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Resumo 1 - epidemiologia

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RESUMO DE EPIDEMIOLOGIA MÉDICA - PROVA I 
1. Introdução a epidemiologia: 
1.1. Conceitos importantes: 
- Hipócrates observou a influência do ambiente no aparecimento de doenças 
- Século XIX iniciaram os estudos em larga escala sobre as populações e a distribuição das doenças, visando o 
controle de doenças transmissíveis. 
- Primeiras observações epidemiológicas: John Snow identificou o local de moradia de pessoas que morreram 
por cólera, em Londres, associado à ingestão de água contaminada. 
- Funções da epidemiologia: 
● Melhores políticas de saúde pública; 
● Contribuição para a melhoria da saúde da população; 
● Identificação e mapeamento das doenças; 
- Alvo de um estudo epidemiológico: 
● A população humana, podendo ser definida por termos geográficos 
● EX.: grupo de pacientes hospitalizados ou trabalhadores de uma indústria. 
● Em geral, a população utilizada para o estudo corresponde a população de uma determinada área 
geográfica em um determinado período de tempo. 
- A epidemiologia se preocupa, também, com a evolução e com o desfecho das doenças 
- A epidemiologia é dividida em: 
● Analítica: testa hipóteses de relações causais. 
● Descritiva: estuda a frequência e a distribuição dos parâmetros de saúde ou de 
fatores de risco das doenças na população. 
- Epidemiologia X Clínica: 
 
 
 
- Estado de saúde da população: 
 
- Medindo saúde e doença: 
● Medir saúde e doença é fundamental para a epidemiologia. 
● Há muitas dificuldades para medir saúde. 
● O melhor método é medir os não saúde: morte, doenças e agravos, podendo ser calculados por meio 
da incidência e prevalência. 
● Outro fator importante é medir o total de pessoas expostas, isto é, indivíduos que podem vir a ter a 
doença. 
● EX.: em um estudo de carcinoma do colo do útero, os homens não devem ser incluídos. 
 
- População de risco: são pessoas suscetíveis a determinadas doenças. EX.: acidentes de trabalho, só ocorrem 
com pessoas que trabalham. Portanto, pessoas que não trabalham, não sofrem esse tipo de risco. 
- Risco: É a probabilidade que uma doença, agravo, óbito, ou condição relacionada à saúde ocorra em uma 
população sob determinado tempo. Compõe-se em três elementos: 
● Ocorrência de casos de óbito/doença/saúde (numerador) 
● Base de referência populacional (denominador) 
● Base de referência temporal (período) 
- Fator de risco: atributo de um grupo da população que apresenta maior incidência de doença/agravo em 
comparação ao restante da população(com ausência ou menor exposição à característica). Seu efeito pode 
ser prevenido. EX.: sedentarismo para hipertensão. 
- Marcadores de risco: atributos inevitáveis, já dados, cujo efeito se encontra fora da possibilidade de controle. 
EX.: sexo e etnina para doença coronariana. 
- Fontes de informação: 
● Sistemáticas: censos demográficos, sistemas de informação em saúde, registro de doenças, etc. 
● Assistemáticas: levantamentos especiais (população total/amostra) 
- Medidas de frequência de doenças: 
● População fechada: nenhum novo membro é incorporado após iniciado o período de seguimento e 
integrantes só saem devido ao evento (ex.:morte). 
● População aberta: novos membros são adicionados no tempo (ex.:imigração) e podem sair 
(ex.:emigração). 
● Incidência: frequência de casos novos de uma doença, é necessário que cada indivíduo seja observado 
em pelo menos duas ocasiões. 
Pode ser também chamada de “taxa de ataque”, durante uma epidemia, em uma população bem 
definida em curto intervalo de tempo. 
Número de pessoas afetadas 
Número de pessoas expostas 
● Prevalência: frequência de casos antigos + casos novos. Descreve a força com que subestima a doença, 
bem como a população afetada por uma doença em determinado tempo. 
Número de indivíduos doentes (novos + antigos) 
Número total de indivíduos em uma população 
Fatores que aumentam: 
- Maior duração da doença 
- Aumento da incidência 
- Aumento da sobrevida, sem cura 
- Imigração de casos ou emigração de pessoas sadias 
- Melhoria dos recursos de diagnósticos, bem como dos sistemas de informação. 
Fatores que diminuem: 
- Menor duração da doença 
- Diminuição da incidência 
- Maior letalidade 
- Imigração de pessoas sadias ou emigração de casos 
- Aumento da taxa de cura. 
 
 
- Letalidade: mede a severidade de uma doença e é definida como a proporção de mortes dentre aqueles 
doentes por uma causa específica em um certo período de tempo. 
Número de morte de uma doença em determinado período X100 
Número de doentes daquela doença em determinado período 
 
- Taxas de mortalidade: Número de óbitos num certo período X 10 (elevado na N) 
 População no certo período 
● Desvantagens dessa taxa: não levar em conta que o risco de morrer varia conforme o sexo, idade, 
raça, classe social, entre outros fatores. 
● Não se deve utilizar esse coeficiente para comparar diferentes períodos de tempo ou diferentes áreas 
geográficas 
● Particularmente úteis na investigação de doenças com alta letalidade 
- Taxa de mortalidade infantil: comumente utilizado como um indicador do nível de saúde de uma comunidade. 
Corresponde ao número de óbitos durante o primeiro ano de vida, dividido pelo número de nascidos vivos no 
mesmo ano. 
- Taxa de mortalidade materna: risco de morte materna em decorrência de causas associadas a complicações 
durante a gestação, parto e puerpério. Corresponde ao número de mortes relacionadas a gestação, parto e 
puerpério dividido pelo total de nascidos vivos em um ano. 
- Taxa de mortalidade em adultos: avalia a população economicamente ativa. 
- Expectativa de vida: é definida como o número médio de anos que se espera viver, se as taxas atuais de 
morbimortalidade forem mantidas. 
- Morbidade: auxiliam no entendimento de certas tendências na mortalidade. Mudanças nas taxas de 
mortalidade podem ser decorrentes de modificações no padrão de morbidade ou de letalidade de 
determinada doença. 
- Incapacidade: os epidemiologistas estão preocupados não somente com a ocorrência das doenças, mas 
também com as suas principais consequências: limitação, incapacidade e deficiência. 
● CIFIS: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde; 
● Desfechos não fatais em saúde: 
 
- Determinantes e indicadores de saúde: fatores sociais, econômicos, culturais e ambientais, a maioria dos 
quais fora do setor saúde, mas responsáveis pela manutenção da saúde ou instalação da doença no indivíduo. 
EX.:IDH 
1.2. Raciocínio epidemiológico: 
- Comparativo 
- Quantitativo: 
● Associações 
→ Positivas: causa, fator de risco; 
→ Negativas: fator de proteção; 
* Excluir erro aleatório, viés e fator de confusão 
→ Transversais 
→ Longitudinais: prospectivos ou retrospectivos 
● Validade das associações: 
→ Validade interna: que os achados sejam verdadeiros, não sendo comprometidos por erros 
aleatórios, vieses e fatores de confusão. 
→ Validade externa: generalização e aplicabilidade 
● Associação Causal: Aspectos de Hill 
→ Fortes: temporalidade, evidência experimental e reversibilidade 
→ Médios: força da associação, gradiente (efeito dose-resposta), consistência e plausibilidade 
biológica 
→ Fracos: Coerência, analogia e especificidade 
 
1.3. Epidemia e conceitos: 
- Pessoa, tempo e espaço: 
● Quem? - variáveis referentes à pessoa: gênero, idade, genética, família, etnia, cultura, condições 
socioeconômicas, ocupação, hábitos e alimentação 
● Quando? - variáveis referentes ao tempo: 
→Tendência histórica: análise das mudanças de frequência de doenças por longo período de tempo. 
→ Variação cíclica: variação com ciclos na frequência de doenças maiores que um ano. 
→ Variação sazonal: variação que ocorrem em determinadas épocas do ano. EX.: no RS há aumento 
do número de casos por doenças respiratórias no inverno. 
→ Variação irregular; 
● Onde? - variáveis referentes ao espaço: variáveis geográficas, variáveis geopolíticas e variáveispolítico-administrativas 
→Técnicas de análise espacial em saúde: 
Visualização: mapeamento dos eventos em saúde. EX.: dengue por município 
Análise exploratória de dados: análise espacial e relações entre mapas. EX.: prevalência de HIV por 
país. 
Modelagem: teste de hipótese com estimativa de associações. EX.: incidência de uma determinada 
doença e variáveis ambientais. 
Geoprocessamento: técnica de coleta de dados indexados graficamente, GIS ou SIG: Sistema de 
Informações Geográficas. EX.: SIG Fiocruz 
Geoestatística: estudos de fenômenos que variam constantemente no espaço, análise da 
variabilidade espacial e predição de fenômenos. EX.: taxa de homicídios por população jovem no 
Pará. 
Análise de dados em treliça: Dados doenças ou agravos em saúde que podem ser regulares ou 
irregulares segundo divisão político-administrativa. EX.: evolução do Aedes aegypti nos municípios 
brasileiros. 
Análise de padrões pontuais (point patterns): análise espacial para saber se eventos observados 
ocorrem aleatoriamente ou apresentam algum padrão. EX.: coeficiente geral de mortalidade 
padronizado por idade por municípios. Região norte e nordeste 1996-1998. 
Estudo de migrantes:determina se o risco de doença entre migrantes de uma região de alto (ou 
baixo) risco modifica após a migração. 
- Relação entre o meio e o hospedeiro: 
 
- A relação de doenças com a população: 
● Podem não estar presentes 
● Presentes esporadicamente 
● Presente em níveis habituais 
● Presente acima dos níveis habituais 
- Caso: pessoa ou animal infectado ou doente e que apresente características clínicas, laboratoriais e/ou 
epidemiológicas específicas. 
● Caso índice: primeiro caso entre vários casos de natureza similar e relacionados. Podes ser a fonte 
de contaminação ou infecção. 
● Caso esporádico: não epidemiologicamente relacionado. 
● Caso secundário: caso novo surgido do contato com o caso índice. 
● Casos autóctones: o caso é oriundo do mesmo local onde se origina. 
● Casos alóctones: o caso é importado de outra localidade 
- Evento: manifestação ou doença que tenha potencial para se tornar um caso. 
- Surto: aumento da ocorrência de casos relacionados entre si atingindo uma área geográfica delimitada, 
como vilas, bairros ou populações institucionalizadas: quartéis, colégios, creches, clínicas. EX.: diversos casos 
de intoxicação alimentar em uma creche após ingestão de mamadeira com leite contaminado. 
- Epidemia: elevação brusca, temporária e significante acima do esperado para a incidência de uma 
determinada doença. Claro excesso de casos quando comparado a frequência habitual em uma determinado 
espaço geográfico e período de tempo. 
- Endemia: presença usual de uma doença dentro dos limites esperados (abaixo do limiar epidêmico) em uma 
determinada área geográfica por um período de tempo ilimitado. Na determinada área geográfica, a doença 
é mais comum que em outras. 
● Constante renovação de suscetíveis na comunidade. 
● Exposição múltipla e repetida a um determinado agente. 
● Isolamento relativo em uma zona territorial. 
● Apresenta um padrão de ocorrência relativamente estável com elevada incidência ou prevalência. 
- Pandemia: epidemia se espalha em diversas regiões do planeta. 
 
 
- Epidemia Explosiva: epidemia onde o número de casos apresenta uma rápida progressão, atingindo um pico 
em curto espaço de tempo, declinando logo a seguir. 
- Epidemia progressiva: epidemia onde o número de casos apresenta uma lenta progressão. Contato pessoa a 
pessoa (cadeia de transmissão). 
 
 
 
- Passos para a investigação de surtos: 
1. Determinando a existência do surto 2. 
2. Confirmando o diagnóstico. 
3. Definindo e contando os casos. 
4. Descrevendo os dados do surto em tempo, lugar e pessoa. 
5. Determinando quem está sob risco de adoecer. 
6. Levantando hipóteses. 
7. Comparando as hipóteses com os fatos estabelecidos. 
8. Refinando as hipóteses e realizando estudos complementares. 
9. Implementando medidas de controle e prevenção. 
10. Comunicando os resultados da investigação por meio de relatórios e outras formas de comunicação dos 
resultados. 
 
- Aspectos da curva de uma epidemia: 
● Eixo Y: Incidência da doença 
● Eixo X: Intervalo de tempo (semanas, meses) 
 
- Diagramas de controle : 
● Distribuição normal - como ver a progressão de uma doença que está acima do limiar epidêmico: 
1. Incidência dos mês a mês dos últimos dez anos 
2. Calcular média e desvio padrão (DP) 
3. Limite superior: média mais 1,96 DP 
4. Limite inferior: média menos 1,96 DP 
 EX.: Epidemia por sarampo 
 
● Distribuição por quartis: 
1. Incidências mensais de período anterior não epidêmico (10 anos) 
2. Organiza-se pelos meses correspondentes 
3. Calcula-se a mediana, o primeiro quartil e o terceiro quartil 
4. Plota-se os valores no eixo Y pelos meses no eixo X 
 EX.: controle meningite: mediana e quartis 
 
 
2. Vigilância Epidemiológica: Vigilância em saúde 
- Constitui um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de 
informações sobre eventos relacionados à saúde. 
- Visa o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública, incluindo a regulação, intervenção e 
atuação em condicionantes e determinantes da saúde, para a proteção e promoção da saúde da população, 
prevenção e controle de riscos, agravos e doenças. 
- Contribuições de outras disciplinas 
- Articulação com demais ações e serviços do SUS: INTEGRALIDADE. 
- Descentralização e reorganização dos serviços e práticas no nível local. 
- Articulação entre as vigilâncias. 
 
 
 
 
 
 
- História: 
● Séc XVII – XX: ações de vigilância médica ( vigilância de pessoas, com medidas de isolamento e 
quarentena aplicadas individualmente) - a consolidação de um sistema de coleta e análise. 
● Séc XX – 1946 : surge o Communicable Diseases Center (EUA) com programas nacionais de vigilância 
de doenças. 
● 1965: OMS cria uma Unidade de Vigilância Epidemiológica. 
- Ações da vigilância epidemiológica: o seu papel não se restringe à interrupção da cadeia de transmissão de 
uma doença, mas intervir sobre os acontecimentos que podem originar os agravos à saúde. Etapas: 
● Coletar, processar, analisar e interpretar dados: 
→ Tipos de dados : 
- Demográficos: IBGE e SINASC (Sistema de Informações de Nascidos Vivos); 
- Ambientais; 
- Socioeconômicos; 
- Morbidade: Notificação (SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação). DATASUS 
(SIHH-SUS - Sistema de Informações Hospitalares e SAI-SUS - Sistema de Inf. Ambulatoriais). 
- Mortalidade: SIM - Sistema de informações de Mortalidade (DATASUS e CID). 
- Áreas e situações de risco: laboratórios e farmácias - busca ativa de casos. 
- Notificações de surtos e epidemias: Limite de índice endêmico (LME) LME=Média de número 
de casos ou da incidência 1,96 desvio padrão. 
 
→ Calendário: o envio de notificação de casos obedece ao Calendário Epidemiológico definido pela 
OMS. 
→ Notificação compulsória: fluxo de informações obrigatórias sobre a notificação compulsória de 
doenças. 
→ Investigação epidemiológica: complementa, confere e confirma as informações das notificações. 
Procura fontes de infecção, mecanismos de transmissão e existência de novos casos. Para cada doença 
específica, são estabelecidos critérios para sua investigação. 
● Promover e avaliar a eficácia e efetividade das medidas de controle: 
→ Evento: magnitude, transcendência, vulnerabilidade. Seus indicadores medem as questões relativas 
à importância do evento 
→ Sistema: Seus indicadores avaliam o desempenho das atividades de vigilância. Atributos: 
- Utilidade: capacidade dos sistema de cumprir o objetivos de prevenção e controle de eventos 
adversos a saúde. 
- Qualidade: sensibilidade (capacidade de detectar casos verdadeiros do evento) e Valor 
Preditivo Positivo VPP, (proporção de casos positivos que têm a doença). 
- Representatividade: capacidadede detectar a ocorrência do evento em qualquer momento 
segundo a distribuição por tempo, lugar e pessoas. 
- Oportunidade: capacidade do sistema acionar medidas de prevenção e controle no momento 
necessário para que as ações tenham o impacto necessário. 
- Aceitabilidade: capacidade obter a participação dos envolvidos. 
- Simplicidade: capacidade de se adaptar às mudanças, objetivando garantir a utilidade das 
informações o 
 
● Divulgar as informações. 
- Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica: conjunto integrado de instituições públicas e privadas do 
Sistema Único de Saúde de nível federal estadual e municipal que direta ou indiretamente notificam e ou 
orientam condutas para o controle de doenças. 
* FIH – Ficha especial de investigação: alimenta Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica. 
Órgãos responsáveis: 
● Nacional – Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde; 
● Central Estadual - Secretaria Estadual de Saúde, Conselho Estadual de Saúde; 
● Municipal – Secretaria Municipal de Saúde, Conselho municipal de Saúde; 
● Local – Centro de Saúde Unidade Mista, Posto de Saúde, Hospital, Ambulatório, Consultório Médico, 
Laboratório, Escola, Extensão Rural, Agremiações, Igreja; 
 
Delineamentos de estudo: 
 
 
 
 
3. Estudos Transversais: 
Estudo epidemiológico que fornece um diagnóstico instantâneo da situação de saúde de uma 
população, com base na avaliação individual do estado de saúde de cada um dos membros de cada 
grupo. 
- Características: 
● Diagnósticos comunitários da saúde local; 
● Ideal - Amostras representativas da população; 
● Mais empregado no campo da saúde coletiva; 
 
- Utilidade: 
● Identificação de novas doenças; 
● Identificação de populações sob risco; 
● Identificação de possíveis agentes causais de doenças; 
● Identificação de fatores ou comportamentos que aumentam ou diminuem o risco de uma doença; 
● Avalia exposição e desfecho no tempo presente. 
- Medidas de frequência: 
● Prevalência: número ou proporção de casos de uma doença em uma população, durante um intervalo 
de tempo. Casos novos + casos antigos. Ela permite: 
→ Descrever características da amostra: altura, peso, pressão arterial (médias), categorias de grupos 
etários, de hipertensos (proporções), moradores por domicílio (índices). 
→ Determinar a presença de marcadores biológicos (antígenos, anticorpos, dosagem sérica de 
colesterol, etc) – estudos soroepidemiológicos. 
→ Calcular a Taxa de Prevalência . 
→ Examinar associações entre variáveis, usando Razão de Prevalência. 
● Calculando a prevalência: 
→ Entre os expostos: dividindo o número de doentes pelo total de indivíduos expostos. 
→ Entre não expostos: dividindo o número de doentes pelo total de indivíduos não expostos. 
● Há associação entre exposição e desfecho? 
→ Comparamos a prevalência do desfecho nos dois grupos: expostos e não expostos 
→ Razão de prevalências = Prevalência de expostos 
 Prevalência de não expostos 
 
* Legenda: PE= Prevalência de expostos e PNE= Prevalência de não expostos 
● Como saber se uma razão de prevalência é significativa? 
→ Intervalo de confiança (IC): qual a probabilidade de um resultado estar dentro desse intervalo de 
confiança? ? (95 %) 
Para ser fator de risco, todo o intervalo de confiança > 1 
Para ser fator de proteção, todo o intervalo de confiança < 1 
→ Análise estatística: P < 0,05 
● Interpretação da razão de prevalência (RP): 
→ R1=1 e IC que parte está >1 e parte <1: Indica que as prevalências da doença nos grupos de 
expostos e não expostos são idênticas, indicando que não há associação observada entre exposição 
e doença (hipótese nula). 
→ R1>1 e IC>1: Indica associação positiva entre o grupo de expostos ao fator estudado e o desfecho, 
em relação ao grupo de não expostos. Fator de risco. 
→R1<1 e IC<1: Indica que há uma associação inversa entre o grupo de expostos ao fator estudado e 
o desfecho, em relação ao grupo de não expostos. Fator de proteção. 
 
→ Análise ajustada = multifatorial 
→* Análise não ajustada não leva em consideração outras exposições prévias. 
 
- Vantagens: 
● Simplicidade, baixo custo; 
● Rapidez na coleta de dados; 
● Processo amostral fácil, com representatividade; 
● Objetividade na coleta de dados; 
● Não há seguimento; 
● Detecção de características da população (e em subgrupos); 
● Identificação de casos; 
- Limitações: 
● Condições de baixa prevalência; 
● Possibilidade de erros de classificação (doença e exposição); 
● Dificuldades operacionais; 
● Confundimento; 
● Relação temporal: mede freqüência do fenômeno em determinado ponto do tempo. 
Não fica clara → Dificuldade de estabelecer causalidade; 
→ Não há espera para observar o EFEITO; 
→ Nem informação anterior sobre o EFEITO; 
- Associação X Causa: 
 
 
 
 
 
 
 
4. Estudo de Coorte: 
Num estudo de coorte, um grupo de pacientes sadios (coorte), expostos ou não a um 
suspeitado fator de risco, é seguido através do tempo para determinar a incidência da 
doença em questão em cada um dos grupos. 
 
 
A. Características: 
→ Os desfechos ocorrem de forma natural; 
→ a característica comum aos dois grupos é a exposição; 
→ Observacional, acompanhado ao longo do tempo; 
→ Ao fim, o pesquisador compara os dois grupos e determina o risco da exposição levar ao desfecho. 
 
 
B. Etapas: 
I - Definir a Pergunta da Investigação; 
II - Seleção da População em Estudo; 
III - Mensuração da Exposição; 
IV - Seguimento; 
V - Determinação dos Desfechos; 
VI - Análise dos Dados; 
VII - Interpretação. 
 
C. Tipos de ensaios clínicos: 
● Coorte Fixa e fechada: conjunto de pessoas que apresentam um evento comum (restrito no tempo e no 
espaço) que caracteriza a sua admissão na coorte. Não há perda nem cruzamento. 
● Coorte de população dinâmica ou aberta: conjunto de pessoas que apresentam uma característica (estado 
de qualificação) que define a sua participação durante o tempo que apresentarem esta característica. 
● Coorte contemporânea ou concorrente ou prospectiva: a exposição pode (ou não) já ter ocorrido, mas o 
desfecho ainda não ocorreu. 
● Coorte histórica ou retrospectiva: a observação das pessoas expostas foi iniciado em algum momento do 
passado (informações já existiam antes do início do estudo). 
 
D. Aplicações do Estudo de Coorte: 
● Quais são os efeitos de exposição ao fator de risco? 
● Qual a chance de desenvolver uma doença após uma exposição? 
→ EXEMPLO: avaliação da etiologia de doenças (ex. associação entre fumo e câncer de pulmão) e avaliação 
da história natural de doenças(ex. evolução de pacientes HIV positivos) 
 
E. Vantagens: 
● Única maneira de se estudar taxa de incidência (e risco) diretamente; 
● Se expostas, as pessoas contraem a doença? 
● A exposição pode ser obtida sem o viés decorrente de o desfecho já ser conhecido; 
● Produz medidas diretas de risco; 
● Possibilidade de análise de vários desfecho; 
● Ausência de problemas éticos dos estudos experimentais; 
● Facilidade de análise e simplicidade de desenho. 
 
F. Limitações: 
● Vulnerabilidade a perdas de integrantes; 
● Variáveis de confundimento; 
● Demais vieses (seleção e aferição). 
 
G. Medidas de associação: 
● Quantas vezes é mais provável que as pessoas expostas se tornem doentes, em relação às não-expostas? 
→ Responder por meio do cálculo de incidência. 
 
● Risco atribuível: Qual a incidência adicional de uma doença após uma exposição , além daquele 
experimentado por pessoas que não foram expostas? 
 
H. Viéses 
Distorções ou desvios das estimativas “reais” devido a uma série de fatores. 
 
● Viés de suscetibilidade: Os grupos sob comparação não são igualmente suscetíveis aos desfechos de interesse 
por razões diferentes do fator em estudo. 
● Viés de migração: Os pacientes em um subgrupo de uma coorte deixam seu subgrupo original, abandonando 
o estudo completamenteou passando para um dos outros subgrupos sob estudo. 
→ O cruzamento (crossover) ocorre quando os pacientes passam de um grupo para outro. 
● Viés de aferição: Diferença nos métodos com que se procura ou classifica os desfechos. 
 
OBS: coorte falsa → doença muito severa que já matou muita gente, só vai acompanhar os sobreviventes. 
 
5. Estudo de Caso Controle: 
Para examinar a possível associação de uma exposição a uma determinada doença, identifica-se um 
grupo de doentes (casos) e, com a finalidade de comparação, um grupo de pessoas sem a doença 
(controles) e determina-se a chance (odds) de exposição e não exposição entre casos e entre controles. 
 
I. Características: 
 → Longitudinal; 
 → Retrospectivo (Inicia o estudo pelo desfecho e olham para o passado); 
→ Observacional e analítico; 
 
 
J. Etapas: 
I - Selecionar uma amostra de uma população de pessoas com a doença ou desfecho (casos); 
II - Selecionar uma amostra de uma população sob risco sem doença (controles); 
III - Medir (em geral, não diretamente) as variáveis de exposição. 
 
OBS: Cuidar as variáveis de confusão, que na verdade são associada à exposição e não ao desfecho. 
→ Controle com: Análise estratificada e análise multivariada - ajuste do efeito (RR ou OR) 
 
K. Vantagens: 
● Eficiente em doenças raras; 
● Útil para gerar hipóteses sobre novas doenças; 
● Relativamente barato. 
 
L. Desvantagens: 
● Não há com se estimar risco ou incidência diretamente; estima-se o Odds-ratio. 
→ OD= razão entre a chance de um evento ocorrer em um grupo e a chance de ocorrer em outro grupo. 
Razão de produtos cruzados → AxD/ BxC 
Casos expostos = A /Casos não expostos = B / Controles expostos = B / Controles não expostos = D 
● Somente um desfecho pode ser analisado; 
● Grande susceptibilidade a vieses. 
 
M. Vieses: 
● Viés de seleção: amostragem diferencial entre casos e controles; 
● Viés de aferição: influência de saber a doença; 
● Viés de memória: retrospectiva das variáveis preditoras. 
6. Ensaio Clínico Randomizado: 
Exemplo inicial: Vacina da covid-19, na qual os pacientes são pessoas voluntárias divididas em dois 
grupos: grupo de tratamento que recebe a vacina em questão e grupo de controle que recebe algum 
placebo. Esse estudo compara então o efeito e o valor de intervenção em seres humanos, utilizando 
grupo controle que pode receber um placebo ou nada. Em resumo, os ensaios clínicos são 
experimentos na qual o pesquisador manipula a variável preditora (a intervenção). 
 
 
f= randomização aleatória 
 
N. Características: 
 → longitudinais; 
→ prospectivos (hipótese formulada anteriormente e testada somente na finalização da pesquisa); 
 → controlados, com alocação de grupos aleatória e podem ou não possuir esquema de cegamento (paciente 
não sabe qual medicamento está tomando). 
★ Ideal: Aleatorizado e duplo cego. 
 
O. Etapas: 
I - Farmacológica, Clínica e Toxicidade → submissão do novo tratamento para agências de saúde saberem 
II - Efeito de Tratamento Inicial 
III - Comparativos → aqui já é obrigatório ter grupos comparativos e a randomização para determinar a 
eficácia e aqui tem que ter um valor relevante. 
 IV - Inquéritos Pós-Comercialização 
 
OBS: Um medicamento ou algo são não pode ser comercializado antes da fase III. 
 
P. Tipos de ensaios clínicos: 
● Paralelo: as pessoas entram no ensaio clínico em um espaço de tempo e paralelamente a isso vai alocando-
os para diferentes intervenções. 
OBS: é o mais comum. 
 
● Cruzado: são randomizados para um grupo e depois mudados para o outro grupo. 
OBS: não pode ser realizado em vacinas. 
 
● Fatorial: ¼ com a intervenção A, ¼ com B, ¼ com nada e ¼ com A+B. 
 
● Comunidade: nesse caso a alocação é para grupos e não para indivíduos. 
 
Q. Diferentes tipos de mascaramento: 
 
 
R. Termos: 
● Risco Relativo (RR) → quantas x é menor o risco das pessoas expostas ao tratamento, comparada com as 
pessoas não expostas? 
 
RISCO = Nº de eventos / total expostos → INCIDÊNCIA 
RR = 1 – não há associação / RR > 1 – fator é de risco / RR < 1 – fator é de proteção 
 
 
● Redução Relativa do Risco (RRR) → o quanto o tratamento reduziu o risco? / RRR= 1-RR 
● Redução Absoluta do Risco (RAR) → o quanto o tratamento realmente reduziu o risco? 
RAR= taxa de eventos nos controles – taxa de eventos nos tratados 
● Número Necessário Tratar (NNT) → Quantos indivíduos é preciso tratar para reduzir um evento? 
NNT = 1/RAR 
 
S. Validade interna: 
● O tamanho da amostra é adequado? 
● Os grupos são semelhantes? 
● Houve sigilo da alocação? 
● O seguimento foi completo? 
● A intervenção avaliada foi a única intervenção relevante no paciente? 
● O estudo foi feito por intenção de tratar? 
● Qual foi magnitude e precisão dos resultados? 
 
T. Validade externa: 
● Existe a possibilidade de generalizar os resultados? 
● Os eventos considerados são clinicamente relevantes? 
● Os benefícios do tratamento irão suplantar os possíveis danos e custos? 
● Os achados são consistentes? 
● Como implementar na realidade local e de acordo com o paciente? 
 
U. Vieses: 
O ensaio clínico é classificado em baixo risco de viés, alto risco de viés e risco incerto de viés. 
 
● Viés de seleção: houve geração da sequência aleatória e ocultação da alocação? 
● Viés de performance: houve o cegamento de participantes e profissionais? 
● Viés de detecção: houve cegamento dos avaliadores? 
● Viés de atrito ou perdas: os desfechos estão incompletos. 
● Viés de relato: desfecho seletivo. 
 
OBS GERAL: Existem ensaios clínicos não controlados. Nesse caso, os indivíduos servem como seus próprios 
controles (antes-e-depois). Os resultados destes estudos estão sujeitos vários problemas: melhora previsível, 
paciente melhora espontaneamente e não pelo tratamento e flutuação na gravidade da doença.

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