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Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/19735/setembro-amarelo-no-isolamento-social-como-
ajudar-professores-e-alunos
Publicado em NOVA ESCOLA 15 de Setembro | 2020
Saúde mental
Setembro Amarelo no isolamento
social: como ajudar professores e
alunos?
Num ano atípico, o contato com o ambiente escolar se restringiu às telas de
dispositivos móveis ou computadores, mas a atenção ao outro deve ser empática e
atenta para sinais de que algo pode não estar indo bem
Camila Cecílio
Quase 30% dos professores avaliaram sua saúde mental como péssima comparada ao período pré-
pandemia Foto: Getty Image
No mês mundial de combate ao suicídio, a campanha Setembro Amarelo intensifica discussões sobre saúde
mental e reforça a importância do olhar para si e para o outro, especialmente em um contexto em que a
pandemia e o isolamento social no país já duram 6 meses. Em maio, terceiro mês da crise sanitária, 89,2% dos
psiquiatras entrevistados em uma pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria (confira os principais dados
aqui) destacaram o agravamento de quadros psiquiátricos em seus pacientes.
No campo da Educação, outras pesquisas também trouxeram sinais de alerta: 28% dos professores
respondentes do levantamento “A situação dos professores no Brasil durante a pandemia”*, realizado pela
NOVA ESCOLA, avaliaram sua própria saúde mental como péssima quando comparada ao período pré-
pandemia. Do lado dos alunos, o Datafolha em parceria com a Fundação Lemann (mantenedora de NOVA
ESCOLA), Itaú Social e Imaginable Futures mostrou que 75% dos estudantes das escolas estaduais de São Paulo
estão tristes, ansiosos ou irritados durante o confinamento em casa.
A mudança do processo de ensino aprendizagem do presencial para o remoto e todo o contexto da crise
sanitária são fatores que influenciam no bem-estar de ambos os grupos. Demonstração de tristeza constante,
agressividade, mudança brusca de comportamento, falta de vontade para interagir e atividades, excesso ou
falta de sono e apetite e diminuição no desempenho podem ser sinais de que algo não vai bem. “Pode
https://novaescola.org.br/conteudo/19735/setembro-amarelo-no-isolamento-social-como-ajudar-professores-e-alunos
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-05/psiquiatras-veem-agravamento-de-doencas-mentais-durante-pandemia
/conteudo/19386/qual-e-a-situacao-dos-professores-brasileiros-durante-a-pandemia
https://www.educacao.sp.gov.br/noticias/pesquisa-datafolha-aponta-que-75-dos-estudantes-estao-tristes-ansiosos-ou-irritados-com-o-confinamento/
significar que se ele não está conseguindo lidar com o estresse que a pandemia gera, mas também é
necessário ser olhado com calma para ver se há algum transtorno mental [como ansiedade ou depressão]
acontecendo”, observa a psicóloga e suicidologista Karen Scavacini, mestre em Saúde Pública na área de
Promoção de Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio pelo Instituto Karolinska (Suécia) e doutora em Psicologia
Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP.
A participação silenciosa online ou sem imagem do aluno também deve ficar no radar docente. “Se ele tem a
câmera e nunca aparece ou é muito quieto na web, pode ser um sinal de que ele está se escondendo. Então é
interessante, de tempos em tempos, o professor pedir para os alunos ligar as câmeras para poder ver os rostos
e as expressões deles, ver como está o entorno dele”.
Vale lembrar que é possível que pessoas que já sofriam de, por exemplo, ansiedade ou depressão antes da
pandemia estejam mais vulneráveis agora e que, em alguns casos, o contexto pessoal agrave a situação.
Exemplos disso são alunos e professores cujas famílias estejam passando por situação financeira delicada, que
perderam um ente querido ou que estejam com medo de contrair a doença por uma exposição maior aos
ambientes de risco. “Com as evidências de aumento da incidência de transtornos mentais, como ansiedade e
depressão neste período, o tema do suicídio se torna ainda mais relevante, uma vez que a maior parte dos
casos está associada à presença de transtorno mental”, relembra Alcione Marques, psicopedagoga clínica e
escolar pelo Instituto Sedes Sapientiae e diretora da NeuroConecte.
Entre os professores, é sugerível observar se há outros sinais relacionados à síndrome de burnout, conhecida
como síndrome do esgotamento profissional, como cansaço extremo e frequente, dificuldade para dormir e
comer. “Irritação ao ter que preparar aula, estresse ao lidar com os alunos e, às vezes, até um certo cinismo
[também podem ser sinais]”, indica Karen. 
Nesse período de tantas incertezas, olhar para o outro com menos julgamento e mais acolhimento pode fazer
toda a diferença. “A relevância disso é poder apoiar as pessoas que estão passando por dificuldades e que
talvez precisem de um olhar mais especializado”, pondera Karen. “E isso vale tanto de um educador para outro
para que não haja pressão e cobrança, como também de um educador para os alunos. Todo mundo está
tentando”, pontua Karen.
Alcione Marques destaca que em momentos de crises (geradas por guerras, catástrofes ou outros eventos), a
escola apresenta-se como uma instituição fundamental para a reorganização social e para o sentimento de
pertencimento e suporte. “Educar se dá essencialmente na interação e buscarmos, como educadores, essa
interação em níveis mais profundos, estabelecendo uma conexão onde o afeto esteja incluído
comprovadamente” diz a psicopedagoga. “É um fator de proteção para a saúde emocional e mental não só dos
estudantes, mas dos professores também”.
O que a escola pode fazer
Em um movimento coletivo, a escola pode criar oportunidades para os professores falar sobre o tema. É
possível, por exemplo, convidar profissionais de saúde para fazer bate-papos sobre emoções, estresse, saúde
mental e outros temas correlatos ajuda os educadores a refletirem, terem acesso a informações importantes,
trocarem e a se sentirem cuidados. A escola também pode disponibilizar informações sobre serviços de apoio
psicológico, muitos gratuitos neste momento de pandemia. “É o olhar para o outro e também para o próprio
papel da escola na nossa sociedade”, acrescenta Viviane Neves Legnani, doutora em Psicologia e professora da
Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB).
Onde encontrar serviços gratuitos de apoio psicológico
Há opções criadas especificamente para o período de pandemia e outras que existem em caráter permanente. Confira a
lista:
ACESSAR AQUI
Organizar uma rotina em que o professor tenha pausas, que possa se cuidar, se alimentar e dormir bem, e
continue relacionamentos (mesmo que de forma virtual) com pessoas queridas é recomendável. A prática de
atividade física também é uma alternativa sugerida pelas especialistas para aliviar o estresse do dia a dia, tanto
para o corpo quanto para a mente.
Como assegurar a saúde emocional dos professores
Para quem é útil: Professores e gestores 
Qual o objetivo : Apresentar reflexões e oferecer estratégias para os educadores trabalharem questões de saúde emocional
no contexto da pandemia de Covid-19.
/conteudo/17570/burnout-entre-professores-precisamos-falar-mais-sobre-isso%5d
https://box.novaescola.org.br/etapa/2/educacao-fundamental-1/caixa/168/como-assegurar-a-saude-emocional-dos-professores/conteudo/19609
CONFIRA AQUI
Como posso ajudar meus alunos?
Há muitas formas de falar sobre saúde mental no contexto do ensino remoto, o que não dá para fazer,
segundo Karen, é deixar de falar. Uma abordagem possível é perguntar para os alunos como eles estão e, se o
professor se sentir à vontade, também pode contar como tem se sentido, se achar que isso o ajudará com a
turma. Outra ideia é propor atividades com textos, poesias, filmes, etc. que discutam sentimentos e bem-estar
na pandemia.
“Uma aula é sempre uma possibilidade para falar sobre saúde mental, de conversar com os alunos sobre como
aumentamos a resiliência, seja através das habilidades socioemocionais, seja através do entendimento do que
cada um tem de melhor, o que dá para fazer para melhorar”, recomendaa suicidologista. “O mais importante é
deixar o preconceito de lado e falar com os alunos que, muitas vezes, não têm com quem conversar”.
Além disso, para Viviane é importante que seja enfatizado para os estudantes que esse sofrimento é coletivo, já
que pessoa que tem uma tendência ao suicídio se vê fora da cena. “Ela vê todo mundo levando a vida, tendo
objetivos, uma certa ambição para se chegar a algum lugar, e não se vê em condições subjetivas para ter esse
mesmo desempenho”, atenta a especialista. “Temos uma sociedade muito produtivista e o que acontece com o
sujeito depressivo, e que pode levá-lo ao suicídio, é justamente se ver totalmente fora dessa engrenagem”.
Então, é crucial que a escola adote uma postura acolhedora e de ampliar o olhar sobre a questão.
Viviane chama atenção, ainda, para o bullying e relaciona a prática de violência física e psicológica como
desencadeadora de sofrimento psíquico e adoecimento no campo da saúde mental também no ambiente
virtual. “No ensino presencial, muitas vezes a escola se mostra indiferente às práticas de bullying. No ensino
remoto, o professor pode estar mais atento a essa prática de grupo, nessa perspectiva da segregação, e pode
aproveitar para trabalhar essa questão”, recomenda a profissional.
É importante, também, manter a comunicação aberta com as famílias. A escola pode, por exemplo, fazer
comunicações sobre o tema e trazer recomendações de leituras e outros materiais que possam ajudar a
entender os temas que se relacionam com a saúde mental. 
Outra boa dica é disponibilizar os serviços de saúde mental disponíveis em cada cidade para que as crianças e
os adolescentes busquem ajuda, seja com suas famílias, orientadores educacionais ou alguém na escola que
possa escutá-los. A recomendação é buscar o Conselhos de Psicologia ou a secretaria de saúde de sua região
para obter mais informações e, possivelmente, uma lista de serviços disponíveis.
*A pesquisa A situação dos professores no Brasil durante a pandemia foi realizada entre os dias 16 e 28 de maio de 2020
por meio de um questionário on-line disponível no site de NOVA ESCOLA. Ao todo, foram coletadas 9.557 respostas, sendo
8.121 (85,7%) delas de professores da Educação Básica. Saiba mais sobre a pesquisa clicando aqui.
https://box.novaescola.org.br/etapa/2/educacao-fundamental-1/caixa/168/como-assegurar-a-saude-emocional-dos-professores
https://lp.novaescola.org.br/l/vLWEcbABF1149
/conteudo/19386/qual-e-a-situacao-dos-professores-brasileiros-durante-a-pandemia

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