de internação, e até o sétimo dia, essa porcentagem pode aumentar até 45%. Segundo a Sociedade Brasileira de Nutrição Parental e Enteral, a situação é mais insegura para pacientes com infecções graves, recém-operados ou com traumatismos. A desnutrição pode levar à perda de massa magra, diminuindo cicatrizações e aumentando o risco de infecções, podendo trazer sérios problemas que podem até 25 levar a óbito. Por essas e outras razões, é necessário cuidar dedicadamente da nutrição os pacientes e recorrer a terapia nutricional. Nutrição Anteral: quando o paciente não consegue se alimentar por via oral (boca), a ingestão dos alimentos pode ser feita através de uma sonda (passagem naso/ orgástica) posicionada ou implantada no estomago, no jejuno ou no duodeno. Nesse caso, os alimentos estão na forma líquida ou em pó e tem o mesmo valor nutricional de uma refeição equilibrada. Nutrição Parenteral: é a alimentação administrativa por via endovenosa. Pode fornecer parte ou a totalidade das necessidades nutricionais de uma pessoa. Esse tipo de alimentação tem finalidade de complementar ou, ainda, de substituir o fornecimento via oral ou enteral de nutrientes como: glicose, proteínas, sais minerais, eletrólitos, água e vitaminas e possibilita, assim, a manutenção da homeostase, pelo suprimento de aminoácidos e calorias. REFERÊNCIAS 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA. Critério de classificação econômica Brasil: ABEP, 2012. Disponível em: <http://www.abep.org/codigosguias/ABEP_CCEB.pdf>. Acesso em: 8 fev. 2012. 2. BRASIL, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Instituto Brasileiro de Geo- grafia e Estatística, Pesquisa de orçamentos familiares2002-2003. Análise da disponibilidade domiciliar de 26 http://www.abep.org/codigosguias/ABEP_CCEB.pdf alimentos e do estado nutricional no Brasil, Rio de Janeiro: IBGE, 2004a. 27 28 29 30 31 32 33
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