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Guia de Estudo de
Cálculo III
Autora Grazielle Alessa
Como será o Curso?
Livro-Texto: Cálculo Diferencial e Integral de Funções de Várias Variáveis - Diomara
Pinto/Cândido Magado
Matéria: Capítulos 5,6 e 7.
Provas:
P1 - 30/05 - Capítulo 5.
P2 - 18/07
PF - 25/07
Conteúdo Programático:
1. Integrais múltiplas. (P1)
2. Integração iterada. (P1)
3. Mudanças de variáveis e jacobiano. (P1)
4. Integral de linha e potencial.
5. Integrais de superfície.
6. Teoremas clássicos de Green, Stokes e Gauss.
Tabela de Derivadas e Integrais
Dicas para saber como Integrar
★ Integração por substituição - Esta técnica, é consequência da regra da cadeia para
derivadas.
★ Integração por partes - A técnica de integração por partes é uma consequência da regra
do produto para derivadas.
Considere o diagrama com as funções elementares abaixo:
Nesse acróstico, as letras da palavra LIATE são iniciais de diferentes tipos de funções e a
estratégia que deve ser adotada é:
“Escolher como função , a função cuja letra inicial está mais próxima de L e para formar a
diferencial , escolhemos a função cuja letra inicial posiciona-se mais próxima de E”.
Substituição Trigonométrica: Uma maneira simples de descobrir tais substituições consiste no
uso da fórmula fundamental da trigonometria
É fácil de perceber, que as funções e podem ser obtidas, passando um delas para o
outro lado e subtraindo de 1. Obtendo as seguintes fórmulas:
Fórmulas de outras funções trigonométricas como tangente e secante, podem ser obtidas
dividindo ambos os lados da equação fundamental da trigonometria por um fator conveniente.
Por exemplo, para se obter uma relação envolvendo a tangente e a secante divide-se ambos os
lados da equação por
Resultando em:
Essas substituições podem ser sumarizadas da seguinte forma:
para , sendo a uma constante positiva.
para , com a > 0
para , sendo a maior do que zero, constante.
Conteúdo para P1
Capítulo 5 - Integrais Múltiplas
5.1 Interpretação Geométrica da Integral Dupla
Vamos pegar uma função real contínua - a superfície azul da figura, por exemplo - e o domínio(x, ) z f y =
- O retângulo hachurado embaixo dela. Essa superfície, o retângulo e os planos laterais R R , x , x = a = b y = c
e formam uma região fechada. y = d
Anteriormente aprendeu-se que, para as funções de uma variável, a integral pode ser representada pela
área entre a função e o eixo coordenado (x), agora temos algo similar: O que chama-se de integral dupla de f
em é exatamente o volume dessa região que fica embaixo de , escrevemos assim:R f
ou (Sendo a área de )(x, ) dx dyV = ∫
∫
R
f y (x, ) dA∫
∫
R
f y A R
Isso então é a interpretação geométrica de integral dupla.
5.2 Integral dupla sobre um retângulo
Cada uma dessa "caixas" tem volume dado pelo valor da área da sua base vezes suaAΔ
altura , ou seja, , certo? Se somarmos todos esses pequenos volumes, temos f f (x , )ΔAv = ij yij
a Soma Dupla de Riemann (muito parecida com o que ja visto para uma variável):
(x , )ΔA∑
m
i = 1
∑
n
j = i
f ij yij
A soma é dupla porque temos duas dimensões, x e y!
Nossa intuição nos diz que, quanto menores esses sub-intervalo (e, portanto, menores
essas "caixas"), melhor será essa aproximação de V. Assim, vamos fazer m e n tender ao infinito,
o que nos dá exatamente a definição de Integral dupla.
(x, )dA (x , )ΔA ∫
∫
R
f y = lim
m,n→∞
∑
m
i = 1
∑
n
j = i
f ij yij
Nesse caso, a função é positiva e, portanto, essa integral dupla representa o volume abaixo
dela, mas pode ocorrer casos em que teremos números negativos - O que não há problema
algum. A integral existe, apenas não representa um volume.
Tinhamos algo parecido com as integrais simples - Quando uma função se encontrava
abaixo do eixo y, sua integral em x era um número negativo.
Da definição de integral dupla como limite de somas de Riemann e dos teoremas sobre
limites, podemos deduzir algumas propriedades fundamentais da integral dupla. Estas
propriedades são, essencialmente, as mesmas da integral de uma função real de uma variável
real.
Propriedades
I. Linearidade.
Sejam e funções integráveis num retângulo e constantes reais. Então f g R , c1 c2
é integrável sobre ef g c1 + c2 R
(c f (x, ) c g(x, ) )dxdy, (x, ) c (x, )dxdy (x, )dxdy∫
∫
R
1 y + 2 y y = 1∫
∫
R
f y + c2∫
∫
R
g y
II. Monotonicidade.
Se e são integráveis num retângulo e , então f g R (x, ) (x, ), x, ) ε R f y ≥ g y ( y
(x, )dxdy (x, )dxdy.∫
∫
R
f y ≥ ∫
∫
R
g y
III. Aditividade.
Se o retângulo é subdividido em n retângulos , e se f é integrável sobre R , .. , Ri . Rn
então é integrável sobre e, , .. , Ri i = 1 . n f R
(x, ) dxdy (x, )dxdy.∫
∫
R
f y = ∑
n
i = 1
∫
∫
R
f y
O teorema a seguir nos dá um método prático para o cálculo de algumas integrais duplas através de duas
integrações sucessivas de funções de uma variável.
- Teorema 5.1:
Toda função contínua definida num retângulo R é integrável sobre R.
- Teorema 5.2:
Seja uma função limitada no retângulo .Se os conjuntos dos f (x, ) z = y R = a,[ b] × c,[ d]
pontos de descontinuidade de pode ser descrito como uma união finita de gráficos de funções f
contínuas, então f é integrável sobre R.
- Teorema 5.3 - Teorema de Fubini
Se a função é contínua no retângulo , então a integral dupla de(x, ) z = f y R = a,[ b] × c,[ d]
sobre pode ser obtida através de integrais iteradas, ou seja: f R
(x, ) dxdy x y ∫
∫
R
f y = ∫
b
a
(x, )dy[ ∫d
c
f y ] d = ∫d
c
(x, )dx[ ∫b
a
f y ] d
Calculando a Integral dupla
- Começa integrando a parte mais interna.
- Quando integramos em função de x, y se torna constante.
- Quando integramos em função de y, x se torna constante.
Tendo , então: R = 0,[ 1] × 0,[ 1]
➔ Em função de X:
y y y ∫
1
0
² y² dx[∫1
0
x + ] d = ∫1
0
² dx y² dx[∫1
0
x + ∫
1
0
] d = ∫1
0
| ²x|[ 3x³ 10 + y 10] d
- Agora substitui o x pelos intervalos.
y y ∫
1
0
[( 31³ − 30³) + (1y² 0y²)− ] d = ∫
1
0
²[ 31 + y ] d
➔ Em função de Y:
y dy ² dy y| | ∫
1
0
²[ 31 + y ] d = ∫
1
0
3
1 + ∫
1
0
y = 3
1 1
0 + 3
y³ 1
0
- Agora substitui o y pelos intervalos.
1 0[ 31 − 31 ] + [ 31³ − 30³] = 31 + 31 = 32
5.3 Integral dupla sobre regiões mais gerais
Considere, primeiramente, um subconjunto D do plano xy descrito de seguinte modo:
, D = {(x, ) ε ℜ² | a e φ (x) (x)}y ≤ x ≤ b 1 ≤ y ≤ φ2
Onde e são contínuas em e .φ1 φ2 a,[ b] φ1 ≤ φ2
Tal subconjunto é chamado de região de tipo 1. Nesse tipo de região, para cada a ε t a,[ b]
reta intercepta segundo um segmento de reta compreendido entre as curvas e x = t D (x) y = φ1
. Esta região é fechada e limitada porque e são contínuas em .(x) y = φ2 φ1 φ2 a,[ b]
Já a região de tipo 2 e descrita por:D
, D = {(x, ) ε ℜ² | c e Ψ (x) (x)}y ≤ y ≤ d 1 ≤ y ≤ Ψ2
Onde e são contínuas em e .Ψ1 Ψ2 c,[ d] Ψ1 ≤ Ψ2
Regiões de tipo 2 são também fechadas e limitadas.
Todas as regiões que consideremos serão do tipo 1, de tipo 2, ou então poderãp ser
divididas num número finito de subregiões, cada uma das quais é do tipo 1 ou 2.
Teorema 5.4:
Seja uma função definida e contínua num subconjunto limitado e fechado . f ² D ⊂ ℜ
Se é uma região de tipo 1, entãoD
(x, ) dxdy (x, ) dxdy. ∫
∫
D
f y = ∫
b
a
∫
φ (x)2
φ (x)1
f y
Se é uma região de tipo 2, entãoD
(x, ) dxdy (x, ) dxdy. ∫
∫
D
f y = ∫
d
c
∫
Ψ (y)2
Ψ (y)1
f y
5.5 Mudança de Variáveis na Integral Dupla
Para simplificar alguns limites e expressões nas integrais duplas, faz-se a mudança
de variável.
Os passos são:
1 - Mudaa variável.
2 - Faz-se a integral.
Ao mudar a variável, também se muda a região D a ser integrada e ela passar a ser D'.
O custo dessa operação é achar um fator multiplicativo que transforme a integral que você
quer simplificada na integral simplificada. A esse fator chamamos de jacobiano.
● Exemplo 1: Seja . Aqui, e . A matriz
jacobiana de F é:
[1]
O determinante Jacobiano é .
https://pt.wikipedia.org/wiki/Matriz_jacobiana#cite_note-1
5.5.1 Casos Especiais de Mudança de Variáveis
I. Mudança Linear
Consideremos a transformação linear g definida pelas equações:
e , au v x = + b u v y = c + d
onde a, b, c e d são constante reais. O determinante Jacobiano desta transformação é
dado por
Se , então o sistema pode ser resolvido para e em termos de e . Portanto,=∂(x,y)∂(u,v) / 0 u v x y
é injetora em e a fórmula pode ser escrita na formag ² ℜ
(x, ) dxdy (au v, u v)dudv.∫
∫
g(Q)
f y = ad c| − b | ∫
∫
Q
f + b c + d
II. Mudança Polar
Um ponto com coordenadas retangulares tem coordenadas polares , onde rP x, ) ( y r, ) ( θ
é a distância do ponto P à origem e e o ângulo formado pelo eixo positivo dos e o segmentoθ x
da reta que liga a origem . As coordenadas retangulares e polares do ponto estãoP P
relacionadas por
e cosθ x = r senθ y = r
Onde e varia num intervalo da forma r ≥ 0 θ θ , π). [ 0 θ0 + 2
A curva no plano imagem de é uma circunferência de raio centrada na origem.y x r = a a
A curva no plano imagem de é uma semi-reta que contém a origem.y x onstante θ = c
5.6 Exercícios
5.7 Centro de Massa e Momento de Inércia
Quando consideramos um sistema cuja massa total está distribuída numa região do plano
e não apenas num conjunto formado por um número finito de pontos, os conceitos de massa,
centro de massa e momento são definidos por meio de integrais duplas.
Quando a densidade varia de ponto para ponto e é integrável sobre , podemos f f D
concluir, utilizando somas de Rieman, que a massa total de é dada pela equação:D
(D) (x, ) dxdym = ∫
∫
D
f y
E que o centro de massa da lâmina é determinado pelas equações: x, ) C = ( y
e x = m(D)
f (x.y)dxdy∫
∫
D
x
y = m(D)
f (x.y)dxdy∫
∫
D
y
Densidade
A densidade num ponto P de coordenadas (x,y) é dada por , onde k é a(x, ) f y = k√x² ²+ y
constante de proporcionalidade.
Inércia Polar
Se é uma reta no plano da lâmina ,seja a distância do ponto em à retaL D (x, ) δ y x, ) ( y D
. O número definido pela equaçãoL IL
IL = ²(x, )f (x, ) dxdy∫
∫
D
δ y y
Onde é a densidade em cada ponto de , é chamado momento de inércia da(x, ) f y x, ) ( y D
lâmina em relação à reta . Os momentos de inércia em relação ao eixo x e eixo y, denotadosL
por e , respectivamente, são dados pelas integrais:Ix Iy
e Ix = ²(x, )f (x, ) dxdy∫
∫
D
y y y Iy = ²(x, )f (x, ) dxdy∫
∫
D
x y y
A soma é chamada momento de inércia polar em relação a origem, denotado por Ix + Iy
. Logo,I0
(x² ²)f (x, ) dxdyI0 = ∫
∫
D
+ y y
5.9 Integrais Triplas
Observações:
1. A noção de conteúdo nulo poder ser estendida ao paralelepípedo R de forma
completamente análoga ao caso do retângulo; mudando subretângulos por
sub-paralelepípedos e área por volume.
2. Como antes, o teorema é válido se o conjunto de descontinuidades de f é de
conteúdo nulo.
3. Para integrais triplas continua valendo o teorema de Fubini. Agora temos 3 !
= 6 possíveis integrais iteradas.
Volume de Sólidos Mais Complexos
É chamado sólido mais complexo um sólido que é limitado por superfícies
(planos) - na integral dupla os sólidos eram limitados por funções.
Tipos de Sólido
1. Tipo 1 : xy.
O sólido xy é chamado assim porque é limitado por superfícies em torno do eixo z e sua
projeção R é dada no plano xy.
2. Tipo 2: xz
O sólido xz onde a projeção está no plano xz. Agora, as superfícies limitadoras
dele estão em função de y.
3. Tipo 3: yz
Novamente, aqui, sua projeção será dado no plano yz. O sólido estará ao longo
do eixo x.
Passo a Passo para calcular a integral tripla
OBS:
- Ao igualar z1 = z2, você adquire uma equação que descreve sua projeção. Após isso, você
terá que ter o limite da projeção.
5.10 Mudança de Variáveis na Integral Tripla
Coordenadas Cilíndricas
Coordenadas Esféricas
- O ângulo vai ser o ângulo entre o eixo de coordenadas z e a reta . ϕ ρ
- O ângulo vai ser o ângulo entre o eixo x e a reta r.θ
-
1ª Lista de Exercícios
1ª Questão - Determine nos seguintes casos:(x, )dxdy∫
∫
Ω
f y
(i) e é o quadrado .(x, ) os x sen y f y = c Ω 0, ] 0, ] [ π × [ π
(ii) e é o quadrado .(x, ) y log xy f y = x Ω 1, ] 1, ] [ e × [ e
(iii) e é o triângulo de vértices .(x, ) os²x en²y f y = c + s Ω (0, ), B 1, ), C 0, ) A = 0 = ( 0 = ( 2
(iv) e , onde T é o triângulo de vértices(x, ) f y = ex+y ∖T Ω = T ′
e T’ é o triângulo de vérticesA (0, ), B 0, ), C 4, ) = 0 = ( 2 = ( 1
.(0, ), B 0, ), C 3, ) A = 0 = ( 2 ′ = ( 1
(v) e .(x, ) ² ² f y = x + y Ω = {(x, ), ² ² }y 1 ≤ x + y ≤ 4
(vi) e .(x, ) y f y = x Ω = {(x, ), ² y² }y 1 ≤ x + 4 ≤ 4
2ª Questão - Determine . (Sugestão: Mude a ordem da integração.)dydx∫
1
0
∫
1
x
y
sen y
3ª Questão - Jogo de 1 erro. Descubra o que está errado na fórmula.
(x, )dxdy (x, )dydx.∫
1
0
∫
√1−y²
−√1−y²
f y = ∫
1
0
∫
√1−x²
−√1−x²
f y
4ª Questão - Calcule , onde T é o triângulo de vérticesye dxdy∫
∫
x
x x+y
.(0, ), B 1, ), C 2, ) A = 0 = ( 2 = ( 1
(Sugestão: Faça uma mudança de variáveis) .
Gabarito da 1ª Lista de Exercícios
1)i)
ii)
iii)
iv)
v)
vi)
2)
3)
4)
2ª Lista de Exercícios
1ª Questão - Calcule nos seguintes casos: ∫
∫
∫
Ω
f
(1) e .✓0, ) 1, ) 0, ) Ω = ( 1 × ( 2 × ( 2 (x, , ) f y z = ex + y + z
(2) e (Aviso de Questão1, ) 1, ) 1, ) Ω = ( 2 × ( 2 × ( 2 (x, , ) f y z = (x )log(x ).+ y + z + y + z
Escrota. Mas escrota pra caralho.)
(3) é a esfera de raio 1 centrada na origem e ✓Ω (x, , ) yz. f y z = x
(4) é a esfera de raio 1 centrada na origem e ✓Ω (x, , ) ². f y z = z
2ª Questão - Seja a região acima do plano e no interior da esfera .Ω z = 1 ² ² ² x + y + z = 4
(1)Determine o volume de .✓Ω
(2)Determine o centro de massa de .Ω
3ª Questão - Determine o volume da região , situada no interior do cilindro , entreΩ ² ² x + y = 1
os planos e . z = 0 y z x + 2 + 3 = 1
4ª Questão - Seja e é o círculo centrada na origem e de raio 1., f (x, ) x² ²) p > 0 y = ( + y −p C
Determine os valores de para os quais a integral imprópria é finita.p ∫
∫
C
f
5ª Questão - Seja e a esfera centrada na origem e de raio 1., f (x, , ) x² ² ²) p > 0 y z = ( + y + z −p E
Determine os valores de para os quais a integral imprópria é finita.p ∫
∫
∫
E
f
6ª Questão - Jogo do 1 erro. Descubra o que está errado na fórmula.
(x, , ) dxdydz (x, , ) dydzdx∫
1
0
∫
√1 − x²
−√1 − x²
∫
1−√x² + y²
0
f y z = ∫
1
−1
∫
z − 1
1 − z
∫
√(1 − z)² − x²
0
f y z
7ª Questão - Um recipiente em forma da parabolóide está cheio de umz x² y², 0 = + ≤ z ≤ 1
gás cuja densidade , inversamente proporcional à altura, vale . Determine aρ (x, , ) ρ y z = 11 + z
massa total de gás contida no recipiente.
Gabarito da 2ª Lista de Exercícios
1)
a)
b) A
c)
d) A
2) A
a) D
b) d
3) A
4) A
5) A
6) A
7) A
Prova 1 - 2015
Resolução da Prova 1 - 2015
1)
a)
b) A
2) A
3) A