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FARMÁCIA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA BIOTECNOLIGIA FARMACÊUTICA INTRODUÇÃO A biotecnologia se desenvolveu a partir de observações e das aplicações destas observações em um cenário prático, conforme as necessidades das pessoas em um determinado contexto, com intuito d e solucionar problemas e contribuir com a melhoria de produtos e serviços. O aumento de sua complexidade se deu com a evolução de novas tecnologias associada à expansão do conhecimento científico. Biotecnologia trata-se emprego de técnicas laboratoriais e processos industriais para produzir bifármacos, sejam eles hormônios, anticorpos monoclonais, enzimas, entre outros.Permite o desenvolvimento e a produção de novas substâncias que foram anteriormente além das capacidades das tecnologias tradicionais. Este processo inclui a concepção e a produção de novos medicamentos, com maior eficácia e especificidade e consequentemente menos efeitos colaterais. A Biotecnologia na saúde tem acelerado o diagnóstico e tratamento de doenças. Além dos produtos disponíveis, a biologia sintética abrira um novo mundo no entendimento de diferentes vírus e produção de vacinas, com avanços significativos na saúde humana. Segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU (1992), a Biotecnologia é entendida como qualquer aplicação tecnológica que use sistemas biológicos, organismos vivos ou derivados destes, para fazer ou modificar produtos ou processos para usos específicos Aula 1 – Roteiro 1- Extração de DNA de morango e verificação de integridade do DNA por espectrofotômetro. Objetivo: Explicar a função do DNA em diferentes células e seus prováveis usos na biologia molecular e biotecnologia. Explicar a extração de DNA desta aula e comparar com a que é realizada em laboratório de pesquisa. Explicar os procedimentos mais rotineiros de clonagem molecular usando a técnica de DNA recombinante Discutir efeito hipocrômico do DNA e pureza de DNA. Procedimento: 1-Foram separados 4 morangos e macerados em gral com pistilo Fonte: Acervo próprio Processo de maceração dos morangos Separou-se 2 tubos Falcon e adicionou-se 4 ml do macerado completando com 12 ml de solução lise. Fonte: Acervo próprio Morango macerado com solução lise. A fim de melhorar a lise os tubos foram colocados em banho-maria por 10 minutos. Fonte: Acervo próprio Tubos em banho-maria para completa lise. Com a mistura obtida foi realizado a filtração de 5 ml de amostra em um tubo e posteriormente acrescentado etanol absoluto até completar o volume de 15 ml. Após esse processo deixou-se a amostra no freezer por cerca de 1 h 30 min. Fonte: Acervo próprio Processo de filtração e adição etanol absoluto Após retirar do freezer os tubos foram centrifugados por 5 min. Fonte: Acervo próprio Centrifugação dos tubos O álcool foi descartado e foi feita uma segunda lavagem com álcool 70. Após secagem foi adicionado uma solução tampão e agitado vagarosamente. Descartou-se o sobrenadante. Em 2 tubos eppendorf foi preparado o inóculo de DNA composto de: 2µl DNA, 6 µl de H2O e 2 µl de leading buffer. Fonte: Acervo próprio Tubos eppendorf contendo DNA Em paralelo ao preparo do inóculo de DNA foi realizado o preparo do gel de agarose, sendo 1 g de agarose para 1000 ml de TBE. Fonte: Acervo próprio Resultados e Discussão: O experimento trata-se de uma extração de DNA de uma célula vegetal composta por uma parede rígida, porém permeável e membrana lipídica composta por um núcleo que contém o DNA. Junto com essa molécula de DNA existem proteínas histonicas e não- histonicas e essa junção é chamada de cromatina. Através desse mecanismo é possível que o material genético passe para o meio extracelular através do rompimento das membranas lipídicas, purificação e reintegração. Durante o processo de maceração dos morangos as membranas celulares foram rompidas e tivemos acesso ao DNA + proteínas. Para visualização da cromatina é necessário o uso de um microscópio eletrônico. Para remoção das proteínas é necessário que ocorrer uma reação para tornar o DNA puro. No experimento não foi obtido o DNA puro por se tratar de um experimento didático, sendo visualizado o DNA, proteínas, resíduos celulares. A primeira etapa para remoção das membranas lipídicas é o uso do detergente purificado que com a ação mecânica age diretamente na remoção das membranas, libertando o DNA do núcleo. Foi utilizado uma solução de cloreto de sódio que na suspensão se torna livre com cargas positivas interagindo com as cargas negativas do fosfato fazendo com que o DNA livre se grude no sódio. No laboratório foi usado a solução lise composta de água, detergente e cloreto de sódio. Essa junção provoca visualmente um grumo. Em seguida centrifugou-se o material e foi utilizado o álcool gelado onde ocorre a desidratação e ajuda a reação acontecer mais rápido. Depois da lavagem com álcool 70 obteve-se a formação dos pellets onde encontra-se o DNA + proteínas + resíduos. Para reidratar o DNA é utilizado água ou solução tampão PE. Outra etapa do processo é a replicação de DNA, denominada PCR (reação em cadeia da polimerase) muito utilizada para sequenciamento de DNA e descoberta de novas técnicas biotecnológicas. Para quantificar o DNA e saber se a técnica foi eficiente foi utilizada a técnica de eletroforese utilizando o gel de agarose onde através de poços é inserido o material de interesse e separação através do seu tamanho e carga onde é aplicado uma corrente elétrica. As moléculas, portanto, tende a discorrer em diferente direções e velocidades, permitindo que sejam separadas. Questões: 1- Porque é necessário macerar o morango A maceração do morango provoca uma ação mecânica responsável por remover as membranas lipídicas. 2- Em que etapa do procedimento o rompimento das membranas das células do morango? As membranas foram rompidas no momento da maceração do morango seguido da adição da solução lise (composta pelo detergente). 3- Qual a função do sal de cozinha? O cloreto de sódio tem função de se juntar com as cargas negativas do DNA, formando grumos. 4- Qual o papel do álcool? O álcool promove a desidratação do álcool, facilitando o processo de extração. 5- Por que você não pode ver a dupla hélice do DNA extraído? A dupla hélice só pode ser vista em microscópio eletrônico, denominada cromatina composta de DNA+ proteínas. 6- Considerando os procedimentos de extração do DNA genômico, você espera obtê-lo sem quebras mecânicas ou químicas? Não é possível obter DNA sem processos mecânicos e/ou químicos. Aula 1 - Roteiro 2 – Observação de leveduras Para a produção de energia (ATP), os microrganismos necessitam consumir nutrientes para o seu metabolismo. A fonte de energia mais facilmente consumida por eles é a glicose, que pode ser utilizada por dois processos: a respiração e a fermentação. As leveduras são tipos de fungos de tamanhos e formas variados que se multiplicam rapidamente e realizam respiração anaeróbica, ou participam do processo de fermentação. Os tipos de fermentação são: Alcóolica – utilizada na produção de cervejas e vinhos, produz etanol + CO2 através da descarboxilação do ácido pirúvico realizada pela levedura Saccharomyces cerevisiae. Lática – utilizada na produção de leites e iogurtes, é a fermentação realizada por bactérias (lactobacilos), onde a glicólise tem como mediador a glicose ou a galactose que é obtida na quebra da lactose. Há formação do ácido pirúvico, ATP e NADH2. Acética – é transformada pelocontato do etanol com as bactérias dos grupos Pseudomonadaceae, Acetobacter ou Gluconobacter, obtendo como componente final o ácido acético transformado por oxidação (ENNY e GUERREIRO, 2022). Os processos fermentativos podem ser classificados quanto à presença de oxigênio que são os aeróbios, presentes na fermentação acética ou os anaeróbios, com ausência de oxigênio, presentes na fermentação alcóolica. Procedimento: A. Observação macroscópica Após abertura das embalagens, observou-se e comparou-se os seguintes aspectos dos fermentos seco e fresco: Fermento fresco – Textura: pastosa; Cor: palha; Cheiro: de pão. Fermento seco – Textura: seco granuloso; Cor: bege; Cheiro: sem cheiro B. Observação das colônias crescidas em placa de Petri Observou-se as colônias de leveduras Saccharomyces cerevisiae crescidas em placa de Petri. Com crescimento abundante, coloração esbranquiçada, aspecto cremoso e cheiro de massa de pão. Figura – Cepa de Saccharomyces cerevisiae Fonte: Acervo próprio C. Observação microscópica Observou-se, no microscópio, um pouco de levedura fresca, fermento seco, e da placa em lâmina. O fermento seco é obtido através da secagem do fermento fresco. Para confecção das lâminas utilizou-se solução salina para diluição dos fermentos e da cepa. Fonte: Acervo próprio Figura – Lâminas com leveduras em solução salina Fonte: Acervo próprio Figura – Visualização microscópica de leveduras D. Observação de colônias Realizou-se o esfregaço dos fermentos e da cepa e, em seguida, a coloração de Gram para observação das leveduras. 1. Cobriu-se o esfregaço com cristal de violeta por 1 minuto; 2. Lavou-se o esfregaço com água corrente removendo o excesso de corante; 3. Cobriu-se o esfregaço com lugol por 1 minuto; 4. Lavou-se o esfregaço com água corrente removendo o excesso de corante; 5. Descorou-se com álcool acetona até remover o excesso de corante; 6. Cobriu-se o esfregaço com fucsina fenicada por 30 segundos. Lavou-se e aguardou-se a secagem para observação ao microscóp Figura – Coloração de Gram, Fonte: Acervo próprio Fonte: Acervo próprio Figura – Observação microscópica de leveduras após coloração de Gram; A) fermento úmido; B) placa de Petri; C) fermento seco QUESTÕES 1- Comparar eucariotos e procariotos não só na presença de membrana nuclear, mas em outras características. Células eucariontes: maior estrutura, funcionamento complexo, possui organelas membranosas, material genético está dentro do núcleo, molécula de DNA longa e filamentar, reprodução por mitose e meiose, seres uni ou pluricelulares, reino Protista, Fungi, Plantae e Animalia, são os fungos, plantas e animais. Células procariontes: menor estrutura, funcionamento simples, não há organelas membranosas, material genético está no citoplasma, molécula DNA circular, reprodução por fissão binária assexuada, seres unicelulares, reino Monera, são as bactérias e arqueias. 2- Como podemos saber se é uma levedura ou cocos? As leveduras se diferenciam dos cocos pela forma, presença de brotamento e tamanho. Possuem formas ovaladas, com formação de brotos e pseudohifas. Os cocos possuem morfologia diferenciada das leveduras pelo menor tamanho e estrutura esférica. Ambos são roxos pela coloração de Gram. 3- Por que o tempo de prateleira é maior em levedura seca do que em fresca? Devido ao baixo teor de umidade, a levedura seca é mais estável. Aula 2 Roteiro 1 - PRESENÇA DE PROTEASES EM PRODUTOS COMERCIAIS Objetivo: Identificar a presença de proteases nos produtos comerciais para a lavagem de roupas e na remoção de manchas: sabão em pó, amaciante de roupas, detergente e bicarbonato de sódio. Explicar a composição possível das manchas e a função das enzimas presentes nos detergentes. PROCEDIMENTO: 1. Rotulou-se os copos (controle, produto 1, produto 2, produto 3 e produto 4); 2. Preparou-se a gelatina conforme as instruções da embalagem; 3. Distribui-se quantidades iguais nos 5 copos e completou-se os passos 4, 5 e 6; 4. Colocou-se 1 colher de água em um dos copos (controle) e misturou- se bem; 5.Colocou-se 1 colher do primeiro produto no copo correspondente e misturou- se bem; 6. Repetiu-se o item anterior com os produtos restantes; 7. Depois de duas horas, colocou-se na geladeira, até que a gelatina do copo controle solidificou-se; A seguir imagens dos copos respectivamente após observarmos se solidificou-se ou não Copo 1 - Sabão em pó Copo 2 - Detergente Copo 3 - Amaciante de roupas Copo 4 - Tira mancha Copo C - Controle Fonte: Acervo próprio RESULTADO: Todos solidificaram, então nenhum tem proteases AULA 3 Roteiro 1 OBJETIVO: Preparar um bioplástico a partir de amido, tendo como dispersante óleo vegetal. PROCEDIMENTO: 1. Misturamos, em um saco plástico, 2 colheres de sopa de amido, 2 colheres de sopa de água e algumas gotas de corante para alimentos; 2. Acrescentamos 4 ou 5 gotas de óleo vegetal no saco plástico e misture muito bem o conteúdo; 3. Fechou-se o saco, deixando uma abertura na ponta; 4. Esquentou-se no micro-ondas por 30 ou 40 segundos. CUIDADO AO RETIRAR DO FORNO DE MICRO-ONDAS; 5. Aguardamos até a temperatura abaixar e distribua em formas. À medida que o plástico vai secando, perde a flexibilidade e, depois de um ou dois dias, fica rígido; 6. Deixamos secar à temperatura ambiente; 7. Analisamos algumas das características do bioplástico obtido (dureza, flexibilidade, degradabilidade, por exemplo). Controle: Repita o procedimento, substituindo, no item 2, o óleo vegetal por água. Podemos comparar os bioplásticos obtidos com diferentes fontes: maisena, farinha de trigo, fécula de batata, fécula de mandioca etc. e com diferentes dispersantes: óleo de soja, óleo de girassol, óleo de milho etc. (modificando as proporções, por exemplo, de maisena e óleo). Fonte: Acervo próprio QUESTÕES: 1- Por que bioplásticos são degradados na natureza e o plástico não? São uma alternativa mais ecológica ao plástico comum, de origem fóssil. Uma grande vantagem é que eles são menos persistentes no meio ambiente, podendo ser biodegradados por bactérias, algas e fungos, que os convertem em biomassa, dióxido de carbono e agua, não gerando microplasticos. 2- Quais as consequências caso alimentos sejam embalados em bioplásticos em termo de tempo de prateleira? Evita a contaminação por microrganismo e prologuem a vida útil dos alimentos, reduzindo as perdas. 3- Por que ainda não são largamente utilizados na indústria? Existe um grande esforço de pesquisa para diminuir o uso dos recursos fósseis na produção de plásticos e para desenvolver matérias para embalagens biodegradáveis. Aula 3, Roteiro 2 – Produção de Iogurte Objetivo: Explicar o processo de fermentação (nomenclatura usada em indústria de fermentação: mosto, inóculo, vinho, uso ou não de oxigênio), enfocando a fermentação lática. Procedimento: 1. Adicionou-se 2% de açúcar refinado a um frasco de iogurte (comprado em supermercado) e coloque na estufa a 37 °C por 1 hora para ativação dos micro-organismos presentes no frasco. A figura a seguir apresenta a etapa; Figura – Mistura do iogurte natural com a sacarose. Fonte: acervo próprio. 2. Em um béquer, colocou-se 750 mL de leite para aquecer a 80 °C durante 15 minutos e resfrie rapidamente em banho de água fria. A figura a seguir apresenta a etapa; Figura – aquecimento para pasteurização do leite. Fonte: acervo próprio. 3. Separou-se 100 mL de leite pasteurizado em béquer (ainda quente) e dissolva a gelatina completamente; 4. Colocou-se no leitesacarose a 10%. Adicionou-se 40 g de iogurte ativado (inóculo) quando a temperatura chegar a cerca de 40 °C; 5. Cobriu-se o recipiente com papel-alumínio e incube em estufa a 37 °C, durante 6 horas (tempo da aula). 6. Depois do iogurte pronto, fez um esboço de controle de qualidade com a verificação de propriedades organolépticas (cor, sabor, odor, textura) e acidez (graus Dornic). 7. As propriedades organolépticas observadas foram: a. Aparência: A cor do iogurte pode variar de branco a tons mais amarelados. Além disso, a consistência cremosa. b. Aroma: O iogurte geralmente possui um aroma característico e suave. c. Sabor: Não foi provado. d. Textura: A textura do iogurte pode ser cremosa; Questões: 1. Na fabricação de iogurte, os micro-organismos transformam o açúcar presente no leite em ácido lático. Como ocorre esse processo? Na fabricação de iogurte, o processo de transformação do açúcar presente no leite em ácido lático é conhecido como fermentação láctica. Esse processo é realizado por bactérias específicas, chamadas de culturas starter ou fermentos lácticos, que são adicionadas ao leite. As bactérias mais comumente utilizadas na produção de iogurte são Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus. Essas bactérias consomem a lactose, que é o açúcar natural do leite, e a convertem em ácido lático por meio de uma reação bioquímica. 2. Em uma das etapas do processo de produção de iogurte, esquematizado na figura, ocorre a mudança da consistência característica do leite, de líquido para gel. A mudança da consistência do leite para a textura mais espessa e gelatinosa do iogurte ocorre durante a etapa de coagulação. Essa etapa ocorre após a fermentação láctica, quando o ácido lático produzido pelas bactérias na mistura de leite e culturas starter causa a coagulação das proteínas do leite. Adicionou-se em um béquer a Cera Lanette N, o miristato de isopropila, o óleo de amêndoas, o óleo mineral e o BHT (fase oleosa). Aula 4 – Roteiro 1: Destilação de garapa fermentada Objetivos: Explicar o processo de fermentação alcoólica. Comparar as várias fermentações alcoólicas: álcool combustível, pinga, cachaça, vinho e cerveja. Procedimentos: 1- No dia anterior ao dia da aula, coloque 1-2 L de garapa em um container fechado com um tubo que libera o gás (CO2) em um béquer com água, 1-2 pacotes de levedura dissolvidos em garapa, com uma “espatulada” de fonte de nitrogênio NH4 (SO4)2; Foto: Fermentação alcoólica Fonte: Acervo próprio 2- Depois de aproximadamente 24h destile, e, após a retirada das leveduras por filtração em filtro de papel (coloque uma amostra em uma lâmina + azul de metileno + lamínula), analise em microscópio óptico; Foto: Destilação, filtração e lamina Fonte: Acervo próprio 3- Verifique o grau de etanol presente nas amostras usando densitômetro; Foto: grau de etanol verificado com densímetro Fonte: Acervo próprio 4- Separe cabeça, corpo e cauda da fermentação em Erlenmeyer e “experimente” os diferentes odores das 3 alíquotas. Resultados: O processo de fermentação alcoólica havia sido preparado pela equipe de técnicos do laboratório da Universidade no dia anterior. Durante o processo de fermentação essa substância é chamada de mosto, após a fermentação é chamada de vinho. Verificou-se o grau do etanol através de um densímetro alcoômetro em 650 Gl. Durante o processo de destilação são extraídas 3 alíquotas: cabeça, corpo e cauda da fermentação. A cabeça é o primeiro líquido que surge na destilação da cana-de-açúcar fermentada. Ela corresponde de 1,0% a 2,0% do volume total de vinho fermentado. Este fluido possui alta concentração de metanol, um tipo de álcool extremamente tóxico para o corpo que, se não controlado, pode levar à cegueira e até à morte de quem consome a bebida. O odor dessa extração é muito forte e lembra o odor do fermento. O corpo corresponde a até 16% do volume total do vinho (dependendo do teor alcoólico que se deseja para o produto e da concentração de álcool do vinho) ou aproximadamente 80% do total do destilado. Esta etapa equivale à parte central do processo de destilação. Essa extração apresentou odor agradável e levemente adocicado de cachaça. Como o próprio nome diz, a cauda corresponde ao líquido presente no processo final da destilação, equivalente corresponde aproximadamente a 3,0% do volume total do vinho. Retirá-la é importante, pois ela possui um odor forte e sabor amargo. A fornalha do alambique (1) possui a mesma função do Bico de Bunsen no destilador simples, que é aquecer a solução e promover a evaporação do líquido. O tacho de aquecimento (2) do alambique possui a mesma função do balão de fundo redondo que é conter a solução a ser destilada A serpentina de resfriamento (3) do alambique tem a mesma função do condensador no destilador simples, que é promover a condensação do componente que é evaporado através do aquecimento. O recipiente coletor (4) tem a mesma função do béquer que é coletar o componente destilado ao fim do processo. No processo de fermentação alcóolica da cana-de-açúcar, esta é colhida na plantação, lavada e moída. O bagaço é queimado e gera energia, e o caldo de cana (garapa) vai para a dorna, onde pode ou não ser diluído. O inóculo (levedura Saccharomyces cerevisiae em fase log) é acrescentado ao mosto, sem a necessidade de injeção de ar. Depois de certo tempo, o mosto se transforma em vinho de cana, pois as leveduras se “alimentam” de alguns dos componentes e secretam os produtos da fermentação, entre eles o etanol. Para purificar esse produto, deve-se separar as células (que poderão se tornar ração para gado). O líquido, por sua vez, será submetido à destilação, que gera álcool hidratado ou anidro. O processo de produção do etanol pode ser visualizado na figura a seguir. Fonte livro-texto Caso o etanol proveniente da garapa seja usado como bebida alcoólica, é chamado cachaça ou pinga, sendo caracterizado como aguardente de cana- de-açúcar. Independente do fermento utilizado, esse processo deve ser concluído em aproximadamente 24 horas. As leveduras desempenham melhor sua atividade à temperatura de 32 a 34º C (Celsius). Ao microscópio óptico observamos a forma ovalada das leveduras após fermentação alcoólica e coloração através do azul de metileno. Foto: Leveduras fermentação alcoólica Fonte: Acervo próprio REFERÊNCIAS: GUERREIRO, J. R.; SILVA, E. F. Biotecnologia Farmacêutica. São Paulo: Editora Sol, 2022. PIMENTA, Célia Marques Genética Aplicada à Biotecnologia.São Paulo: Érica , 2015. RESENDE, Rodrigo Ribeiro. Biotecnologia aplicada à saúde. São Paulo: Edgard Blucher, 2014.
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