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DIAGN GRAVIDEZ

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SUMÁRIO
1. Fisiologia da Gestação ............................................. 3
2. Adaptações do Organismo Materno à Gestação .....4
3. Diagnóstico Laboratorial .......................................12
4. Diagnóstico Clínico ..................................................13
5. Diagnóstico Ultrassonográfico ...........................17
Referências bibliográficas .........................................19
3DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
1. FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO
O ciclo menstrual é dividido em duas 
fases principais: fase folicular e fase 
lútea. No final da fase folicular, ocorre 
a ovulação, processo no qual o oócito 
secundário do folículo ovarino é libe-
rado e captado pelas fímbrias tubá-
rias para ser transportado ao infundí-
bulo da tuba uterina. Este transporte 
da trompa em direção ao útero leva, 
em média, de três a quatro dias. 
A fertilização do óvulo por um esper-
matozoide ocorre na ampola da tuba 
uterina e evita a degeneração do cor-
po lúteo. Iremos abordar as etapas da 
fecundação com maiores detalhes no 
curso de Embriologia.
A gonadotrofina coriônica humana 
(hCG) produzida pelas células tro-
foblásticas do embrião inibe a lute-
ólise, mantendo o corpo lúteo fun-
cionante. O corpo lúteo, por sua vez, 
sintetiza a progesterona, responsável 
pela manutenção da gestação nas 
primeiras 8 semanas. 
No final do período embrionário, o cor-
po lúteo atinge seu pico de vasculari-
zação e suas células apresentam-se 
hiperplasiadas e hipertrofiadas. Após 
8 semanas de gestação, a placenta 
assume a produção de progesterona 
e o decaimento na produção de hCG 
leva à involução do corpo lúteo.
A placenta produz esteroides em gran-
de quantidade, tendo inúmeras e impor-
tantes funções para o desenvolvimento 
da gestação e adaptação do organismo 
materno ao concepto. As funções da 
progesterona e do estrógeno placentá-
rio podem ser observadas na tabela 1.
PROGESTERONA 
PLACENTÁRIA
ESTRÓGENOS FETOPLA-
CENTÁRIOS
Facilita a
 implantação
Aumentam o fluxo sanguí-
neo uteroplacentário
Mantém a quies-
cência do 
endométrio
Estimulam a formação da pro-
lactina hipofisária, bloqueiam a 
ação da mesma nos receptores 
mamários e inibem a lactogê-
nese durante a gestação
Estimula o cresci-
mento das glându-
las mamárias
Estimulam a hipertrofia e 
hiperplasia do miométrio e 
sua atividade contrátil
Aumenta a ven-
tilação pulmonar 
materna
Estimulam a força contrátil 
do miocárdio, promovendo 
aumento do débito cardíaco 
com o avanço da gestação
Promove o relaxa-
mento da muscu-
latura lisa das vias 
urinária, digestória e 
biliar
Estimulam a despolimeri-
zação dos mucopolissaca-
rídeos no tecido intersticial, 
induzindo a retenção líquida 
e a embebição gravídica.
Aumenta a ex-
creção tubular de 
sódio
Colaboram para o aumento 
da atividade do sistema reni-
na-angiotensina-aldosterona
Atuam nos hepatócitos estimulando a produção 
de proteínas transportadoras de hormônios. 
Tabela 1: Funções da progesterona placentária e dos 
estrógenos fetoplacentários. Fonte: ZUGAIB, Marcelo. 
Obstetrícia. Editora Manole, 2016.
Os níveis dos hormônios esteroides e 
da hCG variam no decorrer da gesta-
ção e levam a uma série de alterações 
no organismo materno que serão dis-
cutidas mais adiante. As variações 
nos níveis da progesterona, do estrô-
genio e da hCG podem ser observa-
das na imagem 1.
4DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
2. ADAPTAÇÕES DO 
ORGANISMO MATERNO 
À GESTAÇÃO
O organismo feminino sofre mudan-
ças anatômicas e funcionais durante 
a gestação, adaptando-se para a pre-
sença do feto em desenvolvimento. A 
seguir, iremos abordar as principais 
alterações fisiológicas divididas nos 
principais sistemas:
Sistema Circulatório
O volume sanguíneo materno au-
menta consideravelmente durante a 
gestação, atingindo valores 30 a 50% 
maiores do que os níveis pré-gesta-
cionais. A hipervolemia no organismo 
materno está relacionada com a ne-
cessidade de suprimento sanguíneo 
nos órgãos genitais, principalmente 
no território uterino, cuja vasculariza-
ção encontra-se aumentada na ges-
tação. 
Figura 1: Variação dos níveis dos três hormônios durante a gravidez. As setas verticais 
mais largas representam maior quantidade relativa do hormônio liberado (Fonte: https://bit.
ly/3702iGI).
Há também um aumento na concen-
tração das células vermelhas em cer-
ca de 30%, estabelecendo um estado 
de hemodiluição, uma vez que o au-
mento não acompanha o aumento do 
volume sanguíneo total. Dessa for-
ma, há uma diminuição da viscosida-
de plasmática, diminuindo também o 
trabalho cardíaco. 
O sistema renina-angiotensina-al-
dosterona tem maior atividade na 
gestação para suplantar a ação dos 
mecanismos excretores, como o au-
mento da filtração glomerular e do 
peptídeo atrial natriurético
A concentração de hemoglobina está 
levemente diminuída durante a ges-
tação (“anemia fisiológica”) devido à 
hemodiluição e, por isso, valores de 
hemoglobina até 11g/dl são aceitos. 
Em relação aos glóbulos brancos, a 
leucocitose pode estar presente na 
gravidez normal, com valores de leu-
cócitos totais entre 5.000 e 14.000/
mm³. Durante o parto e o puerpério 
5DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
imediato, os valores de leucócitos po-
dem chegar a 29.000/mm³, possivel-
mente relacionados à atividade das 
adrenais no momento de estresse.
Os níveis plaquetários estão discre-
tamente reduzidos na gravidez nor-
mal, em parte devido à hemodiluição, 
e em parte relacionado ao consumo 
de plaquetas e à coagulação intra-
vascular no leito uteroplacentário. 
Considera-se plaquetopenia na ges-
tação uma contagem de plaquetas 
inferior ou igual a 100.000/mm³. A 
contagem de plaquetas volta a au-
mentar logo depois do parto e atin-
ge valores basais após 4 semanas, 
aproximadamente.
Praticamente todos os fatores de co-
agulação apresentam-se elevados na 
gestação, com exceção dos fatores 
XI e XIII. Fibrinogênio e dímero D têm 
seus níveis elevados em até 50% du-
rante a gestação. 
As necessidades de ferro durante o 
ciclo gravídico-puerperal aumentam 
consideravelmente devido ao con-
sumo e à perda que ocorrem nessa 
fase. Por esse 
motivo, a maio-
ria das gestan-
tes apresentará 
anemia ferro-
priva, a não ser 
que haja uma 
suplementação 
adequada. 
Há um aumento no débito cardíaco 
(DC), devido ao aumento da frequ-
ência cardíaca (em torno de 15 a 20 
bpm) e à elevação do volume sistóli-
co. Esse processo se inicia por volta 
da 5ª semana, se estabiliza por volta 
de 24 semanas e atinge seu ápice no 
pós-parto imediato, com aumento de 
80% no DC.
Observa-se uma redução da resistên-
cia vascular periférica extremamente 
acentuada, devido à vasodilatação 
periférica e ao surgimento da circula-
ção uteroplacentária (de baixa resis-
tência). Devido a isso, há uma queda 
também na pressão arterial sistêmi-
ca, apesar do aumento do DC. 
O sopro cardíaco sistólico é comum 
devido à redução da viscosidade san-
guínea e do aumento do DC. Cerca 
de 90% das gestantes apresentam 
sopro sistólico leve, 20% apresentam 
sopro diastólico e 10% apresentam 
sopro contínuo, consequente à hiper-
vascularização das mamas.
Por fim, devido às modificações ana-
tômicas e funcionais do coração, pode 
haver altera-
ções fisiológi-
cas eletrocar-
diográficas nas 
ondas T e Q, no 
segmento ST e 
desvio do eixo 
cardíaco para a 
esquerda 15 a 
20°.
6DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
Sistema Endócrino e Metabolismo
As alterações endócrinas e metabóli-
cas do organismo materno visam ga-
rantir o aporte nutricional para o de-
senvolvimento do feto. Para que isso 
ocorra, várias transformações funcio-
nais das glândulas maternas coexisti-
rão com a placenta – novo órgão que 
apresenta importante função endó-
crina. 
As principais alterações hormonais 
observadas na gestação estão ex-
postas na tabela 2:
HORMÔNIOS ALTERAÇÃO NA GESTAÇÃO
Hipofisários
Prolactina Aumento
GH Aumento a partir do 2º trimestre (fonte placentária)
TSH Redução no 1º trimestre, normalizando no 2º e 3º trimestres
ACTH Aumento
FSH e LH Redução
MSH Aumento
ADH Níveis mantidos,mas com menor limiar para liberação
Ocitocina Aumento no parto
Tireoidiano
T3 e T4 total Aumento
T4 livre Discreto aumento no 1º trimestre, normalizando no segundo e no terceiro trimes-
tres
Paratireoidianos
PTH Redução no 1º trimestre, platô e aumento discreto no 3º trimestre
Calcitonina Aumento
Adrenais
Cortisol Aumento
Aldosterona Aumento
Andrógenos Redução de sulfato de deidroepiandrosterona (DHEA-S) e aumento de androste-
nediona e de testosterona
Ovarianos
Progesterona Aumento
Estrógeno Aumento
Andrógenos Aumento de androstenediona e de testosterona
Relaxina Aumento
Tabela 2: Resumo das principais alterações hormonais observadas na gestação. Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. 
Editora Manole, 2016.
7DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
Com relação às demandas energéti-
cas, o ganho de peso materno decor-
re, em grande parte, do acúmulo de 
componente hídrico intra e extravas-
cular, e em menor proporção, do acú-
mulo de componentes energéticos 
e estruturais (carboidratos, lipídios e 
proteínas). O ganho de peso adequa-
do varia conforme o peso da mulher 
no início da gestação de acordo com 
seu Índice de Massa Corporal (IMC) 
pré-gestacional (Tabela 3).
IMC PRÉ-GESTACIONAL PRIMEIRO 
TRIMESTRE (TOTAL)
SEGUNDO E TERCEIRO 
TRIMESTRES
TOTAL
Baixo peso (<18,5 kg/m²) 2,3kg 0,5kg/semana 12,7 - 18,1kg
Adequado (18,5 – 24,9 kg/m²) 1,6kg 0,4kg/semana 11,3 – 15,9kg
Sobrepeso (25-29,9 kg/m²) 0,9kg 0,3kg/semana 6,8 – 11,3kg
Obesidade (≥30 kg/m²) - 0,3kg/semana 5 – 9,1kg
Tabela 3: Recomendação de ganho de peso de acordo com o IMC pré-gestacional. Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrí-
cia. Editora Manole, 2016.
Pele e Anexos
A produção placentária de estrógenos 
leva à proliferação da microvasculatu-
ra de todo o tegumento (angiogêne-
se). Devido ao estado hiperprogesto-
gênico, ocorre vasodilatação de toda 
a periferia do organismo, levando a 
eventos vasculares da pele e anexos 
como eritema palmar, teleangecta-
sias, aumento da secreção sebácea e 
da sudorese, entre outros. A alopecia 
é rara, mas pode ocorrer em decor-
rência das alterações hormonais.
A hiperpigmentação da pele da ges-
tante também está relacionada aos 
altos níveis de 
p rogeste ro -
na, que pare-
cem aumentar 
a produção e 
secreção do 
hormônio me-
lanotrófico da hipófise. Este hormônio 
induz a produção excessiva de mela-
nina, levando ao aparecimento de má-
culas hipercrômicas, conhecidas como 
cloasma ou melasma. Os locais de 
maior incidência são: face, fronte, pro-
jeção cutânea da linha alba (que passa 
a ser chamada de linha nigra), aréola 
mamária e regiões de dobra. Podem 
piorar com a exposição solar e costu-
mam desaparecer após a gestação.
A distensão da pele do abdome, das 
mamas e do quadril pode provocar o 
aparecimento de estrias nestas regi-
ões. Os fatores de risco são história 
familiar e, principalmente, ganho de 
peso excessivo na gestação.
Sistema Esquelético
As articulações, de modo geral, sofrem 
um processo de relaxamento durante 
8DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
a gravidez. As articulações da bacia 
óssea (sínfise púbica, sacrococcígea e 
sinostoses sacroilíacas) se apresentam 
com maior elasticidade, aumentando 
a capacidade pélvica e modificando a 
postura e a deambulação da gestante, 
preparando-a para o parto.
O aumento do volume abdominal e 
das mamas desvia anteriormente o 
centro de gravidade materno. De for-
ma instintiva, a gestante direciona o 
corpo posteriormente, com intuito de 
compensar e encontrar um novo eixo 
de equilíbrio. Como consequência, 
surgem hiperlordose e hipercifose da 
coluna vertebral, aumento da base de 
sustentação, com afastamento dos 
pés e diminuição da amplitude dos 
passos durante a deambulação (mar-
cha anserina).
O aumento da flexão cervical causa 
compressão das raízes dos nervos 
ulnar e mediano, levando a fadiga 
muscular, dores lombares e cervicais 
e parestesias de extremidades.
Sistema Digestório
Náuseas e vômitos são ocorrências 
muito prevalentes no primeiro trimes-
tre de gestação devido aos altos ní-
veis de HCG. Além disso, muitas ges-
tantes se queixam de alterações no 
apetite e sede, essa alteração parece 
ocorrer devido resistência à ação da 
leptina e às mudanças na secreção 
de ADH.
A progesterona tem uma potente ação 
relaxante sobre as fibras musculares 
lisa levando a uma série de alterações 
no sistema digestório como: relaxa-
mento do esfíncter esofágico inferior, 
redução do peristaltismo, diminuição 
da contratilidade da musculatura lisa 
do intestino. Como consequência, 
são frequentes as queixas de pirose e 
constipação durante a gestação. 
As alterações hepáticas e pancreáti-
cas observadas na gestação são emi-
nentemente funcionais e relacionadas 
ao metabolismo energético. Com o 
aumento do volume uterino, ocorrem 
alterações anatômicas que desviam 
o estômago e o apêndice para cima e 
para a direita e os intestinos para a es-
querda. O apêndice cecal pode ocupar 
o flanco direito, dificultando o diagnós-
tico clínico de apendicite na gravidez. 
SE LIGA!: Hiperêmese Gravídica é uma 
condição patológica caracterizada pela 
manutenção e agravamento dos qua-
dros de náuseas e vômitos (que podem 
persistir após a 20ª semana) associados 
à perda de peso (>5%), desidratação, 
distúrbios hidroeletrolíticos, cetose e 
cetonúria. É uma complicação rara que 
acomete cerca de 1,5% das gestantes e, 
apesar de estar raramente associada a 
óbito materno, pode trazer grandes pre-
juízos para a mãe e o feto.
Sistema Respiratório
As vias aéreas superiores apresentam 
modificações significativas durante 
9DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
a gestação. Ocorre ingurgitamento e 
edema da mucosa nasal, que leva a 
um aumento das obstruções nasais, 
sangramentos e rinite durante a ges-
tação. O edema da mucosa também 
acomete a laringe e a faringe, dimi-
nuindo o lúmen dessas vias e poden-
do, inclusive, representar maior difi-
culdade para intubações orotraqueais 
nessas pacientes. 
Alterações anatômicas da caixa to-
rácica podem ser notadas já no início 
da gestação. Observa-se elevação 
do diafragma de aproximadamente 
4 cm e maior capacidade de excur-
são do mesmo, em torno de 2 cm. 
A caixa torácica apresenta aumento 
de 5 a 7 cm em sua circunferência 
e 2 cm em seu diâmetro anteropos-
terior, com consequente ampliação 
dos ângulos costofrênicos, de até 
35°. (Figura 2)
A amplitude do movimento do dia-
fragma se reduz ao longo da gesta-
ção devido ao aumento do volume 
abdominal que ocorre com o cresci-
mento uterino. A capacidade pulmo-
nar total está reduzida em aproxima-
damente 200 mL devido à elevação 
do diafragma em razão da redução do 
volume residual. 
Figura 2: Alterações anatômicas da caixa torácica du-
rante a gravidez. Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. 
Ed. Manole, 2016.
Sistema Renal/Urinário
O aumento da volemia, em associa-
ção com a redução da resistência 
vascular periférica, provoca elevação 
do fluxo plasmático glomerular, com 
consequente aceleração do ritmo de 
filtração glomerular. O fluxo plasmáti-
co glomerular pode ter um acréscimo 
de 50 a 80%, enquanto o ritmo de fil-
tração glomerular aumenta entre 40 e 
50% já no final do primeiro trimestre 
de gestação.
A osmolaridade plasmática também 
se modifica na gravidez devido à ati-
10DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
vação do sistema renina-angiotensi-
na-aldosterona e da redução do limiar 
para secreção de ADH. A liberação 
de ADH e o mecanismo da sede são, 
portanto, desencadeados por meno-
res níveis osmóticos. 
As grávidas, em geral, filtram maio-
res quantidades de sódio e água no 
glomérulo, o que é compensado por 
maior reabsorção tubular desses ele-
mentos, resultado da ação da aldos-
terona e do ADH. 
Todo esse complexo sistema de mo-
dificações transforma a função renal e, 
por isso, a avaliação dos exames labo-
ratoriais das gestantes requer novos 
parâmetros de referência. (Tabela 4) 
TESTE DE 
FUNÇÃO RENAL
VALORES DE REFERÊNCIA 
EM NÃO GESTANTES
VALORES DE REFERÊNCIA EM 
GESTANTES
Ureia 20-40 mg/dL 7-30 mg/dL
Creatinina 0,7 – 1,2 mg/dL 0,5 –0,9 mg/dL
Clearance de creatinina 90-120 mL/min 135-155 mL/min
Microalbuminúria Negativa 5-30 mg em 24 horas
Proteinúria
<0,05 mg/dL em amostra isolada ou nega-
tiva em 24h
Até 300 mg em 24 horas
Tabela 4: Comparação entre os valores de referência dos diferentes testes para avaliação da função renal entre não 
gestantes e gestantes. Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. Ed. Manole, 2016.
11DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
↑ volemia 
30 a 50%
↑ hemácias 30% 
(hemodiluição)
Relaxamento das 
articulações
Estímulo ao sistema renina-
angiotensina-aldosterona
“Anemia 
fisiológica”
Alterações eletrocardiográficas
↓ níveis 
plaquetários
↑ fatores de 
coagulação
Sopro cardíaco 
sistólico
↓ PA secundária a ↓ resistência 
vascular periférica
↑ débito cardíaco
Hipercifose e 
hiperlordose 
↑ prolactina, 
GH (a partir do 
2º tri), ACTH, 
MSH, ocitocina 
(parto), T3 e T4 
total, calcitonina, 
cortisol, 
aldosterona, 
progesterona, 
estrógeno, 
relaxina
Ingurgitamento 
e edema da 
mucosa nasal
Alterações 
anatômicas da 
caixa torácica
↓ TSH (1º tri), 
FSH, LH, PTH
Ganho de peso
Diminuição 
da capacidade 
pulmonar total
Diminuição da 
amplitude de 
movimento do 
diafragma
SISTEMA 
ENDÓCRINO
SISTEMA 
RESPIRATÓRIO
Relaxamento do 
esfíncter esofágico 
inferior
Relaxamento do 
peristaltismo
Diminuição da 
contratilidade da 
musculatura lisa 
do intestino
SISTEMA 
DIGESTÓRIO
SISTEMA 
CIRCULATÓRIO
Angiogênese
Vasodilatação 
periférica
Hiperpigmentação 
da pele
PELE E 
ANEXOS
Aumento do 
fluxo plasmático 
glomerular
Aumento do 
ritmo de filtração 
glomerular
Aumento da 
reabsorção tubular 
de água e sódio
SISTEMA 
URINÁRIO/
RENAL
SISTEMA 
ESQUELÉTICO
FLUXOGRAMA ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO
12DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
3. DIAGNÓSTICO 
LABORATORIAL
O diagnóstico laboratorial da gesta-
ção é, basicamente, realizado pela 
identificação da gonadotrofina co-
riônica humana (β-hCG). Essa iden-
tificação pode ser feita através de 
teste urinário ou exame de sangue 
da paciente, sendo que este último 
representa, atualmente, o exame pa-
drão-ouro para confirmar a ocorrên-
cia da gravidez.
O teste urinário avalia a presença ou 
não da β-hCG na urina da mulher, ou 
seja, oferece um resultado qualitativo 
(positivo ou negativo). Possui baixa 
taxa de resultados falso positivo, mas 
uma elevada taxa de falso negativo e, 
devido a isso, esse teste não é o mais 
indicado para o diagnóstico, uma vez 
que pode levar a atrasos no início do 
pré-natal. 
O exame do sangue periférico con-
siste na dosagem quantitativa de 
β-hCG no plasma sanguíneo e pode 
ser obtido entre 8 a 11 dias após a 
concepção. Os níveis plasmáticos de 
β-hCG aumentam rapidamente até 
atingir o pico entre 60 e 90 dias de 
gravidez. A variação dos níveis plas-
máticos de β-hCG no decorrer da 
gestação pode ser observada na ta-
bela 2. Na prática, níveis menores que 
5mUI/mL são considerados negativos 
e acima de 25mUI/mL são considera-
dos positivos. 
1º Trimestre Até 150.000 mUI/mL
2º Trimestre 3.500 a 20.000 mUI/mL
3º Trimestre 5.000 a 50.000 mUI/mL
Tabela 5: Níveis plasmáticos da β-hCG durante a 
gestação. Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. Editora 
Manole, 2016.
VOCÊ SABIA? O Ministério da Saúde, 
através do Programa Rede Cegonha, 
instituiu o teste rápido de gravidez que 
pode ser realizado nas Unidades de 
Saúde como forma de acelerar o diag-
nóstico de gravidez e, consequentemen-
te, o início do pré-natal. Fonte: BRASIL, 
Ministério da Saúde. Secretaria de Aten-
ção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Atenção ao pré-natal de baixo 
risco. Brasília: Editora do Ministério da 
Saúde, pág. 54, 2012.]
13DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
4. DIAGNÓSTICO CLÍNICO
O Ministério da Saúde orienta que 
toda mulher com história de atraso 
menstrual de mais de 15 dias deve 
ser orientada pela equipe de saúde a 
realizar o teste rápido de gravidez. No 
entanto, se o atraso menstrual for su-
perior a 12 semanas, o diagnóstico da 
gestação pode ser clínico, através dos 
sinais, sintomas e do exame físico. 
Os principais sintomas que levam es-
sas pacientes a procurar uma unidade 
de saúde são: atraso menstrual, fadi-
ga, mastalgia, aumento da frequência 
urinária e náuseas/vômitos matinais. 
No exame físico, várias alterações es-
tão presentes e uma série de sinais 
podem ser observados durante a ins-
peção, palpação, toque vaginal e aus-
culta. Para fins práticos, os principais 
sinais observados no corpo materno 
que podem ser úteis para a investi-
gação da gestação são divididos em: 
sinais de presunção, sinais de proba-
bilidade e sinais de certeza. 
Sinais de Presunção: 
• Atraso menstrual: superior a 10-
14 dias; sinal cardinal da gestação 
precoce.
• Alterações clínicas: náuseas, vômi-
tos, tonturas, sialorreia, alteração 
no apetite, aumento da frequência 
urinária e fadiga.
FLUXOGRAMA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
3º Tri: 5.000 a 
50.000 mUI/mL
Positivo
Negativo
2º Tri: 3.500 a 
20.000 mUI/mL
1º Tri: até 
150.000 mUI/mL
Urina
Sangue
BETA-hCG
14DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
• Modificações mamárias: aumento 
do volume das mamas, hipersen-
sibilidade mamária, tubérculos de 
Montgomery (glândulas sebáce-
as hipertrofiadas que surgem nas 
aréolas primárias), saída de colos-
tro pelas mamas, aparecimento da 
rede venosa de Haller (aumento da 
vascularização mamária), sinal de 
Hunter (aumento da pigmentação 
do mamilo, levando à perda da de-
finição areolar).
• Alterações Cutâneas: estrias, me-
lasma, linha nigra, sinal de Halban 
(aumento da lanugem nos limites 
do couro cabeludo).
• Aumento do volume abdominal
SE LIGA! Vale ressaltar que, o atraso 
menstrual a partir de 15 dias passa a 
ser um sinal de presunção de gravidez, 
no entanto, é necessário realizar investi-
gações de outras causas de amenorreia.
MAPA MENTAL
SINAIS DE PRESUNÇÃO DA GESTAÇÃO
↑ frequência 
urinária
Fadiga/
Sonolência
Alterações no 
apetite
Náuseas/ 
Vômitos
Sialorreia
Linha Nigra
Melasma
Sinal de Halban
Aumento da 
lanugem nos 
limites do couro 
cabeludo
Estrias
Superior a 
10-14 dias
Rede venosa 
de Haller
Tontura
↑ volume 
das mamas
Saída de 
colostro
Glândulas 
sebáceas 
hipertrofiadas
Perda da 
definição areolar
Aumento da 
vascularização 
mamária
↑ pigmentação 
do mamilo
Tubérculos de 
Montgomery Hipersensibilidade Sinal de Hunter
Afastar outras 
causas de 
amenorreia
ATRASO 
MENSTRUAL
ALTERAÇÕES 
MAMÁRIAS
SINTOMAS 
CLÍNICOS
ALTERAÇÕES 
CUTÂNEAS
AUMENTO 
DO VOLUME 
ABDOMINAL
15DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
Sinais de Probabilidade
• Sinal de Piskacek: crescimento as-
simétrico do útero (perceptível du-
rante a palpação abdominal)
Figura 6: Sinal de Piskacek. Fonte: https://bit.
ly/2Rua0lQ
• Sinal de Jacquemier: hipervascula-
rização da vulva (coloração violá-
cea vulvar)
• Sinal de Kluge: hipervasculariza-
ção da vagina e colo uterino (cia-
nose vaginal e cervical)
• Sinal de Osiander: pulsação da ar-
téria vaginal (perceptível ao toque 
vaginal)
• Sinal de Hegar: amolecimento do 
istmo cervical
Figura 7: Sinal de Hegar. Fonte:https://bit.ly/2TFKIUN
• Sinal de Nobile-Budin: preenchi-
mento do fundo de saco pelo úte-
ro gravídico (perceptível ao toque 
bimanual)
Figura 8: Sinal de Nobile-Budin. Fonte: https://bit.
ly/30xIE2
• Regra de Godel: amolecimento do 
colo uterino (perceptível ao toque 
vaginal)
16DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
MAPA MENTAL
SINAIS DE PROBABILIDADE DA GESTAÇÃO
Sinal de 
Piskacek
Preenchimento do 
fundo de saco pelo 
útero gravídico
Crescimento 
assimétrico 
do útero
Sinal de 
Nobile-Budin
Sinal de 
Jacquemier
Regra de 
Godel
Sinal de 
Osiander
Pulsação da 
artéria vaginal
Sinal de 
Hegar
Amolecimento 
do colo uterino
Amolecimento 
do istmo cervical
Coloração 
violácea da vulva 
(hipervascularização)
Cianose vaginal 
e cervical 
(hipervascularização)
Sinal de KlugeINSPEÇÃO
TOQUE 
VAGINAL
PALPAÇÃO 
ABDOMINAL
TOQUE 
BIMANUAL
17DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
Sinais de Certeza: 
Sinal de Puzos: rechaço uterino ao to-
quevaginal
Figura 9: Sinal de Puzos. Fonte: REZENDE, 2011.
• Ausculta de batimento cardíaco 
fetal (BCF): detectados pelo so-
nar a partir da 12ª semana e pelo 
Pinard a partir da 20ª semana de 
gestação.
5. DIAGNÓSTICO 
ULTRASSONOGRÁFICO
Atualmente, o Ministério da Saúde 
preconiza a realização de uma ultras-
sonografia obstétrica por gestante. 
No entanto, a realização de ultrasso-
nografias em gestantes de baixo ris-
co tem gerado controvérsias, pois não 
existem evidências que melhore o 
prognóstico perinatal, além da grande 
variação na sensibilidade do método.
Quando indicada, a ultrassonografia 
precoce (1º trimestre) pode auxiliar no 
diagnóstico oportuno das gestações 
múltiplas, na datação mais acurada 
da idade gestacional, reduzindo, as-
sim, o número de induções por ges-
tação prolongada, além de evidenciar 
a viabilidade fetal. A via transvaginal 
é preferível nesta ocasião, pelo fato 
do transdutor estar mais próximo do 
feto.
A datação da idade gestacional (IG) 
por ultrassonografia (USG) deve ser 
sempre baseada na 1ª USG realiza-
da e nunca deve ser recalculada com 
ultrassonografias posteriores. A ava-
liação ultrassonográfica da IG é mais 
precisa da 6ª até a 1ª2 semana de 
gestação, período em que se empre-
ga como parâmetro o comprimento 
cabeça-nádega (CCN) do embrião. 
Quanto maior o tempo de gestação, 
maior a margem de erro no cálcu-
lo pela USG em comparação com a 
data da última menstruação (DUM) 
confiável. 
SE LIGA!: A ausência de saco gestacio-
nal intrauterino com valores de β-HCG 
acima de 1.500 mUI/ml deve levantar a 
suspeita de gravidez ectópica!] 
18DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
Avaliar
Auscultar BCF
B-HCG 
urinário
Teste rápido
Encaminhar 
para pré-natal 
de alto risco
Realizar pré-natal 
em UBS
Investigar outras 
causas de 
irregularidade 
menstrual
Ausente? 
Presente?
Baixo risco?Alto risco?
Positivo?
Positivo?
Negativo?
Negativo?
Avaliar:
- DUM
- Ciclo menstrual
- Atividade sexual
- Uso do método 
contraceptivo
Conduta:
- Capacitação da 
gestante para o 
pré-natal
- Solicitar exames
- Realizar testes 
rápidos
- Preencher 
o cartão da 
gestante
- Atraso menstrual
- Náusea/vômitos
- Suspensão/
irregularidade do 
anticoncepcional oral
- Desejo de engravidar Realizar 
consulta
Positivo? Positivo?
Repetir B-HCG 
em 15 dias
Avaliar risco 
gestacional
Mulher com 
suspeita de 
gravidez
DUM > 12 
semanas
Gravidez 
confirmada
Atraso 
menstrual 
> 15 dias
MAPA MENTAL: DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ E ENCAMINHAMENTO PRÉ-NATAL 
19DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
REZENDE. Obstetrícia Fundamental/ Carlos Antônio Barbosa Montenegro, Jorge de Re-
zende Filho. 12ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
FEBRASGO, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de 
assistência pré-natal / Sérgio Peixoto. 2ª. ed. – São Paulo, 2014.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção 
à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012. 
318 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n° 32).
ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. 6ª edição. Barueri, São Paulo: Editora Manole, 2016.
20DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

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