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Farmacologia do Sistema Nervoso Central ANTICONVULSIVANTES, ANTIPSICÓTICOS E ANTIPARKISONIANOS Crises convulsivas • Crises epilépticas (convulsivas ou não) são mais comuns do que se imagina. Cerca de 9% da população apresentará pelo menos uma crise ao longo da vida. • Crise convulsiva é um evento dramático na vida da criança e de seus familiares. Crises não provocadas são aquelas nas quais não há fatores deflagradores identificáveis, como, por exemplo, febre, traumatismo cranioencefálico (TCE) ou distúrbio metabólico. Crises convulsivas • Crises não provocadas idiopáticas são aquelas nas quais os achados clínico- eletroencefalográficos são bem definidos, ficando o termo idiopático reservado para epilepsias genéticas. • As crises são classificadas como sintomáticas remotas quando a criança tem antecedente de insulto neurológico prévio, tal como uma encefalopatia não progressiva desde o nascimento, acidente vascular cerebral ou TCE, levando a uma lesão estática. Crises convulsivas • Casos de crises não provocadas nas quais não há antecedente etiológico serão classificadas como idiopáticas ou criptogênicas. • O termo idiopático não deverá ser utilizado para crises sem causa óbvia, como é feito rotineiramente, devendo ser usado para síndromes epilépticas parciais ou generalizadas, com características clínicas e eletrográficas específicas. • As crises não classificadas como idiopáticas ou sintomáticas remotas são consideradas criptogênicas. Crises convulsivas • Nas formas idiopáticas, haveria falta de fatores causais, nas sintomáticas algum fator etiológico conhecido estaria presente, sendo postulado, por alguns autores, que graduações entre essas duas poderiam ocorrer, sugerindo assim a existência de um continuum biológico entre as diversas entidades em detrimento da idéia de síndromes epilépticas distintas. • O conhecimento da história natural após a primeira crise convulsiva não provocada e os fatores de risco para recorrência são pré- requisitos necessários para tomar uma decisão racional em relação ao tratamento profilático com drogas antiepilépticas (DAEs). Crises convulsivas PRINCIPAIS CAUSAS • TCE • Tumor cerebral • Hipertermia • Intoxicações • Reações adversas • Hipoglicemia • Infecções • Meningite • Epilepsia Fármacos anticonvulsivantes Topiramato • Comercial: Topamax, Egide, Amato, Topit. • Reações adversas: Anorexia, diminuição do apetite, bradipsiquismo, transtorno de linguagem, depressão, estado confusional, insônia, agressão, agitação, raiva, ansiedade, desorientação, humor alterado, sonolência, tontura, parestesia, diplopia, náusea, diarreia. • Precauções: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas e cálculo renal. Fármacos anticonvulsivantes Fenitoína • Comercial: hidantal • Uso: pacientes portadores de crises convulsivas generalizadas e todas as formas de crises parciais epilépticas. • Reações adversas: rash cutâneo, tontura, coceira, formigamento, dor de cabeça, sonolência, ataxia (falta de coordenação e de equilíbrio). • Contraindicações e precauções: a fenitoína é contraindicada a pacientes que tenham apresentado reações intensas ao medicamento ou a outras hidantoínas e em pacientes que apresentam síndrome de Adam-Stokes, bloqueio A-V de 2º e 3º graus, bloqueio sino-atrial e bradicardia sinusal. Fármacos anticonvulsivantes Carbamazepina • Comercial: Tegretol; Tegretard • Uso: A carbamazepina estabiliza a membrana do nervo hiperexcitado, inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. • Reações adversas: (vertigem, cefaleia, ataxia, sonolência, fadiga e diplopia); distúrbios gastrintestinais (náusea e vômito), assim como reações alérgicas na pele. • Contraindicações e precauções: hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula. O médico deve ser avisado se o paciente for portador de qualquer outra doença e alergia conhecida ao medicamento e/ou a alguns medicamentos antidepressivos. Antiparkisonianos • É uma doença degenerativa e crônica tendo sua patogenia no SNC envolvendo os gânglios da base, sendo causada pela deficiência da dopamina – neurotransmissor – na via nigroestriatal e cortical, interferindo principalmente no sistema motor. Antiparkisonianos • A doença de Parkinson é a 2ª doença neurodegenerativa mais frequente, seguida da doença de Alzheimer. • Foi descrita pela primeira vez em 1817 pelo médico inglês James Parkinson. • É uma doença crônica e progressiva do SNC que consiste na morte de células produtoras de um neurotransmissor, designado de dopamina. Na doença de Parkinson ocorre a morte de células produtoras de dopamina numa zona do cérebro (substância negra). • A DP é considerada cosmopolita; • Não apresenta distinção entre as classes sociais, nem entre raças; • Acomete homens e mulheres (55 a 65 anos); • Maior frequência nos homens; • Em alguns casos, a DP pode manifestar-se também em indivíduos com menos de 40 anos (Parkinsonismo Precoce) Antiparkisonianos • A doença de Parkinson abrange um grupo de manifestações clínicas caracterizadas pelo tremor e pela perturbação dos movimentos involuntários da postura corporal, do equilíbrio e rigidez que mais acomete os idosos, principalmente homens. Antiparkisonianos Principais manifestações clínicas (Motoras): • Tremor de repouso • Rigidez muscular • Bradicinesia E acinesia • Alterações posturais • Marcha “festinada” • Falta de expressão facial (hipomímia) Antiparkisonianos Não-motores • Distúrbios emocionais (anedonia, ansiedade, apatia, depressão); • Hipotensão ortostática (queda súbita de pressão arterial quando o doente se levanta); • Disfunção cognitiva (inatenção, alterações de memória); • Distúrbios gastrointestinais (obstipação, saciedade precoce, falta de apetite); • Distúrbios sexuais e do sono • Alteração dos sentidos (diminuição do olfato e do paladar); • Disfunção urinária (frequência, incontinência); • Outros (síndrome de pernas inquietas - inquietude e vontade irresistível de movimentar as pernas, dor, fadiga, distúrbios visuais). Antiparkisonianos Etiologia • O parkinsonismo idiopático (75% dos casos), é a DP em si. • O parkinsonismo primário divide-se ainda em: • Parkinsonismo juvenil (antes dos 21 anos) • Parkinsonismo de início precoce (entre 21 e 40 anos de idade) • DP com tremor predominante (DP benigna) • DP com instabilidade postural e distúrbios de marcha (DP maligna). Antiparkisonianos Diagnóstico • Realizado pelo Neurologista por exclusão. • Após a descrição dos sintomas pelo paciente - • Exames: EEG, TC, RNM e punção lombar (certeza de que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro) • Diagnóstico confirmado: presença de 3 dos sintomas da DP e se for concluído que não há outra doença afetando o indivíduo. Antiparkisonianos Complicações • Relacionam-se com a terapêutica que se utiliza para controlar os sintomas motores. São elas as flutuações motoras e as discinesias. As flutuações motoras ocorrem porque com o avançar da doença há progressivamente perda de efeito da medicação antes da toma seguinte. As discinesias correspondem a movimentos descontrolados (coreia) que se devem a um excesso de ativação das células que produziam dopamina. Antiparkisonianos Tratamento • Atualmente, não há nenhum medicamento capaz de atrasar ou reverter a doença de Parkinson. No entanto, é dividido em: Tratamento de sintomas motores, não-motores e cirúrgico. O tratamento visa a melhorar seus sintomas e retardar sua progressão. Antiparkisonianos Tratamento Farmacológico • Os medicamentos mais usados são os colinérgicos, que atravessarão a barreira hemato-encefálica. • Eles contêm levodopa, que, no SN, é convertida em dopamina pela enzima dopadescarboxilase, com a combinação de outro fármaco que impede seu metabolismo fora do cérebro (fluoxetina e a sertralina). • Os sintomas colaterais maiscomuns são as reações anafiláticas (alergias) e náuseas. Mecanismo De Ação Anticolinérgicos Centrais: • Exercem seus efeitos antiparkinsonianos bloqueando a transmissão colinérgica central da acetilcolina. Em resultado, o nível de acetilcolina dentro do cérebro diminui, restaurando-se o equilíbrio entre dopamina e acetilcolina. Fármacos Que Afetam A Dopamina Cerebral: • Exercem ação direta sobre os níveis de dopamina. Tratamento Farmacológico Retardam a degeneração neuronal, tornando mais lenta a progressão da doença: • Selegilina (Niar®, Jumexil®, Deprilan®) = IMAO, inibe o metabolismo oxidativo da Levodopa e pode reduzir o estresse oxidativo e a formação de radicais livres. Inibidores da Monoamino Oxidase ( MAO = Responsável pelo catabolismo da Dopamina, no cérebro): • Selegilina (Niar®) 5 mg 2x/dia • Efeito dura 3 a 4 meses após interrupção da droga. • Retarda a terapia com Levodopa - cerca de 9 meses e tem efeito sintomático fraco. Tratamento Farmacológico ANTIPARKINSONIANOS Fármacos que diminuem o metabolismo da dopamina: LEVODOPA + BENSERAZIDA • Indicação: síndrome de Parkinson, com exclusão daquelas causadas pelos antipsicóticos. • Produtos comerciais: Prolopa LEVODOPA + CARBIDOPA • Indicação: doença de Parkinson quando os sintomas interferem significativamente nas atividades diárias normais. • Produtos comerciais: Cronomet, Levocarb, Sinemet. Tratamento Farmacológico ANTIPARKINSONIANOS Fármacos que diminuem o metabolismo da dopamina: TOLCAPONA • Indicação: doença de Parkinson, em combinação com levodopa +carbidopa ou levodopa + benserazida. • Produtos comerciais: Tasmar ENTACAPONA • Indicação: doença de Parkinson, em combinação com levodopa +carbidopa ou levodopa + benserazida. • Produtos comerciais: Comtan Farmacologia do Sistema Nervoso Central Crises convulsivas Crises convulsivas Crises convulsivas Crises convulsivas Crises convulsivas Fármacos anticonvulsivantes Fármacos anticonvulsivantes Fármacos anticonvulsivantes Antiparkisonianos Antiparkisonianos Slide 12 Antiparkisonianos Antiparkisonianos Antiparkisonianos Antiparkisonianos Antiparkisonianos Antiparkisonianos Antiparkisonianos Antiparkisonianos Tratamento Farmacológico Tratamento Farmacológico Tratamento Farmacológico Tratamento Farmacológico