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Apostila 08 Docencia 2020

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Apostila 08 Docencia
NOVAS TECNOLOGIAS E A FORMAÇÃO DE DOCENTES
NOVAS TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DOCENTE
SUMÁRIO
NOVAS TECNOLOGIAS, NOVOS DESAFIOS ............................................................... 6
INOVAÇÃO CONSERVADORA ...................................................................................... 7
CONCEITUANDO AS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E DE
COMUNICAÇÃO ............................................................................................................. 8
LECIONAR E APRENDER NA ERA TECNOLÓGICA................................................... 10
TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO .................................................................................... 12
FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO ......................................................................... 17
A TECNOLOGIA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM.................................... 19
O PROFESSOR DIANTE DA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA ........................................ 20
O PAPEL DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO ................................................. 22
INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA ESCOLA COM USO DA NFORMÁTICA .. 23
PEDAGOGIAS CONSTRUTIVISTAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DAS NOVAS
TECNOLOGIAS. .................................................................................................... 23
A CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO USANDO AS NOVAS TECNOLOGIAS............... 25
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: O MOODLE ....................................... 26
PROJETOS DE INOVAÇÃO TECNOLOGICA NA EDUCAÇÃO ...................................29
MATERIAIS DIDÁTICOS E AS NOVAS TECNOLOGIAS .............................................32
O PAPEL DO PROFESSOR NA ELABORAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS ............. 32
PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES NAS TICS......................................................... 34
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NAS AULAS COM TICS ...................................... 36
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO .............................................. 37
A INFLUÊNCIA DE VYGOTSKY PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS.... 41
TECNOLOGIAS E SALA DE AULA ............................................................................. 46 
 O COMPUTADOR NA SALA DE AULA ...................................................................... 52
JOGOS DIGITAIS EDUCACIONAIS ............................................................................. 53
POTENCIALIDADES DOS JOGOS DIGITAIS ............................................................... 54
CONSTRUTIVISMO: UM CONCEITO DE CONSTRUÇÃO ........................................... 57
TEORIA PEDAGÓGICA E NOVAS TECNOLOGIAS ..................................................... 59
SEYMOUR PAPERT ................................................................................................... 67
TEORIA DE PIAGET E EAD ........................................................................................ 71
APRENDIZAGEM COLABORATIVA E COOPERATIVA ............................................... 72
A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS A FAVOR DO CONHECIMENTO ....................... 73
O CONSTRUTIVISMO PARA ALÉM DA ESCOLA ....................................................... 75
COOPERAÇÃO, COLABORAÇÃO E INTERAÇÃO ...................................................... 77
A TECNOLOGIA COMBATENDO A INDISCIPLINA ..................................................... 81
REAL UTILIZAÇÃO DAS TIC ....................................................................................... 84
RELAÇÕES ENTRE O CONSTRUTIVISMO E A PEDAGOGIA......................................... 86
RELAÇÃO DOS ALUNOS COM A TECNOLOGIA ......................................................... 88
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO .................................................................................. 90
A METODOLOGIA DE PROJETOS E AS NOVAS TECNOLOGIAS ................................. 94
FUNDAMENTOS DA METODOLOGIA DE PROJETOS ................................................. 95
TECNOLOGIAS DIGITAIS (TDS) X TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS (TES) .................. 97
PROJETOS DE APRENDIZAGEM COM TECNOLOGIAS DIGITAIS .............................. 100
COMO IMPLEMENTAR AS TDS NOS PROJETOS DE APRENDIZAGEM? ................... 101
PONTOS POSITIVOS NO USO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃ...... 102
PONTOS NEGATIVOS NO USO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO. 105
 APRENDIZAGEM COOPERATIVA COMO POTENCIALIDADE PARA AS NOVAS
TECNOLOGIAS ....................................................................................................... 107
O USO DO BLOG COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA ......................................... 109
COMPONENTES DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA................................. 112
APRENDIZAGEM X ENSINO APOIADA ÀS NOVAS TECNOLOGIAS ......................... 113
ENSINO APOIADO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS É ALTERNATIVA PARA CONCILIAR
ESTUDOS ................................................................................................................. 114
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 117
NOVAS TECNOLOGIAS, NOVOS DESAFIOS
Nessa disciplina iremos estudar as novas tecnologias da comunicação e informação e suas aplicações na educação, buscando identificar a relação comunicação e educação na sociedade contemporânea, assim como as relações entre mídia, cultura e subjetividade.
A influência da TV e das redes sociais nos processos escolares e a utilização da mídia como instrumento didático pedagógico. Iremos discutir sobre a qualidade do ensino, sobre novos desafios, sobre novas abordagens da comunicação mediada pelas tecnologias da informática.
Ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas pelas novas tecnologias da informação, estamos tratando de Tecnologia Educacional. O uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por vantagens educacionais do seu uso, complementadas por um discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola. Após algum tempo são lançadas políticas públicas de introdução da nova tecnologia nos sistemas escolares, terminando pela adoção limitada por professores, sem a ocorrência de ganhos acadêmicos significativos. Estudos apontam prováveis causas do pouco sucesso da inovação, tais como falta de recursos, resistência dos professores, burocracia institucional, equipamentos inadequados.
O trecho de um discurso de Thomas Edison, inventor do telégrafo, do gramofone e da lâmpada elétrica, prevê, em 1913, que os livros didáticos se tornariam obsoletos nas escolas e que, usando filmes, seria possível instruir sobre qualquer ramo do conhecimento humano. Em 1922, Edison ainda afirmava que “... o filme está destinado a revolucionar nosso sistema educacional e em poucos anos suplantará em muito, senão inteiramente, o uso de livros didáticos”.
Nossa utopia é sempre tentar mudar a história futura para melhor, e não defendo posições tradicionalistas ou contrárias à tecnologia na educação. Vejo as novas tecnologias como mais um dos elementos que podem contribuir para melhoria de algumas atividades nas nossas salas de aula. Por outro lado, também não adoto o discurso dos defensores da nova tecnologia educacional, que mostram as mazelas das escolas (algo muito fácil de se fazer), deixando implícito que nossos professores são dinossauros avessos a mudanças.
No Brasil, na década de 80, a contradição entre tecnologia de ponta e escolas precárias era mais evidente, uma vez que os computadores eram máquinas mais caras e não estavam tão disseminados na sociedade como hoje.
Aprendemos que a expectativa de administradores, professores, alunos e pais era que se ensinasse informática na escola, não no sentido de uso pedagógico de computadores, nos levando a explorar a introdução da informática na escola como uma mistura de informática na educação e de preparação para o trabalho. 
INOVAÇÃO CONSERVADORA
A história da tecnologia educacional contém muitos exemplos de inovação conservadora, de ênfase no meio e não no conteúdo. Devidoao efeito dramático, sedutor, da mídia, em certos casos a atenção era concentrada na aparência da aula, tomando-se como algo “dado” o conteúdo veiculado, seja na sala de aula por transparências ou filmes, ou pela difusão ampla de conteúdos, através da TV, do rádio ou mesmo de livros textos cheios de figuras, cores, desenhos, fotos.
Atualmente a inovação conservadora mais interessante é o uso de programas de projeção de tela de computadores, notadamente o PowerPoint, com o qual o espetáculo visual (e auditivo) pode tornar-se um elemento de divagação, enquanto o professor solitário na frente da sala recita sua lição com ajuda de efeitos especiais, mostrando objetos que se movimentam, fórmulas, generalizações, imagens que podem ter pouco sentido para a maioria de um grupo de aprendizes. A inatividade física e mental) do aprendiz é reforçada pelo ambiente da sala, geralmente à meia luz e com ar condicionado.
Mas tal tipo de artefato pode também ter efeitos contrários, gerando situações onde o aluno não precisa nem mais copiar - a coisa já vem pronta e acabada para se levar para casa e memorizar para a prova. Tal tipo de mídia pode também reforçar no aluno uma falsa sensação de ter aprendido a lição, pois tudo que o mestre escreveu está ali, gravado, do jeito dele, com os mesmos espaços, tamanhos, etc.
Outro exemplo comum é a digitação de trabalhos escolares convencionais, dentro ou fora da sala de aula e sem a orientação do professor. Neste caso, a tecnologia pode até facilitar ou dissimular a cópia plagiadora de pedaços de enciclopédias, de páginas da Internet, de livros de texto e de materiais gráficos escaneados. Tais produções de alunos podem impressionar professores sem experiência de computadores, pelo aspecto gráfico esmerado dos trabalhos e pela extensão do texto (em alguns casos feitos por outra pessoa, algo mais difícil de ocorrer quando o professor conhece a caligrafia do aprendiz).
A presença da tecnologia na escola, mesmo com bons software, não estimula os professores a repensarem seus modos de ensinar nem os alunos a adotarem novos modos de aprender. Como ocorre em outras áreas da atividade humana, professores e alunos precisam aprender a tirar vantagens de tais artefatos.
Estamos diante de um novo século, com uma nova sociedade, a sociedade da informação, com novo formato de receber e transmitir informação, e de uma busca interminável de conhecimento. As pessoas hoje em dia, têm acesso ao mundo e as suas tradições culturais, com muita mais eficácia e rapidez que ontem.
Com a explosão da computação e, consequentemente da internet, passou-se a considerar que disponibilizar informação em uma página da internet seria um processo educativo contínuo e a formação da língua escrita dessa pessoa, estaria sendo realmente transmitida, de forma correta. Será mesmo? E qual seriam realmente as vantagens e desvantagens dessa interferência digital em nossos dias? As recordações da educação nos dizem que, educar não é adestrar, nem governar informações para um indivíduo e sim servir como mediador desse processo. 
CONCEITUANDO AS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E DE
COMUNICAÇÃO
O que se entende por novas tecnologias digitais? Entendemos por novas A Tecnologia de Comunicação designa toda forma de veicular informação. Têm o seu processamento, são os computadores e os robôs, e exemplos de aparelhos que npossibilitam a sua reprodução são a máquina de fotocopiar, o retroprojetor, o
projetor de slides (data show).
Tecnologias de Informação e Comunicação (chamadas de TIC) exercem um papel cada vez mais importante na forma de nos comunicarmos, aprendermos e vivermos. As novas tecnologias de informação e de comunicação (TIC), usadas na comunicação social, estão cada vez mais interativas, pois permitem a troca de dados dos seus usuários com recursos que lhes permitem alternativas e aberturas das mais diferentes, os programas de multimídia, como o vídeo interativo, a Internet. São essas novas tecnologias que permitem a preparação e manipulação contínua de teores específicos por parte do professor/aluno (emissor) e do aluno/professor (receptor), codificando-os, decodificando-os, recodificando-osconforme as suas realidades, as suas histórias de vida e a tradições em que vivem; permitindo um entendimento mais eficaz, alternando os papéis de emissor e receptor, como co-protagonistas e contribuintes da ação cognitiva.
Nos dias de hoje, os diferentes usos dessas mídias (tecnologias) se confundem e passam a ser característicos das Tecnologias de Informação e de Comunicação, que mudam os padrões de trabalho, do lazer, da educação, do tempo, da saúde e da indústria e criam, assim, uma nova sociedade, novas atmosferas de trabalho, novos ambientes de aprendizagem. Criando-se um novo tipo de aluno que necessita de um novo tipo de professor. Um professor ligado e compromissado com o que está acontecendo ao seu redor. Tecnologias colaborativas são as que consentem à otimização do trabalho em equipe.
Explicitando, as novas tecnologias de informação e de comunicação podem ser utilizadas para se alcançar objetivos individuais isoladamente.
Assim, quando um professor pesquisa certo assunto, em bases de dados da Internet e, ao descobrir documentos importantes, guarda-os para seu uso particular em sua biblioteca virtual individual (CD-ROM ou no disco rígido do seu computador), os seus objetivos individuais não estão sendo admirados. Se, por outro lado, comunica a existência desses textos a outros professores que estão trabalhando com ele (de forma interdisciplinar) em um projeto comum, propondo uma discussão conjunta através dos serviços da própria Internet (e-mail, teleconferência), essa tecnologia se reveste de uma característica que otimiza a colaboração, daí ser então denominada reveste de uma característica que otimiza a colaboração, daí ser então denominada de tecnologia colaborativa. 
LECIONAR E APRENDER NA ERA TECNOLÓGICA
Trabalhar com as tecnologias (novas ou não) de forma interativa nas salas de aula requer: a responsabilidade de aperfeiçoar as compreensões de alunos sobre o mundo natural e cultural em que vivem. Faz-se, indispensável o desenvolvimento contínuo de intercâmbios cumulativos desses alunos com dados e informações sobre o mundo e a história de sua natureza, de sua cultura, posicionando-se e expressando-se, de modo significativo, com os elementos observados, elaborados que serão melhor avaliados. Ao se trabalhar, adequadamente, com essas novas tecnologias, Kenski constata-se que: a aprendizagem pode se dar com o envolvimento integral do indivíduo, isto é, do emocional, do racional, do seu imaginário, do intuitivo, do sensorial em interação, a partir de desafios, da exploração de possibilidades, do assumir de responsabilidades, do criar e do refletir juntos. (KENSKI,1996, p. 20).
Esta é a parte visível da introdução de novas tecnologias na educação. A estrutura das salas de aula deverá mudar como já mudaram em algumas instituições de ensino no Brasil e estão mudando em muitas regiões do mundo. A implantação (mudança) se inicia e continua com a criação de certa infraestrutura tecnológica e de um programa de utilização em que os professores sejam treinados operacionalmente, capacitados metodologicamente e filosoficamente para a utilização dessas novas tecnologias na sua prática pedagógica.
O papel dos professores tem que mudar também, e os cursos superiores precisam preparar esses novos docentes para não perderem o controle das tecnologias digitais que são requeridas ou se dispõem a usar em suas salas de aulas. Os professores precisam aprender a manusear as novas tecnologias e ajudar os alunos a, e eles também, aprenderem como manipulá-las e não se permitirem serem manipulados por elas. Mas para tanto, precisam usá-las para educar, saber de sua existência, aproximar-se das mesmas, familiarizar-se com elas, apoderar-se de suas potencialidades, e dominar sua eficiência e seu uso, criando novos saberes e novos usos, para poderem estar, no domínio das mesmas e poderem orientar seus alunos a “lerem” e “escreverem”com elas.
Os professores não devem substituir as “velhas tecnologias” pelas “novas tecnologias”, devem, antes de tudo, se adequar das novas para aquilo que elas são únicas e resgatar os usos das velhas em organização com as novas, isto é, usar cada uma naquilo que ela tem de peculiar e, portanto, melhor do que a outra. O uso e influência das novas tecnologias devem servir ao docente não só em relação à sua atividade de ensino, mas também na sua atividade de pesquisa continuada. E a pesquisa com as novas tecnologias tem características diferentes que estão diretamente ligadas à procura da constante informação.
Os docentes devem construir e trabalhar em conjunto com seus alunos não só para ajudá-los a aumentar capacidade, métodos, táticas para coletar e selecionar elementos, mas, especialmente, para ajudá-los a desenvolverem conceitos. Considerações que serão o alicerce para a edificação de seus novos conhecimentos.
Como descrever Gadotti, o professor “deixará de ser um lecionador para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem (...) um mediador do conhecimento, um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador, e sobretudo, um organizador de aprendizagem” (Gadotti, 2002).
Não podemos deixar de destacar a importância de se repensar os métodos docente a partir de uma maior valorização da metodologia de interação e colaboração mutua que devem estar presentes proporcionalmente na educação à distância quanto na educação presencial, escolha metodológica tão discutida hoje em dia e que vem sendo exercitada por profissionais das áreas mais variadas da educação. É muito inquietante como os professores estão se afastando dessas práticas alternativas, apresentando, com isso, muita oposição e resistência. A educação precisa repensar seus métodos curriculares e preparar seus docentes tanto para se apropriarem das novas tecnologias de informação e comunicação quanto para a prática da educação a distância que se vê viabilizada. Os Cursos de Educação à Distância são exemplos desta iniciativa. 
TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
Aprendizagem, proporcionando novas formas de ensinar e aprender. O professor deve ser alguém criativo, competente e comprometido com o advento das novas tecnologias, interagindo em meio à sociedade do conhecimento, repensando a educação e buscando os fundamentos para o uso dessas novas tecnologias, que causam grande impacto na educação e determinam uma nova cultura e novos valores na sociedade. Hoje, as tecnologias contribuem para um melhor processo de ensino A partir de mudanças na forma de ensinar e com a inserção de tecnologias nesse diálogo entre professor e aluno; hoje há uma troca de informações em sala de aula, na qual o professor não é mais o detentor de todo o conhecimento, de modo que o aluno passa a ser o principal responsável pela construção do seu conhecimento, tendo um papel mais ativo, na busca de soluções das suas necessidades.
Segundo Moran:
A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis. A presença dos recursos tecnológicos na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores. (MORAN, 1995, apud MAINART; SANTOS, 2010, p. 04)
O principal objetivo do processo de ensino-aprendizagem por meio da tecnologia é formar alunos mais ativos, de modo que o educador e a tecnologia se tornem mediadores desse processo, devendo estar unificados para que a aprendizagem se torne eficaz. 
Por meio da utilização das tecnologias, a associação das práticas pedagógicas, juntamente com o aprendizado, representa uma possibilidade a mais para os professores, pois estimula o aprendizado, de modo que os participantes desse processo passam a investigar as soluções para os problemas e para as situações em estudo. Essa nova maneira está relacionada a uma nova visão de construção do conhecimento, em um processo que envolve todos os participantes, professores e alunos, superando as formas tradicionais na relação de ensinoaprendizagem. 
TECNOLOGIAS
Segundo o dicionário de Língua Portuguesa Tecnologia é uma “ciência cujo objeto é a aplicação do conhecimento técnico e científico para fins industriais e comerciais” e um “conjunto dos termos técnicos de uma arte ou de uma ciência”. A base da tecnologia encontra se no conhecimento, técnica e experiência. É por meio deste conjunto que novas tecnologias são criadas e que aos poucos são transformados os indivíduos e a sociedade, independente da utilização que se faça dessa tecnologia. Essa absorção da tecnologia pela cultura ocorre a partir de valores preestabelecidos pela sociedade.
Para Kenski, “[...] as tecnologias são tão antigas quanto à espécie humana” (2012, p. 15). Elas existem desde a idade da pedra, quando os mais fortes se destacavam com ideias para a sua própria sobrevivência e, à medida que iam sobrevivendo, surgiram novas necessidades, de modo que novas tecnologias foram sendo criadas. Esse processo ocorre até os dias atuais, isto é, no decorrer da evolução originaram-se diferentes tecnologias. Atualmente, temos uma evolução tecnológica bem diferente da realidade da idade da pedra, mas que possui os mesmos objetivos, sempre buscando novas formas de melhorar os processos existentes que ocorrem nos diversos setores da sociedade, desenvolvendo mudanças tanto na vida coletiva, como na vida individual.
Em muitos casos não é uma nova tecnologia que está surgindo, mas sim uma inovação de uma tecnologia já existente. É muito rápido o processo de desenvolvimento tecnológico atual, em que fica difícil definir o que é um novo conhecimento, instrumento e procedimento ou o que é uma inovação de uma tecnologia já existente.
O critério para a identificação de novas tecnologias pode ser visto pela sua natureza técnica e pelas estratégias de apropriação e de uso. Atualmente, as novas tecnologias estão relacionadas aos processos e produtos originários da eletrônica, da microeletrônica e das telecomunicações, as quais caracterizam-se por serem áreas evolutivas, em permanente transformação.
Hoje são comuns as expressões “sociedade tecnológica”, “a tecnologia invadiu nosso cotidiano”, o que, às vezes, causa certo receio nas pessoas, as quais se assustam com as possibilidades demonstradas nos filmes de ficção científica, em que a tecnologia passa a ter domínio sobre os seres humanos. A tecnologia faz parte de nossa vida em todos os aspectos, por exemplo, comer só é possível graças à tecnologia dos talheres, pratos, geladeira, fogão, micro-ondas etc. E, dessa mesma forma, a tecnologia está presente em todas as atividades da nossa rotina e, para a realização das mesmas, são necessários produtos e equipamentos resultantes de estudos, planejamentos e construções. Pensando dessa forma, não é só agora que se vive a “era tecnológica”. Essa “era” já existe desde os primórdios, porém em cada época existiu um tipo de tecnologia diferente, que, cada uma a sua maneira, tinha o objetivo de melhorar a qualidade dos processos.
As tecnologias atuais representam mudança de comportamento. Um exemplo simples é a internet, que, apesar de ser uma tecnologia já antiga (em 1960 já se falava de internet), possibilita a comunicação das pessoas sem que estas estejam no mesmo local e a Educação a Distância, que permite àqueles que não têm a possibilidade de cursar o Ensino Superior de forma presencial ou que não possuem recursos para arcar com esse investimento. Outros exemplos: televisão, computadores, celulares etc.
As pessoas já estão dependentes de toda a tecnologia existente. Hoje é muito comum uma criança já saber utilizar um celular e/ou os programas de computador.
 Uma realidade muito diferente de anos atrás, já que o acesso a essas tecnologias se dava apenas quando fossem jovens e/ou adultos.
A escola e o professor precisam explorar esse conhecimento que já possuem,permitindo assim novas formas de ensinar e aprender e também incluir aqueles que ainda estão nas estatísticas de exclusão digital, pois, apesar das facilidades de acesso às tecnologias, ainda existe desigualdade social nesse âmbito. Este é outro ponto importante da utilização das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, já que a escola passa a fazer um trabalho social, inserindo essas pessoas no mundo tecnológico, eliminando assim todas as barreiras que possam existir, sejam elas sociais, culturais ou intelectuais.
AS PRINCIPAIS TECNOLOGIAS UTILIZADAS EM EAD
• Mídia impressa: texto impresso, caderno de estudos, jornais e boletins, notas de aulas, livros didáticos, apostilas etc.
• Mídia sob a forma de áudio e vídeo: fitas gravadas, CD-ROM.
• Rádio e televisão: programas ao vivo e gravados: Com o surgimento da internet tornou-se possível uma nova forma de disseminação por vídeo, denominada vídeo transmissível, ou seja, vídeo no formato digital que permite que as pessoas façam DOWNLOAD na forma compacta, direto de um servidor da WEB:
• Tecnologia de telecomunicação interativa, que pode ser via áudio, audiografia (agrega imagens visuais ao áudio), vídeo e computador.
• Audioconferência: os participantes são conectados por linhas telefônicas.
• Audiográfico: tecnologia que agrega imagens visuais, o áudio e também é transmitida por linhas telefônicas.
• Videoconferência: permite a transmissão nos dois sentidos de imagens televisivas via satélite ou a cabo. Outros tipos de equipamento, como monitores de
 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro televisão, gravadores/ aparelhos de videocassete, microfone, câmeras e computadores também são usados.
• Aprendizado com o uso do computador: programas de estudo auto gerenciado que o aluno usa sozinho no computador. O programa educacional pode ser disponibilizado em CD-ROM ou conectado à internet para ter acesso ao hipertexto (conteúdo, página ou texto de internet) e hipermídia (permite ao usuário a interatividade de acesso pelas “ligações” existentes no conteúdo ou página ou documentos da internet). 
AMBIENTES EDUCATIVOS VIRTUAIS
Muitas plataformas ou ambientes educativos foram criados para promover o
aprendizado com o uso do computador conectado à internet. Esses ambientes
favorecem o acesso às tecnologias educacionais. Como exemplos de plataformas ou ambientes de aprendizagem, cito:
• PVANet: ambiente virtual de aprendizagem, desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa/MG para cursos na modalidade a distância. Esse ambiente permite criar, manter e administrar cursos baseados na internet. Para saber mais, acesse: https://www2.cead.ufv.br/sistemas/ pvanet/geral/login.php
• AulaNet: ambiente desenvolvido em julho de 1997, pelo Laboratório de Engenharia de Software do Departamento de Informática da PUCRio. Esse ambiente permite criar, manter e administrar cursos baseados na internet. Para saber mais, acesse: http://www.aulanet.com.br/
• ProInfo: ambiente desenvolvido na década de 1990, pelo Programa Nacional de Informática na Educação do MEC. Seu objetivo inicial era auxiliar a formação continuada de professores; atualmente esse ambiente está disponível para outros projetos vinculados ao MEC. Para saber mais, acesse:
http://www.educacaodigital.kit.net/abertura.htm
• TelEduc: ambiente desenvolvido por pesquisadores do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da UNICAMP. Seu objetivo era a produção, participação e administração de cursos na internet. Hoje em dia essa plataforma de ensino é livre, para uso de qualquer instituição de ensino para cursos na modalidade a distância. Para saber mais, acesse:
http://hera.nied.unicamp.br/~teleduc
• Moodle: ambiente desenvolvido na década de 1990, pela Curtin University of Tecnology, na Austrália. Possui ferramentas que permitem a criação e integração de conteúdos. Na versão em português, é muito utilizado para projetos educacionais a distância, inclusive pelo MEC. Para saber mais, acesse:
http://docs.moodle.org/pt/Hist%C3%B3ria_ do_Moodle e
http://moodle.universidadevirtual.br/
FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO
Cada plataforma e/ou ambiente possui características próprias, mas, no geral, todos eles apresentam ferramentas para promover a comunicação em tempo real (síncrona) ou não (assíncrona), que podem ser denominadas conforme cada ambiente virtual de aprendizagem. Uma ferramenta de comunicação assíncrona permite a interação dos participantes sem que estes estejam necessariamente conectados ao mesmo tempo. Já a comunicação síncrona permite a comunicação de forma mais interativa e dinâmica.
Dentre as ferramentas de comunicação e gerenciamento encontradas nas plataformas e/ou ambientes de ensino em EAD, podemos citar:
• Correio eletrônico ou e-mail: esta é uma das ferramentas de comunicação assíncrona muito utilizada em cursos a distância. E, como tal, permite a interação dos participantes sem a necessidade de estarem conectados ao mesmo tempo.
Indicado para enviar e receber arquivos anexados às mensagens, esclarecer dúvidas, dar sugestões etc.
• Chat ou bate-papo: é uma ferramenta que permite a comunicação 9.3 em tempo real, ou seja, de forma síncrona. Com essa ferramenta, é possível que o professor e os alunos encontrem-se virtualmente para esclarecimentos de dúvidas e grupos de alunos encontrem-se para debater sobre trabalhos em equipes. Para que o sistema funcione, porém, é indispensável que os participantes do chat estejam conectados simultaneamente no ambiente virtual do curso.
• Fórum: esta é uma das ferramentas de comunicação assíncrona muito utilizada em cursos de EAD no desenvolvimento de debates. Permite o debate de temas com a inclusão de opiniões em qualquer tempo. Não é necessário que todos os participantes estejam conectados ao mesmo instante para interagir, como na comunicação síncrona. O fórum é organizado de acordo com a postagem dos assuntos, mantendo a relação entre o tópico lançado, respostas e respostas das respostas.
• Mural: é uma ferramenta que pode ser utilizada pelo professor e alunos para colocar avisos, informações de interesse coletivo da turma, registros de aulas práticas, resultados e notas de atividades etc. A comunicação através dessa ferramenta pode acontecer em qualquer tempo, não sendo necessário osparticipantes estarem conectados ao mesmo tempo.
• Perguntas e Respostas/FAQ: é uma ferramenta utilizada para facilitar o envio de dúvidas pelos alunos, ao mesmo tempo em que permite que o professor envie respostas às perguntas mais frequentes. Propicia economia de tempo para o estudante, já que ele pode consultar essa ferramenta para verificar se já existe uma resposta para sua dúvida disponibilizada no ambiente virtual da aula.
• Relatórios: os relatórios gerados a partir dos fóruns de discussão são ferramentas de gerenciamento. Essa ferramenta geralmente apresenta informações que auxiliam o acompanhamento do estudante pelo professor, assim como o autoacompanhamento por parte do estudante. Os relatórios apresentam informações relativas ao histórico de acesso ao ambiente de aprendizagem pelos estudantes, bem como notas, frequência de acesso, histórico dos artigos lidos e mensagens postadas para o fórum e correio, participação em sessões de chat e mapas de interação entre os professores e estudantes.
• Avaliação on-line: ferramenta de gerenciamento/comunicação. Essa ferramenta envolve as avaliações que devem ser feitas pelos estudantes e os recursos on-line para que o professor corrija as avaliações. Do mesmo modo, fornece informações a respeito das notas, o registro das avaliações que foram feitas pelos estudantes, tempo gasto para resposta etc.
Recomenda-se, no entanto, para os cursos de EAD, a utilização de mais de uma tecnologia e várias mídias para promover a comunicação e disponibilizar os conteúdos do curso. O objetivo maior é atingir todos os estudantes, não excluindo aqueles que porventura tenham dificuldades de acesso às tecnologias de comunicação e informação mais recentes, como, por exemplo, internet e ocomputador. 
A TECNOLOGIA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
A incorporação dasinovações tecnológicas só tem sentido se contribuir para a melhoria da qualidade do ensino. A simples presença de novas tecnologias na escola não é, por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na memorização de informações.
A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponível livro didático, giz e quadro, televisão ou computador. A presença desse aparato tecnológico na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.
O Brasil é um país com grande diversidade regional, cultural e com grandes desigualdades sociais; portanto, não é possível pensar em um modelo único para incorporação de recursos tecnológicos na educação. É necessário pensar em propostas que atendam aos interesses e necessidades de cada região ou comunidade.
Se a escola for entendida como um local de construção do conhecimento e de socialização do saber, como um ambiente de discussão, troca de experiências e de elaboração de uma nova sociedade, é fundamental que a utilização dos recursos seja amplamente discutida e elaborada conjuntamente com a comunidade escolar, ou seja, que não fique restrita às decisões e recomendações de outros.
Tanto no Brasil como em outros países, a maioria das experiências com uso de tecnologias informacionais na escola estão apoiadas em uma concepção tradicional de ensino e aprendizagem. Esse fato deve alertar para a importância da reflexão sobre qual é a educação que se quer oferecer aos alunos, para que a incorporação da tecnologia não seja apenas o "antigo" travestido de "moderno".
Os meios eletrônicos de comunicação oferecem amplas possibilidades para ficarem restritos à transmissão e memorização de informações. Permitem a interação com diferentes formas de representação simbólica - gráficos, textos, notas musicais, movimentos, ícones, imagens -, e podem ser importantes fontes de informação, da mesma forma que textos, livros, revistas, jornais da mídia impressa.
Entrevistas, debates, documentários, filmes, novelas, músicas, noticiários, softwares, CD-ROM, BBS e Internet são apenas alguns exemplos de formatos diferentes de comunicação e informação possíveis utilizando-se esses meios.
O computador, em particular, permite novas formas de trabalho, possibilitando a criação de ambientes de aprendizagem em que os alunos possam pesquisar fazer antecipações e simulações, confirmar ideias prévias, experimentar, criar soluções e construir novas formas. Além disso, permite a interação com outros indivíduos e comunidades, utilizando os sistemas interativos de comunicação: as redes de computadores. 
O PROFESSOR DIANTE DA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
As orientações e práticas pedagógicas de instrução, os paradigmas de investigação e as modelos de formação tecnológicas podem ser adaptados, e são dependentes das perspectivas sobre a natureza do conhecimento, do pensamento e das diferentes teorias da aprendizagem. Ou seja, as orientações metodológicas e curriculares, as práticas, derivam e fundamentam-se, pois, nas teorias da aprendizagem e do desenvolvimento, sendo, então, os seus pilares a Filosofia e a Psicologia, dentre outros.
A grande evolução e utilização das novas tecnologias informacionais vem provocando transformações radicais nas concepções de ciência, e impulsiona as pessoas a conviverem com a ideia de aprendizagem sem fronteiras e sem prérequisitos. Tudo isso implica em novas ideias de conhecimento, de ensino e de aprendizagem, exigindo o repensar do currículo, da função da escola, do papel do professor e do aluno.
Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece quando se consegue integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais.
Houve uma passagem muito rápida do livro para a televisão e vídeo e destes para o computador e a Internet, sem que houvesse a aprendizagem e a exploração de todas as possibilidades de cada meio. As habilidades relacionadasm ao uso de tecnologia delineiam um novo modelo para a escola. Os recursos oferecidos pelos computadores, pela Internet e outras redes de comunicação evidenciam a necessidade de se estabelecerem vínculos entre os conteúdos das disciplinas escolares, as diversas aprendizagens no âmbito da escola e a realidade cotidiana. Notadamente as informações circulantes são mais ricas em forma e mais diversificadas em conteúdo do que as existentes na escola tradicional.
Até o advento das tecnologias de informação e comunicação, a escola era o lugar para onde as pessoas se destinavam a fim de adquirir conhecimento sistematizado, o lugar onde estavam as informações mais importantes e o professor era visto, então, como o detentor e provedor de saberes. Com a profusão de mídias e facilidade de acesso oferecido pelas tecnologias de informação e comunicação, a escola redefine-se no que diz respeito a ser repositório de informações e o professor passa a ter o papel de mediador e orientador da aprendizagem, devendo ser hábil no uso das tecnologias para a educação.
Para empreender um trabalho, no espaço escolar, comprometido com uma nova realidade tecnológica, o professor precisa criar novas metodologias de ensino que tenham como ponto de ancoragem a realidade da escola e de seus protagonistas, relacionando o cotidiano escolar a contextos mais amplos, articulando o senso comum ao saber sistematizado e socialmente construído, integrando e contextualizando os diversos componentes curriculares à nova realidade social. Dadas as transformações socioculturais que ocorrem numa velocidade jamais vista, os profissionais da educação devem estar continuamente se informando, se transformando, se formando. 
O PAPEL DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO
Das abordagens de integração das TIC no contexto educativo, hoje podem considerar-se mais relevantes a do computador visto como uma ferramenta e instrumento de trabalho e a promovida pela utilização da internet no ensino e aprendizagem, na perspectiva do computador como máquina de fornecer informação e ferramenta auxiliar para a construção de conhecimento. A internet está revolucionando os métodos de pesquisa e deste modo, embora a sua utilidade, é necessário avaliar adequadamente a sua informação, nomeadamente os alunos, dado que muitos confiam e utilizam a internet como primeira fonte de informação sem formação formal sobre as dificuldades envolvidas.
A utilização das TIC deve ser sempre justificável à luz dos benefícios e vantagens para o processo de ensino aprendizagem. No entanto, o aproveitamento otimizado destas novas tecnologias implica uma mudança nas nossas formas de ensinar e de aprender. Isto é, a integração das TIC pode ser ainda mais efetiva ao explorar novos modelos pedagógicos diferenciados, onde se enquadram as pedagogias construtivistas.
Sugere-nos a necessidade de um modelo flexível para a experimentação e inovação curricular. Assim, a flexibilização beneficia a construção de caminhos conducentes à obtenção de competências diversificadas, produzidas e desenvolvidas tanto ao nível de competências cognitivas, como pessoais e sociais, designadamente, através de métodos participativos que posicionem os alunos no centro do processo de ensino aprendizagem e fomentem a sua autonomia, preconizados pelas pedagogias construtivistas.
A ideia da concepção construtivista do ensino e da aprendizagem é normalmente utilizada para designar uma posição com alargado enfoque, no qual convergem diversas teorias psicológicas e educativas, que partilham o pressuposto de que o conhecimento e a aprendizagem não se constituem como uma cópia da realidade, mas sim como uma construção ativa do sujeito em interação com um ambiente sociocultural. 
INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICANA ESCOLA COM USO DA NFORMÁTICA
Facilitação da construção do conhecimento
• Desenvolvimento do raciocínio lógico
• Desenvolvimento da sequência lógico-temporal
• Aumento da flexibilidade do pensamento
• Aumento da organização na realização de tarefas
• Aumento da atenção na realização de tarefas
• Possibilidade de lidar com diferentes exigências temporais
• Possibilidade de lidar com os próprios erros de forma produtiva
• Estímulo à curiosidade (exploração do novo) Desenvolvimento da
imaginação/criatividade Fortalecimento da autonomia
• Tomada de decisões, escolhas mais rápidas
• "Melhoria" da autoestima
• Desenvolvimento da leitura informativa
• Interpretar e seguir ordens
• Rapidez na leitura (ritmos diferentes)
• Rapidez na resposta 
PEDAGOGIAS CONSTRUTIVISTAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DAS
NOVAS TECNOLOGIAS.
Os modelos centrados no aluno assentam na perspectiva filosófica de John
Dewey e de outros educadores progressistas do século XX, designadamente, a pedagogia de Montessori ou a Escola Nova de Freinet, assim como, de psicólogos defensores do pensamento cognitivo, como Piaget e Vygotsky. A perspectiva construtivista defende que o conhecimento é algo pessoal e o significado é construído pelo aluno através da experiência. A aprendizagem é vista como uma atividade social e cultural em que os próprios alunos constroem os significados e são influenciados pela interação entre o conhecimento previamente adquirido e as novas experiências de aprendizagem. Consequentemente, as pedagogias construtivistas podem mais facilmente promover a criação e o desenvolvimento de competências diversificadas, tanto ao nível cognitivo como comportamental, ao orientarem os alunos para a construção do próprio significado, e assumindo estes um desempenho ativo nessa construção. Em geral, podemos dizer que a competência integra conhecimentos, capacidades e atitudes. Ou seja, trata-se do processo de ativar recursos, em diversos tipos de situações, associado a algum grau de autonomia em relação ao uso do saber.
Desta forma, os professores devem recorrer a pedagogias diferenciadas que perspectivem a progressão individual dos alunos. Esta técnica permite abarcar diferentes estádios de desenvolvimento dos alunos, respeitar diferentes ritmos de aprendizagem, valorizar processos complexos de pensamento e a aquisição de competências, como a autonomia, a liderança democrática e a autorresponsabilização.
Nos grupos de trabalho, os alunos podem organizar-se de forma que cada grupo investigue um aspeto sobre determinado tema, tendo depois cada grupo a responsabilidade de apresentar aos restantes o conhecimento então construído.
Assim, a aprendizagem feita em comum permite a todos a possibilidade de poder “aprender a aprender”, mas também desenvolver competências ao nível do saber, ser capaz e o estar.
As práticas educacionais diferenciadoras distinguem-se, tendo em conta que a base estruturante do trabalho é a autonomia e a responsabilização do aluno em que se pressupõe um princípio de heterogeneidade e trabalho colaborativo. O método educacional das novas tecnologias também define para cada aluno um plano de trabalho autônomo. Este é um mapa de planejamento das atividades e da verificação do seu cumprimento, onde se pode observar o trabalho de estudo e treino de competências que cada aluno se propõe realizar. Esta organização cooperativa usando as novas tecnologias promove o desenvolvimento moral, cívico e social dos alunos, propiciando um ambiente facilitador da criação e incremento de competências diversificadas.
A CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO USANDO AS NOVAS TECNOLOGIAS
A utilização das novas TIC no âmbito da didática, como recurso
complementar de outros, sobretudo com base no paradigma construtivista, inclui
hoje o uso da internet. Esta, entre outras vantagens, facilita o acesso a fontes;
contribui para o desenvolvimento do espírito crítico; permite experimentar formas de
trabalho; ajuda à construção de conceitos; incentiva a transdisciplinaridade;
desenvolve o sentido de cooperação e autonomia dos alunos. No entanto, a
exploração didática das TIC envolve uma enorme complexidade, obrigando à
mobilização de saberes multidisciplinares, tendo os professores que integrar as
variáveis pedagógicas e tecnológicas. Não basta colocar os equipamentos nas
salas de aula, para que o ensino seja eficaz, sendo essencial planear e analisar de
que forma se pode promover ativamente a integração das TIC no processo de
ensino e aprendizagem.
Nesta perspectiva, as TIC não devem ser simplesmente um fenômeno
informativo ou comunicativo orientado para o processo de informação, mas sim um
instrumento de desenvolvimento cognitivo, que permita a transformação da
informação em conhecimento. Assim, o caminho a seguir na educação para a
autonomia dos alunos é tirar partido da concepção e realização de projetos, tanto
individuais como coletivos, com a orientação e mediação do professor.
Segundo uma visão construtivista e sociocultural dos processos de ensino
e aprendizagem, categorizam três formas de uso das TIC pelos alunos: 1) como
suporte, seguimento e apoio do professor; 2) como apoio ao trabalho colaborativo
dos alunos em pequeno grupo; 3) como apoio à reflexão e regulação dos alunos
sobre o seu próprio processo de trabalho e aprendizagem.
NOVAS TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DOCENTE
Adicionalmente, as TIC podem ser utilizadas como ferramentas de suporte à comunicação entre professor e aluno e também entre alunos e, simultaneamente, conceber-se como contextos virtuais alargados relativamente à atividade presencial, combinando o presencial e o virtual no processo de ensinoaprendizagem. Desta forma, o professor, para além das aulas presenciais, pode prestar um apoio personalizado ao trabalho autônomo dos alunos de forma assíncrona, através da utilização das TIC, com o uso do Moodle, email, blogs ou sites.
Ligadas ao aspeto da autonomização, as TIC constituem um aspeto da inovação nos sistemas educativos. Pelo que, a integração destas nos processos de ensino e aprendizagem, para além de permitirem a produção e desenvolvimento de competências, podem conduzir à criação e construção de conhecimento. 
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: O MOODLE
Para a promoção de cursos à distância, ambientes virtuais estruturados são desenvolvidos com o objetivo de promover a aprendizagem. São espaços eletrônicos construídos para permitir a veiculação e interação de conhecimentos e usuários, Esses ambientes são chamados de Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem (do inglês: Learning Management Systems – LMS). São softwares projetados para atuarem como salas de aula virtuais e têm como características o gerenciamento de integrantes, relatório de acesso e atividades, promoção da interação entre os participantes, publicação de conteúdos.
Os LMS são Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), que diferentemente de outros, oferecerem características de controle e gerenciamento inexistentes em outras interfaces da web. Os ambientes de aprendizagem se caracterizam e se diferenciam de outros ambientes da web porque eles têm uma dinâmica própria para atender ao fazer pedagógico, o qual é orientado no sentido de que se estabelecem metas para o aluno atingir. Outro diferencial é o oferecimento de feedback. O feedback é fundamental para que os alunos possam avaliar se estão atingindo os objetivos estabelecidos para o curso. Objetivos orientados a feedback são um dos aspectos críticos de um ambiente de aprendizagem, pois, se o aluno não recebe comentário sobre as atividades que ele desenvolveu em um curso ele não tem como saber se está ou não atingindo os objetivos estabelecidos.
Nos AVA’s, os recursos que dão suporte à educação a distância são os mesmos da internet: correio, fórum, chat, conferência, banco de recurso. O gerenciamento desses ambientes engloba diferentes aspectos, dos quais destacamos a gestão das estratégias de comunicação e mobilização dos participantes, a gestão da participação dos alunos por meio de registro das produções, interações e caminhos percorridos, a gestão de apoio e orientaçãodos formadores aos alunos e a gestão da avaliação.
Pelo fato de ser um software livre, gratuito e aberto, o Moodle pode ser carregado, utilizado, modificado e distribuído. Ele é um projeto de desenvolvimento contínuo, por isso, podemos receber atualizações constantes, tendo também os próprios usuários como seus construtores. Por propor uma aprendizagem colaborativa on-line, ele é considerado um ambiente baseado numa proposta socioconstrutivistas.
Sendo assim, o Moodle é um ambiente que permite a adequação das necessidades das instituições e dos usuários, e, enquanto ambiente virtual de aprendizagem, foi desenvolvido levando em consideração que a aprendizagem acontece, através da colaboração do conhecimento. Percebe-se na filosofia do desenvolvimento do Moodle uma clara expressão das intenções de promover a colaboração e cooperação do outro para com o outro, buscando desenvolver uma cultura baseada em conhecimentos compartilhados entre o grupo.
O fato de o Moodle ser um ambiente de aprendizagem que possibilita o feedback, a própria construção do ambiente e a construção do conhecimento compartilhado conduz que se adote uma concepção social para a compreensão de sua dinâmica de aprendizagem.
Para o desenvolvimento das atividades são utilizados recursos que reforçam os princípios sócio interacionistas pelo fato de oportunizarem a comunicação e a intervenção do usuário durante o processo. Esses recursos são disponibilizados no ambiente e oportunizam a interação dos alunos com os conteúdos e com colegas e professores.
Essas ferramentas são consideradas de informação e comunicação. No caso das interfaces de comunicação destacam-se as ferramentas de interatividade síncronas e as assíncronas. As ferramentas de comunicação síncronas são as que permitem a participação de alunos e professores em eventos marcados, com horários específicos, via internet, a exemplo dos chats. Para esse tipo de interatividade, a comunicação em tempo real, possibilita aos envolvidos uma sensação de grupo, de comunidade, o que pode ser determinante para a continuidade do curso, uma vez que preserva a motivação, a interação em tempo real, o retorno e a crítica imediata, encontros regulares, etc. Já as ferramentas de comunicação assíncronas como o Fórum, o Diário, o diálogo, as lições, entre outros, são consideradas como revolucionárias pelo fato de possibilitar que o usuário faça sua intervenção de forma mais organizada, uma vez que ele terá tempo para sistematizar sua opinião, comentário, respostas, etc.
Cada uma dessas ferramentas tem uma função definida no ambiente e com possibilidades limitadas e cabe ao professor selecioná-las, conforme os objetivos de seu curso. Todavia se acrescenta que como o Moodle é um ambiente de construção pública e livre, ele pode ser alterado e novas ferramentas podem surgir e serem agregadas a já existentes.
As ferramentas mais comuns no ambiente Moodle são as seguintes: arquivo de Materiais, Lição, Fórum, Tarefa, Questionário, Chat, SCORM, Glossário, Pesquisa de Opinião, wiki, Pesquisa de Avaliação, Diário, Diálogo.
O emprego das NTICs (Novas Tecnologias de Informação e Comunicação)na educação possibilita a criação de ambientes novos com estruturas flexíveis, abertas, integrando várias mídias e possibilitando a interação entre os participantes do processo. Mas o uso da tecnologia reforça a existência de um projeto educativo com definição de perfil de alunos, objetivos, parâmetros pedagógicos, conteúdo e avaliação dos conteúdos que serão ministrados, além de ajustes no decorrer do processo ensino e aprendizagem. E o grau de interatividade presente nelas vai, em muito, depender da mediação pedagógica que subjaz ao processo de ensino e aprendizagem a que se propõe o curso, o professor. 
PROJETOS DE INOVAÇÃO TECNOLOGICA NA EDUCAÇÃO
O principal aspecto a ser questionado sobre a elaboração de materiais didáticos mediatizados por novas tecnologias da informação e da comunicação é a sua contribuição para novas concepções da aprendizagem. Essa questão é polêmica, visto que parece não haver um ponto de vista único entre os especialistas da área. Muitas pessoas consideram que a contribuição da informática é apenas de ordem tecnológica e não conceitual, o que significa que ela não oferece subsídio para a elaboração de novas ideias acerca dos processos de aprendizagem ou ensino.
Desde que usadas como fundamento do processo de ensino e aprendizagem forma de pensar e sentir ainda em construção, vislumbrando, assim, um papel importante para elas na elaboração do pensamento. Vista dessa perspectiva, a concepção de materiais didáticos que incorporem novas tecnologias, capazes de oferecer uma reestruturação do processo de aprendizagem, depende do esforço de relacionar novas abordagens teóricas sobre a aprendizagem a seu desenho instrucional.
Tomando, porém, como exemplo a pesquisa no campo da informática educativa nos últimos dez anos, pode-se observar que a transferência de descobertas nas ciências cognitivas e sociais para a prática do planejamento de materiais didáticos raramente é um processo tão direto, o que representa o grande desafio para os projetos de inovações tecnológicas na escola. O construtivismo tem sido ultimamente a abordagem teórica mais utilizada para orientar o desenvolvimento de materiais didáticos informatizados, principalmente o de ambientes multimídia de aprendizagem.
Podemos considerá-lo como um guarda-chuva que tem dado origem a diferentes propostas educativas que incorporam novas tecnologias, às vezes de forma implícita, às vezes de forma explícita. O fato de a abordagem construtivista ser hoje predominante não significa uma tendência única refletida nos materiais didáticos, mesmo porque a ideia de construção do conhecimento está presente na obra de vários autores, como Piaget, Vygotsky, Wallon, Paulo Freire, Freud, entre outros e, dependendo de qual deles seja o referencial eleito, configura-se uma proposta pedagógica um pouco diferenciada.
Apesar das diferenças entre as concepções teóricas desses autores sobre o construtivismo, há elementos comuns que são fundamentais. Talvez o mais marcante seja a consideração do indivíduo como agente ativo de seu próprio conhecimento, o que no contexto educativo desloca a preocupação com o processo de ensino (visão tradicional) para o processo de aprendizagem. Na visão construtivista, o estudante constrói representações por meio de sua interação com a realidade, as quais irão constituir seu conhecimento, processo insubstituível e incompatível com a ideia de que o conhecimento possa ser adquirido ou transmitido. Assumir esses pressupostos significa mudar alguns aspectos centrais do processo de ensino-aprendizagem em relação à visão tradicional. À medida que professores e elaboradores de materiais didáticos que incorporam as novas tecnologias apropriam-se dos pressupostos teóricos construtivistas, estes tomam uma feição diferenciada, parecendo mesmo apoiarem-se em abordagens diferentes. Isso pode, de fato, acontecer porque não há uma correlação perfeita entre pressupostos teóricos do construtivismo e as características técnicas de materiais didáticos.
A transferência da teoria para a prática do desenho instrucional não é fácil nem óbvia e, muitas vezes, as iniciativas de usar os pressupostos construtivistas no desenvolvimento de ambientes tecnológicos de ensino-aprendizagem ficam aquém da intenção inicial. Procurando colocá-los em prática, materiais didáticos que incorporam as novas tecnologias têm como característica principal passar para as mãos do estudante o controle de sua aprendizagem, tornando possível uma interação na qual ele “ensina” à tecnologia mais do que aprende com ela.
A epistemologia construtivista relaciona-se fundamentalmente com a ideia de construção, o que no planejamento de materiais didáticos informatizados pode ser traduzido na criação de ambientes de aprendizagem que permitam e deem suporte à construção de alguma coisa ou ao envolvimento ativo do estudante na realização de uma tarefa, que pode ser individual ou em grupo, e a contextualizaçãodessa tarefa. Para isso, oferecem ferramentas e meios para criação e manipulação de artefatos ao invés de apresentarem conceitos prontos ao estudante.
A oposição entre os papéis ativo e passivo do aluno frente à aprendizagem é insuficiente. Com o conceito de abordagem profunda, a TIC pretende dar ênfase à apropriação das estratégias metacognitivas pelo aluno na interação com materiais didáticos informatizados. Essa perspectiva quer marcar a diferença em relação ao processo tradicional de ensino, no qual o aluno interage com o conteúdo visando apenas à avaliação. Para que o aluno desenvolva uma abordagem profunda à sua aprendizagem, é necessário que ele adquira a consciência do que consiste aprender, etapa que será fundamental no processo.
Em outras palavras, o mais importante é aprender como aprender, como construir e refinar novos significados. A metacognição pode, assim, ser associada à resolução de problemas, quando, além de refletir sobre a solução, o indivíduo reflete sobre suas próprias abordagens ao problema. Essa reflexão pode gerar estratégias alternativas mais produtivas. O alvo do processo educativo passa a ser a habilidade de reflexividade e não o de memorização.
MATERIAIS DIDÁTICOS E AS NOVAS TECNOLOGIAS
Na perspectiva construtivista, o tecnólogo educacional deve ter todo o cuidado para que o desenho instrucional dos ambientes de aprendizagem atenda aos seus pressupostos teóricos, pois, sendo a informática uma ferramenta que funciona segundo uma linguagem binária, ela se ajusta muito mais facilmente a pressupostos comportamentalistas do tipo “sim/não”, “certo/errado”, “seguir/voltar” do que a padrões de interação criativos que explorem o raciocínio e a criatividade do estudante.
As principais características das novas tecnologias da informação e da comunicação presentes na elaboração de materiais didáticos e projetos fundamentados na abordagem construtivista são:
(1) a possibilidade de interatividade;
(2) as possibilidades que o computador tem de simular aspectos da
realidade;
(3) a possibilidade que as novas tecnologias de comunicação, acopladas
com a informática, oferecem de interação a distância e
(4) a possibilidade de armazenamento e organização de informações
representadas de várias formas, tais como textos, vídeos, gráficos, animações e áudios, possível nos bancos de dados eletrônicos e sistemas multimídia.
Essas possibilidades têm sido experimentadas em propostas educativas de utilização das novas tecnologias na perspectiva construtivista por professores, tecnólogos educacionais e elaboradores de materiais.
O PAPEL DO PROFESSOR NA ELABORAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
Embora seja consensual que a utilização das tecnologias da informação e da comunicação na educação não vai substituir o professor, reconhece-se, hoje em dia, que o trabalho docente pode ser apoiado por esses meios. O trabalho do professor é fundamental nos projetos de inovações tecnológicas até porque “a qualidade educativa destes meios de ensino depende, mais do que de suas características técnicas, do uso ou exploração didática que realiza o docente e do contexto em que se desenvolve” (LIGUORI, 1997, p. 38). Referindo-se à informática educativa e, mais recentemente, à utilização da Internet no processo educativo, vários autores discutem de que forma o papel do professor poderia adequar-se ao uso das novas tecnologias educacionais na concepção construtivista da aprendizagem.
O professor deixa de ser o repassador do conhecimento para ser o criador de ambientes de aprendizagem e facilitador do processo pelo qual o aluno adquire conhecimento. O papel do professor, cuja função básica não é mais dar aula, pois isso pode ser feito através da televisão ou do microcomputador, apresenta-se como o orientador do processo reconstrutivo do aluno, através da avaliação permanente, do suporte em termos de materiais a serem trabalhados, da motivação constante e da organização sistemática do processo.
O ensino com as novas mídias deveria questionar as relações convencionais entre professores e alunos. Para tanto, define o perfil desse novo professor - ser aberto, humano, valorizar a busca, o estímulo, o apoio e ser capaz de estabelecer formas democráticas de pesquisa e comunicação. Nas atividades pedagógicas realizadas através da Internet, o professor e o aluno tornam-se participantes de um “novo” jogo discursivo que não reconhece a autoridade ou os privilégios de monopólio da fala presentes, com frequência, nas relações de ensinoaprendizagem tradicional, inaugurando, assim, relações comunicativas e interpessoais mais simétricas.
Na Aprendizagem baseada em Problemas, por exemplo, a atividade mais crítica do professor está relacionada com as questões que ele irá formular aos estudantes. É essencial que elas valorizem e desafiem o pensamento do aprendiz, não o induzindo sobre o que fazer ou como pensar. O mais importante, ao contrário, é que o ensino questione o pensamento do estudante.
 O papel do professor, na abordagem construtivista, aproxima-se de uma concepção de profissional que facilita a construção de significados por parte do aluno nas suas interpretações do mundo. Assim, este profissional será melhor denominado de facilitador pedagógico. Para que possa ajudar o aluno, o facilitador pedagógico, primeiramente, deverá possuir uma concepção clara da construção de conhecimento enquanto processo dinâmico e relacional advindo da reflexão conjunta sobre o mundo real. Deverá possuir base teórica consistente, clara concepção do objetivo da aprendizagem e da metodologia a ser utilizada, assim como do processo de avaliação de acordo com a visão construtivista de conhecimento.
Em sua prática, o facilitador pedagógico poderá, entre outras atividades:
(l) desenvolver poucos conceitos com maior produtividade;
(2) encorajar o aluno a buscar outros pontos de vista e a desejar aprender
e entender;
(3) propiciar a análise de experiências significativas e a sua reflexão
crítica;
(4) promover a comunicação entre os alunos e grupos de alunos e o
intercâmbio de experiências.
Na realidade, as relações convencionais professor-aluno estão em pauta de discussão dessa aula não só como consequência da visão construtivista de aprendizagem, mas também porque o professor deixou de ser o único a ter acesso à informação nessa relação. Esse dado está levando o professor a mudar de postura, abdicando do poder que detinha enquanto único possuidor do conhecimento relevante no contexto escolar, favorecendo uma relação mais simétrica com o aluno.
PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES NAS TICS.
O planejamento instrucional tradicional tinha uma função primordialmente prescritiva, incluindo as etapas de análise das necessidades, seleção dos materiais e métodos instrucionais e avaliação. Na análise de necessidades, eram identificadas as subtarefas que deveriam ser cumpridas pelo estudante e cada parte do conhecimento que ele deveria adquirir. A partir dessa fase, os passos que o aluno deveria seguir para adquirir conhecimento podiam ser planejados. Nesse processo, surgiam os objetivos, que eram subdivididos em objetivos específicos. Os objetivos específicos eram, então, estabelecidos em termos de comportamentos observáveis e mensuráveis. A partir dos objetivos especificados, o planejador escolhia os métodos e recursos instrucionais necessários para que os objetivos fossem alcançados. Esse tipo de planejamento, hoje considerado demasiadamente mecânico e prescritivo, é ainda seguido, por exemplo, para elaborar software educacionais tutoriais ou de exercício e prática.
A perspectiva construtivista, ao questionar a aprendizagem por uma sequência instrucional imposta, volta-se para as formas de facilitar o processo construtivo de aprendizagem. Essa perspectiva leva a uma abordagem muito mais centrada na provisão de experiências de aprendizagem ao aluno do que no planejamento da instrução. Por não ser prescritivo, o planejamento pedagógico, no paradigma construtivista, impõe grandes desafios a serem enfrentados pelo professor, pois não há uma fórmula (e será muito difícil encontraruma) que permita a transferência imediata de seus princípios à prática.
Esse processo exige um planejamento cuidadoso, pois romper com modelos tradicionais de ensino e aprendizagem não quer dizer que o planejamento seja dispensável, ao contrário, a natureza complexa das interações em ambientes tecnológicos de aprendizagem exige a articulação de princípios e modelos conceituais à criação de espaços que ofereçam suporte em diferentes experiências de aprendizagem, estimulem a participação e a meta-aprendizagem do aluno.
A contextualização da aprendizagem defendida pelo construtivismo exige o planejamento de tarefas de aprendizagem inseridas em contextos de resolução de problemas que sejam relevantes no mundo real. A análise de tarefas procura evitar a decomposição das atividades de aprendizagem e passa a se preocupar com a criação de problemas contextualizados relevantes e realísticos. Preferencialmente, os problemas enfrentados têm que mostrar a relevância que as habilidades e os conhecimentos envolvidos na sua solução podem ter para a vida do aluno. 
 O domínio de fatos e conhecimentos, objetivo da educação tradicional, deu lugar às habilidades e aos processos necessários para tornar o aluno um especialista que pode operar construtivamente dentro de um conteúdo/contexto. O engajamento em colaboração, a apreciação de múltiplas perspectivas, a avaliação e o uso ativo do conhecimento tornam-se o alvo do planejamento.
Por isso, não faz sentido dividir o conteúdo em pequenos módulos e ordená-los de acordo com níveis crescentes de dificuldade. Da mesma forma, não é possível fazer afirmações genéricas sobre como a informação será usada pelo aluno, o que torna difícil pensar em objetivos específicos predeterminados. Ao contrário do previsto na visão tradicional, os objetivos específicos surgem na realização de tarefas autênticas e durante a resolução de problemas significativos para o estudante.
Também não basta planejar uma única tarefa ou problema. A construção do conhecimento, sendo um processo individual e particular, não permite o planejamento de tarefas únicas para um determinado perfil médio de alunos. Para atender a essa nova abordagem, é necessário que o desenho instrucional do ambiente de aprendizagem possa ajustar-se às necessidades particulares de cada aluno, o que ainda é um grande desafio para o planejamento na área de tecnologia educacional.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NAS AULAS COM TICS
Da mesma forma que o planejamento, a avaliação, na perspectiva construtivista, é diferenciada da tradicional. Apesar de ser uma questão em aberto, há algumas diretrizes que podem orientar o processo de avaliação do desempenho do estudante em projetos educacionais com utilização de novas tecnologias nesse novo paradigma.
Se, na abordagem construtivista, o estudante irá desenvolver diferentes perspectivas da realidade por meio de processos individuais de construção do conhecimento, os processos de avaliação deveriam acomodar uma variedade mais ampla de opções de respostas aos problemas. Além disso, sendo priorizada a avaliação dos processos mentais do aluno em relação aos produtos finais, os conceitos de certo ou errado tornam-se secundários na medida que o aluno deve ser capaz não só de chegar a uma resposta, mas também de justificar e defender seus julgamentos e decisões durante a resolução de problemas.
Enquanto, convencionalmente, os resultados da aprendizagem são definidos em termos do conhecimento e das habilidades adquiridas pelo estudante, os construtivistas argumentam que experimentar e tornar-se proficiente no processo do conhecimento é mais importante. Nesse sentido, uma atividade de avaliação coerente com os pressupostos construtivistas é a reflexão do estudante sobre sua própria aprendizagem e o registro do processo através do qual ele construiu sua visão do conteúdo. A tendência da avaliação é servir menos como reforço ou instrumento de controle e mais como ferramenta de auto-análise.
A avaliação objetiva, aplicada como uma medida separada do resultado da aprendizagem, não funciona no paradigma construtivista. Ele defende a avaliação da aprendizagem em função da solução bem sucedida de uma tarefa. O julgamento da resolução do problema deve então, ser feito pelo professor, com base na consideração de todas as evidências disponíveis.
Os autores construtivistas consideram importante a avaliação da aprendizagem inserida em um contexto. Professores tradicionais também têm reconhecido que as habilidades importantes não são cobradas em testes desvinculados do contexto da aprendizagem. A procura de melhores meios de avaliação, porém, ainda é uma questão em aberto. As alternativas oferecidas pelos construtivistas ainda soam imprecisas. Elas precisam tornar-se mais claras, mostrarem-se válidas economicamente e atenderem às demandas das diferentes partes interessadas. 
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Tecnologia da informação e comunicação (TIC) pode ser definida como um conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com um objetivo comum. As TICs são utilizadas das mais diversas formas, na indústria (no processo de automação), no comércio (no gerenciamento, nas diversas formas de publicidade), no setor de investimentos (informação simultânea, comunicação imediata) e na educação (no processo de ensino aprendizagem, na Educação a Distância).
O desenvolvimento de hardwares e softwares garante a operacionalização da comunicação e dos processos decorrentes em meios virtuais. No entanto, foi a popularização da internet que potencializou o uso das TICs em diversos campos.
Através da internet, novos sistemas de comunicação e informação foram criados, formando uma verdadeira rede. Criações como o e-mail, o chat, os fóruns, a agenda de grupo online, comunidades virtuais, web cam, entre outros, revolucionaram os relacionamentos humanos.
Através do trabalho colaborativo, profissionais distantes geograficamente trabalham em equipe. O intercâmbio de informações gera novos conhecimentos e competências entre os profissionais. Novas formas de integração das TICs são criadas. Uma das áreas mais favorecidas com as TICs é a educacional. Na educação presencial, as TICs são vistas como potencializadoras dos processos de ensino – aprendizagem. Além disso, a tecnologia traz a possibilidade de maior desenvolvimento – aprendizagem – comunicação entre as pessoas com necessidades educacionais especiais.
As TICs representam ainda um avanço na educação a distância. Com a criação de ambientes virtuais de aprendizagem, os alunos têm a possibilidade de se relacionar, trocando informações e experiências. Os professores e/ou tutores têm a possibilidade de realizar trabalhos em grupos, debates, fóruns, dentre outras formas de tornar a aprendizagem mais significativa. Nesse sentido, a gestão do próprio conhecimento depende da infraestrutura e da vontade de cada indivíduo.
A democratização da informação, aliada à inclusão digital, pode se tornar um marco dessa civilização. Contudo, é necessário que se diferencie informação de conhecimento. Sem dúvida, vivemos na Era da Informação.
 INTERATIVIDADE E INTERAÇÃO NAS AULAS COM TICS
O ensino a distância on-line tem sido divulgado como uma alternativa que se configura hoje pela inserção das novas tecnologias de informação e comunicação e junto com elas a ideia da interatividade. Conceito que vem sendo muito discutido, pelo fato de amparar valores e concepções que têm variado no tempo e na história.
Existem três reações frequentes ao termo “interatividade”: a primeira como oportunista, ou seja, como modismo, nome novo para coisas velhas. A segunda como estratégia de marketing para expansão do mercado e a terceira como uma estratégia de dominação da técnica, que promove a regressão do homem à condição de máquina. A terminologia interatividade surge para atender a uma nova modalidade comunicacional, a interativa, que se caracteriza pelo modo dialógico com que os usuários interagem uns com os outros. A interatividade é vista como um fenômeno que emerge da Sociedade da Informação.Apenas a disponibilização da informação não caracteriza a Sociedade da Informação, mas o diferencial e o que é mais importante é desencadeamento de um continuado processo de aprendizagem. Assim, dizemos que as novas tecnologias que permitem a interatividade também promovem uma nova relação do aluno com o conhecimento, com outros alunos e com o professor, a partir do momento, em que se propõe um ensino que considera como prioridade as formas de aprendizagens e, consequentemente, os aprendentes. A possibilidade de interagir, através das ferramentas tecnológicas, implica rever todos os papéis dos envolvidos no processo ensino e aprendizagem e como também a metodologia utilizada para a promoção dessa aprendizagem.
O papel do professor se amplia. Ele deve promover, por força de uma intervenção pedagógica, a autonomia do aluno, no sentido de ajudá-lo a reelaborar o conhecimento existente. Ao professor cabe o papel de promotor-interventor. O professor na perspectiva da interatividade deixa de ser o contador de histórias, conselheiro, parceiro ou mesmo facilitador e passa a ser um sistematizador de experiências. Os alunos, desta forma, deixam de aprender passivamente, como acontece com o ensino instrucionista, em que a máquina ou o professor transmitem ou repassam as informações, e passam a exigir mais, tanto dos proponentes quanto de si mesmos, exigindo liberdade e autonomia. Autonomia significa o estabelecimento das relações que o aluno construir com o mundo exterior e os outros.
Na visão sóciointeracionista, o homem constitui-se como tal, por meio de suas interações sociais, portanto, ele é visto como alguém que transforma e é transformado nas relações produzidas em uma determinada cultura. Na interação com o outro e com o meio, o indivíduo se deparará com situações conflitantes, que exigirão que ele encontre as possíveis soluções, o que possibilitará a aprendizagem e consequentemente, o seu desenvolvimento intelectual.
No contexto de EAD, o favorecimento da interação é marcado pela ação dialógica entre o sujeito e a técnica. Com as tecnologias disponibilizadas, a educação a distância oportuniza, portanto, maior interatividade entre professor e aluno, alunos e alunos, todos e máquina, ampliando, renovando e construindo conhecimentos porque as novas tecnologias comunicacionais permitem ampla liberdade para o usuário fazer as conexões que lhe forem convenientes, de forma a atualizarem-se e de produzirem as intervenções que mais lhe convierem.
Assim, temos um movimento entre interação e interatividade que vai além do humano e máquina, uma vez que a interação é relação necessária entre sujeito e objeto para a aquisição do conhecimento e interatividade condição para a acessibilidade à comunicação em rede, consequentemente, essas relações estão tão imbricadas, que uma não se diz sem a outra em EaD.
Investir na interatividade significa investir em novos caminhos, em novos desafios, que serão superados no fazer coletivo, na superação individual. A educação a distância, que oportuniza instrumentos tecnológicos para aproximar pessoas, para garantir a reelaboração do conhecimento e o acesso ao conhecimento científico, tem como objetivo preparar o indivíduo para a vida, para intervir no mundo de forma madura e autônoma, autonomia no sentido de compreensão, de poder de decisão e de escolha e ainda de construção. Que esse indivíduo compreenda que ele faz parte de uma sociedade, que se transforma e que ele, enquanto agente dela, tem que estar preparado para acompanhar e participar dessas transformações.
Assim sendo, a proposta de Educação a Distância que pretende a promoção do ensino, ensejando que o aluno aprenda com as novas tecnologias interativas, pretende sim a sua promoção social, por meio da interação pela interatividade. O conceito de interatividade, como mais um recurso para a intervenção do aluno no processo de aprendizagem, de forma que a sua participação possa influenciar outros e a si mesmo. Todavia, caberá ao professor pesquisar e propor situações e/ou atividades que levem em consideração os recursos que a tecnologia oferece para ampliar o mundo do aluno, numa perspectiva de reconstrução e de aprendizagem colaborativa. As novas tecnologias interativas permitem a participação, a intervenção, a bidirecionalidade e a multiplicidade de conexões.
A INFLUÊNCIA DE VYGOTSKY PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
O processo de aprendizagem pelo qual o sujeito passa quando está diante de um objeto de conhecimento pode ser observado sob várias concepções, todavia, quando se entende que a aprendizagem é um processo ativo que conduz a transformações no homem, o olhar se desvia para uma orientação em que o processo se estabelece pelas relações, sobretudo, pelas relações sociais. Esta ideia nos remete a Vygotsky (1998), para quem a questão da relação entre os processos de desenvolvimento e de aprendizagem é central. Mas é o aprendizado que possibilita o despertar de processos internos de desenvolvimento, ou seja, o aprendizado precede o desenvolvimento. Quanto mais se oferece à criança mais chance ela tem para se desenvolver.
Com base nos estudos de Vygotsky (1998), apresentamos alguns conceitos que são fundamentais para que se compreenda a formulação da concepção sócia interacionista e sua influência para a educação, em especial, para a educação a distância. A teoria da dupla formação das funções psicológicas superiores, a internalização, a mediação e a zona de desenvolvimento proximal. 
 As funções psicológicas superiores, que compreendem a consciência, a intenção e o planejamento, dizem respeito ao estabelecimento das relações sociais que aparecem primeiramente sob a forma de processos intermentais, ou interpessoais, que significa que o conhecimento se dá entre as pessoas, num contexto externo para depois passar para processos intramentais ou individuais, o processo é, neste caso, interno.
Portanto, é do social para o individual que o homem se constitui, de fora para dentro, o que significa dizer que o homem tem características próprias, mas necessita da experiência do outro para viver melhor. Já para o entendimento do processo de internalização compreende-se que a aprendizagem se dá mediante a reconstrução interna de uma operação externa, ou seja, quando o sujeito consegue reconstruir um conhecimento existente, resultado dos processos interpsicológico e intrapsicológico.
Todos esses processos cognitivos têm como base a mediação: enquanto sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por várias relações.
Por último, destaco o conceito da zona de desenvolvimento proximal, como um dos níveis de desenvolvimento pelo qual a criança passa no processo de aquisição do conhecimento e que serve para indicar o nível de desenvolvimento em que se deve intervir para que a criança avance e aprenda o conhecimento em potencial.
Segundo Vygotsky (1998), a capacidade de a criança realizar tarefas sozinha representa o nível de desenvolvimento real, que representa resultado de processos maduros. Neste nível, a criança já tem consolidado o conhecimento. Já o nível de desenvolvimento potencial, significa o conhecimento que está por vir, aquele que pode ser internalizado, e que foi detectado na zona de desenvolvimento proximal. Representa o conhecimento que pode ser alcançado com a ajuda do outro, de um colega, pais, professores, ou mesmo, por qualquer objeto sociocultural. Por isso, as potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante o processo de ensino-aprendizagem, como forma ativar os seus esquemas cognitivos ou comportamentais nas variadas situações de aprendizagem.
Em termos gerais, Vygotsky (1998) trouxe para a educação reflexões que permitem pensar a prática pedagógica sob ótica da aprendizagem. Para ele a concepção de ensino e aprendizagem inclui, por um lado, a ideia de que quem ensina e quem aprende não se refere necessariamente

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