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NEUROINTENSIVO-E-CARDIOINTENSIVO-ADULTO-E-INFANTIL

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2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 Monitorização neurológica intensiva Adulto ................................................ 4 
2.1 Alterações Cinésio-Funcionais em Pacientes neurológicos Críticos .... 8 
3 UTI PEDIATRICA E NEONATAL: com enfoque na criança crítica 
neurológica .................................................................................................................. 9 
3.1 Avaliação neurológica de recém-nascidos pré-termo: correlação com 
fatores de risco neonatais ...................................................................................... 10 
4 Pacientes CARDIO INTENSIVO ADULTO ................................................ 12 
4.1 Cirurgia Cardíaca ............................................................................... 15 
4.2 Complicações da Cirurgia Cardíaca ................................................... 15 
4.3 Competências do Fisioterapeuta ........................................................ 18 
4.4 Mobilização Precoce em Pós-operatório de Cirurgia Cardíaca .......... 20 
4.5 Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI) no Pós-operatório de 
Cirurgia Cardíaca ................................................................................................... 22 
4.6 Modalidades aplicadas na VMNI ........................................................ 24 
4.7 Doenças cardiovasculares e seus fatores de risco ............................ 26 
5 UTI CARDIOINTENSIVO INFANTIL ......................................................... 28 
5.1 Complicações pulmonares em Cirurgia Cardíaca pediátrica .............. 30 
5.2 Importância da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca 
pediátrica 31 
6 Bibliografias .............................................................................................. 33 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
4 
 
2 MONITORIZAÇÃO NEUROLÓGICA INTENSIVA ADULTO 
 
 Fonte: interfisio.com.br 
 
A monitorização neurológica é uma avaliação e acompanhamento de dados 
fornecidos por aparelhagem técnica das alterações do sistema nervoso e é a Unidade 
de Terapia Intensiva (UTI) o local destinado para este tipo de monitorização. Estas 
unidades possuem espaço físico específico, recursos humanos especializados e 
instrumentais tecnológicos avançados que permitem o melhor controle de pacientes 
com alterações neurológicas (ALCÂNTARA, ALCÂNTARA, 2009). 
A monitorização do paciente neurológico grave na UTI consiste em identificar, 
por meio do exame físico e dos equipamentos monitores invasivos sinais, que 
indiquem hipertensão intracraniana e diminuição de perfusão cerebral, que se não 
forem revertidas levam à morte cerebral (LIONTAKIS, 2005). 
A pressão intracraniana normal é 4 mmHg. Em situações de injúria cerebral 
como trauma ou isquemia, a maioria dos autores aceita como limite superior de 
pressão o valor de 20 mmHg. Valores acima disto podem levar a edemas com 
herniação, que é a protrusão de tecido cerebral através das tendas cerebrais (dobras 
de membrana de dura-máter que servem de sustentação ao parênquima cerebral). A 
herniação comprime tecidos e vasos adjacentes, podendo interromper a circulação 
local, levando à necrose (LIONTAKIS, 2005). 
 O tronco é área particularmente nobre, por regular a pressão, temperatura e 
frequências respiratória e cardíaca e por conter o sistema reticular ativador 
 
5 
 
ascendente, que regula o despertar e a capacidade de interação com o meio 
ambiente. É fundamental no paciente em coma determinar o grau de sofrimento do 
tronco (LIONTAKIS, 2005). 
A hipertensão intracraniana (HIC) aguda constitui a afecção de maior 
importância em pacientes neurológicos internados em unidades de terapia intensiva 
devido maior morbidade que representa. A pressão intracraniana (PIC) é a pressão 
resultante da presença de três compartimentos dentro da caixa craniana: componente 
parenquimatoso (estruturas encefálicas), componente liquórico (constituído pelo 
líquor das cavidades ventriculares e do espaço subaracnóideo) e o componente 
vascular (constituído pelo sangue circulante no encéfalo). A extrema vulnerabilidade 
da célula nervosa às situações hipóxicas faz com que a magnitude de seu 
comprometimento hipóxico-isquêmico seja o principal fator determinante de seu 
potencial de recuperação face às diferentes agressões (PARAIBUNA, 2004). 
 
 
 Fonte: tutores.com.br 
 
Uma vez que a lesão nervosa hipóxico-isquêmica constitui a via final comum 
de vários mecanismos etiopatogênicos, a monitorização de parâmetros 
hemodinâmicos como pressão de perfusão cerebral (PPC), pressão arterial média 
(PAM), pressão intracraniana (PIC), metabólicos como extração cerebral de O2 
(ECO2), extração sistêmica de O2, e respiratórios como PaCO2 e PaO2 em muito 
pode auxiliar na terapêutica adequada (PARAIBUNA, 2004). 
 
6 
 
Os pacientes neurológico crítico ou neurocirúrgico na UTI são pacientes que 
requerem cuidados adicionais devido a vulnerabilidade do SNC e por serem pacientes 
que permanecem internados por períodos prolongados, durante os quais 
permanecem no leito a maior parte do tempo e consequentemente podem apresentar 
alterações cinésio-funcionais se não realizado atendimento fisioterapêutico adequado, 
podendo ainda o fisioterapeuta ser iatrogênico se não tomar as devidas precauções e 
monitorizar corretamente o paciente durante o atendimento (PARAIBUNA, 2004). 
O fisioterapeuta Intensivista, por cuidar de doentes críticos na unidade de 
terapia intensiva deve conhecer as principais emergências neurológicas e técnicas de 
monitorização neurológica, devido ao fato de estes pacientes apresentarem quadro 
clínico flutuante, com o objetivo de minimizar sequelas funcionais, o que implica em 
melhor adequação destes a sociedade (PARAIBUNA, 2004). 
 
 
 Fonte: mymedinform.com.br 
 
A hipertensão intracraniana (HIC) é responsável por determinados fenômenos 
que independem da sua causa. Dessa forma, ocorrem distensão e compressão dos 
vasos, meninges e parênquima encefálico e aumento da resistência oferecida ao fluxo 
sanguíneo. A fisiopatologia da HIC, portanto, relaciona-se aos fenômenos 
compressivos e isquêmicos. O próprio evento compressivo, inicialmente apenas 
mecânico acabará por causar lesões isquêmicas evolutivamente (PARAIBUNA, 
2004). 
 
7 
 
 A interferência com o fluxo sanguíneo encefálico, ocorre tanto em nível 
regional devido a eventos compressivos, quanto em nível global, pela diminuição da 
PPC causada pelo aumento da PIC em si. Ao sofrer uma agressão anóxico-isquêmica, 
o tecido nervoso se torna mais ávido de O2 e aumenta sua extração, tendocomo 
finalidade a manutenção do seu metabolismo. A HIC acarreta reflexamente aumento 
na pressão arterial sistêmica, denominado reflexo de Cushing, na tentativa da 
manutenção da Pressão de Perfusão Cerebral (PPC) (PARAIBUNA, 2004). 
Na presença de déficit circulatório encefálico, ocorre ainda alterações de 
distribuição do fluxo sanguíneo, que visam preservar a perfusão de áreas relacionadas 
à manutenção da homeostase do organismo, como o tronco cerebral. Portanto, a 
isquemia encefálica constitui o mecanismo de lesão final da HIC (PARAIBUNA, 2004). 
Sabe-se que a estrutura cerebral é limitada pelos ossos do crânio, dividindo 
espaço com o líquido cérebro raquidiano e os vasos presentes no encéfalo. Essa 
restrição é implacável, caso ocorram distúrbios graves, como tumores, traumas 
crânioencefalico ou edema, o organismo não consegue dar conta de redistribuir 
líquido e sangue venoso de forma eficaz, levando ao aumento da pressão 
intracraniana. (FILHO, 2011). 
Ao tratar pacientes adultos, considera-se hipertensão intracraniana uma 
pressão local mantida a 20 mmHg (milímetros de mercúrio) por mais de vinte 
minutos. Hemodinamicamente, são ditos parâmetros ideais uma pressão 
intracraniana de 10 mmHg, pressão de perfusão cerebral maior que 70 mmHg 
e uma pressão arterial média por volta de 70 a 110 mmHg A elevação da 
pressão intracraniana é dada pelo aumento da pressão venosa do cérebro, 
queda da drenagem venosa local e do plexo lombar, comprimindo 
mecanicamente a veia cava inferior. (TOLEDO et al, 2008. Apud FALCÃO, 
OLIVEIRA, 2011). 
Para diagnosticar a hipertensão intracraniana, somente os sinais clínicos de 
cefaleia, edema papilar ótico, escala de coma Glasgow igual ou menor a oito, vômitos 
e resposta de Cushing não são suficientes, pois eles ocorrem quando o quadro se 
agrava. Dessa forma, são necessários instrumentos de avaliação, para que a 
hipertensão intracraniana seja diagnosticada de forma rápida e precisa, e tão logo seja 
iniciado o tratamento adequado (ALBUQUERQUE, SANTOS, 2019). 
 Através da tomografia computadorizada, podem ser observadas lesões 
expansivas, com desvio das estruturas, presença de transudato ventricular, impedindo 
visualização dos ventrículos laterais bem como o terceiro ventrículo. Pode ser 
 
8 
 
realizada também a ultrassonografia do nervo óptico, que se apresenta com a bainha 
de mielina distendida em pacientes com hipertensão intracraniana aguda. (PAPALINI, 
2018). 
O método mais eficaz de diagnosticar a hipertensão intracraniana é através da 
inserção de um cateter no ventrículo, no espaço subaracnóideo ou no parênquima. 
De estrutura semirrígida, ele possui um transdutor em sua extremidade, conectado ao 
monitor por uma fibra ótica, sendo possível registrar continuamente os valores da 
pressão intracraniana do paciente. Por ser altamente invasivo, necessita de tempo 
para inserção, cuidados com a manutenção, e pode causar adversidades como 
infecções, disfunções neurológicas e sangramentos (ALBUQUERQUE, SANTOS, 
2019). 
O paciente que apresenta hipertensão intracraniana tem baixo nível de 
consciência, sendo incapaz de proteger e ventilar corretamente as vias 
aéreas. Por isso, a ventilação mecânica invasiva é indispensável. O ventilador 
fornece dois tipos de pressões: pressão inspiratória positiva e pressão 
expiratória final positiva. (TOLEDO et al, 2008. Apud ABREU, ALMEIDA, 
2009). 
2.1 Alterações Cinésio-Funcionais em Pacientes neurológicos Críticos 
As lesões neurológicas, por se tratarem na maioria das vezes de processos 
isquêmicos, hemorrágicos ou tumorais, acarretam alterações que refletem danos 
neuronais, levando a desordens posturais e de movimento globais. Devido ao fato da 
perda de movimentação por sedativos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares, 
alguns pacientes podem apresentar efeitos deletérios como perda de trofismo 
muscular, deformidades osteomiomusculares e alterações de imagem corporal e 
consciência cenestésica (PARAIBUNA, 2004). 
Como efeitos secundários do repouso no leito ou da diminuição relativa da 
atividade temos o descondicionamento que se reflete por alterações nos sistemas 
respiratório, músculo esquelético, gastrointestinal, nervoso, renal cardiovascular e 
circulatório, além dos riscos de trombose venosa profunda (TVP) onde a incidência é 
aumentada pela imobilidade no leito (PARAIBUNA, 2004). 
A imobilidade no leito pode causar alterações em diversos sistemas, piorando 
o prognóstico do paciente. No sistema respiratório observamos alterações na 
mecânica respiratória levando consequentemente a diminuição dos volumes e 
 
9 
 
capacidades pulmonares, redução da tosse e atividade ciliar brônquica e maior risco 
de embolia pulmonar (PARAIBUNA, 2004). 
 A hemodinâmica também se altera, causando bradicardia, diminuindo débito 
cardíaco, ocorrendo também diminuição do retorno venoso e do débito glomerular, 
podendo levar o paciente a alterações renais. No sistema musculoesquelético 
observamos contraturas musculares, rigidez articular e atrofias por desuso, e no 
sistema nervoso verificamos alterações sensoriais, cognitivas, comprometimento do 
equilíbrio e coordenação e diminuição da capacidade funcional (PARAIBUNA, 2004). 
A restrição ao leito traz consequências múltiplas e deletéria. E por isso o 
paciente crítico quando imobilizado pode apresentar como consequência deste 
processo um aumento do tempo de hospitalização e de seus custos, maior 
dependência nas atividades de vida diária (AVDs), necessidade de apoio familiar e 
maior tempo de recuperação após a alta hospitalar. Tais agravos decorrem do 
comprometimento dos diversos órgãos e sistemas (GOSSELINK et al, 2008). 
3 UTI PEDIATRICA E NEONATAL: COM ENFOQUE NA CRIANÇA CRÍTICA 
NEUROLÓGICA 
 
 Fonte:gauchazh.clicrbs.com.br 
 
A assistência Fisioterapêutica em UTI pediátrica e neonatal, embora com objetivos 
semelhantes aqueles traçados na UTI de adultos, apresenta particularidades 
relacionada as diferenças anatômicas e fisiológicas da criança. A maioria dos 
 
10 
 
pacientes internados em UTI pediátrica e neonatal possui doenças respiratórias ou 
complicações pulmonares decorrentes de procedimentos cirúrgicos e de Ventilação 
Pulmonar Mecânica. Assim, os cuidados técnicos, próprios da atuação da Fisioterapia, 
devem ser bem estabelecidos, estudados e empregados (IZUMI, FUJISAWA, GAR 
ANHANI, 2011). 
Uma vez estabilizados os parâmetros cardiopulmonares no paciente critico, a 
atenção deve ser dirigida ao Sistema Nervoso Central (SNC), pois sua estabilidade é 
essencial para assegurar a recuperação e o desenvolvimento infantil. A fisioterapia 
tem papel essencial no tratamento do paciente crítico internado na UTI, tanto na 
reabilitação Cardiopulmonar, quanto na reabilitação na profilaxia dos danos 
neurológicos (IZUMI, FUJISAWA, GARANHANI, 2011). 
A atuação do fisioterapeuta na UTI pediátrica e neonatal requer habilidades 
técnicas especializadas, trabalho em equipe e atuação com enfoque no 
cuidado global da criança e família. O problema mais comum na UTI neonatal 
está relacionado a imaturidade dos órgãos e sistemas do recém-nascido. Eles 
podem apresentar deficiência de visão, audição e problemas relacionados ao 
desenvolvimento intelectual e neurológico. Quanto mais prematuro for o RN, 
maior será a incidência de problemas como crise de apneia, desconforto 
respiratório, infecções e hemorragia intracraniana (KRELING, 2006. Apud 
IZUMI, FUJISAWA, GAR ANHANI, 2011). 
Segundo Kreling et al (2006) a prematuridade associada ao baixo peso ao 
nascimento determinam risco de atraso no desenvolvimento. As piores evoluções 
neuropsicomotoras estão associadas a doenças neonatais como convulsão, infecção 
(meningite e sepse), hemorragia cerebral, doença e insuficiência respiratória. 
O ambiente tecnológico da UTI Pediátrica ou Neonatal oferece a criança os 
benefícios da rápida identificação de complicaçõese a possibilidade de intervenções 
imediatas, o que contribui para o aumento da sobrevida (IZUMI, FUJISAWA, GAR 
ANHANI, 2011). 
3.1 Avaliação neurológica de recém-nascidos pré-termo: correlação com 
fatores de risco neonatais 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), prematura ou pré-
termo é toda criança que nasce com menos de 37 semanas de gestação. Esses 
recém-nascidos (RN), devido a sua inerente fragilidade, são vulneráveis ao 
desenvolvimento de morbidades no período neonatal, que compreende o intervalo 
 
11 
 
desde o nascimento até vinte e oito dias de idade corrigida. O risco de ocorrência 
desses eventos é inversamente proporcional ao peso e a idade gestacional ao 
nascimento (GRINABOLDI, HINNIG, MOURA, GOLIN, 2015). 
Os recém-nascidos pré-termo (RNPT) são obrigados a interagir em ambiente 
novo antes de estarem fisiologicamente preparados, uma vez que apresentam 
fragilidade imunitária e seus sistemas estão imaturos, principalmente o nervoso. O 
desenvolvimento e crescimento encefálico esperados são interrompidos, consistindo 
em fator de risco para disfunções neurológicas, juntamente com as complicações 
resultantes de tal imaturidade (GRINABOLDI, HINNIG, MOURA, GOLIN, 2015). 
 
 
 Fonte: prematuridade.com 
 
Algumas complicações neonatais têm sido frequentemente apontadas como 
fatores de risco para o desenvolvimento dessas disfunções. Dentre elas destacam--
se: hemorragia intracraniana (HIC), anoxia, apneia, doença das membranas hialinas 
que necessitam de ventilação assistida, hiperbilirrubinemia, infecções, baixo peso e 
idade gestacional ao nascimento. Essas morbidades associadas ou não, contribuem 
para aumentar os riscos de prejuízos para o desenvolvimento. Cerca de 30% dos 
RNPT desenvolvem Paralisia Cerebral, podendo atingir 50% naqueles nascidos com 
extremo e muito baixo peso (GRINABOLDI, HINNIG, MOURA, GOLIN, 2015). 
Com a finalidade de identificar prováveis disfunções do desenvolvimento já no 
período neonatal, a avaliação clínica persiste como a principal ferramenta para 
identificação de sinais de anormalidade neurológica, uma vez que detecção precoce 
 
12 
 
desses sinais possibilita a intervenção em tenra idade, que é consagrada mente mais 
efetiva. Para cumprir tal propósito há vários métodos de avaliação neurológica 
neonatal, porém o método Dubo-witz vem sendo usado ao longo das últimas décadas 
em vários trabalhos envolvendo RNPT, pois além de sua validade científica, é de fácil 
aplicabilidade (GRINABOLDI, HINNIG, MOURA, GOLIN, 2015). 
Dessa forma, torna-se evidente a importância da realização de pesquisas 
acerca da avaliação e consequente detecção precoce de disfunções do 
desenvolvimento, possibilitando intervenção apropriada na tentativa de minimizar 
limitações e integrar essas crianças na sociedade (GRINABOLDI, HINNIG, MOURA, 
GOLIN, 2015). 
4 PACIENTES CARDIO INTENSIVO ADULTO 
 
 Fonte: pt.dreamstime.com 
 
As doenças cardiovasculares (DCV) estão entre as principais causas de morte 
nos países desenvolvidos e sua ocorrência tem aumentado de forma epidêmica nos 
países emergentes. Entre as opções para o tratamento dessas doenças, a cirurgia 
cardíaca (CC) tem apresentado bons resultados e contribuído para aumento da 
expectativa e melhoria da qualidade de vida de pacientes com DCV (FERREIRA, 
SOUZA, VITOR, BERNARDO, VALENTIN, VANDERLEI, 2012). 
Alterações na função pulmonar podem ocorrer nas CC, as quais são responsáveis 
por aumento da morbidade e mortalidade pós-operatória (PO) e são resultantes da 
 
13 
 
interação multifatorial entre anestesia, trauma cirúrgico, circulação extracorpórea 
(CEC), parada cardíaca, tempo de cirurgia, tempo de ventilação mecânica (VM) e dor, 
o que pode levar, dentre outros, a diminuição da capacidade residual funcional, 
aumento do shunt intrapulmonar e alargamento da diferença alvéolo-arterial de 
oxigênio (FERREIRA, SOUZA, VITOR, BERNARDO, VALENTIN, VANDERLEI, 2012) 
A cirurgia cardíaca é um procedimento complexo que implica alteração de vários 
mecanismos fisiológicos, contato com medicamentos e materiais que podem ser 
nocivos ao organismo, além de impor um grande estresse orgânico, necessitando de 
cuidados pós-operatórios intensos a fim de preservar uma boa recuperação do 
paciente. A utilização de anestesia é um dos fatores que acarreta distúrbios de 
ventilação-perfusão, provavelmente ligados à atelectasia secundária e ao fechamento 
das vias aéreas distais (FERREIRA, SOUZA, VITOR, BERNARDO, VALENTIN, 
VANDERLEI, 2012). 
 A dor no pós-operatório e a presença dos drenos implicam baixos volumes 
pulmonares. Considerando esse quadro de disfunção pulmonar relacionado à cirurgia 
cardíaca e suas possíveis repercussões, a fisioterapia vem sendo requisitada com o 
intuito de reverter ou diminuir tais condições, evitando, assim, a instalação de 
complicações pulmonares (BORGES, ARRUDA, ROSA, COSTA, BALDEZ, SILVA, 
2016). 
 
 Fonte: br.freepik.com 
 
A fisioterapia no período pré e pós-operatório (PO) faz parte do tratamento de 
pacientes submetidos a cirurgias cardíacas. O atendimento fisioterapêutico engloba 
 
14 
 
diversas técnicas, incluindo exercícios de padrões respiratórios, deambulação 
precoce, cinesioterapia, posicionamento e estímulo à tosse. A fisioterapia respiratória, 
após a chegada na UTI, contribui muito para a ventilação adequada e o sucesso da 
extubação (BORGES, ARRUDA, ROSA, COSTA, BALDEZ, SILVA, 2016). 
A ventilação mecânica (VM) é um recurso terapeuticamente utilizado nas UTI, 
objetivando a manutenção das trocas gasosas, alívio do trabalho respiratório, 
reversão ou prevenção da fadiga da musculatura respiratória, diminuição do consumo 
de oxigênio e aplicação de terapêuticas específicas (BORGES, ARRUDA, ROSA, 
COSTA, BALDEZ, SILVA, 2016). 
 Estudos recentes demonstram que 33% a 46% dos pacientes admitidos nessas 
unidades utilizam VM em algum momento durante a internação. Atualmente, a maioria 
dos pacientes submetidos ao suporte ventilatório mecânico pode ser rapidamente 
retirada do ventilador assim que a condição responsável pela sua instituição tenha 
sido tratada e/ou estabilizada (BORGES, ARRUDA, ROSA, COSTA, BALDEZ, SILVA, 
2016). 
Geralmente os pacientes que estão em pós-operatório de cirurgia cardíaca são 
extubados logo que cessa o efeito da anestesia; porém, aproximadamente 3 a 6% 
deles podem necessitar de VM prolongada em consequência da complexidade da 
patologia cardíaca de base, disfunção pulmonar ou por demais alterações sistêmicas. 
A quantidade de recursos materiais e financeiros utilizados por esses pacientes é 
elevada, havendo necessidade de buscar estratégias para reduzir tais custos 
(BORGES, ARRUDA, ROSA, COSTA, BALDEZ, SILVA, 2016). 
 
 
 
15 
 
 Fonte: hospitalannanery.com.br 
4.1 Cirurgia Cardíaca 
Para a realização das cirurgias cardíacas, é necessário seguir um protocolo, no 
qual os pacientes são submetidos a uma série de exames e de testes pré-operatórios 
para evitar ou minimizar possíveis complicações, além disso os mesmos, são 
preparados tanto psicologicamente quanto hemodinamicamente para um pós-
operatório com o mínimo de intercorrências (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, 
MORENO, 2017). 
Existem quatro fases da cirurgia cardíaca, que incluem a anestesia geral, 
utilizada para promover a perda reversível da percepção e bloqueio temporário da 
resposta geral ao estimulo; esternotomia, que se trata de uma incisão vertical no 
esterno proporcionando um bom acesso as estruturas torácicas; circulação 
extracorpórea que compreende um conjunto de máquinas, aparelhos e circuitos que 
permitem a substituição temporária das funções cardíaca e pulmonar de modo 
artificial; e procedimentos adequados para cada patologia, como o desvio do sangue,cessando a contratilidade cardíaca, para realização da cirurgia (ROCHA, GOMES, 
PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 2017) . 
4.2 Complicações da Cirurgia Cardíaca 
As cirurgias cardíacas podem gerar diversas complicações, despontando entre 
elas as complicações pulmonares, que geralmente decorrem de um quadro de 
disfunção pulmonar secundário à utilização de circulação extracorpórea, trauma 
cirúrgico, indução anestésica e fatores relacionados ao pré-operatório do paciente, as 
quais culminam com aumento do tempo de internação hospitalar e piora da qualidade 
de vida (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 2017). 
O procedimento cirúrgico, independentemente do tipo ou da técnica utilizada, 
expõe o paciente a complicações graves, como falha estrutural, hemorragias, 
trombose venosa profunda, tromboembolismo e infecção. Ainda existe um risco de 
acidente vascular encefálico (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 2017). 
 
16 
 
As cirurgias cardíacas estão sendo mais tardiamente indicadas ou direcionadas 
para pacientes com comprometimentos mais graves, o que minimiza as situações de 
riscos como as reoperações e de doenças associadas como hipertensão arterial e 
nefropatia, no caso de pacientes com doenças pulmonares obstrutivas crônicas e 
diabetes, ao serem submetidos à cirurgia cardíaca apresentam maiores complicações 
em seu pós operatório, principalmente se o mesmo ainda for tabagista, pois aumenta 
o tempo de permanência na ventilação mecânica (ROCHA, GOMES, PINTO, 
OLIVEIRA, MORENO, 2017). 
 Algumas outras doenças como hipertensão, doenças autoimunes, síndromes 
metabólicas entre outras, necessitam de um maior cuidado no pós-operatório 
imediato, visto que são patologias que devem ser controladas. Outras complicações 
pulmonares relacionadas à cirurgia cardíaca incluem a intubação traqueal, ventilação 
mecânica por mais de 48 horas após a cirurgia, congestões pulmonares, atelectasias, 
pneumonia associada a ventilação e reintubação traqueal, fatores que prolongam o 
tempo de internação hospitalar (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 
2017). 
Geralmente, os pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca, tem a 
descontinuidade da ventilação mecânica invasiva, logo ao término dos efeitos das 
drogas anestésicos, fato que pode durar em torno de seis horas, no entanto, 
aproximadamente 3 a 6% dos pacientes evoluem com necessidade de ventilação 
mecânica prolongada devido fatores como complexidade da doença cardíaca, 
doenças pulmonares prévias ou outros problemas sistêmicos (ROCHA, GOMES, 
PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 2017). 
 
 
17 
 
 
 Fonte: laboro.edu.br 
 
Pacientes submetidos a procedimentos de revascularização miocárdica são 
particularmente suscetíveis a disfunções neurológicas no período pós-operatório, 
implicando em aumento da mortalidade e com os sobreviventes frequentemente 
adquirindo algum nível de déficit funcional. Sua incidência varia amplamente na 
literatura, principalmente devido as diferenças de definições, heterogeneidade das 
populações em estudo e período de acompanhamento da amostra. Assim, as 
incidências de evento isquêmico cerebral pré-operatório e disfunção neuropsicológica 
relatadas na literatura apresentam-se com variações de 0,4%-5,4% e 25%-79%, 
respectivamente (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 2017). 
A fraqueza muscular é frequentemente encontrada em pacientes críticos nas 
unidades de terapia intensiva, com incidência entre 30 à 60% dos casos19, a qual é 
decorrente de diversos fatores prévios à internação, inflamação sistêmica decorrente 
de CEC, uso de medicações, como corticoides, sedações e bloqueadores musculares 
utilizados tanto no período intra operatório como no pós operatório, variações nos 
níveis de glicemia, nutrição inadequada, hiperosmolaridade, ventilação mecânica 
prolongada e imobilidade no leito (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 
2017). 
O imobilismo no leito acomete os sistemas muscular, gastrointestinal, 
cardiorrespiratório, urinário e cutâneo. O repouso prolongado pode levar a redução da 
massa muscular até a metade em duas semanas, e se associada à sepse a perda de 
 
18 
 
massa muscular pode ser até 1,5 kg ao dia, que estão diretamente ligados à distúrbios 
da junção neuromuscular (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 2017). 
4.3 Competências do Fisioterapeuta 
Segundo a Diretriz Sul-Americana de prevenção e reabilitação cardiovascular, 
o fisioterapeuta que realizará o atendimento deverá possuir conhecimento: do sistema 
cardiovascular e as suas doenças, de prevenção cardiopulmonar primária e 
secundária, de reanimação cardiopulmonar básica e avançada; reconhecer sinais e 
sintomas de instabilização cardiovascular, realizar rotina de exercícios, ser o 
responsável pela coordenação e condução do programa de exercícios, e finalmente, 
prescrever o modo de execução dos exercícios de acordo com a avaliação 
fisioterapêutica, quadro clínico do paciente e eventuais limitações osteomioarticulares 
(MAIR, YOSHIMORI, CASTRO, AVINO, BUFFOLO, BRANCO, 2008). 
O procedimento cirúrgico acarreta alterações da mobilidade da caixa torácica e 
consequente diminuição dos volumes pulmonares e queda da capacidade residual 
funcional, favorecendo assim a formação de atelectasias. Além disso há prejuízo à 
mecânica pulmonar decorrente da alteração e perda da pressão intratorácica, 
dificultando a expansão pulmonar, favorecendo o colapso e prejudicando a troca 
gasosa (MAIR, YOSHIMORI, CASTRO, AVINO, BUFFOLO, BRANCO, 2008). 
Segundo definição da OMS, a Reabilitação Cardiovascular é um conjunto de 
atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de doenças 
cardiovasculares as melhores condições sociais, mentais e físicas possíveis, para que 
possam alcançar com seu próprio esforço uma vida normal e produtiva. Programas 
de RC são uma realidade em países desenvolvidos e contam com a participação de 
uma ampla gama de profissionais, com importante papel nas três fases da RC: a fase 
I inicia-se na internação hospitalar; a fase II vai da alta hospitalar até dois a três meses 
após o evento; e a fase III é considerada de recuperação e manutenção. Recomenda-
se que a RC seja implementada e executada por uma equipe multiprofissional, 
formada por médico, fisioterapeuta, psicólogo, enfermeiro, nutricionista, educador 
físico, assistente social e terapeuta ocupacional (MAIR, YOSHIMORI, CASTRO, 
AVINO, BUFFOLO, BRANCO, 2008). 
 
19 
 
A reabilitação cardiovascular (RC) apresenta uma série de benefícios bem 
estabelecidos na literatura, tais como melhora na capacidade funcional, redução de 
fatores de risco, redução dos sintomas, melhora na qualidade de vida e detecção 
precoce de sinais e sintomas que antecedem sérias complicações. A RC tem sido 
recomendada para pacientes após infarto agudo do miocárdio e após cirurgia de 
revascularização do miocárdio; estudos recentes também têm recomendado no pós-
operatório de cirurgias cardíacas, insuficiência cardíaca crônica estável, pré e pós-
transplante cardíaco, intervenções percutâneas do miocárdio, doenças valvares e 
doença arterial periférica (MAIR, YOSHIMORI, CASTRO, AVINO, BUFFOLO, 
BRANCO, 2008). 
 
 
 Fonte: portal.crfsp.org.br 
 
A técnica do uso da Respiração por Pressão Positiva Intermitente (RPPI) é 
utilizada para maximizar a função pulmonar por meio de coeficiente de pressão 
positiva, aumentando a mobilidade da caixa torácica. Além disso, pode ser utilizado 
como terapia coadjuvante para higiene pulmonar e aumentar a inspiração máxima do 
paciente, estimulando a tosse. A aceitabilidade dos pacientes é boa em virtude da 
diminuição do uso do músculo peitoral maior durante a respiração, promovendo um 
volume maior e mais eficaz (MAIR, YOSHIMORI, CASTRO, AVINO, BUFFOLO, 
BRANCO, 2008). 
Os atendimentos poderão ser realizados na cama, no quarto e no corredor doambiente hospitalar, a partir da avaliação prévia realizada pelo fisioterapeuta. Os 
 
20 
 
exercícios serão inicialmente passivos, progredindo para ativo-assistidos e ativos, 
sentado beira leito e na poltrona, sedestação, treino de marcha e caminhada de 
acordo com a evolução do paciente. Estes exercícios poderão ser realizados no 
mínimo três vezes ao dia (variando de acordo com a escala de serviço da fisioterapia) 
e devem ter curta duração (20 minutos) (MAIR, YOSHIMORI, CASTRO, AVINO, 
BUFFOLO, BRANCO, 2008). 
4.4 Mobilização Precoce em Pós-operatório de Cirurgia Cardíaca 
Nos últimos anos, observou-se aumento significativo do número de pacientes 
com doenças cardíacas que necessitam de cuidados intensivos, clínicos ou cirúrgicos, 
e aumento das taxas de sobrevida de pacientes com doença crítica e, 
consequentemente, do número de morbidades deles em decorrência da permanência 
prolongada em unidades de terapia intensiva (UTI). Neste sentido, a mobilização 
precoce (MP), realizada de maneira segura, pode diminuir estes efeitos deletérios 
(ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 2017). 
A mobilização precoce é um componente primordial num programa de 
reabilitação cardíaca. Grande parte do sucesso desses programas se deve à terapia 
baseada no exercício físico que proporciona ao paciente maior capacidade de 
recuperação, permitindo o retorno às suas atividades habituais. O exercício físico 
também melhora a autoestima diminuindo os problemas emocionais que, muitas 
vezes, são sintomas importantes em alguns desses pacientes (ROCHA, GOMES, 
PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 2017). 
A recuperação de doenças críticas é então afetada pela imobilidade, uma vez 
que normalmente se associa a ela, alterações sistêmicas como: atrofia e 
fraqueza muscular e esquelética; alteração das fibras musculares de 
contração lenta para contração rápida; contraturas; atelectasias; doença 
tromboembólica; úlceras de pressão; e alterações nos barorreceptores que, 
com isso, possibilitam a hipotensão postural e taquicardia (LEGUISAMO, 
2005. Apud KORUPOLU, 2009). 
Historicamente, a fisioterapia respiratória tem sido empregada em pacientes 
submetidos a cirurgias cardíacas com o objetivo de reduzir o risco de complicações 
pulmonares, como a retenção de secreções pulmonares, atelectasias e pneumonia, 
tanto em adultos como em pediatria. A participação dos profissionais fisioterapeutas 
 
21 
 
no preparo e na reabilitação dos indivíduos que são submetidos a procedimentos 
cirúrgicos, mostra-se relevante, tendo em vista o grande arsenal de técnicas 
disponíveis (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 2017). 
Nos últimos anos, os programas de Reabilitação Cardiovascular e Metabólica, 
iniciados desde a fase hospitalar com exercícios físicos de baixa intensidade, tem 
proporcionado impacto positivo no restabelecimento do condicionamento 
cardiorrespiratório de pacientes submetidos a Cirurgia Cardiovascular recuperando as 
disfunções decorrentes do imobilismo. Os efeitos em longo prazo desse grupo de 
exercícios em pacientes cardiopatas compreendem uma redução do consumo de 
oxigênio miocárdico, diminuição da frequência cardíaca, da pressão arterial sistólica 
e maior tolerância ao esforço (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, MORENO, 
2017). 
Quando os pacientes são submetidos a procedimentos cirúrgicos, a maioria 
permanece mais tempo acamado do que realizando atividades e, desse modo, o 
repouso prolongado produz efeitos negativos sobre músculos, ossos, cartilagens e o 
sistema cardiovascular. As 06 recomendações descritas abaixo devem ser 
respeitadas para a adequada reabilitação (ROCHA, GOMES, PINTO, OLIVEIRA, 
MORENO, 2017): 
 Realizar os exercícios usando pequenos grupos musculares (exercícios 
uni articulares); 
 Não realizar os exercícios simultaneamente, mas consecutivamente 
(Um membro por vez); 
 Usar o controle respiratório (expirar na fase concêntrica do exercício e 
inspirar na fase excêntrica), para evitar Manobra de Valsava; 
 Usar Escala de Borg de esforço até 10 (exausto) durante toda terapia; 
 Manter SatO2 ≥ 95%; 
 Utilizar séries de 8-10 repetições 
Até a alta hospitalar, a intensidade do exercício deve ser guiada pela Escala de 
Borg, escala que classifica, de forma subjetiva, o esforço do paciente, a partir de sua 
própria percepção, sendo 0 em repouso, 1 a 3 muito leve, 4 a 5 leve, 6 a 7 moderado, 
8 a 9 intenso e 10 exausto. Dificuldade para respirar, tontura, alterações visuais e 
fadiga muscular também devem ser avaliados (KORUPOLU, 2009). 
 
22 
 
Mesmo avaliando todos os critérios acima, é necessário avaliar a resposta de 
elevação da frequência cardíaca (FC), ou seja, o valor da FC durante a atividade 
proposta não deve ultrapassar mais de 20bpm do valor da FC de repouso 
(KORUPOLU, 2009). 
4.5 Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI) no Pós-operatório de Cirurgia 
Cardíaca 
 
 Fonte: pneumologia.facafisioterapia.net 
 
A VMNI vem sendo rotineiramente utilizada no pós-operatório de cirurgia 
cardíaca atuando na redução do risco de complicações pulmonares. Pode ser usada 
na prevenção ou no tratamento do desconforto respiratório agudo podendo evitar 
algumas reintubações (BORGES et al, 2016). 
A ventilação mecânica não invasiva (VMNI) é utilizada rotineiramente em 
pacientes que evoluem com insuficiência respiratória aguda (IRpA) após extubação 
traqueal. Os benefícios da VMNI, já estabelecidos para pacientes com insuficiência 
respiratória crônica (IRpC), também são evidentes no tratamento de pacientes com 
IRpA secundária a diferentes etiologias, inclusive no pós-operatório de cirurgias 
torácicas e também como método para facilitar o desmame da ventilação mecânica 
convencional (FILHO, BONFIM, AQUIM, 2010). 
A cirurgia cardíaca causa a redução dos volumes e capacidades pulmonares 
devido a fatores intraoperatórios, reduzindo a complacência do sistema respiratório, 
 
23 
 
podendo evoluir para IRpA mesmo com oxigênio suplementar. A VMNI tem se 
mostrado uma alternativa viável, pois melhora a ventilação alveolar e a troca gasosa, 
diminui o trabalho ventilatório, aumenta os volumes pulmonares, diminui o tempo de 
ventilação mecânica, evitando assim a reintubação e como consequência abrevia o 
tempo de internação na UTI (FILHO, BONFIM, AQUIM, 2010). 
Também apresenta benefícios hemodinâmicos como redução da pré-carga por 
redução do retorno venoso, diminuição da pós-carga do ventrículo esquerdo por 
redução de sua pressão transmural, aumentando o débito cardíaco, o que leva à 
melhora do desempenho do coração como uma bomba (FILHO, BONFIM, AQUIM, 
2010). 
A VNI tem sido associada no pós-operatório com a reversão de atelectasias, 
melhora de volumes pulmonares e oxigenação, prevenção de pneumonias e 
tratamento de insuficiência respiratória hipoxêmica moderada. Quando utilizada no 
modo binível pode aumentar a eficácia da tosse e remoção de secreções pulmonares. 
Ainda não há consenso sobre qual modalidade de VMNI possui maior eficácia, o que 
sabe é que, independente da modalidade, a mesma tem alcançado bons resultados 
no pós-operatório de cirurgia cardíaca principalmente quando utilizada de forma 
precoce (BORGES et al, 2016). 
A Ventilação mecânica não-invasiva (VMNI) é definida como método de 
ventilação artificial realizados sem o uso de tubo endotraqueal ou cânula de 
traqueostomia. O mecanismo da VMNI consiste em empurrar o ar nas vias 
aéreas por meio de uma interface nasal ou oro nasal, dentro de um circuito 
fechado. Desta forma, a pressão positiva altera o princípio fisiológico da 
ventilação (FERREIRA, SOUZA, VITOR, BERNARDO, VALENTIN, 
VANDERLEI, 2012. Apud SOUZA, 2016. 
A ventilação mecânica não-invasiva (VMNI) tem se mostrado importante no 
tratamento Pós-operatório de Cirurgia Cardíaca, pois a sua utilização melhora a 
ventilação alveolar e a troca gasosa, diminui o trabalho ventilatório, aumenta os 
volumes pulmonares ediminui o tempo de VM, evitando assim a reintubação e, como 
consequência, reduzindo o tempo de internação na unidade de terapia intensiva. 
Além disso, a aplicação da VMNI produz diminuição da pré-carga por redução do 
retorno venoso, diminuição da pós-carga do ventrículo esquerdo por redução de sua 
pressão transmural e aumento do débito cardíaco (DC), o que leva à melhora do 
 
24 
 
desempenho do coração como uma bomba FERREIRA, SOUZA, VITOR, 
BERNARDO, VALENTIN, VANDERLEI, 2012. 
4.6 Modalidades aplicadas na VMNI 
As modalidades de VMNI com pressão positiva utilizadas no tratamento das 
complicações pulmonares no PO de CC descritas pela literatura são a ventilação com 
pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), pressão positiva em dois níveis de 
pressão nas vias aéreas (BiPAP) e a respiração com pressão positiva intermitente 
(RPPI). A superioridade de uma modalidade de VMNI em relação à outra ainda não 
está claramente estabelecida na literatura (FERREIRA, SOUZA, VITOR, BERNARDO, 
VALENTIN, VANDERLEI, 2012). 
A VMNI faz uso da pressão positiva no final da expiração (PEEP) que recruta e 
estabiliza alvéolos e pequenas vias aéreas, aumentando a CRF, trocas gasosas e 
reduzindo o shunt intrapulmonar. A PEEP também tem ação na redistribuição do 
líquido extra vascular em doenças que cursam com aumento de pressão hidrostática 
ou diminuição de pressão oncótica nos vasos sanguíneos (FERREIRA, COUTO, 
YKEDA, 2013). 
A VMNI é classificada como modalidade espontânea na qual o disparo e a 
ciclagem do ventilador são controlados pelo paciente. As modalidades mais utilizadas 
são a Pressão de Suporte (PSV), a Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas 
(CPAP) e a Pressão Positiva Binível nas Vias Aéreas (BIPAP). A VMNI pode ser 
administrada de três formas: com geradores de fluxo, ventiladores mecânicos micro 
processados e aparelhos específicos para VMNI (FERREIRA, COUTO, YKEDA, 
2013). 
O CPAP é uma técnica que oferece um único nível de pressão positiva nas vias 
aéreas. Como efeitos fisiológicos do CPAP tem-se a prevenção de colapso alveolar e 
reabertura/recrutamento de alvéolos colapsados por meio da pressão direta e que seja 
mantida abertura de outras unidades interligadas pelos poros de Kohn. Ocorrerá 
aumento na CRF não sendo capaz de aumentar a ventilação alveolar (FERREIRA, 
COUTO, YKEDA, 2013). 
O uso de CPAP limitado a 7,5 cmH2O ou mesmo PSV+PEEP, desde que o 
valor do pico de pressão não ultrapasse 10cmH2O e a PEEP não seja maior do que 
 
25 
 
5 cmH2O, parece ser uma maneira segura de se empregar VMNI no período PO de 
cirurgias abdominais e torácicas eletivas, na tentativa de evitarem-se complicações 
associadas à VMNI no PO, principalmente distensão gástrica e vômitos (FERREIRA, 
COUTO, YKEDA, 2013). 
 
 
 Fonte: interfisio.com.br 
 
O Binível é constituído por dois níveis de pressão nas vias aéreas. O volume 
corrente (VC) será determinado pela variação pressórica entre IPAP (pressão positiva 
inspiratória nas vias aéreas) e EPAP (pressão positiva expiratória nas vias aéreas). 
Com isso o Binível, através do EPAP, pode aumentar a CRF melhorando a hipoxemia, 
como também pode aumentar o VC e volume minuto, através do IPAP, sendo eficaz 
na correção da hipercapnia (FERREIRA, COUTO, YKEDA, 2013). 
Lopes et al. (2008) destaca que o sucesso na utilização da VMNI é o ajuste dos 
níveis de IPAP e da EPAP, de acordo com as necessidades individuais de cada 
paciente. 
A principal característica da VMNI é o uso da interface entre o paciente e o 
ventilador em substituição à prótese endotraqueal. O principal objetivo na escolha da 
interface consiste em determinar um dispositivo que proporcione melhor adaptação 
com menor vazamento sem causar muita compressão na face do paciente. As 
interfaces podem ser: Máscaras nasal, oro nasal ou facial, facial total e capacete. As 
máscaras nasais e oro nasais são as mais utilizadas corroborando com os dados das 
publicações analisadas (FERREIRA, COUTO, YKEDA, 2013). 
 
26 
 
A máscara oro nasal ou facial permite a correção mais eficaz das trocas 
gasosas, pois permite a utilização de valores maiores de pressão necessárias 
em indivíduos com IRpA. Destaca-se que são preferíveis também nestas 
situações agudas devido à dificuldade de manutenção da boca fechada por 
parte dos pacientes na tentativa de diminuir a resistência adicional imposta 
pela passagem do fluxo aéreo por meio das vias aéreas superiores (LOPES, 
2008. Apud FERREIRA, COUTO, YKEDA, 2013). 
 
 Fonte: somiti.org.br 
 
Esta máscara tem como vantagem o reduzido vazamento de ar e com 
desvantagens a maior incidência de lesões de pele, bronca aspiração, aerofagia, 
sensação de claustrofobia e maior espaço morto. Fatores indesejáveis, como 
claustrofobia, escape aéreo e irritação dos olhos podem ser evitados ou atenuados 
por meio da escolha da interface ideal (FERREIRA, COUTO, YKEDA, 2013). 
4.7 Doenças cardiovasculares e seus fatores de risco 
As doenças cardiovasculares representam um conjunto de doenças que afetam 
o aparelho cardiovascular e os vasos sanguíneos. Dentre elas, a mais comum é a 
doença das artérias coronárias, a qual pode ocasionar ataque cardíaco e outras 
ocorrências graves. A pressão arterial elevada, a doença das artérias coronárias e a 
doença cerebrovascular são exemplos de doenças cardiovasculares (GAMA, BIASE, 
RUAS, 2012). 
As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte nos 
países desenvolvidos e sua ocorrência tem aumentado de forma epidêmica nos 
 
27 
 
países emergentes. Entre as opções para o tratamento dessas doenças, a cirurgia 
cardíaca (CC) tem apresentado bons resultados e contribuído para aumento da 
expectativa e melhoria da qualidade de vida de pacientes com Doenças 
Cardiovasculares. 
 
 Fonte: pinterest.pt.com.br 
 
Alterações na função pulmonar podem ocorrer nas Cirurgias Cardíacas , as 
quais são responsáveis por aumento da morbidade e mortalidade pós-operatória (PO) 
e são resultantes da interação multifatorial entre anestesia, trauma cirúrgico, 
circulação extracorpórea (CEC), parada cardíaca, tempo de cirurgia, tempo de 
ventilação mecânica (VM) e dor, o que pode levar, dentre outros, a diminuição da 
capacidade residual funcional, aumento do shunt intrapulmonar e alargamento da 
diferença alvéolo-arterial de oxigênio (BRASIL, 2007). 
As doenças cardiovasculares são responsáveis por grande número de 
mortalidade prematura em adultos e, mesmo, quando não são mortais, levam com 
frequência à invalidez parcial ou total do indivíduo, reduzindo a autonomia dos 
acometidos, o que acarreta graves repercussões para os mesmos, para sua família e 
para a sociedade. Dados do Ministério da Saúde evidenciam que, ao todo, 283.297 
pessoas perderam a vida por problemas do aparelho circulatório em 2005, ano-base 
do relatório, o equivalente a 32,2% do total de mortes, que foi de pouco mais de um 
milhão (BRASIL, 2007). 
A hipertensão arterial sistêmica (HAS), idade, sexo, tabagismo, dislipidemias, 
diabetes mellitus, sedentarismo, obesidade e história familiar prematura para doenças 
 
28 
 
cardíacas são os principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares (DCV). 
Em função da elevada prevalência das doenças cardiovasculares em muitos países 
do mundo e por ser considerada uma das principais causas de morte, optou-se por 
realizar esta pesquisa, a fim de identificar os fatores de risco presentes em pacientes 
da rede SUS da UBS Progresso da cidade de Erechim, com o propósito de orientar 
os participantes do estudo quanto à prevenção das doenças cardiovasculares (GAMA, 
BIASE, RUAS, 2012). 
Existem fatores não comportamentais como a predisposição genética, que não 
pode ser alterado. Mas os maus hábitos definitivamente antecipame agravam o 
aparecimento dos problemas (BRAGA, 2017). 
5 UTI CARDIOINTENSIVO INFANTIL 
 
 Fonte: minutoenfermagem.com.br 
 
As malformações congênitas (MFC) se configuram como importantes causas 
de mortalidade infantil nos países que reduziram a mortalidade por doenças 
infecciosas e perinatais. A malformação cardíaca, definida como anormalidade 
estrutural do coração ou dos vasos intratorácicos, nas diferentes formas anatômicas, 
não só é uma das anomalias congênitas mais frequentes ao nascimento, como 
permanece como a principal causa de morte em crianças com MFC (CRISTOVAM et 
al, 2014). 
 
29 
 
As anomalias cardíacas podem se apresentar isoladamente (80 a 85%) ou 
fazer parte de síndromes cromossômicas (5 a 10%) ou gênicas (3 a 5%). Apresentam 
amplo espectro clínico, compreendendo desde defeitos que evoluem de forma 
assintomática, até aqueles com acentuada complexidade, que cursam com sintomas 
limitantes e são determinantes de alta morbimortalidade. Uma variedade de 
cardiopatias congênitas pode evoluir com insuficiência cardíaca (IC) (CRISTOVAM et 
al, 2014). 
Os defeitos cardíacos congênitos são definidos como uma anormalidade na 
estrutura e na função cardiocirculatória presente desde o nascimento. As 
malformações congênitas podem resultar, na maioria dos casos, da alteração do 
desenvolvimento embrionário de uma determinada estrutura normal ou da 
possibilidade de não se desenvolver de forma plena, obtendo um desenvolvimento 
insuficiente e incompleto a partir do seu estágio inicial (BELO, OSELAME, NEVES, 
2016). 
A malformação cardíaca é a anomalia congênita isolada mais comum, 
respondendo por 3 a 5% das mortes no período neonatal. Estimativas apontam que 
aproximadamente 20-30% das crianças morrem no primeiro mês de vida por 
insuficiência cardíaca ou crises de hipóxia (BELO, OSELAME, NEVES, 2016). 
Os defeitos congênitos encontrados na infância são as causas mais frequentes 
de emergência em cardiologia pediátrica. Alguns fatores de risco aumentam a 
incidência de defeitos cardíacos congênitos. O histórico familiar (parentes de primeiro 
grau), fatores maternos, que incluem as doenças crônicas como a diabetes ou a 
fenilcetonúria mal controladas, consumo de álcool, exposição a toxinas ambientais e 
infecções também podem aumentar, consideravelmente, a probabilidade de uma 
anomalia cardíaca (BELO, OSELAME, NEVES, 2016). 
Os defeitos cardíacos são classificados como cianóticos e acianóticos, 
indicando a presença ou não de coloração azulada da pele e das mucosas em virtude 
de oxigenação insuficiente do sangue, e outro baseado em características 
hemodinâmicas, como fluxo sanguíneo pulmonar aumentado ou diminuído, obstrução 
do fluxo sanguíneo fora do coração e fluxo sanguíneo misto. Entre as cardiopatias 
acianóticas mais frequentes estão a comunicação interatrial (CIA), a comunicação 
interventricular (CIV), o defeito no septo atrioventricular total (DSAVT) ou parcial 
(DSAVP), que, muitas vezes, pode estar associado com a síndrome de Down, a 
 
30 
 
estenose aórtica (EA), a persistência do canal arterial (PCA) e a coarctação da aorta 
(CoA) (BELO, OSELAME, NEVES, 2016). 
O sopro cardíaco é a maior causa de encaminhamento para investigação de 
cardiopatia congênita. Nessa categoria, estão as cardiopatias com shunt da esquerda 
para a direita e as cardiopatias obstrutivas isoladas. Em aproximadamente 50% dos 
casos, trata-se de sopro inocente (CRISTOVAM et al, 2014). 
 
 
 Fonte: grupognap.com.br 
5.1 Complicações pulmonares em Cirurgia Cardíaca pediátrica 
As complicações pulmonares pós-cirurgia cardíaca pediátrica são atelectasia, 
pneumonia, derrame pleural, pneumotórax, quilo tórax, hipertensão pulmonar, 
hemorragia pulmonar e paralisia diafragmática, sendo que as duas primeiras 
alterações foram mais frequentes (CAVENAGHI et al, 2009). 
A atelectasia, definida como colapso de uma determinada região do 
parênquima pulmonar é a complicação mais comum no pós-operatório de cirurgia 
cardíaca, e piora a oxigenação, diminui a complacência pulmonar, provocando 
inibição da tosse e do clerance pulmonar, podendo levar à insuficiência respiratória e 
aumentar a resistência vascular pulmonar (CAVENAGHI, MOURA, SILVA, 
VENTURINELLI, MARINO, LAMARI, 2009). 
Cirurgias cardíacas associadas à CEC têm como efeito adverso o aumento da 
permeabilidade capilar que gera o edema, o que acarreta em redução da 
 
31 
 
complacência pulmonar e trocas gasosas, além de levar ao colabamento das vias 
aéreas, atelectasias, diminuição da capacidade residual funcional e 
consequentemente hipoxemia CAVENAGHI, MOURA, SILVA, VENTURINELLI, 
MARINO, LAMARI, 2009). 
5.2 Importância da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca 
pediátrica 
As crianças com cardiopatia congênita frequentemente desenvolvem 
alterações da mecânica respiratória, além disso, a cirurgia cardíaca associada à 
circulação extracorpórea (CEC) também leva a uma série de complicações 
respiratórias. Desta forma, a fisioterapia no pré e pós-operatório têm como principais 
objetivos a reexpansão pulmonar, desobstrução das vias aéreas e orientar os 
responsáveis para prevenir estas complicações (CAVENAGHI et al, 2009). 
A fisioterapia no período pré e pós-operatório está indicada em cirurgia 
cardíaca pediátrica com o objetivo de reduzir o risco de complicações pulmonares 
(retenção de secreções pulmonares, atelectasias e pneumonias), bem como tratá-las, 
contribui para a ventilação adequada e o sucesso da extubação (CAVENAGHI et al, 
2009). 
No pré e pós-operatório, a fisioterapia utiliza técnicas desobstrutivas, 
reexpansivas, apoio abdominal e orientação da importância e os objetivos da 
intervenção fisioterapêutica aos pais ou acompanhantes, ou aos pacientes capazes 
de compreendê-las. As técnicas utilizadas pela fisioterapia no pós-operatório incluem 
vibração na parede torácica, percussão, compressão, hiperinsuflação manual, 
manobra de reexpansão, posicionamento, drenagem postural, estimulação da tosse, 
aspiração, exercícios respiratórios, mobilização e AFE (aceleração do fluxo 
expiratório) (CAVENAGHI et al, 2009). 
Portanto, conclui-se que a atuação fisioterapêutica por meio de diferentes 
condutas no pré e pós-operatório da cirurgia cardíaca pediátrica é de suma 
importância, visto que no pré-operatório ela previne o paciente de complicações 
pulmonares e motoras e durante o pós-operatório dá-se continuidade a prevenção e 
ao tratamento das complicações e deformidades, buscando a alta hospitalar o mais 
 
32 
 
precoce possível e a melhor qualidade de vida desses pacientes (CAVENAGHI et al, 
2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
6 BIBLIOGRAFIAS 
ABREU, M. O, ALMEIDA, L. Manuseio de ventilação mecânica no trauma 
crânioencefalico: hiperventilação e pressão positiva expiratória final. Revista 
Brasileira de Terapia Intensiva, Salvador. 2009. 
 
ALMEIDA, J. A. S. P. et al. As repercussões da aspiração traqueal e da fisioterapia 
respiratória na hipertensão intracraniana: um estudo de revisão. Revista 
Connectionline, Mato Grosso. 2014. 
 
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