Buscar

MARCHA DE PARKINSON

Prévia do material em texto

Rev Bras Ciênc Esporte. 2017;39(4):450---457
www.rbceonline.org.br
Revista Brasileira de
CIÊNCIAS DO ESPORTE
ARTIGO 
Aspec de pessoas
com doenc¸a de Parkinson: revisão narrativa
Elren Passos Monteiroa,b,c, Lúcia Bartmann Wildd, Flávia Gomes Martineza,
Aline de b a,∗
a Universida
Laboratório
b Universida
RS, Brasil
c Hospital d
d Pontifícia
RS, Brasil
Recebido em
Disponível n
PALAVR
Cinemát
Eletromi
Marcha p
Parkinso
primário
∗ Autor pa
E-mail: l
http://dx.d
0101-3289/©
licenc¸a CC B
 Souza Pagnussat e Leonardo A. Peyré-Tartaruga
de Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduac¸ão em Ciências do Movimento Humano,
 de Pesquisa do Exercício, Porto Alegre, RS, Brasil
de Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Programa de Pós-Graduac¸ão em Ciências da Saúde, Porto Alegre,
e Clínicas de Porto Alegre, Setor de Pesquisas em Distúrbios do Movimento, Porto Alegre, RS, Brasil
 Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Laboratório de Biologia Desenvolvimental e Neurobiologia, Porto Alegre,
 7 de dezembro de 2015; aceito em 30 de julho de 2016
a Internet em 27 de agosto de 2016
AS-CHAVE
ica;
ografia;
atológica;
nismo
Resumo A presente revisão narrativa tem por objetivo analisar os aspectos biomecânicos
da locomoc¸ão e os efeitos de intervenc¸ões nos padrões da marcha de pessoas com doenc¸a
de Parkinson (DP). Fez-se uma pesquisa bibliográfica no banco de dados dos sistemas SciELO
e PubMed, com as seguintes palavras: human locomotion, biomechanics, pathologic gait e
Parkinson’s disease, em periódicos nacionais e internacionais. Concluímos que as principais
alterac¸ões biomecânicas são nos parâmetros espac¸otemporais, como menor comprimento de
passada e estabilidade dinâmica, além da baixa ativac¸ão muscular nos músculos propulsores,
bem como menor velocidade autosselecionada da marcha. Fazem-se necessários protocolos de
treinamento de caminhada que considerem esses parâmetros para auxiliar a reabilitac¸ão da
marcha de pessoas com DP.
© 2016 Cole´gio Brasileiro de Cieˆncias do Esporte. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este e´
um artigo Open Access sob uma licenc¸a CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/
by-nc-nd/4.0/).
ra correspondência.
eonardo.tartaruga@ufrgs.br (L.A. Peyré-Tartaruga).
oi.org/10.1016/j.rbce.2016.07.003
 2016 Cole´gio Brasileiro de Cieˆncias do Esporte. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este e´ um artigo Open Access sob uma
Y-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
DE REVISÃO
tos biomecânicos da locomoc¸ão 
Biomecânica da marcha na doenc¸a de Parkinson 451
KEYWORDS
Kinematic;
Electromyography;
Patholog
Parkinso
Biomechanical aspects of locomotion people with Parkinson’s disease: review study
Abstract The purpose of this review was to analyze the biomechanical aspects of walking
 (PD), as well as to examine the effects of intervention
 a b
s: h
tern
atio
romy
eem 
o Es
C-ND
PALABR
Cinemát
Electrom
Marcha p
Parkinso
primario
oció
 por
rven
 rea
 sigu
pathologic gait y Parkinson’s disease, en revistas nacionales e internacionales indexadas. Se
llegó a la conclusión de que las principales alteraciones biomecánicas se encuentran en los
parámetros espacio-temporales, como menor longitud de la zancada y estabilidad dinámica,
además de una baja activación electromiográfica de los músculos propulsores, como menor
velocidad autoseleccionada de la marcha. Estos resultados convierten en necesarios protocolos
Introduc¸
A doenc¸a d
crônica, pr
caracteriza
-sinucleína
que geram
os neurôni
et al., 201
sistema ex
base (NB) e
mentos que
et al., 201
Os princ
tremores d
rais (Wild e
e reduc¸ão
dificuldade
com a dific
de entrenamiento de la marcha que tengan en cuenta estos parámetros para la rehabilitación
de personas con EP.
© 2016 Cole´gio Brasileiro de Cieˆncias do Esporte. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este es
un art´ıculo Open Access bajo la licencia CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/
by-nc-nd/4.0/).
ão
e Parkinson (DP) é uma desordem neurológica,
ogressiva e polissintomática. A fisiopatologia se
 pelo acúmulo de uma proteína chamada de alfa-
 e inclusões intraneuronais de corpos de Lewy,
 perdas seletivas de populac¸ões celulares, como
os dopaminérgicos na via nigro-estriada (Kleiner
5). Somando-se a isso, ocorre uma desordem no
trapiramidal, que é composto pelos núcleos da
 o tálamo, no qual promovem distúrbios dos movi-
 podem ser hipercinéticos ou hipocinéticos (Gallo
4).
ipais sintomas clínicos motores se constituem em
e repouso, rigidez muscular e alterac¸ões postu-
t al., 2013). Outros distúrbios, como bradicinesia
 de movimentos, constituem uma das maiores
s dos pacientes e eles podem estar associados
uldade de iniciar a marcha, devido à reduc¸ão da
velocidade, do equilíbrio e à instabilidade estática e dinâ-
mica, fatores que são preponderantes para a marcha
patológica (Cho et al., 2010).
Na caminhada parkinsoniana, os padrões de atividade
muscular da marcha são alterados e são principalmente
caracterizados pela baixa ativac¸ão do gastrocnêmio medial
(GM). Esse padrão é muito mais acentuado nos pacientes
parkinsonianos com freezing, que demonstram uma perda
de adaptac¸ão da atividade muscular com a variac¸ão da velo-
cidade de locomoc¸ão (Albani et al., 2003; Rochester et al.,
2009; Kleiner et al., 2015).
Está documentado na literatura que o treinamento da
caminhada em diferentes situac¸ões, em esteira, com sus-
pensão do peso corporal e com pistas visuais, parece ser
promissor para a melhoria da marcha parkinsoniana (Soares
e Peyré-Tartaruga, 2010; Reuter et al., 2011). Contudo,
os estudos encontrados são superficiais no que diz res-
peito à prescric¸ão de treinamento para a reabilitac¸ão da
locomoc¸ão. E ainda não estão claros quanto aos benefícios
ic gait;
nism
in individuals with Parkinson’s disease
on gait pattern of PD. We carried out
and PubMed, using the following word
Parkinson’s disease, in national and in
walking biomechanics are related to sp
mical stability, as well as reduced elect
self-selected speed. These outcomes s
for rehabilitation of gait in PD.
© 2016 Cole´gio Brasileiro de Cieˆncias d
open access article under the CC BY-N
nc-nd/4.0/).
AS CLAVE
ica;
iografía;
atológica;
nismo
Aspectos biomecánicos de la locom
una revisión
Resumen La presente revisión tiene
locomoción y los efectos de las inte
con enfermedad de Parkinson (EP). Se
datos SciELO y PubMed, utilizando las
ibliographic search on electronic databases SciELO
uman locomotion, biomechanics, pathologic gait e
ational scientific journals. The main alterations on
temporal parameters, lower stride length and dyna-
ographic activation on propulsion muscles and lower
to be important targets in walking training protocols
porte. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an
 license (http://creativecommons.org/licenses/by-
n de personas con enfermedad de Parkinson:
 objetivo analizar los aspectos biomecánicos de la
ciones en los patrones de la marcha en personas
lizó una investigación bibliográfica en las basesde
ientes palabras: human locomotion, biomechanics,
452 Monteiro EP et al.
das intervenc¸ões sobre os parâmetros biomecânicos da mar-
cha nessa populac¸ão.
Nesse sentido, o objetivo da presente revisão é identificar
as principais alterac¸ões biomecânicas da marcha de pessoas
com DP e os benefícios das intervenc¸ões terapêuticas sobre
essas alter
Metodolo
Fez-se uma
dados dos s
vras: huma
Parkinson’s
nais de 200
aos idioma
baseado na
gos mais re
partir dessa
1 --- Locomo
2 --- Estabil
vidade elet
Reabilitac¸ã
Locomoc¸
Parkinso
As deficiên
na DP. Elas
reduzido co
passada (F
e maior va
relac¸ão ao
et al., 2010
exemplo, n
sujeitos co
selecionad
controle o 
mos sujeito
nos parkins
Na DP o 
move qued
a FP (festin
et al., 200
que alteram
lentidão de
ciar esses m
que é sens
que é a fa
2005). Out
cha de park
ser um fato
dade da loc
Frazzitta e
O impul
o controle 
lidade de 
avaliam o e
(Caliandro 
parâmetros
de medica
trole --- GC)
DP houve uma reduc¸ão significativa nos parâmetros espac¸o-
-temporais, como o CP e a velocidade, em comparac¸ão com
o GC. E ainda foi observado, por meio da cinemetria, que
o grupo DP executou uma excursão de flexão plantar do
tornozelo, marcadamente reduzida (a 50%-60% do ciclo da
a).
ros 
duc¸ã
casio
a em
na 
inha
ergé
t et 
 estu
2010
pac¸o
nc¸a
oc¸ão
 as p
ient
scap
S, b
res, 
es d
s pa
respo
udos
m p
-tem
o da
form
incip
inh
 rea
ncia 
ilid
nso
bilid
cânic
idida
aria
P, FP
ade
o risc
emá
ticul
râm
e de
a ve
a ma
Beau
 pess
ez q
es d
para
ento
, 20
ac¸ões biomecânicas.
gia
 revisão da literatura científica nos bancos de
istemas PubMed e SciELO com as seguintes pala-
n locomotion, biomechanics, pathologic gait e
 disease, em periódicos nacionais e internacio-
0 a 2016. A pesquisa online dos artigos limitou-se
s inglês e português e o critério de selec¸ão foi
 leitura crítica do material encontrado, os arti-
levantes do tema proposto e os mais citados. A
 busca estruturamos a revisão da seguinte forma:
c¸ão de sujeitos com DP: aspectos biomecânicos;
idade dinâmica da marcha de Parkinson; 3 --- Ati-
romiográfica na marcha de sujeitos com DP; 4 ---
o da marcha e programas de intervenc¸ão.
ão de sujeitos com doenc¸a de
n: aspectos cinemáticos
cias na marcha são observadas com frequência
 são: dificuldade da regulac¸ão espac¸o-temporal,
mprimento de passada (CP), maior frequência de
P), maior tempo do duplo apoio dos pés no chão
riabilidade dos parâmetros espac¸o-temporais em
s sujeitos saudáveis (Hausdorff et al., 2003; Cho
; Frazzitta et al., 2013; Kleiner et al., 2015). Por
o estudo de Morris et al. (2012), o CP médio nos
m Parkinson foi de 1,06 m na velocidade autos-
a (VAS) de 0,99 m.s-1, enquanto que em sujeitos
CP foi de 1,25 m na VAS de 1,30 m.s-1. Nesses mes-
s e condic¸ões, a FP foi de 125 passos por minuto
onianos e 112 passos por minuto.
parâmetro que mais prejudica a caminhada e pro-
as é a reduc¸ão do CP, a incapacidade de controlar
ac¸ão) e a alterac¸ão nos padrões posturais (Morris
5; Cho et al., 2010). Os fatores neurofuncionais
 a dinâmica da locomoc¸ão são a diminuic¸ão e a
 movimentos (bradicinesia), a dificuldade de ini-
ovimentos por causa do freezing (congelamento,
ac¸ão de estar ‘‘colado’’ ao solo) e a acinesia,
lta ou ausência de movimento (Sofuwa et al.,
ro mecanismo envolvido na modificac¸ão da mar-
insonianos é a disfunc¸ão colinérgica, que parece
r preditivo importante para a reduc¸ão da veloci-
omoc¸ão nessa populac¸ão (Rochester et al., 2009;
t al., 2013).
so dopaminérgico parece ser fundamental para
de movimento e particularmente para a estabi-
locomoc¸ão, como demonstrado em estudos que
feito da substância levodopa em parkinsonianos
et al., 2011). Sofuwa et al. (2005) compararam
 de marcha em DP durante a fase on do ciclo
c¸ão com sujeitos idosos saudáveis (grupo con-
 e os resultados mostraram que em sujeitos com
march
Out
e a re
vica o
march
ferem 
da cam
dio en
Hamle
Nos
et al. (
tros es
da doe
locom
-se que
de pac
turas e
e da VA
inferio
Ess
clínico
das e 
os est
analisa
espac¸o
ament
Dessa 
dos, pr
da cam
para a
pendê
Estab
Parki
A esta
biome
subdiv
-se à v
como C
velocid
brio e 
da cin
das ar
dos pa
ficient
ED, um
a ED d
2003; 
2013).
Em
uma v
situac¸õ
tribui 
o aum
et al.
aspectos são a alterac¸ão nos padrões posturais
o na coordenac¸ão das cinturas escapular e pél-
nada pela rigidez muscular, o que caracteriza a
 blocos (Morris et al., 2005). Esses fatores inter-
variabilidade dos parâmetros espac¸o-temporais
da, promovem, dessa forma, um maior dispên-
tico durante a locomoc¸ão (Merello et al., 2010;
al., 2011).
dos de marcha de Herman et al. (2007), Merello
) e Ivkovic e Kurz (2011) são descritos os parâme-
-temporais da marcha parkinsoniana e os graus
, bem como as intervenc¸ões de reabilitac¸ão da
 de DP. A partir dos estudos analisados, conclui-
rincipais alterac¸ões biomecânicas da caminhada
es com DP são: a reduc¸ão da dissociac¸ão das cin-
ular e pélvica, o aumento da FP, a reduc¸ão do CP
em como das amplitudes articulares dos membros
como pode ser observado na tabela 1.
escritores cinemáticos podem ser parâmetros
ra a avaliac¸ão de mobilidade, risco de que-
sta a intervenc¸ões de reabilitac¸ão. Entretanto,
 encontrados têm algumas lacunas, pois não
arâmetros importantes, como os parâmetros
porais da marcha, como CP e FP, a VAS r o estadi-
 doenc¸a, e não têm GC pareados por sexo e idade.
a, tornam-se relevantes e necessários novos estu-
almente relacionados aos aspectos biomecânicos
ada, visto que esses parâmetros são importante
bilitac¸ão da marcha, reduc¸ão de quedas, inde-
funcional e QV desses sujeitos.
ade dinâmica da marcha na doenc¸a de
n
ade dinâmica da marcha (ED) envolve aspectos
os, de equilíbrio e de controle postural e está
 em global e local. A estabilidade global refere-
bilidade dos parâmetros espac¸os-temporais, tais
, tempo de contato (TC), tempo de balanc¸o (TB) e
. Essa variável pode ser relacionada com o equilí-
o de quedas. A ED local se refere à determinac¸ão
tica angular e da variabilidade das amplitudes
ac¸ões (England e Granata, 2007). A variabilidade
etros espac¸o-temporais, representado pelo coe-
 variac¸ão (CoV), tem uma relac¸ão inversa com a
z que quanto maior a variabilidade, menor será
rcha e maior o risco de quedas (Hausdorff et al.,
chet et al., 2009; Cho et al., 2010; Oliveira et al.,
oas com DP o deslocamento do CM é alterado,
ue há uma instabilidade postural, sobretudo nas
e mudanc¸a de direc¸ão e velocidade, o que con-
 o aumento da variabilidade da marcha e para
 do gasto energético da caminhada (Hamlet
11). Esse aumento do gasto energético pode
Biomecânica da marcha na doenc¸a de Parkinson 453
Tabela 1 Parâmetros espac¸o-temporais da marcha parkinsoniana, os graus da doenc¸a e as intervenc¸ões de reabilitac¸ão,
advindos de estudosde marcha em sujeitos com DP e grupo controle
Autores dos
estudos
Intervenc¸ão Velocidade
(m.s-1)
Estágio H&Y Grau UPDRS N
sujeitos
Idade
(anos)
FP CP
Ivkovic e 
(2011) 
9 
9 
21
Merello et
(2010) 
20
17
Cho et al.
(2010)
10
7 
Herman e
(2007)
‘9
Hausdorff
(2003)
Morris et 
(1996)
Dietz et a
(1995)
Nota: As a
de passada
o efeito da
Parkinson’
ser explica
quando o s
reestabiliz
dos múscul
Rochester 
De form
vez que os
movimento
frequentes
da mobilid
da coluna v
muscular d
assimetrias
et al., 201
Essas a
caminhada
parâmetro
ED da mar
parâmetro
nificativos 
respostas d
Kurz
Suspensão
peso
corporal
VAS
X X 
 al.
Piso
VAS Fest.: 3
N. Fest.: 3
Fest.: 21,66
N. Fest.:
20,43
Esteira 0,6; 0,9; 1,2;
1,5; 1,8 e 2,1
Off: 2,9
On: 2,3
Off - 32,1
On - 21,6
t al. Esteira X X Pré-treino:
29,0
Pós-treino:
22,0
 et al. Piso
Freezing
X X Off --- 44,3
On --- 25,6
32
al. Piso VAS X X 27
27
l. Esteira 0,25; 0,5;
0,75 e
1
X X 14
10
breviaturas correspondem a: CP = comprimento de passada; DP = Doenc¸a d
, GC = grupo controle, H&Y = Hoehn e Yahr, ID = idosos saudáveis, JV = jove
 medicac¸ão, on = período ativo da medicac¸ão, VAS = velocidade autosse
s Disease Rating Scale (Escala unificada de avaliac¸ão da Doenc¸a de Parki
do pela estratégia adotada pelo controle motor
ujeito aumenta o tempo de duplo-apoio para a
ac¸ão postural, tem assim uma ativac¸ão excessiva
os posturais e estabilizadores (Albani et al., 2003;
et al., 2009).
a geral, o indivíduo com DP é mais instável, uma
 parâmetros espac¸o-temporais e a magnitude dos
s articulares são reduzidos e um dos danos mais
 pela reduc¸ão da flexibilidade é a diminuic¸ão
ade do quadril, dos joelhos, dos tornozelos e
ertebral, juntamente com a diminuic¸ão da forc¸a
os membros inferiores e posturais, o que provoca
 no padrão e na velocidade da marcha (Hamlet
1).
lterac¸ões promovem assimetrias durante a
 e consequentemente maior variabilidade dos
s espac¸o-temporais, reduzem a velocidade e a
cha (Beauchet et al., 2009). Dessa forma, esses
s vêm sendo estudados por fornecer dados sig-
para análises clínicas do risco de quedas e de
e programas de reabilitac¸ão. Entretanto, pouco
se conhece
voso centr
locomoc¸ão
velocidade
Atividad
da doenc¸
A eletromio
usado para
compreend
dessa tare
tria, ofere
locomoc¸ão
A ampli
riores na ca
com o acré
(Arias et a
DP (Albani 
ativac¸ão do
DP
ID
 JV
DP (73,4)
ID (74,8)
JV (19,9)
DP têm
maiores
variac¸ões na
cinemática
do
balanc¸oda
perna que
os ID e JV.
 DP
 GC
DP (68,4)
GC (67,8)
X Fest. ↓
N. Fest. ↓
GC ↑
 DP
GC
DP (62,9)
GC (36,6)
DP -
↑
GC -
↓
DP - ↓
GC - ↑
 DP DP (70) X Pré-treino -
↓
Pós-treino -
↑
 DP DP (62) X X
 DP
 GC
DP E GC
(73,4)
X DP --- ↓
GC - ↑
 DP
 GC
DP (61)
GC (60,6)
DP - ↑
GC - ↓
DP --- ↓
GC - ↑
e Parkinson, Fest. = marcha festinada, FP = frequência
ns, N. Fest. = marcha não festinada, off = período sem
lecionada, X = não informou o dado, UPDRS = Unified
nson).
 sobre as estratégias adotadas pelo sistema ner-
al (SNC) para o controle motor e ED durante a
 de parkinsonianos em situac¸ões de diferentes
s.
e eletromiográfica na marcha
a de Parkinson
grafia (EMG) constitui-se de um método bastante
 a análise clínica da marcha, principalmente para
er os mecanismos que o SNC usa para execuc¸ão
fa. O uso dessa técnica, associado à cineme-
ce informac¸ões para uma análise integrativa da
 (Hausdorff et al., 2003).
tude do sinal eletromiográfico em membros infe-
minhada em sujeitos normais tende a aumentar
scimo da velocidade e a inclinac¸ão do terreno
l., 2012). Esse padrão persiste em sujeitos com
et al., 2003), porém esses apresentam uma baixa
s músculos gastrocnêmio (GM), sóleo (SL) e tibial
454 Monteiro EP et al.
anterior (TA) quando comparados com os sujeitos normais
(Rochester et al., 2009; Chastan et al., 2009).
Esse padrão de ativac¸ão muscular reduzida também se
confirma em sujeitos com Parkinson com e sem congela-
mento da marcha, freezing. Ainda assim, em velocidades
muito baix
senta maio
(Albani et 
A baixa 
acentuada 
cha, que m
da velocid
de velocida
ado em rel
relac¸ão à m
Apesar 
caminhada
sidade na 
semimemb
2007). Ess
aumento d
tante da 
(Ferrarin e
TA e GM n
et al., 200
cular parec
sistema de
palmente 
extensores
Outro r
menor ativ
à func¸ão d
cularmente
A diminuic¸
tamente as
anteropost
mente, na
DP.
Terapias
ativac¸ão m
tradicional
rial cutâne
Kleiner et 
unilateral e
rítmica aud
padrão de 
os valores 
em sujeito
tos control
neuromusc
velocidade
reabilitac¸ã
Os ajust
sonianos sã
às alterac¸õ
pelas muda
bros inferio
i) menor 
ii) maior 
locomo
iii) maior cocontrac¸ão de antagonistas flexores plantares e
dorso-flexores do tornozelo
iv) ativac¸ão mais tônica ou contínua de músculos dos mem-
bros inferiores.
ilita
ven
as sã
iona
tosa
imula
 (Ve
 2011
de c
otore
avia
é o c
tod
am m
s pac
ios m
do-s
iar t
Bega
nte d
terio
rvisi
s, d
a o
toma
Soar
nd e 
tre 
alme
 mo
ehl 
s co
isso
gico
 2014
com 
 2014
acor
eira
astan
ilita
os c
imen
 2005
para
cien
ro m
stan
to d
arece
efica
 velo
 são
 área
as (1,08 km.h-1) de caminhada o músculo TA apre-
r ativac¸ão nos sujeitos com DP do que no GC
al., 2003; Chastan et al., 2009).
ativac¸ão do GM durante a caminhada é muito mais
nos parkinsonianos com congelamento da mar-
ostram uma perda de adaptac¸ão com a variac¸ão
ade de locomoc¸ão. Nessa situac¸ão de variac¸ão
de, o efeito do congelamento é mais pronunci-
ac¸ão ao padrão temporal de ativac¸ão do que em
agnitude de ativac¸ão (Rochester et al., 2009).
da baixa ativac¸ão eletromiográfica durante a
, existe uma ativac¸ão contínua de baixa inten-
fase de apoio nos músculos reto femoral e
ranoso (Mitoma et al., 2000; Ferrarin et al.,
e padrão subtônico pode estar relacionado ao
a gerac¸ão de momento extensor interno resul-
postura mais flexionada de joelho e quadril
t al., 2007) aliado a uma cocontrac¸ão maior de
a fase de suporte em Parkinsonianos (Rochester
9). Esse padrão menos fásico de ativac¸ão mus-
e ser uma estratégia compensatória advinda do
 feedback proprioceptivo prejudicado, princi-
dos músculos flexores plantares do tornozelo e
 do joelho.
eflexo importante baseado nas evidências de
ac¸ão do GM durante o apoio da marcha se refere
o GM como propulsor horizontal do corpo, parti-
 na fase final do apoio (Gottschall e Kram, 2003).
ão da atividade muscular do GM pode estar dire-
sociada à diminuic¸ão de forc¸as de reac¸ão do solo
eriores (Rochester et al., 2009) e, consequente-
 menor velocidade de marcha de sujeitos com
 recentes têm tentado diminuir as alterac¸ões de
uscular da caminhada de sujeitos com DP. Além do
 uso da substância levodopa, a estimulac¸ão senso-
a plantar (Jenkins et al., 2009; Galli et al., 2015;
al., 2015), a estimulac¸ão do núcleo subtalâmico
 bilateral (Ferrarin et al., 2007) e a estimulac¸ão
itiva (Fernandez e Cudeiro,2003) modificam o
ativac¸ão muscular durante a caminhada e tornam
de pico e tempos de contrac¸ão da caminhada
s com DP mais próximos dos valores de sujei-
e. No tabela 2 é possível observar os parâmetros
ulares da marcha parkinsoniana em diferentes
s, bem como as respostas de intervenc¸ões de
o da locomoc¸ão de DP.
es neuromusculares durante a marcha de Parkin-
o explicados, no mínimo parcialmente, devido
es no controle da atividade cortical, observado
nc¸as nos padrões de ativac¸ão muscular de mem-
res, relacionados resumidamente a seguir:
ativac¸ão de GM durante apoio;
ativac¸ão de TA em velocidades muito baixas de
c¸ão;
Reab
inter
Divers
a func
camen
de est
lation)
et al.,
tativa 
não m
Tod
como 
são mé
provoc
80% do
distúrb
Soman
gerenc
a QV (
Dia
das an
e supe
3 veze
ser um
os sin
2009; 
Zigmo
Den
especi
sobre a
(Prodo
mático
Além d
psicoló
et al.,
entes 
et al.,
De 
em est
sido b
a reab
cionad
compr
et al.,
tribui 
dos pa
Out
DP, ba
namen
solo p
muito 
ria da
visuais
base ---
c¸ão da marcha e programas de
c¸ão
o as formas de intervenc¸ões que buscam reabilitar
lidade dos pacientes com DP. Intervenc¸ões medi-
s (Stansley e Yamamoto, 2014), neurocirúrgicas
c¸ão cerebral profunda (DBS --- Deep Brain Stimu-
rcruysse et al., 2014) e não cirúrgicas (Alberts
; Kleiner et al., 2015) têm sido propostas na ten-
ontribuir para a melhoria de aspectos motores e
s da DP.
, terapêuticas que envolvem medicamentos,
aso do uso do Levodopa, e cirurgias como o DBS
os que, em longo prazo, trazem complicac¸ões e
uitos efeitos colaterais indesejáveis em cerca de
ientes com DP, tais como flutuac¸ões, discinesias e
entais (Santos et al., 2010; Kleiner et al., 2015).
e a isso, essas estratégias estão muito aquém de
odos os aspectos da doenc¸a que contribuem para
 e Zadikoff, 2014).
e todas as intervenc¸ões terapêuticas apresenta-
rmente, o exercício físico aeróbio sistematizado
onado, pelo menos com frequência semanal de
urac¸ão de 30 minutos por dia de treino, parece
pc¸ão eficaz e de baixo custo para amenizar
s deletérios da doenc¸a (Abbruzzese et al.,
es e Peyré-Tartaruga, 2010; Kluger et al., 2014;
Smeyne, 2014).
os principais benefícios do exercício aeróbio,
nte a caminhada, destaca-se maior impacto
bilidade funcional (Kluger et al., 2014), equilíbrio
et al., 2015; Ey et al., 2014), parâmetros cine-
mo parâmetros espac¸o-temporais da caminhada.
, é possível ter efeitos positivos sobre os aspectos
s, como a depressão (Ebersbach et al., 2014; Ey
; Tuon et al., 2014), e sobretudo na QV dos paci-
DP (Eijkeren et al., 2008; Ey et al., 2014; Kluger
).
do com alguns estudos, o treino da caminhada
 sem e com suspensão do peso corporal (SPC) tem
te eficiente para o desempenho motor e para
c¸ão da marcha, principalmente quando é rela-
om parâmetros biomecânicos, sobretudo como
to da passada e melhoria da velocidade (Peurala
). Além de ser um trabalho aeróbico, o que con-
 o desenvolvimento da independência funcional
tes (Soares e Peyré-Tartaruga, 2010).
étodo de treinamento da marcha de pessoas com
te usado, é o treino em pistas visuais. O trei-
a caminhada por meio de marcadores sobre o
 ter um efeito benéfico, uma vez que se torna
z na regulac¸ão do comprimento do passo e melho-
cidade de marcha (Dias et al., 2005). As pistas
 usadas para desviar a func¸ão dos núcleos da
 motora suplementar, para a área visual-motora,
Biomecânica da marcha na doenc¸a de Parkinson 455
Tabela 2 Parâmetros neuromusculares da marcha parkinsoniana após programas de intervenc¸ões de reabilitac¸ão, advindos de
estudos de marcha em sujeitos com DP e grupo controle
Autores dos
estudos
Populac¸ão
Sexo Idade
Método Músculos
analisados
Resultados principais
Dietz et a
(1995)
m
eira
Miller et a
(1996)
Mitoma et
(2000)
Albani et 
(2003)
Nota: AD
son, DT = d
iEMG = inte
-Máx. = sub
autosselec
cerebelo e
motora pre
Recente
atenc¸ão m
(Ebersbach
l. 14 DP
10 saudáveis
61 ± 11,4
60,6 ± 6
*Estudo
transversal;
*Caminhada e
Split-belt (est
dividida);
* Velocidades:
0,25-0,5-0,75- 1
m/s;
*Combinac¸ões de
velocidades
(0,5-1);
*Análise de 20
passadas;
l. 19 DP
18 saudáveis
71 ± 8;
67 ± 7;
*Estudo
longitudinal;
*3 semanas de
terapia de marcha
com música
durante 25 min;
*VAS;
*os testes foram
feitos de 90 a
120 min depois de
tomar o
medicamento;
 al. 16 DP;
14 atáxicos;
17 saudáveis
65,06 ± 0,9;
63,76 ± 7,7;
74,46 ± 5,8
*Estudo
transversal;
*VAS na esteira;
al. G1: 5 DP com
freezing
G2: 5 DP sem
freezing
G3: 7 saudáveis
63 anos *Estudo
transversal;
*Caminhada na
esteira;
*Diferentes
velocidades 0,3 e
1,5 m/s;
*1 min de
gravac¸ão;
 = adutores, BC = bíceps, BF = bíceps femural, CL = caminhada livre, 
eltoide, FL = fibular longo, EMG = eletromiografia, G = grupo, GM = gas
gral eletromiográfica, M = mulher, RF = reto femural, SO = sóleo, Spl
máximo, TA = tibial anterior, take-off = momento de despregue do pé com
ionada de caminhada, VL = vasto lateral, VM = vasto medial, x = dado não
 córtex pré-motor, a fim de regular a func¸ão
judicada (Marinho et al., 2014).
mente, a caminhada nórdica tem recebido uma
aior para a reabilitac¸ão de pessoas com DP
 et al., 2010; Fritz et al., 2011; Eijkeren et al.,
2008; Reut
temática s
Tschentsch
intervenc¸ã
com 831 pa
*TA das duas
pernas;
*GM das duas
pernas;
*↑ da atividade
muscular do TA e GM,
na caminhada normal e
na Split-belt;
*A atividade muscular
foi maior no TA que no
GM, mas sem diferenc¸a
significativa;
*O estudo sugere que a
↓ da atividade dos
extensores da coxa
deteriora a caminhada.
*EMG: GM; TA; e
VL;
*A maior diferenc¸a
entre os 3 músculos foi
com o GM;
*A simetria do TA nos
dois grupos não teve
diferenc¸a significativa;
*As 3 semanas de
terapia melhoraram a
velocidade na marcha.
*EMG: GC; TA;
GM, VL, BF; AD;
*↓ ativac¸ão muscular
do GC e TA na VAS
parkinsoniana;
*↑ativac¸ão muscular do
GC e TA na VAS dos
sujeitos com ataxia;
*EMG: TA medial;
TA lateral; GM
medial e GM
lateral;
*↑ da atividade
muscular do TA lateral
e medial em B1, mais
que B2 e B3;
*↑ da atividade do TA
lateral em B2, mais
que B3, sem diferenc¸as
significativas em TA
medial;
*↓ da ativac¸ão de GM
na fase de apoio em
B1. Não há diferenc¸as
entre B2 e B3.
CN = caminhada nórdica, DP = Doenc¸a de Parkin-
trocnêmio medial, GMx = glúteo médio, H = homem,
it- belt = esteira dividida, ST = semitendinoso, sub-
 o solo, TR = tríceps, V = velocidades, VAS = velocidade
 informado, ↑ = aumento, ↓ = reduc¸ão.
er et al., 2011). Uma revisão de literatura sis-
obre os efeitos da caminhada nórdica feita por
er et al. (2013), na qual avaliaram 16 estudos com
o, 1.062 pacientes e 11 estudos observacionais
cientes, entre eles sujeitos com DP, concluiu que
456 Monteiro EP et al.
os efeitos da caminhada nórdica, em curto e longo prazo,
sobre a frequência cardíaca, o consumo máximo de oxigênio,
QV e outros parâmetros de saúde, são superiores nos progra-
mas de caminhada nórdica comparados com caminhadalivre
e jogging.
De acor
nórdica par
cionais da 
na literatu
tratar de u
estudos esp
nha nórdic
Assim, f
cos que en
parâmetros
de equilíb
eletromiog
damentais 
risco de qu
Conclusã
Pode-se co
biomecânic
normal da 
variabilida
e quadril, 
diminuic¸ão
velocidade
o que comp
os program
esteira, co
ais, plataf
contribuir 
mencionad
parâmetros
poucos est
biomecânic
sas aponta
para a reab
Dessa fo
cícios físic
DP, que e
considerac¸
-temporais
para reabil
Não fo
estudos da
cânicos co
sugerem-se
vez que si
como ramp
pessoas. Po
bilidade di
ambientes,
clínicas em
Apoio fin
Conselho 
Tecnológico
483510/2013. Elren Monteiro recebeu bolsa de mestrado
da Coordenac¸ão de Aperfeic¸oamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes).
itos
ores
eci
po L
ênc
zese 
ning 
9;45:
G, Sa
t al.
on du
3;18(
 JL, L
bike,
ase. 
 Espi
cle c
mati
n Res
, Zad
inson
ed pr
et O,
et al
 effe
ro P,
t al.
s of 
ase. 
 N, W
cts o
atien
 Kun
uenc
inson
 Frag
as vis
Movim
 Zijls
 in Pa
. Ele
ch G
t al. 
T1BIG
ch G
mpac
inson
 Reha
n FJM
m BR
 Mov
 SA, 
ility 
Doers
l. Pha
ase i
do com esses achados, programas de caminhada
ecem ser promissores para esses parâmetros fun-
locomoc¸ão humana. Entretanto, não há consenso
ra quanto aos protocolos de intervenc¸ão por se
m método recente. Necessita-se, portanto, de
ecíficos sobre parâmetros biomecânicos da cami-
a em DP.
azem-se necessários protocolos de exercícios físi-
globem o treinamento da marcha e considerem
 de estabilidade dinâmica, espac¸o-temporais e
rio, assim como a melhoria postural, padrões
ráficos e cinemáticos da caminhada, pois são fun-
para respostas de reabilitac¸ão e parâmetros para
edas.
o
ncluir que as principais alterac¸ões nos aspectos
os de pessoas com DP, no que se refere ao padrão
caminhada, são: instabilidade, alterac¸ão no CM,
de de marcha, reduc¸ão da dissociac¸ão do tronco
gasto energético elevado durante a caminhada,
 da amplitude angular, reduc¸ão do CP, do FP, da
 e baixa ativac¸ão muscular durante a caminhada,
romete as AVDs e interferem na QL. Entretanto,
as de exercícios, como caminhada no solo, na
m e sem suspensão do peso corporal, pistas visu-
orma vibratória e caminhada nórdica, parecem
para melhoria funcional de todos os aspectos
os anteriormente, especialmente sobre a VAS e os
 espac¸o-temporais da marcha. Contudo, ainda há
udos com a caminhada nórdica sobre os aspectos
os, mas os resultados apresentados pelas pesqui-
m que esse método parece ser bastante eficiente
ilitac¸ão.
rma, fazem-se necessários protocolos de exer-
os, para minimizar os efeitos provenientes da
nglobem treinamento da marcha e levem em
ão parâmetros de estabilidade dinâmica, espac¸o-
, cinemáticos, eletromiográficos e de equilíbrio,
itac¸ão dessa marcha patológica.
ram encontrados, até o presente momento,
 caminhada relacionados com os aspectos biome-
m inclinac¸ão e diferentes ambientes. Portanto,
 futuros estudos com esses parâmetros, uma
tuac¸ões de caminhada em terrenos inclinados,
as e escadas, estão presentes no cotidiano dessas
rtanto, é preciso conhecer os padrões de esta-
nâmica, ativac¸ão muscular e cinemática nesses
 para servirem de parâmetros para intervenc¸ões
 pacientes com DP.
anceiro
Nacional de Desenvolvimento Científico e
 (CNPq), Edital Universal, projeto número:
Confl
Os aut
Agrad
Ao Gru
Refer
Abbruz
lear
200
Albani 
R, e
vati
200
Alberts
the 
dise
Arias P,
mus
kine
Brai
Bega D
Park
enc
Beauch
FR, 
lity:
Caliand
PI, e
tern
dise
Chastan
Effe
in p
Cho C,
Freq
park
Dias N,
pist
em 
Dietz V,
gait
tion
Ebersba
A, e
LSV
Ebersba
A. I
Park
Med
Eijkere
Bloe
ase.
England
stab
Ey UC, 
et a
dise
 de interesse
 declaram não haver conflitos de interesse.
mentos
ocomotion/UFRGS, pelas discussões e sugestões.
ias
G, Trompetto C, Marinelli L. The rationale for motor
in Parkinson’s disease. Eur J Phys Rehabil Med
209---14.
ndrini G, Kunig G, Martin-Soelch C, Mauro A, Pignatti
 Differences in the EMG pattern of leg muscle acti-
ring locomotion in Parkinson’s disease. Funct Neurol
3):165---70.
inder SM, Penko AL, Lowe MJ, Phillips M. It is not about
 it is about the pedaling: forced exercise and Parkinson’s
Exerc Sport Sci Rev 2011;39(4):177---86.
nosa N, Robles-Garcia V, Cao R, Cudeiro J. Antagonist
o-activation during straight walking and its relation to
cs: insight from young, elderly and Parkinson’s disease.
 2012;1455:124---31.
ikoff C. Complementary & alternative management of
’s disease: an evidence-based review of eastern influ-
actices. J Mov Dis 2014;7(2):57---66.
 Annweiler C, Lecordroch Y, Allali G, Dubost V, Herrmann
. Walking speed-related changes in stride time variabi-
cts of decreased speed. J Neuro Eng Rehab 2009;6:32---7.
 Ferrarin M, Cioni M, Bentivoglio AR, Minciotti I, D’urso
 Levodopa effect on electromyographic activation pat-
tibialis anterior muscle during walking in Parkinson’s
Gait Posture 2011;33(3):436---41.
estby GW, Yelnik J, Bardinet E, Do MC, Agid Y, et al.
f nigral stimulation on locomotion and postural stability
ts with Parkinson’s disease. Brain 2009;132(1):172---84.
in M, Kudo K, Osaki Y, Olanow CW, Cohen B, et al.
y-velocity mismatch: a fundamental abnormality in
ian gait. J Neurophysiol 2010;103(1):1478---89.
a DA, Cacho EWA, Oberg TD. Treino de marcha com
uais no paciente com doenc¸a de Parkinson. Fisioterapia
ento 2005;18(4):43---51.
tra W, Prokop T, Berger W. Leg muscle activation during
rkinson’s disease: adaptation and interlimb coordina-
ctroencephalogr Clin Neurophysiol 1995;97(6):408---15.
, Ebersbach A, Edler D, Kaufhold O, Kusch M, Kupsch
Comparing exercise in Parkinson’s disease --- The Berlin
 Study. Movement Disorders 2010;25(12):1902---8.
, Ebersbach A, Gandor F, Wegner B, Wissel J, Kupsch
t of physical exercise on reaction time in patients with
’s disease-data from the Berlin BIG Study. Arch Phys
bil 2014;95(5):996---1003.
, Reijmers RSJ, Kleinveld MJ, Minten A, Bruggen JP,
. Nordic walking improves mobility in Parkinson’s dise-
ement Disorders 2008;23(15):1792---7.
Granata KP. The influence of gait speed on local dynamic
of walking. Gait & Posture 2007;25(2):172---8.
chug KC, Magnotta V, Dawson JD, Thomsen TR, Kline JN,
se I/II randomized trial of aerobic exercise in Parkinson
n a community setting. Neurology 2014;83(5):413---25.
Biomecânica da marcha na doenc¸a de Parkinson 457
Fernandez del Olmo M, Cudeiro J. A simple procedure using audi-
tory stimuli to improve movement in Parkinson’s disease: a pilot
study. Neurol Clinical Neurophysiol 2003;2003(2):1---7.
Ferrarin M, Carpinella I, Rabuffetti M, Rizzone M, Lopiano L,
Crenna P. Unilateraland bilateral subthalamic nucleus stimu-
lation in Parkinson’s disease: effects on EMG signals of lower
limb muscles during walking. IEEE Trans Neural Syst Rehabil Eng
2007;15(2):182---9.
Frazzitta G,
The ben
progress
Fritz B, Rom
influence
Parkinson
Galli M, Klei
Timed Up
bining to
after aut
Int J Eng
Gallo PM, M
versus no
Parkinson
Gottschall 
required
2003;94(
Hamlet S, G
Roman C
informac¸
Hausdorff JM
N. Impai
subjects
Herman T, G
intensive
patients 
Rehabil 2
Ivkovic V, K
variation
2011;15:
Jenkins ME,
JD, John
single-lim
individua
Nov 2009
Kleiner A, G
et al. Th
tified by
Mechanic
2015;201
Kluger BM, B
tively M
Mid-stag
Marinho MS,
Parkinson
rizados. 
Merello M, 
center o
patients 
2010;25(
Miller RA, Th
metry an
Electroe
Mitoma H, H
parkinso
grams, a
Sci 2000;
Morris ME, Iansek R, Matyas TA, Summers JJ. Stride length regulation
in Parkinson’s disease. Normalization strategies and underlying
mechanisms. Brain 1996;119:551---68.
Morris M, Iansek R, Matyas TA, Mcginley J, Huxham F. Three-
-dimensional gait biomechanics in Parkinson’s disease: evidence
for a centrally mediated amplitude regulation disorder. Move-
ment Disorders 2005;20(1):839---45.
Morris ME, Martin C, Mcginley JL, Huxham F, Menz H, Taylor N, et al.
ocol for a homebased integrated physical therapy program
educe
ase. 
 HBD
ade 
fluên
--65.
 H, 
ess o
king 
;86(
hl J, R
et al.
arkin
roreh
I, Me
cts o
ic w
;201
er L,
 rhyt
ase a
;24(
BA, 
ecân
ceito
;23:
GS, 
físico
;24:
 O, N
ers I
son w
;86(
y BJ, 
 in a 
r 201
sche
ic w
;44(
 Valv
et al
crea
ase. 
sse 
wbo
ic nu
pect
;85(
, de 
t al. 
ce d
 Park
d MJ
how 
---7.
 Balbi P, Maestri R, Bertotti G, Boveri N, Pezzoli G.
eficial role of intensive exercise on Parkinson disease
ion. Am J Phys Med Rehabil 2013;92(6):523---32.
bach S, Godau J, Berg D, Horstmann T, Grau S. The
 of nordic walking training on sit-to-stand transfer in
 patients. Gait & Posture 2011;34:234---8.
ner A, Gaglione M, Sale P, Albertini G, Stocchib F, et al.
 and Go test and wearable inertial sensor: a new com-
ol to assess change in subject with Parkinson’s disease
omated mechanical peripheral stimulation treatment.
 Innovative Tech 2015;4:155---63.
cisaac TL, Garber CE. Walking economy during cued
n-cued self-selected treadmill walking in persons with
’s disease. J Parkinsons Dis 2014;4:705---16.
JS, Kram R. Energy cost and muscular activity
 for propulsion during walking. J Appl Physiol
5):1766---72.
eisinger D, Ferreira ED, Nogueira S, Arocena S, San
, et al. Equilíbrio na doenc¸a de Parkinson alterando as
ões visuais. Braz J Otorhinolaryngol 2011;77(5):651---5.
, Schaafsma JD, Balash Y, Bartels AL, Gurevich T, Giladi
red regulation of stride variability in Parkinson’s disease
 with freezing of gait. Exp Brain Res 2003;149:187---94.
iladi N, Gruendlinger L, Hausdorff JM. Six weeks of
 treadmill training improves gait and quality of life in
with Parkinson’s disease: a pilot study. Arch Phys Med
007;88:1154---8.
urz MJ. Parkinson’s disease influences the structural
s present in the leg swing kinematics. Motor Control
359---417.
 Almeida QJ, Spaulding SJ, van Oostveen RB, Holmes
son AM. Plantar cutaneous sensory stimulation improves
b support time, and EMG activation patterns among
ls with Parkinson’s disease. Parkinsonism Relat Disord
;15(9):697---702.
alli M, Gaglione, M, Hildebrand D, Sale P, Albertini G,
e Parkinsonian Gait Spatiotemporal Parameters Quan-
 a Single Inertial Sensor before and after Automated
al Peripheral Stimulation Treatment. Parkinson’s Dis
5:390512.
rown RP, Aerts S, Schenkman M. Determinants of Objec-
easured Physical Functional Performance in Early to
e Parkinson Disease. PM R 2014;6:992---8.
 Chaves PM, Tarabal TO. Dupla-tarefa na doenc¸a de
: uma revisão sistemática de ensaios clínicos aleato-
Rev Bras Geriatr Gerontol 2014;17:191---9.
Fantacone N, Balej J. Kinematic study of whole body
f mass position during gait in Parkinson’s disease
with and without festination. Movement Disorders
6):747---54.
aut MH, McIntosh GC, Rice RR. Components of EMG sym-
d variability in parkinsonian and healthy elderly gait.
ncephalogr Clin Neurophysiol 1996;101(1):1---7.
ayashi R, Yanagisawa N, Tsukagoshi H. Characteristics of
nian and ataxic gaits: a study using surface electromyo-
ngular displacements and floor reaction forces. J Neurol
174:22---39.
Prot
to r
dise
Oliveira
bilid
a in
559-
Peurala
ven
Wal
2005
Prodoe
CL, 
in P
Neu
Reuter 
Effe
Nord
2011
Rochest
tory
dise
2009
Santos 
biom
con
2010
Soares 
cio 
2010
Sofuwa
Jonk
pari
2005
Stansle
rons
The
Tschent
Nord
2013
Tuon T,
TF, 
a de
dise
Vercruy
Nieu
lam
pros
2014
Wild LB
E, e
man
with
Zigmon
so, 
S123
 falls and improve mobility in people with Parkinson’s
BMC Neurol 2012;92(11):1395---410.
, Rosa RGD, Gomen˜uka NA, Peyré-Tartaruga LA. Esta-
dinâmica da caminhada de indivíduos hemiparéticos:
cia da velocidade. Rev. Educ. Fis/UEM 2013;24(4):
Tarkka IM, Pitkänen K, Sivenius J. The Effecti-
f Body Weight-Supported Gait Training and Floor
in Patients With Chronic Stroke. Arch Phys Med Rehab
8):1557---64.
afferty MR, David FJ, Poon C, Vaillancourt DE, Comella
 Two-year exercise program improves physical function
son’s disease: the PRET-PD randomized clinical trial.
abil Neural Repair 2015;29(2):112---22.
hnert S, Leone P, Kaps M, Oechsner M, Engelhardt M.
f a flexibility and relaxation programme,walking, and
alking on Parkinson’s disease. Journal of Aging Research
1(1):1---18.
 Burn DJ, Woods G, Godwin J, Nieuwboer A. Does audi-
hmical cueing improve gait in people with Parkinson’s
nd cognitive impairment? A feasibility study. Mov Disord
6):839---45.
Castro FAS, Bona RL, Peyré-tartaruga LA. Aspectos
icos e Fisiológicos da fadiga na locomoc¸ão humana:
s, mecanismos e aplicac¸ões. Ciência em Movimento
89---98.
Peyré-Tartaruga LA. Doenc¸a de Parkinson e exercí-
: uma revisão da literatura. Ciência em Movimento
69---86.
ieuwboer A, Desloovere K, Willems AM, Chavret F,
. Quantitative gait analysis in Parkinson’s disease: com-
ith a healthy control group. Arch Phys Med Rehabil
5):1007---13.
Yamamoto BK. Chronic l-Dopa Decreases Serotonin Neu-
Subregion of the Dorsal Raphe Nucleus. J Pharmacol Exp
4;351(2):440---7.
r M, Niederseer D, Niebauer J. Health benefits of
alking. A systematic review. Am J Preventive Med
1):76---84.
assori SS, Dal Pont GC, Paganini CS, Pozzi BG, Luciano
. Physical training prevents depressive symptoms and
se in brain-derived neurotrophic factor in Parkinson’s
Brain Res Bull 2014;108C:106---12.
S, Vandenberghe W, Munks L, Nuttin B, Devos H,
er A. Effects of deep brain stimulation of the subtha-
cleus on freezing of gait in Parkinson’s disease: a
ive controlled study. J Neurol Neurosurg Psychiatry
8):871---7.
Lima DB, Balardin JB, Rizzi L, Giacobbo BL, Bromberg
Rieder characterization of cognitive and motor perfor-
uring dual-tasking in healthy older adults and patients
inson’s disease. J Neurol 2013;260(2):580---9.
, Smeyne RJ. Exercise: is it a neuroprotective and if
does it work? Parkinsonism Relat Disord 2014;20(1):Aspectos biomecânicos da locomoção de pessoas com doença de Parkinson: revisão narrativa
	Introdução
	Metodologia
	Locomoção de sujeitos com doença de Parkinson: aspectos cinemáticos
	Estabilidade dinâmica da marcha na doença de Parkinson
	Atividade eletromiográfica na marcha da doença de Parkinson
	Reabilitação da marcha e programas de intervenção
	Conclusão
	Apoio financeiro
	Conflitos de interesse
	Agradecimentos
	Referências

Mais conteúdos dessa disciplina