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Aula 06

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Elementos do Direito Penal 
 
 
 
Aula 06 
 
 
 
 
 
Romulo Quenehen 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCIPAIS TIPOS PENAIS NO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE SEGURANÇA 
Dos Crimes Contra a Vida (art. 121 ao 128) 
Homicídio (art. 121, CP) 
As espécies de homicídio são: 
a) doloso simples: matar alguém; 
b) doloso privilegiado: matar alguém sob domínio de violenta emoção 
(exemplo: pai que mata o estuprador da filha) ou em razão de relevante valor 
moral ou social (exemplo: matar o traidor da Pátria); 
c) doloso qualificado: o crime hediondo (exemplo motivo torpe: matar 
a mãe para receber herança ou seguro e motivo fútil: motivo insignificante); 
d) culposo: homicídio causado por imprudência, negligência ou 
imperícia (exemplo: matar pessoa atropelada); 
e) doloso majorado: o homicídio é doloso se a vítima for menor de 14 
ou maior de 60 anos. É necessário que o agente tenha ciência da idade da vítima; 
f) culposo majorado: o homicídio é culposo. 
Crimes Contra o Patrimônio (art. 155 a 183, CP) 
Furto (art. 155, CP) 
As espécies de furto são: 
a) furto simples: subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel; 
b) furto majorado: se o furto for praticado durante o repouso noturno; 
c) furto privilegiado: se o criminoso for primário e a coisa furtada, de 
pequeno valor; 
d) furto de energia elétrica: equiparação de coisa alheia a energia 
elétrica ou qualquer outra com valor econômico; 
e) furto qualificado: crime cometido com destruição ou rompimento de 
obstáculo; abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
emprego de chave falsa; concurso de duas ou mais pessoas. 
 
 
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Roubo (art. 157, CP) 
As espécies de roubo são: 
a) roubo próprio: aquele realizado com emprego de violência física ou 
grave ameaça (art. 157, caput, CP). Admite tentativa; 
b) roubo impróprio: aquele realizado com emprego da violência ou da 
grave ameaça após a subtração do bem, como forma de garantir sua detenção 
ou ficar impune. Não se admite a tentativa; 
c) roubo majorado: se a violência ou ameaça é exercida com emprego 
de arma; se há o concurso de duas ou mais pessoas; se a vítima está em serviço 
de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância; se a subtração for 
de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o 
exterior; se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade; 
d) roubo qualificado: se da violência resulta lesão corporal de 
natureza grave; se resulta morte. Trata-se de latrocínio (crime hediondo). 
Consuma-se com a morte da vítima, independentemente da subtração da coisa. 
Estelionato (art. 171, CP) 
Estelionato (art. 171, CP) e dos crimes contra a fé pública (art. 289 ao 
311-A). 
No estelionato, a vítima é induzida ou mantida em erro pelo agente 
mediante emprego de: artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. A 
consumação ocorre no momento em que o agente obtém a vantagem ilícita, 
causando prejuízo alheio (crime material). 
Os crimes contra a fé pública podem ser classificados em: 
a) falsificação de documento público: falsificar, no todo ou em parte, 
documento público, ou alterar documento público verdadeiro; 
b) falsificação de documento particular: falsificar, no todo ou em parte, 
documento particular ou alterar documento particular verdadeiro; 
 
 
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c) falsidade ideológica: omitir, em documento público ou particular, 
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração 
falsa ou diversa da que devia ser escrita; 
d) falsa identidade: atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade 
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a 
outrem. 
Crimes Contra a Administração Pública (art. 312 ao 361, CP) 
Os crimes praticados por funcionário público contra a administração em 
geral (art. 312 ao 327) são: 
a) peculato: apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão 
do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio; 
b) peculato mediante erro de outrem: apropriar-se de dinheiro ou 
qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem; 
c) concussão: exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida; 
d) corrupção passiva: solicitar ou receber, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem; 
e) facilitação de contrabando ou descaminho: facilitar, com infração 
de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho. 
 
Crimes Praticados por Particular Contra a Administração Pública (art. 328 ao 
337, CP) 
Crimes praticados por particular contra a administração pública e dos 
crimes contra a paz pública. 
Os crimes praticados por particular contra a administração pública são: 
 
 
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a) resistência (art. 329): opor-se à execução de ato legal, mediante 
violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe 
esteja prestando auxílio. A pena é de detenção, de dois meses a dois anos; 
b) desobediência (art. 330): desobedecer à ordem legal de funcionário 
público. A pena é de detenção, de quinze dias a seis meses, e multa; 
c) corrupção ativa (art. 333): oferecer ou prometer vantagem indevida 
a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 
A pena é de reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
O principal crime contra a paz pública é a associação criminosa. O crime 
de associação criminosa (art. 288) ocorre quando se associam 3 (três) ou mais 
pessoas para o fim específico de cometer crimes. 
 
Referências 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. v. 1. 21 
ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
GRECO, Rogério. Curso de direito penal. v. I. 18 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 
2016.

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