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Neuroanatomia - Apostila

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1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE 
 
DISCIPLINA DE ANATOMIA HUMANA 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE NEUROANATOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organizadores: 
Arlete Hilbig e Laura Teixeira Canti 
 
 2 
 
 
Autores: 
Adriene Stahlschmidt- AD 2012 
Amanda Backoff – AD 2012 
André Reitz da Costa – AD 2013 
Annelise Gonçalves – AD 2012 
Arlete Hilbig – Coordenadora da Disciplina de Anatomia 
Bruna Suzigan – AD 2012 
Bruna s. Martins– AD 2012 
Carla Martins – AD 2012 
Elisa Arroque – AD 2013 
Francieli Pagliarim – AD 2012 
Laura Teixeira Canti – AD 2012 
Leticia Mariani – AD 2012 
Luisi Rabaioli – AD 2012 
William Menegazzo – AD 2012 
 
 
Formatação Gráfica: 
 
Laura Teixeira Canti 
 
 
Revisão: 
 
Arlete Hilbig 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
Aula 1 – Introdução a Neuroanatomia ..............................................................................pag. 4 
Aula 2 – Neurocrânio.........................................................................................................pag. 11 
Aula 3 – Meninges.............................................................................................................pag. 
Aula 4 – Medula espinhal .................................................................................................pag. 16 
Aula 5 – Tronco Encefálico – Macroscopia.......................................................................pag. 25 
Aula 6 – Tronco Encefálico – Organização Funcional.......................................................pag. 29 
Aula 7 – Cerebelo..............................................................................................................pag. 35 
Aula 8 – Diencéfalo............................................................................................................pag. 40 
Aula 9 – Telencéfalo Macroscopia e organização Funcional............................................pag. 46 
Aula 10 – Sistema límbico.................................................................................................pag. 58 
Aula 11 – Sistema Nervoso Autônomo..............................................................................pag. 62 
Aula 12 – Vias de Condução.............................................................................................pag. 
Aula 13 – Correlações Clínicas.........................................................................................pag. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA NEUROANATOMIA 
 Arlete Hilbig 
 
A neuroanatomia refere-se ao estudo da estrutura do sistema nervoso (SN). 
O SN é o responsável pelas relações dos seres vivos com o meio externo e pelo controle de seu 
meio interno. Tem a função de detectar as variações do meio ambiente (através de diferentes modalidades 
sensitivas) e produzir respostas apropriadas através de impulsos nervosos para músculos e glândulas de 
secreção. O controle do meio interno é uma função compartilhada com o sistema endócrino e permite a 
manutenção de condições favoráveis para funcionamento do organismo (homeostasia). 
O estudo da organização e função do SN está baseado no entendimento de sua estrutura e nas correlações 
estrutura/função. O SN recebe e interpreta uma grande variedade de informações, bem como controla 
comportamentos motores complexos e funções cognitivas (percepções, memória, aprendizado, emoções). 
Por essa razão, podemos deduzir que apresenta uma anatomia e fisiologia também complexa. 
Embora o objetivo da neuroanatomia seja o estudo da estrutura macroscópica do SN, algumas 
considerações sobre o tecido nervoso e sobre o desenvolvimento do SN são importantes para entendimento 
de sua estrutura e serão brevemente abordados. 
 
Composição do Tecido Nervoso 
É formado por dois tipos principais de células: 
1. Neurônios: células que se especializaram em receber e conduzir informações para outras células, 
transformando os estímulos em impulsos nervosos. 
 O neurônio é a unidade estrutural e funcional do SN tendo o papel de um processador de informações, pois 
recebe estímulos de diferentes origens e produz sua própria mensagem que será transmitida. A informação 
é processada e codificada em uma sequência de etapas química e elétrica que será estudada com mais 
detalhes na disciplina de fisologia. 
Ele é composto de um corpo celular e processos: dendritos e axônios. De uma forma geral, pode se dizer 
que os dendritos são os processos que trazem a informação até o corpo, enquanto os axônios levam 
informações para outro neurônio ou órgão efetuador. 
O neurônio é, portanto, uma célula polarizada pois a informação, na maioria das vezes, percorre esse 
caminho: dendrito→corpo→axônio. A comunicação entre os neurônios se dá principalmente através de 
sinapses, onde ocorre a liberação de substâncias químicas, chamados neurotransmissores, que vão 
produzir alterações elétricas na célula que as recebe (figura 1). 
Quando observamos o sistema nervoso macroscopicamente, vemos que ele é constituído de áreas 
acinzentadas (substância cinzenta) e áreas brancas (substância branca). Isso ocorre porque a maioria dos 
axônios (fibra nervosa) está envolta por uma bainha lipídica de mielina que determina uma cor esbranquiçada 
ao tecido quando predominam os axônios. A coloração torna-se acinzentada quando predominam os corpos 
de neurônios, formando as substâncias branca e cinzenta, respectivamente. 
As substâncias branca e cinzenta têm distribuição heterogênea ao longo do SN. A camada periférica 
de substância cinzenta envolvendo cérebro e cerebelo é denominada, córtex cerebral e córtex cerebelar. 
Acúmulos de corpos de neurônio dentro do SNC (no interior do neuro-eixo) têm o nome específico de núcleo 
e acúmulo de corpos de neurônio fora do SNC é chamado de gânglio. 
 5 
Existe grande diversidade na forma e tamanho dos neurônios, que será estudado na disciplina de histologia. 
Nos mamíferos, podemos descrever três tipos funcionais de neurônios: 
o Neurônios sensitivos ou aferentes: são responsáveis por receber estímulos do meio externo e/ou 
interno e possuem um prolongamento que alcança a periferia e outro que vai ao SNC. 
o Neurônio motor ou eferente: especializado na condução de estímulos para um efetuador – músculo 
ou glândula. 
o Neurônio de associação ou interneurônio: fica sempre dentro do SNC fazendo a associação entre 
diferentes áreas e modificando a função de outros neurônios. Aumentam em número com a evolução 
dos seres vivos, sendo os mais abundantes nos seres humanos. 
Utilizamos os termos aferente e eferente também para denominar fibras (axônios) que chegam ou saem de 
uma determinada estrutura. Assim, se o corpo de um neurônio está situado no córtex cerebral e seu axônio 
vai terminar no cerebelo, ele é eferente ao córtex e aferente ao cerebelo. Isso demonstra que essa é uma 
terminologia dinâmica, dependendo das estruturas que estamos considerando no momento. Se falarmos 
apenas em aferente e eferente sem especificação, estamos nos referindo ao SNC de uma forma geral. 
2. Neuróglia ou Células Gliais: formam o componente mais abundante do SN. Não transmitem informações, 
mas têm função auxiliar dos neurônios dando suporte, nutrição e isolamento e participando ativamente na 
transmissão das informações. São constituídas pelos astrócitos, oligodendrócitos (células de Schwann na 
periferia), células ependimárias e micróglia. 
 
Embriologia – Noções Básicas 
O embrião, na segunda semana de desenvolvimento, possui três camadas germinativas ou folhetos: 
o ectoderma, endoderma e o mesoderma. O SN se origina a partir da camada mais externa, o ectoderma, 
durante a quarta semana de gestação. 
No início do processo, as células do ectoderma que se situam junto à linha média, induzidas pela 
notocorda (que vai formar a coluna vertebral), começam a proliferar formando um espessamento, a placa 
neural. Como a proliferaçãoé contínua, começa a haver um aprofundamento no corpo do embrião formando 
o sulco neural e posteriormente a goteira neural, até que as bordas do ectoderma especializado se fundem e 
formam um tubo neural. O tubo neural então perde o contato com o ectoderma não diferenciado, que vai 
formar a pele do dorso. As bordas da goteira neural darão origem a crista neural que se separa do tubo 
neural. (figura 2) 
O tubo neural dará origem ao SNC, enquanto a crista neural origina o SNP. 
Este tudo não é homogêneo em toda sua extensão sendo sua porção cranial mais dilatada, o 
encéfalo primitivo, e a porção distal mais afilada, a medula primitiva. 
O encéfalo primitivo inicialmente forma duas zonas de constrição e se divide em três porções 
dilatadas (vesículas encefálicas primitivas): uma mais anterior, o prosencéfalo; uma média, o mesencéfalo; 
e uma posterior, o rombencéfalo. A vesícula anterior e posterior sofrem nova divisão e o encéfalo primitivo 
passa a ter cinco vesículas: as duas primeiras derivadas do prosencéfalo: telencéfalo e diencéfalo; a média 
não se divide formando o mesencéfalo; e a posterior forma mais duas vesículas, o metencéfalo e o 
mielencéfalo. Destas vesículas, juntamente com a medula primitiva, derivarão todas as estruturas do SN 
central. 
 6 
As cristas neurais darão origem aos nervos periféricos, aos gânglios sensitivos dos nervos cranianos 
e espinhais e gânglios do sistema nervoso autônomo, além de tecidos situados à distância do SN (medula da 
suprarrenal, melanócitos, paragânglios). 
 Divisão Embriológica Divisão Anatômica 
 
 Prosencéfalo Telencéfalo Telencéfalo 
 Diencéfalo Diencéfalo 
Encéfalo 
primitivo 
 
 
 
Mesencéfalo Mesencéfalo Mesencéfalo 
 Rombencéfalo Metencéfalo Ponte e Cerebelo 
 Mielencéfalo Bulbo 
 
Medula 
primitiva 
 Medula 
Espinhal 
 
Se fizermos um corte transversal no tubo neural (figura 3), observaremos que o crescimento das 
paredes não é uniforme e encontramos quatro paredes de espessuras diferentes, uma posterior, uma anterior 
e duas laterais. 
A luz do tubo neural apresenta, na sua superfície interna, um sulco longitudinal muito importante que 
é o sulco limitante. Toda a porção do tubo neural adiante do sulco limitante tem o nome de lâmina basal, e a 
parede atrás do sulco limitante chama-se lâmina alar. Os neurônios motores se diferenciam da lâmina basal 
e os sensitivos da lâmina alar. As áreas situadas próximo ao sulco limitante relacionam-se com a inervação 
visceral, tanto sensitiva como motora. Essa disposição e função podem ser identificadas em algumas porções 
do SN no indivíduo adulto. 
A cavidade central do tubo neural passa por alterações no tamanho e forma e vai dar origem ao 
sistema ventricular do adulto, onde encontramos líquor: 
Telencéfalo ⇒ Ventrículos laterais (I eII) 
Diencéfalo ⇒ III ventrículo 
Mesencéfalo ⇒ aqueduto cerebral (de Sylvius) 
Ponte e Bulbo (Rombencéfalo) ⇒ IV ventrículo 
Medula espinhal ⇒ canal central da medula 
 
Divisões do SNC 
As divisões do SN sevem para facilitar o entendimento e a comunicação entre os profissionais, mas na 
realidade existe uma continuidade estrutural e funcional no SN. 
1. Divisão Anatômica: a mais utilizada 
 7 
o SN central (SNC): situado dentro do esqueleto axial. 
• 1. Encéfalo: A. Cérebro - Telencéfalo e diencéfalo; 
• B. Cerebelo; 
• C. Tronco encefálico – Mesencéfalo, ponte e bulbo 
o Medula espinhal. 
o SN Periférico (SNP): faz a ligação entre SNC e periferia. Compreende os nervos 
cranianos e espinais, os gânglios e as terminações nervosas. 
2. Divisão Funcional 
o SN somático (SNS) ou da vida de relação 
o SN autônomo (SNA) ou da vida vegetativa, dividido em simpático e parassimpático. 
3. De segmentação ou metameria 
o SN segmentar – SN periférico + medula espinhal e tronco encefálico (substância branca 
por fora e cinzenta por dentro); 
o SN supra-segmentar – cérebro e cerebelo (córtex de substância cinzenta e centro de 
substância branca contendo núcleos). 
4. Divisão Embriológica 
o Prosencéfalo 
o Mesencéfalo 
o Rombencéfalo 
 
Organização Funcional Básica 
As informações chegam ao SN central através dos nervos, que são “cordões” contendo várias fibras 
nervosas (axônios) envoltas por tecido conjuntivo. 
Os neurônios sensitivos, cujos corpos estão localizados em gânglios próximos ao SNC, têm seus 
prolongamentos periféricos formando receptores (na pele, músculos, articulações, e vísceras) ou estão 
ligados a órgãos sensoriais específicos (olho, orelha, etc.). 
Os prolongamentos centrais de nervos espinhais podem ligar-se aos neurônios motores, através de 
neurônios de associação, formando um arco reflexo simples (figura 4). Isso permite que um estímulo 
periférico gere uma resposta motora rápida (contração muscular). Dessa forma, tem-se o arco reflexo 
simples, responsável pelos reflexos que testamos com martelo, por exemplo. Mas esse tipo de reflexo é 
pouco utilizado na prática pelos seres humanos. Os reflexos costumam ser mais complexos e envolvem 
diferentes áreas do SNC (reflexos supra-segmentares). Além disso, possuímos movimentos automático e 
voluntário que não são regidos por redes neurais tão simples. 
Dessa forma, a maioria das células nervosas que traz informações da periferia também se comunica “em 
cadeia” dentro do SNC, para levar informação às diferentes regiões (tronco encefálico, cerebelo, cérebro). 
As projeções dessas células formam as grandes vias ascendentes do SN e as respostas trafegam por vias 
descendentes, permitindo reflexos mais complexos e comportamentos individualizados. Quando temos 
várias fibras nervosas (axônios) com aproximadamente a mesma origem, função e destino, denominamos 
esse grupo de tracto ou fascículo. 
Por outro lado, os estímulos podem partir do córtex cerebral, por exemplo, quando desejamos realizar um 
movimento qualquer. O córtex cerebral envia a informação por meio de fibras descendentes aos neurônios 
motores do sistema nervoso segmentar para que a ação seja executada, formando as grandes vias ou 
 8 
tractos descendentes. O conhecimento das vias de condução nervosa forma a base do entendimento das 
diferentes alterações neurológicas e são fundamentais para o estudo da semiologia neurológica (exame 
clínico em neurologia). 
A figura seguinte mostra um esquema o fluxo de informações no SN. 
 
 
 
Sistema Nervoso Periférico 
É formado por nervos periféricos e suas terminações nervosas, gânglios sensitivos e gânglios do SNA. Os 
nervos periféricos são divididos em: 
o Nervos espinhais: Existem 31 pares de nervos que estão ligados à medula espinhal: 8 cervicais, 12 
torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Eles têm origem a partir da união de uma raíz anterior 
(motora) com uma posterior (sensitiva), que forma um nervo misto. Todos apresentam também fibras do 
SNA, em diferentes proporções. 
o Nervos cranianos: São 12 pares de nervos ligados ao encéfalo. Apresentam maior complexidade 
funcional pela presença de funções sensoriais, além da sensibilidade geral e motricidade. Nem todos os 
nervos são mistos como os espinhais, e alguns contêm fibras do SNA. Todos os nervos cranianos 
deixam o crânio através de aberturas (forames) na base do crânio. A seguir listamos os nervos 
cranianos e suas funções principais: 
I – Olfatório: olfato; 
II – Óptico: visão; 
III – Óculomotor: movimentação do globo ocular; 
IV – Troclear: movimentação do globo ocular; 
V - Trigêmio – possui uma raiz sensitiva que dá sensibilidade para toda a face, sendo dividida em 
três porções: oftálmico, maxilar e mandibular; e uma raiz motora que acompanha a porção 
mandibular e é responsável pela inervação dos músculos da mastigação; 
VI - Abducente – movimentação ocular. Inerva o músculo reto lateral que desvia o olhar para fora 
(abdução do olho); 
VII - Facial - inerva os músculos da mímica; 
 9 
VIII - Vestíbulococlear – relacionado com a audição e o equilíbrio; 
IX - Glossofaríngeo– inervação da faringe, língua e palato; 
X - Vago – é um nervo parassimpático e tem um amplo território de inervação incluindo vísceras 
cervicais, torácicas e abdominais. 
XI - Acessório – inerva o trapézio e o esternocleidomastóideo (músculos do pescoço). 
XII - Hipoglosso – inerva os músculos da língua. 
 
Figura 1. Neurônio e Sinapses 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Etapas do Desenvolvimento do SNC. 
 
 
 
 
 
 10 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Tubo Neural. Corte Transversal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sulco Limitante 
Lâmina Alar 
Lâmina Basal 
 11 
NEUROCRÂNIO 
 
O crânio é o esqueleto da cabeça, formado pelo neurocrânio e pelo esplancnocrânio. O neurocrânio 
é o revestimento ósseo do encéfalo, e o esplancnocrãnio forma os ossos da face e envolve órgãos dos 
sentidos e constituintes dos sistemas respiratório (nariz) e digestório (boca). 
 
Uma linha que vai da glabela até a protuberância occipital externa, divide o 
neurocrânio em duas porções: 
o uma porção superior: calvária ou calota craniana; 
o uma porção inferior: base do crânio. 
 
O neurocrânio é formado por oito ossos: 
o Ossos ímpares: situados na linha média - frontal, etmoide, esfenoide e occiptal. 
o Ossos pares: situados lateralmente - temporal e parietal. 
 
Os ossos do crânio se articulam através de suturas que são referências importantes: 
o sutura fronto-parietal ou coronal: entre os ossos frontal e parietais. 
o sutura inter-parietal ou sagital: entre os ossos parietais. 
 
Ao nascimento, os ossos do crânio não completaram seu processo de ossificação. Desta forma, as 
suturas ainda são formadas por mesênquima, e são chamadas de fontanelas. 
o bregmática ou anterior: situada entre o osso frontal e os parietais. 
o lambdóide ou posterior: situada entre os ossos parietais e o occipital. 
 
 Alguns ossos do crânio (frontal, temporal, esfenóide e etmóide) são ossos pneumáticos e contêm 
cavidades que formam os seios da face. 
 A medula espinhal é contínua com o encéfalo através do forame magno, uma grande abertura do osso 
occiptal, na base do crânio. 
 
Ossos do Neurocrânio 
A anatomia dos ossos do assoalho da cavidade craniana apresenta importância pela sua relação com 
encéfalo e por sua disposição formando diferentes “andares” ou fossas cranianas. Desta forma, a porção 
mais anterior é também mais alta – fossa craniana anterior; a porção mais posterior é a mais baixa – 
fossa craniana posterior; e a porção entre as duas também fica em altura intermediária – fossa craniana 
média. Alguns aspectos relacionados aos ossos serão salientados, mas mais importante é o entendimento 
da formação da cavidade craniana e suas relações. 
 
1) Osso Frontal: 
Possui três faces: - Face externa - Face interna - Face orbitária 
A parte mais anterior do osso é uma superfície plana chamada de escama. Possui uma porção 
horizontal (parte orbital) logo abaixo da escama que forma o teto da órbita e o assoalho da fossa anterior da 
cavidade craniana. 
calvária 
Base do 
crânio 
 12 
 A margem supra-orbital do osso frontal possui a incisura supra-orbitária para a passagem dos 
nervos e de alguns vasos supra-orbitais. Logo acima da margem supra-orbital há uma crista, o arco 
superciliar. Entre os arcos superciliares há a glabela, uma saliência logo acima da raiz do nariz. 
 De cada lado da escama, na parte mais inferior, existem duas eminências ósseas que são os 
processos zigomáticos, parte da articulação do osso frontal com o osso zigomático. 
 A intersecção dos ossos frontal e nasal é o násio. 
 Na parte interna do osso frontal, existe o sulco do seio longitudinal superior (dependência da 
dura-máter) que vai se alargando á medida que se dirige posteriormente. De cada lado do sulco existem 
algumas pequenas depressões que são as impressões das granulações aracnóideas. Na parte mais 
inferior da escama, existe uma saliência chamada crista frontal, onde se prende a foice do cérebro (outra 
dependência da dura-máter). Na base da crista frontal, está o forame cego do osso frontal, que dá 
passagem aos vasos durante o desenvolvimento fetal, porém insignificante após o nascimento. 
 Lateralmente a lâmina horizontal, há uma depressão, a fossa da glândula lacrimal. 
No osso frontal existe uma cavidade contendo ar chamado de seio frontal. Serve para dar 
ressonância à voz. Comunica-se com a cavidade nasal através do ducto fronto-nasal. 
 
 
 
2) Etmóide 
Pertence ao neuro e esplancnocrânio. Somente a porção horizontal (lâmina crivosa) 
e a parte superior da lâmina perpendicular (crista galli) fazem parte do neurocrânio). 
 
 Lâmina perpendicular do etmóide: uma haste vertical faz parte do septo 
nasal e a porção superior penetra na cavidade craniana (processo crista galli). 
 Lâmina crivosa do etmóide: transversal à lâmina perpendicular, constitui 
parte do teto da cavidade nasal e assoalho da fossa anterior do crânio. Possui vários 
orifícios, os quais dão passagem a raízes do 1º nervo craniano (nervo olfatório). 
 De cada lado da lâmina crivosa, estão as massas laterais do etmóide 
(labirinto etmoidal), que possuem cavidades ósseas chamadas de células etmoidais (se comunicam com a 
cavidade nasal), A face lateral das massas laterais faz parte da parede medial da cavidade orbitária; a face 
medial faz parte das paredes laterais das cavidades nasais. Nas paredes mediais das massas laterais 
existem dois prolongamentos ósseos chamados conchas nasais superior e média. Há uma concha nasal 
inferior, porém é um osso isolado que faz parte do esplancnocrânio. Entre as conchas nasais e a parede 
lateral das cavidades nasais existe um espaço chamado de meato. 
 
3) Esfenóide 
 Osso irregular cuja forma lembra um morcego, formado por um 
corpo e três pares de processo: asas maiores, asas menores e 
processos pterigóides. 
 O corpo apresenta uma cavidade, o seio esfenoidal, que se 
comunica com a cavidade nasal. O corpo apresenta uma forma cúbica e, na sua face superior, uma 
depressão chamada de sela túrcica, onde está alojada a glândula hipófise. A sela túrcica é circundada 
Labirinto 
etmoidal 
Crista galli 
Processo 
pterigóide 
 13 
pelos processos clinóides, dois anteriores e dois posteriores. Nos processos clinóides posteriores prende-
se a tenda do cerebelo. 
Entre a asa maior e a asa menor do esfenóide existe um espaço, chamada de fissura orbitária 
superior. Na asa maior do esfenóide há, anteriormente, o forame redondo e, lateralmente, o forame oval. 
 
 
4) Occipital 
O mais posterior dos ossos ímpares; facilmente palpável em sua extensão. 
 A parte mais posterior e palpável do osso é uma superfície chamada escama. No plano mediano 
da escama há, externamente, a protuberância occipital externa, facilmente palpável. 
 Na face interna do osso existe uma saliência localizada acima da protuberância occipital externa 
chamada de protuberância occipital interna. Existem, também, depressões ósseas dispostas em cruz que 
são as impressões dos seios da dura-máter. As depressões se encontram na confluência dos seios. 
 Na porção mais inferior do osso, existem duas saliências, côndilos do occipital (superfícies 
articulares para a articulação atlanto-occipital). 
Ao nível do forame magno está a transição entre bulbo e medula. 
 
5) Parietal 
 Na superfície externa existe duas linhas arqueadas, linha temporal superior e inferior. Na linha 
temporal superior se prende a fáscia temporal, e na linha temporal inferior se prende o músculo temporal 
(mastigação). 
 Na face interna existem vários sulcos deixados pela impressão das ramificações da artéria 
meníngea média. 
 
6) Temporal 
Apresenta três porções: escamosa, timpânica e petrosa. 
o Escama: apresenta o processo ziogomático, onde se dá a articulação com o osso ziogomático, 
formando a arcada zigomática. 
o Placa timpânica:apresenta na parte mais lateral um orifício, o meato acústico externo. 
o Porção petrosa: apresenta processos ou saliências ósseas. Atrás do pavilhão auricular podemos 
palpar o processo mastóide. Adiante do processo mastóide, e profundamente situado, está o 
processo estilóide. Entre os processos mastóide e estilóide está o forame estilomastóideo, por onde 
se exterioriza o nervo facial. Dentro da porção petrosa, ou rochedo temporal, está situada a orelha 
interna. No interior da cavidade craniana a porção petrosa contém um orifício, o meato acústico 
interno. 
 
Base do Crânio 
Mais importante que o estudo dos ossos individualmente é o entendimento de suas relações e 
formações na base do crânio. É através da base que passam todas as estruturas que estão entrando ou 
saindo da cavidade craniana. Ela não é uniforme, apresentando três andares ou fossas cranianas: fossa 
anterior, fossa média e fossa posterior. 
 
 14 
 Fossa anterior do crânio: o limite posterior é a borda posterior da asa menos do esfenóide, uma 
borda cortante denominada crista esfenoidal. 
A crista etmoidal é rodeada de vários orifícios que formam a lâmina crivosa do etmóide, por onde 
penetra o nervo olfatório. 
 
Lâmina crivosa 
 
I nervo craniano 
(olfatório) 
Forames etmoidais 
 
vasos e nervos 
etmoidais 
 
Fossa média do crânio: o limite anterior é a borda posterior da assa menor do esfenóide e limite 
posterior é a borda posterior da porção petrosa do osso temporal (rochedo temporal). Na linha média está a 
sela turca no corpo do esfenóide que abriga a hipófise. Vários forames estão situados na fossa média: 
 
Canal óptico II nervo craniano (óptico) e artéria oftálmica 
Fissura orbitária superior nervo oculomotor (III), nervo troclear (IV), 1º 
divisão do nervo trigêmeo - oftálmico (V1), nervo 
abducente (VI) e veia oftálmica 
Forame redondo 2º divisão do nervo trigêmeo - maxilar (V2) 
 
Forame oval 3º divisão do nervo trigêmeo – mandibular (V3) 
Forame espinhoso Artéria meníngea média 
 
Forame lácero/carotídeo Artéria carótida interna 
 
 
Fossa posterior do crânio: limite anterior é a porção petrosa do osso temporal. A maior e mais 
profunda das três fossas do crânio aloja o cerebelo e o tronco encefálico. É fechado superiormente pela 
tenda do cerebelo. O sulco do seio transverso, quando chega à base da porção petrosa do osso temporal 
descreve um “s” em direção ao forame jugular: formando o sulco do seio sigmóide. 
Meato acústico interno Nervo facial (VII), nervo intermédio de Wrisberg 
(parte sensitiva do VII), nervo vestíbulo-coclear 
(VIII) e artéria labiríntica. 
Forame jugular nervo glossofaríngeo, nervo vago, nervo 
acessório, e transição seio sigmóide e veia 
jugular. 
Canal do nervo hipoglosso Nervo hipoglosso 
Forame magno bulbo, meninges, artérias vertebrais e ramos 
meníngeos e as raízes espinhais dos nervos 
acessórios, além do plexo venoso vertebral 
interno. 
 
 15 
Couro Cabeludo 
1. Estratigrafia - 5 camadas: 
 - pele 
 - tecido conjuntivo denso 
 - gálea aponeurótica 
 - tecido conjuntivo frouxo 
 - pericrânio (periósteo com função osteogênica) 
O tecido conjuntivo denso não deixa os vasos sanguíneos (quando rompidos) se 
retraírem e coagularem, por isso um corte na cabeça sangra bastante; (além disso, há 
nervos nessa camada e, como ela não é flexível, pode haver compressão desses nervos 
provocando muitas dores). 
 A gálea aponeurótica possui: 
o anteriormente: músculo frontal 
o posteriormente: músculo occipital 
Inervados pelo nervo facial. 
 
2. Vascularização 
o Adiante da orelha está a artéria temporal superficial → um dos ramos de 
bifurcação da carótida externa. 
o Atrás da orelha passa a artéria occipital (ramo colateral da artéria carótida 
externa) e a artéria auricular posterior (também ramo colateral). 
o Junto às sobrancelhas estão as artérias supratroclear e supraorbitária (ramos 
terminais da artéria oftálmica → ramo da carótida interna). 
 
 
3. Drenagem Linfárica 
 
1. Linfonodos submandibulares drenam a porção frontal; 
2. Linfonodos pré-auriculares drenam a porão parietal; 
3. Linfonodos retro-auriculares drenam a porção temporal; 
4. Linfonodos occipitais drenam a porção occipital. 
 
4. Inervação 
 
O nervo trigêmeo apresenta três ramos: 
o O 1º ramo, o nervo oftálmico, dá inervação para a parte superior da face e 
anterior do neurocrânio. 
o O segundo ramo, o nervo maxilar, dá inervação para o lábio superior e a parte 
média da face. 
o O terceiro ramo, o nervo mandibular, da inervação para a parte inferior da face. 
Os nervos cervicais dão a inervação da parte posterior do neurocrânio. 
 
m. occipital 
m.frontal 
 16 
 
MEDULA ESPINHAL 
 Laura T. Canti e Luísi Rabaioli, Arlete Hilbig 
 
Foram e Estrutura Geral da Medula 
A medula é a porção do SNC que está situada dentro do canal vertebral e estabelece uma conexão 
direta com o meio externo da maior parte do organismo, através dos nervos espinhais. Ela é a porta de 
entrada de informações coletadas na periferia e é a partir da medula que saem a maior parte dos comandos 
originados pelo processamento de informações no SNC e que serão executados pelos órgãos efetuadores 
(músculos e glândulas). 
É também na medula que ocorrem as menores modificações do tubo neural durante o 
desenvolvimento (ver capítulo introdução à neuroanatomia), o que torna mais fácil o seu estudo em 
comparação a outras porções do SNC. 
No homem adulto mede cerca de 45 cm. Seu limite cranial fica aproximadamente ao nível do forame 
magno; e termina afilando-se para formar o cone medular, ficando o limite caudal ao nível do disco L1-L2. O 
canal vertebral está preenchido apenas por raízes abaixo deste nível – cauda eqüina. Este limite apresenta 
importância clínica, pois abaixo dele é o local ideal para punções e anestesias, já que não existe mais 
medula, somente raízes. 
Tem forma aproximadamente cilíndrica e ligeiramente achatada ântero-posteriormente, mas seu 
calibre não é uniforme, apresentando duas dilatações correspondentes às áreas em que as raízes nervosas 
dos plexos fazem conexão com a medula para inervação dos membros superiores e inferiores. 
o Intumescência cervical: estão os neurônios para o plexo braquial, que vão para membros 
superiores. 
o Intumescência lombar: estão os neurônios para o plexo lombossacral, que vão para 
membros inferiores. 
Sua superfície apresenta sulcos longitudinais em toda sua extensão: 
o Fissura mediana anterior; 
o Sulco lateral anterior: origem das raízes ventrais (motoras) dos nervos espinhais; 
o Sulco mediano posterior; 
o Sulco lateral posterior: origem das raízes dorsais (sensitivas); 
o Sulco intermédio posterior – apenas na região cervical, entre o sulco mediano posterior e o 
sulco lateral posterior. É contínuo com o septo intermédio posterior, no interior do funículo posterior. 
 
As raízes ventrais e dorsais se unem para formar os nervos espinhais e, junto à raiz posterior, 
encontramos um gânglio sensitivo, onde está colocado o primeiro neurônio das vias sensitivas. 
O primeiro nervo espinhal emerge acima da vértebra C1, entre esta e o osso occipital. As raízes 
cervicais emergem pelo forame de conjugação acima da vértebra correspondente e C8 está entre C7 e T1. 
A partir de T1, o nervo emerge abaixo da vértebra correspondente. 
 
Segmentos Medulares e Topografia Vertebromedular 
 17 
A medula apresenta uma segmentação incompleta (sem septos ou sulcos transversais separando 
um segmento do outro). Cada segmento medular corresponde à parte da medula onde fazem conexão os 
filamentos radiculares que compõem um par de nervos espinhais ou radiculares. 
Existem 31 pares de nervos espinhais, sendo cada um formado por uma raiz ventral (sulco lateral 
anterior) e uma dorsal (sulco lateral posterior). 
o 8 cervicais; 
o 12 torácicos; 
o 5 lombares; 
o 5 sacrais; 
o 1 coccígeo. 
 
Até o 4º mês de vida embrionária, acoluna vertebral e a medula têm o mesmo tamanho. A partir 
daí, a coluna certebral cresce mais do que a medula, especialmente na porção caudal. Como as raízes 
nervosas mantêm suas relações com os respectivos forames intervertebrais, há alongamento das raízes e 
diminuição do ângulo que elas fazem com a medula. Desta forma, não existe correspondência entre 
vértebra e segmento medular, somente entre vértebra e nervo espinhal. 
 
Correspondência entre vértebra e segmentos medulares (aproximada): 
o Entre os níveis das vértebras C2 a T10, adiciona-se 2 ao do processo espinhoso e tem-se o 
do segmento medular subjacente; 
o T11 a T12 correspondem aos 5 segmentos lombares; 
o L1 corresponde aos 5 segmentos sacrais. 
 
 
 
 
Envoltórios da Medula - Meninges 
 
Diferente do encéfalo, no canal vertebral a dura-máter não está acolada ao osso e é externamente 
recoberta pela gordura epidural e plexo venoso vertebral. Superiormente, ela é contínua com a dura-máter 
craniana e, caudalmente, termina em um fundo de saco ao nível de S2. 
Justaposta à dura-máter está a aracnóide e entre ela e a pia-máter está o espaço subaracnóideo 
contendo líquor. Do limite inferior da medula até S2 está a cisterna lombar, contendo a cauda eqüina e 
utilizada para punções e anestesias. 
A pia-máter está aderida intimamente ao tecido nervoso da superfície da medula e penetra na fissura 
mediana anterior. No final da medula, a pia máter continua caudalmente como filamento terminal, que 
perfura o fundo de saco dural e vai até o hiato sacral; a partir daí, passa a receber prolongamentos de dura-
máter, inserindo-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix e formando o ligamento coccígeo. 
Os folhetos de pia-máter, que revestem a medula anterior e posteriormente, se unem de cada lado 
formando os ligamentos denticulados, que se dispõe em um plano frontal ao longo de toda a extensão da 
medula. São 21 processos triangulares que se inserem firmemente na aracnóide e na dura-máter em pontos 
que se alternam com a emergência dos nervos espinhais, e auxiliam na fixação da medula. 
 18 
 
Em relação com as meninges que envolvem a medula, existem 3 espaços meníngeos no canal 
vertebral: epidural, subdural e a subaracnóideo. 
 
ESPAÇO LOCALIZAÇÃO CONTEÚDO 
Epidural (extradural) Na medula: entre a dura-máter 
e o periósteo do canal vertebral. 
No encéfalo: espaço virtual entre a 
lâmina óssea interna do crânio e a dura-
máter. 
Na medula: tecido adiposo e 
plexo venoso vertebral interno. 
No encéfalo: artérias 
meníngeas 
Subdural Na medula e no encéfalo: espaço 
virtual entre a dura-máter e a aracnóide. 
Na medula e no encéfalo: 
pequena quantidade de líquido. 
Subaracnóideo Na medula e no encéfalo: entre a 
aracnóide e a pia-máter. 
Na medula e no encéfalo: 
líquor 
 
 
 
Sibstância Cinzenta 
 
Na medula, a substância cinzenta situa-se no interior e apresenta a forma da letra H. Ela pode ser 
dividida em substância cinzenta intermédia ou comissura parda e em três colunas ou cornos de cada 
lado: 
o Corno anterior: subdivide-se em cabeça e base; nele estão situados os corpos dos 
neurônios motores. É mais dilatada ao nível dos intumescimentos lombar e cervical; 
o Corno posterior: subdividido em base, pescoço e ápice; nele estão situados os corpos de 
neurônios sensitivos. No ápice, há uma área de tecido nervoso translúcido rico em células 
neurogliais e pequenos neurônios, a substância gelatinosa (de Rolando); 
o Corno lateral: só existe na região torácica, L1 e L2 e nele estão situados os neurônios do 
SNA – porção simpática. 
Os neurônios medulares agrupam-se em núcleos ora mais, ora menos definidos, que formam 
colunas longitudinais dentro das 3 colunas da medula. Alguns núcleos, porém, não se estendem ao longo 
de toda a medula. Aqueles situados medialmente controlam o esqueleto axial enquanto os laterais 
controlam o esqueleto apendicular e aparecem apenas nas regiões das intumescências cervical e lombar. 
No centro da substância cinzenta, há o canal ependimário ou canal central da medula, resquício da luz 
do tubo neural do embrião. Esse canal é revestido por epêndima e continua-se superiormente com a porção 
inferior do 4º ventrículo. 
 
Substância Branca 
 
Formada principalmente por fibras (axônios) que transitam na medula em direção ao encéfalo (vias 
ascendentes - sensitivas) ou que se originam no encéfalo e dirigem-se aos diversos segmentos da medula 
 19 
(vias descendentes - motoras), além das fibras de associação. Podem ser agrupadas em três funículos ou 
cordões: 
o Funículo anterior: entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior; 
o Funículo lateral: entre sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior; 
o Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior. Na 
região cervical, é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículos grácil (mais medial) 
e cuneiforme (mais lateral). 
Entre a fissura mediana anterior e a substância cinzenta, há a comissura branca, local de 
cruzamento de fibras. A quantidade de substância branca em relação à cinzenta é tanto maior quanto mais 
superior o nível considerado. 
 
Organização da Substância Branca da Medula 
As fibras da substância branca da medula agrupam-se em tractos e fascículos, formando vias por 
onde passam os impulsos nervosos. Não existem, entretanto, septos delimitando os diversos tractos e 
fascículos e as fibras se dispõem lado a lado. 
Existem também vias que contêm fibras ascendentes e descendentes misturadas: e as vias de 
associação da medula, formadas por prolongamentos dos neurônios cordonais de associação que, em 
conjunto, formam os fascículos próprios da medula. 
 O estudo da distribuição anatômica das diferentes formas de sensibilidade e da motricidade na 
medula tem grande importância clínica na localização de lesões do SNC. O seu estudo inicia o capítulo da 
neuroanatomia funcional e é importante que sejam entendidos alguns conceitos que passaremos a 
descrever: 
a. Tracto: feixe de fibras nervosas, amielínicas ou mielínicas, com aproximadamente a mesma origem, 
função e destino. 
b. Fascículo: corresponde ao tracto ou a um tracto mais compacto. 
c. Lemnisco: feixe de fibras sensitivas que levam impulsos nervosos ao tálamo e tem forma de fita. 
d. Funículo: significa cordão e é usado para substância branca da medula. Contém várias tractos ou 
fascículos. 
e. Decussação: formação anatômica constituída por fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano 
mediano e têm aproximadamente a mesma direção. 
f. Comissura: fibras nervosas que cruzam perpendicularmente o plano mediano e têm direções 
diametralmente opostas. 
g. Fibras de projeção: fibras que ultrapassam os limites de determinada área ou órgão do Sistema 
Nervoso Central. 
h. Fibras de associação: associam pontos mais ou menos distantes de certa área ou órgão sem, 
entretanto, abandoná-lo. 
 
 
 
Vias Sensitivas 
Antes de falar na organização anatômica das vias, é necessário fazer algumas considerações sobre 
os diferentes tipos de sensibilidade que existem. 
 20 
O nosso relacionamento com o meio externo e a nossa capacidade de adaptação é tanto melhor 
quanto maior for a informação que recebemos sobre esse meio. Existem diferentes formas de “enxergar” o 
mundo exterior e isso se traduz em formas de sensibilidade diversas. Ao tocar um objeto, temos a sensação 
do toque, mas podemos também dizer se ele está quente ou frio; se o segurarmos, podemos saber se é 
leve ou pesado, se é liso ou enrugado e que forma tem. Isso só é possível pela integração central dos 
diferentes tipos de sensibilidade que transitam por locais específicos e formam as grandes vias sensitivas. 
Estas vias têm início na periferia, em receptores específicos para cada forma de sensibilidade 
(sensibilidade geral) ou em um órgão receptor (sensibilidade especial ou sentidos) – figura 1. 
Os receptores que estão localizados na pele e/outecido subcutâneo (estruturas com origem no 
folheto ectodérmico do embrião) formam as chamadas sensibilidade exteroceptiva; os com receptores nas 
articulações e músculos (origem mesodérmoca), a sensibilidade proprioceptiva; e aquelas com receptores 
nas vísceras (origem endodérmica), a sensibilidade visceroceptiva. 
As fibras “ligadas” a esses receptores penetram pela raiz dorsal dos nervos espinhais e seu corpo 
celular está localizado no gânglio sensitivo (na raiz posterior), trazendo impulsos de várias partes do corpo. 
As formas conscientes de sensibilidade destinam-se ao tálamo, enquanto as inconscientes vão ao 
cerebelo. 
 
Figura 1 – Divisão da Sensibilidade 
 
Sensibilidade Geral 
Exteroceptiva: 
� Protopática: relaciona-se com percepção de tato grosseiro ou contato, dor 
(algesia) e temperatura. 
� Epicrítica: é um “tato fino” ou discriminativo. 
 
Proprioceptivas: Podem ser conscientes ou não. 
� Consciente: cinético-postural, barestésica, vibratória e dor profunda. 
o Inconsciente: destinadas ao cerebelo 
 
Interoceptivas: não são individualizadas topograficamente. 
 
Sensibilidade Especial 
Visão, Audição, Olfato e Gustação 
 
Todas as formas de sensibilidade geral estão representadas na medula e formam as grandes vias 
ascendentes. A sensibilidade especial será estudada com o tronco encefálico. 
 
Vias Ascendentes 
 
1. Vias Espinotalâmicas (cruzam na medula) 
o Sensibilidade Eexteroceptiva Protopática de Contato 
 21 
� Trato espino-talâmico anterior 
O 1º neurônio (protoneurônio) está no gânglio sensitivo, penetra pela raiz posterior e faz sinapse na 
cabeça do corno posterior com o 2º neurônio (deutoneurônio); este cruza na medula, na frente do canal 
medular, indo para o funículo anterior onde passa a ser ascendente, formando o trato espino-talâmico 
anterior (FETA) que vai ao tálamo. 
No diencéfalo (tálamo óptico) está o 3º neurônio, cujo axônio irá até o córtex sensitivo. 
 
o Sensibilidade Eexteroceptiva Protopática Termoalgésica: 
� Trato espino-talâmico lateral 
O 1º neurônio está no gânglio sensitivo, penetra pela raiz posterior e faz sinapse com o 2º neurônio 
localizado na cabeça do corno posterior. Esse 2º neurônio cruza a medula na frente do canal medular 
(comissura branca) até o funículo lateral, quando passa a ascender e integra o trato espino-talâmico lateral. 
A 2ª sinapse ocorre no tálamo óptico, e o 3º neurônio vai até o córtex cerebral. 
 
 
2. Vias do Cordão Posterior (não cruzam na medula) 
o Sensibilidade Eexteroceptiva Epicrítica e Sensibilidade Porprioceptiva Cosciente 
� Fascículos Grácil e Cuneiforme 
O 1º neurônio está no gânglio sensitivo, penetra pela raiz posterior do nervo espinhal e segue, sem 
fazer sinapse, em direção ao funículo posterior do mesmo lado, nos fascículos grácil e cuneiforme; a partir 
daí, ascende até os núcleos grácil e cuneiforme do bulbo, onde ocorrerá a sinapse com o 2º neurônio que 
cruza a linha média e vai ate o tálamo óptico, onde faz sinapse com o 3º neurônio, que vai ao córtex 
cerebral. 
 
o Via Proprioceptiva Inconsciente 
� Feixe espinocerebelar anterior (cruzado) e posterior (direto) 
O 1º neurônio está no gânglio sensitivo, penetra pela raiz posterior e vai até o colo do corno 
posterior, onde realizará a sinapse com o 2º neurônio. 
Se o estímulo vier dos membros, o 2º neurônio cruza a linha média até o funículo anterior, onde 
integra o feixe espinocerebelar anterior. Sobe até o pedúnculo cerebelar superior e cruza, novamente, 
até o córtex. 
Se o estímulo vier do tronco, o 2º neurônio vai ao feixe espinocerebelar posterior do mesmo lado, 
onde ascende ao pedúnculo cerebelar inferior, penetrando no cerebelo. 
 
Vias Descendentes 
 
Formadas por fibras que se originam no córtex cerebral ou no tronco encefálico e fazem 
sinapse com neurônios medulares. 
 
1. Vias Piramidais 
� Feixes córtico-espinhais lateral (cruzado) e anterior (direto). 
O 1º neurônio sai do córtex motor e vai até o bulbo, na sua porção anterior e do mesmo lado. 
 22 
80% (fig. Esquerda) das fibras cruzam na decussação das pirâmides, formando o feixe piramidal 
cruzado, descem no funículo lateral da medula. Fazem sinapse com os neurônios motores do corno 
anterior da medula no segmento medular onde saem pela raiz anterior. 
20% (fig. Direita) das fibras seguem pelo funículo anterior, formando o feixe piramidal direto e só 
cruzam na medula, para fazer sinapse com o neurônio motor do corno anterior do lado oposto. 
Relacionam-se com a motricidade voluntária. Assim, percebe-se que essa motricidade é cruzada, indicando 
que uma lesão acima da decussação das pirâmides causará paralisia (perda de força) da metade oposta do 
corpo. 
 
2. Vias Extrapiramidais 
São vias que servem para modular a motricidade voluntária, sendo fundamentais para as 
características do movimento: velocidade, amplitude, coordenação. Participam também na execução de 
movimentos automáticos e reflexos. 
 
 
 
� Feixe tecto-espinal: sai do colículo superior e dirige-se à medula. Relação com reflexos decorrentes 
de estímulos visuais. 
� Feixe vestíbulo-espinhal: sai dos núcleos vestibulares. Relação com manutenção do equilíbrio e 
postura. 
� Feixe rubro-espinhal: partem do núcleo rubro do mesencéfalo. 
� Feixe retículo-espinhal: partem da formação reticular do tronco encefálico. Relação com 
manutenção do equilíbrio e postura. 
 
O feixe rubro-espinhal relaciona-se com a motricidade distal dos membros, enquanto os demais têm 
relação com a musculatura axial (tronco) e proximal dos membros. 
 23 
Todas as vias piramidais e extrapiramidais fazem sinapse com os neurônios motores do corno 
anterior da medula. Este neurônio foi denominado via final comum por Sherrington, pois nele fazem sinapse 
todas as vias motoras, piramidal e extrapiramidal.. 
 
 
 
Figura 2 – Principais vias ascendentes e descendentes 
 
 
 
 
 
VIA MOTORA FINAL COMUM (DE SHERRINGTON) 
 
Segundo neurônio motor (neurônio motor inferior) localizado no corno anterior da 
medula: inerva fibras musculares específicas (unidade motora). 
A. Vias Sensitivas 
B. Vias Motoras 
 24 
 
ARCO REFLEXO 
 
Na medula espinhal, temos funções independentes do resto do sistema nervoso central, 
que funcionam como arcos reflexos. O arco reflexo explica o funcionamento da medula 
como um centro integrador de sensibilidade e gerador de resposta motora. 
Nos seres humanos, este arco é feito com 3 neurônios. Inicia-se na periferia, onde o 
estímulo é captado por receptores sensitivos (neurônio pseudounipolar) e levado ao corno 
posterior da medula, fazendo sinapse com um neurônio internuncial (de associação) que 
está entre os núcleos sensitivo e motor e fará sinapse com um neurônio motor do corno 
anterior, responsável pela ativação da resposta motora. 
 
Exemplo: reflexo patelar 
 
 25 
 
TRONCO ENCEFÁLICO - MACROSCOPIA 
Amanda Backoff, Bruna Silva Martins, Arlete Hilbig 
 
 
O tronco encefálico situa-se ventralmente ao cerebelo e dorsalmente à parte basilar do osso 
occipital e do corpo do esfenóide, entre a medula e o diencéfalo, na fossa posterior do crânio. É constituído 
por corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas que se agrupam em tractos, 
fascículos ou lemniscos. 
Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão com o tronco encefálico. 
O tronco encefálico se divide em bulbo, situado caudalmente; mesencéfalo, situado cranialmente; e 
ponte, situada entre ambos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bulbo 
 
Possui formato de cone invertido. É também chamado de bulbo raquídeo ou medula oblonga. 
A divisão entre o bulbo e a medula espinhal geralmente se dá ao nível do forame magno, pelo primeiro 
filamento radicular do primeiro nervo cervical. Cranialmente, o bulbo limita-se com a ponte por um sulco 
horizontal: o sulco bulbo-pontino. 
 
O bulbo é composto por diversos sulcos, os quais formam os compartimentos laterais,anterior e 
posterior. Esses compartimentos são continuações dos funículos da medula espinhal. Possui em seu 
interior o canal central do bulbo, que é continuação do canal ependimário da medula espinhal. 
Na face anterior do bulbo são observados: 
 26 
 
1) Fissura mediana anterior: continuação da fissura de mesmo nome da medula que 
termina no forame cego. Essa fissura é parcialmente obliterada na porção caudal pela 
decussação das pirâmides. 
2) Sulco lateral anterior: continuação também do sulco de mesmo nome na medula que 
separa as pirâmides das olivas. Emergência nervo hipoglosso (XII). 
3) Pirâmides bulbares: aglomerados de fibras descendentes (tracto córtico-espinhal ou 
piramidal). Entre fissura mediana anterior e sulco lateral anterior. 
4) Decussação das pirâmides: entrecruzamento de 85 a 90% das fibras dos tractos 
córtico-espinhais laterais que se localiza na parte caudal do bulbo. 
5) Olivas bulbares: duas eminências ovais, situadas na área lateral do bulbo, entre os 
sulcos lateral anterior e posterior. É composto por substância cinzenta, o núcleo olivar 
inferior. 
 
Na face posterior do bulbo são observados: 
1) Sulco mediano posterior: termina na metade do bulbo devido ao afastamento de seus lábios 
que contribuem para formar os limites laterais do IV ventrículo. Entre o sulco mediano posterior 
e o sulco lateral posterior há a área posterior do bulbo, continuação do funículo posterior da 
medula, que assim como o funículo é dividida em fascículo grácil e cuneiforme. Esses 
fascículos são formados por fibras ascendentes, as quais terminam nos núcleos grácil (medial) 
e cuneiforme (lateral), situados nos tubérculos de mesmo nome. 
2) Sulco lateral posterior: emergem a raiz craniana do nervo acessório (XI), o nervo vago (X) e o 
nervo glossofaríngeo (IX). 
3) Tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme: devido ao aparecimento do IV ventrículo, 
afastam-se lateralmente, continuando para cima com o pedúnculo cerebelar inferior. 
4) Pedúnculo cerebelar inferior: forma o limite lateral mais caudal do IV ventrículo e penetra no 
cerebelo. 
Nervos que emergem do bulbo: 
o Nervo hipoglosso – XII: emerge do sulco lateral anterior. 
o Nervo glossofaríngeo – IX 
o Nervo vago – X emergem do sulco lateral posterior 
o Nervo acessório – XI (origem craniana) 
 
 
Ponte 
 
 Situa-se entre o bulbo e o mesencéfalo, ventralmente ao cerebelo e separada deste pelo IV 
ventrículo, repousa sobre o osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenóide. Sua base, ventralmente, 
possui estrias transversais devido às numerosas fibras transversais que convergem para formar o 
pedúnculo cerebelar médio, que penetra no hemisfério cerebelar correspondente. A parte dorsal da ponte 
constitui parte do assoalho do IV ventrículo. Na sua superfície ventral existe um sulco, o sulco basilar, 
deixado pela impressão da artéria basilar. 
 27 
 
 
 
 
 
Nervos que emergem da ponte: 
o Nervo trigêmio – V: emerge entre o pedúnculo cerebelar médio e a ponte. Essa emergência 
se faz por duas raízes, uma maior sensitiva e outra menor, motora. 
o Nervo abducente – VI 
o Nervo facial – VII emergem do sulco 
o Nervo intermédio (raiz sensitiva do VII) bulbo- pontino de 
o Nervo vestibulo-coclear – VIII medial para lateral 
 
 
Devido a emergência do VII e VIII nervos cranianos em um pequeno espaço na porção mais lateral do sulco 
bulbo-pontino, tumores nessa região podem comprimir essas raízes, provocando a Síndrome do ângulo 
ponto-cerebelar. 
 
 
IV ventrículo 
 
É a cavidade do rombencéfalo e tem uma forma losângica. Situa-se entre o bulbo e a ponte 
ventralmente, e o cerebelo dorsalmente. Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente 
com o aqueduto cerebral, cavidade do mesencéfalo através da qual o IV ventrículo se comunica com 
o III ventrículo. 
A cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada lado para formar os recessos laterais, situados na 
superfície dorsal do pedúnculo cerebelar inferior. Esses recessos se comunicam com o espaço 
subaracnóideo, por meio das aberturas laterais do IV ventrículo (forames de Luschka). Há também uma 
abertura mediana do IV ventrículo (forame de Magendie). Por meio dessas aberturas, o líquor produzido na 
cavidade ventricular, passa para o espaço subaracnóideo. 
 
 28 
 
Assoalho: Formado pela parte dorsal da ponte e pela porção aberta do bulbo. Limita-se ínfero-
lateralmente pelos pedúnculos cerebelares inferiores, que ligam o cerebelo ao bulbo e medula, e pelos 
tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme; e súpero-lateralmente pelos pedúnculos cerebelares superiores 
– compactos feixes de fibras nervosas que, saindo de cada hemisfério cerebelar, fletem-se cranialmente e 
convergem para penetrar no mesencéfalo. 
O assoalho do IV ventrículo é percorrido em toda a sua extensão pelo sulco mediano, que se 
perde cranialmente no aqueduto cerebral e caudalmente, no canal central do bulbo. Lateralmente ao sulco 
mediano posterior está o sulco limitante. Este sulco separa os núcleos motores, situados medialmente, 
dos núcleos sensitivos, situados lateralmente. Este mesmo sulco se alarga para formar a fóvea superior e 
a fóvea inferior. Medialmente à fóvea superior está o colículo facial – conjunto de fibras do nervo facial 
que contorna o nervo abducente. Na parte caudal da eminência medial – limitada pelos sulcos mediano e 
limitante – observa-se o trígono do nervo hipoglosso que corresponde núcleo do nervo hipoglosso. 
Lateralmente a esse trígono está o trígono do nervo vago que corresponde o núcleo dorsal do vago. Na 
porção lateral do sulco limitante há a área vestibular, correspondente aos núcleos vestibulares do nervo 
vestíbulo-coclear. Estendendo-se na fóvea superior em direção ao aqueduto cerebral, lateralmente a 
eminência medial, encontra-se uma área mais pigmentada denominada lócus ceruleus, estrutura rica em 
noradrenalina. 
Teto: A metade cranial do teto do IV ventrículo é constituída por uma lâmina de substância branca, 
o véu medular superior, que se estende entre os dois pedúnculos cerebelares superiores. Na sua metade 
caudal encontram-se o nódulo do cerebelo, o véu medular inferior e a tela corióide. A tela corióide é 
formada pela união do epitélio ependimário com a pia-máter. Essa tela emite projeções ricamente 
vascularizadas, as quais formam o plexo corióide do IV ventrículo. Os plexos corióides são responsáveis 
pela formação do líquor. 
 
 
Mesencéfalo 
 
Interpõe-se entre a ponte e o diencéfalo, do qual é separado por um plano que liga os corpos 
mamilares à comissura posterior, pertencentes ao diencéfalo. É atravessado pelo aqueduto cerebral, que 
une o III ao IV ventrículo. A parte situada dorsalmente ao aqueduto corresponde ao tecto do mesencéfalo, e 
parte situada ventralmente é o pedúnculo cerebral, o qual se divide em: tegmento (predominantemente 
celular) e a base (fibras longitudinais). O tegmento está separado da base pela substância nigra, a qual é 
formada por neurônios ricos em melanina e produtores de dopamina. O sulco lateral e o sulco medial do 
pedúnculo cerebral limitam, externamente, a base do tegmento. 
 
Tecto Mesencefálico (lâmina quadrigeminal): 
Apresenta quatro eminências arredondadas na região dorsal: os colículos inferiores e superiores. 
Esses são separados por dois sulcos perpendiculares em forma de cruz. Na parte anterior do ramo 
longitudinal da cruz, aloja-se o corpo pineal que, entretanto, pertence ao diencéfalo. Cada colículo se liga a 
uma pequena eminência oval do diencéfalo, o corpo geniculado, através de um feixe superficial de fibras 
nervosas que constituem seu braço. Os colículos inferiores ligam-se aos corpos geniculados mediais, e 
 29 
relacionam-se com a audição; os colículos superiores ligam-se aos corpos geniculados laterais e 
relacionam-se com a visão. 
 
Pedúnculos cerebrais (PC): 
Porção do mesencéfalo adiante do aqueduto cerebral dividido em base etegmento pela substância 
negra. Entre os PC está a fossa interpeduncular, cujo assoalho apresenta pequenos orifícios para a 
passagem de vasos, denominado substância perfurada posterior. 
Nervos que emergem do mesencéfalo: 
o Nervo oculomotor – III: emerge do sulco medial do pedúnculo cerebral 
o Nervo troclear – IV: emerge caudalmente ao colículo inferior. É o único nervo que emerge 
dorsalmente. Esse nervo contorna o mesencéfalo e surge na região ventral entre a ponte e o 
mesencéfalo. 
 
 
 
 
TRONCO ENCEFÁLICO – ORGANIZAÇÃO FUCIONAL 
Arlete Hilbig 
 
 O tronco encefálico possui em sua estrutura interna: 
o Tractos ascendentes e descendentes, 
o Núcleos dos nervos cranianos, 
o Pedúnculos cerebelares, 
o Vias autonômicas, 
o Formação reticular, 
o Núcleos e vias monoaminérgicas. 
 
Os núcleos dos nervos cranianos são chamados de substância cinzenta homóloga à da medula. Os 
núcleos do tronco encefálico que não têm correspondência com nenhuma área da medula são chamados 
de substância cinzenta própria do tronco encefálico. 
 Os tractos córtico-espinhal e córtico-nuclear ou vias descendentes localizam-se na porção anterior 
(base do TE). Os núcleos dos nervos cranianos, o fascículo longitudinal medial (feixe de associação do 
tronco), e as outras vias descendentes e ascendentes localizam-se no tegmento. 
 
Bulbo 
 
 A organização interna do Bulbo é semelhante à da medula. Porém, ao nível da oliva bulbar, não 
existe mais semelhanças devido ao aparecimento dos núcleos próprios do bulbo, como os núcleos grácil e 
cuneiforme, da decussação das pirâmides, da abertura do IV ventrículo, além da decussação dos 
lemniscos ou decussação sensitiva. 
 
A. Substância Cinzenta Homóloga a da Medula - Núcleos dos Nervos Cranianos 
 30 
o Núcleo ambíguo: é o núcleo motor dos nervos glossofaríngeo (IX), vago (X) e acessório (XI). 
Dele saem as fibras eferentes viscerais especiais destinadas à musculatura da laringe e da faringe. 
o Núcleo do hipoglosso (XII): núcleo motor para a musculatura da língua. Situa-se no trígono do 
hipoglosso, no assoalho do IV ventrículo. 
o Núcleo salivatório inferior: origina fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo 
glossofaríngeo (IX) para inervação da parótida. 
o Núcleo dorsal do vago (X): núcleo motor do parassimpático. Situa-se no trígono do vago, no 
assoalho do IV ventrículo. 
o Núcleos vestibulares inferior e medial: núcleos sensitivos da porção vestibular do nervo 
vestibulococlear (VIII). Relacionam-se com o equilíbrio e a postura e localizam-se na área 
vestibular do assoalho do IV ventrículo. 
o Núcleo do tracto solitário: é um núcleo sensitivo que recebe as fibras aferentes viscerais que 
entram pelos nervos facial (VII), glossofaríngeo (IX) e vago (X). Relaciona-se com a gustação. 
o Núcleo do trato espinhal do nervo trigêmio: núcleo sensitivo dos nervos trigêmio (V), facial (VII), 
glossofaríngeo (IX) e vago (X). Os últimos 3 pares (VII, IX e X) trazem a sensibilidade geral do 
pavilhão e conduto auditivo externo. Junto com o V par, trazem a sensibilidade de quase toda a 
cabeça. 
 
B. Substância cinzenta própria do bulbo 
o Núcleo olivar inferior: lâmina de substância cinzenta bastante pregueada. Recebe fibras do córtex 
cerebral, da medula e do mesencéfalo (núcleo rubro). Liga-se ao cerebelo através das fibras olivo-
cerebelares (apredizagem motora) que cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo pelo 
pedúnculo cerebelar inferior. 
o Núcleos olivares acessórios medial e dorsal: formam, junto com o núcleo olivar inferior, o 
complexo olivar inferior. 
o Núcleos grácil e cuneiforme: as fibras oriundas dos funículos posteriores da medula espinal 
fazem sinapses nos neurônios dos núcleos grácil e cuneiforme, que originam as fibras arqueadas 
internas, que cruzam para lado oposto e constituem de cada lado o lemnisco medial. Portanto, 
este lemnisco conduz impulsos cruzados relacionados com a propiocepção consciente, tato 
epicrítico e sensibilidade vibratória. 
 
 
C. Substância branca do bulbo: 
o Vias ascendentes: além do lemnisco medial já discutido, tracto espino-talâmico lateral + tracto 
espino-talâmico anterior formam o leminisco espinal; o tracto espino-cerebelar anterior segue em 
direção ao mesencéfalo e o tracto espino-cerebelar posterior vai em direção ao cerebelo através do 
pedúnculo cerebelar inferior ou corpo restiforme. 
o Vias descendentes: Tracto córtico-espinhal e tracto cótico-nuclear (via piramidal – cruza ao nível 
da decussação piramidal). 
o Vias de associação: fascículo longitudinal medial. 
 
 
 31 
Ponte 
 
 A ponte é formada por uma parte ventral, denominada base da ponte, e uma parte dorsal, 
denominada tegmento. O limite entre o tegmento e a base da ponte é dado por um conjunto de fibras 
mielínicas de direção transversal, o corpo trapezóide, que faz parte da via auditiva. 
 
Base da ponte 
 A base da ponte é uma área própria da ponte, sem correspondência em outros níveis do tronco 
encefálico. Apareceu juntamente como neocerebelo e o nercórtex. Na base da ponte encontramos fibras 
longitudinais, transversais e os núcleos pontinos. 
A. Fibras Longitudinais: 
1. Tracto corticoespinal: Fibras que saem das áreas motoras do córtex para os neurônios motores 
da medula. 
2. Tracto corticonuclear: fibras de neurônios motores do córtex que vão até os núcleos dos nervos 
cranianos. 
3. Tracto corticopontino: Fibras que se originam no córtex cerebral e vão até os núcleos pontinos. 
 
B. Núcleos pontinos e fibras transversais e: 
Os núcleos pontinos são aglomerados de neurônios dispersos em toda a base da ponte, onde 
fazem sinapse as fibras cortico-pontinas, provenientes do córtex cerebral. Os axônios dos neurônios 
pontinos constituem as fibras transversais da ponte. Essas fibras penetram no pedúnculo cerebelar médio 
que se dirigem ao cerebelo e formam a via cótico-ponto-cerebelar, importante no controle motor e que 
será estudada posteriormente. 
 
Tegmento da ponte 
 O tegmento da ponte assemelha-se estruturalmente ao bulbo e ao tegmento do mesencéfalo. 
Apresenta fibras ascendentes, descendentes e transversais, além de núcleos de nervos cranianos e 
substância cinzenta própria da ponte. 
Substância Cinzenta Homóloga - Núcleos dos Nervos Cranianos 
 Núcleos cocleares: nesses núcleos terminam as fibras que constituem a porção coclear do nervo 
vestíbulo-coclear (VIII). A maioria das fibras dos núcleos cocleares cruza para o lado oposto e constitui o 
corpo trapezóide que sobe até o colículo inferior formando o lemnisco lateral. Essas informações fazem 
parte da via auditiva, a qual apresenta componentes cruzados e não-cruzados. 
 Núcleos vestibulares: são em número de quatro, ou seja, os núcleos vestibulares lateral, medial, 
superior e inferior. Esses núcleos recebem impulsos nervosos originados do ouvido interno através do nervo 
vestíbulo-coclear (VIII) que trazem informação sobre a posição e movimento da cabeça. 
 Núcleos do Nervo Facial: As fibras que emergem do núcleo do nervo facial tem inicialmente 
direção dorso-medial. Essas fibras curvam-se lateralmente sobre o núcleo do nervo abducente, formando, 
dessa forma, o colículo facial. 
Núcleo do Abducente: inerva o músculo reto lateral, que faz abdução do globo ocular. 
 
 32 
 
 
Núcleo Salivatório Superior e Núcleo Lateral: Estes núcleos, pertencentes à parte craniana do 
sistema nervoso parassimpático, dão origem a fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo 
intermediário, conduzindo impulsos para a inervação das glândulas submandibulares, sublingual e lacrimal. 
 
 Núcleos do Nervo Trigêmeo: Na ponte existe o núcleo sensitivo principal, o núcleo do tracto 
mesencefálico e o núcleo motor. O núcleo motor origina fibras para os músculos mastigadores, sendo 
freqüentemente denominado, núcleo mastigador. Os núcleos sensitivos (sensitivo principal, do tracto 
mesencefálico e do tracto espinhal) recebem impulsosrelacionados com a sensibilidade somática de 
grande parte da cabeça. Deles saem fibras ascendentes que irão constituir o lemnisco trigeminal, o qual 
termina no tálamo. 
 
Mesencéfalo: 
 
 O mesencéfalo é constituído por uma porção dorsal, o tecto do mesencéfalo, e outra ventral, os 
pedúculos cerebrais, separados pelo aqueduto cerebral. Este percorre longitudinalmente o mesencéfalo 
e é circundado por uma espessa camada de substância cinzenta, a substância cinzenta central ou 
periaquedutal. 
 Cada pedúnculo cerebral possui duas porções: uma dorsal ou tegmento do mesencéfalo; e outra 
ventral ou base do pedúnculo. Separando o tegmento da base, observa-se uma lâmina de substância 
cinzenta pigmentada, a substância negra. 
 
Tecto do Mesencéfalo: 
 O tecto do mesencéfalo é constituído de quatro eminências, os colículos superiores, relacionados 
com a visão, e os colículos inferiores, relacionados com a audição (recebem fibras do leminisco lateral). 
 33 
 Além dos colículos o tecto do mesencéfalo também é formado pela área tectal, também chamado 
de núcleo tectal, que se relaciona como controle dos reflexos das pupilas. Localiza-se na extremidade 
rostral dos colículos superiores e no limite do mesencéfalo com o diencéfalo. 
 
Base do Pedúnculo Cerebral: 
 A base do pedúnculo cerebral é formada pelas fibras descendentes dos tractos córtico-espinhal, 
córtico-nuclear e córtico-pontino. 
 
Tegmento do Mesencéfalo: 
 O tegmento do mesencéfalo é uma continuação do tegmento da ponte. O tegmento do mesencéfalo 
apresenta, além de formação reticular, substância cinzenta e substância branca. 
 
A. Substância cinzenta homóloga (núcleos dos nervos cranianos) 
Núcleo do nervo troclear: Situa-se ao nível do colículo inferior. Suas fibras são as únicas que 
saem da face dorsal do encéfalo, além de ser o único nervo cujas fibras decussam antes de emergirem do 
sistema nervoso central. 
 Núcleo do nervo oculomotor: Aparece ao nível do colículo superior e está intimamente 
relacionado com o fascículo longitudinal medial. Sua parte somática contém os neurônios motores 
responsáveis pela inervação dos músculos reto superior, reto inferior, reto medial e levantador da pálpebra. 
Essas fibras emergem na fossa interpeduncular. Sua parte visceral é denominada núcleo de Edinger-
Westphal (parassimpático), o qual está relacionado com o controlole do reflexo pupilar em resposta a 
diferentes intensidades de luz. 
 
B. Substância Cinzenta própria do mesencéfalo: 
Núcleo rubro: Participa da motricidade somática, através do tracto rubro-espinhal, o qual influencia 
os neurônios da medula, responsáveis pela inervação da musculatura distal dos membros. 
Substância negra: situada entre o tegmento e a base do pedúnculo cerebral. A maioria de seus 
neurônios libera a dopamina como neurotransmissor. As conexões mais importantes da substância negra 
relacionam-se com o corpo estriado, através das fibras nigro-estriatais e estriato-nigrais. 
 
 
Doença de Parkinson: 
Causada por falta de dopamina por degeneração dos neurônios da substância negra. Caracteriza-
se por sintomas motores: tremores, lentidão dos movimentos e rigidez. 
 
 
 
C. Substância Branca 
Fibras ascendentes: percorrem o tegmento e representam a continuação dos tractos que sobem da 
ponte: os quatro lemniscos (medial, espinal, lateral e trigeminal) e o pedúnculo cerebelar superior. Ao nível 
do colículo inferior, os quatro lemniscos aparecem agrupados em uma faixa lateral. 
Fascículo longitudinal medial: constitui o feixe de associação do tronco encefálico. 
 34 
 
 
Formação Reticular (FR) 
 
A Formação Reticular ocupa uma área relativamente difusa, composto por um conjunto de 
neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas, na parte central do 
tronco encefálico. Não compreende exatamente a estrutura da substância cinzenta, nem a estrutura da 
substância branca, sendo, portanto, intermediária entre elas. Está presente na porção mais rostral do 
funículo lateral da medula, no tronco encefálico e na porção caudal do diencéfalo. 
Esta rede neuronal exerce várias funções autonômicas, além de regular a respiração e a circulação 
sangüínea. 
Além de neurônios difusamente distribuídos, existem regiões que produzem e contém 
neurotransmissores importantes para funcionamento do SNC: 
o Núcleos da Rafe (serotonina): 
o Locus Ceruleus (noradrenalina): está no assoalho do IV ventrículo. 
o Substância Cinzenta Periaquedutal (endorfina). 
o Area Tegmentar Ventral (dopamina): situada no mesencéfalo. 
o Substância Negra (dopamina): situada no mesencéfalo. 
 
 Funções da Formação reticular: 
o Controle da atividade elétrica do córtex: sono e vigília; 
o Controle eferente da sensibilidade; 
o Controle da motricidade somática; 
o Controle do Sistema Nervoso Autônomo; 
o Centro respiratório e circulatório; 
o Controle neuroendócrino; 
o Integração de reflexos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
CEREBELO 
Annelise , Letícia Mariani, William Menegazzo, Arlete Hilbig 
 
O cerebelo origina-se da parte dorsal do metencéfalo e está situado dorsalmente ao 
bulbo e à ponte, separado desses pelo IV ventrículo e contr ibuindo para formação do seu 
teto. Repousa sobre a fossa cerebelar do occipital, sendo separado do cérebro pela tenda 
do cerebelo. 
Aspectos Anatômicos: 
Na face superior encontramos uma porção mediana, o vérmis cerebelar, l igado a duas 
grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. Na face inferior, o vérmis está numa 
depressão denominada valécula, bem separado dos hemisférios. A face anterior do cerebelo 
entra na constituição do IV ventrículo. 
O cerebelo fica ligado à face posterior do tronco encefálico por três feixes de fibras 
nervosas: pedúnculo cerebelar inferior - l iga o cerebelo ao bulbo e à medula; pedúnculo 
cerebelar médio – liga cerebelo à ponte; e pedúnculo cerebelar superior – l iga o cerebelo 
ao mesencéfalo. 
O cerebelo e o cérebro são estruturas supra-segmentares , portanto a substância 
cinzenta dispõe-se externamente, formando um córtex e a substância branca dispõe-se 
internamente formando o corpo medular. No interior do corpo medular, acima do teto do Iv 
ventrículo, existem aglomerados de substâncias cinzentas que formam os núcleos centrais 
do cerebelo, de lateral para medial: denteado , globoso, emboliforme, e fastigial. Figura 
A superfície do cerebelo é percorr ida por sulcos que delimitam as folhas ( folias) 
cerebelares. Sulcos mais profundos, que separam o órgão em lóbulos denominam-se 
fissuras do cerebelo. 
O cerebelo difere fundamentalmente do cérebro porque funciona em nível involuntário e 
inconsciente sendo sua função sobre a motricidade exercida do mesmo lado . 
 
 
 
 
 
Hemisfério 
Vérmis 
 36 
 
 
Citoarquitetura do Córtex Cerebelar: 
O córtex cerebelar possui uma disposição característica, que é homogênea em todas 
as folhas e lóbulos, ao contrário do córtex cerebral. 
Da superfície para o interior do órgão há três camadas: 
o Camada Molecular: Camada pouco celular e r ica em fibras nervosas. 
o Camada de Células de Purkinje 
o Camada Granular: constituída principalmente pelas células granulares ou grânulos 
do cerebelo (menores células do corpo humano). 
 
Divisão Ontogenética e Filogenética: 
Surgiu da tentativa de dividir o cerebelo sob o aspecto funcional, já que a divisão em lóbulos é 
puramente topográfica. 
1. Ontogênese 
Baseia-se no desenvolvimento embrionário com o aparecimento das primeiras fissuras. 
o A fissura pórtero-lateral (FPL) é a primeiro fissura que apareceu no cerebelo e o divide em duas 
porções bastante desiguais: lobo fóculo-nodular, constituído pelos lóbulos de fóculo e nódulo; e 
o o corpo. 
o A segunda fissura a aparecer foi a fissura prima (FP) que divide o corpo do cerebelo em lobo 
anterior e lobo posterior. 
 
 
Córtex 
CorpoCorpoCorpoCorpoFlócFlócFlócFlóculoulouloulo 
NóduloNóduloNóduloNódulo 
 37 
 
 
 
2. Filogênese: 
Baseia-se no desenvolvimento do cerebelo na escala zoológica e na complexidade dos movimentos 
nos grupos de vertebrados. É empregada para compreensão das síndromes cerebelares. Possui três 
divisões: 
o Arquicerebelo ou Cerebelo Vestibular: é o mais antigo. É representado pelo lobo flóculo-nodular e 
está conectado com o sistema vestibular. Responsável pelo equilíbrio. 
o Paleocerebelo ou Cerebelo Espinhal: É representado pelo lobo anterior do corpo do cerebelo. Surgiu 
nos peixes que, como possuem nadadeiras, precisam, além do equilíbrio, manter o tônus muscular e 
realizar movimentos automáticos, como nadar. 
o Neocerebelo ou Cerebelo Cortical: É representado pelo lobo posterior. Surgiu com os mamíferos, 
principalmente com os primatas, onde a musculatura das extremidades distais dos membros serve para 
realizar movimentos mais complexos. Surgiu junto com o neocórtex cerebral, com o qual passou a 
manter relações. Relaciona-se com o planejamento e a coordenação dos movimentos mais delicados 
(coordenação fina). 
 
Divisão Área do cerebelo Núcleo Função 
Arquicerebelo 
Cerebelo vestibular 
Lobo flóculo-nodular Fastigial Equilíbrio 
Paleocerebelo 
Cerebelo espinhal 
Lobo anterior, pirâmide e 
úvula 
Interpósito: 
emboliforme + 
globoso 
tônus muscular; 
controle postural 
Neocerebelo 
Cerebelo cortical 
Lobo posterior denteado 
planejamento e coordenação dos 
movimentos voluntários 
 
Pedúnculos Cerebelares: Aferências e Eferências do Cerebelo 
A substância branca do cerebelo está constituída por três grupos de fibras: intrínsecas, aferentes e 
eferentes. 
Conexões intrínsecas (associação): 
Não saem do cerebelo, conectando diferentes regiões do órgão. 
Conexões aferentes: 
o Fibras aferentes de origem vestibular: se distribuem principalmente ao arquicerebelo. Trazem 
informações sobre a posição da cabeça a partir do labirinto e núcleos vestibulares. Importante para a 
manutenção do equilíbrio e da postura básica. 
o Fibras aferentes de origem medular: essas fibras são representadas pelos tractos espino-cerebelar 
anterior e posterior. Esses tractos terminam no córtex do paleocerebelo. São responsáveis pela 
manutenção do tônus muscular e da postura. 
o Fibras aferentes de origem pontina: essas fibras têm origem nos núcleos da ponte e distribuem-se 
principalmente ao córtex do neocerebelo. Essas fibras fazem parte da via córtico-ponto-cerebelar. 
 38 
Fundamentais para a coordenação do movimento apendicular, com planejamento motor e correção dos 
movimentos. 
Conexões eferentes: 
Constituem a saída das fibras do cerebelo, começando como axônios das células de 
Purkinje do córtex cerebelar que se dir igem aos núcleos. 
As fibras dos núcleos denteado, emboliforme e globoso saem do cerebelo pelo 
pedúnculo cerebelar superior. As fibras do núcleo fastigial saem pelo pedúnculo cerebelar 
inferior. 
Através de suas conexões eferentes, o cerebelo exerce influência sobre os neurônios 
motores da medula. Entretanto, ele não age diretamente sobre esses neurônios, mas sempre 
através de ralés intermediários, situados em áreas do tronco encefálico, do tálamo ou das 
próprias áreas motoras do córtex cerebral. Logo, o cerebelo está ligado ao tronco encefálico 
por grossos feixes de fibras eferentes e aferentes, os pedúnculos cerebelares. 
As fibras aferentes penetram no cerebelo através de três pedúnculos: 
 
Pedúnculo Cerebelar 
Superior 
Liga o cerebelo ao 
mesencéfalo 
Feixe espino-cerebelar anterior 
(cruzado) 
Pedúnculo Cerebelar Médio Liga o cerebelo à ponte Feixe ponto-cerebelar 
Pedúnculo Cerebelar Inferior 
Liga o cerebelo ao bulbo e 
à medula 
Feixe espino-cerebelar 
posterior (direto) 
Feixe vestíbulo-cerebelar 
Feixe ol ivo-cerebelar 
 
OBS: pesquisas recentes indicam que o cerebelo recebe f ibras noradrenérgicas ( locus 
ceruleos) e serotoninérgicas (núcleos da Rafe), participando do processo de memória. 
 
Áreas Funcionais Eferentes do Córtex Cerebelar: 
O córtex do vérmis influencia os movimentos axiais - ao longo do eixo do corpo 
(pescoço, ombros, tórax, abdome, quadril) . Lateral ao vérmis, fica a chamada zona 
intermédia do hemisfério cerebelar, a qual controla os músculos das partes distais dos 
membros, especialmente das mãos e dos pés. A zona lateral de cada hemisfério cerebelar 
esta relacionada ao planejamento dos movimentos seqüenciais de todo o corpo, estando, 
também, relacionados à avaliação consciente dos erros dos movimentos. 
 
Divisão em relação às fibras eferentes: 
As fibras eferentes dispõem-se em três zonas: 
o Zona Medial: corresponde ao vérmis. Na linha média encontramos o núcleo fastigial que está 
relacionado com o arquicerebelo (manutenção do equilíbrio). O cerebelo exerce influencia sobre 
os neurônios motores do grupo medial do corno anterior da medula, mantendo o equilíbrio e a 
postura. As células de Purkinge fazem sinapse nos núcleos fastigiais, do qual sai o tracto 
fastigiobulbar. 
 39 
o Zona Intermediária: corresponde a área de cada lado da zona medial. Encontramos os núcleos 
globosos e mais lateralmente os núcleos emboliformes, que, além de possuirem funções 
semelhantes, são chamados de interpósitos por localizarem-se entre os núcleos fastigial e 
denteado. Relacionam-se com o paleocerebelo (tônus muscular, controle dos movimentos e 
postura). Ação do núcleo interpósito se faz sobre o grupo lateral do corno anterior da medula. 
Conexões com o núcleo rubro: forma o tracto rubro-espinhal. Conexões com o tálamo: as fibras 
se dirigem ao córtex cerebral, originando o tracto córtico-espinhal. 
o Zona Lateral: localiza-se de cada lado da zona intermediária e corresponde a maior parte dos 
hemisférios. Encontramos o núcleo denteado que é o maior. Relaciona-se com o neocerebelo 
(planejamento e coordenação dos movimentos voluntários – velocidade e precisão). Os axônios 
das células de Purkinje fazem sinapse no núcleo denteado, de onde os impulsos seguem para o 
tálamo. Do tálamo essas fibras se dirigem para as áreas motoras do córtex cerebral, onde se 
origina o tracto córtico-espinhal. 
 40 
 
DIENCÉFALO 
Adriene Stahlschmidt, Bruna H Suzigan, Carla C Martins, Francieli Pagliarim, Arlete Hilbig 
 
O diencéfalo e o telencéfalo (derivados do prosencéfalo) formam o cérebro que corresponde a 80% 
do encéfalo. Durante o desenvolvimento, o telencéfalo cresce enormemente no sentido lateral e posterior 
para formar os hemisférios cerebrais e, desse modo, encobre quase completamente o diencéfalo que se 
mantém ímpar e mediano. Portanto, o diencéfalo compreende a porção mais central do cérebro e apenas 
uma pequena parte pode ser visualizada externamente na face inferior do encéfalo. 
O diencéfalo pode ser dividido em regiões tomando como referência o tálamo, que é a sua estrutura 
central: tálamo, epitálamo, hipotálamo e subtálamo. As três primeiras estão relacionadas com o III 
ventrículo, sua cavidade central, entrando na composição de seus limites. Desta forma, o estudo das 
estruturas diencefálicas deve ser feito a partir de um corte mediano através desta cavidade. 
Na parede lateral do III ventrículo encontramos um sulco que vai do aqueduto ao forame 
intervertebral. Este sulco, sulco hipotalâmico, divide o diencéfalo em uma porção superior, que faz 
saliência na cavidade ventricular (tálamo); e uma porção inferior (hipotálamo), que também entra na 
formação do assoalho do ventrículo. Posteriormente ao tálamo e formando a parede posterior do III 
ventrículo, encontramos o epitálamo, cujo principal componente é a glândula pineal. 
Os limites do III ventrículo são: 
o Teto: tela corióide e fórnix; 
o Assoalho: quiasma óptico, túber cinéreo+infundíbulo, corpos mamilares (todos pertencentes ao 
hipotálamo), e uma linha imaginária que vai dos corpos mamilares à comissura posterior (divisão 
entre diencéfalo e mesencéfalo); 
o Parede

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