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CONTESTAÇÃO VIAÇÃO - ESTÁGIO

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA COMARCA DE BAURU DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
VIAÇÃO METEORO LTDA, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob o número, sediada em São Paulo, Estado de São Paulo, na rua, número, bairro, CEP, com endereço eletrônico, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu procurador infra-assinado, com escritório profissional situado na rua, número, bairro, endereço eletrônico, Cidade /UF, CEP, onde recebe suas intimações, com fulcro nos artigos 335 e seguintes do Atual Código de Processo Civil apresentar sua:
CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO
Nos autos da Ação proposta por CAIPIRAS HORTALIÇAS ME, microempresa, inscrita no CNPJ de número, sediada e estabelecida em Bauru, no Estado de São Paulo, na rua, número, bairro, com endereço eletrônico.
Pelos fatos e fundamentos de direito a seguir expostos: 
I – DA TEMPESTIVIDADE
O artigo335 inciso I do Atual Código de Processo Civil prevê o prazo de 15 dias para apresentar a contestação a contar da data de audiência de conciliação. 
A audiência foi realizada no dia 15/02/2018, data essa, na qual iniciou a contagem do prazo, encerrando o prazo em 08/03/2018. 
Tempestiva, pois, a presente CONTESTAÇÃO/RECONVENÇÃO.
II – DAS PRELIMINARES
A) INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
Com fulcro no artigo 293 atual Código de Processo Civil, impugna a parte ré o valor da causa.
A autora atribuiu à causa o valor de R$1.000,00 (um mil reais), contudo, o valor da causa deve ser correspondente à soma dos valores cumulados na exordial, sendo o corretor valor equivalente ao montante de R$75.000,00 (setenta e cinco mil reais), conforme preceitua o Artigo 292, inciso VI do Atual Código de Processo Civil.
O valor da causa deverá ser corrigido por Vossa Excelência nos termos do artigo 292 § 3° do atual Código de Processo Civil, determinando o complemento das custas no prazo legal, sob pena de indeferimento da inicial conforme o Artigo 321 do Código de Processo Civil.
B) INCAPACIDADE DA PARTE/ DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO/ FALTA DE AUTORIZAÇÃO
Com fundamentação no Artigo 337, inciso IX do atual Código de Processo Civil, aponta a Ré a ausência da juntada da Procuração, requerendo a Vossa Excelência oportunizar a parte a possibilidade de juntar o documento no prazo legal, sob pena de extinção do feito.
C) DENÚNCIA DA LIDE
Conforme disposto no artigo 125 inciso II, é cabível a denunciação da lide, chamando terceiro ao processo.
Isto posto, requer a citação da SEGURADORA TRAFEGAR LTDA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, sediada e estabelecida na cidade rua, número, bairro, CEP, para integrar a lide, designando-se a data para a realização da audiência para prosseguimento do feito, até o julgamento.
D) DA RECONVENÇÃO
A Ré, juntamente com a contestação, propõe reconvenção nos termos do Artigo 343do Atual Código de Processo Civil, in verbis:
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
[...]
Restará evidente que a Ré não pode ser responsabilizada pelos danos decorrentes do acidente que por hora postula a parte Autora.
Inversamente, a Ré deve ser indenizada materialmente pelos danos sofridos em seu veículo, no importe de R$22.000,00 (vinte e dois mil reais), sendo este o menor orçamento, apresentado pela empresa OFICINA RODOCAR LTDA dentre os três orçamentos que foram anexados aos autos.
III – SÍNTESE DA INICIAL
Em sua exordial a parte autora alega que conduzia um veículo pick-up Ford Ranger, placa GGG-1123, pela rodovia BR 345, enquanto passava pelo KM 477 perdeu o controle do veículo, alegando que a pista estava coberta por uma camada de óleo, que chovia muito e havia neblina.
Afirma que em razão das péssimas condições climáticas narradas, seu veículo derrapou e supostamente permaneceu parado na pista, sem invadir a pista contrária.
Alega ainda que avistou o veículo ônibus da empresa ré trafegando pela mão contrária e tentou ir ao acostamento, contudo, não deu tempo e colidiram frontalmente.
Com o choque seu o veículo foi arremessado por cerca de 10 (dez) metros e bateu em um barranco. 
Requerendo assim a condenação da parte Ré no montante de R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais) a título de pagamento de danos materiais referente ao conserto de seu veículo. O equivalente a R$30.000,00 (trinta mil reais) por lucros cessantes e R$10.000,00 (dez mil reais) pelos danos emergentes, totalizando o valor de R$75.000,00 (setenta e cinco mil reais).
IV – DO DIREITO
A) – DA REALIDADE DOS FATOS - BEM COMO DA IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA – CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA – AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL
De início, cumpre ressaltar que a lesão derivada de acidente de trânsito é um fato que certamente ocasiona inestimável consequência de natureza psicológica e material à vítima e à sua família. No entanto, é sabido que o julgador, quando da análise do caso posto à apreciação, a despeito de sensível à dor irreparável daquele que a experimentou, tem o dever de julgar a lide consoante os termos traçados pela lei.
Demais disso, é sabido e consabido, sobretudo, patente, que o acidente não ocorreu por culpa do motorista do ônibus da Viação Meteoro LTDA e sim tão somente pela Autora. No momento em que o ônibus trafegava normalmente pela via, foi surpreendido ao visualizar o veículo pick-up Ford Ranger sem controle e totalmente desgovernado vindo em sua direção.
Isto posto, o motorista do ônibus optou por fazer uma manobra brusca, virando o veículo para mão contraria com intuito de evitar uma colisão, contudo, não teve tempo hábil, colidindo frontalmente com a pick-up.
Durante a averiguação um dos policiais afirmou que pela posição dos veículos poderia inferir que a causa preponderante do acidente teria sido o deslocamento da Pick-up em direção a via por onde trafegava o ônibus. O motorista ainda cita duas testemunhas que estavam nos primeiros assentos do ônibus e tiveram a mesma visão referente ao fato por ele descrito.
Por não colher marcas de frenagem dos veículos envolvidos no acidente, não tem como afirmar a versão relatada na exordial, desse modo o conteúdo do relator indica que a perícia policial foi inconclusiva. 
Entretanto, o relatório realizado através da posição dos veículos e dos relatos dos passageiros, indica a mesma versão relatada pelo motorista do ônibus.
Foi apurado ainda que através da análise do tacógrafo o ônibus trafegava em velocidade compatível com a via de trânsito.
Importante frisar que é cediço que a responsabilização civil por dano moral e/ou material exige a prova de ato ilícito, a demonstração do nexo causal e o dano indenizável.
Sem maiores delongas, a parte autora não logrou êxito em demonstrar que sofreu qualquer tipo da ocorrência de ato ilícito, quando tal ônus lhe incumbe, a teor do art. 373, I, do CPC.
Tal dispositivo preceitua que cabe a parte autora comprovar o fato constitutivo de seu direito: 
“Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito”.
De tal forma, o ônus da prova é regra fundamental em nosso Estado Democrático de Direito que certamente atrai para a parte autora o encargo de provar de forma robusta os prejuízos enfrentados, ônus este do qual não se libertou, já que não demonstrou a existência de fato constitutivo de seu direito.
Nesse sentido, se não houve, eventual, dever de cuidado descrito nas normas de trânsito por parte da Autora, a parte requerida não pode ser punida por culpa exclusiva da vítima.
Conforme se pode verificar, o motorista do ônibus, não violou qualquer preceito legal – uma vez que tomou todos os cuidados dispensáveis para a correta circulação do veículo, sempre visualizando em ambos os retrovisores, assim como para os lados. O queocorreu, na realidade, foi o condutor da pick-up que adentrou na contra mão.
Dessa forma, fica rompido qualquer dever de indenizar por parte da VIAÇÃO METEORO LTDA.
Diante de tal normativa jurídica, observando os fatos e a escassez de documentação anexada pela parte autora se torna clarividente que ela foi quem deu causa ao acidente. 
PORTANDO NÃO HÁ QUE FALAR EM CONDUTA CULPOSA DA VIAÇÃO METEORO LTDA QUE ATRELE AO APONTADO DANO SUPORTADO PELA AUTORA, MOTIVO PELO QUAL A IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA É MEDIDA QUE SE IMPÕE.
Diante disso, não há que se falar em qualquer indenização por nítida falta de liame causal, o que desde já se requer.
B) DA CULPA CONCORRENTE – PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
Caso não seja albergada a culpa exclusiva acima salientada, bem como a inexistência de danos, o que não se admite por óbvio, fica evidenciado, no mínimo, a culpa concorrente da vítima para o evento danoso.
Com efeito, se o motorista do veículo ônibus estava na pista contraria, resta claro que foi para esquivar-se da colisão frontal por conta do veículo pick-up estar sem controle, sendo óbvio, sobretudo patente, que a parte autora concorreu para o enventu damni.
Nesse sentido, verifica-se, no mínimo, que a culpa do acidente foi concorrente.
Diante disso, não sendo acatadas as teses anteriores, nítida a incidência de culpa concorrente com minoração de 50% dos eventuais danos postulados, o que fica desde já requerido.
Por isso Excelência, não há que se falar que o infortúnio ocorreu em virtude de conduta culposa da Viação Meteoro LDTA, uma vez que a parte autora – condutora da pick-up contribuiu, de forma circunstancial, com seus danos, impondo-se, data vênia, a redução do montante a ser arbitrado a título de danos morais e estéticos em 50% por questão de justiça e equidade (artigos 944, parágrafo único e 945, ambos do CC/02).
Diante disso, não sendo acatadas as teses anteriores, nítida a incidência de culpa concorrente com minoração de 50% dos eventuais danos morais e estéticos postulados, o que fica desde já requerido.
C) DANOS MATERIAIS
Inexiste dever da Viação Meteoro LTDA em indenizar a parte autora por eventuais danos materiais.
Postula, a parte autora, indenização decorrentes de consertos, reparos e mão de obra da Pick-up no valor de R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais).
A requerida não pode ser responsabilizada pelos danos materiais que a parte autora alega ter sofrido porque esta contribuiu pelo evento danoso, como bem explanado nos itens acima.
Oportuno assentar que a parte autora não trouxe provas suficientes do alegado dano material, anexando apenas mero orçamento, o qual não se torna suficiente para demonstrar que desembolsou a quantia de R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais)
Com isso, para ser demonstrado tal dano material deveria a parte requerente ter acostado nota fiscal ou outro comprovante devidamente assinado descriminando o valor que realmente despendeu. Portanto, não há nada, absolutamente, nada que comprove que as peças descritas nas ordens de serviço são necessárias nem mesmo, nada que comprove que os danos foram de fato decorrentes do acidente. 
É muito fácil invocar e quantificar o dano. No entanto, como se sabe, para ter sua pretensão acolhida, não basta que o autor invoque e quantifique os danos.
É necessário prova cabal, robusta, que demonstre clara e efetivamente o dano suportado, além, é obvio, da culpa da parte contraria, que diga-se de passagem, no caso sub judice, nem de longe restou demonstrada. 
Sendo assim, requer uma inspeção no veiculo a fim de constatar o eventual dano causado.
D) LUCROS CESSANTES
Postula a requerente a restituição no valor de R$30.000,00 (trinta mil reais) em decorrência de lucros cessantes.
Causa estranheza tal atitude, poderia, mas não o fez, apresentar documentos comprobatórios que corroboram com o tal requerimento.
Demais disso, sendo profissional autônomo deveria ter apresentados seus documentos de vendas, esclarecendo a quantidade, horário e data, assim como valores cobrados, também não fez!
Forçoso concluir pela inviabilidade do pedido de condenação ao pagamento de lucros cessantes da forma alvitrada, à mingua de prova documental idônea e concreta da renda auferida pela parte autora.
Por esse prisma, para reconhecimento da reparação material por lucros cessantes é indispensável à efetiva demonstração do fato que lhe deu azo e, mais ainda, a ocorrência efetiva das perdas e danos que a parte autora reclama – NADA APRESENTOU!
Para aferir a existência dos lucros cessantes não basta à mera possibilidade de obtenção de lucro, sendo necessário que haja uma probabilidade objetiva daquilo que a parte autora haveria de lucrar se o evento danoso não tivesse ocorrido.
V – DAS PROVAS
Protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito, notadamente a juntada de novos documentos, prova testemunhal, pericial e depoimento pessoal.
VI- DOS PEDIDOS
a) Provarão o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do representante legal da reconvinte, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas oportunamente arroladas, juntadas de documentos. Protestam por outras provas;
b) Diante do exposto, CONSTESTA todos os termos da exordial, requerendo que seja julgado IMPROCEDENTE os pedidos da presente ação sob pena de ENRIQUECIMENTO ILICITO, e ainda condenando o reconvindo no pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios;
c) Sejam os pedidos julgados improcedentes por nítida ausência de culpa Da Viação Meteoro LTDA, bem como a nítida inexistência de nexo causal e dano indenizável (moral, material e lucro cessante), conforme acima exposto;
d) Seja a autora intimada para sanear todos os vícios apontados em preliminares;
e) Seja julgado totalmente procedente o pedido de reconvenção, a fim de condenar a autora a indenizar materialmente a ré no valor equivalente a R$22.000,00 (vinte e dois mil reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Cidade, dia, mês, ano.
Advogado (a) 
OAB – ESTADO.

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