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HABEAS_CORPUS

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EXMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Nome do impetrante, profissão, inscrito na OAB/XX sob o n° , com escritório profissional na rua , numero , cidade, estado, CEP, vem respeitosamente perante esse Tribunal, com fulcro no art. 5°, inciso LXVII, da Constituição Federal de 1988 e artigos 647 e 648, ambos do Código Processual penal, impetrar o presente
HABEAS CORPUS
Em benefício do paciente, nacionalidade, estado civil, profissão, residente na rua, número, cidade, estado, CEP atualmente recolhido na penitenciária, o qual vem sofrendo violenta coação em sua liberdade, por ato ilegal e abusivo do Juiz de Direito da ... Vara criminal da comarca de ..., pelos motivos de fato e de direito a seguir delineados:
I - DOS FATOS
O paciente, senhor José Percival da Silva foi preso sob acusação de prática de corrupção passiva, previsto no artigo 317, do Código Penal, e vem sendo mantido na prisão desde o dia 05 de Fevereiro de 2018. 	Em audiência de custódia o MM.Juiz da primeira instância acatando o pedido do Ministério Público de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, decretou a prisão preventiva do paciente, nos termos do art. 310, II, c/c art. 312, c/c art. 313, I, todos do CPP, para garantia da ordem pública, tendo em vista a gravidade e a repercussão do crime
	É necessário salientar que o paciente possui residência fixa e presta serviços a sociedade como vereador da cidade de Agreste/CE, ressaltando que no dia da prisão estava apenas no lugar certo, mas na hora errada, visto que é presidente da câmara de vereadores resolveu assistir a Comissão de Finanças e Contratos da Câmara para verificar se ela estava realizando seu trabalho de maneira correta e eficaz. Desta forma, mesmo sem ter ciência do exercício policial que estava em andamento e também da intenção criminosa dos outros vereadores estava presente no Plenário da Câmara no momento da operação policial e acabou também preso em flagrante, acusado de participar do esquema criminoso. 
	Diante os fatos narrados, e agora pelos fundamentos a seguir, pede-se a liberdade provisória para que o paciente possa responder em liberdade.
II – DO DIREITO
O relaxamento de prisão está previsto no art. 5º, inciso LXV, da Constituição da República: “LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”.
Art. 5 da CF/88. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
Conforme disposto no artigo 302 incisos I e II do Código de Processo Penal, será considerado em flagrante delito quem esta cometendo à infração penal ou quem acaba de cometê-la, que não se aplica ao caso do paciente que apenas estava presente para assistir a comissão.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
Ressaltando que de acordo como os artigos 647 e 648, inciso I, ambos do CPP será cabível o Habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, e será considerada ilegal a coação quando não houver justa causa.
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
Ocorre que fora decretada pelo magistrado a prisão preventiva do paciente, mas conforme narrado acima no artigo 302 do cpp e também as evidencias dos fatos, tal prisão nem deveria ter sido prolatada, visto que conforme inciso I do artigo 310 do CPP, na audiência de custódia o juiz deveria ter relaxado a prisão ilegal.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal;
Ainda conforme Súmulas 145, do STF não restam dúvidas de que tanto o flagrante preparado quanto o forjado são ilegais: “Súmula 145 STF: Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”.
III – DA LIMINAR
Conforme o fato narrado trata-se de uma prisão irregular, visto que o paciente acabou por acaso no meio de uma operação policial de flagrante preparado, pois o mesmo estava apenas exercendo sua função como presidente da câmara dos vereadores.
 De acordo com o artigo 660. §2, caso constatado a ilegalidade da coação o juiz ou o tribunal deverá cessar o constrangimento:
Art. 660.  Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.§ 2o  Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento.
A medida merece ser concedida liminarmente, eis que presentes os requisitos ensejadores, quais sejam, fumus boni iuris e o periculum in mora.
FUMUS BONI IURIS: advém do flagrante constrangimento ilegal por qual passa o paciente, pois foi demonstrado não ter relação com o objetivo da operação policial SENDO ESTE O ÚNICO MOTIVO PARA O SEU ENCARCERAMENTO.
PERICULUM IN MORA: decorre do fato de que o paciente está tolhido do seu direito de ir e vir, injustificadamente.
Portanto é devido o cabimento da medida liminarmente, uma vez que poderá gerar maiores prejuízos mantendo o acusado preso, este que não gera nenhum tipo de prejuízo para investigação, muito menos crime que justifique sua prisão.
IV – PEDIDOS
A - Que seja deferida a liminar e requerer a concessão da presente ordem de habeas corpus com a consequente expedição de alvará de soltura;
B – Solicitar o regular prosseguimento do feito e no mérito a concessão definitiva do presente writ.
NESTES TERMOS, PEDE DEFERIMENTO,
Cidade, Estado, dia, mês e ano
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ADVOGADO
[OAB/UF]

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