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ESTUDO DIRIGIDO - FISIOTERAPIA EM UROGINECOLOGIA PARTE 1 1. Para você, futuro fisioterapeuta, qual a relevância de conhecer as características do trato urinário? Na área da fisio pélvica é importante por causa das disfunções urinárias que tratamos. E nas outras áreas se faz importante para orientação dos pacientes, como quando eles tomam medicamentos que interferem na função urinária, e também para mensurar sobrecarga do assoalho pélvico durante exercícios, principalmente aqueles que aumentam a pressão intra-abdominal. 2. Quais as principais diferenças entre as estruturas do assoalho pélvico feminino e masculino? Órgãos do sistema reprodutor, a pelve masculina é mais estreita e a feminina é mais larga (arco pubiano), o canal da uretra masculina é maior que a feminina e possuem musculaturas diferentes músculo bulbo-esponjoso. 3. Quais estruturas são responsáveis pela capacidade de continência tanto urinária quanto fecal? - Músculos elevadores do ânus - Músculos esfincterianos da uretra - Músculos esfincterianos anais 4. Quais características dos MAP? Como eles atuam? Os Músculos do Assoalho Pélvico possuem 2 tipos de fibras. As fibras lentas são para manter o tônus constante por longos períodos sem sofrer fadiga e atuam na manutenção da continência, e as fibras rápidas são acionadas quando ocorre um aumento súbito da pressão abdominal, atuando no controle do fechamento das cavidades. Contraídos para mecanismos de continência facilitam a micção quando relaxam, facilitam o parto, contribuem para o orgasmo. 5. Como os MAP podem ser acionados? - Acionados através da contração voluntária máxima. - Segurar o xixi e pum (pisca-pisca). - Aumento da pressão abdominal como em agachamentos. - Eletroestimulação. 6. Qual o conhecimento necessário por parte do fisioterapeuta sobre essa musculatura (MAP) para elaborar protocolos eficientes? - Qual a musculatura que envolve cada parte, pois dependendo do sintoma do paciente a musculatura a ser treinada é diferente. - Se o paciente usa medicamentos e qual a relação com o sintoma. - Se a paciente consegue realizar as contrações de forma eficaz ou compensa. - Conhecimento de anatomia e estilo de vida 7. Qual a relação entre os sintomas presentes, queixa principal e o estilo de vida dos(as) pacientes? Pela questão comportamental dos pacientes: Às vezes a paciente vai pouco ao banheiro por causa da correria do dia a dia e segura por muito tempo o xixi. Se toma medicamento que interfere na função vesical. Qual o esporte e/ou atividade que pratica, pois pode aumentar a pressão intra-abdominal = Estilo de vida. 8. Por que é importante saber quais medicamentos os(as) pacientes estão usando? Porque existem alguns medicamentos que alteram a função vesical, onde pode ocorrer o aumento da micção ou a dificuldade do relaxamento do músculo detrusor causando retenção urinária. 9. Quais informações a inspeção visual do AP fornece ao fisioterapeuta? Se a paciente possui cicatrizes de episiotomia e episiorrafia, se tem prolapsos visíveis, coloração. 10.Como é possível mensurar a força dos MAP? Através da palpação (reloginho), de sondas pressóricas/ biofeedback pressórico e também podemos usar os cones vaginais como forma de mensurar a força dos MAP. 11.Qual a importância de utilizar os questionários durante o tratamento dos(as) pacientes? Para padronizar os atendimentos e como forma de re-avaliação posterior para acompanhar se houve evolução ou não. Entender a rotina do paciente. 12.Em que situações o fisioterapeuta utiliza o diário miccional? Usa-se para avaliar quantas vezes a paciente urina diariamente e acompanhar se está melhorando (aumentando ou diminuindo as idas) durante o período de tratamento. 13.Qual o cuidado ao utilizar o Stop Test? Esse teste deve ser utilizado apenas 1 vez para saber a capacidade dos MAP (se o tônus está fraco ou forte) e não deve ser utilizado como exercício pois pode não esvaziar totalmente a bexiga e ficar resquícios de urina na uretra. 14.Quando o fisioterapeuta utilizará a ultrassonografia pélvica? Quais informações podem ser obtidas por meio dessa técnica? Tamanho e desvios das estruturas internas e alterações na ativação voluntária dos MAP, densidade muscular, mobilidade da uretra, posicionamento do DIU. PARTE 2 1. Quais fatores e/ou estruturas contribuem para a continência urinária? - Músculos elevadores do ânus; - Músculo detrusor; - Músculos esfincterianos da uretra. 2. Explique o que é complacência vesical: A complacência vesical é a capacidade que o músculo detrusor possui para retornar ao seu tamanho original. 3. Defina polaciúria, noctúria e disúria: - Polaciúria: Aumento da frequência miccional em pequenas quantidades, ou seja, ir muitas vezes ao banheiro e urinar pouco. - Noctúria: Vontade constante de urinar durante a noite, interrompendo o sono. - Disúria: Desconforto uretral que pode ser uma dor ou uma sensação de queimação durante a micção. 4. Qual a definição de bexiga hiperativa conforme a ICS? E como é feito o diagnóstico? A ICS caracteriza a BH como presença de urgência miccional com ou sem incontinência urinária de urgência e na ausência de infeção do trato urinário ou outra patologia. O diagnóstico é clínico baseado nas características que geralmente acompanham: A urgência miccional (desejo súbito de urinar), aumento da frequência miccional e noctúria. 5. Para tratamento da BH, você optaria por qual linha? Comportamental ou farmacológico? Quais fatores influenciam na escolha? Primeiramente optaria pelo tratamento comportamental, com o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) e o controle através do diário miccional. Se houver hiperatividade vesical poderia ser uma combinação de terapias, a comportamental concomitante com a farmacológica, pois os fármacos inibem as contrações involuntárias do músculo detrusor. Porém, caso não funcione após um período de ( 6 ou 3) meses, é indicado a paciente realizar procedimentos mais invasivos como a Toxina Botulínica Intravesical e em último caso o implante de neuromodulação sacral. 6. Por que é importante haver uma mudança de hábitos de vida em pacientes com BH? Porque o estilo de vida está diretamente relacionado com a função vesical, sendo influenciada por coisas que nós ingerimos através da alimentação, como a cafeína, o chimarrão, bebidas alcoólicas e os alimentos mais picantes e ácidos, e também a disciplina em ter horário para micção de 3 em 3 horas já vai neuromodulando o sistema nervoso e consequentemente os MAP a ir ao banheiro nos mesmos horários. 7. Quais os principais tipos de bexiga neurogênica? - Bexiga neurogênica flácida: Bexiga não se contrai e causa transbordamento. - Bexiga neurogênica espástica: Contrações involuntárias e vontade súbita de urinar logo no primeiro desejo. - Bexiga neurogênica mista: Flacidez + espasticidade, mas com prevalência de um dos tipos. - 8. Como se apresentam os sintomas da bexiga neurogênica? Os sintomas são variados de acordo com a causa e a altura da lesão, mas os principais são a incontinência urinária, a urgência miccional e problemas de esvaziamento vesical. 9. Uma bexiga neurogênica pode ter um comportamento de bexiga hiperativa? Explique: Sim, uma bexiga neurogênica espástica pode ter o mesmo comportamento de bexiga hiperativa, com contrações involuntárias do músculo detrusor e a necessidade de urinar, mesmo com pouca quantidade de urina na bexiga. A diferença é que a BH pode ser causada por uma hiperatividade idiopática do m. detrusor e de causas neurológicas e não-neurológicas, enquanto a BN espástica obrigatoriamente é de causa neurológica. 10. O que é um tratamento MULTIMODAL? E para que casos você indicaria? O tratamento multimodal é um tipo de terapia que envolve várias técnicas, no caso da fisioterapia pélvica, seria a terapia comportamental, eletroestimulação, biofeedback, terapia manual e por vezes associada a recursos farmacológicos/medicamentosos. Eu acredito que o tratamento multimodal deve ser indicado para todas as pessoas (homens e mulheres) que apresentamdisfunções do assoalho pélvico, como incontinência urinária e/ou fecal e disfunções sexuais. 11. Como a fisioterapia pélvica atuaria em pacientes com BN? - TMAP, se for possível, pois depende da altura da lesão; - Biofeedback; - Eletroestimulação; - Orientações sobre mudanças de estilo de vida; - Orientações sobre passar a sonda vesical, se necessário. 12. No geral, em suas condutas de atendimento, você indicaria exercícios de Kegel? Explique: Não, pois os exercícios de Kegel baseiam-se apenas na contração e relaxamento dos MAP e há evidências na literatura que sugerem que os exercícios de Kegel podem piorar a disfunção em pacientes com músculos do assoalho pélvico tensos e excessivamente contraídos. O melhor indicado atualmente é o protocolo dos 5 F’s, que associam a terapia comportamental e outras técnicas da fisioterapia pélvica.
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