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PROLAPSOS GENITAIS PROFª. MICHELE LUPATINI FERREIRA PROF.MICHELE.@UNESCNET.COM.BR CONCEITO Todo e qualquer deslocamento dos órgãos genitais, desviando-se da posição típica e normal. O prolapso de órgãos pélvicos (POP) constitui-se em uma herniação dos órgãos pélvicos através da vagina. É uma condição prevalente de baixa morbi- mortalidade, mas que afeta as mulheres no seu cotidiano, sexualidade e atividade física. EPIDEMIOLOGIA Afeta 1 / 3 das mulheres O pico é entre 60-69 anos 60% com mais de 60 anos > incidência em mulheres multíparas ( 50 % ) Perda de suporte vaginal e uterino – 43% - 76% 3 % - 6 % prolapso além do hímem Responsável por 10% - 30 % das histerectomias ETIOPATOGENIA Fatores de risco estabelecidos: Idade (menopausa) Obesidade DPOC Histerectomia Parto vaginal* Trauma obstétrico. Paridade (fator mais relevante para em mulheres com menos 60 anos) Atrofia dos sistemas de fixação; Esforço repetitivo (ocupacionais) Desordem do tecido conjuntivo e de colágeno Lesão dos aparelhos de suspensão e sustentação DISTOPIAS UROGENITAIS "Algumas mulheres desenvolvem prolapso mesmo sem apresentar os fatores de risco, enquanto outras, apesar de terem tido partos difíceis, nunca desenvolveram, sugerindo que deva existir predisposição pessoal para a doença". Gestação e parto; Defeitos do tecido conjuntivo; Nível de colágeno; Neuropatias congênitas ou adquiridas; Aumento da pressão abdominal. SINTOMAS Sensação de pressão, desconforto e dor pélvica. Sensação de peso ou bola ou abaulamento na vagina Incontinência urinária associada Necessidade de manobras de redução manual do prolapso Sensação de esvaziamento incompleto (urinário ou fecal) Frouxidão vaginal Dor perineal. Dispareunia ou vaginismo. FISIOPATOLOGIA O suporte anatômico das vísceras pélvicas se dá principalmente pelos músculos elevadores do ânus e pela fascia endopélvica. O rompimento ou a disfunção de um desses componentes pode levar à perda do suporte e, consequentemente, ao prolapso genital. Os músculos elevadores do ânus são: pubococcígeo, puboretal e iliococcigeo. Quando do repouso, estes músculos permanecem firmemente contraídos e têm como função prover uma superfície firme para as vísceras pélvicas. FISIOPATOLOGIA A perda do tônus habitual dos músculos elevadores – por denervação ou trauma direto - acarreta na abertura do hiato urogenital, enfraquecendo, assim, a orientação horizontal do complexo dos músculos elevadores FISIOPATOLOGIA A fáscia endopélvica é a rede de tecido conjuntivo que envolve todos os órgãos da pelve e os conecta à musculatura que confere suporte e aos ossos da pelve. Este conjunto (fascia endopélvica, músculos e ossos) mantém a vagina e o útero em sua posição habitual, ao mesmo tempo em que conferem mobilidade às vísceras para permitir o armazenamento de fezes e urina, coito, trabalho de parto e parto. A ruptura ou estiramento dessas ligações de tecido conjuntivo ocorrem durante o parto vaginal, histerectomia, o esforço crônico ou com o envelhecimento. Mulheres com anormalidades do tecido conjuntivo estão predispostas ao prolapso de órgãos pélvicos. FISIOPATOLOGIA Variantes anatômicas da pelve óssea também têm sido associados ao desenvolvimento de prolapso. A perda da lordose lombar e estreito superior da pelve menos verticalizada é mais comum em mulheres que desenvolvem prolapso genital do que em mulheres que não desenvolvem. TIPOS DE PROLAPSOS TIPOS DE PROLAPSO Defeito do compartimento anterior • Cistocele (defeito central ou lateral ou transverso) Defeito do compartimento posterior • Retocele Defeito do compartimento central ou apical • Prolapso uterino, de cúpula vaginal e enterocele Defeito do compartimento distal • Rotura perineal CISTOCELE RETOCELE HISTEROCELE PROLAPSO DE CÚPULA DE VAGINAL APARELHO DE SUSPENSÃO Formado por ligamentos. Ligamentos cardinais ou laterais Ligamentos pubo-vésico-uterinos Ligamentos útero-sacrais APARELHOS DE SUSTENTAÇÃO Localizados entre o assoalho pélvico e a região perineal Tecido muscular e fáscias (aponeurose) Diafragma pélvico, urogenital com a fáscia endopélvica Principal aparelho é o pélvico e o principal músculo é o levantador do ânus. CLASSIFICAÇÃO Grau 0 Sem prolapso Grau 1 Pelo menos até a metade da distância entre o local inicial e a carúncula himenal Grau 2 Quando chega à carúncula himenal sem ultrapassá-la Grau 3 Quando ultrapassa a carúncula parcialmente Grau 4 Quando ultrapassa a carúncula em todo o seu conteúdo A classificação dos POP se dá através de um teste objetivo, sítio específico para descrição e estadiamento, chamado POP-Q ,que é o teste de escolha pela ICS (International Continence Society). Esta classificação propõe medidas e pontos pré-definidos da estática pélvica da mulher . A posição de cada compartimento é avaliada de acordo com a sua distância da carúncula himenal, que é um ponto fixo de fácil identificação. A partir desse ponto, as posições são descritas. Positivos, referem-se a posições abaixo ou distais ao hímen; os valores negativos, acima ou proximais ao hímen. Caso a localização seja ao nível do hímen, denomina-se como zero. Aa – parede anterior da vagina, 3cm proximal ao introito Ap – parede posterior da vagina, 3cm proximal ao introito Ba – parede anterior da vagina, ponto de maior prolapso Bp – parede posterior da vagina, ponto de maior prolapso C – apical, útero D – apical, fórnice posterior da vagina (não existe caso seja histerectomizada) POP - Q Estadio 0: ausência de prolapso. Os pontos Aa, Ap, Ba e Bp estão em - 3centímetros, e os pontos C e D estão entre o CVT e o CVT - 2centímetros. Estadio I: ponto de maior prolapso está localizado até 1 centímetros para dentro do hímen ( - 1centímetros). Estadio II: o ponto de maior prolapso está localizado entre - 1centímetro e +1centímetro (entre 1 centímetros acima e 1 centímetros abaixo do hímen). Estadio III: o ponto de maior prolapso está a mais de 1 centímetro para fora do hímen, porém sem ocorrer eversão total. Estadio IV: eversão total do órgão prolapsado. O ponto de maior prolapso fica no mínimo no comprimento vaginal menos dois centímetros DIAGNÓSTICO É baseado no exame da genitália (em repouso ou em esforço), mas pode haver a necessidade de métodos de imagem para avaliação dos órgãos envolvidos e a repercussão sobre outros órgãos. TRATAMENTO Cirúrgico. Conservador. TRATAMENTO Fatores: • Idade; • Condições clínicas da paciente; • Grau do prolapso; • História reprodutiva; • Desejo de gerar outros filhos. TRATAMENTO Conservador: Pessários – para paciente sintomáticas que recusam ciirurgia. Fisioterapia PESSÁRIO Próteses de silicone ou látex de diversos formatos, que possuem função de preenchimento e suporte aos orgãos pélvicos. É de baixo custo e suas contraindicações ou complicações graves são raras. Sua desvantagem reside no fato de que muitos dos modelos necessitam ser tirados diariamente para limpeza, a fim de que se evite uma infecção. FISIOTERAPIA Observar grau do prolapso; Avaliar MAPs; Treinamento e exercícios pélvicos; Tonificação muscular; Reabilitação funcional pós operatória; Orientações TRATAMENTO CIRÚRGICO O objetivo da correção cirúrgica é restaurar a anatomia, aliviar os sintomas e corrigir alterações funcionais dos órgãos pélvicos. TÉCNICAS CIRÚRGICAS Técnicas reconstrutivas: Manutenção do comprimento, diâmetro e eixo fisiológico da vagina . Preserva função urinária, sexual e intestinal. Técnicas obliterativas: Oclusão total ou parcial da vagina. Apresenta menor tempo operatório, menor morbidade e baixo índice de recorrência Obrigada!!!
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