Buscar

teste plagio

Prévia do material em texto

1) A afirmativa em questão não se faz verdadeira. Em diversos casos, é possível verificar tanto atos nulos como também atos anuláveis produzindo efeitos materiais, ou seja, mesmo não cumprindo os requisitos do plano da validade um ato pode ser eficaz. Dois bons exemplos da situação descrita são o casamento putativo e alguns atos praticados por menores (incapazes) sem uma representação ou assistência adequada, como uma compra de doces em uma padaria com o dinheiro dado pelos pais. Esses cenários, indiscutivelmente, não cumprem os requisitos legais de validade segundo o Código Civil, o primeiro por apresentar algum vício suscetível de anulação e o segundo por ter um agente que não é capaz. Entretanto, não se pode negar a eficácia jurídica presente em ambos, contando até, em muitos casos, de ampla aceitação social. Portanto, não se pode dizer que todo e qualquer ato inválido é ineficaz, para analisar a eficácia de um ato é necessário verificar os elementos acidentais do negócio jurídico e não, simplesmente, se limitar a uma análise do plano da validade.
2) A definição atribuída ao conceito de lesão, no decorrer da afirmativa, não vai de encontro com a doutrina e com a legislação. A definição de lesão, em linhas gerais, se dá por um prejuízo desproporcional existente de uma parte em relação a outra em um negócio jurídico. Esse prejuízo, por sua vez, pode ter diferentes origens, desde explorar da inexperiência da outra parte até abuso de poder econômico. Em síntese, tornar a outra parte lesada é, basicamente, tomar proveito econômico do negócio jurídico em prejuízo da outra parte. 
Analisando as atribuições propostas pela afirmativa para com o conceito de lesão, até se pode associar a dita "extrema necessidade" com a premente necessidade elaborada pela doutrina para dispor de uma situação de urgência econômica. Todavia, "aproveitar-se da situação de perigo" não encontra suporte nem na doutrina nem no Código Civil. O próprio artigo 157 do Código Civil, o qual define o conceito de lesão, em nenhum momento aborda "situação de perigo" como um dos alicerces que fundamentam uma conduta lesiva. A situação de perigo se associa com outro vício de consentimento, no caso com o estado de perigo, em que, segundo o artigo 156 do Código Civil, se dá quando o agente, diante de situação de perigo conhecido pela outra parte, emite uma declaração de vontade excessivamente onerosa para salvaguardar direito seu ou de outra pessoa próxima. Dessa forma, a afirmativa se torna incorreta por atribuir inadequadamente  um conceito de estado de perigo ao vício de consentimento da lesão.

Continue navegando