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Tutoria_SP5

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Objetivo Geral: Proporcionar uma reflexão sobre a gestão em saúde pública no que 
tange a prevenção de doenças e suas complicações através da imunização. 
 
1) Discutir os mecanismos dos imunobiológicos e a fisiopatologia do sistema 
imune na infância. 
• O sistema imunológico do recém-nascido apresenta habilidade limitada em 
montar uma resposta efetiva do ponto de vista quantitativo e qualitativo contra 
patógenos invasivos, implicando mais suscetibilidade a infecções. Sabe-se 
que quanto menor o período gestacional, menos desenvolvido será o sistema 
imunológico ao nascimento, de forma que recém-nascidos prematuros 
extremos (<28 semanas) apresentam risco 5-10 vezes mais alto de infecção 
que o recém-nascido a termo. 
• O neonato é altamente dependente da transferência materna passiva de 
anticorpos no início da vida fetal e neonatal. O desenvolvimento imunológico 
somente estará completo na infância tardia. O leite materno é um exemplo 
importante de transferência de imunidade passiva no período pós-natal. Ele 
possui funções antimicrobianas, anti-inflamatórias e imunorreguladoras. 
Contém a IgA secretora, que coloniza o trato gastrintestinal e respiratório do 
neonato, células ativas (fagócitos, células natural killer e linfócitos), citocinas 
(IL-4, IL-6, IL-8, IL-10) além de lisozima, lactoferrina, peroxidase e lípides 
antimicrobianos. 
• O neonato é altamente dependente da transferência materna passiva de 
anticorpos, quanto menor o período gestacional, menos desenvolvido será o 
sistema imunológico, um estudo apresenta que crianças menores que 28 
semanas, apresentam 5-10 vezes mais alto risco de infecção 
2) Demonstrar a influência nutricional, de doenças e 
medicamentos na integridade do sistema imune. 
• Em situações de desnutrição, levando em conta a desnutrição proteico-
energética é consequência de baixa ingestão de alimentos e resulta em 
deficiência de calorias e aminoácidos 
o A imunidade inata e a adquirida são reguladas por uma grande rede de 
comunicação química, que inclui a síntese de células apresentadoras 
de antígenos, imunoglobulinas. O sistema imunológico é dependente 
de uma adequada oferta de aminoácidos para a síntese de proteínas 
e polipeptídios, bem como outras moléculas com grande importância 
biológica. Algumas consequências de deficiências nutricionais são a 
redução de anticorpos humorais e da superfície de mucosas, da 
imunidade celular, da capacidade bactericida de fagócitos, da 
produção de complemento, do número total de linfócitos, do equilíbrio 
dos subtipos de linfócitos T e dos mecanismos inespecíficos de defesa 
• Agora sobre a questão sobre a influência de medicamentos, podemos citar os 
que combatem as doenças autoimunes, que é quando o próprio sistema 
imunológico da pessoa ataca seus tecidos. Nessa situação, são utilizados 
fármacos que suprimem o sistema imunológico. 
3) Diferenciar imunidade ativa e passiva, inata e adquirida, usando como 
exemplo as formas de imunização disponível. 
• Imunidade ativa: 
o É resultante da exposição do corpo a patógenos, seja esse um vírus 
ou uma bactéria. Ou seja, é a imunidade responsável por gerar 
anticorpos que combatem a doença depois que essa está em contato 
com o organismo. 
o Podendo ser por contato direto com a doença ou mediante uma vacina 
• Imunidade passiva: 
o Ela é basicamente “dada” ao corpo. Ou seja, ao contrário da vacinação, 
que induz a produção de anticorpos no corpo, a imunidade passiva 
consiste no recebimento de anticorpos. Isso acontece em situações 
muito específicas: no útero, entre a gestante e o bebê, ou de forma 
artificial, a partir da imunoglobulina humana combinada, a 
imunoglobulina humana hiperimune e o soro heterólogo. 
• Imunidade inata: 
o É a primeira linha de defesa do organismo, com a qual ele já nasce. É 
uma resposta rápida, não específica e limitada aos estímulos 
estranhos ao corpo. É representada por barreiras físicas, químicas e 
biológicas, células e moléculas, presentes em todos os indivíduos. 
o Resposta sem especificidade. 
• Imunidade adquirida: 
o É ativada pelo contato com agentes infecciosos e sua resposta à 
infecção aumenta em magnitude a cada exposição sucessiva ao 
mesmo invasor. Existem dois tipos de imunidade adquirida: a 
imunidade humoral e a imunidade celular. 
▪ A imunidade humoral gera uma resposta mediada por moléculas 
no sangue e nas secreções da mucosa, chamadas de 
anticorpos, produzidos pelos linfócitos B, sendo o principal 
mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e 
suas toxinas. Os anticorpos reconhecem os antígenos (qualquer 
partícula estranha ao corpo), neutralizam a infecção e eliminam 
estes antígenos por variados mecanismos efetores. 
▪ Por sua vez, a imunidade celular gera resposta mediada pelos 
linfócitos T. Quando microrganismos intracelulares, como os 
vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam dentro das 
células hospedeiras, estando inacessíveis para os anticorpos 
circulantes, as células T promovem a destruição do 
microrganismo ou a morte das células infectadas, para eliminar 
a infecção. 
4) Destacar o mecanismo imune pelo qual as vacinas estabelecem proteção 
contra doenças infecciosas. 
O objetivo das imunizações é estimular o organismo a produzir anticorpos contra 
determinados germes, principalmente bactérias e vírus. A lógica da vacina é tentar 
estimular o organismo a produzir anticorpos sem que ele precise ter ficado doente 
antes. Tentamos apresentar ao sistema imune a bactéria ou vírus de forma que 
haja produção de anticorpos, mas não haja desenvolvimento da doença. 
5) Compreender como funciona o sistema imune entre mãe e bebê, quais 
anticorpos são passados para o filho via placentária e leite materno. 
• Gestantes transmitem imunoglobulinas da sua corrente sanguínea, através 
da placenta para o feto. Esses anticorpos IgG são parte essencial do sistema 
imunológico do feto e recém-nascido. Eles identificam substâncias nocivas, 
tais como bactérias, vírus e fungos que entram no organismo o que 
desencadeia junto a outras células do sistema imunológico destruição da 
substância estranha. A Imunoglobulina G (IgG) é o único anticorpo que 
atravessa a placenta para o feto durante a gravidez correspondendo à 75-
80% de todos os anticorpos no organismo do RN. Eles estão presentes em 
todos os fluidos do corpo e são considerados os mais importantes anticorpos 
na luta contra infecções bacterianas e virais na vida extrauterina. 
• Os lactentes que são amamentados continuam recebendo anticorpos através 
do leite materno. O leite materno contém todos os cinco tipos de anticorpos, 
incluindo a imunoglobulina A (IgA), Imunoglobulina D (IgD), imunoglobulina E 
(IgE), IgG e imunoglobulina M (IgM). Isso é chamado de imunidade passiva 
porque a mãe está "passando" seus anticorpos para seu filho o que ajuda a 
impedir que o bebê desenvolva doenças e infecções. Durante os próximos 
meses de vida, os anticorpos transferidos pelo leite materno diminuem, 
porém, lactentes saudáveis após dois a três meses de idade começam a 
produzir seus próprios anticorpos pelo sistema imunológico intestinal 
6) Descrever o programa nacional de vacinação (PNI) e suas estratégias. 
O Programa Nacional de Imunização ou simplesmente PNI foi criado em 1973, com 
o objetivo de normatizar a imunização em nível nacional, assim, contribuindo para 
o controle ou erradicação das doenças infectocontagiosas e imunopreveníveis, 
como exemplo: a poliomielite (paralisia infantil), sarampo, difteria, tétano, 
coqueluche, tuberculose e outras. 
O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é um dos maiores do mundo, 
ofertando 45 diferentes imunobiológicos para toda a população. Há vacinas 
destinadas a todas as faixas-etárias e campanhas anuais para atualização da 
caderneta de vacinação. 
• Destacamos que o objetivo principal do Programa é de oferecer todas as 
vacinas com qualidade a todas as criançasque nascem anualmente em 
nosso país, tentando alcançar coberturas vacinais de 100% de forma 
homogênea em todos os municípios e em todos os bairros. 
o As metas e estratégias mais recentes contemplam a eliminação do 
sarampo e do tétano neonatal. A essas, se soma o controle de outras 
doenças imuno preveníveis como Difteria, Coqueluche e Tétano 
acidental, Hepatite B, Meningites, Febre Amarela, formas graves da 
Tuberculose, Rubéola e Caxumba em alguns Estados, bem como, a 
manutenção da erradicação da Poliomielite. 
• Capacitação de profissionais vinculados a Rede de Frio; 
• Capacitação de profissionais sob a temática do sistema de informação que 
estejam vinculados ao programa de imunização; 
• Capacitação em Sala de Vacinação. 
• O PNI é, hoje, parte integrante do Programa da Organização Mundial da 
Saúde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e 
contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento (PNUD). 
• O PNI adquire, distribui e normatiza também o uso dos imunobiológicos 
especiais, indicados para situações e grupos populacionais específicos que 
serão atendidos nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais 
(CRIE). É também de responsabilidade desta coordenação a implantação do 
Sistema de Informação e a consolidação dos dados de cobertura vacinal em 
todo o país. 
7) Citar as diferenças entre o calendário vacinal infantil público e privado no 
Brasil. 
• Vacina Meningo B: não é realizada pela rede pública. SBP indica a 
vacinação já no primeiro ano de vida: pelas recomendações desta 
sociedade, a vacina pode ser realizada a partir de 2 meses de idade, sendo 
sugerido diferentes esquemas conforme a idade de início – pelo calendário 
da SBP 3 doses + 1 reforço: 3, 5, e 7 meses, e reforço a partir dos 12 
meses. 
• Poliomielite/ “paralisia infantil”: mudou no PNI em 2016: no esquema atual 
usa-se VIP (inativada, intramuscular) aos 2, 4, e 6 meses, VOP (oral, virus 
vivo) aos 15 meses, e aos 4 anos, e nas campanhas. A SBP recomenda 
realizar todos os esquemas com vacina inativada – o que é realizado nos 
países desenvolvidos. 
• Pneumococo: PNI realiza vacina 10valente, enquanto SBP recomenda 
vacina 13valente. 
• Rotavírus: No PNI é realizada vacina monovalente aos 2 e aos 4 meses. 
Pela SBP é recomendada vacina pentavalente, aos 2, 4, e 6 meses. 
Portanto difere o número de cepas virais na vacina e o número de doses. 
8) Discutir a responsabilidade, nas três esferas governamentais (municipal, 
estadual e federal), no manuseio e distribuição das vacinas/imunobiológicos. 
Destacar a rede de frio que garante a qualidade dos imunobiológicos e 
gestão em Centros de Imunobiológicos Especiais, maternidades e UBS. 
• A Instância Nacional é representada pela Coordenação-Geral do PNI 
(CGPNI), unidade gestora, estrutura técnico-administrativa da Secretaria de 
Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS), sendo responsável 
pelas seguintes atividades de imunização desenvolvidas pelas equipes 
técnicas especializadas 
• A Instância Estadual organiza-se em 27 centrais estaduais de 
armazenamento e distribuição de imunobiológicos, geralmente, localizadas 
nas capitais das unidades federadas do Brasil e sob responsabilidade técnico-
administrativa das coordenações estaduais de imunizações das secretarias 
estaduais de Saúde. A Instância Estadual estabelece um planejamento 
compartilhado das atividades de vacinação com a Instância Nacional, em 
função dos Calendários de Vacinação Nacional e da situação epidemiológica. 
O planejamento visa ao abastecimento otimizado, considerando-se a 
demanda específica da unidade federada, às capacidades de 
armazenamento da Central Estadual de Rede de Frio (Cerf) e à distribuição 
na logística da cadeia de frio às centrais vinculadas. 
• A Instância Regional incorpora as Centrais Regionais de Rede de Frio 
(CRRFs) que estão subordinadas às secretarias estaduais de Saúde 
ocupando posição estratégica para distribuição. Em relação aos municípios 
de sua abrangência, assumem responsabilidades compatíveis com as 
centrais estaduais, observada a estrutura hierarquizada da Rede de Frio. 
Dispõem de área para armazenamento dos imunobiológicos geridos no 
âmbito de sua abrangência, de almoxarifado para outros insumos, de área de 
acesso aos veículos de carga, de área destinada ao recebimento, à 
preparação e à distribuição dos imunobiológicos, além de estrutura 
apropriada às atividades de apoio administrativo, técnico especializado, 
logístico e de ensino/pesquisa (desejável). 
• Nesta Instância encontra-se a Central Municipal de Rede de Frio (CMRF), 
incluída na estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Saúde. Tem 
como atribuições o planejamento integrado e o armazenamento de 
imunobiológicos recebidos da Instância Estadual/Regional para utilização na 
sala de vacinação. As estruturas das CMRFs devem prever espaço para 
acondicionamento de imunobiológicos e almoxarifado para outros insumos 
(seringas, agulhas, caixas térmicas, bobinas reutilizáveis, entre outros), área 
de acesso aos veículos de carga, área destinada ao recebimento, à 
preparação e à distribuição dos imunobiológicos (sala de preparo) e área com 
grupo gerador. Assim como as demais instâncias, deve seguir orientações de 
construção previstas na Seção B deste Manual e, a depender do quantitativo 
populacional e consequente volume de imunobiológicos manuseados, a 
central deverá prever câmaras frigoríficas positivas e/ou negativas. 
• Rede frio 
o É um sistema amplo, inclui uma estrutura técnico-administrativa 
orientada pelo PNI, por meio de normatização, planejamento, 
avaliação e financiamento que visa à manutenção adequada da Cadeia 
de Frio 
9) Compreender como funciona o SINAN, quais são seus objetivos e a 
importância da notificação de doenças nesse sistema de informação. 
 
Objetivo: 
• tem como objetivo coletar, transmitir e disseminar dados gerados 
rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das três esferas 
de governo, por intermédio de uma rede informatizada, para apoiar o 
processo de investigação e dar subsídios à análise das informações de 
vigilância epidemiológica das doenças de notificação compulsória 
importância: 
• Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da 
ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para 
explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a 
indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para 
a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica.

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