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MUNICÍPIO DE MACEIÓ 
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO 
PROCURADORIA JUDICIAL 
 
 1 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 14ª VARA DO FORO DE 
MACEIÓ- FAZENDA MUNICIPAL. 
 
 
 
Ref. Processo nº 0721970-64.2012.8.02.0001 
Ação Ordinária 
Autor(a): Albeni de Melo Santos e outros 
Réu: Município de Maceió 
 
 
 O MUNICÍPIO DE MACEIÓ, pessoa jurídica de direito público 
interno, com sede nesta Capital, na rua Pedro Monteiro, nº 291, Centro, CEP 57.020-
380, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu procurador 
abaixo identificado, fundamentado no art. 1009 e seguintes do Código de Processo 
Civil, interpor CONTRARRAZÕES EM RECURSO DE APELAÇÃO, requerendo, 
desde já, frente aos argumentos que seguem, o seu recebimento nos respectivos 
efeitos legais devolutivo e suspensivo, bem como a intimação da parte apelada, 
devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe para, querendo, 
apresentar contrarrazões e, cumpridas as formalidades legais, sejam os autos 
remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas para ulterior 
conhecimento e julgamento. 
Termos em que pede 
 deferimento. 
 Maceió, AL, 29 de junho de 2020 
 
FERNANDO SÉRGIO TENÓRIO DE AMORIM 
Procurador do Município de Maceió 
OAB/AL 4.617 
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PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO 
PROCURADORIA JUDICIAL 
 
 2 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS 
 
SUMÁRIO PROCESSUAL 
 
 Versam os autos sobre recurso de apelação interposto contra 
sentença de primeiro grau que julgou improcedente Ação Declaratória c/c Obrigação 
de Fazer interposta por Albeni de Melo Santos e outros. Afirmam os autores que são 
agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias, tendo sido 
admitidos pelo Município de Maceió por meio de processo seletivo público. Alegam os 
autores que fazem parte de um grupo de milhares de agentes de saúde e agentes de 
combate a endemias que, no fim dos anos 90, fora contratado em todo o território 
nacional, pelos municípios por meio de contratos temporários de excepcional 
interesse público, tendo trabalhado por anos a fio para a Administração Pública sem 
vínculo regular. 
Sustentam os apelantes que estão amparados pelo parágrafo único do 
artigo segundo da Emenda Constitucional nº 51/2006, que estabelece que: 
Os profissionais que, na data de promulgação desta Emenda e a 
qualquer título, desempenharem as atividades de agente comunitário 
de saúde ou de agente de combate às endemias, na forma da lei, ficam 
dispensados de se submeter ao processo seletivo público a que se 
refere o § 4º do art. 198 da Constituição Federal, desde que tenham 
sido contratados a partir de anterior processo de Seleção Pública 
efetuado por órgãos ou entes da administração direta ou indireta de 
Estado, Distrito Federal ou Município ou por outras instituições com a 
efetiva supervisão e autorização da administração direta dos entes da 
federação. 
 
De acordo com os apelantes, uma vez preenchidos os requisitos legais, 
o administrador público estaria obrigado a efetivá-los, tratando-se este de ato 
vinculado e não discricionário, concluindo que fazem jus à efetivação nos cargos e 
empregos públicos em questão. Afirmam que já foram certificados, mas que a 
pretendida efetivação jamais foi realizada. Alegam em seu favor, a teoria do fato 
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PROCURADORIA JUDICIAL 
 
 3 
consumado, a teoria da proibição do venire contra factum proprium, bem como a 
prescrição do direito da administração de rever seus atos. 
Ante o exposto requereram, liminarmente, a manutenção do trabalho e 
o pagamento dos salários pela municipalidade até o deslinde da demanda, 
determinando-se a esta que não demita os autores, exceto por justa causa, e a 
reintegrar aqueles que porventura estejam afastados de seus postos. No mérito, 
requereram que o Município seja condenado a efetivar os autores nos seus postos de 
trabalho. Assim não ocorreu, tenho o juízo de primeiro julgado improcedentes os 
pedidos autorais. Assim decidiu o juízo de primeira instância: 
Logo, não vejo como prosperar o pleito dos autores, haja vista que, 
repise-se: a Emenda Constitucional nº 51/2006 não concedeu o direito 
a efetividade ou estabilidade para os ocupantes dos cargos de agente 
comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias. Tão 
somente disciplinou a forma de contratação destes agentes públicos. 
Ante o exposto, com fundamento na Emenda Constitucional número 
51/2006, assim como no entendimento dos tribunais pátrios, JULGO 
IMPROCEDENTES OS PEDIDOS AUTORAIS. 
 
Conforme será doravante demonstrado, não merecem razão as 
alegações da parte autora, ora recorrente. Como se pode facilmente depreender da 
leitura da decisão de mérito, nesta não houve qualquer omissão, obscuridade ou 
contradição. Tampouco o juízo de primeiro grau omitiu-se quanto a matéria sobre a 
qual devesse se pronunciar de ofício ou a requerimento da parte, não merecendo 
quaisquer reparos o julgado de primeiro grau. 
RAZÕES PARA A IMPROCEDÊNCIA DA PRETENSÃO DOS APELANTES 
 PRESCRIÇÃO 
O prazo prescricional está submetido ao princípio da actio nata, segundo 
o qual a prescrição se inicia com o nascimento da pretensão ou da ação1, nascimento 
 
1 PONTES DE MIRANDA, Francisco. Tratado de Direito Privado. São Paulo: Bookseller, 2000, p. 332. 
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PROCURADORIA JUDICIAL 
 
 4 
que, por sua vez, se dá com a violação do direito. O princípio foi consagrado, 
expressamente, no art. 177 do Código Civil de 1916, sendo reproduzido, com 
destaque, no art. 189 do Código Civil de 2002: 
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, 
pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 
Sobre o tema o Superior Tribunal de Justiça já decidiu reiteradamente 
acerca da aplicação da teoria da actio nata: 
ADMINISTRATIVO. VÍCIO CARTORÁRIO NA MATRÍCULA DE IMÓVEL 
RECONHECIDO NOBOJO DE AÇÃO DEMARCATÓRIA. PRAZO 
PRESCRICIONAL PARA AJUIZAMENTO DE AÇÃO INDENIZATÓRIA 
CONTRA O ESTADO. TERMO INICIAL. PRINCÍPIO DA ACTIO NATA. 
1. No caso, a certeza da lesão ao direito, marco inaugural do curso do prazo 
para o ajuizamento do pleito indenizatório, surgiu a partir da sentença 
homologatória do acordo celebrado pelas partes em audiência, no bojo da 
ação demarcatória por meio do qual fora reconhecido e declarado o erro 
atribuído ao ofício registral, pois, até então, "estava a prevalecer a fé pública 
do ato do oficial do registro imobiliário, quanto à higidez dos assentamentos". 
2. O acórdão recorrido se amolda à jurisprudência deste Superior 
Tribunal, firmada no sentido de que "o prazo prescricional está 
submetido ao princípio da actio nata, segundo o qual a prescrição se 
inicia quando possível ao titular do direito reclamar contra a situação 
antijurídica" (AgRg no REsp 1.348.756/RN, Rel. Ministro Benedito 
Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 28/5/2013, DJe 4/6/2013). 
3. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no REsp 1069115/PR, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe 13/05/2014) (Grifos aditados) 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. 
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PRAZO PRESCRICIONAL. TERMO A QUO. ACTIO NATA. PRESCRIÇÃO 
CARACTERIZADA. 
1. O termo a quo do prazo prescricional para o ajuizamento de ação de 
indenização contra ato do Estado conta-se da ciência inequívoca dos 
efeitos decorrentes do ato lesivo, no presente caso, no momento que o 
servidor se inteirou da lesão cerebral, constatada no ano de 1970, 
quando então nasceu a pretensão (actio nata), assim considerada a 
possibilidade do seu exercício em juízo. Proposta a ação apenas em 
1998, resta caracterizada a prescrição. 
2. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no Ag 1392572/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe 06/10/2011) (Grifos 
aditados) 
 
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. 
SUPRESSÃO DE VANTAGEM. DECADÊNCIA DA IMPETRAÇÃO. NÃO-
OCORRÊNCIA. TERMO INICIAL.DATA DA EFETIVA SUPRESSÃO. 
1. O dies a quo do prazo decadencial para a impetração do mandado de 
segurança, ou do prazo prescricional para o ajuizamento da ação 
ordinária, dá-se na data da efetiva supressão da vantagem, sendo certo 
que nesse momento se origina a pretensão do Autor, segundo o 
Princípio da Actio Nata. 
2. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no REsp 1183516/AM, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 
julgado em 17/08/2010, DJe 13/09/2010). (Grifos aditados) 
Relativamente às ações contra a Fazenda Pública, o princípio é o 
mesmo, conforme se pode verificar do art. 1º do Decreto 20.910/32, que regula a 
matéria: 
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Art. 1º As dividas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem 
assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda Federal, Estadual ou 
Municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados 
da data do ato ou fato do qual se originarem. 
No caso, a suposta lesão ao direito ocorreu com a ausência de 
nomeação dos apelantes para o cargo de Agente Comunitário de Saúde. É esse seria 
o fato lesivo, com base no qual está sendo promovida a presente demanda. Diante da 
alegação dos demandantes, independente do preenchimento dos requisitos exigidos 
pela Emenda Constitucional nº 51/2006, conclui-se que a data da ciência da lesão foi 
a publicação da referida Emenda Constitucional, como bem afirmou na peça pórtico. 
No caso sub examine resta clara a ocorrência da prescrição, uma vez 
que o termo inicial em que se fundam os demandantes para formulação de seus 
pedidos é a Emenda Constitucional nº 51, de 14/02/2006, e a ação objetivando a 
nomeação foi ajuizada em outubro de 2013, após, portanto, do decurso do prazo 
prescricional quinquenal, que teve termo em 14/02/2011. Sendo assim, seria 
imperiosa é a extinção feito, com julgamento de mérito, nos termos do art. 487, II, do 
novo Código de Processo Civil. 
A despeito desse argumento, razões também inexistem para justificar a 
legitimidade da pretensão dos autores, tendo o juízo de primeiro grau acertadamente 
julgado improcedente a ação, por considerar que 
INCONSTITUCIONALIDADE DA EC 51/2006 
A Constituição Federal de 1988 estabelece que “a investidura em cargo 
ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou 
de provas e títulos” (art. 37, II) e que “a lei estabelecerá os casos de contratação por 
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público” (art. 37, IX). 
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A Emenda Constitucional (EC) nº 51/2006, por sua vez, materializa em 
seu texto exceções à regra constitucional da investidura em cargo ou emprego público 
via aprovação em concurso, especificamente para os de Agente Comunitário de 
Saúde e Agente de Combate às Endemias. 
Primeiro instituiu, mediante acréscimo do § 4º ao artigo 198 da 
Constituição Federal de 1988 (cf. o artigo 1º, da EC nº 51/06), que “[o]s gestores locais 
do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes 
de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a 
natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua 
atuação.” 
Depois determinou que, “[a]pós a promulgação da presente Emenda 
Constitucional, os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às 
endemias somente poderão ser contratados diretamente pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios na forma do § 4º do art. 198 da Constituição Federal, 
observado o limite de gasto estabelecido na Lei Complementar de que trata o art. 169 
da Constituição Federal.”(EC nº 51/06, art. 2º, caput). Ao final, dispôs que 
“[o]s profissionais que, na data de promulgação desta Emenda e a 
qualquer título, desempenharem as atividades de agente comunitário de saúde ou de 
agente de combate às endemias, na forma da lei, ficam dispensados de se submeter 
ao processo seletivo público a que se refere o § 4º do art. 198 da Constituição Federal, 
desde que tenham sido contratados a partir de anterior Processo de Seleção Pública 
efetuado por órgãos ou entes da administração direta ou indireta de Estado, Distrito 
Federal ou Município ou por outras instituições com a efetiva supervisão e autorização 
da administração direta dos entes da federação.” (EC nº 51/06, art. 2º, parágrafo 
único). 
No caso dos agentes contratados pelos Estados e Municípios, tal regra 
implica violação à autonomia administrativa e financeira dos entes federados e, por 
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conseguinte, ao Pacto Federativo, cláusula pétrea da Constituição Federal (art. 60, § 
4º, I), conforme já reconhecido pelos Tribunais Pátrios. Confira-se: 
“CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - 
INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE - APELAÇÃO CÍVEL - 
AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE - AGENTE DE COMBATE ÀS 
ENDEMIAS - PRETENSÃO DE EFETIVAÇÃO EM CARGO PÚBLICO - 
EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 51/06 E Nº 63/10 - INTERPRETAÇÃO 
CONFORME A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A isenção de submissão a 
novo processo seletivo, por parte daqueles que já ocupavam funções 
de Agente Comunitário de Saúde ou de Agente de Combate às 
Endemias, objetiva apenas e tão somente transparecer que o contrato 
temporário a que aqueles (Agente Comunitário de Saúde ou Agente de 
Combate às Endemias) estivessem submetidos não cessaria, 
automaticamente, com a entrada em vigor da Emenda Constitucional nº. 
51/2006. 2. O 'processo seletivo público' não pode ser interpretado como 
sinônimo de 'concurso público'. 3. O concurso público constitui nada mais 
do que uma das formas de manifestação do princípio constitucional da 
igualdade que, por sua vez, consubstancia um dos objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil, nos termos do art. 3º, inciso IV, da 
Constituição Federal, razão pela qual nem mesmo uma emenda 
constitucional poderia prever, sem que fosse operada significativa 
modificação no arcabouço de regras do art. 37, da Carta Federal, a 
efetivação, em cargo ou emprego público, de quem não tenha sido 
completa e regularmente aprovado em todas as etapas de concurso 
público específico. 4. O aproveitamento, em cargo efetivo, de quem 
outrora investido em cargo ou função pública através de mero 'processo 
seletivo' constitui não só atitude violadora de isonomia, assim como 
burla ao princípio constitucional do concurso público. 5. Qualquer 
interpretação dada aos parágrafos 4º, 5º e 6º, do artigo 198, da 
Constituição Federal, modificados pela Emenda Constitucional nº 
51/2006, no sentido de permitir a efetivação, no serviço público, de 
Agentes Comunitários de Saúde ou de Agentes de Combate às 
Endemias, com fulcro nesses dispositivos, afigura-se flagrantemente 
inconstitucional, visto que a correta (rectius: constitucional) exegese 
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destas normas permite, apenas e tão somente, a interpretação no 
sentido de que o contrato administrativo temporário vigente daqueles 
servidores (Agente Comunitário de Saúde ou de Agente de Combate às 
Endemias) não cessaria automaticamente com a entrada em vigor da 
Emenda Constitucional nº 51/2006, mas tão só facultaria a dispensa de 
novo processo de seleção àqueles que já desempenhassem tais 
atividades.” (TJES, Classe: Incidente de Inconstitucionalidade Ap, 
62080004005, Relator: ANNIBAL DE REZENDE LIMA, Órgão julgador: 
TRIBUNAL PLENO, Data de Julgamento: 10/05/2012, Data da Publicação no 
Diário: 05/07/2012) 
“INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE. Parágrafo único, do art. 2º, da 
EC n. 51/2006, que dispensou os agentes comunitários de saúde e os 
agentes de combate às endemias de se submeter ao processo seletivo 
público a que se refere o § 4o do art. 198 da CF. Ofensa à autonomia 
administrativa e financeira dos Estados e Municípios, corolário do 
princípio do pacto federativo, erigido à categoria de cláusula pétrea 
Inconstitucionalidade decretada. Incidente procedente” (Rel. Des. Paulo 
Travain, j. 20/05/09). 
Declaração de inconstitucionalidade do art. 2º da EC 51/06 pelo C. Órgão 
Especial desta Corte - Recurso não provido” (Apelação nº 0001632-
74.2009.8.26.0510, Rel. Des. João Carlos Garcia, 8ª Câmara de Direito 
Público, j. 24/10/12). 
 
SERVIDOR PÚBLICO - AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (ACS) - 
MUNICÍPIO DE ITAPEVA - CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO 
- MANDADO DE SEGURANÇA OBJETIVANDO OBSTAR A DEMISSÃO, 
INVOCANDO, DENTRE OUTROS DIPLOMAS, A EC 51/2006 PRETENSÃO 
IMPROCEDENTE - Parágrafo único do artigo 2º da EC 51/06 declarado 
inconstitucional pelo Órgão Especial do TJSP - Não bastasse isso, a Lei 
Municipal 2.197/04, que serviu de base à contratação, foi igualmente 
declarada inconstitucional pelo mesmo Órgão - Precedente do STJ -
Ratificação da sentença (artigo 252 do Regimento Interno/2009) com 
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acréscimo - Apelação dos impetrantes não provida. (TJSP, 8ª Câmara de 
Direito Público, Rel. Des. Ponte Neto, Apelação nº 0002752-
28.2011.8.26.0270, j. 07/05/2014). 
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA 
AGENTE COMUNITÁRIO DE SÁUDE E AGENTE DE COMBATE A 
ENDEMIAS EFETIVAÇÃO NO CARGO SEM CONCURSO PÚBLICO EC Nº 
51/06 E LEI FEDERAL Nº 11.350/06 INADMISSIBILIDADE. 1. A investidura 
em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos. A lei estabelecerá os casos de 
contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária 
de excepcionalinteresse público (art. 37, II e IX, CF). 2. Dispensa de processo 
seletivo para contratação de agente comunitário de saúde e agente de 
combate a endemias (art. 2º da Emenda Constitucional nº 51/06). 
Inconstitucionalidade reconhecida pelo Órgão Especial. Efetivação no 
serviço público. Inadmissibilidade. Pedido improcedente. Sentença 
mantida. Recurso desprovido. (TJSP, 9ª Câmara de Direito Público, Rel. Des. 
Décio Notarangeli, Apelação nº 0612234-25.2008.8.26.0053, j. 26/03/2014). 
"APELAÇÃO CÍVEL Preliminar de nulidade da sentença afastada. 
Contratação temporária mediante processo seletivo simplificado. Agente 
comunitário de saúde e combate a endemias. Impossibilidade de 
efetivação no serviço público. Art. 37, inciso II e IX, da Constituição 
Federal. Órgão Especial que reconheceu a inconstitucionalidade do art. 2º, 
da emenda constitucional nº 51/06. Sentença de improcedência mantida 
Preliminar afastada e recurso desprovido." (TJ-SP - Apelação: APL 0007033-
12.2012.8.26.0587; Relator(a): Moreira de Carvalho; Julgamento: 
25/06/2014; Órgão Julgador: 9ª Câmara de Direito Público; Publicação: 
26/06/2014) 
EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - APELAÇÃO CÍVEL - 
MANDADO DE SEGURANÇA - AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE - 
APROVAÇÃO EM PROCESSO SELETIVO ANTERIOR À EMENDA 
CONSTITUCIONAL Nº 51⁄2006 - EFETIVAÇÃO EM CARGO PÚBLICO – 
IMPOSSIBILIDADE - LEI Nº 11.350⁄2006 - INCIDENTE DE 
INCONSTITUCIONALIDADE - INTERPRETAÇÃO CONFORME A 
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CONSTITUIÇÃO. 1. No julgamento do Incidente de Inconstitucionalidade 
nº 062.080.004.005, o Plenário do TJES declarou a inconstitucionalidade, 
sem redução de texto, do artigo 1º e artigo 2º, da Emenda Constitucional 
nº 51⁄2006, fixando o entendimento de que, ¿qualquer interpretação 
dada aos parágrafos 4º, 5º e 6º, do artigo 198, da Constituição Federal, 
modificados pela Emenda Constitucional nº 51⁄2006, no sentido de 
permitir a efetivação, no serviço público, de Agentes Comunitários de 
Saúde ou de Agentes de Combate às Endemias, com fulcro nesses 
dispositivos, afigura-se flagrantemente inconstitucional, visto que a 
correta (rectius: constitucional) exegese destas normas permite, apenas 
e tão somente, a interpretação no sentido de que o contrato 
administrativo temporário vigente daqueles servidores (Agente 
Comunitário de Saúde ou de Agente de Combate às Endemias) não 
cessaria automaticamente com a entrada em vigor da Emenda 
Constitucional nº 51⁄2006, mas tão só facultaria a dispensa de novo 
processo de seleção àqueles que já desempenhassem tais atividades.¿ 
(TJES, Classe: Incidente de Inconstitucionalidade Ap, 62080004005, Relator: 
ANNIBAL DE REZENDE LIMA, Órgão julgador: TRIBUNAL PLENO, Data de 
Julgamento: 10⁄05⁄2012, Data da Publicação no Diário: 05⁄07⁄2012). 2. Não 
há direito líquido e certo à efetivação no serviço público municipal daquele 
que exerce função de Agente Comunitário de Saúde ou Agente de Combate 
às Endemias, com fulcro nas regras de transição estabelecidas pela Emenda 
Constitucional nº 51⁄2006, bem como na Lei nº 11.350⁄2006, ainda que 
aprovados em processo seletivo anterior à referida Emenda Constitucional, 
sob pena de violação aos ditames do artigo 37, inciso II, da Constituição 
Federal. 3. Recurso desprovido. VISTOS, relatados e discutidos estes autos, 
ACORDAM os Desembargadores que integram a Primeira Câmara Cível do 
Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, na conformidade da ata e 
notas taquigráficas, À UNANIMIDADE, NEGAR PROVIMENTO AO 
RECURSO, nos termos do voto do Eminente Relator. Vitória, 01 de março de 
2016. (TJ-ES - Apelação : APL 00004339120138080020; Relator(a): FABIO 
CLEM DE OLIVEIRA; Julgamento: 01/03/2016; Órgão Julgador: PRIMEIRA 
CÂMARA CÍVEL; Publicação: 04/03/2016) 
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PROCURADORIA JUDICIAL 
 
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De fato, impor aos estados e municípios a contratação e manutenção do 
vínculo dos agentes comunitários de saúde contratados temporariamente, 
equiparando-os aos servidores públicos que ingressaram mediante concurso público 
é de flagrante inconstitucionalidade, pois há clara violação ao pacto federativo. 
Não bastasse isso, a pretensão à efetivação ofende os princípios 
que regem a Administração Pública (moralidade, legalidade e impessoalidade), 
além das regras de acesso ao serviço público (artigos 37, II e 39, caput, CF), 
sendo irrelevante o lapso temporal no qual os autores vêm exercendo de fato 
referida função. Além disso, como bem decidiu o juízo, inexiste direito subjetivo 
à nomeação dos autores, uma vez que o texto constitucional apenas e tão 
somente tutela a contratação dos agentes públicos, mas não confere a quem 
eventualmente estivesse ocupando a função um direito subjetivo a essa 
contratação. Como bem afirmou o Juízo: 
[n]ão vejo como prosperar o pleito dos autores, haja vista que, repise-
se: a Emenda Constitucional nº 51/2006 não concedeu o direito a 
efetividade ou estabilidade para os ocupantes dos cargos de agente 
comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias. Tão 
somente disciplinou a forma de contratação destes agentes públicos. 
Qualquer interpretação dada aos parágrafos 4º, 5º e 6º, do artigo 198, 
da Constituição Federal, modificados pela Emenda Constitucional nº 51⁄2006, no 
sentido de permitir a efetivação, no serviço público, de Agentes Comunitários de 
Saúde ou de Agentes de Combate às Endemias, com fulcro nesses dispositivos, 
afigura-se flagrantemente inconstitucional. 
Uma interpretação conforme a Constituição das aludidas normas permite 
apenas inferir que o contrato administrativo temporário dos Agentes Comunitários de 
Saúde ou de Agentes de Combate às Endemias não cessaria automaticamente com 
a entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 51⁄2006, mas tão só facultaria a 
dispensa de novo processo de seleção àqueles que já desempenhassem tais 
atividades. 
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PROCURADORIAGERAL DO MUNICÍPIO 
PROCURADORIA JUDICIAL 
 
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Uma simples leitura das normas revela que inexiste comando que 
determine a efetivação definitiva no serviço público de funcionário que possui vínculo 
precário com a Administração Pública por meio de contratação temporária, como é o 
caso dos demandantes, mas, ao contrário, há expressa vedação no art. 37, II, da 
CF/88. 
O benefício de estabilidade não pode ser assegurado àqueles 
contratados de forma temporária, ainda que essa contratação tenha sido feita com 
base em processo seletivo. Isso porque os contratos administrativos temporários 
constituem forma atípica de ingresso no serviço público, que, de regra, ocorre através 
de concurso público de provas ou de provas e títulos (art. 37, inciso II, da Constituição 
Federal). 
Ao contrário do afirmado, a Emenda Constitucional nº 51, de 14 de 
fevereiro de 2006, não dispensa o concurso público para os Agentes Comunitários de 
Saúde e Agentes de Combate a Endemias, apenas estabelece que as contratações, 
a partir dela, só poderão ocorrer por meio de processo seletivo. Assim, não há que se 
falar em direito à efetividade no cargo público ocupado provisoriamente, dada a 
precariedade das contratações realizadas. 
 
Neste sentido já decidiu o Superior Tribunal de Justiça: 
"RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO 
ADMINISTRATIVO. AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE. ATO DO 
PREFEITO DO MUNICÍPIO DE CAMPO DE BRITO/SE QUE NEGOU A 
EFETIVAÇÃO DE SERVIDORES TEMPORÁRIOS. EC 51/06. ALTERAÇÃO 
DO ART. 198, § 4º DA CF. DISPENSA DE CONCURSO PARA OS AGENTES 
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE QUE INGRESSARAM ANTERIORMENTE NO 
QUADRO DE PESSOAL POR PROCESSO SELETIVO PÚBLICO. 
NATUREZA DO VÍNCULO ESTABELECIDO ANTES DA ALTERAÇÃO 
CONSTITUCIONAL. CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO. ART. 
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 MUNICÍPIO DE MACEIÓ 
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO 
PROCURADORIA JUDICIAL 
 
 14 
37, IX DA CF, REGULAMENTADA PELA LEI 136/05 DO MUNICÍPIO DE 
CAMPO DE BRITO/SE. TRANSFERÊNCIA DE REGIME DE TRABALHO 
PELA SUPERVENIÊNCIA DA EC 51/06. IMPOSSIBLIDADE. RECURSO 
ORDINÁRIO DESPROVIDO. 1. A EC 51/06 modificou a redação do art. 198 
da CF para criar uma nova forma de provimento no serviço público pelos 
Agentes Comunitários de Saúde-ACS, que passam a ser admitidos por 
processo seletivo simplificado. Além disso, o art. 2º da referida Emenda 
dispôs que os Servidores, que já desempenhassem as funções de ACS, 
previamente aprovados em processo seletivo público, antes da edição da EC 
51/06, conforme certificado pela Unidade Federativa, ficariam dispensados 
de novo concurso. 2. Entretanto, os servidores temporários jamais 
poderiam almejar a efetivação definitiva no cargo público, pois estão 
vinculado ao Quadro de maneira precária, nos termos do art. 37, IX da 
CF, para atender necessidade temporária de excepcional interesse 
público, por tempo estabelecido. Precedentes do STF e STJ. 3. No caso, 
os Servidores Públicos Municipais foram admitidos em 2006, após aprovação 
em processo de seleção, promovido pela Secretaria de Saúde, sob o regime 
de contratação por tempo determinado, para suprir necessidade temporária 
de Agentes Comunitários de Saúde-ACS do Município de Campos do 
Brito/SE. 4. O Município de Campo de Brito/SE não certificou que o processo 
seletivo para os Servidores temporários seria suficiente para a referida 
dispensa prevista no parágrafo único do art. 2º da EC 51/06. Além disso, a 
própria Administração Municipal ressalta que a seleção não atendeu aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência. 5. Ademais, não se comprovou que a efetivação dos Servidores 
Temporários respeitaria os limites de gasto dos recursos orçamentários, nos 
termos do art. 169 da CF e LC 82/95. Para que se legitimasse o pedido do 
writ, seria imprescindível a comprovação da disponibilidade orçamentária, a 
ser empregada nos programas sociais destinados à área da Saúde, como 
especifica o art. 2º, caput, in fine da EC 51/06. 6. Recurso Ordinário 
desprovido. Prejudicada a análise da Medida Cautelar. (RMS 26.408/SE, Rel. 
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 
29/05/2008, DJe 23/06/2008) 
Nessa mesma linha: 
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 MUNICÍPIO DE MACEIÓ 
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO 
PROCURADORIA JUDICIAL 
 
 15 
APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA - AGENTE 
COMUNITÁRIO DE SAÚDE - MUNICÍPIO DE MATIAS BARBOSA - 
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 
11.350/2006 - PRÉVIA SUBMISSÃO E APROVAÇÃO EM PROCESSO 
SELETIVO SIMPLIFICADO - DISPENSA - LEGALIDADE - DIREITO 
LÍQUIDO E CERTO NÃO COMPROVADO - DENEGAÇÃO DA ORDEM. Para 
fins de mandado de segurança, compete ao impetrante demonstrar o seu 
direito líquido e certo e a ilegalidade ou o abuso de poder praticado por 
autoridade coatora ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público. Se do exame da inicial não se extrai a existência de direito 
líquido e certo a ser tutelado, impõe-se a denegação da ordem. Aos Agentes 
Comunitários de Saúde foi assegurada, pela EC nº 51/06, quando 
investidos na função através de processo seletivo, apenas a 
permanência neste exercício até o término da contratação, sem a 
exigência de submissão ao processo seletivo previsto no art. 198 da 
CF/88, não havendo, portanto, se falar em direito líquido e certo à 
estabilidade. (TJ-MG - Apelação Cível: AC 10408100029425002 MG; 
Relator(a): Fernando Caldeira Brant; Julgamento: 05/06/2014; Órgão 
Julgador: Câmaras Cíveis/5ª CÂMARA CÍVEL; Publicação: 16/06/2014) 
 
“SERVIDOR MUNICIPAL. AGENTE DE APOIO À SAÚDE. PROCESSO 
SELETIVO. Pretensão de agente comunitário de saúde de isentar-se de novo 
procedimento de seleção pública, sob argumento de que o art. 2º, parágrafo 
único da Emenda Constitucional 51/2006 lhe assegura este direito. 
Inadmissibilidade. A norma não assegura estabilidade àqueles que na 
data de sua promulgação desempenhavam funções de agente 
comunitário de saúde, mas tão só faculta aos órgãos da Administração 
a dispensa de novo processo de seleção. Recurso desprovido”. (AC 
703.332.5/9 Rel. Des. NOGUEIRA DIEFENTHALER). 
“Contratação para atender necessidades excepcionais da 
Administração Pública. Pretensão de declarar a existência de relação 
jurídica que obrigue à contratação sem aprovação em concurso público. 
INADMISSIBILIDADE. Contrato precário que não gera estabilidade. 
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 MUNICÍPIO DE MACEIÓ 
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO 
PROCURADORIA JUDICIAL 
 
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Recurso desprovido”. (AC 990.10.361288-4 Rel. Des. Oliveira Santos 6ª 
Câmara de Direito Público j. 8.11.2010). 
APELAÇAO CÍVEL - DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - 
JURISDIÇAO VOLUNTÁRIA - INTERESSE PÚBLICO - HOMOLOGAÇAO 
DE ACORDO EXTRAJUDICIAL FIRMADO PELO SINDICATO DOS 
TRABALHADORES DA SAÚDE DO ESTADO DE SERGIPE E O MUNICÍPIO 
DE SÃO CRISTÓVAO - EFETIVAÇAO DE SERVIDORES - EMENDA 
CONSTITUCIONAL 51/2006 - ALTERAÇAO DO ART. 198, DA 
CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - ATUAÇAO 
DOS SINDICALIZADOS COMO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE E 
AGENTE COMUNITÁRIO DE ENDEMIAS - INGRESSO NO SERVIÇO 
PÚBLICO ATRAVÉS DE VINCULAÇAO PRECÁRIA - ART. 37, INC. IX, DA 
CARTA CONSTITUCIONAL DE 1988 - AUSÊNCIA DE CONCURSO 
PÚBLICO - CARGOS EM COMISSAO E CONTRATOS TEMPORÁRIOS - 
TENTATIVA DE TRANSMUTAÇAO DO CARÁTER PRECÁRIO - 
IMPOSSIBILIDADE - AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
DA MORALIDADE, LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, SUPREMACIA DO 
INTERESSE PÚBLICO E INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO - 
IMPOSSIBILIDADE DE HOMOLOGAÇAO - RECURSO CONHECIDO E 
IMPROVIDO. (TJ-SE - APELAÇAO CÍVEL: AC 2009218153 SE; Relator(a): 
DES. OSÓRIO DE ARAUJO RAMOS FILHO; Julgamento: 08/02/2011; Órgão 
Julgador: 2ª.CÂMARA CÍVEL) 
 
AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS - Pretensão à efetivação no cargo 
independentemente de participação em concurso público ou prova seletiva. 
Emenda Constitucional n. 51/2006. Contrato temporário com prazo 
determinado Incabível a estabilidade pretendida - O servidor contratado 
temporariamente para atender necessidade de urgência, não tem direito 
a investidura no cargo de servidor público, sem se submeter a concurso 
público, sob pena de afronta ao art. 37 da CF. Sentença de improcedência 
- Recurso não provido. (TJ-SP - Apelação : APL SP 0009862-
66.2009.8.26.0038; Relator(a): Reinaldo Miluzzi; Julgamento: 30/01/2012; 
Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Público; Publicação: 31/01/2012) 
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PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO 
PROCURADORIA JUDICIAL 
 
 17 
Assim sendo, a estabilidade pretendida se afigura inadmissível, visto que 
tal medida violaria o pacto federativo, além dos princípios da legalidade, moralidade 
administrativa, impessoalidade e da acessibilidade aos cargos públicos. 
SELEÇÃO PÚBLICA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE 
No caso dos autos, os Agentes Comunitários de Saúde participaram, em 
1999, de uma seleção pública composta por duas provas: uma entrevista com peso 6 
(seis) e um teste escrito com peso 4 (quatro). Diversos vícios escoimam o certame: a) 
atribuiu-se peso desproporcional a entrevista, que foi composta por questões sem 
objetividade (afronta à impessoalidade); b) não foi divulgado o resultado das notas 
obtidas pelos candidatos (afrontas à moralidade e à publicidade); c) não havia 
especificação de nota mínima para classificação (afronta ao princípio da eficiência). 
 Não bastasse isso, os trabalhadores tiveram os vínculos rompidos com 
o Município de Maceió, e foram contratados por OSCIPS, terceirizando-se o serviço. 
Após mais de 02 (dois) anos – diversos anos, diga-se de passagem – ajuizaram 
Reclamação Plúrima com o fito de efetivação no serviço público, sendo que deixaram, 
como mencionado, de prestar serviços à Edilidade por mais de dois anos, o que 
fulmina qualquer pretensão pela prescrição bienal. 
Apesar de tudo o quanto relatado, os autores obtiveram êxito na 
supracitada Demanda Plúrima, de número 0000144-42.2010.5.19.0010, com trâmite 
perante a 10ª Vara do Trabalho desta Capital. Foi interposto Recurso Ordinário pela 
Procuradoria Judicial Trabalhista-Previdenciária. Houve parecer pelo provimento do 
Recurso por parte do Ministério Público do Trabalho, que alertou acerca da 
ilegalidade/imoralidade da efetivação dos Agentes. Liminarmente, os auotes 
obtiveram provimento cautelar (que foi confirmado na sentença do processo principal) 
para que a Municipalidade mantivesse as parcerias firmadas com as OSCIPs que 
compunham o polo passivo, garantindo-se a manutenção da prestação dos serviços. 
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PROCURADORIA JUDICIAL 
 
 18 
Como se depreende, inexistiu ordem de efetivação dos 
autores/apelantes. Mesmo assim, anteriormente ao trânsito em julgado, muitos 
considerados efetivos no serviço público, tendo inclusive migrado para regime 
estatutário. Não se pode afirmar que houve o preenchimento dos requisitos da 
Emenda Constitucional nº 51/2006, diante da inexistência de seleção pública recente 
em que os recorrentes houvessem sido aprovados, da nulidade do certame de que 
participaram no ano de 1999 e do rompimento dos vínculos com o Município de 
Maceió e contratação direta por OSCIPS, sem prestação direta ao Poder Público. 
Segundo o parágrafo único do artigo 2º da Emenda, 
os profissionais que, na data de promulgação desta Emenda e a 
qualquer título, desempenharem as atividades de agente comunitário 
de saúde ou de agente de combate às endemias, na forma da lei, ficam 
dispensados de se submeter ao processo seletivo público a que se 
refere o § 4º do art. 198 da Constituição Federal, desde que tenham 
sido contratados a partir de anterior processo de Seleção Pública 
efetuado por órgãos ou entes da administração direta ou indireta de 
Estado, Distrito Federal ou Município ou por outras instituições com a 
efetiva supervisão e autorização da administração direta dos entes da 
federação. 
Não houve, assim, o mínimo cumprimento às condicionantes 
estabelecidas pelo Poder Constituinte Derivado Reformador. 
Não se trata de invalidar a seleção pública realizada em 1999, mas 
apenas de reconhecer que não preencheu os requisitos estabelecidos em lei e aos 
princípios e regras constitucionais que regem a matéria. Neste sentido, o artigo 37, I 
e II, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é categórico ao 
prescrever o que se segue: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998)P
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I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros 
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos 
estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998) 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo 
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em 
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de 
livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998) 
Importante ressaltar que o artigo 198 da Constituição de 1988, em seu 
parágrafo 4º (inserido pela E.C. 51/2006), ao exigir “processo seletivo público” para a 
contratação de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, 
deve ser interpretado conjuntamente com os dispositivos do artigo 37. Tal processo 
seletivo não é nada mais que um concurso público simplificado, com obrigatória 
obediência aos princípios elencados pela Lei Maior. O próprio Ministério Público do 
Trabalho entendeu, nos autos do Inquérito Civil nº 187/2000, que o certame realizado 
em 1999 para a admissão de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes Comunitários 
de Endemias não preenchia os requisitos legais, até mesmo porque o mesmo fora 
realizado para contratação temporária de excepcional interesse público, ou seja, 
contratação tipicamente precária, e que não poderia ser convolada em contratação a 
título permanente. No “concurso” em análise, houve etapa chamada “entrevista”, cujo 
peso (peso 6) foi substancialmente superior ao do teste escrito (peso 4). Inserir 
entrevista em um concurso público é ferir de morte o princípio da impessoalidade, até 
mesmo diante do caráter eminentemente subjetivo atribuído aos questionamentos 
realizados, que dão margem a enorme arbitrariedade. 
O princípio da impessoalidade guarda estreita relação com a moralidade, 
e com a publicidade (também ofendidas no concurso). Segundo a melhor doutrina, o 
objetivo maior da norma é: 
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Impedir que fatores pessoais, subjetivos, sejam os verdadeiros móveis 
e fins das atividades administrativas. Com o princípio da 
impessoalidade a Constituição visa obstaculizar atuações geradas por 
antipatias, simpatias, objetivos de vingança, represálias, nepotismo, 
favorecimentos diversos, muito comuns em licitações, concursos 
públicos, exercício do poder de polícia. Busca, desse modo, que 
predomine o sentido de função, isto é, a idéia de que os poderes 
atribuídos finalizam-se ao interesse de toda a coletividade, portanto a 
resultados desconectados de razões pessoais. Em situações que 
dizem respeito a interesses coletivos ou difusos, a impessoalidade 
significa a exigência de ponderação equilibrada de todos os interesses 
envolvidos, para que não se editem decisões movidas por 
preconceitos ou radicalismos de qualquer tipo.2 
O atentado à ampla acessibilidade dos cargos, à transparência e à 
competitividade é patente. A não divulgação das notas obtidas pelos candidatos 
inquina a seleção de ilegalidade e inconstitucionalidade. Repita-se, à exaustão, que 
não houve sequer a divulgação das notas obtidas pelos candidatos nas provas 
objetivas! O princípio da publicidade, assim, não restou atendido, já que o mesmo 
exige que haja: 
Uma atividade administrativa transparente e visível aos olhos do 
cidadão, a fim de que o administrado tome conhecimento dos 
comportamentos administrativos do Estado. Assim, todos os atos da 
Administração Pública devem ser públicos, de conhecimento geral. 
(...) O princípio constitucional da publicidade reveste-se de uma lógica 
singular na Administração Pública, na medida em que a atividade 
administrativa tem como núcleo fundamental a gestão dos interesses 
da coletividade. Assim, o gestor público terá que atuar com a mais 
absoluta clareza e nitidez, fazendo publicar em órgãos oficiais de 
imprensa e, se possível, em sites de internet do órgão administrativo, 
todos os atos com os quais desempenha a sua função de cuidar e 
zelar da coisa pública, que obviamente, não lhe pertence.3 
Mais uma vez, observa-se que o concurso de 1999 não foi consentâneo 
com a ordem jurídica, sendo um verdadeiro exemplo de ilegalidade e 
inconstitucionalidade. 
 
2 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 13ª Ed. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2009, p. 128/129. 
3 CUNHA JÚNIOR. Dirley da. Curso de Direito Administrativo. 11ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2012, 
44. 
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Corolário lógico de tudo o que foi afirmado acima, é o de que o certame 
não selecionou os candidatos mais aptos para o desenvolvimento das funções, 
atentando, também, contra o princípio constitucional da eficiência. Segundo o saudoso 
Diógenes Gasparini, as atividades administrativas devem ser realizadas com rapidez, 
perfeição e rendimento (GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 7ª Ed. São 
Paulo: Saraiva, 2002, p. 19). 
Por fim, o princípio da moralidade restou desobedecido. Segundo Maria 
Sylvia Zanella Di Pietro, haverá ofensa ao princípio da moralidade “sempre que em 
matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração Pública ou 
do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com 
a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras da boa administração, os princípios 
de justiça e de equidade, ou a idéia comum de honestidade” (DI PIETRO, Maria Sylvia 
Zanella. Direito Administrativo. 16ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 79). 
O concurso público ofendeu a isonomia e a moralidade, já que a 
inexistência de nota mínima permitiria a seleção de candidatos que tirassem até 
mesmo a nota zero! A imoralidade salta aos olhos. 
Não há justificativapara a quebra de isonomia. Segundo Celso Antônio 
Bandeira de Mello: 
[t]em-se que investigar, de um lado, aquilo que é adotado como critério 
discriminatório; de outro, cumpre verificar se há justificativa racional, 
isto é, fundamento lógico, para, à vista do traço desigualador 
específicos, atribuir o específico tratamento jurídico construído em 
função da desigualdade proclamada. Finalmente, impende analisar se 
a correlação ou fundamento racional abstratamente existente é, in 
concreto, afinado com os valores prestigiados no sistema normativo 
constitucional.4 
 
4 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. O Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade. 3ª Ed. São 
Paulo: Malheiros, 2010, p. 21/22. 
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É impossível justificar a ofensa às normas-princípio acima apontadas. O 
que verdadeiramente ocorreu foi uma burla à exigência constitucional do concurso 
público, em dissonância com o artigo 37, II, da CRFB/88. 
Qual o papel da atual gestão da Administração Pública, no caso em 
apreço? Anular o ato eivado de vícios, qual seja, a efetivação ex officio dos Agentes 
Comunitários de Saúde. É certo que a Administração Pública pode anular seus 
próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se 
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação 
judicial (Súmula 473, do Supremo Tribunal Federal), e também é inegável que se trata 
de um dever-poder da Administração de restaurar a legalidade rompida. 
Por isso é que Hely Lopes Meirelles sempre sustentou que: 
[a] administração, como instituição destinada a realizar o Direito e a 
propiciar o bem comum, não pode agir fora das normas jurídicas e da 
moral administrativa, nem relegar os fins sociais a que sua ação se 
dirige. Se, por erro, culpa, dolo ou interesses escusos de seus 
agentes, a atividade do Poder Público desgarra-se da lei, divorcia-se 
da moral ou desvia-se do bem comum, é dever da Administração 
invalidar, espontaneamente ou mediante provocação, o próprio ato, 
contrário à sua finalidade, por inoportuno, inconveniente, imoral ou 
ilegal.5 
Diante do exposto, é visível a insustentabilidade da ilegal e 
inconstitucional situação em apreço. Qualquer dos pleitos formulados pelos 
autores/apelantes tem como antecedente lógico necessário um provimento originário 
válido, o que inexiste. E, para finalizar, cabe mencionar que a própria lei 
infraconstitucional que regulamentou a Emenda Constitucional nº 51, Lei nº 
11.350/2006, restou inadimplida.: 
Art. 9º. A contratação de Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes de 
Combate às Endemias deverá ser precedida de processo seletivo público 
 
5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, p. 194. 
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de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a 
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para o exercício 
das atividades, que atenda aos princípios da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. 
Pensar diferentemente é atuar ao arrepio da lei, da doutrina e da 
jurisprudência. Repita-se, como bem decidiu o juízo, inexiste direito subjetivo à 
nomeação dos autores/apelantes, uma vez que o texto constitucional apenas e tão 
somente tutela a contratação dos agentes públicos, mas não confere a quem 
eventualmente estivesse ocupando a função um direito subjetivo a essa contratação 
 Diante do exposto, considerando os fundamentos de fato e de 
direito acima elencados, requer o Município de Maceió: 
 a) seja julgado improcedente o recurso de apelação 
interposto, uma vez que não se configurou nenhuma omissão, contradição, 
obscuridade ou erro material na sentença de primeiro grau, devendo esta ser mantida 
em seu inteiro teor. 
Termos em que pede deferimento. 
Maceió, AL, 29 de junho de 2020. 
 
 
FERNANDO SÉRGIO TENÓRIO DE AMORIM 
Procurador do Município de Maceió 
OAB/AL 4.617 
 
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