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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE TATUSINHO, ESTADO DO TATUSÃO. Autos nº 9617/2006 JORGE PILANTRA SEM NOÇÃO, brasileiro, natural de PITANGUEIRA-PT, casado, médico, filho de Gustavo da Mata Pequena e Débora Parteira Brava, portador da carteira de identidade nº 7569/TTT-PT, residente na Rua da Pilantragem, nº 24, Bairro das Vendas, nesta capital, por intermédio de sua advogada, infra assinado, devidamente constituída pelo instrumento de mandato anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO Com fulcro no artigo 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelos motivos que passa a expor: I- DOS FATOS Consta do incluso inquérito policial que em meados de fevereiro do ano de 2006, a denunciada JULIANA QUERO MORRER procurou o seu então namorado, a vítima, RONALDO MORTO DE PAIXÃO, propondo-lhe pacto de morte, fundado no fato de que o relacionamento do casal não tinha aceitação da família da denunciada e, por conta disso, encontrava-se desgastado. Apurou-se que, no período mencionado acima, a denunciada procurou o também denunciado e médico, JORGE PILANTRA SEM NOÇÃO, induzindo-o para que ministrasse substância química por meio intravenoso, com o fim de causar a morte do casal. Persuadido pela denunciada, o médico marcou dia e hora para que fosse realizado o procedimento descrito no inquérito, objetivando a morte do casal. Chegado o dia marcado, o casal compareceu ao hospital onde o denunciado mantém consultório para que o ato fosse praticado. O denunciado deu início ao procedimento, sendo realizado inicialmente na vítima, que veio a óbito no local. Logo após, o mesmo procedimento foi realizado na denunciada. O médico se ausentou do local do fato. A enfermeira, ALICE DE BRANCO FINO, regressando de seu horário de almoço, adentrou a sala do médico e viu e constatou que a denunciada encontrava-se em estado grave e desamparada, ocasião em que lhe prestou socorro, levando-lhe ao hospital Vem Que Eu Te Socorro II. Ao chegar no hospital, a denunciada foi devidamente atendida pela médica MÁRCIA TETRATO, que diagnosticou o envenenamento e efetuou o devido tratamento, evitando o óbito da denunciada. Os denunciados foram ouvidos perante a autoridade policial e confirmaram a autoria do fato, conforme as fls. 26,27, 28 e 29 do inquérito policial. Assim, tendo o denunciado JORGE PILANTRA SEM NOÇÃO, praticado o crime capitulado no art. 121, § 2º, III, do Código Penal Brasileiro contra a vítima e do art. 14, II, contra a também denunciada JULIANA QUERO MORRER, partícipe do fato capitulado nos arts. 29 e 122 do CPB, estando incursos em suas penas. II- PRELIMINARMENTE. DA NECESSIDADE DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. MM. Juiz de Direito, com a devida vênia, a Denúncia ofertada pelo Ministério Público é inépta, devendo a mesma ser rejeitada de plano. O Ministério Público não se ateve aos requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, pois não narrou qual a suposta conduta delitiva do agente, ou seja, não descreveu qual a conduta do acusado, que para tal seja ilícita. Art.41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. A narrativa dos fatos são confusas, o que leva a impropriedade da denúncia, pois a mesma não leva a uma conclusão lógica. Pelo jeito que ficou a narrativa dos fatos, a mesma dificulta a defesa do acusado, levando assim a sua improcedência. A denuncia não descreveu a suposta conduta “criminosa” do acusado, ou seja, não individualizou a sua conduta. Na narração da Denúncia, a mesma deixou de identificar claramente a conduta do acusado, o que leva a sua total improcedência. Como é cediço na jurisprudência e doutrina, cabe ao autor da Ação Penal definir a conduta do acusado, individualizando-a, o que não foi feito neste procedimento, o que leva a inépcia da inicial. A inexistência absoluta de elementos individualizados que apontem a relação entre os fatos delituosos e a autoria, ofende o princípio constitucional da ampla defesa, tornando, assim, inepta a denúncia. Pela simples leitura da peça acusatória, em momento algum o Órgão acusador narrou a conduta do acusado. Se não narra a conduta do acusado, a mesma é inepta, vejamos: É inepta a denúncia genérica por não descrever clara e especificamente a conduta delituosa do réu que, a par disso, fica impossibilitado de se defender, frustrando o estabelecimento do contraditório em termos positivos, com evidente prejuízo para a defesa, sujeita a vagas acusações.”(STJ – RSTJ 116/385).(grifo nosso) E mais, “HABEAS CORPUS. AÇÃO PENAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA. TRANCAMENTO. ORDEM CONCEDIDA. Se a denúncia não contém a exposição do fato criminoso, descrevendo com detalhes a conduta do imputado, inclusive sua carga dolosa, com todas as suas circunstâncias, de modo a facultar a ampla defesa e o exercício do contraditório, é de rigor a declaração de sua inépcia, com o conseqüente trancamento da ação penal. Ordem concedida.”(TJGO, Hábeas Corpus nº. 21771-1/217, Rel. Des. NoéGonçalves Ferreira).(grifo nosso) Posto isto, requeremos que a presente denuncia seja rejeitada, nos termos do art. 395, incs. I, II e III. III- DO DIREITO Vejamos Vossa Excelência, que o denunciado não aplicou se quer qualquer tipo de veneno, pois a substância ora aplicada não se apresenta como “veneno“ e sim uma substância química, sendo este caracterizado popularmente como um “remédio”. Assim, a ausência de tais informações impede o pleno exercício ao contraditório. Afinal, como poderá elaborar a sua defesa sem acesso a tais informações? Contudo não há provas comprobatórias para que se tipifique o artigo 121, § 2º, III. Vejamos também que, a também denunciada foi socorrida, e diagnosticada com envenenamento, porém, também não possui laudo médico para tal substância química ora usada. Assim não há em que se falar em tentativa de homicídio, pois o mesmo apenas forneceu tal substância química. Ou seja, não teve dolo para tal ato. Quando se fornece substância química é tipificado ao artigo 122, caput do CP, assim, não há que se falar em homicídio, apenas prestou auxilio fornecendo o produto. III.I- DA INEXISTÊNCIA DE LAUDO DE EXAME DE CORPO DE DELITO – RELATORIO MÉDICO. De acordo com o Art. 158 do CPP , quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado nos termos do Art. 564, III, b, in verbis: Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; Assim, requer que seja oficiado ao Instituto Médico Legal, para que seja feito exame pericial, devendo os mesmos responderem aos seguintes quesitos: 1.Há ofensa à saúde do(a)periciando(a)? 2.Qual o instrumento ou meio que a produziu? 3.A ofensa foi produzida com o emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum? (resposta especificada) 4.Resultou perigo de vida? 5.Resultou incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias? 6.Resultou debilidade permanente de membro, sentido ou função, ou aceleração de parto? (resposta especificada) 7.Resultou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função, ou deformidade permanente, ou aborto? (resposta especificada) III.II- DA CONFISSÃO ESPONTANEA E PRIMARIEDADE DO ACUSADO. Conforme se verifica Excelência, o acusadoem momento algum dificultou a persecução penal, esclarecendo todas as questões quando de sua inquirição. Conforme dispõe no artigo 65 do CP, in verbis: Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (...) III-ter o agente: (...) d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; (grifo nosso) Dessa forma, requer seja, caso condenado, atenuada a pena pela confissão espontânea. IV- DOS PEDIDOS Desde já impugnamos todos os documentos que instruem a peça inicial de acusação. Isto posto, requer que seja ABSOLVIDO O DENUNCIADO, diante da existência de circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu da pena. Sucessivamente, pede-se: I- Seja reconsiderado o recebimento da Denúncia, para rejeitar liminarmente a inicial nos termos do art. 395, incs. I, II e III; II- Caso a liminar não seja deferida, requer a produção de toda prova admitida em direito, em especial testemunhal, conforme rol abaixo; III- Intimação das testemunhas abaixo arroladas; IV- Ao final seja reconhecida a inocência do acusado; V- No caso de não atendimento das anteriores, requer-se a substituição da pena de reclusão pela de detenção, com sua redução no percentual máximo; VI- Na remota hipótese de condenação do acusado, requer seja, atenuada a pena pela primariedade e confissão do acusado. Termos em que, pede deferimento. Tatusinho, (data) ADVOGADA Oab/nº ROL DE TESTEMUNHAS: 1. Alice de Branco Fino, brasileira, casada, enfermeira, residente na R. dos Querubins, Nº 03, Bairro da Altura, nesta capital; 2. Murilo Abre Porta, brasileiro, casado, vigia, residente na Rua Passagem Livre, Nº 10, Bairro da Fechadura, nesta capital; 3. Márcia Tetrato, médica no Hospital Vem Que Eu Te Socorro II. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE TATUSINHO, ESTADO DO TATUSÃO. Autos nº 9617/2006 JULIANA QUERO MORRER, brasileira, natural de Tatusinho-PT, solteira, estudante, filha de Pedro Liso e Maria do Aperto, portadora da identidade nº 2365/TTT-TA, residente na Rua dos Papagaios, Nº 04, Vila da Vaquejada, nesta capital, por intermédio de sua advogada, infra assinado, devidamente constituída pelo instrumento de mandato anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO Com fulcro no artigo 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelos motivos que passa a expor: I- DOS FATOS Consta do incluso inquérito policial que em meados de fevereiro do ano de 2006, a denunciada JULIANA QUERO MORRER procurou o seu então namorado, a vítima, RONALDO MORTO DE PAIXÃO, propondo-lhe pacto de morte, fundado no fato de que o relacionamento do casal não tinha aceitação da família da denunciada e, por conta disso, encontrava-se desgastado. Apurou-se que, no período mencionado acima, a denunciada procurou o também denunciado e médico, JORGE PILANTRA SEM NOÇÃO, induzindo-o para que ministrasse substância química por meio intravenoso, com o fim de causar a morte do casal. Persuadido pela denunciada, o médico marcou dia e hora para que fosse realizado o procedimento descrito no inquérito, objetivando a morte do casal. Chegado o dia marcado, o casal compareceu ao hospital onde o denunciado mantém consultório para que o ato fosse praticado. O denunciado deu início ao procedimento, sendo realizado inicialmente na vítima, que veio a óbito no local. Logo após, o mesmo procedimento foi realizado na denunciada. O médico se ausentou do local do fato. A enfermeira, ALICE DE BRANCO FINO, regressando de seu horário de almoço, adentrou a sala do médico e viu e constatou que a denunciada encontrava-se em estado grave e desamparada, ocasião em que lhe prestou socorro, levando-lhe ao hospital Vem Que Eu Te Socorro II. Ao chegar no hospital, a denunciada foi devidamente atendida pela médica MÁRCIA TETRATO, que diagnosticou o envenenamento e efetuou o devido tratamento, evitando o óbito da denunciada. Os denunciados foram ouvidos perante a autoridade policial e confirmaram a autoria do fato, conforme as fls. 26,27, 28 e 29 do inquérito policial. Assim, tendo o denunciado JORGE PILANTRA SEM NOÇÃO, praticado o crime capitulado no art. 121, § 2º, III, do Código Penal Brasileiro contra a vítima e do art. 14, II, contra a também denunciada JULIANA QUERO MORRER, partícipe do fato capitulado nos arts. 29 e 122 do CPB, estando incursos em suas penas. II- PRELIMINARMENTE. DA NECESSIDADE DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. MM. Juiz de Direito, com a devida vênia, a Denúncia ofertada pelo Ministério Público é inépta, devendo a mesma ser rejeitada de plano. O Ministério Público não se ateve aos requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, pois não narrou qual a suposta conduta delitiva do agente, ou seja, não descreveu qual a conduta do acusado, que para tal seja ilícita. Art.41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. A narrativa dos fatos são confusas, o que leva a impropriedade da denúncia, pois a mesma não leva a uma conclusão lógica. Pelo jeito que ficou a narrativa dos fatos, a mesma dificulta a defesa do acusado, levando assim a sua improcedência. A denuncia não descreveu a suposta conduta “criminosa” da acusada, ou seja, não individualizou a sua conduta. Na narração da Denúncia, a mesma deixou de identificar claramente a conduta da acusada, o que leva a sua total improcedência. Como é cediço na jurisprudência e doutrina, cabe ao autor da Ação Penal definir a conduta do acusado, individualizando-a, o que não foi feito neste procedimento, o que leva a inépcia da inicial. A inexistência absoluta de elementos individualizados que apontem a relação entre os fatos delituosos e a autoria, ofende o princípio constitucional da ampla defesa, tornando, assim, inepta a denúncia. Pela simples leitura da peça acusatória, em momento algum o Órgão acusador narrou a conduta do acusado. Se não narra a conduta do acusado, a mesma é inepta, vejamos: É inepta a denúncia genérica por não descrever clara e especificamente a conduta delituosa do réu que, a par disso, fica impossibilitado de se defender, frustrando o estabelecimento do contraditório em termos positivos, com evidente prejuízo para a defesa, sujeita a vagas acusações.”(STJ – RSTJ 116/385).(grifo nosso) E mais, “HABEAS CORPUS. AÇÃO PENAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA. TRANCAMENTO. ORDEM CONCEDIDA. Se a denúncia não contém a exposição do fato criminoso, descrevendo com detalhes a conduta do imputado, inclusive sua carga dolosa, com todas as suas circunstâncias, de modo a facultar a ampla defesa e o exercício do contraditório, é de rigor a declaração de sua inépcia, com o conseqüente trancamento da ação penal. Ordem concedida.”(TJGO, Hábeas Corpus nº. 21771-1/217, Rel. Des. NoéGonçalves Ferreira).(grifo nosso) Posto isto, requeremos que a presente denuncia seja rejeitada, nos termos do art. 395, incs. I, II e III. III- DO DIREITO A denunciada não teve participação ao crime cometido, em momento algum cita tal participação na denuncia, como pode ser acusada de algo que não possui provas concretas? A mesma apenas instigou o também denunciado para que fornecesse a substância química, ou seja, não há que se falar em participação ao crime. Como se incide algo que não teve culpa, onde não se demostra sua participação? Assim, como demonstra o artigo 29 do CP, in verbis: Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Em questão da instigação e induzimento ao suicídioa mesma estava submetida a uma forte emoção, e não estava em si no momento do ato, pois a família não aceitava o romance da mesma com o seu namorado, qual foi a vitima do fato, assim, induziu o mesmo para que fosse submetido à aplicação da substância química com a mesma. III.I- DA CONFISSÃO ESPONTANEA E PRIMARIEDADE DO ACUSADO. Conforme se verifica Excelência, a acusada em momento algum dificultou a persecução penal, esclarecendo todas as questões quando de sua inquirição. Conforme dispõe no artigo 65 do CP, in verbis: Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (...) III-ter o agente: (...) d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; (grifo nosso) Dessa forma, requer seja, caso condenado, atenuada a pena pela confissão espontânea. IV- DOS PEDIDOS Desde já impugnamos todos os documentos que instruem a peça inicial de acusação. Isto posto, requer que seja ABSOLVIDA A DENUNCIADA, diante da existência de circunstâncias que excluam o crime ou isentem a ré da pena. Sucessivamente, pede-se: I- Seja reconsiderado o recebimento da Denúncia, para rejeitar liminarmente a inicial nos termos do art. 395, incs. I, II e III; II- Caso a liminar não seja deferida, requer a produção de toda prova admitida em direito, em especial testemunhal, conforme rol abaixo; III- Intimação das testemunhas abaixo arroladas; IV- Ao final seja reconhecida a inocência da acusada; V- No caso de não atendimento das anteriores, requer-se a substituição da pena de reclusão pela de detenção, com sua redução no percentual máximo; VI- Na remota hipótese de condenação da acusada, requer seja, atenuada a pena pela primariedade e confissão da acusada. Termos em que, pede deferimento. Tatusinho, (data) ADVOGADA Oab/nº ROL DE TESTEMUNHAS: 1. Alice de Branco Fino, brasileira, casada, enfermeira, residente na R. dos Querubins, Nº 03, Bairro da Altura, nesta capital; 2. Murilo Abre Porta, brasileiro, casado, vigia, residente na Rua Passagem Livre, Nº 10, Bairro da Fechadura, nesta capital; 3. Márcia Tetrato, médica no Hospital Vem Que Eu Te Socorro II.