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Introdução alimentar a crianças menores de 2 anos

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O Conhecimento das Mães Sobre a Introdução Alimentar
Amanda Oliveira*, Eder Barbosa*, Eduardo Fudalli*, Lais Machado*, Laylla Silva*, Murilo Markowicz*.
Luna de Sousa** 
*Graduandos de Nutrição, Universidade Campos Andrade, Curitiba, Brasil
** Universidade Campos Andrade, Curitiba, Brasil
E-mail: amandaregina868@gmail.com
Resumo: O primeiro contato das crianças com alimentos (com exceção do leite materno) deve ser feito de forma correta. Neste artigo, será feita uma reflexão acerca de sua importância e como realmente acaba acontecendo no cotidiano. Foram utilizados artigos pesquisados nas bases, biblioteca Virtual da Saúde, Scielo, Google Acadêmico e Lilacs, utilizando como busca os termos: “introdução alimentar infantil”, “conhecimento sobre amamentação” e “introdução à alimentação”, resultando em que há a consumação de alimentos ultraprocessados desde o início da primeira infância, e nos mostra o quão necessário se faz o suporte de especialistas na área para ensinar sobre o assunto. Palavras-chave: introdução alimentar, nutrição infantil, alimentação complementar.
Abstract: The first contact of children with food (with the exception of breast milk) must be done correctly. In this article, a reflection will be made about its importance and how it actually ends up happening in everyday life. Articles searched in the databases, Virtual Health Library, Scielo, Google Scholar and Lilacs were used, using as search terms: “infant feeding introduction”, “knowledge about breastfeeding” and “introduction to feeding”, resulting in the consummation of ultraprocessed foods from the beginning of early childhood, and shows us how much support is needed from experts in the field to teach on the subject.
Keywords: food introduction, infant nutrition, complementary feeding.
INTRODUÇÃO
 A introdução alimentar na fase de amamentação é de extrema importância, pois nela fornece o aporte de nutrientes necessários para o crescimento, desenvolvimento mental e motor do lactente [1,3,4]. No momento em que a criança tem uma introdução alimentar adiantada a idade que apresenta, pode aumentar sua vulnerabilidade e episódios de diarreias, infecções, desnutrição, conduzido até mesmo ao deficit nutricional e outras enfermidades futuras [1,3]. 
 Até os seis meses do nascimento, o leite materno deve ser a única fonte alimentar da criança para que esta crie imunidade contra doenças [2]. Todavia, depois dos seis meses, a amamentação surge como um complemento alimentar, aumentando a densidade energética e o aporte de micronutrientes na dieta, porém, devem ser incluídos alimentos juntos ao aleitamento materno para que não ocorra um retardo no crescimento e riscos de deficiências nutricionais [2,1].
 Estudos mostraram que há uma oferta maior de alimentos ultra processados como biscoitos (doces e recheados), macarrão instantâneo, refrigerantes, sucos em pó, iogurtes, papinhas prontas e salgadinhos, do que alimentos in natura e minimamente processados nos primeiros seis meses [5,6]. Entretanto, é possível facilitar à aceitação de alimentos mais saudáveis, sendo colocada de formas diferentes, como apresentação do prato, e em horários adequados [7,8]. 
 Este trabalho tem como objetivo esclarecer formas simples e corretas de introduzir e ofertar alimentos a crianças de seis meses até os dois anos.
METODOLOGIA
 Para o levantamento de dados utilizou-se como metodologia a revisão narrativa de artigos indexados nas bases, Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Google Acadêmico e SciELO. Como descritores na busca de artigos foram utilizadas as palavras-chave: “introdução alimentar”, “primíparas”, “conhecimento materno”, “praticas alimentares”, “hábitos alimentares” e “primeiro ano”.
 Adotaram-se como critérios de inclusão: artigos publicados a partir do ano 2004, em língua portuguesa e inglesa que apresentaram relevância para o tema abordado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A alimentação complementar deve ser preparada com alimentos saudáveis e nutritivos, evitando os alimentos com alto grau de processamento, industrializados, com excesso de sal e açúcares, aditivos e conservantes, pois são prejudiciais nos primeiros anos de vida [9]. O oferecimento precoce de alimentos ultra processados, como snacks e bebidas açucaradas, colabora para que a criança desenvolva hábitos inadequados, pois a preferência pelo sabor doce e salgado nessa idade pode aumentar devido às consequências fisiológicas, como saciedade e garantia de aporte energético [10].
A introdução dos alimentos ultra processados, altamente energéticos e hiper palatáveis, associada à interrupção do aleitamento materno, pode favorecer o aparecimento de processos infecciosos, alergias e distúrbios nutricionais [9]. Esses alimentos são nutricionalmente desnecessários e prejudicam a digestão e absorção de micronutrientes, além de comprometer o consumo saudável e equilibrado de hortaliças, carnes e frutas, que são alimentos fundamentais para o crescimento e desenvolvimento da criança [11].
Os alimentos complementares são divididos em duas categorias: alimentos transicionais onde são preparados exclusivamente para atender as necessidades das crianças, e os alimentos complementares não modificados onde são consumidos por todos os membros da família sem passar por nenhuma modificação, sendo também classificados como alimentos familiares [12]. A introdução alimentar sofre influência direta com a mãe, pois é na interação materna que a criança tem os primeiros contatos [13].
 	Os cuidados maternos são fundamentais para a saúde da criança e podem ser influenciadas pelas informações que a mãe tem em saúde, escolaridade, idade, aprendizado e experiências maternas, além do tempo disponível para cuidar do filho [14,15]. Os aspectos culturais, que na maioria das vezes são influenciados pela globalização, tem impacto direto nas práticas inadequadas de introdução da alimentação complementar e estão condicionados às características sociodemográficas, assim como a baixa renda familiar e a baixa escolaridade materna [16,17,18]. Identificar os fatores associados ao início precoce e à inadequação nutricional da alimentação complementar, especialmente em contextos de baixa renda, é de suma importância para a criação de medidas que possam viabilizar ações de saúde pública para a promoção e a incorporação de práticas alimentares saudáveis ao longo da infância [19,20].
 O Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, documento oficial do Ministério da Saúde, é um documento complementar ao Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2014 [5]. Nele, há instruções e recomendações de quando e de que forma servir os alimentos complementares para as crianças de maneira correta, visto que essas informações podem ser descritas de maneira equivocada em outros domínios na internet [21].
De acordo com o Guia, a partir dos 6 meses, é recomendada a inserção de alimentos de forma complementar à amamentação [5]. Nesse primeiro período, deve-se inciar o dia da criança com o leite materno, deixando para oferecer uma fruta no lanche da manhã, junto com o leite da mãe [5]. No almoço, apresentar no prato da criança um alimento de cada grupo (cereais/raízes, feijões, legumes e verduras, carnes e ovos), com a quantidade de 2 a 3 colheres de sopa do total [5]. Devem ser servidos amassados, e não liquidificados e/ou peneirados [5]. Quanto as demais refeições, continuar com o leite materno exclusivo, salvo o lanche da tarde, que deve ser igual o lanche da manhã [5].
Durante o 7º e o 8º mês, deve-se diminuir um pouco a quantidade de alimentos amassados ou bem picados, aumentando a demanda [5]. A alimentação deve ser inserida também no jantar [5]. Após o 8º mês e até antes de completar 1 ano, aumentar a demanda ofertada de alimentos à criança durante as refeições principais, à medida que seja correspondido e receber alimentos picados na mesma consistência do restante da família [5]. Ao chegar ao primeiro ano até o segundo, no café da manhã e no lanche da tarde oferecer cereais e raízes, junto ao consumo do leiteda mãe [5]. Nas outras refeições principais, continuar aumentando a quantidade servida se houver boa recepção por parte da criança [5].
CONCLUSÃO
 	Com base nos resultados de nossa revisão, observa-se que a introdução alimentar é de suma importância para as crianças, visto que quando realizado com alimentos saudáveis propiciam um melhor crescimento e desenvolvimento das mesmas. Entretanto, quanto ao conhecimento materno sobre esse assunto, deve-se cuidar, pois existe uma grande oferta de produtos ultraprocessados, podendo favorecer o aparecimento de alergias, distúrbios nutricionais e processos infecciosos nas crianças.
Sendo assim, faz-se necessário o suporte de profissionais de saúde a família quanto a aconselhamentos e informações sobre o tema. Afim de promover uma melhor alimentação e minimizar possíveis riscos.
REFERÊNCIAS
[1] WHO Multicentre Growth Reference Study Group, de Onis M. Complementary feeding in the WHO multicentre growth reference study. Acta Paediatrica. 2006 Apr;95:27-37.
[2] World Health Organization. The optimal duration of exclusive breastfeeding: a systematic review. World Health Organization; 2001.
[3] Schincaglia RM, Oliveira AC, Sousa LM, Martins KA. Práticas alimentares e fatores associados à introdução precoce da alimentação complementar entre crianças menores de seis meses na região noroeste de Goiânia. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2015;24:465-74.
[4] Organisation mondiale de la santé, World Health Organization, World Health Organisation Staff, UNICEF., UNAIDS. Global strategy for infant and young child feeding. World Health Organization; 2003.
[5] Brasil. Dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para crianças menores de dois anos: um guia para o profissional da saúde na atenção básica.
[6] Toloni MH, Longo-Silva G, Goulart RM, Taddei JA. Introdução de alimentos industrializados e de alimentos de uso tradicional na dieta de crianças de creches públicas no município de São Paulo. Revista de Nutrição. 2011 Feb;24(1):61-70.
[7] Vieira GO, Silva LR, Vieira TD, Almeida JA, Cabral VA. Hábitos alimentares de crianças menores de 1 ano amamentadas e não-amamentadas. Jornal de Pediatria. 2004;80(5):411-6.
[8] Valle JM, Euclydes MP. A formação dos hábitos alimentares na infância: uma revisão de alguns aspectos abordados na literatura nos últimos dez anos. Rev APS. 2007 Jan;10(1):56-65. 
[9] Brasil. Dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para crianças menores de dois anos: um guia para o profissional da saúde na atenção básica.
[10] Birch LL. Development of food acceptance patterns in the first years of life. Proceedings of the Nutrition Society. 1998 Nov;57(4):617-24.
[11] Longo-Silva G, Toloni MH, Menezes RC, Asakura L, Oliveira MA, Taddei JA. Introdução de refrigerantes e sucos industrializados na dieta de lactentes que frequentam creches públicas. Revista Paulista de Pediatria. 2015 Mar;33(1):34-41.
[12] Dias MC, Freire LM, Franceschini SD. Recomendações para alimentação complementar de crianças menores de dois anos. Revista de Nutrição. 2010 Jun;23(3):475-86. 
[13] Santos CS, Lima LS, Javorski M. Fatores que interferem na transição alimentar de crianças entre cinco e oito meses: investigação em Serviço de Puericultura do Recife, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2007 Dec;7(4):373-80.
[14] Toloni MH, Longo-Silva G, Goulart RM, Taddei JA. Introdução de alimentos industrializados e de alimentos de uso tradicional na dieta de crianças de creches públicas no município de São Paulo. Revista de Nutrição. 2011 Feb;24(1):61-70.
[15] Corrêa EN, Corso AC, Moreira EA, Kazapi IA. Alimentação complementar e características maternas de crianças menores de dois anos de idade em Florianópolis (SC). Revista Paulista de Pediatria. 2009 Sep;27(3):258-64.
[16] Salve JM, Silva IA. Representações sociais de mães sobre a introdução de alimentos complementares para lactentes. Acta Paulista de Enfermagem. 2009 Feb;22(1):43-8.
[17] Campagnolo PD, Louzada ML, Silveira EL, Vitolo MR. Feeding practices and associated factors in the first year of life in a representative sample of Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. Revista de Nutrição. 2012 Aug;25(4):431-9.
[18] Senarath U, Dibley MJ. Complementary feeding practices in South Asia: analyses of recent national survey data by the South Asia Infant Feeding Research Network. Maternal & child nutrition. 2012 Jan;8:5-10.
[19] Departamento de Ações Programáticas e Es - tratégicas, Secretaria de Atenção à Saúde, Mi - nistério da Saúde. II pesquisa de prevalência de aleitamento materno nas capitais brasileiras e Distrito Federal. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. 
[20] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Ciclos de vida: Brasil e grandes regiões. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2015.
[21] Gisele da Silva Gomes Monteiro, Maíra Macário de Assis, Maria Alvim Leite, Larissa Loures Mendes. Avaliação das informações nutricionais referentes às crianças de até dois anos disponíveis em sites populares. Revista Paulista de Pediatria. 2016 Feb;17(34):287-292

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