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Brasília-DF. 
Construção de Projetos e 
eduCação ambiental
Elaboração
Aline Sabbi Essenburg
Rogério de Moraes Silva
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ..................................................................... 6
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
PARA VER OU REVER .......................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
REVENDO ALGUNS FATOS HISTÓRICOS ................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
CONCEITOS, OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................... 13
UNIDADE II
NOÇÕES DE METODOLOGIA DE PESQUISA PARA COMPOSIÇÃO DE DIAGNÓSTICOS ............................ 17
CAPÍTULO 1
ASPECTOS GERAIS DE METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................... 17
CAPÍTULO 2
O PROCESSO DE PESQUISA ................................................................................................... 19
UNIDADE III
ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS .................................................................................. 25
CAPÍTULO 1 
ASPECTOS GERAIS DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS .................................... 25
CAPÍTULO 2
PROPOSIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE PLANEJAMENTO ................................................................ 27
CAPÍTULO 3
INDICADORES AMBIENTAIS PARA PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS EM EMPRESAS ......................... 33
UNIDADE IV
INTERFACE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA ................................................................................ 36
CAPÍTULO 1 
CIDADANIA LOCAL ............................................................................................................... 36
CAPÍTULO 2
CIDADANIA GLOBAL ............................................................................................................. 39
PARA (NÃO) FINALIZAR ...................................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 45
ANEXO A
LEI NO 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999 ............................................................................................... 47
ANEXO B
DECRETO NO 4.281, DE 25 DE JUNHO DE 2002 ..................................................................... 54
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
O ambiente é um todo uno e, portanto, não divisível em partes isoladas.
A degradação ambiental está diretamente ligada à degradação das condições de vida do homem 
contemporâneo. Os problemas ambientais não são problemas isolados, eles estão inseridos na rede 
complexa da pós-modernidade, cuja melhor definição ainda é a crise, ou, o esgotamento dos modelos 
modernos de ciência e de sociedade. Este diagnóstico torna evidente que o problema ambiental não 
deve ser tratado isoladamente. A criação de projetos ambientais não pode esquecer que o homem 
é parte do ambiente, e toda iniciativa preservacionista tem que envolver o homem, tanto como o 
agente, como o próprio ambiente.
As mudanças que se fazem necessárias não apenas dizem respeito às respostas a antigas indagações, 
como aquelas que passam a centralizar as preocupações contemporâneas de caráter científico 
motivadas pelo avanço tecnológico, pela intensidade de novas demandas do conhecimento e pelas 
revoluções no campo da informação, das telecomunicações, da biotecnologia. Para Leff (2003), 
a crise ambiental é, sobretudo, um problema de conhecimento, em meio à complexidade do 
mundo e do próprio ser, o que implica a necessidade de desconstruir e reconstruir o pensamento, 
buscando entender as origens, compreender as causas e desvendar as certezas embasadas em falsos 
fundamentos. Isso se faz fundamental, sobretudo quando se constata que o pensamento encontra-se 
influenciado pelo comportamento humano, afetando as maneiras de pensar, que vão se direcionar 
muito mais para aquilo que é considerado útil e material.
Para mudar atitudese comportamentos não bastam informações, conceitos e tecnologias. É preciso 
rever valores, mexer com sentimentos, promover a autoestima das pessoas e, então, devolver a elas 
a autoria da própria história e a perspectiva de um futuro sustentável. Além de conceituar-se como 
estudo científico das características da interação entre o homem e a natureza, a educação ambiental 
é um processo no qual se valoriza o ambiente em que se vive, incorporando a dimensão histórica, 
socioeconômica, política e cultural. Nesse processo contínuo, devem-se adquirir habilidades, 
valores, experiências, conhecimentos e consciência ecológica, o que propicia ao indivíduo condições 
para agir individual e coletivamente. 
Diversos documentos e agendas têm sido elaborados, refletindo as preocupações com essas questões, 
mas continua a existir um enorme distanciamento entre o plano das intenções e a efetivação das 
ações necessárias e urgentes de serem implementadas. Desde a Conferência de Estocolmo, em 
1972, destacando-se Tbilisi, em 1977, passando pelo Relatório Bruntland, em 1987, pela Rio-92 e 
chegando à Lei nº 9.795/1999, que institui a Política Ambiental e normatiza a Educação Ambiental 
em nosso País, temos constatado um descompasso entre o proclamado e o realizado no cotidiano 
das práticas políticas, em seus diferentes níveis e locais de ação.
9
A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental aos Países-Membros, realizada em 
Tbilisi, na Geórgia, em 1977, considerava que as mudanças institucionais e educacionais necessárias 
à incorporação da educação ambiental aos sistemas nacionais de ensino não deveriam basear-
se unicamente na experiência, mas também em pesquisa e avaliações que tivessem por objetivo 
melhorar as decisões da política de educação. E assim recomendou aos governos:
 » que traçassem políticas e estratégias nacionais que promovessem os projetos de 
pesquisa necessários à educação ambiental e incorporassem seus resultados ao 
processo geral de ensino por meio dos cursos adequados;
 » que efetuassem pesquisas sobre:
 › metas e os objetivos da educação ambiental;
 › estruturas institucionais que influem nas necessidades ambientais;
 › conhecimentos e atitudes dos indivíduos, bem como os obstáculos que se opõem 
às modificações dos conceitos, valores e atitudes das pessoas e que são inerentes 
ao comportamento ambiental;
 » que pesquisassem as condições em que poderia fomentar o desenvolvimento da 
educação ambiental.
A educação ambiental no Brasil segue uma série de princípios, formalmente reunidos num documento 
denominado Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade 
Global. Todavia, os projetos só funcionam de fato quando contam com educadores capazes de tocar 
o coração de crianças, jovens ou adultos, de mostrar que eles têm poder para sacudir velhos hábitos 
e de incentivar os brasileiros, mesmo os mais simples, a perceberem a riqueza da própria cultura 
e do ambiente onde vivem. Aos poucos, com a autoestima elevada, eles aprendem a trabalhar de 
forma mais sustentável e a promover a melhoria de qualidade vida com conservação ambiental.
Definir o objeto de estudo, delimitar a área de abrangência e, sobretudo, definir procedimentos 
metodológicos passou a ser algo extremamente crítico nas ciências ambientais, uma vez que elas 
abrangem ampla gama de objetos: rochas, solo, atmosfera, água, organismos vivos, as relações entre 
esses fatores e as atividades humanas. Isso significa que as ciências ambientais envolvem tanto as 
chamadas ciências físicas como as biológicas e sociais.
Objetivos
 » Adquirir noções de metodologia de pesquisa para a composição de diagnósticos em 
educação ambiental.
 » Ampliar a compreensão de aplicação de técnicas científicas e proposição de projetos 
para problemas ambientais.
 » Compreender a interface entre educação ambiental e cidadania local e global. 
10
11
UNIDADE IPARA VER OU REVER
CAPÍTULO 1
Revendo alguns fatos históricos
Para compreender o atual pensamento em torno da educação ambiental e as teorias vigentes, alguns 
textos e eventos são elucidativos, como, por exemplo:
 » o livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, uma obra narrativa sobre a crise 
global. Neste livro, a autora afirma que o uso indiscriminado de agrotóxicos, além 
de acarretar sérios riscos de câncer e outras doenças, prejudicaria o planeta a ponto 
de os pássaros deixarem de cantar na primavera;
 » conclusões da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano 
(CNUMAH), em Estocolmo, em junho de 1972, em que se evidenciou a 
responsabilidade com relação à proteção e à melhoria do ambiente em toda sua 
dimensão humana, em decorrência da qual todos os países membros começaram 
a promover programas, visando a atingir tais objetivos. Uma resolução importante 
da Conferência de Estocolmo foi a de que se deve educar o cidadão para a solução 
dos problemas ambientais. Podemos então considerar que aí surge o que se 
convencionou chamar de Educação Ambiental;
 » resultados do seminário de Tammi (Finlândia), que deu origem aos Princípios da 
Educação Ambiental. Esse seminário considerou a educação ambiental não como 
uma matéria separada do currículo escolar e sim como algo integrante e permanente 
do currículo;
 » as conclusões do Encontro Internacional em Educação Ambiental, ocorrido em 
Belgrado (Sérvia), iniciativa da UNESCO. Nesse encontro, foi criado o Programa 
de Educação Ambiental (PIEA), que formulou alguns princípios orientadores, entre 
eles, a educação ambiental continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças 
regionais e voltada para os interesses nacionais;
 » o relatório de Tbilisi (Geórgia), da Conferência Intergovernamental de Educação 
Ambiental organizada pela UNESCO, em que se definiram os objetivos, as 
características da Educação Ambiental, assim como as estratégias pertinentes 
12
UNIDADE I │ PARA VER OU REVER
no plano nacional e internacional. Nessa conferência, decidiu-se que a Educação 
Ambiental deve abranger pessoas de todas as idades e níveis de ensino;
 » a Lei Federal no 6.938/1981 sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins 
e mecanismos de formulação e execução. Em um de seus princípios, a lei refere-
se à “inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa 
do meio ambiente”;
 » as conclusões da Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável, a Rio-92, realizada no Rio de Janeiro em julho de 1992. A Rio-92, 
em termos de Educação Ambiental, corroborou com as premissas de Tbilisi e 
acrescentou a necessidade de concentração de esforços para a erradicação do 
analfabetismo ambiental e para as atividades de capacitação de recursos humanos 
para a área;
 » as conclusões da Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: 
Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade, realizada em dezembro 
de 1997, promovida pela UNESCO em Tessalônica (Grécia), nas quais foi conhecido 
o desenvolvimento insuficiente da EA desde a Rio-92;
 » a Lei Federal nº 9.795/1999, que instituiu a Política Nacional de Educação 
Ambiental (Anexo I), que estabelece os princípios, objetivos e finalidades da 
educação ambiental, destaca a incorporação da especialização de educadores em 
todos os níveis de ensino e aponta a educação ambiental como um componente 
essencial e permanente da educação nacional.
 » o Decreto no 4.281/2002 (Anexo II) que regulamenta a Lei no 9.795/1999. Este 
Decreto em seu Art. 1o diz que “a Política Nacional de Educação Ambiental será 
executada pelos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA, pelas instituições 
educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, pelos órgãos públicos 
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo entidades não 
governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e demais segmentos 
da sociedade”.
13
CAPÍTULO 2
Conceitos, objetivos e princípiosda 
Educação Ambiental
Conceitos
O conceito de Educação Ambiental varia em interpretações, de acordo com cada contexto, conforme 
a influência e vivência de cada um.
Na I Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental em Tbilisi, Geórgia, 1977, a 
Educação Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da Educação, 
orientada para a solução dos problemas concretos do meio ambiente, por meio de enfoques 
interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade.
A definição oficial de Educação Ambiental, do Ministério do Meio Ambiente é:
Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos 
e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem 
conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os 
tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas 
ambientais presentes e futuros.
De acordo com a Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, art. 1o:
Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo 
e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, 
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de 
uso comum ao povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
As definições de educação ambiental estão relacionadas com o processo evolutivo do conceito de 
meio ambiente e a maneira como este é percebido ao longo dos tempos.
São várias as definições e todas se completam. De forma geral, Educação Ambiental pode 
ser conceituada como um processo de ensino–aprendizagem em que o indivíduo adquirirá 
conhecimentos e esclarecimentos sobre o meio ambiente, sua relação de interdependência e a forma 
como essa relação o afeta, buscando promover sua sustentabilidade mediante ações educativas, de 
informação e comunicação, visando a deixar um legado para gerações futuras.
Objetivos
A Educação Ambiental tem como objetivo geral mostrar ao ser humano a complexa natureza do 
meio ambiente, que resulta da interação dos seus aspectos biológicos, físicos, sociais e culturais. 
14
UNIDADE I │ PARA VER OU REVER
Portanto, ela deve criar para o indivíduo e para a sociedade meios para entender como estes diversos 
elementos se relacionam, e promover uma utilização mais reflexiva e consciente dos recursos 
naturais atendendo as necessidades da humanidade.
O art. 5o da Lei no 9.795/1999 traz os objetivos fundamentais da Educação Ambiental:
I – o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente 
em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, 
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e 
éticos;
II – a garantia de democratização das informações ambientais;
III – o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a 
problemática ambiental e social;
IV – o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, 
na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da 
qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
V – o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro 
e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente 
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, 
democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI – o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII – o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e 
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.
Apesar do tempo decorrido da Conferência de Tbilisi, muito das orientações consolidadas nesse 
evento continua norteando a EA em várias partes do mundo. Uma dessas orientações diz respeito à 
questão das finalidades da EA que são as seguintes.
 » Ajudar a fazer compreender, claramente, a existência da interdependência 
econômica, social, política e ecológica nas zonas urbanas e rurais, pois facilita os 
meios de interpretação, a fim de promover um uso mais consciente, ponderado e 
cauteloso dos recursos naturais para a satisfação das necessidades humanas.
 » Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos, 
os sentidos dos valores, as atitudes, o interesse ativo, necessários para proteger 
e melhorar o meio ambiente, divulgando informações sobre modelos de 
desenvolvimento que não o prejudiquem.
 » Induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade 
a respeito do meio ambiente, por meio da responsabilidade de cada um, envolvendo 
uma coletividade em prol de uma qualidade do meio natural, social e cultural, sem 
colocá-lo em risco.
15
PARA VER OU REVER │ UNIDADE I
Todas essas finalidades devem ser adaptativas às diversas realidades socioculturais, econômicas e 
ecológicas das sociedades, comunidades e regiões existentes em nosso planeta, principalmente as 
metas do seu desenvolvimento.
Princípios
Vários autores enumeram os princípios básicos para se ter uma Educação Ambiental de qualidade. 
Resumindo, são enumerados três desses, que abrangem todos os outros.
O primeiro princípio considera o meio ambiente em sua totalidade, respeitando os aspectos 
naturais, os transformados, os tecnológicos, histórico-culturais. Na Conferência de Estocolmo foram 
considerados apenas o ambiente, a fauna e a flora e os aspectos abióticos: como pH, temperatura, 
salinidade e outros. Hoje são considerados meio ambiente os aspectos bióticos, abióticos, mais a 
cultura humana como: tecnologia, construções, artes, religiões, o que leva a Educação Ambiental 
a ter uma visão holística, isto é, uma área de abrangência integral, atribuindo uma importância 
significativa a todos os aspectos da vida.
O segundo princípio aplica um enfoque multidisciplinar à Educação Ambiental, aproveitando 
o conteúdo específico de cada disciplina, adquirindo uma perspectiva ampla. Pela própria 
complexidade natural do ambiente e pelas suas múltiplas interações, a Educação Ambiental não 
poderia estar relacionada apenas a uma disciplina, como era antes (associada a Ciências), mas deve 
estar transversalmente em todas.
O terceiro e último princípio da Educação Ambiental concentra e examina as questões ambientais, 
do ponto de vista local, regional, nacional e internacional de modo que os educandos consigam 
identificar, além dos tipos de degradação, os tipos de conservação numa visão global. Infelizmente, 
esse é um dos princípios que não é considerado na maioria das vezes em âmbito nacional, pois o que 
se observa é que os únicos recursos de que dispõem os professores, são os livros didáticos. Esses, 
por sua vez, não tratam de assuntos da realidade local, em que está inserida a escola. Os alunos 
precisam conhecer primeiramente os problemas ambientais que os circundam, para depois ampliar 
esse campo de visão, levando-os a perceber primeiramente o seu interior, em seguida o que está a 
sua volta, como a sua família, sua escola, seu trabalho, e finalmente, sua rua, sua quadra, sua cidade, 
sua região, seu país, até chegar à globalidade.
Para que haja uma Educação Ambiental de qualidade é necessário fomentar ações de cooperação, 
entre todos os cidadãos, os grupos sociais e as instituições, pois todos os processos ecológicos se 
interdependem numa teia de interações, e os homens não são os únicos beneficiários nem os donos 
do planeta. Daí pensar-se em um desenvolvimento econômico e social, baseado em um novo modelo: 
o sustentável, que é também um dos objetivos da Educação Ambiental. Dessa forma, os indivíduos 
e a sociedade terão a sua percepção ampliada e internalizarão conscientemente a necessidade de 
mudanças.
16
UNIDADE I │ PARA VER OU REVER
Esses são alguns dos princípios da Educação Ambiental, que resultam numa ação prática, atuante, 
que adota uma postura de tomada de decisões, ou seja, a proposta de um novo estilo de vida.
Nota-se que os objetivos, os princípiose as finalidades da Educação Ambiental têm muito em 
comum, o que nos permite concluir que todos esses “conceitos” estão interligados e que a Educação 
Ambiental só será efetiva quando todos os conceitos e ações forem aplicados de forma convergente.
17
UNIDADE II
NOÇÕES DE 
METODOLOGIA 
DE PESQUISA PARA 
COMPOSIÇÃO DE 
DIAGNÓSTICOS
CAPÍTULO 1
Aspectos gerais de metodologia de 
pesquisa
A crise ecológica é a crise do nosso tempo. O risco ecológico questiona o 
conhecimento do mundo. Esta crise se apresenta a nós como um limite no real 
que re-significa e re-orienta o curso da história: limite do crescimento econômico 
e populacional; limite dos desequilíbrios ecológicos e das capacidades de 
sustentação da vida; limite da pobreza e da desigualdade social. Mas também 
crise do pensamento ocidental: da “determinação metafísica” que, ao pensar o 
ser como ente, abriu a via da racionalidade científica e instrumental que produziu 
a modernidade como uma ordem coisificada e fragmentada, como formas de 
domínio e controle sobre o mundo. (ENRIQUE LEFF)
A atualidade, pautada em processos sociais democráticos, nos traz como desafio a emergência de um 
novo paradigma de sociedade e cultura, o que implica mudança de mentalidade, que vai ocasionar 
modificações nas relações sociais e nas formas de organização, requerendo novas respostas às 
questões dos diferentes campos: político, social, econômico, ecológico, cultural e, sobremaneira, no 
campo educativo, espaço político-pedagógico em que se trabalham mentalidades e posturas.
De acordo com os pressupostos descritos pela Educação Ambiental (organizados historicamente 
através das diversas Conferências existentes, tais como: Conferência de Estocolmo, Conferência de 
Belgrado, Conferência de Tbilisi, Conferência de Moscou e Rio-92), o planejamento das ações deve 
ser do tipo participativo, ou seja, todos os sujeitos envolvidos devem contribuir de forma a facilitar 
a compreensão e atuação sobre a realidade a ser explorada, tendo assim, no exercício da cidadania, 
uma participação ativa na elaboração teórica e prática das ações para a superação dos problemas 
diagnosticados.
18
UNIDADE II │ NOÇÕES DE METODOLOGIA DE PESQUISA PARA COMPOSIÇÃO DE DIAGNÓSTICOS
A metodologia participativa pressupõe que os conteúdos das diferentes áreas de conhecimento são o 
ponto de partida para a reelaboração dos conceitos, de forma que o conhecimento reelaborado seja 
aplicado à realidade com o intuito de transformá-la. Essa transformação se dá quando o equilíbrio 
local é atingido em razão da modificação na relação homem-natureza, permitindo uma relação mais 
integrada e uma abertura de consciência por parte dos sujeitos.
A educação ambiental toca o lado sensível das pessoas, valoriza o lado artístico normalmente 
desvalorizado e é um desafio permanente, porque o processo precisa ser contínuo. O primeiro passo 
é mostrar às pessoas que é possível, que elas podem transformar a própria imagem e ir galgando 
patamares até se perceberem capazes de mudar atitudes para sobrevivermos todos e o planeta 
também. Os mais diversos setores de uma região devem se reunir para discutir os problemas e 
propor acordos e soluções.
Atualmente, os eventos que tratam da temática ambiental são importantes espaços de discussão e 
realização de atividades formativas por meio de cursos, grupos de trabalhos, oficinas entre outros. 
Lembrando que a educação ambiental deve estar presente em todos os ambientes: escolas, trabalho, 
praças, família e comunidade.
O modelo de desenvolvimento econômico baseado na exploração dos recursos 
naturais vem sinalizando para graves desequilíbrios no meio ambiente e para a 
deterioração da qualidade de vida das pessoas.
Essa discussão, que envolve preservação ambiental, de um lado, e progresso econômico, de outro – 
de crescimento infinito e associado à acumulação de capital –, abre campo para o questionamento 
quanto à incorporação da questão ambiental na elaboração das estratégias corporativas, 
influenciando nos processos decisórios das atividades econômicas e tornando-se, portanto, 
imperativa para o desenvolvimento capitalista.
As empresas, ao se interessarem pelas questões ambientais, passam a incorporá-las em seus 
planejamentos, em seus objetivos e até mesmo em suas filosofias corporativas, o que significa adotar 
uma postura ecologicamente responsável.
É importante ressaltar que, mediante os esforços empreendidos na luta pela preservação ambiental, 
por meio de instrumentos como os certificados ambientais, programas de educação ambiental, 
investimentos em melhorias de processos, entre outros, propicia ganhos tanto para a sociedade, no 
que concerne à melhoria de qualidade de vida, quanto para o meio ambiente, em face da preservação 
ambiental.
O grande desafio da humanidade com a questão ambiental consiste em encontrar 
a compatibilização da interferência econômica sobre as restrições ambientais, de 
modo a assegurar o desenvolvimento econômico, sem afetar ou degradar o meio 
ambiente, mas, preservá-la e renová-la, a fim de manter a sua biodiversidade, 
garantindo, desse modo, o direito que as gerações futuras também possuem de dela 
usufruir. 
19
CAPÍTULO 2
O processo de pesquisa
A pesquisa em Educação Ambiental tem por finalidade o levantamento de diversas informações 
sobre uma comunidade que apresenta deficiências, como por exemplo: falta de conhecimento da 
importância da participação ativa do cidadão na sua comunidade; importância do meio ambiente 
sadio, da reutilização de produtos passíveis de reciclagem, da geração de resíduos, do saneamento 
básico, entre outros. E permite diagnósticos das necessidades educacionais para posteriormente 
serem propostos projetos socioambientais que podem ser implantados efetivamente naquela 
comunidade para o equacionamento ou amenização do problema.
Pode-se definir pesquisa como o processo que tem como objetivo proporcionar respostas aos 
problemas propostos mediante procedimentos científicos. Uma atividade pode ser considerada 
pesquisa:
a. se a finalidade é a produção de um novo conhecimento ou sua consolidação;
b. se é conduzida com rigor e perspectiva crítica, o que supõe uma certa distância 
entre sujeito e objeto e, preferencialmente, uma confrontação de diversos olhares 
em Educação Ambiental;
Pode-se também dizer que pesquisa nada mais é do que a operacionalização do método científico. 
Como processo, a pesquisa envolve diferentes etapas intimamente relacionadas entre si: 
planejamento, coleta de dados, análise e interpretação dos resultados e redação de 
relatório.
O planejamento consiste na previsão das atividades a serem desenvolvidas ao longo do processo 
de pesquisa, bem como na tomada de providências para que essas ocorram de maneira adequada. O 
planejamento tem como finalidade fornecer respostas às questões: o que pesquisar, como, quando, 
onde e por quê.
No planejamento procede-se às seguintes etapas: formulação do problema, construção 
de hipóteses, operacionalização das variáveis, construção dos instrumentos de coleta 
de dados, estabelecimento do cronograma de pesquisa, especificação dos recursos 
humanos, materiais e financeiros requeridos etc. Todas essas etapas, por sua vez, 
integrarão o projeto de pesquisa, que é o documento que apresenta as decisões a serem tomadas 
ao longo da pesquisa.
Falar de planejamento é falar tanto da realidade atual como do futuro desejado, 
assim como dos caminhos possíveis entre ambos.
20
UNIDADE II │ NOÇÕES DE METODOLOGIA DE PESQUISA PARA COMPOSIÇÃO DE DIAGNÓSTICOS
Formulação do problema
O primeiro passo a ser dado em qualquer pesquisa é constituído pela formulação do problema, 
tarefa bem mais difícil do que geralmente se supõe. Considera-se problema tudo aquilo para o que 
ainda não se tem uma resposta. Por isso sugere-se que estes:
 » sejam expressos de maneira clara, precisa e concisa;
 » sejam delimitados a uma dimensão viável. Isso significa que devem ser circunscritos 
no tempo e no espaço;
 » sejamobjetivos. No âmbito do social, os problemas costumam vir permeados de 
valores.
Os problemas podem apresentar diferentes níveis de complexidade. Assim, pode-se definir que 
alguns problemas condizem a pesquisas descritivas, que têm como objetivo a descrição das 
características de uma população ou de um fenômeno.
Outros problemas condizem com pesquisas explicativas, que visam informar a respeito das 
causas ou fatores que influenciam na ocorrência de determinado fenômeno.
Construção de hipóteses
Quando um problema é formulado de forma a conduzir à identificação dos fatores que o determinam 
ou contribuem para sua ocorrência, torna-se necessário construir hipóteses. As hipóteses podem 
ser entendidas como o estabelecimento de uma relação potencial entre duas ou mais variáveis. 
Uma delas, conhecida como variável independente, é constituída pelo problema que está 
sendo investigado. As outras, conhecidas como variáveis dependentes, são fatores capazes de 
contribuir para a ocorrência do fenômeno.
Delineamento da pesquisa
A formulação do problema e a construção de hipóteses constituem uma etapa da pesquisa. Isso 
significa que, nessas etapas, o trabalho é essencialmente de natureza conceitual. Após a sua 
conclusão, entretanto, torna-se necessário confrontar esses conceitos com a realidade empírica. Daí, 
então, procede-se ao delineamento da pesquisa, que pode assumir diferentes formas: pesquisa 
experimental, levantamentos, estudo de caso, pesquisa-ação, pesquisa participante, 
entre outros.
Pesquisa experimental
A pesquisa experimental exige a reprodução dos fenômenos em condições controladas, por 
isso é pouco frequente no âmbito da educação ambiental. O grande número de variáveis a 
21
NOÇÕES DE METODOLOGIA DE PESQUISA PARA COMPOSIÇÃO DE DIAGNÓSTICOS │ UNIDADE II
serem consideradas, o caráter histórico dos fatos sociais e, sobretudo, as implicações éticas da 
experimentação tornam esse delineamento inviável na maioria dos casos.
Levantamentos
O levantamento caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja 
conhecer, constitui-se uma das modalidades mais utilizadas de pesquisa. De modo geral, os 
levantamentos valem-se dos procedimentos de amostragem e utilizam técnicas padronizadas de 
coletas de dados, como o questionário, a entrevista, a observação sistemática. Possibilitam 
o conhecimento direto da realidade, a obtenção de dados com economia e rapidez e sua 
quantificação.
Estudo de caso
O estudo de caso é caracterizado pelo estudo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir 
seu conhecimento amplo e detalhado. Fundamenta-se na ideia de que a análise de uma unidade 
de determinado universo possibilita a compreensão da generalidade deste ou, pelo menos, o 
estabelecimento de bases para uma investigação posterior, mais sistemática e precisa.
Pesquisa–Ação
É um tipo de pesquisa social realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de 
um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou 
do problema estão envolvidos do modo cooperativo ou participativo.
Essa modalidade de pesquisa é considerada alternativa, pois não se enquadra como procedimento 
rigidamente científico, de acordo com o modelo clássico de ciência. Mostra-se, no entanto, muito útil 
para a pesquisa em educação ambiental, uma vez que, frequentemente, tem como objetivo a solução 
de um problema prático ou o desenvolvimento de um projeto educativo. Além disso, a pesquisa–
ação, por requerer o envolvimento dos participantes representativos das organizações sociais ou da 
comunidade, favorece o trabalho posterior de implementação das ações.
Nessa proposta o relacionamento entre os objetivos práticos (equacionamento do problema, 
levantamento de soluções e proposta de ações correspondentes) e os objetivos de conhecimento 
(obtenção de informações que seriam de difícil acesso por meio de outros procedimentos), são 
referendados por procedimentos participantes. Essa proposta metodológica, quando bem conduzida 
a partir de um amadurecimento contínuo, pode vir a alcançar, simultaneamente, a resolução de 
problemas, a tomada de consciência e a produção de conhecimento.
Na pesquisa–ação, os pesquisadores reúnem dados, comprovações ou observações para denunciar 
situações de injustiças, equívocos ou danos ambientais e apresentam propostas de mudanças. 
Pesquisa–ação se orienta por um sistema de comunicação dialógica entre pesquisadores e grupo 
22
UNIDADE II │ NOÇÕES DE METODOLOGIA DE PESQUISA PARA COMPOSIÇÃO DE DIAGNÓSTICOS
social para a produção de um novo tipo de conhecimento que favorece a orientação da ação em 
um determinado contexto. Não existe um sujeito e um objeto de pesquisa, todos são sujeitos, 
participando ativamente para um determinado fim.
Pesquisa participante
A pesquisa participante aparece associada a uma postura comprometida com a conscientização 
popular. Responde especialmente às necessidades de populações que compreendem as classes 
mais carentes nas estruturas sociais contemporâneas (operários, camponeses, agricultores e índios) 
levando em conta suas aspirações e potencialidades de conhecer e agir. Esse tipo de pesquisa resgata 
para a comunidade o poder de pesquisar a si mesma.
Os objetivos gerais para o planejamento participativo em Educação Ambiental são: participação 
ativa dos sujeitos, unidade entre teoria e prática, realidade concreta como ponto de partida e a busca 
por atingir o fim mais amplo da educação.
Na pesquisa participante, os pesquisadores estabelecem relações comunicativas com pessoas ou 
grupos da situação investigada com o intuito de serem melhores aceitas.
Coleta de dados
Pesquisas em educação ambiental costumam valer-se de várias técnicas de coleta de dados. As 
mais usuais são: a observação espontânea, participante ou sistemática; a entrevista, o 
questionário, a história de vida, entre outros.
Observação
A observação pode ser entendida como o procedimento fundamental de coleta de dados em qualquer 
pesquisa empírica. Os demais procedimentos nada mais seriam do que derivados da observação. 
Para que seja entendida como procedimento científico, a observação precisa apresentar algumas 
características: deve servir a um objetivo claro, ser planejada e executada de maneira sistemática e 
ser submetida a controles.
Observação espontânea
O observador não se identifica perante os sujeitos envolvidos com o seu objeto de trabalho, 
permanece alheio à comunidade, ao grupo ou à situação que pretende estudar, observa os fenômenos 
que aí ocorrem. Apesar de sua informalidade, ela se coloca num plano científico, pois vai além da 
constatação dos fatos, na medida em que é seguida de um processo de análise e interpretação. Sua 
utilização é recomendada nas fases iniciais da pesquisa, com a finalidade de obter elementos para 
sua delimitação e construção de hipóteses.
23
NOÇÕES DE METODOLOGIA DE PESQUISA PARA COMPOSIÇÃO DE DIAGNÓSTICOS │ UNIDADE II
Observação participante
O pesquisador participa da vida da comunidade, do grupo ou da situação. A observação é 
pressupostamente assumida perante os sujeitos, que, por outro lado, podem modificar seus 
comportamentos durante a observação do pesquisador. Nesse caso, ele assume até certo ponto, 
pelo menos, o papel de um membro do grupo.
Observação sistemática
É frequentemente utilizada em pesquisas que têm como objetivo a descrição precisa dos fenômenos 
ou o teste de hipóteses. Nas pesquisas desse tipo, o pesquisador sabe quais os aspectos da comunidade 
ou grupo que são significativos para alcançar os objetivos pretendidos.
Entrevista
Pode-se definir entrevista como a técnica em que o observador se apresenta diante do investigado e 
lhe formula perguntas, com o objetivo de obter os dados que interessam à investigação. A entrevista é, 
portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico 
em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação.A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados mais utilizadas não apenas para o desenvolvimento 
de pesquisas, mas também para fins de diagnóstico e orientação.
Questionário
Pode-se definir questionário como a técnica de investigação constituída por um rol de perguntas 
apresentadas por escrito às pessoas que se deseja pesquisar.
História de vida
A história de vida constitui do relato pessoal de informantes sobre situações que passaram ao longo 
de determinado período de tempo. Geralmente é usada em estudos de caso de base histórica, pois 
possibilita o resgate cronológico de uma realidade social. Trata-se, por conseguinte, de uma técnica 
de natureza essencialmente qualitativa, que costuma formar a base para delineamentos do tipo 
estudo de caso.
Análise e interpretação dos dados
Após a coleta de dados, a fase seguinte da pesquisa é a sua análise e interpretação. Esses dois 
processos, apesar de conceitualmente distintos, aparecem sempre estreitamente relacionados. A 
análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilite o fornecimento 
de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como meta a procura 
24
UNIDADE II │ NOÇÕES DE METODOLOGIA DE PESQUISA PARA COMPOSIÇÃO DE DIAGNÓSTICOS
do sentido mais amplo das respostas. Quando possível devem ser feitas comparações entre os 
resultados obtidos e os reportados na literatura, sendo que as diferenças devem ser comentadas.
O aspecto mais crítico da análise costuma ser o tratamento estatístico dos dados. Ocorre com 
frequência que o pesquisador, ao chegar a essa fase, não se encontra muito seguro sobre o que fazer. 
E, como consequência, há relatórios de pesquisa em que a seção de análise dos dados é constituída 
de tabelas com dados que não receberam nenhum tratamento analítico.
Relatório
O relatório constitui-se a finalização do trabalho de pesquisa e deve conter uma recapitulação 
sintética dos resultados da pesquisa, ressaltando o alcance e as consequências de suas contribuições. 
Deve conter uma correlação entre os objetivos propostos e as discussões dos resultados, com base 
nas considerações teóricas.
A estruturação e a apresentação gráfica do relatório devem levar em consideração a natureza da 
pesquisa e o público a que se destina. Para que possa cumprir seus objetivos, o relatório precisa ser 
redigido em linguagem técnica. Isso significa que deve ser expresso em termos claros e precisos e 
que as frases devem apresentar a maior concisão possível.
25
UNIDADE III
ELABORAÇÃO 
DE PROJETOS 
SOCIOAMBIENTAIS
CAPÍTULO 1 
Aspectos gerais de elaboração de 
projetos socioambientais
Em uma dimensão maior, a Educação Ambiental vem despertar para a conscientização da capacidade 
que temos de assumir estratégias de desenvolvimento diferente das que se tem hoje, uma estratégia 
ética que integre crescimento econômico com justiça social que desencadeie num desenvolvimento 
sustentável. Para isso é necessário relacionar e descobrir novas formas de lutar pela construção deste 
projeto. A participação ativa dos sujeitos envolvidos no processo é fator fundamental na cobrança 
dos órgãos controladores do serviço público para que os recursos e as políticas públicas se voltem 
em benefício dos cidadãos e até possibilitem a ampliação dos direitos.
A Constituição Brasileira de 1988 incorporou em seu texto a Educação Ambiental, conforme o 
art. 225, ressaltando a qualidade de vida como integrante da própria cidadania. Os Parâmetros 
Curriculares Nacionais apresentam a questão ambiental como um dos temas transversais do 
currículo do Ensino Fundamental, mas a sua efetivação no cotidiano escolar ainda deixa muito a 
desejar e, em muitos casos, tem se limitado a ações isoladas e/ou a entendimentos parcializados 
sobre a questão ambiental, orientados por uma visão excessivamente biologizada, dentro de uma 
vertente ecológico-preservacionista, e/ou restrita a eventos comemorativos (dia da árvore, dia 
do meio ambiente), ou ainda limitada à realização de algumas atividades práticas, denominadas 
extracurriculares, eventuais (campanha do lixo, coleta para reciclagem, caminhadas ecológicas, 
visitas, plantio de hortas etc.), sem a contextualização necessária e sem a internalização sobre o real 
entendimento da problemática ambiental no cotidiano das comunidades escolares.
O planejamento de projetos em educação ambiental se apresenta com as seguintes características: 
deve ter enfoque interdisciplinar e holístico, ser um ato político, facilitar a cooperação mútua e 
equitativa nos processos de decisão, potencializar o poder das diversas populações na condução de 
seus próprios destinos e na resolução de conflitos de maneira justa e humana. Deve ainda estimular 
a adoção de projetos que formem sociedades socialmente justas, sustentáveis e ecologicamente 
equilibradas.
26
UNIDADE III │ ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS
O planejamento de projetos não dispõe de fórmulas prontas para serem aplicadas com precisão em 
momentos ou situações predeterminadas. Existe uma ampla gama de metodologias e estratégias, 
cuja escolha e aplicação dependem das circunstâncias e dos interesses, em constante mutação.
A cada dia, as pessoas estão sempre planejando e tomando decisões sobre os 
passos a serem seguidos, mesmo sem ter consciência disso, pois essa é uma atitude 
racional, de indivíduos ou grupos buscando atingir seus objetivos.
27
CAPÍTULO 2
Proposição de estratégias de 
planejamento
Construção de projetos em Educação 
Ambiental
A construção de projetos em educação ambiental tem por finalidade estimular e fortalecer a 
consciência crítica sobre a problemática ambiental e social, incentivar a participação comunitária 
ativa, permanente e responsável do público, compreendendo a defesa da qualidade ambiental 
como um valor inseparável do exercício da cidadania, e garantir a democratização das informações 
ambientais dentre outros. Devem-se evidenciar aspectos técnicos e lógicos de elaboração e execução.
Projeto é um conjunto metodologicamente articulado entre um problema, o diagnóstico e a proposta 
de intervenção e avaliação. Deve-se considerar que a precisão nas definições conceituais permite 
esclarecer a interpretação do problema e suas possíveis soluções.
No processo de educação ambiental é necessário trazer para o projeto a opinião e a experiência de 
lideranças locais, que conhecem muito melhor a comunidade e que por esta razão podem apontar 
de forma muito mais eficiente os caminhos para o diálogo e a transmissão das informações. É 
importante que, no processo educacional, haja uma equipe interdisciplinar, que envolva engenheiros, 
construtores, educadores, biólogos, entre outros profissionais, e representantes da comunidade 
que serão agentes ambientais. Se isso for feito, e de forma continuada, maior será a chance de a 
população assumir um compromisso com o meio ambiente.
A metodologia adotada por educadores, pesquisadores ou voluntários para a elaboração de um 
projeto é basicamente a mesma nas ciências naturais, sociais e humanas, variando essencialmente 
no conteúdo. Essas variações demandadas são devidas às diferentes exigências da organização 
financiadora.
Da concepção à execução do projeto, percebe-se a dinâmica de transformação que o envolve 
dentro de uma cronologia estabelecida em seu planejamento. Outra noção de projeto é configurada 
como um protocolo inicial de intenções que deverá esboçar o problema, apresentar um 
diagnóstico das necessidades educacionais, a proposta de intervenção educacional e a 
forma de avaliação, itens que serão executados dentro de um cronograma preestabelecido. 
Deve ser constituído como um protocolo bem articulado, logicamente ordenado e coerente na relação 
que existe entre sua justificativa e seu desenho metodológico, além de esboçar um planejamento que 
permita vislumbrar as ações propostas e discutir a sua realização.
O campo teórico das questões ambientais, de forma mais precisa, tem sua especificidadena 
educação ambiental. Espera-se que os que desejam construir um projeto tenham um domínio 
razoável das discussões teóricas da área, conheçam tecnologias de intervenção, tenham noções de 
28
UNIDADE III │ ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS
metodologia de pesquisa para a composição de diagnósticos e procurem participar de experiências 
de intervenção para conhecer o trabalho na área e adquirir experiência. Enfim, espera-se que o 
educador tenha conhecimentos mais sólidos dos referenciais teóricos e saiba articulá-los com as 
observações realizadas.
Construir projetos não é uma questão exclusivamente técnica. Pelo contrário, o esforço de 
compreensão dos fenômenos em sua totalidade é que permite criticar, rebater ou até mesmo 
reforçar os posicionamentos dos educadores. Permite pensar de maneira ampliada, aprofundando 
possibilidades de conhecer e intervir de forma ética e responsável, e realizar intervenções que 
amadureçam não só o pensar e o agir de quem intervém, mas principalmente daqueles que recebem 
os processos de intervenção.
Construção do projeto de intervenção
Os projetos surgem das mais variadas formas, mas o empenho pessoal de educadores nem sempre é 
suficiente para poder desenvolvê-los em sua plenitude. Daí é importante pensar no desenvolvimento 
deles inseridos em organizações que legitimem, divulguem e viabilizem sua execução.
Em trabalhos desse tipo é esperada a construção de uma relação dialógica como os mais 
interessados nas intervenções, a população-alvo dos projetos. Sucessivas aproximações, sejam 
elas realizadas diretamente por meio de contatos, conversas informais ou sistematizadas, sejam 
indiretamente, buscando informações em fontes que possam esclarecer uma determinada realidade 
de uma população, constituem os primeiros passos para o reconhecimento, de quem intervém, 
da responsabilidade em responder por uma demanda particular e, a partir daí, transformar essa 
demanda num problema que requeira soluções que se mantenham dentro dos parâmetros ditados 
pelos princípios da vida pública. Cabe ao diagnóstico cumprir um papel fundamental que é indicar 
com precisão e acuidade as necessidades demandadas pela população.
Fase diagnóstica
Nessa fase, procura-se levantar informações acerca das necessidades educacionais dos sujeitos 
da intervenção. Tal tarefa só pode ser realizada se estiver estruturada na forma de pesquisa, isto 
é, elaborada sob bases metodológicas e viabilizada por instrumentos de pesquisa que permitam 
coletar as informações e analisá-las com a finalidade de produzir conhecimentos que levem a refletir, 
posteriormente, sobre as possibilidades de concretizar uma proposta de intervenção educacional.
O diagnóstico permite pensar propostas bem elaboradas, envolvidas no conjunto de atividades que 
promovem sucessivas aproximações e verificações junto à população, identificando sues anseios e 
expectativas. Enfim, procura identificar demandas na medida em que se aproxima da população e 
cria canais de diálogo com ela.
A exposição clara e precisa dos principais aspectos que envolvem o projeto só é possível de ser 
realizada à medida que o diagnóstico aponte as possíveis hipóteses que expliquem um conjunto 
de demandas e necessidades existentes num determinado contexto social. Intervir em educação 
29
ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS │ UNIDADE III
ambiental requer, portanto, o mínimo de conhecimento entre pensamentos e práticas de um 
determinado grupo social. Sem esses conhecimentos, entendidos como as vias de acesso à proposta, 
não é possível encontrar soluções razoáveis aos problemas detectados. Enfim, a constatação de 
um problema demandado só tem sua compreensão mais abrangente quando estiver envolvido em 
análises que permitam compreendê-lo dentro de seu contexto social. Com base nelas, é possível 
inferir hipóteses que expliquem uma determinada situação e indiquem caminhos possíveis à 
continuidade do projeto.
Os conhecimentos sobre pesquisa dos que se propõem a intervir devem ser colocados em prática, 
organizando processos de observação bem delineados em busca da compreensão das percepções e 
concepções que permeiam o conjunto de representações existentes nos mais variados segmentos da 
sociedade. Podem ser pensadas em linhas de pesquisas mais voltadas às metodologias qualitativas, 
o que não exclui pesquisas cujas bases estão assentadas em métodos quantitativos.
Modelo de projeto
A proposta a seguir é uma sugestão de apresentação da sequência de tópicos considerados essenciais 
à composição de um documento que deve explicitar com clareza e precisão os seguintes elementos: 
a demanda e os demandantes; a problemática construída por meio de diagnóstico; as justificativas 
teóricas e práticas da realização de uma intervenção; o modelo de intervenção, seus objetivos e os 
recursos didáticos a serem mobilizados; a proposta de avaliação da intervenção; e, por fim, uma 
projeção no tempo de sua execução, assim como os custos de sua realização.
Título
O título de um projeto deve ser conciso e expressar precisamente a natureza e o conteúdo do 
relatório. Geralmente é a última parte a ser redigida no projeto, podendo ser esboçado logo no 
início do trabalho. Contudo, não se pode esquecer que a construção de um projeto obedece a um 
tempo determinado, que é aquele disponível à compreensão do problema detectado e, obviamente, 
delimitado pelo planejamento. Portanto, o título pode e deve ser redigido por último na proposta 
de intervenção.
Resumo
O resumo tem por finalidade traçar um panorama geral do projeto de intervenção. Deve ser um 
texto conciso em que se destacam os elementos de maior interesse ou importância do trabalho, e 
é indicado pela seguinte sequência: população-alvo, problema levantado, forma de realização do 
diagnóstico e síntese dos resultados, características gerais da proposta de intervenção, além da 
avaliação proposta pelo projeto.
Sua finalidade maior é facilitar o acesso dos leitores ao projeto. Assim como o título, o resumo 
só é redigido no final da elaboração do projeto, ou seja, quando seu corpo estiver completo e o(s) 
autor(es) puder(em) vislumbrá-lo em sua totalidade, resumindo-o em suas principais partes. Deve 
ser redigido em um só parágrafo.
30
UNIDADE III │ ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS
Introdução
Consiste na apresentação do texto que dá suporte ao leitor sobre o assunto a ser tratado. Deverá 
ser explicado do amplo para o específico, de forma clara a importância do projeto e o objetivo do 
mesmo. É a parte do trabalho onde o assunto é apresentado como um todo.
O tema é o primeiro elemento dessa parte do projeto. É apresentado inicialmente, pois indica os 
principais elementos envolvidos no trabalho, explicitando as variáveis observadas até o momento. 
Abre caminho para apresentar o problema abordado pelo projeto. O tema destaca aquilo que se 
observou e será fruto de intervenção futura, interesse maior do projeto; possibilita um entendimento 
dos problemas concretos apontados pelos interessados na intervenção, mas construindo um percurso 
que aponte um conjunto de problematizações que são conduzidas pelos autores no percurso de 
elaboração do projeto.
Na sequência são indicados os principais conceitos que permitirão aprofundar o debate e 
possibilitar um encaminhamento sustentado em conhecimentos já elaborados anteriormente. Este 
é o momento de trazer à tona os posicionamentos teóricos assumidos pelos que têm a intenção de 
elaborar o projeto, tarefa que só pode ser realizada mediante um levantamento bibliográfico, leituras 
sistematizadas e sínteses produzidas anteriormente. O conjunto de pensamentos constituídos 
no processo do trabalho intelectual tem por finalidade expor o problema de forma abrangente, 
procedimento esperado dos que se propõem a pesquisar junto à população-alvo suas necessidades 
em educação e possíveis soluções apresentadas pelo projeto.
Diagnóstico
O diagnóstico diz respeito aos levantamentos realizados cujo objetivo é conhecer uma dada realidade. 
Levantamentosque têm por finalidade precisar e aprofundar o conhecimento sobre a população-
alvo, utilizando as técnicas de coleta de dados, conforme o tipo de problema observado.
A determinação do tipo de pesquisa a ser realizada deve ter por suposto a adequação da forma 
mais apropriada de observação. Haverá, portanto, variação, já que os segmentos populacionais 
demandam problemas muitas vezes distintos. Tem-se como prioridade um levantamento técnico 
das reais condições e das possibilidades de viabilizar projetos técnicos na localidade.
É esperado que o diagnóstico possa conter o máximo de informações possíveis para se conhecer e 
assim poder pensar uma possível intervenção.
Quanto aos recursos metodológicos a serem disponibilizados no desenvolvimento do diagnóstico, os 
autores do projeto deverão ter a sensibilidade de perceber as qualidades do problema apresentado 
como demanda. Isso significa ter tanto um conhecimento anterior sobre pesquisa (procedimentos, 
definição do delineamento e escolha das técnicas) quanto o desenvolvimento de um acurado 
e constante estado de observação permanente, tomando ciência dos detalhes que envolvem o 
problema, recolhendo informações pertinentes ou mesmo utilizando o recurso da comparação com 
casos semelhantes.
31
ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS │ UNIDADE III
Para efeito de apresentação, o texto do projeto deve conter em linhas gerais a forma como o 
diagnóstico foi realizado para, em seguida, serem apresentados os resultados atingidos com 
o trabalho de pesquisa. A apresentação precisa ser criteriosa e estar em constante sintonia com 
as perguntas iniciais que motivaram a pesquisa, já que a intenção é descrever em detalhes tudo 
que possa elucidar dúvidas e viabilizar conhecimentos que definam as reais necessidades de uma 
população investigada.
As conclusões do diagnóstico devem expor claramente, mas em linhas gerais, as conclusões 
alcançadas pelos resultados. É na verdade, uma síntese dos resultados, só que construída de maneira 
a viabilizar a indicação de uma ou mais hipóteses, ou seja, a construção de um pensamento hipotético 
– fundamentado em evidências e pressupostos teóricos, que conduz o pensamento daqueles que 
idealizaram o projeto a uma definição mais abrangente e precisa do problema investigado.
Tais conclusões permitem a passagem para a elaboração de uma outra etapa do projeto: a proposta 
de intervenção educacional, desde que ela seja justificada.
Justificativa
Quando da elaboração de um projeto de intervenção, pressupõe-se que aqueles que demandam 
expõem suas necessidades e sabem melhor que ninguém, o que realmente precisam para resolver 
seus problemas. Por outro lado, aqueles que promovem a intervenção devem ter por princípio uma 
postura ética em relação aos demandantes; isso pode ser alcançado por meio de atitudes responsáveis 
atentas ao contexto maior que cerca e envolve um determinado seguimento da população. Respeito, 
reconhecimento dos limites e potencialidades, entre outras atitudes, devem ser considerados.
Sendo as desigualdades sociais, muitas vezes, fator determinante em vários problemas enfrentados 
pela população, os projetos precisam conter uma discussão sobre as relações sociais mais imediatas 
daqueles que demandam.
Espera-se que a redação de um projeto de intervenção contenha uma justificativa prática, tópico 
que tem por finalidade explicitar a importância social da realização do trabalho, indicando não só 
possíveis aspectos positivos pressupostos pelos que elaboram o projeto, mas, fundamentalmente, 
demonstrando ter sido incorporado por meio do senso crítico as contradições presentes entre 
as partes envolvidas na formação do processo de intervenção. A justificativa estabelece um nexo 
entre diagnóstico e a proposta de intervenção, demonstrando necessidades, conflitos e consensos 
atingidos com o trabalho anterior.
A justificativa teórica vem fundamentar o pensamento reflexivo dentro do projeto.
Plano de intervenção educacional
O projeto educacional, como documento final que explicita e justifica as razões da intervenção, deve 
apresentar um plano de intervenção estruturado metodologicamente.
32
UNIDADE III │ ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS
Inicialmente, explicitam-se os objetivos educacionais, indicando a finalidade que se quer atingir 
no processo de intervenção. Os objetivos colocam os caminhos a serem seguidos num plano lógico 
articulado com as considerações feitas antes, ou seja, o diagnóstico indica um ou mais problemas a 
serem superados, os quais acabam por corroborar a justificativa que fornece as razões à intervenção. 
Por sua vez, os objetivos educacionais poderão completar um ciclo iniciado dentro de um conjunto 
de dúvidas que passam a constituir conhecimentos mais seguros e apropriados sobre o problema 
inicial.
Para cada objetivo definido, uma ou mais estratégias devem ser estabelecidas. Indicar o tipo de 
abordagem e os recursos humanos e materiais envolvidos permite estabelecer os meios necessários 
para a realização dos objetivos.
A avaliação é um tópico fundamental em qualquer projeto de intervenção. A avaliação permite 
compreender o processo, captando-o no momento da intervenção ou mesmo num tempo após a sua 
realização. Permite rever posicionamentos, retomar questões importantes, compreender e aceitar a 
necessidade de mudar os rumos da intervenção.
Custos
Nesse tópico, recomenda-se a utilização de planilhas de orçamento que, quando bem estruturadas, 
não deixam dúvidas em relação aos custos que envolvem o projeto. É sempre bom lembrar que 
os recursos humanos e materiais a serem disponibilizados constituem parte fundamental de sua 
execução. O detalhe na apresentação e a justa adequação daquilo que realmente é necessário são 
condições essenciais na formulação do quadro de custos.
Referências bibliográficas e anexos
Esses últimos tópicos encerram o documento denominado projeto, apresentando todas as fontes 
que contribuíram com a formação de uma base de pensamentos na elaboração do projeto.
Por referências bibliográficas, compreende-se uma sequência de textos (artigos, livros, revistas, 
apostilas etc.) citados no corpo do projeto. Apresentadas em ordem alfabética, as referências são 
importantíssimas, pois informam ao leitor o conjunto de ideias e informações consideradas mais 
importantes como formadoras do conjunto expresso no documento. Indica autores e conceitos, 
pesquisas e resultados que perfazem a totalidade do projeto elaborado.
Por fim, os anexos devem obedecer a uma sequência de letras e são apresentados com última parte 
do trabalho. Normalmente são apresentados no corpo do projeto pelo indicativo Anexo A, Anexo B, 
e assim por diante, sem que as páginas estejam numeradas. Nos anexos podem ser lançados cópias 
de documentos, cartas, questionários, enfim, tudo que for pertinente ao trabalho e que, obviamente, 
tenha sido referido antes no corpo do texto.
33
CAPÍTULO 3
Indicadores ambientais para projetos 
socioambientais em empresas
Os indicadores de desempenho das atividades de educação ambiental devem ser definidos com 
base nos fundamentos da educação ambiental, que devem permear todas as atividades educativas, 
e que visem, como fim, a melhoria da qualidade de vida. Sabe-se que é extremamente difícil definir 
indicadores para atividades tão subjetivas como as de educação ambiental. Mas dependendo da 
forma como são apresentados os indicadores, é possível medir e compreender as mudanças de 
comportamentos e a incorporação de novos valores por funcionários ou por uma comunidade.
Buscando-se embasar melhor os trabalhos educativos no âmbito de uma empresa, é importante 
conhecer a percepção ambiental dos funcionários da mesma. Neste sentido, pode ser realizada 
uma pesquisa perceptiva junto aos mesmos. Podem ser levantados dados sobre a produtividade 
científica-ambiental e, ainda, podem ser feitas sugestões para os indicadores de desempenho das 
ações educativas.
Para verificar se as ações educativas então atingindo seus objetivos, torna-senecessário avaliar 
especialmente as mudanças de opinião, e as mudanças de comportamento, que podem ser medidas 
em termos de resultados quantitativos, por exemplo, no consumo de energia e água, na diminuição 
de rejeitos gerados, no aumento de resíduos recicláveis e no aumento da reutilização de materiais.
Em ambientes das áreas de saúde, bem como os hospitalares, observa-se a necessidade de uma 
educação ambiental mais direcionada, principalmente devido a grande quantidade de resíduos 
gerados nesses locais. Parte desse entendimento de gerenciamento dos resíduos sólidos de saúde é 
um passo fundamental para minimizar os impactos ambientais. Dessa forma, acredita-se que deve 
haver uma sensibilização quanto a essa questão, sobretudo dos profissionais da área. Mudanças 
de hábitos e de valores afim de que as atitudes humanas sejam voltadas para conservação e 
sustentabilidade do meio ambiente em prol de um mundo melhor.
A educação ambiental na área de saúde pode determinar e avaliar os problemas ambientais de 
modo integrado, interdisciplinar e global, avaliar também os danos causados ao meio ambiente que 
afetam toda uma sociedade. Dessa forma, tem a função de incorporar novos e alterar velhos hábitos, 
de forma a mostrar que dependendo do impacto ambiental causado, a atividade ou ação causadora 
deve ser alterada de acordo com normas do Ministério da Saúde. Devido ao direcionamento do 
gerenciamento de resíduos hospitalares foi necessária a implantação de um sistema que avaliasse 
com mais atenção os trabalhadores da área de saúde, e nesse sentido, surge a biossegurança com 
mais precisão nos ambientes hospitalares.
Para a demonstração do desempenho ambiental de uma empresa é preciso definir as variáveis a 
serem medidas e os indicadores apropriados. Tais indicadores são, por um lado, um instrumento 
condutor para se estabelecer objetivos, porém, o próprio sistema de monitoramento também deve 
ser controlado e testado em sua eficiência. Especialmente os equipamentos de teste precisam 
34
UNIDADE III │ ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS
ser conservados e calibrados. Para esta finalidade eles devem ser levantados e submetidos a um 
procedimento de monitoramento de instrumentos de teste.
Somente através de um controle transparente e sistemático a direção da empresa pode saber se 
os objetivos e disposições são alcançados e se a conformidade legal exigida pode ser assegurada. 
Os desvios em face às exigências externas, como por exemplo, o não cumprimento de prescrições 
legais, precisam ser reconhecidos rapidamente a fim de que se possa introduzir ações corretivas. 
Mas os impactos ambientais relevantes também devem ser controlados para poder apresentar 
comprovação de desempenho e demonstrar a conformidade com os objetivos autodefinidos.
Indicadores comunicam informações que podem ser simplesmente luzes acesas ou piscando 
em um aparelho eletrônico, bem como tornar perceptível um conjunto de fenômenos que não é 
imediatamente detectável.
De maneira geral, os indicadores são elaborados para cumprir com as seguintes funções: simplificar, 
quantificar, analisar e comunicar. Os indicadores devem, portanto, permitir compreender 
fenômenos complexos, tornando-os quantificáveis de maneira tal que possam ser analisados em um 
dado contexto e assimilados por diferentes níveis da sociedade. No caso dos indicadores ambientais, 
são utilizados para se obter uma visão da qualidade ambiental e dos recursos naturais, as tendências 
de desenvolvimento e as respostas.
Os indicadores de desempenho das ações de educação ambiental devem ter como parâmetros os 
fundamentos gerais da educação ambiental, que também devem orientar a definição das próprias 
ações educativas. Estes fundamentos são:
1. Sensibilização e conscientização: conhecimento genérico que é transmitido 
aos funcionários. Trata-se, em grande parte, da divulgação dos programas e das 
atividades, bem como dos conceitos ambientais. É uma ação de envolvimento e 
motivação das pessoas. É um dos fundamentos mais importantes, pois é “aqui que 
se ganham ou que se perdem” as pessoas.
Estes conhecimentos visam despertar o interesse das pessoas, levando-as a se 
sensibilizarem pelos programas ambientais e a se conscientizarem da necessidade de 
mudarem seus comportamentos e valores.
2. Conhecimento e compreensão: entende-se como conhecimento específico, 
geralmente para um público-alvo ou para um aspecto ambiental especial. Estes 
conhecimentos são elaborados por técnicos das áreas específicas abordadas.
3. Habilidades: entende-se como as aptidões específicas adquiridas através dos 
treinamentos. Não são, necessariamente, iguais para todos os funcionários, uma 
vez que se referem a aspectos e públicos distintos.
4. Participação e ação: aqui se compreende o engajamento das pessoas nos 
programas e nas ações educativas. Pode-se dizer que o objetivo educativo será 
atingido de fato se as pessoas participarem espontaneamente. Porém, o fato delas 
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ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS │ UNIDADE III
participarem de qualquer forma, às vezes até por pressão, poderá trazer resultados 
positivos, pois a repetição constante de um ato acaba gerando adaptação, e esta 
poderá levar a uma mudança consciente de valores e comportamentos. Sem contar 
que toda ação positiva gera resultados também positivos para a instituição.
5. Mudança de valores e comportamentos: este é o conjunto de indicadores 
mais subjetivo de todos, pois dificilmente poderá ser medido numericamente – a 
não ser pelos resultados obtidos nos programas implantados. Além disto, não se 
refere apenas àquelas ações que objetivem resultados positivos para a instituição, 
mas sim, refere-se à mudança consciente de cada indivíduo, passando a ter um 
comportamento diferente na sua relação indivíduo-meio ambiente e sociedade-
meio ambiente. É aqui que realmente se pode atingir uma mudança na qualidade 
de vida das pessoas.
Em todos os fundamentos apresentados sugere-se como uma das ações a aplicação de questionários. 
Trata-se, na verdade, de dois conjuntos de questionários. Um deles, a ser aplicado antes da 
implantação de qualquer programa ou ação. O outro deles, a ser aplicado após a implantação 
dos programas e ações. Sugere-se sua aplicação anual ou bianual, para verificar a percepção dos 
funcionários, a aceitabilidade dos programas e as mudanças ocorridas, especialmente as de valores 
e comportamentos espontâneos e conscientes.
Ainda assim, ressalta-se que nem sempre os resultados obtidos pelos indicadores serão imediatos, 
pois a mudança de valores é um processo lento e que exige um trabalho educativo constante.
36
UNIDADE IV
INTERFACE 
EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL E 
CIDADANIA
CAPÍTULO 1 
Cidadania local
A educação é fundamental para diminuir as desigualdades sociais.
Historicamente o Brasil não registra processos significativos de participação da sociedade na 
discussão dos problemas comum, na tomada de deliberações de alcance geral, nem em formas mais 
simples de atuação política e social.
Foi apenas com o surgimento dos sindicatos e de outros tipos de organização dos trabalhadores, 
que despertaram e cresceram as lideranças no seio dos diferentes grupos sociais, destacando-se 
o meio operário, estudantil e universitário. Apenas em meados do século XX, poucos anos após 
o término da Segunda Guerra Mundial, é que os ideais de reconstrução do mundo destruído pela 
guerra incorporaram a luta pelo estabelecimento de uma nova relação de poder na sociedade.
A partir dos anos 1960, com a crescente conscientização das necessidades do meio em que viviam e 
atuavam, essas lideranças passaram a um ativismo mais intenso. Nessa mesma década, porém, elas 
começaram a ser drasticamente silenciadas pelo movimento político e militar e pelos regimes que 
vigeram por duas décadas (1964-1985).
Coube aos incipientes movimentos ambientalistas levantar bandeiras de renovação que o regime 
militar não podia simplesmente fazer baixar. Afinal, em todo o mundo havia um despertar da 
consciência ecológicaque serviu de respaldo, ainda que não intencional para esse tipo de movimento 
apelidado de rebelião verde, da qual o Brasil começou a participar com certa timidez.
Hoje já se pode falar que existem formas e canais de participação da sociedade na condução de 
seu próprio destino e no exercício cada vez mais requisitado da cidadania, por meio da prática de 
seus direitos e deveres. Nesse cenário, surgiu a cidadania ambiental, fundamentada na Constituição 
Federal de 1988, explicitada em outros documentos legais e doutrinários.
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INTERFACE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA │ UNIDADE IV
Participar não significa apenas o quanto se toma parte, mas como se toma parte em uma intervenção 
consciente, crítica e reflexiva baseada nas decisões de cada um sobre situações que não só lhe dizem 
respeito, como também dizem respeito à comunidade em que se está inserido.
Todas as pessoas têm experiências anteriores e vivências que formam suas personalidades 
psicossocioculturais como agentes transformadores da natureza e da cultura. Sua capacidade 
criadora e suas potencialidades vão se tornando habilidades para intervir prontamente nos assuntos 
a elas relacionados. A participação, então, permite a inclusão e constitui uma necessidade humana 
básica e universal.
Políticas públicas, condições ambientais, qualidade de vida, capacitação das pessoas e grupos, 
desenvolvimento de redes e cidadania requerem a conjugação de papéis doadores e receptores entre 
diferentes dimensões de mundo (íntima, interativa, social e biofísica), em termos da diversidade e 
reciprocidade próprias de um modelo ecossistêmico de cultura.
Nesse contexto, a educação ambiental tem um sentido fundamentalmente político, já que visa à 
transformação da sociedade em busca de um presente e de um futuro melhor. É uma educação 
para o exercício da cidadania, que se propõe a formar pessoas que assumam seus direitos e 
responsabilidades sociais, a formar cidadãos que adotem uma atitude participativa e crítica nas 
decisões que afetam sua vida cotidiana.
Cidadãos comprometidos na construção de uma sociedade multicultural e intercultural, pela abertura 
e valorização das diferentes formas de conhecimento, e pela aproximação à realidade, que transcende 
a racionalidade instrumental, entendendo-a como uma conquista sobre os próprios egoísmos, e os 
dos demais, como uma construção da autonomia da pessoa no sentido de responsabilidade.
Os educadores ambientais devem integrar-se aos movimentos políticos e sociais que lutam por 
uma vida melhor para todos, contribuindo humildemente nesse processo de diálogo permanente, 
tentando gerar as bases de uma educação que se objetive na busca do outro, para construção de uma 
pluralidade que fundamente o sentido ético da vida humana, e a presença constante da utopia e da 
esperança.
A educação ambiental está cada vez mais associada aos processos sociais, sendo ela própria um 
deles. Um enfoque centrado sobre o exercício pleno da cidadania tem alcance abrangente e, ao 
mesmo tempo, profundo. Ela estabelece verdadeiros fóruns de discussão e denúncias, abatendo-se, 
porém da ideologização dos seus princípios e práticas, porque sua missão é de outra natureza.
De nada adianta ficar falando de efeito estufa, camada de ozônio, matança das baleias, destruição 
da Amazônia entre, outros assuntos, se cada realidade local não for considerada. Ali está a chance 
imediata de fazer valer os seus direitos de cidadania, em busca da melhoria da qualidade de vida. 
Ali no seu local, o indivíduo ou o grupo poderá avaliar a consequência de quem é responsável 
pelo gerenciamento dos recursos financeiros e ambientais. Pode-se perceber se as decisões estão 
corretas, quem se omitiu e de que forma as coisas poderiam e/ou deveriam ser feitas, para assegurar 
um ambiente saudável para as gerações presentes e futuras.
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UNIDADE IV │ INTERFACE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA
A Educação ambiental é uma educação para cidadania, não educamos ambientes, educamos pessoas 
para relacionar os temas, ter abrangência, saber o que está acontecendo no mundo. E mudar atitudes. 
A mudança de atitude, em casa, no local onde se mora, é o grande gargalo da educação ambiental.
O aprendizado deve-se concentrar nas condições ambientais atuais, nos problemas 
que realmente afetam a comunidade, propondo ações concretas e práticas para 
resolver os problemas. É muito importante que o indivíduo conheça seu próprio 
ambiente e saiba analisá-lo, só assim será possível aumentar a qualidade de vida 
através do exercício de cidadania (DIAS, 2004).
Nas escolas, os temas transversais podem ser trabalhados a partir de eixos temáticos e/ou projetos 
escolares, pois permitem o exercício da cidadania, oportunizando o envolvimento dos alunos com as 
temáticas comunitárias relevantes vinculadas ao cotidiano da sociedade em que vive, possibilitando 
optar por diferentes situações, baseadas em valores tais como responsabilidade, cooperação, 
solidariedade e respeito pela vida, integrando os conteúdos disciplinares e os temas transversais.
A Educação Ambiental talvez seja a tarefa mais importante do governo de uma 
população local porque isso significa preparar gerações futuras para uma cidadania 
ecológica mais efetiva. Significa mudar comportamento, abrir espaço no dia a dia 
aos cidadãos para a preocupação com a preservação da natureza e com a qualidade 
de vida e principalmente desenvolver uma formação profissional que se vincule à 
preservação recuperação ambiental.
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CAPÍTULO 2
Cidadania global
A globalização, impulsionada sobretudo pela tecnologia, parece determinar cada vez mais nossas 
vidas. As decisões sobre o que nos acontece no dia-a-dia parecem nos escapar, por serem tomadas 
muito distante de nós, comprometendo nosso papel de sujeitos da história. Como fenômeno e como 
processo, a globalização tornou-se irreversível. Hoje estamos submetidos à globalização capitalista, 
cujos efeitos mais imediatos são: o desemprego, o aprofundamento das diferenças entre os poucos 
que têm muito e os muitos que têm pouco, a perda de poder e autonomia de muitos Estados e 
Nações. Há então que distinguir os países que hoje comandam a globalização – os globalizadores 
(países ricos) – dos países que sofrem a globalização, os países globalizados (pobres).
Dentro deste complexo fenômeno podemos distinguir também a globalização econômica, 
realizada pelas transnacionais, da globalização da cidadania. Ambas se utilizam da mesma base 
tecnológica, mas com lógicas opostas. A primeira é comandada pelo interesse capitalista; a segunda 
globalização é a realizada através da organização da Sociedade Civil. A Sociedade Civil globalizada 
é a resposta que a Sociedade Civil como um todo e as Organizações Não Governamentais (ONGs) 
estão dando hoje à globalização capitalista. Neste sentido, o Fórum Global 92 se constituiu num 
evento dos mais significativos do final de século XX: deu grande impulso à globalização da cidadania. 
A noção de cidadania global (planetária) sustenta-se na visão unificadora do planeta e de uma 
sociedade mundial. Ela se manifesta em diferentes expressões: “nossa humanidade comum”, 
“unidade na diversidade”, “nosso futuro comum”, “nossa pátria comum”, “cidadania planetária”. 
Cidadania Planetária é uma expressão adotada para expressar um conjunto de princípios, valores, 
atitudes e comportamentos que demonstra uma nova percepção da Terra como uma única 
comunidade. Frequentemente associada ao “desenvolvimento sustentável”, ela é muito mais ampla 
do que essa relação com a economia. Trata-se de um ponto de referência ético indissociável da 
civilização planetária e da ecologia. A Terra é “Gaia”, um superorganismo vivo e em evolução, o 
que for feito a ela repercutirá em todos os seus filhos. As diferenças culturais, geográficas, raciais e 
outras enfraquecem, diante do meu sentimento de pertencimento à Humanidade.
O processo de globalização sociedade civil possibilita novos movimentos sociais, políticos e 
culturais, intensificando a troca

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