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Crimes Contra a Propriedade Imaterial Fametro Curso de Direito Professor: Dario 6° Período Propriedade Imaterial Para E. Magalhães Noronha, “não se confundem os bens exclusivamente pessoais com os imateriais. Se os primeiros, como a honra, a liberdade etc., não se separam da pessoa humana e não possuem valor econômico, não há negar que o mesmo não sucede com os segundos, que se destacam do indivíduo, uma vez concretizados numa coisa ou nela projetados” Título III DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES O Código Penal contempla no Título III os crimes contra a propriedade imaterial. Para E. Magalhães Noronha, “não se confundem os bens exclusivamente pessoais com os imateriais. Se os primeiros, como a honra, a liberdade etc., não se separam da pessoa humana e não possuem valor econômico, não há negar que o mesmo não sucede com os segundos, que se destacam do indivíduo, uma vez concretizados numa coisa ou nela projetados” DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL ART. 184 — VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL O homem, conforme já visto, tem direito sobre a sua produção intelectual. Destarte, busca o Direito Penal a tutela do interesse econômico e moral do autor sobre o fruto de sua criação, interesse esse expressamente assegurado pela nova Lei dos Direitos Autorais (Lei n. 9.610/98) que em seu art. 22 dispõe: “Pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou”. 2. ELEMENTOS DO TIPO No verbo violar , isto é, transgredir, infringir, ofender, no caso, o direito do autor. Trata-se de norma penal em branco, pois o Código não conceitua direito autoral. os direitos autorais abrangem as seguintes obras: a)obras literárias, b)obras científicas, c) obras artísticas. Viola-se o direito do autor publicando, reproduzindo ou modificando a sua obra. É a chamada contrafação. A edição excedente ao contratado também é considerada contrafação Sujeito ativo Qualquer pessoa pode praticar o crime em tela, não exigindo a lei nenhuma qualidade especial. É possível a coautoria ou participação, por exemplo, do editor do livro plagiado. Sujeito passivo É o autor, pessoa física criadora da obra literária, artística ou científica violada. Por ser o direito autoral transmissível por herança, falecendo aquele, serão sujeitos passivos seus herdeiros ou sucessores A pessoa jurídica de direito público ou privado também pode ser sujeito passivo do crime em tela na hipótese em que o autor cede os seus direitos sobre a obra. ELEMENTO SUBJETIVO É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de violar o direito autoral. Não se exige a finalidade de obtenção de lucro (elemento subjetivo do tipo). CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Consuma-se com a violação do direito autoral, isto é, com a reprodução, modificação ou alteração da obra literária, artística ou científica. Cuida-se de crime plurissubsistente, portanto a tentativa é perfeitamente possível. CONCURSO DE CRIMES Importa trazer aqui hipóteses em que não se configura o concurso de crimes, mas delito único: “Tratando-se de obra suscetível de reprodução múltipla, o crime não deixará de ser único, não obstante a multiplicidade dos exemplares. Também único será o crime quando, por exemplo, a pessoa que reproduz fraudulentamente a obra musical ou teatral é a mesma que a faz executar ou representar ( há progressividade, e não conexidade, pois à segunda etapa , no caso, era indispensável a primeira). FORMAS Simples Está prevista no caput. Qualificadas Estão previstas nos §§ 1º, 2ºe 3ºdo art. 184 do Código Penal (cf. redação determinada pela Lei n. 10.695/2003). EFEITOS DA SENTENÇA CONDENATÓRIA Nos termos do art. 530-G, introduzido pela Lei n. 10.695/2003 no Código de Processo Penal, “o juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos equipamentos apreendidos, desde que precipuamente destinados à produção e reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los, por economia ou interesse público, ao patrimônio da União, que não poderão retorná-los aos canais de comércio”. Cont... Somente após o trânsito em julgado da sentença condenatória tal destruição ou perdimento poderão ser executados, em respeito aos princípios de que ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal (CF, art. 5 º, LIV) e da não culpabilidade ou estado de inocência (CF, art. 5º, LVII). PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL DE PROGRAMA DE COMPUTADOR (“SOFTWARE”) Importa aqui mencionar que violar direitos de autor de programa de computador é crime específico regulado pela Lei n. 9.609, de 19-2-1998. O art. 12 da Lei n. 9.609/98(ler) AÇÃO PENAL. LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS Nas hipóteses do caput do art. 184, a ação penal será exclusivamente privada (CP, art. 186, I, acrescentado pela Lei n.10.695/2003). Nas formas qualificadas previstas nos §§ 1ºe 2º, a ação será pública incondicionada (CP, art. 186, II, acrescentado pela nova lei), e na do § 3º, pública condicionada à representação do ofendido (CP, art. 186, IV, também incluído pela nova lei). Será também pública incondicionada a ação penal quando o crime, qualquer que seja a sua forma, tiver sido cometido em detrimento de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público (CP, art. 186, III, introduzido pelo novo diploma). Por se tratar de infração de menor potencial ofensivo (somente o caput do art. 184), incidem as disposições da Lei n. 9.099/95. Bons Estudos
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