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Introdução ao Estudo do Direito

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Introdução ao Estudo do Direito para Engenharia 
 
Elaborado por: Pedro Porto dos Santos, Nicole Della Giustina, Maria Eduarda Grando e Kelly 
Lissandra Bruch, 2020 
“A função de toda ordem social, de toda sociedade — porque a sociedade nada mais é que uma 
ordem social — é motivar certa conduta recíproca dos seres humanos: fazer com que eles se 
abstenham de certos atos que, por alguma razão, são considerados nocivos à sociedade, e fazer 
com que executem outros que, por alguma razão, são considerados úteis à sociedade.” (Kelsen, 
página 21) 
Extrai-se do trecho acima que é necessária certa ordem para o convívio social, uma vez que para 
convivência faz-se necessária a limitação da liberdade absoluta. Não se pode fazer o que bem 
entende quando se vive em sociedade. 
Atualmente, essa ordem é construída, em grande parte, por meio do Direito, consubstanciado em 
suas normas e princípios. Mas já foi diferente. A ordem já foi imposta por monarcas absolutistas no 
século XVII ou (ainda que fazendo uso do Direito) por governantes autoritários em regimes 
ditatoriais. 
É importante, desde logo, diferenciar os termos “Estado” de “sociedade civil”. O Estado é uma 
realidade com voz própria na comunidade internacional, onde emerge uma realidade organizativa 
peculiar de um povo num determinado território do planeta. É um poder soberano que significa não 
ter nada igual ou semelhante na ordem interna nem superior na ordem supranacional ou 
internacional. Tem por finalidade a garantia do bem comum, fruto da natureza social do humano 
construído e operado pelo direito. É válido, ainda, lembrar que o Estado pode ser concebido por 
teorias unidimensionais, como a de Hans Kelsen, Augusto Comte e Karl Marx; por teorias 
bidimensionais, para George Jellinek, por exemplo; tridimensionais, concebida por Miguel Reale e 
outros autores; como também pentadimensionais. 
Como definição positiva de sociedade civil, pode-se dizer que é o lugar onde surgem e se 
desenvolvem os conflitos econômicos, sociais, ideológicos religiosos que as instituições estatais têm 
o dever de resolver ou através da mediação ou através da repressão. Com a consagração dos 
estudiosos da Teoria Geral do Estado, como Georg Jellinek, a definição negativa entende a 
sociedade civil como conjunto de relações não reguladas pelo Estado. Entende-se que sua extensão 
é delimitada pelo Estado, assim como a sociedade civil delimita o Estado. 
Hoje, o Brasil é um Estado Democrático de Direito, razão pela qual a ordem social é efetivada por 
meio do Direito, cuja construção tem a participação democrática de todos através do voto, sendo 
criadas ainda instituições para a formulação, aplicação e efetivação destas regras, e para as demais 
funções necessárias à organização do nosso Estado. 
Quando falamos em democracia, o uso axiológico da dicotomia sociedade civil e Estado dá luz a 
oposição existente entre democracia e autocracia, com o destaque dado ao conteúdo democrático 
das aspirações da sociedade civil no contraponto às características autoritárias, com o exemplo do 
regime militar brasileiro de 1964. Foi igualmente o uso axiológico da dicotomia 
entre público e privado que permeou ex parte populi este combate, com a afirmação do público 
como ‘comum’, que, numa democracia, ainda requer a transparência do poder, para conter o 
segredo do jus dominationis. 
Nessa aula, busca-se explicar justamente essas noções elementares do funcionamento do nosso 
Estado e do Direito, sendo este o norteador e regulador da atuação dos diversos atores da sociedade 
civil e da relação entre o Estado e a sociedade . Passaremos agora ao conceito de ordenamento 
jurídico, hierarquia das normas, tipos de normas, organização do Estado brasileiro, separação de 
poderes, sistema judiciário brasileiro e algumas outras considerações sobre a matéria. 
ORDENAMENTO JURÍDICO 
De forma geral, o que chamamos de ordenamento jurídico pode ser entendido como o conjunto 
de princípios e normas que regulamentam a atuação dos diversos atores de uma sociedade 
(Estado, pessoas físicas, pessoas jurídicas, etc.). 
Princípios: regras norteadoras que auxiliam na compreensão das normas e orientam sua 
interpretação e aplicação. Podem estar dispostos em lei escrita, mas geralmente não são escritos, 
surgindo da interpretação de diversos elementos do ordenamento jurídico e da sociedade. 
Normas: regras escritas que podem ser: leis, decretos, atos administrativos, entre outros. 
HIERARQUIA DAS NORMAS 
As normas que compõem o ordenamento jurídico não têm a mesma importância, sendo organizadas 
em uma hierarquia que deve ser respeitada. A forma mais tradicional de representação dessa 
hierarquia do ordenamento jurídico é uma pirâmide, conforme abaixo: 
 
 
Elaboração própria 
Desse modo, uma norma da base da pirâmide não pode contrariar outra norma mais ao topo. 
Para além disso, cada faixa da pirâmide e, mais especificamente, cada norma ali indicada tem uma 
função diferente no ordenamento jurídico. Ao mesmo passo em que todas contribuem para a ordem 
e organização da sociedade e do Estado, algumas dão diretivas mais gerais e outras são 
específicas, algumas tratam de princípios e outras de questões mais práticas de funcionamento de 
órgãos, cidades, etc. 
Assim, é preciso entender um pouco mais sobre cada tipo de norma indicada na nossa pirâmide. 
TIPOS DE NORMAS 
Constituição: É a norma cujas disposições e princípios ali contidos ou que são dela inferidos 
informam o restante do ordenamento jurídico. Assim, todo o ordenamento jurídico e aplicação das 
normas deverá respeitar o que se encontra disposto na constituição federal. 
Traz disposições gerais sobre o país e sua organização, inclusive a repartição dos poderes no 
Estado brasileiro, as competências para legislar e o funcionamento judiciário brasileiro encontrarão 
na Constituição seus fundamentos. 
A Constituição é, em sua forma mais democrática, elaborada por uma assembleia constituinte. 
Emenda Constitucional: A Constituição, por ser uma norma a que se dá a pretensão de 
permanência e durabilidade, deve poder ser modificada, para que suas disposições se adaptem às 
gerações e mudanças sociais sem a necessidade de se editar novas Constituições a todo momento. 
Por isso, ela própria prevê como pode ser modificada, em seu artigo 60, por meio de emenda 
constitucional. 
A votação ocorre em dois turnos em cada umas das casas legislativas da união (Câmara dos 
Deputados e Senado) tendo que ser aprovada por três quintos dos membros em cada votação. 
Pode ser proposta por: a) um terço, no mínimo, dos membros da câmara dos deputados ou do 
Senado Federal; b) presidente da república; c) por mais da metade das Assembleias Legislativas 
das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus 
membros. 
Lei Complementar: No direito, lei complementar é uma lei que tem, como propósito, complementar, 
explicar e adicionar algo à constituição. Encontrar-se-á referência expressa a elas na constituição. 
Além desta diferenciação de conteúdo, frente à lei ordinária, também se diferencia por necessitar da 
aprovação da maioria absoluta dos membros da casa em cada votação, e não somente da maioria 
dos presentes. 
Pode ser proposta por: a) qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, Senado 
Federal ou Congresso Nacional; b) Presidente da República; c) Supremo Tribunal Federal; d) 
Tribunais Superiores; e) Procurador-Geral da República; f) Cidadãos através do processo de 
iniciativa popular. 
Lei Ordinária: Considerando que a lei complementar é exigida de maneira específica (expressa na 
constituição), a lei ordinária é considerada residual (no resto dos casos, ou seja, onde não houver a 
exigência de lei complementar). Sua aprovação é por maioria simples (o primeiro número inteiro 
após a metade do número dos presentes). 
A proposição segue os mesmos casos da lei complementar. 
Lei Delegada: o Congresso Nacionalpode delegar ao presidente a elaboração de leis de sua 
competência, com as devidas restrições de matéria explicitadas no artigo 68. É hierarquicamente 
equivalente à Lei ordinária e complementar. 
Decreto-lei: É o antecessor da medida provisória, e dependia de urgência ou interesse público para 
ser editada pelo chefe do executivo federal. Existiu até a promulgação da constituição de 1988. 
Muitos decretos-lei ainda estão vigendo, oriundos do período da ditadura militar e alguns de períodos 
anteriores. Contudo, apenas podem viger se compatíveis e recepcionadas pela Constituição de 
1988. 
Era de competência do presidente da república. 
Medida Provisória: Substituiu o Decreto-Lei após diretivas da Constituição de 1988. Só pode ser 
feita para casos de relevância e urgência. Não pode tratar de matéria reservada a Lei Complementar, 
direito penal, processo penal, processo civil, etc. Tem força de lei. Devem ser submetidas de 
imediato ao Congresso Nacional e, após 45 dias da sua publicação entram em regime de urgência 
e trancam a pauta do Congresso Nacional. Pode ser prorrogada uma vez (60 dias) e votada, sob 
pena de perda da eficácia. 
A proposição é feita pelo presidente da república. 
Atos Normativos: São de diversos tipos, também com funções distintas, editados pelo poder 
executivo. Todas as normas precisam ser publicadas para que tenham força normativa. 
- Decretos: São emitidos pelo chefe do executivo e regulamentam lei complementar ou ordinária, 
especificando como se dará a sua efetiva aplicação. Não criam, extinguem ou modificam direitos. 
- Atos Normativos Complementares: visam dar alguma forma específica de execução às leis e 
decretos. É o caso das instruções normativas e resoluções. 
- Atos Normativos Ordinatórios: ordenam algo, geralmente relativo a um Âmbito específico. É o 
caso das circulares, portarias ofícios, despachos e ordens de serviço. 
- Atos Normativos Negociais: são responsáveis por estabelecer situações de negociação entre 
órgãos públicos ou com entidades privadas. É o caso da licitação. 
- Atos Normativos Enunciativos: eles narram ou contam algo relevante, como uma certidão, 
atestado, parecer. 
- Atos Normativos Punitivos: — emitidos para regular uma determinada situação, impondo 
sanção, multa, advertência, suspensão ou cassação. 
* Normas técnicas: Não pertencem propriamente ao ordenamento jurídico brasileiro e não são 
feitas pelo Poder Público/Estado. São normas que se referem a procedimentos, serviços, produtos 
específicos que devem seguir certo padrão. Para que esse padrão seja conhecido e seguido, são 
editadas as normas técnicas por órgãos específicos e creditados para tal. 
O Diretor da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) definiu as normas técnicas da 
seguinte forma: 
“A definição internacional de norma diz que é um “documento estabelecido por consenso e aprovado 
por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou 
características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de 
ordenação em um dado contexto.” A esta definição podemos acrescentar a recomendação de que 
“convém que as normas sejam baseadas em resultados consolidados da ciência, tecnologia e da 
experiência acumulada, visando à otimização de benefícios para a comunidade.” Ou seja, as 
Normas técnicas fazem as coisas funcionarem. Elas fornecem especificações de classe mundial 
para produtos, serviços e sistemas. Garantem a qualidade, a segurança e a eficiência.” 
Assim, existem normas técnicas para diversos procedimentos ligados à engenharia, construção, 
materiais, etc. É possível consultar ou pesquisar por normas técnicas no site da ABNT (abnt.org.br). 
Ainda, importa ressaltar que as NRB (normas técnicas brasileiras, feitas pela ABNT) se diferem 
das Normas Regulamentadoras (NR), feitas pelo (antigo) Ministério do Trabalho e Emprego, e que 
também ditam regras procedimentais e de organização importantes sobre os ambientes de trabalho, 
o que deve ser sempre conhecido pelo profissional de Engenharia e Segurança do Trabalho e pelos 
empregadores. Outros órgãos do Poder Executivo também podem estabelecer normas 
regulamentadoras, como Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia — INMETRO, as 
quais serão aplicadas a áreas específicas da engenharia, por exemplo petróleo e gás. 
Imporante: As Normas Técnicas só são obrigatórias se uma Norma Regulamentadora assim 
estabelecer. De outra forma, são recomentadórias e será o mercado, os fornecedores, as empresas 
que irão exigir sua aplicação. 
Agora, quem é competente para editar cada uma destas normas? 
Poder que tem por objetivo primeiro a criação de normas é o Poder Legislativo. Sendo que a 
competência para legislar se dá da seguinte forma: 
 
 
elaboração própria 
Como o Poder Executivo tem por competência executar as normas criadas pelo Legislativo, este 
pode criar Decretos e outros Atos Administrativos para facilitar esta execução. Além disso, a 
Constituição Federal também permite que ele crie Medidas Provisórias, as quais, como o próprio 
nome diz, só se tornarão lei após aprovadas pelo Congresso Nacional. 
 
 
Elaboração própria 
O poder judiciário não cria normas, apenas julga o seu cumprimento. E isso se dá por meio dos 
juízes e tribunais, estaduais e federais, que possuem também competências específicas em razão 
da matéria que julgam, como é o caso da Justiça do Trabalho, da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral. 
A Justiça Federal tem como objetivo analisar e julgar todas as ações nas quais a União é parte, ou 
que haja bens da União envolvidos, ou ainda, relacionada com índicos e com estrangeiros. 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E REPARTIÇÃO DOS PODERES 
A Constituição, que como já visto dá as diretrizes de organização do país, indica que o Brasil é um 
país republicano, federativo, presidencialista (pontos que serão abordados na aula de Direito 
Constitucional) e composto por três poderes, independentes e harmônicos entre si, que são os 
responsáveis, de modo geral, pelo funcionamento do Estado. 
Esses Poderes são o Executivo, Legislativo e Judiciário. Dessa forma, podemos entender que todos 
os papéis a serem cumpridos pelo Estado brasileiro (papéis estes que também estão em grande 
parte previstos na Constituição), serão desempenhados por algum dos três poderes ou estarão sob 
seu controle. 
Como já vimos, a maioria das normas são feitas pelo Poder Legislativo, enquanto outras podem ser 
feitas diretamente pelo executivo (geralmente relacionadas a sua função de administração do 
Estado). O fato é que cada um dos três poderes tem suas próprias competências (são 
independentes), havendo pequenos pontos de interferência entre eles a fim de garantir um maior 
equilíbrio e evitar que um dos Poderes sozinho possa controlar o país (devem ser harmônicos entre 
si, conforme dito constitucional). 
O artigo da Constituição Federal do Brasil que trata da organização político-administrativa possui a 
seguinte redação: 
“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta 
Constituição.” 
Após a leitura deste artigo existem alguns pontos importantes a ressaltar: 
O Brasil é uma federação: O Estado será federado, em contraponto aos estados unitários (como 
o Uruguai) se o poder político estiver repartido entre diferentes entidades governamentais 
autônomas (União, Estados, Distrito Federal e os Municípios), sendo assim caracterizado pela 
descentralização política. Se diferencia também de uma confederação, pois suas entidades 
governamentais não possuem a possibilidade de secessão (retirar-se da confederação). 
O Brasil é um Estado republicano: o princípio republicano impõe a necessidade de legitimidade 
popular. Com o passar dos tempos para ser considerado uma república é necessárioque o país 
possua as seguintes características: I)eletividade, seja ela direta ou indireta; II) temporalidade, no 
exercício do poder; III) representatividade popular; d) responsabilidade do governante (dever de 
prestar contas). Esta forma se opõe à monárquica que possui as seguintes características: I) 
hereditariedade; II) vitaliciedade; III) inexistência de representatividade popular; IV) ausência de 
prestação de contas. 
O Brasil é presidencialista: a diferenciação entre sistemas de governo interage com todo o 
funcionamento do Estado. Existem, entretanto, alguns pontos que podem ajudar a entender a 
diferenciação com a outra forma mais conhecida: o parlamentarismo. O constituinte originário, ao 
escolher pelo sistema presidencialista, escolheu por um poder executivo unitário sem diferenciação 
entre Chefe de Estado (quando representa o Estado frente a outros Estados soberanos) e Chefe de 
Governo (quando exerce a chefia superior da Administração Pública). O Presidente da República 
cumpre mandato autônomo, por tempo certo, não dependendo do Legislativo, nem para sua 
investidura, nem para sua permanência no poder. As relações entre os poderes são mais rígidas, 
vigorando o princípio da divisão dos poderes. 
O Brasil segue o princípio da divisão dos poderes: 
“Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do 
povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de 
julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos”. (Montesquieu, p. 157) 
 
 
Elaboração prórpia 
Conforme o artigo segundo da constituição federal: são Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, Executivo e Judiciário. Cada um dos poderes dispões de largo 
trecho da Constituição que versa especificamente sobre suas competências, organizações, etc. De 
forma geral, contudo: 
Poder Legislativo: tem como objetivo criar e aprovar as leis que irão reger o Brasil. 
Poder Executivo: deve executar estas leis, por meio de decretos e outros atos normativos. 
Poder Judiciário: tem como objetivo analisar se estas Leis e Decretos estão sendo respeitados e 
se estão de acordo com a Constituição Federal. 
Não há hierarquia entre os poderes, mas competências diferentes. 
Em razão do modo federativo de organização do Estado (que será melhor estudado posteriormente), 
as esferas dos três poderes estão presentes em mais de um nível da federação, agindo cada uma 
de acordo com suas competências. Por isso temos: 
 
 
Elaboração Própria 
O Poder Judiciário, embora possa se dizer que há Tribunais vinculados ao Estado-membro e outros 
à União, existem certas particularidades que precisam ser compreendidas, como veremos adiante. 
Tratando-se da República federativa do Brasil temos, então, um ente federado nacional (união), 
entes federados regionais (estados) e entes federados locais (municípios). 
Em um Estado do tipo federado, a autonomia dos entes federativos pressupõe repartição, 
constitucionalmente estabelecida, de competências administrativas, legislativas e tributárias. 
Estas competências podem ser de quatro tipos: 
- Competências exclusivas: são competências específicas do ente federativo e que possuem a 
característica de serem indelegáveis, ou seja, apenas aquele ente federativo pode exercer tal 
competência. 
- Competência privativa: são como as competências exclusivas, a diferença é que existe a 
possibilidade do ente federativo delegar tal competência à outro. 
- Competências comuns: A competência comum é uma competência onde todos os entes 
federativos exercem-na em condições de igualdade, sem nenhuma relação de subordinação; a 
atuação de um não exclui a dos outros. Podem haver normas regulando as formas de cooperação 
entre os entes federativos envolvidos. 
- Competências concorrentes: A competência concorrente, compreende a possibilidade de a 
União, os Estados e o Distrito Federal legislar sobre determinadas matérias, cabendo à União 
legislar sobre normas gerais e aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre normas específicas. 
Contudo, na superveniência de lei federal geral sobre o assunto, a norma antes emitida pelo Estado 
terá sua eficácia suspensa, naquilo que for contrária à lei federal posteriormente editada. 
SISTEMA JUDICIÁRIO BRASILEIRO 
O Poder Judiciário é regulado pela Constituição Federal nos seus artigos 92 a 126. Ele é constituído 
de diversos órgãos, com o Supremo Tribunal Federal (STF) com a função principal de zelar pelo 
cumprimento da Constituição. Ao lado dele está o Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável 
por fazer uma interpretação uniforme da legislação federal. 
No sistema Judiciário brasileiro, há órgãos que funcionam no âmbito da União e dos estados, 
incluindo o Distrito Federal e Territórios. No campo da União, o Poder Judiciário conta com as 
seguintes unidades: a Justiça Federal (comum) — incluindo os juizados especiais federais –, e a 
Justiça Especializada — composta pela Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar. 
Nos Estados, a Justiça comum, estadual, tem algumas competências específicas. Contudo, é 
importante destacar que estes Tribunais de Justiça estaduais não estão restritos a julgar matérias 
de leis estaduais ou municipais. São apenas vinculados aos Estados, mas suas competências 
incluem temas ditados por leis federais e até mesmo constitucionais. 
No nível municipal, não há órgão do Poder judiciário específico. 
Um exemplo de funcionamento do poder judiciário pode ser apresentando por meio da justiça 
estadual: 
 
 
Elaboração Própria 
Em resumo, podemos visualizar o Poder judiciário organizado da seguinte forma por temáticas: 
 
 
fonte: elaboração própria 
DIVISÕES DO DIREITO 
As próximas aulas trarão noções de diversas áreas do Direito, importantes para a Engenharia e para 
qualquer cidadão. Assim, antes de iniciar as matérias específicas de Direito, interessa compreender 
como o Direito é dividido, suas diversas áreas de compreensão. 
Assim como a Engenharia é termo genérico para diversas especialidades que nela se compreendem 
(química, física, civil, cartográfica, etc.), Direito é termo genérico para diversas áreas de 
conhecimento específicas sobre determinados aspectos da organização social e do ordenamento 
jurídico. Alguns desses ramos estão aqui indicados: 
 
 
A doutrina separa inicialmente os ramos do direito em dois grandes grupos: público e privado. Esses 
dizem respeito às relações jurídicas que cada ramo do Direito se propõe a regular. Se trata de 
relações entre pessoas particulares, relações privadas, ou se versa sobre assuntos de interesse 
público, que atingem muitos. 
A divisão entre público e privado, contudo, é mais acadêmica do que prática, e existem outras 
divisões propostas por outros autores e estudiosos jurídicos. O que mais importa para a 
compreensão e localização das aulas que seguirão, é a diversidade de ramos do Direito e suas 
especificidades. 
BIBLIOGRAFIA/ SITES UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DO TEXTO 
http://www.abnt.org.br/imprensa/releases/5698-normas-tecnicas-voce-sabe-o-que-e-e-para-que-
servem 
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=169462 
http://www.abnt.org.br/imprensa/releases/5698-normas-tecnicas-voce-sabe-o-que-e-e-para-que-servem
http://www.abnt.org.br/imprensa/releases/5698-normas-tecnicas-voce-sabe-o-que-e-e-para-que-servem
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=169462
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-divisao-da-competencia-legislativa-entre-os-entes-
federados,48447.html 
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=169462 
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-divisao-da-competencia-legislativa-entre-os-entes-
federados,48447.html 
KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do Estado. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 
MONTESQUIEU, Charles Louis de Secondat, Baron de la. Do espírito das leis. SãoPaulo: Abril 
Cultural, 1973. 
VICENTE, Paulo e ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. Rio de Janeiro: 
Editora Método, 2010. 
 
 
 
 
LINK: https://medium.com/@kellybruch/introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-estudo-do-direito-para-
engenharia-23fcca6d0b5e 
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-divisao-da-competencia-legislativa-entre-os-entes-federados,48447.html
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-divisao-da-competencia-legislativa-entre-os-entes-federados,48447.html
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=169462
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-divisao-da-competencia-legislativa-entre-os-entes-federados,48447.html
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-divisao-da-competencia-legislativa-entre-os-entes-federados,48447.html