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INTRODUÇÃO AO DIREITO 09 09 2020

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INTRODUÇÃO AO DIREITO
Ma. Rachel Alves de Aguiar
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Continuação...
Analogia - O ideal seria o ordenamento jurídico preencher todos os acontecimentos da sociedade. Não é possível em muitas ocasiões. É isso o que ocorre.
Na falta de lei que regule a matéria, devemos recorrer às fontes subsidiárias, entre as quais destacamos a analogia.
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Trata-se de um processo de raciocínio lógico pelo qual o juiz estende um preceito legal a casos não diretamente compreendidos na descrição legal Para que ocorra, é necessária a omissão no ordenamento. Exemplo: leasing e contrato de compra e venda e locação.
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Para Miguel Reale, onde há a mesma razão deve haver a mesma disposição de direito. 
 
O Art. 140 do CPC (Código de Processo Civil)/2015 (Art. 126 CPC (Código de Processo Civil antigo)/73) traz a possibilidade dessa aplicação da analogia, diante da impossibilidade de deixar de decidir por lacuna ou obscuridade da lei.
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Flávio Tartuce, no seu Manual de Direito Civil, afirma que a analogia é a aplicação de uma norma próxima, não havendo uma norma prevista para um determinado caso concreto. Dessa forma, sendo omissa uma norma jurídica para um dado caso, deve o aplicador do direito procurar alento no próprio ordenamento jurídico, permitida a aplicação de uma norma além do seu campo inicial de atuação. Cita como exemplo, o Art. 499 do Código Civil.
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No campo do Direito Penal há restrições, sendo possível a aplicação da analogia in bonan partem, aquela que ajuda, beneficia o acusado. Jamais, no campo do Direito Penal, se admite a aplicação da analogia in malam partem, para prejudicar, agravar a situação do acusado. 
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Equidade – Forma de manifestação da justiça para atenuar a rudeza de uma norma jurídica. 
O conceito de equidade não afasta do conteúdo do próprio Direito, pois este regula a sociedade com normas gerais do justo e equitativo, a equidade procura adaptar essas normas a um caso concreto.
Procurar aplicar a lei, sem se afastar da noção do que seja justo. Exemplo, o juiz ao decidir sobre o valor de uma indenização.
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Segundo Carlos Roberto Gonçalves, em seu Curso de Direito Civil, a equidade não constitui meio supletivo de lacuna da lei, sendo mero recurso auxiliar na aplicação desta. Não considerada em sua acepção lata, quando se confunde com o ideal de justiça, mas em sentido estrito, é empregada quando a própria lei cria espaços ou lacunas para o juiz formular a norma mais adequada ao caso. É utilizada quando a lei expressamente o permite. Exemplos: Art. 140, Parágrafo Único, do CPC/2015 (Art. 127 CPC/73); Arts. 1.586 e 1.740, inciso II, do Código Civil, e Art. 5º da LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, antiga LICC, Lei de Introdução ao Código Civil. Só houve mudança do “nome da lei”, a sua ementa).
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DIREITO POSITIVO
É o Direito legislado, positivado. Está previsto em todo o regramento jurídico escrito. Qualquer norma jurídica de comportamento escrita. Principalmente a norma emitida pelo Estado, que detém o poder de impor regras de conduta aos membros da sociedade.
 
Para o positivismo jurídico só existe uma ordem jurídica: a comandada pelo Estado e que é soberana.
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Paulo Nader, mais uma vez, nos ensina:
 
“Para o positivismo jurídico só existe uma ordem jurídica: a comandada pelo Estado e que é soberana. Eis, na opinião de Eisenmann, um dos críticos atuais do Direito Natural, a proposição que melhor caracteriza o positivismo jurídico: “Não há mais Direito que o Direito Positivo.” Assumindo atitude intransigente perante o Direito Natural, o positivismo jurídico se satisfaz plenamente com o ser do Direito Positivo, sem cogitar sobre a forma ideal do Direito, sobre o dever-ser jurídico. Assim, para o positivista a lei assume a condição de único valor.”
 
(in INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO, 31ª edição, Editora Forense, Rio de Janeiro, 2009, página 385).
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JURISPRUDÊNCIA
O conceito de Jurisprudência por Miguel Reale: “devemos entender a forma de revelação do direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais”. (REALE, p.167, Lições preliminares de Direito)
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Os juízes
Aos juízes é delegada a missão de dirimir conflitos.
Obs: “é a razão pela qual o Direito jurisprudencial não se forma através de uma ou três sentenças, mas exige uma série de julgados que guardem , entre si, uma linha essencial de continuidade e coerência”. (REALE, p.168, Lições preliminares de Direito)
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História da Jurisprudência
link: https://www.youtube.com/watch?v=TDw3Ugd-eLk
A jurisprudência é um ato de inovação da matéria jurídica, “estabelecendo normas que não se contêm estritamente na lei, mas resultam da construção obtida graças à conexão de dispositivos, até então considerados separadamente, ou ao contrário, mediante a separação de preceitos por largo tempo unidos entre si”. (REALE, p.168, Lições preliminares de Direito)
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Como consultar jurisprudência?
Link do TJ de São Paulo:
https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/consultaCompleta.do
Casos curiosos julgados pelo STF
https://www.migalhas.com.br/quentes/146237/casos-curiosos-julgados-pelo-stj
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Ramos do Direito
Há uma grande divisão no Direito, com raízes históricas muito profundas, e que coloca dois ramos para o Direito, baseados no interesse envolvido.
 
Os dois grandes ramos em que o Direito se divide são: Direito Público e Direito Privado.
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Direito Público
Como um dos ramos do Direito, o Direito Público é aquele que promove os interesses da sociedade. Ou seja, o principal interesse envolvido nos assuntos desse ramo do Direito, dizem respeito à coletividade. 
 
Pertencem a esse ramo do Direito várias matérias específicas como: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Processual, tanto Civil como Penal, Direito Penal, entre outros.
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Direito Privado
Outro dos ramos do Direito, o Direito Privado, é aquele onde os interesses envolvidos são primordialmente os das pessoas nas suas relações particulares, nas suas relações pessoais.
 
Sem dúvida, o principal ramo desse segmento do Direito, o Privado, é o Direito Civil. Aliás, importantíssimo ramo do Direito, dos mais estudados e prestigiados no estudo de assuntos jurídicos.
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O próprio Direito Civil possui várias divisões, baseadas nos próprios capítulos do seu principal diploma legislativo, o Código Civil.
 
Daí, como partes dessas divisões, temos o Direito de Família, que cuida das relações familiares das pessoas, envolvendo assuntos como casamento, divórcio, pensão alimentícia, entre outros.
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Temos o Direito das Coisas, envolvendo as relações dos denominados direitos reais, que ligam as pessoas a bens materiais, tratando de modos de aquisição e venda de bens, assuntos como posse e domínio de bens, entre outros. Regula a maneira como os bens são transferidos de pessoas, umas para as outras, por ato entre vivos.
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O Direito das Sucessões, que trata dos denominados direitos hereditários, relativos à forma como os herdeiros recebem os bens deixados pelos seus parentes. Enfim, como são passados para os herdeiros, em decorrência de falecimento, os bens deixados pelas pessoas titulares do direito de propriedade.
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Há também o Direito das Obrigações, que são as relações de negócios celebrados entre as pessoas, mas que não envolvam bens materiais.
 
E finalmente, podemos apontar o tema da Responsabilidade Civil, que trata das reparações de danos, relacionados com indenizações.
 
Além do Direito Civil, temos aqui no ramo do Direito Privado, também, o Direito Comercial ou Empresarial, esta última, denominação mais atual, moderna. Trata das relações das empresas, tratando dos produtos e de como são produzidos, comercializados, distribuídos.
 
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