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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU/SP PROCESSO N° 000000000 VIAÇÃO METEORO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ sob o número 000000000, com sede na rua xxxxx, n° 00, Bairro xxxxx, São Paulo/SP, por seu advogado, consoante documentos constitutivos e procuração, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, manifestar: CONTESTAÇÃO Ao teor da Ação de Indenização, que lhe toca CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA-ME, já apreciada nos autos em epígrafe, pelas razões e fatos de direito que ora passa a aludir: I- DOS FATOS ARGUMENTADOS NA INICIAL: A parte autora argui que no dia 11/02/2017 transitava com sua Pick-up, placa GGG-1123, na Rodovia BR 345, em km 447, quando perdeu aderência na via, devido a camada de óleo na pista e intensas chuvas. Em virtude desses elementos, a parte autora deslizou e perdeu o comando de seu veículo, entretanto, sem adentrar a outra via. Relata ainda, que ao passo que tentava mover o seu veículo para o acostamento, assustou-se com a intrusão do ônibus placa GPW-1336, de domínio da parte Ré, perdeu o manejo e apossou-se da contramão e bateu com o veículo do autor. Com a batida, o veículo da parte autora caiu em um barranco. A parte autora solicita a condenação da parte Ré no montante de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), pelo ordenado de Indenização Por Danos Materiais relativos ao reparo do veículo, R$ 30.000,00 (trinta mil reais) pelos lucros cessantes, R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelos danos emergentes causados, totalizando o valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais). II- PRELIMINARES A) DO INCORRETO VALOR DA CAUSA A parte autora conferiu a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), no entanto, o valor da causa deve condizer com a somatória de todos os valores no pedido cumulado, sendo o correto, valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais), como dispõe no art. 292, VI, do CPC: Art.292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: VI- na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; O valor da causa deve ser revisto, no teor do art. 292, parágrafo 3°, do CPC, determinando o acréscimo das custas no prazo legal, sob sanção de negativa da inicial. (CPC, art. 321, parágrafo único). B) INCAPACIDADE DA PARTE, DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO OU FALTA DE AUTORIZAÇÃO: Em conformidade com o art. 337, inciso IX, do CPC, remete a parte ré, indicar a inexistência de procuração e dos atos constitutivos da parte autora, por se referir de pessoa jurídica de direito privado, devendo Vossa Excelência propiciar à parte autora a oportunidade de reunir tais documentos no prazo legal, sob pena de abolição do feito. III- DENUNCIAÇÃO DE LIDE: Conforme o CPC, é aceitável a denunciação à lide, avocando terceiro ao processo, dispõe no art. 125, inciso II, quando: Art.125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I- ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que dá evicção lhe resultam; II- àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. Destarte, reivindicar, preliminarmente, que seja citada para incorporar a lide, a denunciada SEGURADOR TRAFEGAR LTDA, acertadamente inscrita no CNPJ sob o número 00000000, com a cessação do feito, apontando a data para efetuação de audiência para continuidade do feito. IV- DO MÉRITO DA CONTESTAÇÃO: A) DA EXISTÊNCIA DE PROVA: Relata o autor, que a pista estava revestida por óleo e que chovia muito, e em decorrência disso deslizou seu veículo na pista, sem adentrar a pista contrária. Ao tentar guiar o veículo para o acostamento, assustou-se com a invasão do ônibus que transitava na mão contrária. Decorre que, contrariamente aos fatos relatados pelo autor, o que realmente ocorreu, é que o motorista da parte Ré transitava normalmente pela via, quando o veículo da autora perdeu o comando na curva, partindo em sentido ao ônibus, completamente fora de controle. Ainda, o preposto da ré intentou realizar uma manobra brusca para conter o choque, todavia não obteve sucesso, fato este que pode ser afirmado pelas testemunhas que estavam nos assentos iniciais, ora pautadas. Tal como, o laudo da perícia (fls...) efetuado pelos peritos, foi inconcludente a respeito sobre quem foi o originador do acidente, o que por si só já emite a ausência de ocasional obrigação da ré, uma vez que é inviável conceder culpa. Sendo assim, como a presente diligência não dispõe de comprovações de culpa e não constatam a obrigação legal da ré, este ato deve ser julgado improcedente, de acordo com o seguinte artigo. Art.373, inciso I e II, do CPC: Art.373. O ônus da prova incumbe: I- ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II- ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. B) DA CULPA EXCLUSIVA DA AUTORA: Deve-se falar ainda na falta exclusiva da autora, pois segundo o que foi relatado na inicial, a via estava revestida de óleo, chovia muito e havia bastante nevoeiro. Tais circunstâncias do clima, colaboraram para que o autor perdesse o comando de seu transporte, partindo em direção do ônibus guiado pelo motorista da ré, o que pode ser dito pelas testemunhas. A culpa apenas da vítima não está positivada na lei, entretanto, sua sintaxe está ligada a doutrinas, jurisprudências e a legislação extravagante, onde o vínculo entre o dano e o causador fica acometido, deste modo, o nexo casual não existe. Rui de Stoco diz: "Da ideia da culpa exclusiva da vítima, que quebra um dos elos que conduzem à responsabilidade do agente (nexo casual) (...)." Pelo exibido, não há de se proferir em responsabilidade da ré. V- DA RECONVENÇÃO: Ante do corroborado nos itens, está claro que a ré não pode ser asseverada pelos danos resultantes do acidente. Portanto, com a contestação, a parte ré aventa nos termos do art. 343 do CPC, a reconvenção. Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, começa com ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1° Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 2° A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. (...) A parte ré tem que ser indenizada materialmente pelos danos recebidos em seu veículo, no montante de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), consistindo este o valor do menor cálculo para o reparo, apontado pela OFICINA RODOCAR LTDA (Orçamentos anexos). VI- DOS PEDIDOS: Perante o manifestado, respeitosamente solicitar a Vossa Excelência: a) Sejam concebidas todas as provas facultadas por direito, em específico a oitiva das testemunhas; b) Seja notificada a autora para sanar os defeitos indicados em preliminares; c) Sejam julgados improcedentes as solicitações feitas pela autora, sentenciando-a a arcar com honorários advocatícios e ônus sucumbenciais. d) Sejam julgados procedentes as solicitações proferidas pela ré, em cerne de reconvenção, para penalizar a autora a indenizar materialmente a parte ré no importe de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais). Dá-se à reconvenção o valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais). Dispõe em anexo a Contestação os sequentes documentos: a) Boletim de ocorrência; b) Diagnóstico da Seguradora Trafegar LTDA; c) Narrativa do motorista; d) Laudo pericial. ROL DE TESTEMUNHAS a) LAURO CARLOS SANTOS, RG 000000, CPF 00000, residente e domiciliado na Rua xxxxx, N°00, Bairro xxxxx, Município xxxxx. b) MARIA MOREIRA, RG 000000, CPF 00000, residente e domiciliada na Rua xxxxx, N°00, Bairro xxxxx, Município xxxxx. Nestes termos, Pede deferimento. ADVOGADO: OAB/000
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