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2 SUMÁRIO: 1. A MÍDIA INTEGRADA ÀS FUNÇÕES DA AGÊNCIA DE PROPAGANDA ... 3 2. A PUBLICIDADE COMO FUNÇÃO ORGANIZACIONAL ............................. 6 3. ESTRUTURA DO MERCADO INTERNACIONAL DE PROPAGANDA ........ 9 4. ESTRUTURA DA AGÊNCIA DE PROPAGANDA ....................................... 13 5. COMUNICAÇÃO CORPORATIVA E COMUNICAÇÃO DE MARKETING .. 16 6. COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING: FUNÇÃO GERENCIAL 18 7. EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO E MERCADOS DE MÍDIA .................... 22 8. CADEIA DE VALOR E COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DAS MÍDIAS ...... 25 9. MODELO DE NEGÓCIOS DAS MÍDIAS ..................................................... 29 10. O MERCADO GEOGRÁFICO DE MÍDIA ................................................... 32 11. GERENCIAMENTO DE MÍDIA .................................................................. 35 12. A MONTAGEM DO PLANEJAMENTO DE MÍDIA: BRIEFING ................. 38 13. ESTRUTURA DO PLANEJAMENTO DE MÍDIA ....................................... 42 14. DETALHAMENTO DO PLANO DE MÍDIA ................................................ 45 15. O CRONOGRAMA DE VEICULAÇÃO ...................................................... 48 16. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DAS MÍDIAS ............................................ 51 17. AVALIAÇÃO TÉCNICA DA MÍDIA: PONTOS DE ALCANCE; FREQUÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO BRUTA .................................................. 57 18. RESUMO PRÁTICO DO DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE MÍDIA .. 60 19. A AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO PLANO DE MÍDIA.............................. 64 20. METODOLOGIAS DE AFERIÇÃO DIRETA DA EFICÁCIA DA MÍDIA ..... 68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 71 3 1. A MÍDIA INTEGRADA ÀS FUNÇÕES DA AGÊNCIA DE PROPAGANDA Antes de iniciar nosso conteúdo, um pequeno comentário acerca dos termos Propaganda e Publicidade. Na legislação brasileira (Lei 4680) que regulamenta a atividade de criação e difusão de anúncios e comerciais, o que define a possibilidade de registro desse tipo de negócio é a palavra Propaganda. Portanto, na legislação brasileira o que existe é a agência de propaganda e não existe agência de publicidade. Do ponto de vista etimológico está absolutamente correto, porque propaganda é definida, na legislação, como a ação paga de difusão de anúncios; enquanto, publicidade está conceituada na literatura especializada como uma estratégia de comunicação dedicada à conquista de espaço gratuito na mídia, que visa promover a marca e o produto, mas sem ônus direto para o anunciante. E se caracteriza como uma atividade muito mais relacionada com Relações Públicas e com Assessoria de Imprensa, ferramentas de marketing que difundem matéria institucional para as editorias das empresas de mídia, com a finalidade de conquistar espaço nos veículos de comunicação para promover, manter ou corrigir a imagem de marca da empresa ou de seus produtos. Entretanto, logo no primeiro artigo da lei Lei nº 4.680, de 18 de junho de 1965, e depois no terceiro (Site da Presidência da República - 1965), o texto contraria a disposição da lei e usa os termos como sinônimos: Art 1º São [Publicitários] aqueles que, em caráter regular e permanente, exerçam funções de natureza técnica da especialidade, nas Agências de Propaganda, nos veículos de divulgação, ou em quaisquer empresas nas quais se produza propaganda. (...) Art 3º A Agência de Propaganda é pessoa jurídica, (...) e especializada na [arte e técnica publicitária], que, através de especialistas, estuda, concebe, executa e distribui propaganda aos veículos de divulgação, por ordem e conta de clientes anunciantes, com o objetivo de promover a venda de produtos e serviços, difundir ideias ou informar o público a respeito de organizações ou instituições colocadas a serviço desse mesmo público. 4 Por sua vez, o mercado acabou consagrando o uso dos dois termos como sinônimos e, assim, usaremos essas palavras em nosso texto. Portanto, para efeitos práticos do desenvolvimento do nosso conteúdo propaganda e publicidade são usados como termos equivalentes. A publicidade é uma tradicional ferramenta direta de marketing, que visa disseminar um produto para estimular o consumo, transmitir uma mensagem positiva em relação a uma marca e fortalecer a presença de uma empresa no mercado. A publicidade faz parte de nossas vidas e está historicamente integrada à cultura ocidental, tanto capitalista quanto socialista. Na nossa sociedade de mercado; nas ruas, nos shoppings, nas nossas casas, no jornal, nas revistas, no celular, na internet, enfim, onde estivermos ela está presente, e faz parte do nosso dia a dia. A propaganda tem um papel importante: ela serve para disseminar produtos, serviços e marcas, com o objetivo de estimular as relações comerciais. E ajuda a construir a cultura dos países onde é veiculada; é comum dizer hoje em dia em nosso país que fulano é um “Posto Ipiranga”, porque “diz que faz tudo”, como no famoso comercial dessa marca. No entanto, para difundir suas mensagens, os anúncios e comerciais invadem nossa rotina – e muitas vezes não concordamos com isso –. Quem nunca perdeu a paciência com um anúncio no YouTube? No meio de um clipe, às vezes, até interrompendo um vídeo? Parece que há sempre uma publicidade perturbadora, querendo vender algo o tempo todo. Mas não é tão horrível assim. Como diz KATZ (2016) “Aposto que você já riu alto vendo algum comercial na TV”. Creio que todos nós já encontramos anúncios que nos emocionaram, entretiveram, nos fizeram rir, e nos levaram a uma ação imediata quando uma loja na cidade, ou no shopping, anunciou uma promoção que não poderíamos perder! Mas, qual o segredo para a propaganda não incomodar e, principalmente, atingir a pessoa certa, na hora certa e de forma bastante eficaz? Claro que a criação cumpre parte importante na elaboração de uma mensagem específica para o segmento-alvo, entretanto, para atingir esse segmento com eficácia o anunciante depende essencialmente de um eficiente plano de mídia. Uma atividade estratégica integrada ao elenco de funções de uma agência de 5 propaganda. E a mídia deve ser considerada uma função gerencial dentro das atividades das empresas de publicidade. 6 2. A PUBLICIDADE COMO FUNÇÃO ORGANIZACIONAL Dependendo do tamanho da empresa, a publicidade pode ser uma função autônoma ou uma subfunção de marketing. As pequenas empresas e organizações menos formais em nosso país ainda costumam usar publicidade, promoções, comunicações, relações públicas e marketing como sinônimos, agregando algumas ou todas essas atividades sob um único guarda-chuva. Entender o papel formal da publicidade como praticado por profissionais de marketing ajudará a empresa a decidir como e onde ela deseja colocar a função de publicidade em sua organização, ou se deve terceirizar essa atividade para uma agência de propaganda profissional. Para isso é crucial entender alguns conceitos chave: 1. Marketing: A publicidade faz parte da função de marketing, que é o esforço global que uma empresa faz para vender um produto, ou fortalecer uma marca. O marketing começa com a pesquisa de um mercado específico, o desenvolvimento de um produto baseado nessa pesquisa, a criação de estratégias de preços e distribuição, o desenvolvimento de um departamento de vendas e o apoio aos esforços de vendas com publicidade, promoções de venda, merchandising, relações públicas e assessoria de imprensa. Em grandes empresas, o diretor de marketing supervisiona as equipes de vendas, propaganda, promoções e relações públicas, criando, às vezes, quatro departamentos independentes para essas funções. As atividades de marketing são baseadas no mix de marketing, também conhecido como os “Quatro Pês”:produto, preço, promoção e ponto (lugar). Promoção refere-se à comunicação de marketing. 2. Propaganda ou publicidade: A publicidade é um método de enviar uma mensagem para um público específico, usando o espaço de mídia adquirido e/ou o tempo de exposição para enviar uma mensagem controlada. Exemplos comuns incluem anúncios gráficos em revistas, anúncios classificados em jornais, banners de sites, outdoors e anúncios de rádio e TV. A publicidade difere das promoções de vendas e das 7 relações públicas porque a organização controla a mensagem com firmeza, entrega um produto acabado ao meio de comunicação, que o veicula e recebe da agência (pela verba do cliente) para que o anúncio apareça em locais específicos. 3. Função Organizacional: Embora a propaganda ocupe seu lugar sob o guarda-chuva do departamento de marketing de grandes empresas, isso nem sempre é verdade em empresas de pequeno e médio porte. Se uma empresa não tem um profissional de marketing treinado ou não gasta muito dinheiro em comunicações de marketing, o proprietário pode lidar com a publicidade da empresa conforme a necessidade. Muitas mídias de publicidade ajudam as pequenas empresas oferecendo serviços de design ou produção gratuitos ou de baixo custo quando um comerciante adquire um anúncio. Algumas empresas criam um departamento de publicidade que supervisiona toda a publicidade, relações públicas e atividades promocionais. O nome do departamento ou título do funcionário que gerencia esses deveres é frequentemente escolhido pelo proprietário da empresa com base em sua percepção do que é a função de marketing. 4. Atividades de Publicidade: O objetivo de um departamento ou gerente de propaganda é criar e comunicar mensagens e atividades que expliquem a marca da empresa para clientes atuais e potenciais, em um esforço para estimular as vendas. A função de publicidade é criar mensagens que enfatizam o benefício da empresa ou seu diferencial de venda exclusivo. Segundo KATZ (2016: 112): “Ela pesquisa onde é mais provável que o cliente-alvo da empresa veja ou ouça um anúncio e avalia os diferentes veículos de comunicação para dar à empresa o melhor retorno de seu investimento em compra de mídia”. Um departamento de publicidade tenta acompanhar os resultados de seus esforços de publicidade usando cupons, pesquisas com clientes ou estatísticas de tráfego do website. Uma empresa pode criar seus próprios materiais de 8 publicidade internamente ou contratar designers “freelancers”, ou agências de publicidade. 9 3. ESTRUTURA DO MERCADO INTERNACIONAL DE PROPAGANDA Todos os negócios lidam com a questão de saber se eles podem gerenciar toda a estratégia de marketing e comunicação da empresa por si mesmo ou se deveriam terceirizar essa tarefa para outra empresa. Pode haver uma série de questões que levam uma empresa a considerar a terceirização dessa função, incluindo vendas baixas, falta de criatividade em anúncios ou se a companhia não tem uma estratégia de marketing. Mas, decidindo pela terceirização, a organização precisa saber como encontrar a agência certa para suas necessidades. Hoje, no mercado internacional uma companhia pode encontrar muitas empresas que atendem necessidades de marketing e comunicação; algumas com um propósito específico e outras que são mais completas. Existem basicamente três tipos diferentes de agências que são normalmente úteis para empresas que procuram terceirizar sua estratégia de comunicação, entre elas encontramos: 1. Agências de mídia 2. Agências de publicidade 3. Agências (ou consultorias) de marketing (1) Agências de mídia: Uma agência (ou setor) de mídia é responsável pelas recomendações estratégicas da atividade de mídia para as campanhas da organização. Tradicionalmente, elas eram responsáveis por encontrar e comprar espaço de mídia para agências de publicidade. Agora, muitas delas oferecem serviços de planejamento, onde fornecem um plano de mídia completo para garantir a maximização da exposição e do impacto da publicidade. Seu papel é vital para a realização da comunicação eficaz. Elas são especializadas em encontrar o posicionamento nos veículos de comunicação certos, no momento certo e pelo preço justo. Elas podem ajudar a garantir preços melhores, porque compram muito espaço publicitário o que lhes permite negociar melhores preços. A empresa pode querer contratar uma agência de mídia quando não tiver certeza dos meios e veículos que sua marca deveria estar anunciando, e se está procurando por melhores taxas de publicidade do que está recebendo atualmente em veiculação direta De toda 10 forma, a atividade de mídia está relacionada com o marketing do cliente, conforme mostra a figura 01: Fig. 01: Inter-relação entre Mídia, Marketing do Cliente e Politicas de Marketing do Veículo de Comunicação. Ilustração da autora. As chamadas agências de publicidade de mídia surgiram de uma fusão de dois tipos diferentes de empresa que fornecem serviços relacionados com publicidade e marketing diferentes. Originalmente, ambos os serviços eram alojados em uma agência de publicidade tradicional, que oferecia uma gama completa de serviços de publicidade incluindo o planejamento e a distribuição de mídia. No entanto, grande parte dos departamentos de mídia se separou das agências de propaganda depois de se cansar da marginalização sofrida por parte seus colegas criativos. Agora, em muitas partes do mundo, as agências de mídia podem ser de propriedade de uma mesma holding, mas, operam como entidades separadas. Algumas agências de serviço publicitário completo ainda existem, especialmente no Brasil, onde as agências de mídia, chamadas de bureaus são ilegais, mas muitas continuam a ter sucesso, especialmente nos EUA e na Inglaterra também. No Brasil foram banidas, e os profissionais consideram um absurdo esse tipo de empresa. Segundo HUMBERTO MENDES (2016/Site Fenapro): O tema dos bureaus de mídia, modelo que foi banido do mercado brasileiro, ainda assombra o setor em outros países. Notícia veiculada pelo Valor Econômico, na edição dos dias 1 e 2 de maio, reproduzindo matéria do Financial Times, fala do questionamento realizado por anunciantes do mercado britânico em relação à falta de transparência na atuação das agências de mídia – aqui conhecidas como bureau de mídia, mesas de compra ou ainda pela versão latina dos chamados “bolseiros argentinos”. 11 (...) Já escrevi vários artigos sobre a ação deletéria dos bureaus de mídia, mesas de compra, dos bolseros argentinos, house agencies, sempre com o objetivo de mostrar que, no Brasil, os setores de mídia de nossas agências, mesma das pequenas, não precisam dessas excrescências para prestar os melhores trabalhos da nossa propaganda. Nossas agências, mesmo as menores do mercado, estão estruturadas para prestar os melhores serviços e fazer a melhor propaganda do mundo, e não precisam de qualquer tipo de mesa de compra ou bureau de mídia. Portanto, qualquer iniciativa de trazer essas empresas de volta só deve ser rechaçada. Por outro lado, é preciso valorizar a atividade publicitária pelos resultados que assegura aos clientes, revertendo o impacto da atual retração econômica, que tem levado a ganhos cada vez mais reduzidos e ameaçado os valores que fazem da propaganda um setor fundamental para os negócios. (2) Agências (ou consultorias) de marketing: Uma agência de marketing é uma empresa especializada na criação de uma estratégia de mercado para alcançar o público adequado e aumentar o volume de vendas. No Brasil são mais comuns as consultorias de marketing, que podem fornecer serviços como pesquisa de mercado, planejamento estratégico (sobre os 4 Pês), branding e gerenciamentode vendas. O papel de uma agência de marketing é criar estratégias e métodos que propiciem o melhor o crescimento da empresa. Normalmente, uma agência de marketing também oferece serviços como solução de problemas de mercado, treinamento e até mesmo orientação para ajudar empresas que possam estar enfrentando problemas com qualquer parte do marketing mix. A organização pode querer contratar uma agência de marketing, se estiver com problemas para gerenciar todos os componentes envolvidos com uma estratégia de mercado eficaz e bem-sucedida. Dependendo da necessidade específica da empresa, cada agência tem seus benefícios. Muitas pequenas empresas acreditam que é muito caro terceirizar os serviços de marketing quando elas precisam de ajuda, mas isso pode ser falso. Contratar uma agência de mídia, marketing ou publicidade pode ser benéfico para: 12 Poupar dinheiro em longo prazo. Porque os terceirizados são capazes de negociar melhores preços e ter melhores recursos, uma vez que eles têm conexões com redes, e outras empresas e profissionais. Economia do tempo da empresa. Ao contratar uma empresa externa, a companhia pode passar mais tempo no dia a dia de outras atividades da empresa. Melhores resultados. As agências terceirizadas produzem ótimos resultados que definitivamente valem o investimento, especialmente as agências de propaganda brasileiras que são altamente competentes. (3) AGÊNCIAS DE PROPAGANDA: Uma agência de propaganda é geralmente responsável por uma única parte do mix de marketing. Sua especialidade envolve divulgar a marca e os produtos e serviços do cliente por meio de anúncios criativos. No entanto, algumas agências de publicidade oferecem serviços de planejamento de mídia e compra de mídia. Seu papel envolve a produção completa de uma campanha criativa do início ao fim. Dependendo do tipo de mídia que o planejamento recomendar usar (por exemplo, jornais, revistas, TV, outdoors, internet), uma agência de publicidade se concentrará no desenvolvimento e na execução desses anúncios. A organização sempre decide contratar uma agência de publicidade se sua marca precisar de ajuda para se comunicar de forma criativa com seu público-alvo. 13 4. ESTRUTURA DA AGÊNCIA DE PROPAGANDA Agências de propaganda são prestadoras de serviços que desenvolvem programas de publicidade para produtos e serviços de clientes. As agências de publicidade que oferecem um serviço completo solicitam negócios de clientes, projetam e executam campanhas publicitárias e renovam mensagens de publicidade com base na preferência do cliente e na reação do mercado. Em contraste, uma prestadora de serviços limitados se concentra em um aspecto, como produção gráfica ou produção de comerciais para TV e comerciais sonoros para rádio, conforme aponta a Lei 4680 (site do Governo Federal), e são consideradas fornecedoras das agências. As equipes de pequenas agências geralmente lidam com várias tarefas de atendimento ao cliente, entre elas: 1. Aquisição de Clientes: Uma agência de publicidade pode conquistar clientes através de dois métodos. Normalmente elas usam profissionais de vendas, chamados executivos de contas, que prospectam negócios de clientes e prestam serviços a contas existentes. Os executivos de contas ganham leads de networking, referências e familiaridade com um mercado ou setor específico. Por outro lado, as empresas frequentemente dão o primeiro passo, pedindo a várias agências de publicidade que façam apresentações em concorrência para um contrato de programa de publicidade. 2. Planejamento de Campanhas: Cada cliente da agência consulta os gerentes das agências que criam campanhas publicitárias. Os clientes oferecem informações sobre seus objetivos de mercado, produtos e vendas (Briefing). Os funcionários da agência usam o conhecimento de mercado e mídia, bem como o orçamento do cliente, para projetar uma campanha de publicidade eficaz. Para permitir que a agência forneça um produto de qualidade, os clientes devem fornecer à agência todas as informações comerciais relevantes e dedicar tempo de planejamento suficiente. 14 3. Serviços Criativos: O departamento de serviços criativos de uma agência de publicidade transforma os objetivos de publicidade e as informações do produto do cliente em anúncios criados para vender o produto. O departamento fornece anúncios acabados para a mídia, como jornais, revistas e estações de televisão e de rádio. As agências geralmente empregam designers gráficos que criam a aparência geral do anúncio e os redatores que escrevem as manchetes e o texto do anúncio. Este é um trabalho extremamente rápido, e as equipes criativas muitas vezes manipulam vários projetos com prazos diferentes ao mesmo tempo. 4. Seleção de uma agência: A seleção de uma agência por parte do anunciante (cliente) é feita após uma avaliação cuidadosa dos recursos que a agência oferece, bem como pela sua reputação e respeitabilidade no mercado. Geralmente, o cliente faz um tour pelos escritórios da agência e observa o nível de organização e fluxo de trabalho (competência e rapidez). Reúne-se com um executivo de contas e um gerente de criação e confirma se a agência compartilha suas metas de publicidade e entende as suas restrições. Estuda a eficácia de uma campanha de anúncios de amostra da agência (portfólio) e pergunta sobre os recursos criativos que a agência oferece. Por outro lado, o cliente sempre pede referências de outros anunciantes antes de tomar uma decisão final. 5. Posicionamento de Mídia: As campanhas publicitárias variam em seu uso e frequência de mídia, como televisão, jornais e publicidade on-line. O departamento de colocação de mídia de uma agência converte os componentes da campanha publicitária em números específicos de anúncios televisivos, anúncios em jornais e banners em linha digital. Os funcionários de mídia colocam esses anúncios, coordenam os cronogramas de produção e geralmente lidam com o trabalho de acompanhamento pós-anúncio. Os funcionários também fornecem aos clientes os agendamentos de mídia. 15 Geralmente essas funções são alocadas nas agências de propaganda constituindo setores específicos; em geral, as agências brasileiras possuem os seguintes setores: Atendimento/Planejamento; Criação (Redação e Direção de Arte); Planejamento de Mídia; Direção de Produção RTV e Gráfica. 16 5. COMUNICAÇÃO CORPORATIVA E COMUNICAÇÃO DE MARKETING Comunicação corporativa e comunicação de marketing são dois tipos diferentes de mensagens criadas por empresas e organizações. A comunicação corporativa e de marketing é direcionada a públicos distintos com objetivos variados. As mensagens corporativas são estruturadas para transmitir as atitudes, crenças e objetivos de uma organização ou empresa como uma instituição, enquanto as mensagens de marketing são destinadas a informar o público consumidor de um bem ou serviço. A respeito dessas diferenças, algumas considerações são fundamentais: 1. Definição de Comunicação Corporativa: A comunicação corporativa é amplamente definida como uma tentativa da corporação de informar ou persuadir o público, incluindo todos os seus consumidores, acionistas, investidores privados e a mídia. A comunicação corporativa representa a própria voz com a qual as instituições corporativas interagem com o mundo exterior e inclui as comunicações sobre relações com investidores, relações com o governo, relações de trabalho e desenvolvimento de funcionários. Nos casos em que a comunicação de marketing se destina a focar em um determinado produto ou serviço oferecido por uma empresa, a comunicação corporativa é focada em dar notícias, estabelecer estratégias ou conquistar opiniõesfavoráveis à corporação que oferece esse produto ou serviço. 2. Definição de Comunicação de Marketing: A comunicação de marketing é criada para influenciar os consumidores a comprar um determinado produto ou serviço. As mensagens de marketing são muitas vezes especificamente adaptadas a grupos específicos do público consumidor, discriminadas por idade, sexo, estado civil e local de residência. As empresas criam mensagens de marketing com base nas preferências percebidas desses grupos ou na demografia. Mensagens de marketing também variam muito de produto para produto. As corporações que produzem uma ampla variedade de produtos e serviços, em vários 17 mercados, criam diversas campanhas de marketing em uma miríade de dados demográficos. 3. Principais diferenças: As principais diferenças entre as comunicações corporativas e de marketing estão no público-alvo que cada tipo de comunicação destina-se a segmentar e à entidade específica que cada mensagem pretende representar. Onde a comunicação corporativa tem a intenção de representar as opiniões, estratégias e motivações uniformes de uma entidade corporativa singular, as comunicações de marketing são projetadas exclusivamente para influenciar os consumidores a comprar os bens e serviços que a entidade corporativa produz. 4. Outras considerações: Comunicações corporativas e de marketing não devem ser confundidas com outros canais de comunicação corporativa, particularmente relações públicas e comunitárias. As relações públicas são amplamente definidas como a tentativa de uma corporação de influenciar e controlar a percepção de sua organização aos olhos do público em geral. As relações com a comunidade representam a interação de uma entidade corporativa ou instituição com os cidadãos que moram e trabalham na área em que ela está localizada. 18 6. COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING: FUNÇÃO GERENCIAL A comunicação de marketing é composta por uma série de ferramentas, tais como propaganda; merchandising; promoção de vendas; marketing direto e de relacionamento; assessoria de empresa e relações públicas; cada uma delas especializada em um tipo específico de comunicação, e também com um público específico. Entretanto, como afirma KATZ (2016), no momento atual, todo processo de comunicação de uma organização precisa ser integrado, para que as mensagens transmitam sempre a mesma percepção sobre a companhia e seus bens e serviços. Do ponto de vista da mídia, cada uma dessas formas de comunicação especializada representa um “ponto de contato” fundamental com os clientes, e isso exige uma integração de esforços. A figura 02 mostra os formatos de comunicação da CIM: Fig. 02: Gráfico da Comunicação Integrada de Marketing – CIM – Ilustração da autora adaptada de APARECIDO (2018: 49). De acordo com APARECIDO (2018), a comunicação integrada de marketing (CIM) é um conceito de planejamento de comunicações de marketing que reconhece o valor acrescentado de um plano abrangente que avalia as 19 funções estratégicas de uma variedade de disciplinas (publicidade, relações públicas, promoção de vendas, força de vendas e marketing direto), e que combina essas disciplinas para proporcionar clareza, consistência e impacto máximo às comunicações por meio da integração uniforme de mensagens. Para isso, deve-se considerar: 1. Gestão da comunicação integrada: As empresas que consideram as comunicações integradas de marketing como uma função de gerenciamento podem organizar as várias atividades de marketing e comunicação sob uma única liderança. O gerente de comunicações de marketing controla todas as comunicações diretamente ou por meio de relacionamentos e de relatórios. Além do material de marketing que a empresa gera para informar o público sobre seus produtos, as relações públicas e outras informações que a empresa produz passam pela função de gestão integrada. Assim, o gerente de comunicações de marketing garante que a imagem que a empresa projeta no mercado seja consistente e positiva. 2. Vendas: O papel tradicional das comunicações de marketing também providencia o desenvolvimento de material de marketing que suporte as atividades de vendas da empresa. O gerente de comunicações de marketing integrado continua a fornecer esse serviço, mas as outras atividades sob sua função de gerenciamento integrado influenciam a produção de material de marketing. Se ele vê muitas reclamações de clientes, publicidade positiva ou negativa na mídia ou toma conhecimento de um evento que pode vincular ao seu marketing, ele pode orientar o material de marketing para abordar esses fatores, que normalmente estão fora de sua área de responsabilidade. 3. Eventos especiais: As empresas geralmente organizam, participam ou apoiam eventos especiais em suas áreas de atividade. Tais eventos podem ser de responsabilidade de engenharia, vendas ou produção. Com comunicações de marketing integradas sob uma função de gerenciamento, todos os eventos passam pela função de comunicação 20 integrada. Isso significa que o perfil da empresa e a imagem que projeta em tais eventos é consistente e está de acordo com os objetivos gerais da empresa. 4. Relações públicas: Sob o gerenciamento integrado de comunicações de marketing, as empresas não mantêm mais uma operação de relações públicas separada, porque assim suas atividades podem não suportar os esforços de marketing. A função de relações públicas torna-se parte da estratégia integrada e suporta a função de marketing. As informações publicadas, mesmo que não sejam diretamente relevantes para o marketing dos produtos da empresa, ajudam a criar uma imagem da empresa que suporta a capacidade de comercializá-las. Através dessas mensagens as empresas e seus produtos tornam-se mais fortemente identificados na mente do público. 5. Assessoria de imprensa: Uma empresa geralmente tem várias pessoas autorizadas a criar press releases. Sob o conceito integrado, o gerenciamento integrado de comunicações de marketing lida com toda essa publicidade. Outras podem querer divulgar alguns itens de interesse jornalístico, mas o press release em si passa pela função de gerenciamento integrado. O gerente de comunicação integrada de marketing pode decidir como estruturar a divulgação das notícias para que elas tenham o efeito desejado, ou pode decidir que o lançamento de uma determinada notícia não é do interesse da empresa. 6. Clientes: As empresas frequentemente colocam comunicações com os clientes no atendimento ao cliente. Sob comunicações integradas, a função de marketing lida com o contato direto com o cliente. Esse arranjo tem uma vantagem dupla. A gestão de marketing pode moldar as respostas às reclamações para maximizar a satisfação do cliente e, ao mesmo tempo, proteger a empresa. A gestão de marketing também se torna consciente em primeira mão dos problemas com os produtos da empresa. Quando o marketing é colocado nas linhas de frente, a função 21 se torna mais responsiva às preocupações do cliente, e a influência dos clientes aumenta. 7. Meios de comunicação: Em vez de relações de mídia separadas, o conceito de comunicações integradas de marketing agrupa essa responsabilidade com todas as outras comunicações da empresa. As operações integradas de comunicação de marketing revisam e gerenciam a imagem da empresa na mídia. A equipe de marketing libera informações direcionadas para dar suporte à imagem que elas querem ter. Quando a empresa está no noticiário, as notícias moldam as informações que saem da empresa para apoiar os objetivos gerais da companhia e conquistar uma imagem positiva na mídia. Para entender bem como a mídia pode ser usada estrategicamente em campanhas de propaganda é fundamental entender como funcionao mercado de mídia. 22 7. EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO E MERCADOS DE MÍDIA As empresas de mídia são entidades econômicas estrategicamente organizadas cujo trabalho central é gerar e comercializar mídia. A geração de mídia é o agrupamento de conteúdo gerado internamente e externamente e sua transformação em um formato de comunicação e transmissão de conteúdo. A comunicação de marketing é responsável pela distribuição direta ou indireta das mensagens de propaganda na mídia, tanto nos intervalos da grade quanto em inserções especiais dentro da própria programação; e também a maior fonte de arrecadação dos meios de comunicação de massa. O termo mídia nessa conexão é restrito a comunicação de um para muitos com um remetente e um grande número de consumidores. Mais precisamente, o foco é em jornais, revistas, livros, música, televisão, filmes, internet e jogos. Esses detalhes podem ser visualizados no gráfico da figura 03 que ilustra a definição de empresas de mídia e suas atividades. Fig. 03: Imagem mostra a definição de empresas de mídia. Ilustração da autora com base em KATZ (2016: 99). Para entender o gerenciamento em empresas de mídia, é crucial construir um quadro maior do mercado de mídia. As características dos 23 mercados de mídia diferem dos mercados de outros setores econômicos de várias maneiras. Uma característica dos mercados de mídia é a competição multidimensional. As empresas de mídia operam em três mercados diferentes. Elas vendem seus serviços na forma de conteúdo como informação e entretenimento para espectadores, bem como a possibilidade de inserção de anúncios e comerciais em espaços publicitários editoriais ou entre blocos de programas. Esses serviços são oferecidos para diferentes mercados de negócios. O conteúdo é oferecido aos mercados de consumo, que diferem dependendo do tipo de mídia e do modo como ela é usada pelos consumidores. Os espaços publicitários são negociados em mercados de propaganda. O terceiro mercado são os mercados de compras de conteúdo. A estrutura de negócios de mídia é descrita é mostrada na figura 04. Fig. 04: Estrutura do negócio de mídia. Elaborada pela autora com base em KATZ (2016: 99). Produtoras, integradas aos meios ou independentes são necessárias, pois as empresas de mídia geralmente não produzem todos os seus conteúdos oferecidos, mas compram pacotes de serviços de informações e entretenimento dos mercados especializados. Por exemplo, contratos de autores e artistas ou acordos de licença e direitos autorais podem ser adquiridos. Mas os mercados de aquisição podem recorrer aos mercados de negócios se, por exemplo, os direitos completos de um evento forem adquiridos e depois revendidos por uma 24 empresa de mídia na forma de direitos de utilização secundária. Um excelente exemplo é a cobertura exclusiva de eventos como campeonatos esportivos, incluindo futebol, vôlei, basquete, que depois são comercializados em forma de cotas de patrocínio. De fato, os três mercados de mídia descritos nos quais cada empresa de mídia pode atuar são fortemente interdependentes. Mas a intensidade de seus relacionamentos é diferente. Por exemplo, existe uma forte relação entre a propaganda e os mercados de consumo, já que o sucesso dos anúncios entre os consumidores impulsiona as receitas de publicidade. Além disso, existem mercados de mídia geográfica, e as empresas de mídia operam em mercados geográficos específicos. Algumas empresas operam em um mercado nacional, enquanto outras empresas, por exemplo, estações de rádio locais operam em uma área regional. Assim, o mercado de uma empresa de mídia consiste nos mercados de mídia de produto (mercado consumidor, mercado de propaganda e mercado de compras) e o mercado de mídia geográfica. 25 8. CADEIA DE VALOR E COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DAS MÍDIAS Uma cadeia de valor é a soma completa de atividades – incluindo design, produção, marketing e distribuição – que as empresas realizam para levar um produto ou serviço desde a concepção até a entrega final ao cliente. Para as empresas que produzem bens, a cadeia de valor começa com as matérias- primas usadas para fabricar seus produtos e consiste em tudo que é adicionado antes de o produto ser vendido aos consumidores. Para as empresas de serviço, como a organizações de mídia, a cadeia de valor é representada pelas etapas de produção dos programas de entretenimento, informação e produção de conteúdo que constituem o produto oferecido pelos meios de comunicação, e cujo resultado final deve objetivar o máximo de qualidade. O gerenciamento da cadeia de valor é o processo de organizar essas atividades para analisá-las adequadamente. O objetivo é estabelecer comunicação entre os líderes de cada estágio para garantir que o produto seja colocado nas mãos dos clientes da maneira mais adequada possível. O conceito de cadeia de valor foi criado pelo professor Michael E. Porter, da Harvard Business School, em seu livro "Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando Desempenho Superior" (apud MAÇÃES, 2018). A análise da cadeia de valor de Michael Porter pode ser adaptada para a análise da criação de valor em empresas de mídia. Embora o setor de mídia seja muito heterogêneo e tenha diferentes características específicas, a cadeia de valor revela os aspectos básicos da indústria de mídia. A figura 05 descreve a cadeia de valor da indústria de mídia. 26 Fig. 05. Cadeia de valor das empresas de mídia. Ilustração da autora, com base em MAÇÃES (2018: 49). Tanto para as empresas de negócios em geral quanto para as empresas de mídia, seus principais ativos e principais competências são decisivos para o sucesso em longo prazo. As competências essenciais contribuem consideravelmente para o benefício percebido pelo cliente de um produto e garantem a vantagem competitiva de uma empresa. As competências cruciais para o sucesso da gestão dos negócios de mídia podem ser classificadas como habilidades técnicas, habilidades humanas, habilidades conceituais, habilidades financeiras e habilidades de marketing. Incluem, por exemplo, uma capacidade editorial excepcional ou competência de marketing na organização do composto de marketing (4 Pês) de programas de entretenimento, programas jornalísticos, exibição de filmes, transmissões esportivas etc. Existem seis subgrupos de competências essenciais que caracterizam as empresas de mídia: 1. Competência de terceirização de conteúdo; 2. Competência de criação de conteúdo; 3. Competência de desenvolvimento de produto; 4. Competência de promoção e venda de espaços publicitários; 5. Competência de utilização de mídia cruzada; 6. Competência em tecnologia. 27 A competência de terceirização de conteúdo significa aquisição de informações de alta qualidade e/ou conteúdo de entretenimento para produção de programação específica. Especialmente, em termos de concorrência, a produção de conteúdo exclusivo leva vantagem competitiva única. A competência de criação de conteúdo é uma das principais competências essenciais na maioria das empresas de mídia. As empresas de mídia com aptidão para criação de conteúdo de alta qualidade são especializadas em perceber as tendências sociais e implementá-las em seus produtos de mídia, tornando-os altamente atraentes para os clientes. A competência de desenvolvimento de produtos é a qualificação para um portfólio de produtos com um fluxo constante de receitas. Para conseguir isso, as empresas de mídia precisam ser capazes de desenvolver produtos de mídia promissores e avaliar sua comercialização. A comunicação de marketing é especificamente relevantepara produtos de mídia pertencentes às categorias de filmes, livros ou músicas, pois são produtos individuais que precisam de promoção especial. Nesse segmento, é necessária uma estratégia de promoção diferente da promoção da identidade da marca. Conseguir a atenção do público e, portanto, uma melhor posição de mercado para os produtos de mídia constitui a eficiência de promoção. As empresas de mídia com competências de utilização de mídia cruzada (uso de mais de um canal de difusão) podem fornecer conteúdo aos destinatários em tempo hábil, na quantidade desejada e pelo canal certo. Finalmente, a competência tecnológica refere-se ao emprego de modernas tecnologias de informação e comunicação para a criação e comercialização de conteúdo. As competências essenciais formam a base para o processo de formação de estratégias nas empresas de mídia. Para seu sucesso futuro, as empresas de mídia têm que analisar a base de competência atual e compará-las com as competências essenciais necessárias, estrategicamente importantes, derivadas de uma análise de mercado externo. Há uma gama de influências diferentes nas decisões e ações de gerenciamento de mídia que devem ser incluídas na análise de mercado externo. As influências são referentes aos produtos licenciados, à mídia concorrente, o governo, a força de trabalho, os sindicatos, o público e os 28 anunciantes, a atividade econômica, a indústria, o fator social e a tecnologia. No caso de algumas competências essenciais estrategicamente importantes ainda não terem sido adquiridas pela empresa de mídia, elas precisam ser desenvolvidas para aumentar as chances de sucesso. 29 9. MODELO DE NEGÓCIOS DAS MÍDIAS O conceito do modelo de negócio não é utilizado uniformemente na literatura. Comparado ao conceito da cadeia de valor, não se limita a um processo físico de produção, porque também inclui processos de serviço. De acordo com KOTLER E KOTLER (2016: 73) "um modelo de negócios é definido como a organização (ou arquitetura) dos fluxos de produtos, serviços e informações e as fontes de receita e benefícios para fornecedores e clientes". Um modelo de negócio é uma representação simplificada e agregada das atividades relevantes de uma empresa. Descreve como informações, produtos e / ou serviços comercializáveis são gerados por meio do componente de valor agregado de uma empresa. Além da arquitetura de criação de valor, estratégico, bem como os componentes do cliente e do mercado são considerados, a fim de realizar o objetivo primordial de gerar e preservar uma vantagem competitiva. O modelo de negócio como uma ferramenta de gestão integrada consiste em modelos parciais adicionais: o modelo de receita, o modelo do consumidor, o modelo de aquisição, o modelo de produção de bens e serviços, o modelo de oferta de serviço e o modelo de distribuição. O modelo de plano de negócios de uma empresa na área de mídia vai orientar a organização de um plano de negócios. Um plano de negócios é um plano que detalha como as engrenagens da empresa entram em sintonia para gerar lucros. Um plano de negócios sólido contém as informações necessárias para a operação e o gerenciamento eficazes da empresa. Explica o que é possível para o negócio, como será feito e por que será bem-sucedido. Como um modelo de negócio pode variar fortemente dependendo do tipo de negócio, pode ser melhor descrito usando uma amostra. A seguir, é apresentado o modelo de negócio de uma editora de livros. Editores de livros são empresas que têm dois componentes a considerar: orientação para o lucro e uma dimensão cultural. Eles geralmente publicam títulos que são produzidos por autores externos. As vendas de livros nos mercados receptores são a parte principal do modelo de receita de uma editora de livros. 30 Outras receitas podem ser geradas nos mercados de direitos e licenciamento. Outras fontes de receita são os direitos de utilização de direitos autorais que geram receita fora do setor de impressão. Por exemplo, manuscritos de sucesso são usados para filmes, televisão, revistas e merchandising. Embora os direitos de autor pertençam aos autores dos livros, eles são cedidos para a indústria do livro e costumam ser negociados para a indústria cinematográfica pelas editoras que repassam um percentual ao autor. Para editores de livros, produção e distribuição são os principais focos da atividade econômica. Nesse setor a estrutura de custos de fabricação é de grande importância. Segundo KATZ (2016: 75), o montante dos custos da primeira cópia em relação à receita total é de cerca de 41%. Os custos de marketing são cerca de 12% e os custos administrativos, em média 14%, com uma margem de lucro de aproximadamente 5%. O produto final é entregue através dos canais de distribuição existentes. Com o surgimento da internet, novos canais de distribuição com entrega direta aos consumidores de livros foram desenvolvidos. O modelo de negócio de uma editora de livros é mostrado no gráfico da figura 06. Fig. 06. Modelo de Negócios de uma Editora de Livros. Infográfico criado pela autora a partir de KATZ (2016: 77 81). 31 Por isso, a comercialização de direitos autorais e espaços de propaganda são fundamentais para a receita desse setor. A televisão, o rádio, os jornais e as revistas têm características próprias como modelo de negócios, mas é importante notar que a parte mais significativa do faturamento desses meios de comunicação é sempre a inserção publicitária. Segundo SÁ e LIMA (2018), o faturamento com publicidade representa cerca de 85% do faturamento de uma empresa de comunicação. Incluindo o faturamento com merchandising, o faturamento com inserções destinado a promoção de produtos e marcas atinge 90% do faturamento de uma emissora de TV nos EUA (KATZ, 2016: 76). 32 10. O MERCADO GEOGRÁFICO DE MÍDIA Um mercado de mídia, mercado de transmissão, região de mídia, área de mercado designada (AMD), área de mercado de televisão ou simplesmente mercado é uma região onde a população pode receber as mesmas ofertas de estações de rádio e televisão e também pode incluir outros tipos de mídia, incluindo jornais, revistas e conteúdo da Internet. Os mercados podem coincidir ou se sobrepor a uma ou mais áreas metropolitanas, embora as regiões rurais com poucos centros populacionais significativos também possam ser designadas como mercados. Por outro lado, áreas metropolitanas muito grandes podem, às vezes, ser subdivididas em múltiplos segmentos. As regiões do mercado de mídia podem se sobrepor, o que significa que as pessoas que residem no limite de um mercado de mídia podem receber conteúdo de outros mercados próximos. Esses mercados são amplamente utilizados em medições de audiência, que são compiladas no Brasil principalmente pelo IBOPE. Esse instituto mede o público de televisão e, através da divisão “Kantar Ibope” mede a audiência de rádio (SÁ e LIMA, 2018). Os mercados são identificados pela maior cidade, que geralmente está localizada no centro da região do mercado. No entanto, a geografia e o fato de que algumas áreas metropolitanas têm grandes cidades separadas por alguma distância podem definir mercados com formas incomuns que resultam em dois, três, ou mais nomes que acabam sendo usados para identificar uma única região. No Brasil, os mercados de rádio são geralmente um pouco menores que seus equivalentes de televisão, já que as restrições de energia de transmissão são mais rígidas para o rádio do que para a TV, e a TV alcança mais longe via cabo. As bandas de rádio AM e FM estão algumas vezes separadas, assim como atransmissão de TV aberta e da televisão a cabo. Pesquisadores de mercado também subdividem e classificam audiências de meios de comunicação demograficamente entre diferentes faixas etárias, gêneros e etnias; bem como psicograficamente entre os níveis de renda e outros fatores não físicos. 33 Esta informação é usada por anunciantes para determinar como alcançar um público geográfico específico. Em países como o Reino Unido, um órgão do governo define os mercados de mídia; em países como os Estados Unidos e Brasil, as regiões de mídia são definidas por uma instituição privada, sem status de governo. Em geral, as agências brasileiras e os planejadores de mídia usam a classificação de áreas estabelecida pela empresa Nielsen Brasil. As condições de alcance geográfico das mídias influem em vários aspectos do plano de mídia, especialmente no alcance de audiências e no custo da veiculação. A seleção de mídia de publicidade é o processo de escolher a mídia mais eficiente para uma campanha publicitária. Para avaliar a eficiência da mídia, os planejadores consideram uma série de fatores, incluindo: a cobertura necessária e o número de exposições em um público-alvo; o custo relativo da publicidade de mídia e do ambiente de mídia. O planejamento de mídia também costuma envolver a compra de espaço de mídia. Além dos mercados geográficos, o negócio de mídia envolve um complexo nível de oportunidades relacionadas aos vários tipos de meios e veículos - (Fig. 07). 34 Fig. 07: Distribuição das oportunidades de mídia de acordo com o modelo de negócios de cada meio de comunicação. Ilustração da autora. Os planejadores de mídia exigem uma compreensão intrincada dos pontos fortes e fracos de cada uma das principais opções de mídia, e levam sempre em consideração a cobertura geográfica dos meios e veículos. A indústria de mídia é dinâmica e novas opções de mídia de publicidade estão surgindo constantemente. As mídias digitais e sociais estão mudando a maneira como os consumidores usam a mídia e também estão influenciando a forma como os consumidores adquirem informações sobre o produto. Isso influi decisivamente no planejamento da mídia e na escolha dos mercados de mídia que farão parte do plano. 35 11. GERENCIAMENTO DE MÍDIA O gerenciamento de mídia é visto como uma atividade de gestão dentro das agências de propaganda, que identifica e descreve oportunidades e problemas estratégicos e operacionais para seleção, escolha e negociação de espaços nos meios de comunicação. O gerenciamento de mídia contém as funções de gerenciamento estratégico, gerenciamento de aquisições, gerenciamento de produção, gerenciamento organizacional e gerenciamento das negociações de compra de espaço. Segundo KENNEDY e DE PAULA (2013: 32), são as seguintes as funções de gestão de mídia: 1. Montagem do plano de mídia; 2. Seleção de meios e veículos de comunicação; 3. Criação da estratégia de mídia; 4. Criação da tática de mídia; 5. Montagem de programação de inserções de anúncios; 6. Negociação de campanhas; 7. Administração de custos rentáveis de veiculação; 8. Avaliação dos projetos e oportunidades diferenciadas de contato com o consumidor; 9. Compra de patrocínios, e eventos patrocinados; 10. Aferição de pós-venda e resultados finais de campanhas de veiculação. Para desenvolver essas atividades a gestão de mídia inclui várias plataformas de mídia pelas quais os anunciantes pagam: rádio, televisão, jornais, revistas, outdoors, internet e celulares. Depois, há segmentos dessas mídias em que os anunciantes inserem suas marcas menos abertamente, explorando mais a estratégia de conteúdo. Por último, existem os sites de mídia social como: Facebook, Instagram, Linkedin, Twitter e YouTube , onde os anunciantes tentam ganhar a confiança e a atenção do consumidor. Em todos esses tipos de mídia, quando um consumidor ouve música no rádio, fica on-line para atualizar seu status no Facebook, assiste a um programa de TV lê sua revista favorita, ele 36 também recebe informações através de um meio de comunicação ou de um contato especializado. Dada essa ampla definição, podemos ver que existem centenas de mídias diferentes disponíveis, como mala direta, TVs no clube nas academias, cupons, placas de estádios, tabuleiros de bandejas em caixas de segurança nos aeroportos e amostras entregues no consultório do médico. Todas essas e muitas outras mídias nos oferecem formas de comunicar informações a um público específico. Os profissionais de publicidade, especializados na gestão de mídia, estão interessados em olhar os meios de comunicação como espaços ou “pontos de contato“ para transmitir um tipo específico de informação – uma mensagem publicitária – sobre um produto, serviço ou marca para os consumidores. A figura 08 mostra o fluxo da gestão de mídia de acordo com a hierarquia de atividades: Fig. 08: Fluxo das atividades de gestão de mídia. Elaborada pela autora com base em KATZ (2016: 97). Segundo KENNEDY e DE PAULA (2013) uma análise da situação atual da gestão de mídia fornece uma visão futura de oportunidades de contato com os consumidores. Atualmente, com o surgimento de novos canais e publicações, fragmentação e dispersão das audiências, o desenvolvimento da tecnologia de aproximação com o consumidor, marketing competitivo dos meios e aumento dos custos de veiculação acima dos demais índices de inflação tradicionais do mercado, ressalta a importância de um criterioso plano de mídia ou “planejamento de contatos” no contexto de viabilização de campanhas publicitárias. 37 O fluxo inflacionário passado da nossa economia confundiu a ordem do desempenho da função mídia, uma vez que a negociação tornou-se por muito tempo o foco principal do profissional de mídia. No entanto, a maior otimização do investimento ocorre de fato na fase de planejamento das ações de mídia. Hoje, o profissional de mídia está presente também dentro dos maiores anunciantes. Contribui para rentabilização de investimentos dentro do veículo de comunicação, em busca das melhores oportunidades de recomendação de veiculação. Esse profissional está conectado com a produção editorial ou artística dos veículos e com os objetivos de marketing dos anunciantes. Por outro lado, os meios tecnológicos de comunicação, a partir da emergência da internet também pressionam para a atualização dos planos de mídia, que agora precisa levar em consideração os novos formatos oferecidos especialmente pela internet e mobile (dispositivos móveis como o smatphone e os tablets). A direção e a gerência comercial dos veículos devem manter relacionamentos transparentes e técnicos dentro do anunciante, para demonstrar o quanto o seu produto editorial é importante para as marcas e produtos. Deve convencer, da mesma forma, os profissionais de agências de propaganda quanto à qualidade do conteúdo editorial do seu veículo e à adequação desse conteúdo aos objetivos de marcas e produtos, o que pode ser justificado a partir de pesquisas com histórico de sucesso de audiência. Quem conhece melhor as condições de planejamento e compra de mídia, o marketing do anunciante ou o profissional de mídia? Obviamente, é o profissional especializado na gestão de mídia. 38 12. A MONTAGEM DO PLANEJAMENTO DE MÍDIA: BRIEFING O planejamento de mídia é o processo de identificação e seleção de meios de comunicação – principalmente jornais, revistas, sites, estações de rádio e TV, e colocação ao ar livre – para inserir anúncios pagos. O profissional responsável por avaliar as várias opções de mídia e criar estratégias para apoiar um determinado produto, serviço ou marca é chamado de planejador de mídia. Os planejadoresde mídia geralmente são empregados por agências de publicidade, entretanto, a partir dos anos 1990, muitas empresas organizaram um setor de mídia interno e passaram a contratar gerentes de mídia. O trabalho de um planejador de mídia é desenvolver um plano coordenado e ideal de acordo com o orçamento (verba) de publicidade de um determinado cliente. Ele decide onde, quando e com que frequência apresentar um anúncio específico. Quanto mais o planejador puder otimizar o orçamento de um cliente para atingir o maior número de pessoas, melhores as chances de obter resultados, uma vez que todo o propósito da publicidade é conscientizar os clientes em potencial sobre os produtos ou serviços de uma empresa e persuadi-los a comprá-los. O plano de mídia termina com a negociação dos espaços onde os anúncios serão inseridos. KENNEDY e DE PAULA (2013), entretanto, observam que o profissional de mídia supera o papel de negociador de custos de veiculação, porque na prática é um planejador estratégico e tático aberto a mudanças do mercado, avanço das novas tecnologias e dos padrões de comportamento sociodemográfico das audiências Ele está conectado com anunciantes, veículos e todo fornecedor de soluções de contatos comerciais. O profissional de mídia dentro da agência de propaganda possui os estudos regulares de audiência dos meios de comunicação, que devem permear e interagir com todos os envolvidos no processo de contato com o consumidor. A preparação de um plano de mídia é crucialmente importante se a companhia pretende realizar campanhas para promover sua marca, produto ou serviço. Ele ajudará a organização a otimizar seu orçamento, seu tempo e vai evitar muitas frustrações quando os resultados das ações comerciais que ela 39 desenvolve não são os esperados. O estudo e a análise do negócio e do seu ambiente e planejamento estratégico são básicos para aproveitar os recursos existentes em circunstâncias em que a concorrência está crescendo, a demanda está em constante mudança e as plataformas de publicidade estão em constante evolução. Essas informações devem constar do briefing de mídia e são fornecidas pela área de marketing e de comunicação do cliente. O briefing de mídia, segundo KENNEDY e DE PAULA (2013: 93) deve conter: 1. O objetivo de marketing do anunciante: A definição daquilo que o anunciante pretende alcançar e pode envolver: a) Crescer/manter participação de mercado (share of market) ou lembrança de marca (share of mind); b) Ampliar cobertura geográfica (penetração da imagem do produto/marca) c) Combater a concorrência direta ou indireta; d) Resolver algum problema específico de distribuição, sazonalidade ou preço. 2. A estratégia de marketing adotada: Qual estratégia será adotada para alcançar o objetivo de marketing proposto? a) Calendário promocional; b) Sugestão de novos usos; c) Mudança de hábito, de uso do produto ou da embalagem; d) Testes de mercado. 3. O que a comunicação objetiva: Qual o papel que a comunicação deverá exercer no contexto de necessidades de contato da marca com o cliente? a) A comunicação deve consolidar ou manter o posicionamento atual? b) Que imagem de marca deve ser posicionada? c) Quais os aspectos identificados nas pesquisas junto ao consumidor em seus momentos de decisão de compra devem ser enfatizados? 40 4. A situação de mercado que a marca ocupa atualmente: a) Participação de mercado e evolução de vendas do produto; b) Participação de mercado e evolução de vendas dos concorrentes; c) Evolução do mercado; d) Aspectos relevantes da distribuição; e) Quais os mercados a serem cobertos pela mídia e quais necessitam de esforços maiores ou menores? f) Quais os investimentos de comunicação, estratégias e táticas utilizadas pelos concorrentes? g) Que fatores reduzem ou aumentam o volume do mercado potencial? h) Onde moram os compradores potenciais? 5. Segmento-alvo objetivado: Quais são as principais características e classificações do consumidor do consumidor? a) Demografia - raça, gênero, etnia, idade, educação, religião. b) Geografia - local, nacional, internacional, remota, urbana, rural. c) Atitudes - como eles percebem o problema, quão proativos são? O que seria necessário para levá-los a agir? d) Hábitos de mídia - que mídia eles têm acesso, usam e curtem? e) Cultura - qual é o seu background cultural, que idiomas eles falam ou leem? 6. O período em que será realizada a veiculação dos anúncios: a) Indicação da data ideal para início da campanha e para avaliar a existência de uma data limite de veiculação, assim como expor as razões dessas datas. b) Informar, caso haja, períodos diferentes de vendas do produto para cada mercado. 7. Verba para a campanha de mídia: 41 a) Que verba está disponível para atingir todos os objetivos estabelecidos? 8. Outras informações relevantes: Além da comunicação em mídia, que outras ações estão sendo desenvolvidas pelos anunciantes ou outras formas de contato com o consumidor do produto? Tais como: a) Ações no ponto de venda b) Concessão de crédito c) Como atua o comprador para adquirir o produto? d) Com que frequência acontece a compra? 42 13. ESTRUTURA DO PLANEJAMENTO DE MÍDIA O objetivo de criar um plano de mídia é alcançar os segmentos-alvo da campanha – aqueles que têm maior probabilidade de comprar da marca no momento exato em que decidirão comprar –. Usando a mídia para veicular as mensagens de publicidade, a empresa pode educar e informar os prováveis clientes e conscientizá-los de sua marca, bem como persuadi-los a comprar um determinado produto em vez do produto de outra empresa. Para que isso aconteça da maneira mais eficiente e econômica possível, é importante ponderar o seguinte ao desenvolver o plano de mídia (Fig. 09): Fig. 09: Sequência ideal do planejamento de mídia. Ilustração da autora. Um plano de mídia consiste na busca e definição das plataformas nas quais uma marca, um produto ou um serviço deve ser promovido. Este plano irá estabelecer a melhor combinação possível de meios para alcançar os objetivos da campanha de marketing de uma empresa. As etapas do plano iniciam logo após a análise do briefing e suas etapas podem ser descritas da seguinte maneira: 1. Objetivo de mídia: Baseado no briefing de planejamento do produto e de comunicação, ou ainda pelo planejamento estratégico da agência de propaganda, o objetivo de mídia deve responder ao que está sendo objetivado pela campanha. Deve-se definir se vai se ele vai compor um esquema de veiculação de lançamento, de continuidade, ou se intenta resolver questões de sazonalidade de vendas. Pode estabelecer objetivos de alcance (cobertura) de consumidores com respectivas necessidades 43 de frequência de exposições. O objetivo de mídia poderá planejar soluções que representam caminhos favoráveis da linha criativa a ser produzida pela agência de comunicação no contato com o consumidor. Deve refletir os caminhos para esse contato ser envolvente a ponto de gerar vendas futuras. 2. Estratégia de mídia: Na determinação deste item é onde ocorre a justificativa da importância de cada meio de comunicação selecionado, seu papel no contato com o consumidor e, principalmente, a sua função na campanha em razão das suas características. Esta fase exige um conhecimento profundo do planejador em relação aos hábitos e atitudes do consumidor, seus assuntos de preferência e sua conjuntura de formação de opinião. Segundo SÁ e LIMA (2018: 34), no Brasil, dois excelentes estudos colaboram com essa análise do consumidor em relação aos meios: Sisem Consumer (Marplan) e TGI-Target Group Index (Ibope). A estratégia de mídia representa uma série de ações coerentescom os objetivos de mídia apresentados no início do plano. 3. Táticas de mídia: Existem várias maneiras de colocar uma mensagem na mídia dentro das estratégias traçadas, mas geralmente o plano procura identificar uma abordagem melhor. Táticas são as abordagens usadas para atingir as metas e objetivos individuais dentro da estratégia geral. As táticas de mídia devem determinar como se comunicar com o público-alvo e com os segmentos participantes. Elas devem ser usadas para transmitir mensagens que irão apelar para os gostos, hábitos e interesses de mídia dos consumidores, por isso nesta fase são decididos os meios e veículos de comunicação mais relevantes para o público alvo e quais os formatos de anúncios mais adequados dentro da verba destinada. Segundo KENNEDY e DE PAULA (2013: 94): A seleção de veículos nesta fase continua considerando os hábitos do consumidor, baseados nos estudos do Ibope e da Marplan, porém com a definição do formato (espaço, tempo ou dimensão do anúncio) a ser utilizado, visando atingir o 44 consumidor em uma tática oportuna – talvez sutil –, mas sempre impactante e significativa para o público-alvo. Aqui são utilizados os famosos rankings de audiências associados a custos relativos de potenciais consumidores, índices de afinidade dos veículos e seus horários/circulação. O perfil de consumidores dos veículos de comunicação declarados nos estudos de pesquisa de mídia permite o planejamento técnico das táticas de contato da marca. 45 14. DETALHAMENTO DO PLANO DE MÍDIA A mídia não deve direcionar sua campanha para um público geral. Ela deve ser uma forma específica e segmentada de atingir as metas e objetivos estabelecidos na estratégia para transmitir a mensagem e pedir ação (Call to Action). No detalhamento do plano cabe decidir o seu formato de mídia, ferramentas e táticas somente depois de ter concluído as etapas estratégicas anteriores. Então, o planejador pode decidir qual mídia ele quer usar e se elas serão distribuídas on-line ou off-line (ou ambos). O detalhamento deve responder as seguintes perguntas que ajudarão a selecionar o formato de mídia correto: a) Quais formatos de mídia as comunidades participantes têm acesso? b) Quais formatos de mídia seu público-alvo segue mais? c) Qual formato de mídia pode transmitir melhor sua mensagem? d) Qual formato de mídia provavelmente estimulará as pessoas a agir? Formatos: Os formatos de mídia podem incluir a mídia tradicional (TV, rádio, jornal, revista, outdoor etc.), mas também pontos de contato alternativos como documentários em vídeo, pôsteres impressos, blogs, podcasts de áudio, apresentações de teatro de rua, dramas de rádio ou jogos urbanos, SMS (mensagem de texto), Mídias e redes digitais. O planejador pode usar uma combinação de formatos e ferramentas de mídia para divulgar sua mensagem de campanha a diferentes públicos-alvo. Por exemplo, embora o planejador possa desenvolver conteúdo relevante nas mídias sociais sobre a marca, o produto/serviço e fabricante, incluído ações sociais da companhia inseridos em mídias específicas, para garantir que eles recebam ampla atenção geral do seu segmento-alvo, ele também pode ter um blog que atualize regularmente seu público global sobre os novos conteúdos produzidos; informações sobre onde o conteúdo foi transmitido e compartilhar as respostas que ele recebeu de audiências, organizações relevantes e órgãos governamentais. Ferramentas: Ferramentas são representadas por aquilo que o planejador decidiu ao criar, promover e distribuir sua mídia. Existem muitas 46 maneiras de produzir mídia, mas ele deve ser capaz de identificar o melhor caminho baseado na compreensão do público, objetivos e recursos. Se ele quiser transmitir um comercial na televisão ou no cinema, será melhor contratar produtoras de alta qualidade. A edição do comercial requer outras ferramentas, assim como a sua distribuição. Por isso, a mídia deve sempre seguir as orientações de um planejamento de CIM e estar integrada com os setores de criação e produção da agência. O planejamento de mídia é uma ciência projetada para gerar o máximo de vendas de todos os anúncios em que a empresa investe, por isso deve considerar também: a) Alcance. Um dos dois fatores mais importantes a considerar, o alcance é o número de pessoas que a campanha de mídia deseja obter durante um determinado período de tempo, como uma semana ou um mês. b) Frequência. O segundo fator mais importante é a frequência, que é o número de vezes que os clientes-alvo verão o anúncio. Obviamente, quanto maior o número, melhor, mas o custo também é um fator. Por exemplo, o planejador pode querer exibir um anúncio diariamente no jornal local, mas o custo dessa compra pode exceder seu orçamento anual. c) Custo por mil. Uma maneira de medir o custo da propaganda é dividir o custo total da propaganda em um determinado mercado pelos milhares de clientes da mídia, para obter o valor do custo por mil. Para jornais e revistas, o planejador dividiria o custo pelo total de leitores. Para blogs, ele dividiria por inscritos. d) Seletividade. Dependendo de como o produto é segmentado, o planejador pode querer uma medida de quão bem o meio de comunicação atinge seu cliente em potencial. Por exemplo, a publicidade de uma marca de automóveis através do jornal local (da cidade, do Estado) atrairá a atenção, mas que porcentagem dos assinantes e leitores do jornal pertence ao mercado-alvo das perspectivas de compra prováveis? Pode 47 ser um número muito baixo para fazer sentido a seleção desse tipo de mídia. e) Impacto. Quantas visualizações (ou quantas vezes) o meio de comunicação considerado atingiu seu público-alvo? As revistas podem apelar para a visão e, talvez até introduzir cheiro cheirar (com inserções de perfume no anúncio), enquanto os sites podem apelar para a visão e o som. O mesmo acontece com a TV. O planejador deve considerar quais sentidos terão maior impacto na decisão de compra de um cliente. 48 15. O CRONOGRAMA DE VEICULAÇÃO Embora a maior parte do planejamento de mídia seja focada nas estratégias e táticas de mídia, incluído a determinação de objetivos e as formas estratégicas de atingi-los, bem como s seleção dos meios (TV, rádio, revista etc.) e veículos (Rede Globo, Jovem Pan, Revista Veja etc.), a linha do tempo é onde o planejador pode reunir todos os componentes e garantir que está considerando o tempo suficiente para o sucesso em cada etapa e de cada veiculação. Além disso, um cronograma de veiculação permite otimizar a aplicação da verba da campanha. A fig. EE mostra um cronograma padrão (ou linha do tempo) de veiculação: Fig. 10. Exemplo de um cronograma de veiculação, adaptado pela autora de SÁ e LIMA (2018: 97). O cronograma não deve incluir apenas o plano dos anúncios finais e suas datas de veiculação, mas também as etapas de produção, o tempo adequado para o planejamento e feedback/revisões do plano para os ajustes necessários. O principal fator a observar no cronograma é entender os períodos de veiculação nos diferentes meios, incluindo também quanto tempo o criativo precisa para criar os anúncios, ou ajustar aqueles que não estão sendo traduzidos em visualizações adequadas, bem como o tempo que a agência de mídia precisa para configurar as campanhas. Segundo KENNEDY e DE PAULA (2013: 94): O cronograma de mídia permite a visualização de todas as ações recomendadas, por período, mercado, meios, formatos e principalmente a distribuição dos investimentos. No quadro abaixo temos um exemplo de um cronograma de veiculação 49 ilustrando o raciocínio estratégico e tático. No cronograma ocorre a materializaçãode todos os objetivos da campanha associados a estratégias e táticas de mídia, porque é a definição detalhada de: Formato de utilização dos meios recomendados no plano de mídia; Posições de veiculação no espaço e no tempo dos anúncios, comerciais, eletrônicos, impressos ou digitais; Detalhes dos patrocínios e ações diferenciadas quando utilizados. Ao planejar um cronograma para produção e distribuição de mídia, o planejador deve pensar em quanto tempo sua estratégia de mídia continuará sendo veiculada. Por exemplo, se ele está participando de uma campanha de três anos, seu plano de veiculação de mídia pode não começar de forma agressiva, mas se a sua campanha geral for curta – de alguns meses apenas – será fundamental a atenção das pessoas desde o início, por isso a campanha será muito mais intensiva, com alto alcance e alta frequência. O cronograma de mídia deve incluir: 1. O período de planejamento e produção de mídia. 2. Quando a mídia será lançada. 3. Quais mensagens e mídias devem ser enviadas e em que quantidade; por exemplo, Veiculação de banners na internet e 50 e-mails ou mensagens de texto durante um período de um ano. 4. Deve permitir um acúmulo progressivo para toda a campanha quando o planejamento incluir várias mídias. 5. O planejador deve relacionar eventos importantes à sua campanha de mídia e permitir flexibilidade para responder aos eventos à medida que eles se desenvolvem. 6. O cronograma precisa ser realista e realizável, em função da verba disponível. Estratégias e táticas podem variar dentro de um cronograma, dependendo do setor, mas, com um processo de planejamento de mídia bem estabelecido, a marca garantirá que seus anúncios distribuídos através de 50 diferentes meios e veículos de comunicação estejam organizados e preparados para o sucesso da campanha. 51 16. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DAS MÍDIAS A seleção das mídias para o planejamento de mídia consiste em escolher os meios e veículos mais eficientes para distribuição de anúncios (impressos) e comerciais (TV, Rádio, Internet) de uma campanha publicitária. Para avaliar a eficiência da mídia, os planejadores consideram uma série de fatores, incluindo a cobertura geográfica necessária (alcance) e o número de exposições (frequência) em um público-alvo; bem como o custo relativo da publicidade de mídia nos espaços selecionados. O planejamento de mídia também pode envolver a negociação de espaços de mídia. Os planos de mídia exigem uma compreensão intrincada dos pontos fortes e fracos de cada uma das principais opções de mídia. A indústria de mídia é dinâmica; novas opções de mídia de publicidade estão surgindo constantemente. As mídias digitais e sociais estão mudando a maneira como os consumidores usam a mídia e também estão influenciando a forma como eles buscam informações sobre marcas e produtos. Por isso, a seleção de mídia de publicidade para uma determinada campanha requer um profundo e complexo entendimento das opções de mídia disponíveis. Para isso, cada meio tem características próprias que devem ser consideradas: 1. Mídia televisiva: A publicidade televisiva oferece o benefício de alcançar grandes números em uma única exposição. A razão para se ter um grande número é que esse método de teledifusão pode atingir os clientes no ambiente doméstico. Segundo KENNEDY e DE PAULA (2013), um ponto percentual de audiência nacional no Brasil representa cerca de 1 milhão de pessoas, portanto, em horários nobres é possível atingir 3,8 milhões de pessoas (38% de audiência) focalizadas em uma mesma emissora, em um mesmo programa, com certa uniformidade de interesses. No entanto, por ser um meio de comunicação capaz de ser visto por praticamente qualquer pessoa, a televisão não tem a capacidade de entregar um anúncio a clientes altamente segmentados em comparação com outros meios de comunicação. As redes de televisão estão tentando melhorar seus esforços de direcionamento. Em particular, as redes que 52 operam na arena de acesso pago, como as que possuem canais de TV a cabo e via satélite, estão introduzindo programas com temas mais restritos (ou seja, programas de TV voltados a grupos de interesse específicos) projetados para atrair públicos seletivos. Assim mesmo, a televisão continua sendo uma opção que é melhor para produtos voltados para um mercado de massa. O âmbito geográfico da publicidade televisiva pode variar, desde a publicidade local ou regional até à cobertura nacional. A publicidade televisiva, antes vista como a base da publicidade na mídia, enfrenta agora inúmeros desafios de mídia alternativa, especialmente a mídia interativa e social pela interntet. As inovações tecnológicas, especialmente o advento do bloqueio de anúncios e do zapping, corroeram o imediatismo e a relevância da TV para alguns públicos. 2. Mídia publicitária no rádio: A promoção através do rádio tem sido uma opção de publicidade viável há quase um século. A publicidade de rádio é principalmente local para a faixa de transmissão de uma estação de rádio, no entanto, existem pelo menos algumas opções que oferecem cobertura nacional ou potencialmente internacional. Em muitos países existem redes de rádio (como a Disney nos EUA) que usam muitas estações geograficamente distintas para transmitir simultaneamente. Nos Brasil, redes radiofônicas de programação esportiva, por exemplo, cobrem todo território nacional. Essa programação é difundida nacionalmente por meio de um grupo de estações de propriedade da mesma empresa ou por meio de um acordo de distribuição (isto é, contrato comercial) com estações parceiras. Em segundo lugar, nos últimos anos, o surgimento da programação de rádio via satélite tornou-se uma opção para a publicidade nacional. Finalmente, o potencial de publicidade nacional e internacional pode tornar-se mais atraente, já que as estações de rádio permitem que seus sinais sejam transmitidos pela Internet. 53 De muitas maneiras, o rádio sofre os mesmos problemas que a televisão, ou seja, um meio de comunicação de massa que não é altamente segmentado e oferece poucas oportunidades de rastrear as respostas. Mas, ao contrário da televisão, o rádio apresenta a desvantagem adicional de limitar os anunciantes à publicidade apenas ao áudio, e para alguns produtos, a publicidade sem suporte visual não é eficaz. 3. Publicações de mídia impressa: A mídia impressa continua a oferecer oportunidades de publicidade variadas em revistas, livros (no Brasil não é comum), jornais e publicações de edições especiais (como anuários), que oferecem uma variedade de oportunidades de mídia publicitária. As revistas, especialmente aquelas que têm como alvo nichos específicos ou áreas de interesse especializadas, são mais bem direcionadas em comparação com a mídia de transmissão. Além disso, as revistas oferecem a opção de permitir que profissionais de marketing apresentem suas mensagens usando imagens de alta qualidade (por exemplo, a cores) e também podem oferecer aos anunciantes a capacidade de integrar experiências interativas e táteis com o uso de papéis impregnados com aromas (por exemplo, perfume). Os jornais também incorporaram anúncios coloridos, embora sua principal vantagem esteja na capacidade de segmentar mercados locais. Para os anunciantes, a possibilidade de inserir catálogos ou material promocional especial no jornal é uma grande vantagem. As publicações de edições especiais podem oferecer segmentação muito seletiva, já que elas geralmente enfocam tópicos extremamente restritos (por exemplo, guia de compra de carros, guias turísticos, classificações de faculdades e universidades etc.). 4. Publicidade na Internet: A Internet é a mídia de publicidade
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