Prévia do material em texto
Rev Bras Ciênc Esporte. 2017;39(4):450---457 www.rbceonline.org.br Revista Brasileira de CIÊNCIAS DO ESPORTE ARTIGO Aspec de pessoas com doenc¸a de Parkinson: revisão narrativa Elren Passos Monteiroa,b,c, Lúcia Bartmann Wildd, Flávia Gomes Martineza, Aline de b a,∗ a Universida Laboratório b Universida RS, Brasil c Hospital d d Pontifícia RS, Brasil Recebido em Disponível n PALAVR Cinemát Eletromi Marcha p Parkinso primário ∗ Autor pa E-mail: l http://dx.d 0101-3289/© licenc¸a CC B Souza Pagnussat e Leonardo A. Peyré-Tartaruga de Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduac¸ão em Ciências do Movimento Humano, de Pesquisa do Exercício, Porto Alegre, RS, Brasil de Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Programa de Pós-Graduac¸ão em Ciências da Saúde, Porto Alegre, e Clínicas de Porto Alegre, Setor de Pesquisas em Distúrbios do Movimento, Porto Alegre, RS, Brasil Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Laboratório de Biologia Desenvolvimental e Neurobiologia, Porto Alegre, 7 de dezembro de 2015; aceito em 30 de julho de 2016 a Internet em 27 de agosto de 2016 AS-CHAVE ica; ografia; atológica; nismo Resumo A presente revisão narrativa tem por objetivo analisar os aspectos biomecânicos da locomoc¸ão e os efeitos de intervenc¸ões nos padrões da marcha de pessoas com doenc¸a de Parkinson (DP). Fez-se uma pesquisa bibliográfica no banco de dados dos sistemas SciELO e PubMed, com as seguintes palavras: human locomotion, biomechanics, pathologic gait e Parkinson’s disease, em periódicos nacionais e internacionais. Concluímos que as principais alterac¸ões biomecânicas são nos parâmetros espac¸otemporais, como menor comprimento de passada e estabilidade dinâmica, além da baixa ativac¸ão muscular nos músculos propulsores, bem como menor velocidade autosselecionada da marcha. Fazem-se necessários protocolos de treinamento de caminhada que considerem esses parâmetros para auxiliar a reabilitac¸ão da marcha de pessoas com DP. © 2016 Cole´gio Brasileiro de Cieˆncias do Esporte. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este e´ um artigo Open Access sob uma licenc¸a CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/). ra correspondência. eonardo.tartaruga@ufrgs.br (L.A. Peyré-Tartaruga). oi.org/10.1016/j.rbce.2016.07.003 2016 Cole´gio Brasileiro de Cieˆncias do Esporte. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este e´ um artigo Open Access sob uma Y-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/). DE REVISÃO tos biomecânicos da locomoc¸ão Biomecânica da marcha na doenc¸a de Parkinson 451 KEYWORDS Kinematic; Electromyography; Patholog Parkinso Biomechanical aspects of locomotion people with Parkinson’s disease: review study Abstract The purpose of this review was to analyze the biomechanical aspects of walking (PD), as well as to examine the effects of intervention a b s: h tern atio romy eem o Es C-ND PALABR Cinemát Electrom Marcha p Parkinso primario oció por rven rea sigu pathologic gait y Parkinson’s disease, en revistas nacionales e internacionales indexadas. Se llegó a la conclusión de que las principales alteraciones biomecánicas se encuentran en los parámetros espacio-temporales, como menor longitud de la zancada y estabilidad dinámica, además de una baja activación electromiográfica de los músculos propulsores, como menor velocidad autoseleccionada de la marcha. Estos resultados convierten en necesarios protocolos Introduc¸ A doenc¸a d crônica, pr caracteriza -sinucleína que geram os neurôni et al., 201 sistema ex base (NB) e mentos que et al., 201 Os princ tremores d rais (Wild e e reduc¸ão dificuldade com a dific de entrenamiento de la marcha que tengan en cuenta estos parámetros para la rehabilitación de personas con EP. © 2016 Cole´gio Brasileiro de Cieˆncias do Esporte. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este es un art´ıculo Open Access bajo la licencia CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/). ão e Parkinson (DP) é uma desordem neurológica, ogressiva e polissintomática. A fisiopatologia se pelo acúmulo de uma proteína chamada de alfa- e inclusões intraneuronais de corpos de Lewy, perdas seletivas de populac¸ões celulares, como os dopaminérgicos na via nigro-estriada (Kleiner 5). Somando-se a isso, ocorre uma desordem no trapiramidal, que é composto pelos núcleos da o tálamo, no qual promovem distúrbios dos movi- podem ser hipercinéticos ou hipocinéticos (Gallo 4). ipais sintomas clínicos motores se constituem em e repouso, rigidez muscular e alterac¸ões postu- t al., 2013). Outros distúrbios, como bradicinesia de movimentos, constituem uma das maiores s dos pacientes e eles podem estar associados uldade de iniciar a marcha, devido à reduc¸ão da velocidade, do equilíbrio e à instabilidade estática e dinâ- mica, fatores que são preponderantes para a marcha patológica (Cho et al., 2010). Na caminhada parkinsoniana, os padrões de atividade muscular da marcha são alterados e são principalmente caracterizados pela baixa ativac¸ão do gastrocnêmio medial (GM). Esse padrão é muito mais acentuado nos pacientes parkinsonianos com freezing, que demonstram uma perda de adaptac¸ão da atividade muscular com a variac¸ão da velo- cidade de locomoc¸ão (Albani et al., 2003; Rochester et al., 2009; Kleiner et al., 2015). Está documentado na literatura que o treinamento da caminhada em diferentes situac¸ões, em esteira, com sus- pensão do peso corporal e com pistas visuais, parece ser promissor para a melhoria da marcha parkinsoniana (Soares e Peyré-Tartaruga, 2010; Reuter et al., 2011). Contudo, os estudos encontrados são superficiais no que diz res- peito à prescric¸ão de treinamento para a reabilitac¸ão da locomoc¸ão. E ainda não estão claros quanto aos benefícios ic gait; nism in individuals with Parkinson’s disease on gait pattern of PD. We carried out and PubMed, using the following word Parkinson’s disease, in national and in walking biomechanics are related to sp mical stability, as well as reduced elect self-selected speed. These outcomes s for rehabilitation of gait in PD. © 2016 Cole´gio Brasileiro de Cieˆncias d open access article under the CC BY-N nc-nd/4.0/). AS CLAVE ica; iografía; atológica; nismo Aspectos biomecánicos de la locom una revisión Resumen La presente revisión tiene locomoción y los efectos de las inte con enfermedad de Parkinson (EP). Se datos SciELO y PubMed, utilizando las ibliographic search on electronic databases SciELO uman locomotion, biomechanics, pathologic gait e ational scientific journals. The main alterations on temporal parameters, lower stride length and dyna- ographic activation on propulsion muscles and lower to be important targets in walking training protocols porte. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an license (http://creativecommons.org/licenses/by- n de personas con enfermedad de Parkinson: objetivo analizar los aspectos biomecánicos de la ciones en los patrones de la marcha en personas lizó una investigación bibliográfica en las basesde ientes palabras: human locomotion, biomechanics, 452 Monteiro EP et al. das intervenc¸ões sobre os parâmetros biomecânicos da mar- cha nessa populac¸ão. Nesse sentido, o objetivo da presente revisão é identificar as principais alterac¸ões biomecânicas da marcha de pessoas com DP e os benefícios das intervenc¸ões terapêuticas sobre essas alter Metodolo Fez-se uma dados dos s vras: huma Parkinson’s nais de 200 aos idioma baseado na gos mais re partir dessa 1 --- Locomo 2 --- Estabil vidade elet Reabilitac¸ã Locomoc¸ Parkinso As deficiên na DP. Elas reduzido co passada (F e maior va relac¸ão ao et al., 2010 exemplo, n sujeitos co selecionad controle o mos sujeito nos parkins Na DP o move qued a FP (festin et al., 200 que alteram lentidão de ciar esses m que é sens que é a fa 2005). Out cha de park ser um fato dade da loc Frazzitta e O impul o controle lidade de avaliam o e (Caliandro parâmetros de medica trole --- GC) DP houve uma reduc¸ão significativa nos parâmetros espac¸o- -temporais, como o CP e a velocidade, em comparac¸ão com o GC. E ainda foi observado, por meio da cinemetria, que o grupo DP executou uma excursão de flexão plantar do tornozelo, marcadamente reduzida (a 50%-60% do ciclo da a). ros duc¸ã casio a em na inha ergé t et estu 2010 pac¸o nc¸a oc¸ão as p ient scap S, b res, es d s pa respo udos m p -tem o da form incip inh rea ncia ilid nso bilid cânic idida aria P, FP ade o risc emá ticul râm e de a ve a ma Beau pess ez q es d para ento , 20 ac¸ões biomecânicas. gia revisão da literatura científica nos bancos de istemas PubMed e SciELO com as seguintes pala- n locomotion, biomechanics, pathologic gait e disease, em periódicos nacionais e internacio- 0 a 2016. A pesquisa online dos artigos limitou-se s inglês e português e o critério de selec¸ão foi leitura crítica do material encontrado, os arti- levantes do tema proposto e os mais citados. A busca estruturamos a revisão da seguinte forma: c¸ão de sujeitos com DP: aspectos biomecânicos; idade dinâmica da marcha de Parkinson; 3 --- Ati- romiográfica na marcha de sujeitos com DP; 4 --- o da marcha e programas de intervenc¸ão. ão de sujeitos com doenc¸a de n: aspectos cinemáticos cias na marcha são observadas com frequência são: dificuldade da regulac¸ão espac¸o-temporal, mprimento de passada (CP), maior frequência de P), maior tempo do duplo apoio dos pés no chão riabilidade dos parâmetros espac¸o-temporais em s sujeitos saudáveis (Hausdorff et al., 2003; Cho ; Frazzitta et al., 2013; Kleiner et al., 2015). Por o estudo de Morris et al. (2012), o CP médio nos m Parkinson foi de 1,06 m na velocidade autos- a (VAS) de 0,99 m.s-1, enquanto que em sujeitos CP foi de 1,25 m na VAS de 1,30 m.s-1. Nesses mes- s e condic¸ões, a FP foi de 125 passos por minuto onianos e 112 passos por minuto. parâmetro que mais prejudica a caminhada e pro- as é a reduc¸ão do CP, a incapacidade de controlar ac¸ão) e a alterac¸ão nos padrões posturais (Morris 5; Cho et al., 2010). Os fatores neurofuncionais a dinâmica da locomoc¸ão são a diminuic¸ão e a movimentos (bradicinesia), a dificuldade de ini- ovimentos por causa do freezing (congelamento, ac¸ão de estar ‘‘colado’’ ao solo) e a acinesia, lta ou ausência de movimento (Sofuwa et al., ro mecanismo envolvido na modificac¸ão da mar- insonianos é a disfunc¸ão colinérgica, que parece r preditivo importante para a reduc¸ão da veloci- omoc¸ão nessa populac¸ão (Rochester et al., 2009; t al., 2013). so dopaminérgico parece ser fundamental para de movimento e particularmente para a estabi- locomoc¸ão, como demonstrado em estudos que feito da substância levodopa em parkinsonianos et al., 2011). Sofuwa et al. (2005) compararam de marcha em DP durante a fase on do ciclo c¸ão com sujeitos idosos saudáveis (grupo con- e os resultados mostraram que em sujeitos com march Out e a re vica o march ferem da cam dio en Hamle Nos et al. ( tros es da doe locom -se que de pac turas e e da VA inferio Ess clínico das e os est analisa espac¸o ament Dessa dos, pr da cam para a pendê Estab Parki A esta biome subdiv -se à v como C velocid brio e da cin das ar dos pa ficient ED, um a ED d 2003; 2013). Em uma v situac¸õ tribui o aum et al. aspectos são a alterac¸ão nos padrões posturais o na coordenac¸ão das cinturas escapular e pél- nada pela rigidez muscular, o que caracteriza a blocos (Morris et al., 2005). Esses fatores inter- variabilidade dos parâmetros espac¸o-temporais da, promovem, dessa forma, um maior dispên- tico durante a locomoc¸ão (Merello et al., 2010; al., 2011). dos de marcha de Herman et al. (2007), Merello ) e Ivkovic e Kurz (2011) são descritos os parâme- -temporais da marcha parkinsoniana e os graus , bem como as intervenc¸ões de reabilitac¸ão da de DP. A partir dos estudos analisados, conclui- rincipais alterac¸ões biomecânicas da caminhada es com DP são: a reduc¸ão da dissociac¸ão das cin- ular e pélvica, o aumento da FP, a reduc¸ão do CP em como das amplitudes articulares dos membros como pode ser observado na tabela 1. escritores cinemáticos podem ser parâmetros ra a avaliac¸ão de mobilidade, risco de que- sta a intervenc¸ões de reabilitac¸ão. Entretanto, encontrados têm algumas lacunas, pois não arâmetros importantes, como os parâmetros porais da marcha, como CP e FP, a VAS r o estadi- doenc¸a, e não têm GC pareados por sexo e idade. a, tornam-se relevantes e necessários novos estu- almente relacionados aos aspectos biomecânicos ada, visto que esses parâmetros são importante bilitac¸ão da marcha, reduc¸ão de quedas, inde- funcional e QV desses sujeitos. ade dinâmica da marcha na doenc¸a de n ade dinâmica da marcha (ED) envolve aspectos os, de equilíbrio e de controle postural e está em global e local. A estabilidade global refere- bilidade dos parâmetros espac¸os-temporais, tais , tempo de contato (TC), tempo de balanc¸o (TB) e . Essa variável pode ser relacionada com o equilí- o de quedas. A ED local se refere à determinac¸ão tica angular e da variabilidade das amplitudes ac¸ões (England e Granata, 2007). A variabilidade etros espac¸o-temporais, representado pelo coe- variac¸ão (CoV), tem uma relac¸ão inversa com a z que quanto maior a variabilidade, menor será rcha e maior o risco de quedas (Hausdorff et al., chet et al., 2009; Cho et al., 2010; Oliveira et al., oas com DP o deslocamento do CM é alterado, ue há uma instabilidade postural, sobretudo nas e mudanc¸a de direc¸ão e velocidade, o que con- o aumento da variabilidade da marcha e para do gasto energético da caminhada (Hamlet 11). Esse aumento do gasto energético pode Biomecânica da marcha na doenc¸a de Parkinson 453 Tabela 1 Parâmetros espac¸o-temporais da marcha parkinsoniana, os graus da doenc¸a e as intervenc¸ões de reabilitac¸ão, advindos de estudosde marcha em sujeitos com DP e grupo controle Autores dos estudos Intervenc¸ão Velocidade (m.s-1) Estágio H&Y Grau UPDRS N sujeitos Idade (anos) FP CP Ivkovic e (2011) 9 9 21 Merello et (2010) 20 17 Cho et al. (2010) 10 7 Herman e (2007) ‘9 Hausdorff (2003) Morris et (1996) Dietz et a (1995) Nota: As a de passada o efeito da Parkinson’ ser explica quando o s reestabiliz dos múscul Rochester De form vez que os movimento frequentes da mobilid da coluna v muscular d assimetrias et al., 201 Essas a caminhada parâmetro ED da mar parâmetro nificativos respostas d Kurz Suspensão peso corporal VAS X X al. Piso VAS Fest.: 3 N. Fest.: 3 Fest.: 21,66 N. Fest.: 20,43 Esteira 0,6; 0,9; 1,2; 1,5; 1,8 e 2,1 Off: 2,9 On: 2,3 Off - 32,1 On - 21,6 t al. Esteira X X Pré-treino: 29,0 Pós-treino: 22,0 et al. Piso Freezing X X Off --- 44,3 On --- 25,6 32 al. Piso VAS X X 27 27 l. Esteira 0,25; 0,5; 0,75 e 1 X X 14 10 breviaturas correspondem a: CP = comprimento de passada; DP = Doenc¸a d , GC = grupo controle, H&Y = Hoehn e Yahr, ID = idosos saudáveis, JV = jove medicac¸ão, on = período ativo da medicac¸ão, VAS = velocidade autosse s Disease Rating Scale (Escala unificada de avaliac¸ão da Doenc¸a de Parki do pela estratégia adotada pelo controle motor ujeito aumenta o tempo de duplo-apoio para a ac¸ão postural, tem assim uma ativac¸ão excessiva os posturais e estabilizadores (Albani et al., 2003; et al., 2009). a geral, o indivíduo com DP é mais instável, uma parâmetros espac¸o-temporais e a magnitude dos s articulares são reduzidos e um dos danos mais pela reduc¸ão da flexibilidade é a diminuic¸ão ade do quadril, dos joelhos, dos tornozelos e ertebral, juntamente com a diminuic¸ão da forc¸a os membros inferiores e posturais, o que provoca no padrão e na velocidade da marcha (Hamlet 1). lterac¸ões promovem assimetrias durante a e consequentemente maior variabilidade dos s espac¸o-temporais, reduzem a velocidade e a cha (Beauchet et al., 2009). Dessa forma, esses s vêm sendo estudados por fornecer dados sig- para análises clínicas do risco de quedas e de e programas de reabilitac¸ão. Entretanto, pouco se conhece voso centr locomoc¸ão velocidade Atividad da doenc¸ A eletromio usado para compreend dessa tare tria, ofere locomoc¸ão A ampli riores na ca com o acré (Arias et a DP (Albani ativac¸ão do DP ID JV DP (73,4) ID (74,8) JV (19,9) DP têm maiores variac¸ões na cinemática do balanc¸oda perna que os ID e JV. DP GC DP (68,4) GC (67,8) X Fest. ↓ N. Fest. ↓ GC ↑ DP GC DP (62,9) GC (36,6) DP - ↑ GC - ↓ DP - ↓ GC - ↑ DP DP (70) X Pré-treino - ↓ Pós-treino - ↑ DP DP (62) X X DP GC DP E GC (73,4) X DP --- ↓ GC - ↑ DP GC DP (61) GC (60,6) DP - ↑ GC - ↓ DP --- ↓ GC - ↑ e Parkinson, Fest. = marcha festinada, FP = frequência ns, N. Fest. = marcha não festinada, off = período sem lecionada, X = não informou o dado, UPDRS = Unified nson). sobre as estratégias adotadas pelo sistema ner- al (SNC) para o controle motor e ED durante a de parkinsonianos em situac¸ões de diferentes s. e eletromiográfica na marcha a de Parkinson grafia (EMG) constitui-se de um método bastante a análise clínica da marcha, principalmente para er os mecanismos que o SNC usa para execuc¸ão fa. O uso dessa técnica, associado à cineme- ce informac¸ões para uma análise integrativa da (Hausdorff et al., 2003). tude do sinal eletromiográfico em membros infe- minhada em sujeitos normais tende a aumentar scimo da velocidade e a inclinac¸ão do terreno l., 2012). Esse padrão persiste em sujeitos com et al., 2003), porém esses apresentam uma baixa s músculos gastrocnêmio (GM), sóleo (SL) e tibial 454 Monteiro EP et al. anterior (TA) quando comparados com os sujeitos normais (Rochester et al., 2009; Chastan et al., 2009). Esse padrão de ativac¸ão muscular reduzida também se confirma em sujeitos com Parkinson com e sem congela- mento da marcha, freezing. Ainda assim, em velocidades muito baix senta maio (Albani et A baixa acentuada cha, que m da velocid de velocida ado em rel relac¸ão à m Apesar caminhada sidade na semimemb 2007). Ess aumento d tante da (Ferrarin e TA e GM n et al., 200 cular parec sistema de palmente extensores Outro r menor ativ à func¸ão d cularmente A diminuic¸ tamente as anteropost mente, na DP. Terapias ativac¸ão m tradicional rial cutâne Kleiner et unilateral e rítmica aud padrão de os valores em sujeito tos control neuromusc velocidade reabilitac¸ã Os ajust sonianos sã às alterac¸õ pelas muda bros inferio i) menor ii) maior locomo iii) maior cocontrac¸ão de antagonistas flexores plantares e dorso-flexores do tornozelo iv) ativac¸ão mais tônica ou contínua de músculos dos mem- bros inferiores. ilita ven as sã iona tosa imula (Ve 2011 de c otore avia é o c tod am m s pac ios m do-s iar t Bega nte d terio rvisi s, d a o toma Soar nd e tre alme mo ehl s co isso gico 2014 com 2014 acor eira astan ilita os c imen 2005 para cien ro m stan to d arece efica velo são área as (1,08 km.h-1) de caminhada o músculo TA apre- r ativac¸ão nos sujeitos com DP do que no GC al., 2003; Chastan et al., 2009). ativac¸ão do GM durante a caminhada é muito mais nos parkinsonianos com congelamento da mar- ostram uma perda de adaptac¸ão com a variac¸ão ade de locomoc¸ão. Nessa situac¸ão de variac¸ão de, o efeito do congelamento é mais pronunci- ac¸ão ao padrão temporal de ativac¸ão do que em agnitude de ativac¸ão (Rochester et al., 2009). da baixa ativac¸ão eletromiográfica durante a , existe uma ativac¸ão contínua de baixa inten- fase de apoio nos músculos reto femoral e ranoso (Mitoma et al., 2000; Ferrarin et al., e padrão subtônico pode estar relacionado ao a gerac¸ão de momento extensor interno resul- postura mais flexionada de joelho e quadril t al., 2007) aliado a uma cocontrac¸ão maior de a fase de suporte em Parkinsonianos (Rochester 9). Esse padrão menos fásico de ativac¸ão mus- e ser uma estratégia compensatória advinda do feedback proprioceptivo prejudicado, princi- dos músculos flexores plantares do tornozelo e do joelho. eflexo importante baseado nas evidências de ac¸ão do GM durante o apoio da marcha se refere o GM como propulsor horizontal do corpo, parti- na fase final do apoio (Gottschall e Kram, 2003). ão da atividade muscular do GM pode estar dire- sociada à diminuic¸ão de forc¸as de reac¸ão do solo eriores (Rochester et al., 2009) e, consequente- menor velocidade de marcha de sujeitos com recentes têm tentado diminuir as alterac¸ões de uscular da caminhada de sujeitos com DP. Além do uso da substância levodopa, a estimulac¸ão senso- a plantar (Jenkins et al., 2009; Galli et al., 2015; al., 2015), a estimulac¸ão do núcleo subtalâmico bilateral (Ferrarin et al., 2007) e a estimulac¸ão itiva (Fernandez e Cudeiro,2003) modificam o ativac¸ão muscular durante a caminhada e tornam de pico e tempos de contrac¸ão da caminhada s com DP mais próximos dos valores de sujei- e. No tabela 2 é possível observar os parâmetros ulares da marcha parkinsoniana em diferentes s, bem como as respostas de intervenc¸ões de o da locomoc¸ão de DP. es neuromusculares durante a marcha de Parkin- o explicados, no mínimo parcialmente, devido es no controle da atividade cortical, observado nc¸as nos padrões de ativac¸ão muscular de mem- res, relacionados resumidamente a seguir: ativac¸ão de GM durante apoio; ativac¸ão de TA em velocidades muito baixas de c¸ão; Reab inter Divers a func camen de est lation) et al., tativa não m Tod como são mé provoc 80% do distúrb Soman gerenc a QV ( Dia das an e supe 3 veze ser um os sin 2009; Zigmo Den especi sobre a (Prodo mático Além d psicoló et al., entes et al., De em est sido b a reab cionad compr et al., tribui dos pa Out DP, ba namen solo p muito ria da visuais base --- c¸ão da marcha e programas de c¸ão o as formas de intervenc¸ões que buscam reabilitar lidade dos pacientes com DP. Intervenc¸ões medi- s (Stansley e Yamamoto, 2014), neurocirúrgicas c¸ão cerebral profunda (DBS --- Deep Brain Stimu- rcruysse et al., 2014) e não cirúrgicas (Alberts ; Kleiner et al., 2015) têm sido propostas na ten- ontribuir para a melhoria de aspectos motores e s da DP. , terapêuticas que envolvem medicamentos, aso do uso do Levodopa, e cirurgias como o DBS os que, em longo prazo, trazem complicac¸ões e uitos efeitos colaterais indesejáveis em cerca de ientes com DP, tais como flutuac¸ões, discinesias e entais (Santos et al., 2010; Kleiner et al., 2015). e a isso, essas estratégias estão muito aquém de odos os aspectos da doenc¸a que contribuem para e Zadikoff, 2014). e todas as intervenc¸ões terapêuticas apresenta- rmente, o exercício físico aeróbio sistematizado onado, pelo menos com frequência semanal de urac¸ão de 30 minutos por dia de treino, parece pc¸ão eficaz e de baixo custo para amenizar s deletérios da doenc¸a (Abbruzzese et al., es e Peyré-Tartaruga, 2010; Kluger et al., 2014; Smeyne, 2014). os principais benefícios do exercício aeróbio, nte a caminhada, destaca-se maior impacto bilidade funcional (Kluger et al., 2014), equilíbrio et al., 2015; Ey et al., 2014), parâmetros cine- mo parâmetros espac¸o-temporais da caminhada. , é possível ter efeitos positivos sobre os aspectos s, como a depressão (Ebersbach et al., 2014; Ey ; Tuon et al., 2014), e sobretudo na QV dos paci- DP (Eijkeren et al., 2008; Ey et al., 2014; Kluger ). do com alguns estudos, o treino da caminhada sem e com suspensão do peso corporal (SPC) tem te eficiente para o desempenho motor e para c¸ão da marcha, principalmente quando é rela- om parâmetros biomecânicos, sobretudo como to da passada e melhoria da velocidade (Peurala ). Além de ser um trabalho aeróbico, o que con- o desenvolvimento da independência funcional tes (Soares e Peyré-Tartaruga, 2010). étodo de treinamento da marcha de pessoas com te usado, é o treino em pistas visuais. O trei- a caminhada por meio de marcadores sobre o ter um efeito benéfico, uma vez que se torna z na regulac¸ão do comprimento do passo e melho- cidade de marcha (Dias et al., 2005). As pistas usadas para desviar a func¸ão dos núcleos da motora suplementar, para a área visual-motora, Biomecânica da marcha na doenc¸a de Parkinson 455 Tabela 2 Parâmetros neuromusculares da marcha parkinsoniana após programas de intervenc¸ões de reabilitac¸ão, advindos de estudos de marcha em sujeitos com DP e grupo controle Autores dos estudos Populac¸ão Sexo Idade Método Músculos analisados Resultados principais Dietz et a (1995) m eira Miller et a (1996) Mitoma et (2000) Albani et (2003) Nota: AD son, DT = d iEMG = inte -Máx. = sub autosselec cerebelo e motora pre Recente atenc¸ão m (Ebersbach l. 14 DP 10 saudáveis 61 ± 11,4 60,6 ± 6 *Estudo transversal; *Caminhada e Split-belt (est dividida); * Velocidades: 0,25-0,5-0,75- 1 m/s; *Combinac¸ões de velocidades (0,5-1); *Análise de 20 passadas; l. 19 DP 18 saudáveis 71 ± 8; 67 ± 7; *Estudo longitudinal; *3 semanas de terapia de marcha com música durante 25 min; *VAS; *os testes foram feitos de 90 a 120 min depois de tomar o medicamento; al. 16 DP; 14 atáxicos; 17 saudáveis 65,06 ± 0,9; 63,76 ± 7,7; 74,46 ± 5,8 *Estudo transversal; *VAS na esteira; al. G1: 5 DP com freezing G2: 5 DP sem freezing G3: 7 saudáveis 63 anos *Estudo transversal; *Caminhada na esteira; *Diferentes velocidades 0,3 e 1,5 m/s; *1 min de gravac¸ão; = adutores, BC = bíceps, BF = bíceps femural, CL = caminhada livre, eltoide, FL = fibular longo, EMG = eletromiografia, G = grupo, GM = gas gral eletromiográfica, M = mulher, RF = reto femural, SO = sóleo, Spl máximo, TA = tibial anterior, take-off = momento de despregue do pé com ionada de caminhada, VL = vasto lateral, VM = vasto medial, x = dado não córtex pré-motor, a fim de regular a func¸ão judicada (Marinho et al., 2014). mente, a caminhada nórdica tem recebido uma aior para a reabilitac¸ão de pessoas com DP et al., 2010; Fritz et al., 2011; Eijkeren et al., 2008; Reut temática s Tschentsch intervenc¸ã com 831 pa *TA das duas pernas; *GM das duas pernas; *↑ da atividade muscular do TA e GM, na caminhada normal e na Split-belt; *A atividade muscular foi maior no TA que no GM, mas sem diferenc¸a significativa; *O estudo sugere que a ↓ da atividade dos extensores da coxa deteriora a caminhada. *EMG: GM; TA; e VL; *A maior diferenc¸a entre os 3 músculos foi com o GM; *A simetria do TA nos dois grupos não teve diferenc¸a significativa; *As 3 semanas de terapia melhoraram a velocidade na marcha. *EMG: GC; TA; GM, VL, BF; AD; *↓ ativac¸ão muscular do GC e TA na VAS parkinsoniana; *↑ativac¸ão muscular do GC e TA na VAS dos sujeitos com ataxia; *EMG: TA medial; TA lateral; GM medial e GM lateral; *↑ da atividade muscular do TA lateral e medial em B1, mais que B2 e B3; *↑ da atividade do TA lateral em B2, mais que B3, sem diferenc¸as significativas em TA medial; *↓ da ativac¸ão de GM na fase de apoio em B1. Não há diferenc¸as entre B2 e B3. CN = caminhada nórdica, DP = Doenc¸a de Parkin- trocnêmio medial, GMx = glúteo médio, H = homem, it- belt = esteira dividida, ST = semitendinoso, sub- o solo, TR = tríceps, V = velocidades, VAS = velocidade informado, ↑ = aumento, ↓ = reduc¸ão. er et al., 2011). Uma revisão de literatura sis- obre os efeitos da caminhada nórdica feita por er et al. (2013), na qual avaliaram 16 estudos com o, 1.062 pacientes e 11 estudos observacionais cientes, entre eles sujeitos com DP, concluiu que 456 Monteiro EP et al. os efeitos da caminhada nórdica, em curto e longo prazo, sobre a frequência cardíaca, o consumo máximo de oxigênio, QV e outros parâmetros de saúde, são superiores nos progra- mas de caminhada nórdica comparados com caminhadalivre e jogging. De acor nórdica par cionais da na literatu tratar de u estudos esp nha nórdic Assim, f cos que en parâmetros de equilíb eletromiog damentais risco de qu Conclusã Pode-se co biomecânic normal da variabilida e quadril, diminuic¸ão velocidade o que comp os program esteira, co ais, plataf contribuir mencionad parâmetros poucos est biomecânic sas aponta para a reab Dessa fo cícios físic DP, que e considerac¸ -temporais para reabil Não fo estudos da cânicos co sugerem-se vez que si como ramp pessoas. Po bilidade di ambientes, clínicas em Apoio fin Conselho Tecnológico 483510/2013. Elren Monteiro recebeu bolsa de mestrado da Coordenac¸ão de Aperfeic¸oamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). itos ores eci po L ênc zese ning 9;45: G, Sa t al. on du 3;18( JL, L bike, ase. Espi cle c mati n Res , Zad inson ed pr et O, et al effe ro P, t al. s of ase. N, W cts o atien Kun uenc inson Frag as vis Movim Zijls in Pa . Ele ch G t al. T1BIG ch G mpac inson Reha n FJM m BR Mov SA, ility Doers l. Pha ase i do com esses achados, programas de caminhada ecem ser promissores para esses parâmetros fun- locomoc¸ão humana. Entretanto, não há consenso ra quanto aos protocolos de intervenc¸ão por se m método recente. Necessita-se, portanto, de ecíficos sobre parâmetros biomecânicos da cami- a em DP. azem-se necessários protocolos de exercícios físi- globem o treinamento da marcha e considerem de estabilidade dinâmica, espac¸o-temporais e rio, assim como a melhoria postural, padrões ráficos e cinemáticos da caminhada, pois são fun- para respostas de reabilitac¸ão e parâmetros para edas. o ncluir que as principais alterac¸ões nos aspectos os de pessoas com DP, no que se refere ao padrão caminhada, são: instabilidade, alterac¸ão no CM, de de marcha, reduc¸ão da dissociac¸ão do tronco gasto energético elevado durante a caminhada, da amplitude angular, reduc¸ão do CP, do FP, da e baixa ativac¸ão muscular durante a caminhada, romete as AVDs e interferem na QL. Entretanto, as de exercícios, como caminhada no solo, na m e sem suspensão do peso corporal, pistas visu- orma vibratória e caminhada nórdica, parecem para melhoria funcional de todos os aspectos os anteriormente, especialmente sobre a VAS e os espac¸o-temporais da marcha. Contudo, ainda há udos com a caminhada nórdica sobre os aspectos os, mas os resultados apresentados pelas pesqui- m que esse método parece ser bastante eficiente ilitac¸ão. rma, fazem-se necessários protocolos de exer- os, para minimizar os efeitos provenientes da nglobem treinamento da marcha e levem em ão parâmetros de estabilidade dinâmica, espac¸o- , cinemáticos, eletromiográficos e de equilíbrio, itac¸ão dessa marcha patológica. ram encontrados, até o presente momento, caminhada relacionados com os aspectos biome- m inclinac¸ão e diferentes ambientes. Portanto, futuros estudos com esses parâmetros, uma tuac¸ões de caminhada em terrenos inclinados, as e escadas, estão presentes no cotidiano dessas rtanto, é preciso conhecer os padrões de esta- nâmica, ativac¸ão muscular e cinemática nesses para servirem de parâmetros para intervenc¸ões pacientes com DP. anceiro Nacional de Desenvolvimento Científico e (CNPq), Edital Universal, projeto número: Confl Os aut Agrad Ao Gru Refer Abbruz lear 200 Albani R, e vati 200 Alberts the dise Arias P, mus kine Brai Bega D Park enc Beauch FR, lity: Caliand PI, e tern dise Chastan Effe in p Cho C, Freq park Dias N, pist em Dietz V, gait tion Ebersba A, e LSV Ebersba A. I Park Med Eijkere Bloe ase. England stab Ey UC, et a dise de interesse declaram não haver conflitos de interesse. mentos ocomotion/UFRGS, pelas discussões e sugestões. ias G, Trompetto C, Marinelli L. The rationale for motor in Parkinson’s disease. Eur J Phys Rehabil Med 209---14. ndrini G, Kunig G, Martin-Soelch C, Mauro A, Pignatti Differences in the EMG pattern of leg muscle acti- ring locomotion in Parkinson’s disease. Funct Neurol 3):165---70. inder SM, Penko AL, Lowe MJ, Phillips M. It is not about it is about the pedaling: forced exercise and Parkinson’s Exerc Sport Sci Rev 2011;39(4):177---86. nosa N, Robles-Garcia V, Cao R, Cudeiro J. Antagonist o-activation during straight walking and its relation to cs: insight from young, elderly and Parkinson’s disease. 2012;1455:124---31. ikoff C. Complementary & alternative management of ’s disease: an evidence-based review of eastern influ- actices. J Mov Dis 2014;7(2):57---66. Annweiler C, Lecordroch Y, Allali G, Dubost V, Herrmann . Walking speed-related changes in stride time variabi- cts of decreased speed. J Neuro Eng Rehab 2009;6:32---7. Ferrarin M, Cioni M, Bentivoglio AR, Minciotti I, D’urso Levodopa effect on electromyographic activation pat- tibialis anterior muscle during walking in Parkinson’s Gait Posture 2011;33(3):436---41. estby GW, Yelnik J, Bardinet E, Do MC, Agid Y, et al. f nigral stimulation on locomotion and postural stability ts with Parkinson’s disease. Brain 2009;132(1):172---84. in M, Kudo K, Osaki Y, Olanow CW, Cohen B, et al. y-velocity mismatch: a fundamental abnormality in ian gait. J Neurophysiol 2010;103(1):1478---89. a DA, Cacho EWA, Oberg TD. Treino de marcha com uais no paciente com doenc¸a de Parkinson. Fisioterapia ento 2005;18(4):43---51. tra W, Prokop T, Berger W. Leg muscle activation during rkinson’s disease: adaptation and interlimb coordina- ctroencephalogr Clin Neurophysiol 1995;97(6):408---15. , Ebersbach A, Edler D, Kaufhold O, Kusch M, Kupsch Comparing exercise in Parkinson’s disease --- The Berlin Study. Movement Disorders 2010;25(12):1902---8. , Ebersbach A, Gandor F, Wegner B, Wissel J, Kupsch t of physical exercise on reaction time in patients with ’s disease-data from the Berlin BIG Study. Arch Phys bil 2014;95(5):996---1003. , Reijmers RSJ, Kleinveld MJ, Minten A, Bruggen JP, . Nordic walking improves mobility in Parkinson’s dise- ement Disorders 2008;23(15):1792---7. Granata KP. The influence of gait speed on local dynamic of walking. Gait & Posture 2007;25(2):172---8. chug KC, Magnotta V, Dawson JD, Thomsen TR, Kline JN, se I/II randomized trial of aerobic exercise in Parkinson n a community setting. Neurology 2014;83(5):413---25. Biomecânica da marcha na doenc¸a de Parkinson 457 Fernandez del Olmo M, Cudeiro J. A simple procedure using audi- tory stimuli to improve movement in Parkinson’s disease: a pilot study. Neurol Clinical Neurophysiol 2003;2003(2):1---7. Ferrarin M, Carpinella I, Rabuffetti M, Rizzone M, Lopiano L, Crenna P. Unilateraland bilateral subthalamic nucleus stimu- lation in Parkinson’s disease: effects on EMG signals of lower limb muscles during walking. IEEE Trans Neural Syst Rehabil Eng 2007;15(2):182---9. Frazzitta G, The ben progress Fritz B, Rom influence Parkinson Galli M, Klei Timed Up bining to after aut Int J Eng Gallo PM, M versus no Parkinson Gottschall required 2003;94( Hamlet S, G Roman C informac¸ Hausdorff JM N. Impai subjects Herman T, G intensive patients Rehabil 2 Ivkovic V, K variation 2011;15: Jenkins ME, JD, John single-lim individua Nov 2009 Kleiner A, G et al. Th tified by Mechanic 2015;201 Kluger BM, B tively M Mid-stag Marinho MS, Parkinson rizados. Merello M, center o patients 2010;25( Miller RA, Th metry an Electroe Mitoma H, H parkinso grams, a Sci 2000; Morris ME, Iansek R, Matyas TA, Summers JJ. Stride length regulation in Parkinson’s disease. Normalization strategies and underlying mechanisms. Brain 1996;119:551---68. Morris M, Iansek R, Matyas TA, Mcginley J, Huxham F. Three- -dimensional gait biomechanics in Parkinson’s disease: evidence for a centrally mediated amplitude regulation disorder. Move- ment Disorders 2005;20(1):839---45. Morris ME, Martin C, Mcginley JL, Huxham F, Menz H, Taylor N, et al. ocol for a homebased integrated physical therapy program educe ase. HBD ade fluên --65. H, ess o king ;86( hl J, R et al. arkin roreh I, Me cts o ic w ;201 er L, rhyt ase a ;24( BA, ecân ceito ;23: GS, físico ;24: O, N ers I son w ;86( y BJ, in a r 201 sche ic w ;44( Valv et al crea ase. sse wbo ic nu pect ;85( , de t al. ce d Park d MJ how ---7. Balbi P, Maestri R, Bertotti G, Boveri N, Pezzoli G. eficial role of intensive exercise on Parkinson disease ion. Am J Phys Med Rehabil 2013;92(6):523---32. bach S, Godau J, Berg D, Horstmann T, Grau S. The of nordic walking training on sit-to-stand transfer in patients. Gait & Posture 2011;34:234---8. ner A, Gaglione M, Sale P, Albertini G, Stocchib F, et al. and Go test and wearable inertial sensor: a new com- ol to assess change in subject with Parkinson’s disease omated mechanical peripheral stimulation treatment. Innovative Tech 2015;4:155---63. cisaac TL, Garber CE. Walking economy during cued n-cued self-selected treadmill walking in persons with ’s disease. J Parkinsons Dis 2014;4:705---16. JS, Kram R. Energy cost and muscular activity for propulsion during walking. J Appl Physiol 5):1766---72. eisinger D, Ferreira ED, Nogueira S, Arocena S, San , et al. Equilíbrio na doenc¸a de Parkinson alterando as ões visuais. Braz J Otorhinolaryngol 2011;77(5):651---5. , Schaafsma JD, Balash Y, Bartels AL, Gurevich T, Giladi red regulation of stride variability in Parkinson’s disease with freezing of gait. Exp Brain Res 2003;149:187---94. iladi N, Gruendlinger L, Hausdorff JM. Six weeks of treadmill training improves gait and quality of life in with Parkinson’s disease: a pilot study. Arch Phys Med 007;88:1154---8. urz MJ. Parkinson’s disease influences the structural s present in the leg swing kinematics. Motor Control 359---417. Almeida QJ, Spaulding SJ, van Oostveen RB, Holmes son AM. Plantar cutaneous sensory stimulation improves b support time, and EMG activation patterns among ls with Parkinson’s disease. Parkinsonism Relat Disord ;15(9):697---702. alli M, Gaglione, M, Hildebrand D, Sale P, Albertini G, e Parkinsonian Gait Spatiotemporal Parameters Quan- a Single Inertial Sensor before and after Automated al Peripheral Stimulation Treatment. Parkinson’s Dis 5:390512. rown RP, Aerts S, Schenkman M. Determinants of Objec- easured Physical Functional Performance in Early to e Parkinson Disease. PM R 2014;6:992---8. Chaves PM, Tarabal TO. Dupla-tarefa na doenc¸a de : uma revisão sistemática de ensaios clínicos aleato- Rev Bras Geriatr Gerontol 2014;17:191---9. Fantacone N, Balej J. Kinematic study of whole body f mass position during gait in Parkinson’s disease with and without festination. Movement Disorders 6):747---54. aut MH, McIntosh GC, Rice RR. Components of EMG sym- d variability in parkinsonian and healthy elderly gait. ncephalogr Clin Neurophysiol 1996;101(1):1---7. ayashi R, Yanagisawa N, Tsukagoshi H. Characteristics of nian and ataxic gaits: a study using surface electromyo- ngular displacements and floor reaction forces. J Neurol 174:22---39. Prot to r dise Oliveira bilid a in 559- Peurala ven Wal 2005 Prodoe CL, in P Neu Reuter Effe Nord 2011 Rochest tory dise 2009 Santos biom con 2010 Soares cio 2010 Sofuwa Jonk pari 2005 Stansle rons The Tschent Nord 2013 Tuon T, TF, a de dise Vercruy Nieu lam pros 2014 Wild LB E, e man with Zigmon so, S123 falls and improve mobility in people with Parkinson’s BMC Neurol 2012;92(11):1395---410. , Rosa RGD, Gomen˜uka NA, Peyré-Tartaruga LA. Esta- dinâmica da caminhada de indivíduos hemiparéticos: cia da velocidade. Rev. Educ. Fis/UEM 2013;24(4): Tarkka IM, Pitkänen K, Sivenius J. The Effecti- f Body Weight-Supported Gait Training and Floor in Patients With Chronic Stroke. Arch Phys Med Rehab 8):1557---64. afferty MR, David FJ, Poon C, Vaillancourt DE, Comella Two-year exercise program improves physical function son’s disease: the PRET-PD randomized clinical trial. abil Neural Repair 2015;29(2):112---22. hnert S, Leone P, Kaps M, Oechsner M, Engelhardt M. f a flexibility and relaxation programme,walking, and alking on Parkinson’s disease. Journal of Aging Research 1(1):1---18. Burn DJ, Woods G, Godwin J, Nieuwboer A. Does audi- hmical cueing improve gait in people with Parkinson’s nd cognitive impairment? A feasibility study. Mov Disord 6):839---45. Castro FAS, Bona RL, Peyré-tartaruga LA. Aspectos icos e Fisiológicos da fadiga na locomoc¸ão humana: s, mecanismos e aplicac¸ões. Ciência em Movimento 89---98. Peyré-Tartaruga LA. Doenc¸a de Parkinson e exercí- : uma revisão da literatura. Ciência em Movimento 69---86. ieuwboer A, Desloovere K, Willems AM, Chavret F, . Quantitative gait analysis in Parkinson’s disease: com- ith a healthy control group. Arch Phys Med Rehabil 5):1007---13. Yamamoto BK. Chronic l-Dopa Decreases Serotonin Neu- Subregion of the Dorsal Raphe Nucleus. J Pharmacol Exp 4;351(2):440---7. r M, Niederseer D, Niebauer J. Health benefits of alking. A systematic review. Am J Preventive Med 1):76---84. assori SS, Dal Pont GC, Paganini CS, Pozzi BG, Luciano . Physical training prevents depressive symptoms and se in brain-derived neurotrophic factor in Parkinson’s Brain Res Bull 2014;108C:106---12. S, Vandenberghe W, Munks L, Nuttin B, Devos H, er A. Effects of deep brain stimulation of the subtha- cleus on freezing of gait in Parkinson’s disease: a ive controlled study. J Neurol Neurosurg Psychiatry 8):871---7. Lima DB, Balardin JB, Rizzi L, Giacobbo BL, Bromberg Rieder characterization of cognitive and motor perfor- uring dual-tasking in healthy older adults and patients inson’s disease. J Neurol 2013;260(2):580---9. , Smeyne RJ. Exercise: is it a neuroprotective and if does it work? Parkinsonism Relat Disord 2014;20(1):Aspectos biomecânicos da locomoção de pessoas com doença de Parkinson: revisão narrativa Introdução Metodologia Locomoção de sujeitos com doença de Parkinson: aspectos cinemáticos Estabilidade dinâmica da marcha na doença de Parkinson Atividade eletromiográfica na marcha da doença de Parkinson Reabilitação da marcha e programas de intervenção Conclusão Apoio financeiro Conflitos de interesse Agradecimentos Referências