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Metabolismo de proteínas em ruminantes Campus Pato Branco Disciplina: Zootecnia Prof. Regis Luis Missio Zootecnista (UFSM/2004) Msc. Produção Animal (UFSM/2006) Dr. Nutrição e Alimentação de Ruminantes (Unesp/2010) Pós-doutorado em Ciência Animal Tropical (UFT/2013) Proteínas - definição As proteínas são compostos orgânicos extremamente complexos, de alto peso molecular, de natureza coloidal, formados fundamentalmente por C, H, O, N. Proteínas de modo geral são formadas por aminoácidos e unidas por ligações peptídicas (-N-C-). FUNÇÃO Diferente dos CHO não é acumulada como reserva, dificulta manipulação do teor em animais e vegetais... Principal função estrutural, nos animais, estão presentes no núcleo, citoplasma e membrana celular, forma a maior parte dos músculos, órgãos internos, tecidos conectivos e cartilagens, assim como os órgãos externos, pele, pêlos, lã, penas, chifres, unhas e bico. Digestão de proteínas Metabolismo de proteínas Metabolismo Proteico do Nitrogênio no Rúmen N Fecal Intestino Proteína Bruta (N x 6,25) Proteína NNP Dieta Rúmen PNDR = Proteína que Escapa bactérias PDR (Amônia) PB Bacteria Reciclagem saliva Excreção urina Fígado Uréia Proteína Microb. Absorvido p/ sangue = Proteína Metabolizável (PM) = PMPNDR + PMBac+PMEnd. Amino acids = Energia Fermentável METABOLISMO DE PROTEÍNAS Vísceras e o fígado demandam 50% dos AA metabolizados pelo animal. Esse órgão capta principalmente os aminoácidos neoglicogênicos (alanina, glicina, serina) e glutamina e menos os AAE de cadeia ramificada (leucina, isoleucina, valina) e lisina. Proteína do leite AA Proteína Nitrogênio não proteico carboidratos Proteína verdadeira Proteína microbiana Proteína “bypass” TSH: anabolizante INSULINA: anabolizante GLICOCORDICÓIDES: catabolizantes TESTOSTERONA: anabolizante ESTRÓGENO: catabolizante PROGESTERONA: anabolizante VITAMINAS: a maior parte é anabolizante Regulação do metabolismo proteico Excesso de aminoácidos na dieta Déficit energético Degradação de Aminoácidos ENERGIA Jejum Catabolismo de proteínas PROTEÍNAS Caracterização Ocorrem na natureza 300 aminoácidos que podem fazer parte das plantas, animais e microrganismos, Todos esses aminoácidos possuem: um grupamento carboxilíco (COOH), um grupamento amino (NH3 +), ligados a um Carbono α. Somente 20 AA constituem as proteínas; Combinações complexas destes 20 tipos de AA: 100.000 tipos de proteínas PROTEÍNAS Caracterização Aminoácidos Essenciais são aqueles que não são sintetizados pelo animal ou são produzidos em quantidades insuficientes Aminoácidos Não Essenciais são aqueles que podem ser sintetizados pelos animal Os aminoácidos são classificados na nutrição como: Nas dietas destinadas aos animais são necessários aproximadamente 12 (suíno - glutamina e a arginina) a 14 (aves-glicina+serina) aminoácidos. 10 AAE>>>H-I-L-L-M-A-FE-TRI-TRE-VA Histidina, Isoleucina, Lisina, Leucina, Metionina, Arginina, Fenilalanina, Triptofano, Treonina, Valina Lisina – deficitário em grande parte dos cereais. Metionina, lisina e treonina são os principais aa limitantes para os ruminantes. Método de Kjeldahl A maioria dos alimentos possui em média 16% de nitrogênio, portanto: PROTEÍNAS O teor de Proteína Bruta é calculado como N x 6,25 Forma Proteica (ligações peptídicas) Forma Não Proteica (NNP) AA livres Peptídeos Ácidos nucléicos Aminas Amônia PB dos alimentos = Proteína verdadeira + NNP Ex.: Uréia 46%N 46 x 6,25= 287,5 g de PB Gramíneas e leguminosas possuem % NNP variando de : 10-15% no material fresco 15-25% no material fenado 30-65% no ensilado (Proteólise no silo) PROTEÍNA = % PB PROTEÍNA = % PB %PDR %PNDR Perfil AA Nutrição Proteica Pa ss ad o P re se n te Fração Estimativa Degradação Classificação NNP Não precipitavel Solúvel A Proteína verdadeira Precipita com ácido tungstênico Proteína verdadeira solúvel Solúvel em tampão, mas precipitável Rápida B1 Poteína insolúvel Insolúvel em tampão Variável B2 Poteína insolúvel em detergente neutro, mas solúvel em detergente ácido Proteína insolúvel em detergente neutro, mas solúvel em detergente ácido Lenta B3 Proteína insolúvel em detergente ácido Proteína danificada pelo calor, proteína associada a lignina Indigestível C Pichard e Van Soest, 1977, Van Soest, 1994 Partição da fração nitrogenada da forragem Formação de produtos de Maillard em forragem em função do aquecimento (Collins e Owens, 2003) Ferramenta: NIDA Digestibilidade aparente do N Relação entre digestibilidade aparente do nitrogênio e o nitrogênio ligado na fibra insolúvel em detergente ácido (NIDA) NIDA (% do N-total) 0 20 40 60 0 20 40 60 80 90 A exigência protéica dos animais é dividida em: Exigências de Manutenção Exigências de Produção PROTEÍNAS Nitrogênio endógeno – Urinário Nitrogênio de descamação – Pele e Pêlos Nitrogênio metabólico fecal - Fezes Nitrogênio necessário para produção: feto(s), ganho de peso lactação ou crescimento de lã Evolução da pesquisa fizeram a exigência em proteína bruta para modelos de exigência em proteína metabolizável. Permitindo melhor aproveitamento de proteína no rúmen, adequação da proteína não degradável no rúmen, melhor aproveitamento pelo animal evitando desperdício e liberação destes compostos para o ambiente. Ideal é chegarmos ao balanceamento de aminoácidos para microrganismos ruminais. Figura 4. Utilização da proteína e carboidrato pela bactéria ruminal. Adaptado de: Noceck & Russell (1988). DIGESTÃO PROTÉICA PROTEÍNA DA DIETA Pepsina Renina(Mucosa gástrica) PEPTÍDEO Tripsina, quimotripsina, Carboxipeptidase(pâncreas) Aminopeptidase e Dipeptidase(Intest. delgado) AMINOÁCIDO (luz intestinal) Absorção Síntese de AMINOÁCIDO (sangue) enzimas, Anabolismo hormônios, metabólitos... Catabolismo SÍNTESE PROTEÍNA TISSULAR Uréia (mamíferos) Desaminação ou transaminação e uso do Ác.Úrico esqueleto de carbono para obtenção de energia Tempo A c ú m u lo NH3 Uréia Proteína da planta de rápida degradação NH3 utilizado por microorganismos Lenta liberação de energia (A) (B)Fígado Urina Davies, 2005 RELAÇÃO PROTEÍNA-ENERGIA DA DIETA • A concentração energética da dieta é o principal fator regulador do consumo de alimentos. • Quando se aumenta a energia da dieta, ocorre uma redução no consumo de alimentos. • A diminuição da ingestão pressupõe também uma diminuição do aporte proteico exigido pelo animal. • Qualquer alteração da concentração energética da dieta requer um ajuste na porcentagem de proteína bruta e de aminoácidos na dieta a fim de compensar o menor consumo dos animais e evitar um balanço nitrogenado negativo, e o consequente catabolismo proteico muscular. • O fluxo de N tende a diminuir com maior quantidade de butirato e aumentar pela maior quantidade de propionato. O butirato proporciona a queratinização do epitélio ruminal, aumentando a demanda por AA, enquanto que, o propionato tem efeito poupador de AA como fonte de energia para o epitélio ruminal. Figura 07. Efeito da ingestão de proteína na dinâmica ruminal e a sua relação com a ingestão de energia. Adaptado de: Nocek & Russell (1988). Metabolismo Proteico do Nitrogênio no Rúmen N Fecal Intestino Proteína Bruta (N x 6,25) Proteína NNP Dieta Rúmen PNDR = Proteína que Escapa bactériasPDR (Amônia) PB Bacteria Reciclagem saliva Excreção urina Fígado Uréia Proteína Microb. Absorvido p/ sangue = Proteína Metabolizável (PM) = PMPNDR + PMBac+PMEnd. Amino acids = Energia Fermentável METABOLISMO DE PROTEÍNAS Proteína do leite AA Proteína Nitrogênio não proteico carboidratos Proteína verdadeira Proteína microbiana Proteína “bypass” O conhecimento sobre o metabolismo proteico é fundamental para o ajuste do manejo nutricional dos animais domésticos, especialmente para ruminantes, apresentando grande impacto sobre o consumo de alimento e aproveitamento de alimentos fibrosos. Isso tem grande impacto para a sustentabilidade dos sistemas de produção, uma vez que o consumo de alimento e a eficiência alimentar estão diretamente relacionados com o desempenho produtivo e lucratividade dos sistemas de produção. Considerações finais O que é proteína bruta? Proteína microbiana? Proteína metabolizável? Proteína verdadeira? NNP? Qual é a diferença entre o metabolismo de proteínas de ruminantes e monogástricos? Qual é a importância da utilização de ureia na alimentação de ruminantes? O que são aa essenciais e não essenciais? Como está dividida as exigências nutricionais no que se refere a proteína? O que é síntese microbiana ruminal? FIM! ANDRIGUETTO, et al. Nutrição Animal. v.1, 1a Ed. Livraria Nobel S.A., 1982. 394 p. BERTIELLI, T.T. et al. Nutrição de ruminantes. Jaboticabal: FUNEO, 2006. 583p. KOSLOSKI, G.V. Bioquímica dos ruminantes. 3. ed. Santa Maria:UFSM, 2011. 216p. MAIER, J. C., PEIXOTO, R.R. Nutrição e Alimentação Animal. Pelotas: UCPEL., EDUCAT, 1993. 169 p. MAYNARD, L. A. , LOOSLI, J.K., HINTZ, H.F., WARNER, R.G. Nutrição Animal, Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos. 1984. 726 p. NUNES, I.J.N. Nutrição Animal Básica. 2o ed. Belo Horizonte: FEP-MVZ Editora, 1998. 388 p. Referências Bibliográficas
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