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Prévia do material em texto

Maria Divanira de Lima Arcoverde
Rossana Delmar de Lima Arcoverde
Leitura, Interpretação e Produção TextualD I S C I P L I N A
A escrita 
como processo
Autores
aula
10
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção TextualCopyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
Vera Lúcia do Amaral
Universidade Estadual da Paraíba
Reitora
Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitor
Aldo Bezerra Maciel
Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPE
Eliane de Moura Silva
A6751 Arcoverde, Maria Divanira de Lima.
 Leitura, interpretação e produção textual./ Maria Divanira de Lima Arcoverde, Rossana Delmar de Lima Arcoverde. – Campina 
Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.
15 fasc.
“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”.
Conteúdo: Fasc. 1- Linguagem: diferentes concepções; Fasc. 2 - leitura – perspectivas teóricas; Fasc. 3 - o jogo discursivo 
no processo de leitura; Fasc. 4 - leitura – antes e além da palavra; Fasc. 5 - a leitura como prática social; Fasc. 6 – produção 
textual-perspectivas teóricas; Fasc. 7 – a tessitura do texto; Fasc. 8 – gêneros textuais ou discursivos; Fasc. 9 – gêneros 
textuais e ensino; Fasc. 10 – a escrita como processo; Fasc. 11 – recursos de textualidade – coesão; Fasc. 12 – recursos 
de textualidade – coerência; Fasc. 13 – produzindo gêneros textuais – o resumo; Fasc. 14 – produzindo gêneros textuais – 
a resenha; Fasc. 15 – produzindo gêneros textuais – o memorial
ISBN: 978-85-87108-59-3
1. Leitura (Lingüística). 2. Produção de textos. 3. Educação a Distância. I. Título.
22 ed. CDD 418.4
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfico
Ivana Lima (UFRN)
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)
Ilustradora
Carolina Costa (UFRN)
Editoração de Imagens
Adauto Harley (UFRN)
Carolina Costa (UFRN)
Diagramadores
Bruno de Souza Melo (UFRN)
Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)
Ivana Lima (UFRN)
Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)
Revisores de Estrutura e Linguagem
Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)
Revisoras de Língua Portuguesa
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual 1
1
2
Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação
Os conteúdos trabalhados até aqui deram a você um panorama geral sobre as teorias 
que cercam o ato de ler e de escrever.
Nesta aula, vamos nos deter ao caso específico da escrita como processo, dando 
continuidade à prática de escrever, o que ajudará a você a ser um eficiente produtor de texto 
bem diferente, talvez, do que você já estudou e trabalhou como “redação”, texto considerado 
como tarefa escolar.
A exemplo das outras aulas, teremos teoria e prática fazendo parte dessa jornada de 
trabalho. Assim, é importante que você permaneça assíduo no cumprimento das atividades 
e nas interações com colegas, tutores e professores. 
Objetivos
Com esta aula, esperamos que você reconheça que
a escrita como atividade de uso da linguagem tem 
funções sociais;
o processo de produção de um texto consiste em 
planejar, escrever, revisar e reescrever.
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual2 Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Para começo de conversa...
A escola, considerada como instituição formadora do saber, tem como função primeira apontar caminhos que possibilitem aos alunos a apropriação de conhecimentos que os habilitem a se posicionar criticamente em seu espaço social, por meio da linguagem. 
No entanto, as práticas pedagógicas tradicionais têm demonstrado que o ensino de língua 
não promove situações de aprendizagem que favoreçam a efetivação desse domínio.
Você poderá testemunhar que, ao longo desse percurso de, no mínimo, onze anos de 
estudo de Língua Portuguesa (oito anos de Ensino Fundamental e três de Ensino Médio), 
tenha se deparado com uma situação de angústia, dúvida ou incerteza ao ser solicitado para 
escrever um texto, não é verdade?
Pois bem! Tudo isto acontece porque as distorções ocorridas na prática pedagógica 
ou na concepção de língua do professor de Língua Portuguesa, especificamente, no que diz 
respeito à produção textual, tenham concorrido para tal.
Sendo assim, o leitor/escritor, cuja formação está essencialmente condicionada 
à escolarização, fica à mercê de metodologias tradicionais, em que o professor se deixa 
aprisionar pelo ensino da gramática como um fim em si mesma. Isto não significa que não 
precisemos dela. Mas ela, sozinha, não pode dar conta do recado. O conteúdo gramatical 
deve ser visto de forma pragmática para que a linguagem seja entendida na sua abrangência, 
de modo que o aluno utilize a língua em contextos reais de interação. Só assim, ele será 
capaz de interagir com variedades distintas da língua, inclusive a norma culta, que é a 
privilegiada pela sociedade.
“Língua e gramática podem ser uma solução se soubermos ir adiante, muito além 
da gramática; muito além até mesmo da língua, para alcançar a nós mesmos e aos 
vestígios mais sutis da cultura, da história, dos discursos todos que teceram e tecem 
os versos de cada um.
Teríamos cumprido a missão tão sonhada de fazer a travessia do ensino de línguas sem 
tantas pedras no caminho!”.
ANTUNES, 2007, p. 161.
É neste sentido, que pretendemos direcionar este estudo, explicitando novas 
metodologias para a prática de produção de textos, que não se reduzam a simples técnicas. 
Pretendemos banir a pedagogia obsoleta da “expressão escrita”, em que se exercitam noções 
gramaticais e desenvolvem-se temas de “redação”, pré-estabelecidos pelo professor(a).
Gramática
A gramática, sozinha, é 
incapaz de preencher as 
necessidades interacionais 
de quem fala, escuta, 
ler ou escreve textos 
(ANTUNES, 2007, 
p. 51-52).
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual �
Atividade 1
1
2
Vamos refletir um pouco mais sobre o que o processo de escrever?
Imagine a seguinte situação:
Você precisa produzir um texto sobre a transposição do rio São 
Francisco para compor uma importante revista nacional.
Que procedimentos você deverá assumir para cumprir essa tarefa, de 
modo que seu texto fique pronto para ser publicado? 
Com base em nossos estudos sobre a produção de gêneros textuais, 
avalie sua resposta e verifique se você contemplou todos os elementos 
adequadamente. A que resultado você chegou?
1.
2.
su
a 
re
sp
os
ta
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual� Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Atividade 2: 
Vamos trabalhar um pouco mais e ver como funcionam essas etapas.
1. Leia as três situações a seguir, em relação a uma proposta de produção textual, e 
identifique a que etapa cada uma se adequa. Justifique sua resposta.
Aqui deve ter 3 linhas para resposta
Aqui deve ter 3 linhas para resposta
Aqui deve ter 3 linhas para resposta Continuando nossa conversa...
Pressupondo a linguagem como atividade discursiva, produzir textos é uma atividade 
dialógica e interacional, resultado da interação sujeito/interlocutor.
Nesse sentido, enfoques diferenciados têm sido discutidos e investigados no âmbito da 
produção textual. Passa-se a refletir sobre as práticas de letramento que têm lugar na escola 
e fora dela, em diferentes esferas de circulaçãoda escrita e da linguagem.
É preciso, pois, que a sala de aula seja um espaço instigante para a produção de textos 
variados e que o professor crie situações e provoque no aluno, por meio dessa atividade, 
formas de interagir com o mundo. É no espaço de interlocução que se constituem os sujeitos 
e a linguagem.
A construção do texto como processo
O texto escrito não é uma atividade solitária, como já se propagou por algum tempo.
Koch (1997, p. 22) defende a posição de que
a) a produção textual é uma atividade verbal, a serviço de fins sociais e, portanto, inserida 
em contextos mais complexos de atividades;
b) trata-se de uma atividade consciente, criativa, que compreende o desenvolvimento de 
estratégias concretas de ação e a escolha de meios adequados à realização dos objetivos; 
isto é, trata-se de uma atividade intencional que o falante, de conformidade com as 
condições sob as quais o texto é produzido, empreende, tentando dar a entender seus 
propósitos ao destinatário através da manifestação verbal;
c) é uma atividade interacional, visto que os interactantes, de maneiras diversas, se acham 
envolvidos na atividade de produção textual.
Os estudos mostram que a produção escrita deve ser uma atividade organizada em 
quatro níveis de operações:
a) o planejamento
b) a textualidade
c) a revisão
d) a reescrita ou refacção
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual �
Revisão
Planejamos 
cuidadosamente o nosso 
texto para assegurar 
que o leitor compreenda 
nossas idéias sem precisar 
de mais explicações, 
pois não temos o apoio 
do contexto, ou seja, 
não podemos resolver 
dúvidas imediatamente, 
não dispomos de 
recursos como gestos, 
voz, expressões faciais ( 
GARCEZ, 2002, p. 74). 
Higienização
A “higienização do texto” 
consiste em eliminar os 
“erros gramaticais” e 
analisar o texto apenas no 
nível da transgressão da 
norma.
Atividade 2
Vamos trabalhar um pouco mais e ver como funcionam essas etapas.
Leia as três situações a seguir, em relação a uma proposta de produção textual, 
e identifique a que etapa cada uma se adequa. Justifique sua resposta.
Procedimento 1:
Leia o texto que você produziu e
a) revise-o, observando os problemas caso existam;
b) peça ao professor para ler e indique as alterações necessárias;
c) reescreva seu texto, seguindo os critérios dados no planejamento.
O planejamento é o pré-requisito de todo o trabalho. Supõe o emprego de capacidades 
cognitivas gerais e variadas entre os pólos da seleção e organização das idéias. A textualização 
agrupa todas as operações de determinação e estruturação propriamente lingüísticas da 
etapa de planejamento. A revisão que propicia o reexame crítico do texto produzido e a 
possibilidade de modificações, levando a operações de adequação definitiva. Finalmente, a 
essa possibilidade de modificações e adequação definitiva, nós damos o nome de reescrita 
ou refacção do texto. Assim, você refaz o texto, dando a legibilidade necessária para que seu 
destinatário construa sentidos para o que você escreveu.
Quem já não precisou “passar a limpo” algum texto? É justamente essa prática que 
dá legibilidade ao texto, sem necessariamente passar pelo processo de “higienização” feita 
pelos professores, ao corrigirem os textos escolares, detendo-se apenas a apontar “erros” 
de superfície lingüística, ou seja, de ordem gramatical. 
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual� Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Procedimento 2:
Na hora de produzir, fique atento:
a) aos objetivos do texto;
b) ao assunto que vai tratar;
c) ao leitor provável; 
d) ao nível de linguagem que deve ser usado;
e) ao formato do texto.
Procedimento 3:
Algumas atitudes podem ajudar no processo de produção textual:
a) construir um parágrafo para desbloquear e depois ir desenvolvendo as 
idéias ali expostas;
b) ler e organizar a idéia principal e as secundárias em frases isoladas para 
depois interligá-las;
c) cuidar da linguagem escrita, conforme a norma culta.
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual �
Atividade 3
Vamos aprofundar nosso estudo sobre o processo de produção textual.
Nossa tarefa é criar uma situação de produção textual. Agora, o trabalho de 
criação é seu. Nesse caso, considerando nossos estudos: 
a) crie uma situação de produção textual, levando em conta o processo de 
planejamento e textualidade para um gênero de sua preferência. Seja 
criativo e crítico, observando todos os aspectos para que sua atividade 
fique completa;
Um pouco mais de conversa...
A o construir um texto, o escritor faz uso de diferentes tipos de conhecimentos e produz textos para interagir com outros indivíduos dentro de determinados contextos sociais. Além disso, ao interagir com outros indivíduos, o escritor faz também uso de 
conhecimentos sobre mecanismos de interação.
Desta forma, ao vivenciar o processo de escrita, o escritor observa que escrever não 
é resultado de uma inspiração divina, mas que para escrever adequadamente, conforme 
propósitos definidos, quem escreve constrói os sentidos necessários para aquilo que quer 
enunciar. Por isso, ele deve ler e reler o que escreveu, organizar e reorganizar as idéias, identificar 
os problemas gramaticais e compor o texto, de modo que corresponda aos objetivos iniciais.
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual� Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Importante – guarde a primeira versão de sua produção textual. 
Você vai precisar para a atividade 4.
Bilhetes
Lembre-se de consultar 
as instruções sobre 
a produção de 
bilhetes na aula 9
b) produza o texto que você sugeriu no item anterior. Você deve reler seu 
texto e fazer alterações caso necessário. 
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual �
Ampliando nossa conversa...
A revisão e a reescrita
A noção de escrita na perspectiva de produto cria no escrevente uma visão limitada 
sobre o ato de escrever, tendo em vista que o texto passa a ser julgado e avaliado, levando 
em consideração, em geral, aspectos formais lingüísticos e características superficiais. As 
avaliações são feitas mais em termos de sentenças do que de conteúdos.
Ao escrevente é negada a possibilidade de revisar o texto e reescrevê-lo, principalmente, 
em sala de aula. Nesse caso, o professor se coloca, como um juiz implacável, que dita 
comportamentos lingüísticos, sem considerar a intenção de quem escreveu e a relação com 
seu destinatário.
Na escrita como processo, o foco não é o texto como produto final, mas o processo, 
que deve ter levar em consideração a situação da enunciação e as condições discursivas que 
são determinantes na função da linguagem, de seu significado e de sua interpretação. Quem 
escreve deve ter clareza sobre seus objetivos, de sua audiência e da necessidade de interagir 
com seu destinatário para que ele construa significados. Além do mais, nessa visão, o texto 
é produzido imerso numa situação social de produção definida.
Essa concepção enfatiza a importância da revisão, investido no potencial do escritor 
e no sucesso da reescrita, que permite ao escritor um redirecionamento de suas idéias. 
A escrita é vista numa perspectiva global, efetivando mudanças que reordenam o todo ou 
atingem segmentos do discurso.
Dessa forma, a escrita é uma construção que se processa na interação e a revisão é um 
momento que demonstra a vitalidade desse processo construtivo.
Assim, o ato de escrever, como já afirmamos em aulas anteriores, deixa de ser considerado 
um “dom” e passa a ser concebido como uma produção textual, que exige trabalho, e não, 
inspiração. Uma aprendizagem, por meio do trabalho da reescrita, demonstra a dimensão 
das múltiplas possibilidades de realização da linguagem, resultado do texto original e dos 
textos dele decorrentes.
A revisão e a reescrita do texto são alternativas que poderão serbem sucedidas, 
contrapondo-se às formas mais tradicionais de redação escolar, cujo resultado poderá ser 
visto como uma matriz de problemas e soluções.
Produzir textos, seguindo essa orientação é estar aberto a operações de auto-correção, 
tais como:
a) substituição
b) apagamento
c) deslocamento
d) acréscimo
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual10 Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual
PRÁTICA SOCIAL DE ESCRITA
Contexto da produção do texto
Assunto
Motivação
Necessidade
Idéia de leitor
Texto em processo de construção ou já produzido
Processamento
geração
Escrita
versões
Reescrita
releituras
ORGANIZAÇÃO REVISÕES
Memória
Assunto
Língua
Gêneros
Monitoração
Avaliação constante do processo
Ao revisar um texto, podemos substituir termos, insistentemente usados, por outros, 
que se adeqüem melhor ao contexto de produção. Podemos, também, apagar ou deletar 
termos que decidimos retirar do texto para melhorar o sentido dos enunciados. Podemos, 
ainda, deslocar termos que por alguma razão não devem estar naquele local e, finalmente, 
podemos acrescentar termos para ampliar nossas idéias, dando maior consistência 
ao que queremos enunciar.
Como afirma Garcez (2002), na produção de textos há idas e vindas e todas 
essas ações estão profundamente articuladas ao contexto em que se originou e em 
que acontece a produção.
O quadro abaixo sintetiza com clareza esse processo.
Para tanto, essa autora recomenda que nesse processo é preciso:
n  enfatizar as idéias principais;
n  reordenar as informações;
n  substituir idéias inadequadas;
n  eliminar idéias desnecessárias;
n  alcançar maior exatidão para as idéias;
n  acrescentar exemplos, conceitos, citações, argumentos;
n  eliminar incoerências;
n  estabelecer hierarquia entre as idéias;
n  criar vínculos entre uma idéia e outra.
GARCEZ, 2002, p. 18
Como você deve ter percebido, escrever exige esforço, disciplina, atenção e paciência. 
Ninguém escreve por simples inspiração e todo bom produtor de texto deve procurar rever sua 
primeira versão para depois de muitas releituras e reescritas, escrever a versão definitiva.
FONTE: GARCEZ, 2002, p. 1
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual 11
Atividade 4
Vamos revisar nossa produção textual.
1) Seguindo as orientações de revisão e reescrita, releia a primeira versão do texto que você 
produziu na atividade 3.
Reveja sua produção textual e analise-a.
Siga este roteiro para sua revisão:
n   Organize as idéias de forma seqüenciada.
n   Use a linguagem adequada (formal ou informal), conforme o gênero textual produzido.
n   Observe se as características do gênero textual atendem à forma composicional 
adequada.
n   Veja se você escreveu, levando em conta o destinatário de seu texto.
n   Verifique inadequações lingüísticas de ordem gramatical (pontuação, concordância, 
ortografia, regência).
2) Reescreva, então, uma segunda versão do texto.
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual12 Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual
3) Faça uma auto-avaliação, verificando o seu progresso como escritor.
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual 1�
Após a atividade de reescrita, você deve ter concluído que nesse processo foi necessário:
n  tentar conhecer e analisar o seu próprio processo de produção de texto;
n  afastar o desânimo se a primeira versão do texto não for satisfatória;
n  cultivar a paciência;
n  compreender que várias releituras garantem o aperfeiçoamento do texto;
n  reconhecer que reescrever é o processo natural de construção de um bom texto;
n   mostrar para outra pessoa e aceitar sugestões, pois é uma prática muito produtiva.
GARCEZ, 2002, p. 21.
Concluindo nossa conversa...
N o trabalho com a produção de textos, é importante destacar que a criação e a articulação de espaços de interlocução são fundamentais como condição para o processo de produção textual. Nesse processo, o aluno precisa vivenciar ou supor 
situações significativas de linguagem e, em função dessas situações, escolher os recursos 
lingüísticos-discursivos necessários à composição textual.
Sendo assim, é bom lembrar que nesse trabalho é preciso oportunizar situações de escrita 
como uma prática social. Para isso, faz-se necessário possibilitar a produção de diversos 
gêneros textuais, levando em consideração as condições de produção e tendo em vista que o 
escritor deve usar os procedimentos de planejamento, escrita, revisão e reescrita. 
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual1� Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Resumo
Leituras complementares
Sugerimos como leituras fundamentais para o aprofundamento da conversa que 
iniciamos nesta aula:
SALVADOR, A. e SQUARISI, D. A arte de escrever bem. São Paulo: Contexto, 2004.
Este livro, inicialmente destinado a jornalistas e profissionais do texto, é claro e bem 
humorado. Donas de texto impecável, agradável e atual, Dad Squarisi e Arlete Salvador 
mostram como é possível redigir de modo adequado e elegante. As autoras destacam, assim, 
que escrever é uma atividade fundamental.
PERROTA, C. Um texto pra chamar de seu: preliminares sobre a produção do texto acadêmico. 
São Paulo: Martins Fontes, 2004.
O livro é uma contribuição para a produção de trabalhos acadêmicos sem fórmulas 
mágicas ou padronizadas que visem à eliminação das dificuldades inerentes a esse processo 
de produção. A autora discute aspectos importantes de cada momento da elaboração do texto 
acadêmico e apresenta dez atividades de escrita com o objetivo de possibilitar que o autor do 
texto acadêmico crie e desenvolva capacidades lingüísticas em várias situações discursivas.
Vimos nesta aula que a escola tem como função primeira ensinar o aluno a 
ler e a escrever. No entanto, verificamos que na sala de aula o ato de escrever, 
tradicionalmente, era ensinado de maneira mecânica, vendo essa atividade 
como um produto acabado, na qual o aluno era punido por observações apenas 
de erros gramaticais e de superfície do texto. Numa outra perspectiva, a prática 
de produção textual é um processo em que devem ser observadas as etapas de 
planejamento, textualização, revisão e reescrita. O texto passa a ser visto por 
outro ângulo e o produtor de texto pode se auto-avaliar, relendo seu próprio 
texto com olhos, também, de leitor. Nesse processo, é preciso vivenciar ou supor 
situações significativas de linguagem e, em função dessas situações, escolher 
os recursos lingüísticos-discursivos necessários à composição textual.
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual 1�
Escrever um gênero textual é considerar o processo de planejamento, 
escrita, revisão e reescrita.
Auto-avaliação
Leia as afirmações a seguir e teça comentários.
Seus comentários ajudarão você a identificar os pontos positivos de sua 
aprendizagem e também os aspectos que você ainda deverá melhorar. Assim, 
avalie seu desempenho como aluno nesta aula.
Produzir um texto significa vivenciar situações de uso da linguagem.
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual1�
Referências
ANTUNES, I. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola. 2003.
_____. Muito além da gramática: por um ensino de língua sem pedras no caminho. São 
Paulo: Parábola, 2007.
BUNZEN, C. e MENDONÇA, M. (Orgs.) Da era da composição à era dos gêneros: o ensino 
de produção de textos no ensino médio. In: Português no ensino médio e formação do 
professor. São Paulo: Parábola, 2006, p. 139-161.
GARCEZ, L. H. do. Técnica de redação: o que é preciso saber para bem escrever. São Paulo: 
Martins Fontes, 2002.
_____. A escrita e o outro: os modos de participação na construção do texto. Brasília, 
Editora UnB, 1998.
GOMES-SANTOS, S. N. Recontando histórias na escola: gêneros discursivos e produção 
escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
KOCH, I. G. V. Desvendandoos segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2003.
_____. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.
Anotações
Aula 10  Leitura, Interpretação e Produção Textual
SEB/SEED

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