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ENGENHARIA BIOQUÍMICA 2 (EB2) Disciplina 107077 – 2019/1 – Horário: Quarta-feira (14 – 18 h) – AT 10 sala 239 Profa. Dra. Fernanda Perpétua Casciatori Departamento de Engenharia Química (DEQ) Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Etapas de tratamento físico Etapas de tratamento bioquímico e/ou biológico BIORREATORES Etapas de tratamento físico Substratos Bioprodutos Operações unitárias Operações unitárias Cálculo de reatores e biorreatores Coração dos bioprocessos nas indústrias químicas, petroquímicas, farmacêuticas, de biotecnologia e de alimentos Bioprocessos industriais Upstream Downstream Reatores → vasos projetados para conter reações de interesse e em escala industrial. Reatores químicos → aqueles nos quais ocorrem reações químicas. Biorreatores, reatores bioquímicos ou reatores biológicos → reatores nos quais ocorrem reações catalisadas por biocatalisadores, como enzimas ou células vivas. Dois grandes grupos de biorreatores: (Bio)reatores bioquímicos → ausência de células vivas; (bio)reatores enzimáticos. (Bio)reatores biológicos → presença de células vivas; (bio)reatores fermentativos. O que é um biorreator? Reatores → vasos projetados para conter reações de interesse e em escala industrial. Reatores químicos → aqueles nos quais ocorrem reações químicas. Biorreatores, reatores bioquímicos ou reatores biológicos → reatores nos quais ocorrem reações catalisadas por biocatalisadores, como enzimas ou células vivas. Dois grandes grupos de biorreatores: (Bio)reatores bioquímicos → ausência de células vivas; (bio)reatores enzimáticos. (Bio)reatores biológicos → presença de células vivas; (bio)reatores fermentativos. O que é um biorreator? Classificação dos Bioprocessos / Processos Fermentativos Encontram-se na literatura várias formas possíveis de classificar os biorreatores, como por exemplo: quanto ao tipo de biocatalisador (células ou enzimas); quanto à configuração do biocatalisador (células/enzimas livres ou imobilizadas); quanto à fase predominante; quanto à forma de se agitar o líquido no reator; quanto à forma de condução do processo fermentativo. Bioprocessos industriais Fermentação submersa (FSm) • Ocorre em meio líquido; caldos fermentativos com substratos solúveis; • Ex.: Caldo de cana-de-açúcar para produção de etanol. Fermentação sólida (FES) • O crescimento microbiano e a formação de bioprodutos ocorrem na superfície de matrizes sólidas; • Matriz sólida atua como suporte do microrganismo, dos substratos, do bioproduto e da umidade. Bioprocessos industriais Fermentação submersa (FSm) • Ocorre em meio líquido; caldos fermentativos com substratos solúveis; • Ex.: Caldo de cana-de-açúcar para produção de etanol. Fermentação sólida (FES) • O crescimento microbiano e a formação de bioprodutos ocorrem na superfície de matrizes sólidas; • Matriz sólida atua como suporte do microrganismo, dos substratos, do bioproduto e da umidade. Tipos de biorreatores Grande variedade de possíveis configurações; O tipo e a capacidade variam conforme o processo; Escolha do biorreator tem impacto significativo no desempenho do processo; Volume de produção desejado e tipo de bioprodutos são pontos de partida; Minimização do custo e maximização de lucros; Requisitos de segurança e questões regulatórias; Necessidade de alta pureza e assepsia; Solução comprometida às diversas demandas. Tipos de biorreatores STR (Stirred-tank reactor) Biorreatores de tanque agitado Tanque cilíndrico com altura:diâmetro 2:1 ou 3:1; Chicanas (evitar vórtice); Agitador central dotado de turbinas; 70 a 80 % do volume preenchido com líquido; Usados para enzimas e células livres e imobilizadas. Não adequados ao cultivo de células sensíveis ao cisalhamento (células animais e vegetais e fungos filamentosos). Biorreatores agitados pneumaticamente Ausência de agitador mecânico Agitação do líquido promovida por borbulhamento de gás; Menores tensões de cisalhamento; Atraentes para o cultivo de células animas e vegetais Dois tipos principais: Coluna de bolhas; Air-lift. Coluna de bolhas Aeração e mistura atingidas por aspersão de gás Requer menos energia que agitação mecânica. Aplicação industrial para produção de leveduras, cerveja e vinagre e para tratamento de águas residuárias. Biorreatores estruturalmente muito simples: Baixo custo de investimento inicial; Ausência de partes móveis; Em geral, altura > 2 x diâmetro; Boa transferência de calor e massa. Air-lift Mistura também sem agitação mecânica Padrão de escoamento de líquido mais definido; Separação física das correntes com escoamentos ascendente e descendente; Ar é aspergido dentro do tubo ou elevador; Altura cerca de 10 x diâmetro; Maior altura, melhor transferência de massa gás-líquido. Frequentemente escolhidos para o cultivo de células vegetais e animais e para biocatalisadores imobilizados em suportes sensíveis. PFR (Plug-flow reactor) Biorreator de escoamento pistonado Inóculo e meio de cultura misturados na entrada do sistema; Idealmente, a cultura flui a uma velocidade constante e não há mistura longitudinal; Variação da concentração de nutrientes e células ao longo do biorreator; Fácil manutenção (ausência de partes móveis); Maior conversão dentre os biorreatores contínuos; Difícil controle de temperatura (pontos quentes em reações exotérmicas). Biorreatores com biocatalisadores imobilizados Biocatalisador imobilizado em suporte inerte Manutenção de elevadas concentrações celulares; Elevadas produtividades. Dois tipos principais: PBR (packed-bed, sem movimentação das partículas); FBR (fluidized-bed, intensa movimentação das partículas). PBR (Packed-bed reactor) Biorreator de leito empacotado (ou de leito fixo) Tubo vertical empacotado com partículas catalíticas; Percolação de meio por entre as partículas; Danos mínimos devido a atrito com as partículas; Boa transferência de massa entre o meio líquido e o catalisador; Não apropriados para bioprocessos com grande liberação de gases; Ocasionalmente formam-se canais preferenciais de escoamento; Difícil substituir o catalisador. FBR (Fluidized-bed reactor) Biorreator de leito fluidizado Expansão do leito devido a altas taxas de escoamento de líquido; Movimento ascendente das partículas; Ausência de pontos quentes (boa transferência de calor); Facilidade de substituição do catalisador; Usados no tratamento de resíduos com areia ou material simular suportando populações microbianas mistas; Também empregados com microrganismos floculantes em cervejarias e para produção de vinagres. Biorreatores de membranas Mantém as células confinadas entre membranas semipermeáveis que permitem o fluxo de líquido mas não a passagem de células Separação entre os fluxos de nutrientes e produtos metabólicos; Simplifica as etapas de purificação (“downstream”). Dois tipos principais: Biorreator de membranas planas; Hollow-fiber. Membranas planas Também designados reatores de perfusão Tensões de cisalhamento mínimas; Menores obstáculos difusionais que nos reatores de células imobilizadas. Indicados para o cultivo de células animais altamente sensíveis ao cisalhamento. Hollow-fiber Biorreator de fibras ocas Feixe de fibras capilares de material semi-permeável; Escoamento laminar do meio de cultura. Células retidas na região anular entre as fibras; Empregados no cultivo de células tronco. Biorreatores na FES o Empregados industrialmente no oriente o Uma ou várias bandejas em câmaras de fermentação o Controle de temperatura e umidade relativa Vantagens: Simplicidade de construção Facilidade de ampliação de escala Desvantagens: Alto custo operacional Necessidade de grande área Elevada mão-de-obra para manuseio das bandejasbandejas 21 Biorreatores com aeração superficial sem agitação. a – câmara climatizada; b – estufa; c – bandeja individual; d – saco plástico. Biorreatores com aeração superficial e sem agitação (leito fixo em bandejas) • Biorreatores de leito fixo nos quais o ar percola através do leito • Coluna vertical com placa perfurada no fundo suportando o leito de substrato • Ar: alta UR; suprimento de O2; remoção de CO2; remoção de calor metabólico • Produção de enzimas 22 Biorreatores com aeração forçada e sem agitação (a) biorreator de leito empacotado; (b) biorreator de leito empacotado com duto central; (c) biorreator de leito empacotado com fluxo radial; (d) biorreator shortwide (Mitchell et al., 2006). Biorreatores com aeração forçada e sem agitação (leito fixo empacotado) Vantagens: o Baixa contaminação bacteriana o Baixa exigência de manutenção o Importante para o conhecimento do metabolismo do micro-organismo o Ideais para microrganismos sensíveis às tensões de cisalhamento Desvantagens: o Impossibilidade de retirada de amostra o Heterogeneidade térmica e de umidade 23 Biorreatores com aeração forçada e sem agitação (leito fixo empacotado) 23 Biorreatores com aeração forçada e sem agitação (leito fixo empacotado) o Alimentação de ar longitudinal (escoamento paralelo à superfície); o Aspersores de água Movimentação: o Tambor rotativo o Tambor agitado 24 Biorreatores com aeração superficial e agitação. (a) biorreator de tambor rotativo; (b) biorreator de tambor agitado Biorreatores com aeração superficial e com agitação (leito móvel) Aspectos positivos: Mistura das partículas visa uniformização de temperaturas e umidade Permite controle automático do processo Variação da velocidade e temperatura do ar Variação da temperatura da parede Variação da velocidade de rotação do tambor Variação da vazão e temperatura da água de aspersão Aspectos negativos: Projeto complexo, alto custo e requisitos de manutenção Usados somente para obter produtos de alto valor agregado Desaconselhado para fungos filamentosos intolerantes ao cisalhamento Biorreatores com aeração superficial e com agitação (leito móvel) Modos de operação de biorreatores • Numerosas opções quanto à forma de operação de um dado biorreator; • O modo de operação que conduzirá a um desempenho ótimo do processo é função das particularidades do material biológico empregado. Modos de operação de biorreatores • Numerosas opções quanto à forma de operação de um dado biorreator; • O modo de operação que conduzirá a um desempenho ótimo do processo é função das particularidades do material biológico empregado. • Divididos em três modos de operação principais: • Biorreatores descontínuos (batelada e batelada alimentada); • Biorreatores semi-contínuos; • Biorreatores contínuos. Biorreatores descontínuos Operação em batelada alimentada Utilizada desde 1900 para regular crescimento de Saccharomyces cerevisiae; Um ou mais nutrientes são adicionados ao fermentador durante o cultivo, enquanto os produtos permanecem na dorna até o final da fermentação. Vazão de alimentação constante ou variável; Adição de mosto contínua ou intermitente. Permite controlar a concentração de substrato e/ou de produtos no fermentador. Biorreatores semi-contínuos 1) Adição de meio de fermentação + inóculo; 2) Fermentação; 3) Retirada de parte do fermentado; 4) Adição de meio de cultivo novo (mesmo volume de fermentado retirado). Repete-se a sequência enquanto não houver queda da produtividade. Vantagens: Operação do fermentador por longos períodos sem precisar preparar novo inóculo; Uma vez conhecidas as melhores condições de operação, produtividade maior. Biorreatores semi-contínuos 1) Adição de meio de fermentação + inóculo; 2) Fermentação; 3) Retirada de parte do fermentado; 4) Adição de meio de cultivo novo (mesmo volume de fermentado retirado). Repete-se a sequência enquanto não houver queda da produtividade. Vantagens: Operação do fermentador por longos períodos sem precisar preparar novo inóculo; Uma vez conhecidas as melhores condições de operação, produtividade maior. Biorreatores contínuos Biorreatores contínuos Biorreatores contínuos tipo CSTR Vantagens • Simplicidade de construção; • Controle de temperatura e limpeza interna facilitados; • Aumento da produtividade (sem tempo morto); • Fermentado uniforme (facilita “downstream”); • Associação com outras operações contínuas; • Emprego de controles avançados; • Menor necessidade de mão-de-obra. Biorreatores contínuos tipo CSTR Vantagens • Simplicidade de construção; • Controle de temperatura e limpeza interna facilitados; • Aumento da produtividade (sem tempo morto); • Fermentado uniforme (facilita “downstream”); • Associação com outras operações contínuas; • Emprego de controles avançados; • Menor necessidade de mão-de-obra. Desvantagens • Maior investimento inicial; • Menor taxa de conversão que reatores tubulares (PFR); • Mutações genéticas espontâneas; • Maior possibilidade de contaminações; • Dificuldades de operação em determinadas situações (espuma, crescimento nas paredes do biorreator). Biorreatores contínuos tipo CSTR Propostas de biorreatores contínuos para FES – Rosca sem fim Propostas de biorreatores contínuos para FES – Multi-camadas (PFR) Características gerais dos reatores industriais Características gerais dos reatores industriais Vantagens e desvantagens dos reatores industriais Vantagens e desvantagens dos reatores industriais Obrigada! fernanda.casciatori@ufscar.br DEQ/UFSCar
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