Buscar

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Prévia do material em texto

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 
 Como sanção pelo descumprimento dos pressupostos de validade do negócio jurídico, 
o direito admite, em certos casos o reconhecimento da declaração de nulidade, 
objetivando restituir a normalidade e a segurança das relações sociojurídicos. 
Ato nulo e anulável: 
 Nulo: Dentro desta perspectiva, é correto afirmar que o ato nulo em outras palavras a 
nulidade absoluta, é inválido por excelência, viola a ordem pública de natureza cogente, 
e carrega em si o vício considerado grave. 
 Anulável: O ato anulável em outras palavras a nulidade relativa, é contaminado por 
vício menos grave, decorre da infringência de norma jurídica protetora de interesses 
eminentemente privados. 
 Tais premissas devem ser corretamente fixadas, uma vez que, a natureza da nulidade 
pode causar reflexos variados, até mesmo no eu se refere a legitimidade ativa para arguir 
os referidos vícios. 
 Para além das principais categorias já citadas (absoluta e relativa), as nulidades 
classificam-se em: 
a) Originária e sucessiva: a primeira nasce com o próprio ato, contemporaneamente 
a sua formação; a segunda decorre de causa superveniente; 
b) Total e parcial: no primeiro caso a nulidade atinge todo o ato, contaminando-o 
por inteiro; no segundo, a nulidade atinge apenas parte do negócio mantendo 
demais disposições que estejam em concomitância com as regras vigentes, a luz 
do princípio da conservação. 
Nulidade Absoluta: 
 Considera-se nulo o negócio jurídico quando configuradas quaisquer das hipóteses 
expressas de 166 e 167 do Código Civil de 2002: 
a) For celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
b) For ilícito, impossível ou indeterminável seu objeto 
c) O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito: 
d) Não revestir a forma prescrita em lei; 
e) Preterir alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; 
f) Tiver por objeto fraudar a lei imperativa; 
g) A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção 
h) Tiver havido simulação. 
 
Ante o exposto depreende-se que, são pressupostos de validade do negócio jurídico: 
a) Agente capaz e legitimado; 
b) Manifestação de vontade livre e de boa-fé; 
c) Forma livre ou prescrita em lei; 
 
 
d) Objeto lícito, possível e determinado ou determinável 
Como se pode depreender, todas a hipóteses legais mencionadas estão diretamente 
relacionadas com um dos pressupostos estabelecidos de validade. 
Obs: Em relação a invalidade do negócio jurídico não há que se confundir com a 
fraude contra credores, uma vez que, esta trata-se de manobra realizada pelo agente 
para violar dispositivo expresso em lei. 
 
NULIDADE ABSOLUTA NULIDADE RELATIVA 
O ATO NULO ATINGE INTERESSE 
PÚBLICO SUPERIOR 
O ATO ANULÁVEL ATINGE 
INTERESSES PARTICULARES, 
LEGALMENTE TUTELADOS 
OPERA-SE DE PLENO DIREITO NÃO OPERA DE PLENO DIREITO 
NÃO ADMITE CONFIRMAÇÃO ADMITE CONFIRMAÇÃO EXPRESSA 
OU TÁCITA 
PODE SER ARGUIDA PELAS PARTES, 
POR TERCEIRO INTERESSADO, 
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO OU ATÉ 
MESMO EX-OFICIO PELO JUIZ. 
SOMENTE PODE SER ARGUIDA 
PELOS LEGÍTIMOS INTERESSADOS. 
A ACÇÃO DECLARATÓRIA DE 
NULIDADE É DECIDIDA POR 
SENTENÇA DECLARATÓRIA DE 
EFEITOS EX-TUNC 
AÇÃO ANULATÓRIA É DECIDIDA 
POR SENTENÇA DE NATUREZA 
DESCONSTITUTIVA DE EFEITOS EX-
TUNC. 
PODE SER RECONHECIDA, SEGUNDO 
O NOVO CPC, QUALUER TEMPO, NÃO 
SE SUJEITANDO A PRAZO 
PRESCRICIONAL. 
A ANULABILIDADE SOMENTE PODE 
SER ARGUIDA, PELA VIA JUDICIAL, 
EM PRAZOS DECADENCIAIS DE 
QUATRO (REGRA GERAL) OU DOIS 
(REGRA SUPLETIVA) ANOS. 
 
Conversão do negócio jurídico: 
 Utiliza-se o instituto da conversão do negócio jurídico, com base no princípio da 
conservação, constituindo-se em importante medida sanatória de vícios em atos nulos ou 
anuláveis. 
Senão vejamos o artigo 170 do CC: 
“Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá 
este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se 
houvessem previsto a nulidade.” 
Nesse contexto o Prof. MARCOS BERNARDES DE MELLO define essa medida 
conservatória nos seguintes termos: “consiste no expediente técnico de aproveitar-se 
como outro ato jurídico válido aquele inválido, nulo ou anulável,para o fim a eu foi 
realizado.” 
A conversão exige para a sua configuração, a concorrência dos seguintes pressupostos: 
a) Material- aproveitam-se os elementos fáticos do negócio invalido, convertendo-o 
para a categoria jurídica do ato válido. 
 
 
b) Imaterial- a intenção dos declarantes direcionada à obtenção da conversão 
negocial e consequentemente recategorização jurídica do negócio inválido.

Continue navegando