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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS CAMPUS POUSO ALEGRE BRUNA BELIZÁRIO SILVA KAROLINY CÁSSIA RODRIGUES ALMEIDA MATHEUS APARECIDO DE PAIVA CAIXETA SEDIMENTAÇÃO POUSO ALEGRE – MG 2019 1 OBJETIVO Realizar um ensaio de sedimentação de uma suspensão de carbonato de cálcio a diferentes concentrações para o cálculo de sedimentadores circulares. 2 RESULTADOS E DISCUSSÕES Preparou-se três soluções de carbonato de cálcio nas concentrações de 30 , 45 e 60 g/L em uma proveta, verteu-se a mesma em um tubo de sedimentação e disparou-se o cronômetro medindo-se a altura da interface líquido/solução e o tempo, até que a altura de sedimentação se mantivesse constante. Para dimensionar o sedimentador utilizou-se uma vazão mássica de 10 t/h e uma concentração de espessamento (Ce) 6 vezes a concentração de alimentação (C0). Para determinar Q0 , A, Qe, QL , H e D utilizou-se as equações abaixo: Ze = Ce C . Z0 0 (1) (2). A = 2 Z0 Q Θ0 . e (3)Qe = Ce Q C0 . 0 (4)QQL = 0 − Qe (5) D = √2 π8 . A (6)H = A. Z0 Q .Z (Θ − Θ )0 c e c Onde: Θc = Tempo crítico Zc = Altura crítica Θe = Tempo de espessamento Ze = Altura de espessamento QL = Vazão de lama Qe = Vazão de espessamento D = Diâmetro do sedimentador H = Altura de espessamento A = Área do sedimentador Q0 = Vazão da suspensão na alimentação do espessador Verifica-se que na equação 2 que a área é dobrada. Esta prática é um fator de segurança devido a recirculação de sólidos, a variação de temperatura, canais preferenciais de escoamento, etc. O ponto crítico foi determinado pelos métodos de Talmadge – Fitch e Roberts para cada uma das concentrações estudadas. 2.1 Concentração de 30 g/L de Carbonato de Cálcio Os dados coletados na prática com a concentração de 30 g/L são apresentados na tabela 1 a seguir: Tabela – 1 Altura do sedimentação e tempo na concentração de 30 g/L Θ (min) Z (mm) Θ (min) Z (mm) Θ (min) Z (mm) 0 496 21 187 53 63 1 485 22 174 55 60,5 2 467 23 159 57 59 3 456 24 147 60 56 4 435 25 134 63 54,5 5 420 26 124 66 53 6 405 27 115 71 52 7 390 28 110 77 50 8 375 29 107 85 48 9 359 30 104 95 46 10 343 31 102 105 45 11 330 33 97 115 44 12 317 35 93 125 43 13 302 37 88 135 42 14 286 39 85 145 41 15 273 41 81 155 40 16 257 43 77 165 40 17 244 45 75 18 230 47 71 19 215 49 69 20 203 51 66 Fonte: Elaborado pelos autores. Com os dados tabelados acima plotou-se o gráfico 1 utilizando o método de Talmadge - Fitch, com o intuito de determinar o ponto crítico. Gráfico 1 - Determinação do Ponto crítico pelo método de Talmadge Fitch na concentração de 30 g/L Fonte: Elaborado pelos autores. É possível observar pelo gráfico que os valores de Θc e Zc são 35,84 min e 90 mm, respectivamente. Para o método de Roberts traçou-se o gráfico 2 de Z - Zf versus Θ com o eixo da coordenada em escala logarítmica. Sendo Z a altura de sedimentado em um determinado tempo e Zf a altura final. Gráfico 2 - Determinação do Ponto crítico pelo método de Roberts concentração de 30 g/L Fonte: Elaborado pelos autores. Analisando os gráficos 1 e 2 verifica-se que o método de Talmadge - Fitch ajusta melhor os dados experimentais pois é possível determinar o ponto crítico, já pelo gráfico de Roberts a inflexão não está definida . Utilizando as fórmulas apresentadas acima foi possível dimensionar o sedimentador pelo método de Talmadge - Fitch . Para determinar o diâmetro do sedimentador calculou-se Ze pela equação 1, traçando uma reta paralela à abscissa no valor de Ze até a tangente do ponto crítico, foi possível obter o valor de Θe . Com os dados da altura inicial Z 0 , Θe e Q0 calculou-se a área do sedimentador através da equação 2 , em seguida o diâmetro pela equação 5. A vazão volumétrica de clarificado e de lama foi calculado pelas equações 4 e 3 respectivamente. O cálculo da altura do sedimentador H foi realizado pelo método do balanço de massa através da equação 6 . Os dados calculados acima são apresentados na tabela 2 abaixo: Tabela – 2: Dimensionamento do sedimentador na concentração de 30 g/L Dimensionamento do espessador C0 30 g/L Ce 180 g/L Vazão mássica 10.000.000 g/L Z0 0,496 m Ze 0,0827 m Θe 0,625 h QL 277,78 m3/h Qe 55,56 m3/h D 32,70 m H 0,0025 m Θc 0,59 h Zc 0,09 m Q0 333,34 m 3/h Área 840,06 m2 Fonte: Elaborado pelos autores. 2.2 Concentração de 45 g/L de Carbonato de Cálcio Os dados coletados na prática com a concentração de 45 g/L são apresentados na tabela 2 a seguir: Tabela 3 - Altura de sedimentação e tempo na concentração de 45 g/L Θ (min) Z (mm) Θ (min) Z (mm) Θ (min) Z (mm) 0 518 29 265 78 137 1 508 30 258 81 134 2 497 31 256 85 129 3 487 32 245 89 124 4 478 33 239 93 118 5 469 34 234 97 115 6 459 35 229 102 110 7 450 36 224 107 105 8 440 37 220 112 101 9 431 38 215 117 96 10 418 39 211 122 92 11 413 40 209 127 88 12 403 41 205 132 84 13 394 42 202 137 80 14 386 44 197 142 76 15 377 46 192 147 75 16 368 48 187 153 73 17 360 50 183 160 72 18 350 52 179 168 70 19 343 54 175 177 69 20 334 56 172 187 67,5 21 325 58 168 197 67 22 317 60 164 207 66 23 310 62 162 217 65 24 302 64 158 227 64 25 295 66 155 237 63 26 286 69 151 247 63 27 277 72 142 28 270 75 141 Fonte: Elaborado pelos autores. Com os dados tabelados acima plotou-se o gráfico 3 utilizando o método de Talmadge - Fitch, com o intuito de determinar o ponto crítico. Gráfico 3- Determinação do Ponto crítico pelo método de Talmadge Fitch concentração de 45 g/L Fonte: Elaborado pelos autores. É possível observar pelo gráfico que os valores de Θc e Zc são 60 min e 168 mm, respectivamente. Para o método de Roberts traçou-se o gráfico 4 abaixo, conforme descrito no item 2.1 deste relatório. Gráfico 4- Determinação do Ponto crítico pelo método de Roberts na concentração de 45 g/L Fonte: Elaborado pelos autores. A análise do gráfico 3 e 4 foi realizada de maneira equivalente ao item 2.1. Não foi possível determinar o ponto crítico pelo método de Roberts, pois não visualiza-se o ponto de inflexão.O dimensionamento do sedimentador foi realizado pelo método de Talmadge - Fitch. Os dados obtidos do dimensionamento do sedimentador para a concentração de 45 g/L encontram-se na tabela4. Tabela 4 – Dimensionamento do sedimentador na concentração de 45 g/L Dimensionamento do espessador C0 45 g/L Ce 270 g/L Vazão mássica 107 g/L Z0 0,518 m Ze 0,08633 m Θe 1,63 h QL 185,18 m3/h Qe 37,04 m3/h D 42,22 m H 0,032 m Θc 1 h Zc 0,168 m Q0 222,22 m 3/h Área 1400 m2 Fonte: Elaborado pelos autores. 2.3 Concentração de 60 g/L de Carbonato de Cálcio Os dados coletados na prática com a concentração de 60 g/L são apresentados na tabela 5 a seguir: Tabela – 5: Altura de sedimentação e tempo na concentração de 60 g/L Θ(min) Z (mm) Θ(min) Z (mm) Θ(min) Z (mm) 0 482 34 310 91 187 1 477 35 306 94 183 2 472 36 303 97 179 3 466 37 299 100 175 4 459 38 295 103 171 5 453 39 292 106 168 6 447 40 289 109 164 7 442 41 285 112 160 8 436 42 282 115 157 9 430 43 279 118 154 10 425 44 276 122 149 11 420 45 273 126 145 12 415 46 270 130 141 13 410 47 267 134 137 14 405 48 265 138 133 15 399 49 262 142 130 16 394 51 257 147 125 17 389 53 252 152 121 18 384 55 247 157 116 20 374 59 239 167 109 21 369 61 235 172 104 22 365 63 231 177 101 23 360 65 228 183 96 24 355 67 224 189 92 25 351 69 220 195 89 26 347 71 217 201 86 27 343 73 214 209 85 28 338 76 209 219 84 29 326 79 204 229 82 30 324 82 200 239 81 31 322 85 195 249 80 32 318 88 191 259 79 33 314 Fonte: Elaborado pelos autores. Com os dados tabelados acima plotou-se o gráfico 5 utilizando o método de Talmadge - Fitch, com o intuito de determinar o ponto crítico. Gráfico 5 - Determinação do ponto crítico pelo método de Talmadge Fitch na concentração de 60 g/L Fonte: Elaborado pelos autores. É possível observar pelo gráfico 5 que os valores de Θc e Zc são 76,85 min e 209,1 mm, respectivamente. Para o método de Roberts traçou-se o gráfico 6 de Z - Zf versus Θ com o eixo da coordenada em escala logarítmica. Sendo Z a altura de sedimentado em um determinado tempo e Zf a altura final de sedimentado. Gráfico 6 - Determinação do ponto crítico pelo método de Roberts na concentração de 60g/L Fonte: Elaborado pelos autores. A análise do gráfico 5 e 6 foi realizada de maneira equivalente ao item 2.1. Os dados obtidos do dimensionamento do sedimentador para a concentração de 60 g/L encontram-se na tabela 6. Tabela – 6: Dimensionamento do sedimentador na concentração de 60 g/L Dimensionamento do espessador C0 60 g/L Ce 360 g/L Vazão mássica 107 g/L Z0 0,482 m Ze 0,0803 m Θe 2,56 h QL 138,89 m3/h Qe 27,78 m3/h D 47,48 m H 0,0523 m Θc 1,28 h Zc 0,2091 m Q0 166,67 m 3/h Área 1770,44 m2 Fonte: Elaborado pelos autores. 3 CONCLUSÃO Pode-se afirmar que os dados obtidos durante a sedimentação coincidem melhor com o modelo de Talmadge- Fitch, pois é possível determinar o ponto crítico. Os gráficos de Roberts sofreram uma certa interferência e seu modelo de curva não foi satisfatório. Os resultados obtidos foram razoáveis levando em consideração os erros associados à prática, tais como falha humana na leitura de altura e de tempo e também a concentração real da solução.Tendo em vista o experimento realizado no laboratório de operações unitárias, pode-se dimensionar um sedimentador. Isto é possível devido aos dados fornecidos pelo experimento que permitem obter parâmetros importantes para um dimensionamento adequado. Conclui-se então, que as suspensões menos concentradas sedimentam antes, e por isso necessitam de sedimentadores menores. Observou-se também que conforme ocorre a sedimentação, a velocidade de sedimentação diminui. 4 REFERÊNCIA LABTRIX INDÚSTRIA DE BANCADAS TÉCNICAS LTDA. Sedimentação- Modelo XP1612.