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Fisioterapia no TCE Neo e Ped

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Procedimento Operacional Padrão 
Unidade de Reabilitação/27/2015 
 
Fisioterapia no Traumatismo 
Cranioencefálico em 
Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 
 
 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimento Operacional Padrão 
Unidade de Reabilitação/27/2015 
 
 
Fisioterapia no Traumatismo 
Cranioencefálico em Neonatologia e 
Pediatria 
 
 
 
 
 
Versão 2.0 
 
 
 
 
 
® 2019, Ebserh. Todos os direitos reservados 
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh 
www.ebserh.gov.br 
 
 
Material produzido pela Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade 
Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). 
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), administrado pela Eb-
serh – Ministério da Educação 
 
POP: Fisioterapia no Traumatismo Cranioencefálico em Neonatologia e Pediatria – Unidade de Reabili-
tação, Uberaba, 2019 – Versão 2.0. 17p. 
Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Fisioterapia; 3 – Traumatismo; 4 – Cranioencefálico. 
 
 
 
 
 
HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO 
ADMINISTRADO PELA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES 
(EBSERH) 
Avenida Getúlio Guaritá, nº 130 
Bairro Abadia | CEP: 38025-440 | Uberaba-MG 
Telefone: (034) 3318-5200 | Sítio: www.uftm.edu.br 
 
 
 
RICARDO VÉLEZ RODRÍGUEZ 
Ministro de Estado da Educação 
 
 
KLEBER DE MELO MORAIS 
Presidente da Ebserh 
 
 
LUIZ ANTÔNIO PERTILI RODRIGUES DE RESENDE 
Superintendente do HC-UFTM 
 
 
MARIA CRISTINA STRAMA 
Gerente Administrativo do HC-UFTM 
 
 
DALMO CORREIA FILHO 
Gerente de Ensino e Pesquisa do HC-UFTM 
 
 
GEISA PEREZ MEDINA GOMIDE 
Gerente de Atenção à Saúde do HC-UFTM 
 
 
DENER DONIZETTI CUNHA MATOS 
Chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HC-UFTM - substituto 
 
 
IZABELLA BARBERATO SILVA ANTONELLI 
Chefe da Unidade de Reabilitação 
 
 
 
EXPEDIENTE 
Unidade de Reabilitação 
Produção 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRICO DE REVISÕES 
 
Data Versão Descrição Gestor do POP 
Autor/responsável por 
alterações 
03/12/2015 1.0 
Trata da padronização da assis-
tência ao paciente neonatal e 
pediátrico com diagnóstico de 
traumatismo cranioencefálico 
(TCE) internado no HC-UFTM 
Renata de Melo Batista 
Alessandra Aparecida da 
Cunha Freitas 
20/06/2018 1.0 
Trata da atualização da padro-
nização da assistência do paci-
ente neonatal e pediátrico com 
diagnóstico de TCE internado 
no HC-UFTM. 
Renata de Melo Batista 
Alessandra Aparecida da 
Cunha Freitas 
04/01/2019 2.0 
Trata da atualização da padro-
nização da assistência do paci-
ente neonatal e pediátrico com 
diagnóstico de TCE internado 
no HC-UFTM. 
Izabella Barberato 
Silva Antonelli 
Alessandra Aparecida da 
Cunha Freitas 
Validação: Unidade de 
Planejamento 
Aprovação: Colegiado 
Executivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 5 de 17 
 
SUMÁRIO 
 
 SUMÁRIO 
OBJETIVO ..............................................................................................................................7 
GLOSSÁRIO ...........................................................................................................................7 
APLICAÇÃO ..........................................................................................................................8 
1. INFORMAÇÕES GERAIS .................................................................................................8 
1.1 Introdução ..........................................................................................................................8 
1.2 Fisiopatologia ....................................................................................................................9 
1.3 Sinais e sintomas .............................................................................................................10 
2. TRATAMENTO ................................................................................................................10 
2.1 Medidas gerais .................................................................................................................12 
2.2 Medidas específicas para o tratamento da Hipertensão Intracraniana (HIC) ..................13 
3. TRATAMENTO FISIOTERÁPICO .................................................................................14 
3.1 Fisioterapia respiratória ...................................................................................................14 
3.1.1 Em pacientes com risco de HIC e monitorização da Pressão Intracraniana (PIC) .......15 
3.2 Fisioterapia motora ..........................................................................................................16 
REFERENCIAIS TEÓRICOS ..............................................................................................17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 6 de 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 7 de 17 
 
OBJETIVO 
 
Padronizar entre a equipe de fisioterapia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triân-
gulo Mineiro (HC-UFTM), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), 
a assistência ao paciente neonatal e pediátrico internado com diagnóstico de traumatismo cranioence-
fálico (TCE). 
 
GLOSSÁRIO 
 
BIPAP – Bilevel Positive Pressure Airway ou pressão positiva em vias aéreas a dois níveis 
BNM – Bloqueio Neuromuscular 
CPAP – Continuous Positive Airway Pressure ou pressão positiva contínua na via aérea 
Ebserh – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares 
ECG – Escala de Coma de Glasgow 
DVE – Derivação Ventricular Externa 
FR – Frequência Respiratória 
FSC – Fluxo Sanguíneo Cerebral 
HIC – Hipertensão Intracraniana 
H2O – Água 
IOT – Intubação Orotraqueal 
LAD – Lesão Axonal Difusa 
LCR - Liquido cefalorraquidiano 
PAM – Pressão Arterial Média 
PaO2- Pressão de Oxigênio Arterial 
PCO2 – Pressão Parcial de Gás Carbônico 
Peep – Pressão Positiva no final da expiração 
PIC – Pressão intracraniana 
POP – Procedimento Operacional Padrão 
PS – Pronto Socorro 
RNC - Rebaixamento do Nível de Consciência 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 8 de 17 
 
SatO2 – Saturação de Oxigênio 
TCC – Tomografia Computadorizada de Crânio 
TCE – Traumatismo Cranioencefálico 
UCI – Unidade de Cuidados Intermediários 
UTI – Unidade de Terapia Intensiva 
VM – Ventilação Mecânica 
 
APLICAÇÃO 
 
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e Pediátrica 
Enfermaria de Pediatria 
Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) - Berçário 
Pronto Socorro (PS) Infantil 
 
1. INFORMAÇÕES GERAIS 
 
1.1 Introdução 
O TCE consiste em qualquer agressão de ordem traumática que acarreta lesão anatômica ou com-
prometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou de seus vasos. 
Constitui causa frequente de morbidade e mortalidade da população pediátrica, sendo sua incidência 
duas vezes maior em meninos do que em meninas. Cerca de 75% de todas as hospitalizações por 
traumatismo em crianças se devem ao TCE e 70% das mortes ocorrem nas primeiras 48 horas após o 
trauma. 
Dentre as causas de trauma estão: quedas, acidentes automobilísticos, ferimentos por armas de fogo, 
abuso/agressão, atividades recreacionais/esportes, etc. 
 
 
 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapiano TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 9 de 17 
 
1.2 Fisiopatologia: 
Uma definição simples de TCE refere-se ao impacto de uma força aplicada diretamente ao crânio, 
podendo lesar estruturas intra e extracranianas. 
O entendimento da fisiologia básica da caixa craniana é fundamental para o manuseio do paciente 
vítima de TCE. Deve-se evitar medidas terapêuticas demasiadamente rígidas, que não levem em con-
ta que as variáveis hemometabólicas cerebrais se alteram com a evolução do quadro. O objetivo é a 
adequada oferta de oxigênio e glicose ao tecido cerebral, para manutenção de atividade elétrica e me-
tabolismo basal. Quando esta se torna insuficiente, mesmo que por poucos minutos, as células mor-
rem ou ficam permanentemente lesadas. A hipoxemia, mesmo que leve, deve ser corrigida, assim 
como a anemia grave. 
A lesão encefálica definitiva, que se estabelece após o TCE, é o resultado de mecanismos fisiopato-
lógicos que se iniciam com o evento e se estendem por dias a semanas. Dessa forma, de maneira di-
dática, as lesões cerebrais são classificadas como primárias e secundárias. 
As lesões primárias são aquelas consequentes diretas do processo do trauma. Exemplos de lesões 
primárias são: fraturas cranianas, rupturas de meninges, sangramentos meníngeos (subdural e extra-
dural) e intraparenquimatoso, hematomas intra e extraparenquimatosos. 
As lesões secundárias são as possíveis complicações que podem se desenvolver como resultado de 
processos cerebrais ou extracerebrais, como, por exemplo, a hipóxia tecidual e a hipotensão sistêmi-
ca. Os eventos produzidos durante as lesões secundárias podem ser monitorados e, na grande maioria 
das vezes, tratados. 
Os TCEs podem diferenciar-se não só com relação ao local da lesão, mas também com relação ao 
seu mecanismo de lesão. O conhecimento dos diferentes mecanismos de TCE e da área de lesão au-
xilia o fisioterapeuta a entender as possíveis sequelas e alterações funcionais que o paciente possa 
desenvolver. Os TCEs podem envolver traumas abertos ou fechados. 
Os traumas abertos são aqueles que envolvem fratura craniana em descontinuidade, com ou sem ex-
posição de estruturas encefálicas. Os traumas fechados são aqueles que não envolvem fraturas ou 
somente fraturas lineares. 
Outra classificação das lesões cerebrais as distingue em dois grupos, de acordo com seu mecanismo 
de lesão: lesões focais e difusas. As lesões difusas são aquelas que acometem diferentes regiões en-
cefálicas, geralmente pela dissipação de energia cinética dentro da calota craniana. Dentre as lesões 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 10 de 17 
 
difusas, o termo ‘concussão cerebral’ é utilizado atualmente para se referir à perda temporária da 
consciência associada ao TCE. A concussão pode ser classificada em leve, moderada e grave de 
acordo com o tempo de duração dos sintomas, sendo a perda de memória o mais importante. 
Outro exemplo de lesão difusa é a lesão axonal difusa (LAD). Ela é associada à perda de memória 
por mais de 6 horas, sem lesão metabólica ou distúrbio expansivo, visível na tomografia computado-
rizada de crânio (TCC), que justifique a sintomatologia. A TCC pode estar normal ou apresentar pe-
quenos pontos hemorrágicos difusos. Ainda dentre as lesões difusas, encontra-se a tumefação cere-
bral, que pode ser definida, de forma didática, como ‘inchaço cerebral’. É consequência de uma 
combinação de edema celular e vasogênico, frutos de um distúrbio na permeabilidade da membrana 
celular. Nos casos mais graves pode haver aumento da pressão intracraniana (PIC) e herniação cere-
bral, com desvio da linha média cerebral e redução do tamanho dos ventrículos laterais. 
As lesões focais são aquelas compostas por hematomas ou áreas isquêmicas delimitadas apenas em 
uma região encefálica. Dentre as lesões focais, estão as fraturas (lineares ou com afundamento). Em 
alguns tipos de fratura, pode haver ruptura da dura-máter e de vasos subjacentes com formação de 
hematoma subdural. O hematoma extradural ocorre quando há ruptura dos vasos localizados no es-
paço epidural. Esse tipo de hematoma está bastante associado às fraturas da calota craniana e, por 
esse motivo, é bastante frequente na população pediátrica. A contusão cerebral é composta de áreas 
hemorrágicas ao redor de pequenos vasos sanguíneos e tecido cerebral necrótico. Normalmente, a 
hemorragia inicia-se na superfície cortical (onde há maior atrito do cérebro com as estruturas ósseas) 
e pode ser consequente a fraturas com afundamento das estruturas ósseas. Quando ocorre a ruptura 
da pia-máter, a contusão passa a ser chamada de laceração, sendo frequente no lobo frontal, temporal 
e região ao longo da foice. 
 
1.3 Sinais e sintomas 
Além de buscar o entendimento adequado dos principais mecanismos de lesão no TCE, o fisiotera-
peuta deve estar atento aos sinais que as crianças com esse quadro clínico podem apresentar. Dentre 
os sinais mais importantes está o rebaixamento do nível de consciência (RNC). Usualmente, a escala 
de coma de Glasgow (ECG), quadro 1, é uma das avaliações mais utilizadas nas crianças com TCE. 
 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 11 de 17 
 
 Quadro 1: Escala de coma de Glasgow 
 
 FONTE: http://www.ee.usp.br/REEUSP/upload/html/417/img/02a3.gif 
 
A ECG não só avalia o nível de consciência da criança, como também auxilia na classificação do ti-
po de trauma (leve, moderado e grave) antes mesmo da realização da TCC. 
O fisioterapeuta deve estar atento não só às alterações do nível de consciência da criança com TCE, 
mas também a outros sinais de gravidade da lesão, como: crises convulsivas; irritabilidade excessiva 
ou sonolência; vômitos; alterações do diâmetro das pupilas; movimentos anormais como padrões de 
decorticação (flexão anormal dos membros superiores) e descerebração (extensão anormal dos mem-
bros inferiores); sinais de hipertensão intracraniana (HIC). 
A resposta de Cushing, caracterizada por um aumento reflexo da pressão arterial, bradicardia e alte-
rações do ritmo respiratório na vigência de HIC, é fenômeno inconstante que parece estar relaciona-
do com a gravidade da hipertensão, ou seja, aparece em fases avançadas da descompensação da hi-
pertensão e constitui uma situação muito grave, com evolução para a morte, a não ser que a PIC seja 
rapidamente reduzida com medidas terapêuticas apropriadas. 
 
 
http://www.ee.usp.br/REEUSP/upload/html/417/img/02a3.gif
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
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2. TRATAMENTO 
O atendimento inicial ao politraumatizado busca basicamente os seguintes aspectos: 
- Proteção e manutenção das vias aéreas: é de fundamental importância e deve ser feita através de 
manobras de desobstrução, ou intubação oro/nasotraqueal ou cricotireoidotomia; 
- Prevenção e correção da hipóxia, através da ventilação adequada. A hipóxia encontra-se relaciona-
da com o aumento de isquemia cerebral, PIC e edema cerebral, daí a importância em evitá-la; 
- Prevenção e correção da hipotensão (geralmente causada por perda volumétrica), pois a hipotensão 
pode levar à má perfusão cerebral. Como se sabe, a entrega de oxigênio depende da ventilação ade-
quada, da função cardíaca e da perfusão sistêmica, portanto, hipoxemia e hipotensão devem ser ime-
diatamente corrigidas; 
- Imobilização da coluna vertebral: aproximadamente 5 a 10% dos pacientes com TCE apresentam 
lesões associadas a coluna vertebral. Portanto, o atendimento inicial ao politraumatizado inclui os 
cuidados para evitar uma provável lesão medular; 
- Identificação e estabilização de lesões associadas, como lesões torácicas, abdominais e ortopédicas. 
 
2.1 Medidas gerais: 
- Cabeceira a 30º: esta inclinação em geral fornece a melhorrelação entre a pressão arterial média 
(PAM) e o retorno venoso passivo. Alguns autores demonstraram que o valor ideal de inclinação po-
de variar de indivíduo para indivíduo, recomendando iniciar a 30º e observar sua repercussão na PIC. 
Durante episódios de hipotensão a cabeceira deve ficar a 0 grau. 
- Cabeça na linha média: a lateralização da cabeça, além de colocar em risco a integridade da coluna 
cervical, pode comprimir as jugulares, prejudicando o retorno venoso. Mudanças de decúbito: são 
realizadas na ausência de HIC e sempre em bloco; 
- Controle de temperatura: estudos experimentais demonstram que a hipertermia, mesmo leve, exa-
cerba o dano cerebral após trauma ou eventos isquêmicos. 
- Analgesia, sedação e bloqueio neuromuscular (BNM): dor, agitação, hipertonia e assincronia com o 
ventilador, são experiências desagradáveis com repercussões fisiológicas negativas e várias compli-
cações. Uma delas, o aumento da PIC. No entanto, a sedação excessiva pode aumentar a incidência 
de atelectasias, pneumonias e úlceras de decúbito. Recomenda-se avaliação frequente do nível de se-
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 13 de 17 
 
dação e limitar o uso de BNM, sempre que possível, aos episódios de HIC e transporte. Seu uso pro-
filático e indiscriminado no TCE aumenta a incidência de sepse e internações prolongadas. 
- Ventilação mecânica (VM): deve-se evitar trabalhar com elevada pressão média de vias aéreas, pois 
dificulta o retorno venoso jugular; 
- Hidratação venosa: o objetivo é a manutenção de paciente normovolêmico. A restrição hídrica utili-
zada até há alguns anos atrás não mostrou qualquer benefício na prevenção ou tratamento do edema 
cerebral. Apesar disto, recomenda-se que se evite sobrecarga de volume; 
- Controle glicêmico: a monitorização seriada da glicemia é imprescindível. Em geral, os pacientes 
apresentam resposta neuro-endócrina-metabólica, o que leva a hiperglicemia nas horas que se se-
guem ao trauma. Esta leva à glicólise anaeróbica, com consequente acidose lática e agravamento do 
dano cerebral; 
- Distúrbios do sódio: são muito comuns no paciente com TCE. 95% dos indivíduos que perdem a 
consciência têm algum grau de Diabetes Insipido; 
- Trato gastrintestinal /Nutrição: crianças traumatizadas têm risco aumentado de lesão aguda de mu-
cosa gastroduodenal. Uma das medidas preventivas é a realimentação gástrica precoce que reduz a 
acidez e acelera a renovação da mucosa, caso alguma pequena lesão já tenha se instalado. Até que 
haja regularidade na tolerância à dieta, associa-se a medicação Ranitidina como medida de proteção; 
- Coagulação: o TCE pode levar a graves distúrbios de coagulação que, se não detectados e corrigi-
dos, podem ser catastróficos; 
- Anticonvulsivantes: alguns trabalhos demonstraram benefício com o uso de anticonvulsionantes 
profiláticos até o sétimo dia pós-trauma. 
 
2.2 Medidas específicas para o tratamento da HIC 
Uma vez observadas as medidas gerais e garantida adequada sedação, analgesia e BNM, sem contro-
le da HIC, estão indicadas medidas específicas: 
- Drenagem de liquido cefalorraquidiano (LCR): quando disponível, a drenagem de poucos ml por 
derivação ventricular externa (DVE) pode controlar a HIC, sem maiores efeitos adversos; 
- Terapêutica hiperosmolar: o manitol é o mais usado: Inicialmente, causa expansão plasmática, re-
duzindo o hematócrito e a viscosidade sanguínea, e o aumento do fluxo sanguíneo e do aporte de 
oxigênio ao cérebro, reduzindo a PIC em poucos minutos; 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 14 de 17 
 
Barbitúricos: diminuem a PIC por diminuição do metabolismo cerebral e, consequentemente, do flu-
xo sanguíneo cerebral (FSC). O fator limitante do seu uso está na diminuição do tônus simpático que 
causa vasodilatação periférica; 
- Craniectomia descompressiva: consiste de retirada de parte de osso craniano, uni ou bilateralmente, 
podendo ser acompanhada de abertura e alargamento da dura-mater. O objetivo é o alívio de pressão 
do compartimento. 
 
3. TRATAMENTO FISIOTERÁPICO 
 
Independentemente do tipo de TCE e de sua gravidade, é fundamental ao fisioterapeuta saber avaliar 
os sinais e sintomas típicos deste tipo de lesão, assim como traçar os objetivos principais do trata-
mento fisioterapêutico em cada uma de suas fases. 
 
3.1 Fisioterapia respiratória 
Tem como principais objetivos: 
- Manter vias aéreas pérvias (isolar risco de fratura de face. Neste caso, não realizar aspiração naso-
traqueal); 
- Manter oxigenação adequada com cateter, nebulização ou máscara de Venturi, para manter satura-
ção do oxigênio (SatO2) ≥ 95% e Pressão de Oxigênio arterial (PaO2) entre 80-120mmHg; 
- Avaliar pneumopatias prévias; 
- Avaliar sinais de desconforto respiratório, hiperventilação, ritmo irregular ou padrões respiratórios 
anormais; 
- Avaliar necessidade de ventilação não-invasiva em casos de desconforto respiratório: CPAP (Con-
tiunous Positive Airway Pressure, ou seja, pressão positiva contínua na via aérea), BIPAP (Bilevel 
Positive Pressure Airway ou pressão positiva em vias aéreas a dois níveis), etc. Nestes casos, atentar 
às contraindicações, relativas ou absolutas e instituir suporte ventilatório somente após liberação mé-
dica. São contraindicações: presença de traumas orofaciais; enterorragias; sangramentos no conduto 
auditivo (que pode estar relacionado à fratura de articulação têmporo-mandibular); RNC; alteração 
na deglutição e/ou dificuldade de manipular secreções; deterioração respiratória; agitação ou não 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
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adaptação a ventilação não invasiva; incapacidade de manter a permeabilidade das vias aéreas ou 
obstrução mecânica das vias aéreas superiores; pneumoencéfalo ou fístulas liquóricas; 
Em casos de sinais de falência respiratória ou Glasgow < 9: sugerir intubação orotraqueal (IOT), 
mantendo pressão de cuff entre 20 e 25 cmH2O; 
Auxiliar na IOT e adequar os parâmetros ventilatórios e capnógrafo. 
 
3.1.1 Em pacientes com risco de HIC e monitorização da PIC: 
- Cabeceira centralizada e elevada a 30º; 
- Monitorização por capnografia contínua; 
- Manter normoventilação / leve hiperventilação: PaCO2 (pressão arterial de gás carbônico) entre 30-
35mmHg. A hiperventilação vem sendo usada para o manuseio do TCE grave em crianças para a rá-
pida redução da PIC desde a década de 1970. A hiperventilação induz à hipocapnia, induzindo uma 
vasoconstricção cerebral e, consequentemente, redução do fluxo sanguíneo cerebral e do volume 
sanguíneo cerebral com redução da PIC. Recentes estudos clínicos com crianças e adultos demons-
traram que a hiperventilação pode diminuir a oxigenação cerebral e induzir a isquemia cerebral. De-
ve ser utilizada apenas quando há HIC refratária ou uma herniação transtentorial incipiente, manten-
do-se a pressão parcial de gás carbônico (pCO2) entre 30-35 mmHg, devendo ser considerada neuro-
monitoração avançada para avaliação de isquemia cerebral; 
- Evitar qualquer assincronia entre ventilador mecânico e paciente. Se necessário, sugerir aumento da 
sedação; 
- Evitar manobras que aumentem a pressão intratorácica; 
- Manter pressão média menor possível para prevenir lesões pulmonares induzidas pela VM e dimi-
nuir repercussões da pressão intratorácica sobre a hemodinâmica e a resistência ventilatória da paci-
ente. 
 
 
 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 16 de 17 
 
3.2 Fisioterapia motora: 
Algumas crianças não apresentam sequelas muscoloesqueléticas por lesão em estruturas motoras su-
periores; entretanto, a imobilidade no leito, o uso de sedativos, corticóides e até bloqueadores neu-
romusculares podem promoverfraqueza muscular. Esse perfil de paciente se beneficiará bastante da 
mobilização precoce e, normalmente, apresenta um melhor prognóstico cinético funcional em com-
paração com aqueles com lesão em áreas motoras. Dentre os objetivos na fisioterapia motora estão: 
- Minimizar as mobilizações e manobras fisioterapêuticas nos pacientes com HIC até término da fase 
aguda; 
- Nos casos de trauma raquimedular associado: mobilizar em bloco, mantendo colar cervical e tração; 
- Observar a presença de assimetrias, deformidades, encurtamentos, déficits e posturas de decortica-
ção ou descerebração; 
- Realizar mobilização passiva e exercícios metabólicos: a cinesioterapia não é contraindicada nessa 
fase, apenas devemos estar atentos aos sinais de instabilidade hemodinâmica, febre ou aumento da 
PIC. Com a mobilização e exercícios metabólicos pode-se ativar a circulação sanguínea e prevenir a 
trombose venosa profunda; 
Posicionamento adequado: A monitorização da PIC de forma invasiva requer redobrada atenção ao 
posicionamento do paciente no leito. Este deve manter a cabeça na linha média, em posição neutra, 
com a cabeceira a 30 graus. O fisioterapeuta deve estar atento ao posicionamento adequado do paci-
ente, pois, como o decúbito dorsal será mantido na maior parte do tempo, posturas viciosas e que 
comprometam futuramente a função do paciente devem ser evitadas; 
- Avaliar necessidade de protetor de pé equino. Em casos de padrões neurológicos já instalados: órte-
ses; 
- Para as crianças que não se encontram na fase aguda, os objetivos do fisioterapeuta são mais volta-
dos para a recuperação funcional do paciente. Dessa forma, um trabalho de fortalecimento muscular, 
controle de tronco e cabeça pode ser estabelecido naquelas crianças que evoluíram com sequelas 
mais graves. A adaptação de órteses e treino de marcha também serão importantes. 
 
 
 
 
 
 
POP/Unidade de Reabilitação/27/2015 Fisioterapia no TCE em Neonatologia e Pediatria 
Versão 2.0 Página 17 de 17 
 
REFERENCIAIS TEÓRICOS 
 
PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Pediátrica e Neonatal: ciclo 3; v.1 [organizado-
ras] Carla Marques Nicolau, Lívia Barbosa de Andrade. – Porto Alegre: Artmed/Panamericana, 
2014. 
Guerra SD, Jannuzzi MA, Moura AD. Traumatismo cranioencefálico em pediatria. Jornal de Pedia-
tria/Rio de Janeiro, 1999. 
CG Carlotti Jr, BO Colli, LAA Dias. Hipertensão intracraniana. Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: 
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Cardozo CA, Oldenburg Neto C, Hammoud J, Marcon LAF, Bettini LFC, Sepúlveda MM, et al. Ma-
nejo da hipertensão intracraniana no trauma cranioencefálico grave em pacientes pediátricos. Resid 
Pediatr. 2014;4(3):91-96. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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