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INTRODUÇÃO E TÉCNICAS DA CINESIOTERAPIA

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DESCRIÇÃO
A evolução histórica da cinesioterapia; seus efeitos fisiológicos dos exercícios terapêuticos no controle
neuromuscular, equilíbrio e estabilização da marcha.
PROPÓSITO
Compreender a cinesioterapia como recurso de intervenção fisioterapêutica para a recuperação de
problemas neuromusculares e funcionais de forma individual e coletiva.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a evolução histórica da cinesioterapia, os objetivos e os efeitos fisiológicos das suas
técnicas
MÓDULO 2
Identificar os tipos de exercícios terapêuticos, seus princípios de aplicação, suas indicações e
contraindicações
MÓDULO 3
Descrever a utilização dos exercícios de propriocepção e suas indicações para controle neuromuscular,
equilíbrio e marcha
MÓDULO 4
Identificar os tipos e as aplicações de exercícios terapêuticos para restituição da amplitude articular
INTRODUÇÃO
Neste tema, teremos a oportunidade de conhecer a cinesioterapia e os diversos tipos de exercícios
terapêuticos usados pelo fisioterapeuta para recuperação funcional. Como futuro profissional, você deve
compreender as bases e a aplicabilidade dos principais tipos de exercícios terapêuticos, com
conhecimento de indicações e contraindicações a partir da história e avaliação de cada indivíduo.
 
A avaliação inicial fisioterapêutica nos possibilita prescrever e eleger os melhores procedimentos para
tratamento de um indivíduo. O conhecimento prévio de anatomia, fisiologia, cinesiologia, biomecânica e
semiologia é necessário para o aprendizado da cinesioterapia. A cinesioterapia pode ser considerada o
conhecimento “mãe” da fisioterapia, pois nos possibilita recuperar problemas de cunho neuromuscular e
dos mais variados sistemas corporais de forma individual e coletiva.
 
O fisioterapeuta, após uma avaliação, tem a possibilidade de organizar e aplicar propostas
cinesioterapêuticas, com embasamento científico na prática clínica, sempre com a finalidade de realizar
a recuperação de função desses sistemas corporais. Vamos a esses conhecimentos?
MÓDULO 1
 Reconhecer a evolução histórica da cinesioterapia, os objetivos e os efeitos fisiológicos das
suas técnicas
ASPECTOS EVOLUTIVOS E HISTÓRICOS DA
CINESIOTERAPIA
Vamos iniciar este módulo trazendo algumas informações históricas que mostram a relevância, a
preocupação antiga da recuperação da saúde pelo movimento e os protocolos e os métodos usados até
hoje.

A.C
O hábito de utilizar o movimento como recurso terapêutico nos remete a vários séculos antes da era
cristã. Nessa época, acreditava-se que o uso dos exercícios estava unicamente nas mãos dos
sacerdotes, sendo empregados somente com fins terapêuticos. Na verdade, os movimentos do corpo
humano eram estudados e havia a possibilidade de planejar uma proposta de exercícios para tratamento
de disfunções orgânicas já instaladas.
Em 2698 a.C., o imperador chinês Hoong-Ti criou um tipo de ginástica curativa que continha exercícios
respiratórios.
SÉCULOS I E II
Na medicina da Macedônia e da Grécia, a terapia pelo movimento constituía parte do tratamento
médico. Galeno, médico e filósofo romano que viveu entre os anos 130 e 199 d.C., era um investigador
da anatomia, fisiologia, patologia, sintomatologia e terapêutica; com isso, naquela época, conseguiu,
através de uma ginástica planificada para o tronco e os pulmões, corrigir o tórax deformado de um rapaz
até chegar a condições normais.
No começo do primeiro milênio, na Índia, os exercícios físicos eram usados como uma doutrina, uma
espécie de código civil, político, social e religioso. Eram indispensáveis às obrigações militares, além do
caráter fisiológico.


SÉCULOS XIV E XVI
Após a Idade Média, no Renascimento, entre meados do século XIV e o fim do século XVI, Mercurialis,
humanista do século XVI e autor do livro Arte ginástica, publicado em 1569, apresentou princípios
definidos para a ginástica médica que compreendiam exercícios para conservar um estado saudável já
existente, com regularidade no exercício e atividades para indivíduos enfermos.
Na transição entre o Renascimento e a fase da industrialização, o uso de exercícios e outros recursos
físicos passam a ter influência no mundo ocidental.
SÉCULO XVIII
Na segunda metade do século XVIII, a Revolução Industrial trouxe o excesso de trabalho. A população
oprimida era submetida à exaustiva e excessiva jornada de trabalho, que, associada às condições
alimentares e sanitárias precárias, provocavam novas doenças, como as epidemias de cólera,
tuberculose pulmonar, alcoolismo, além dos acidentes do trabalho.
Surge, então, nas classes dominantes e mais ricas, uma grande preocupação: não se podia perder ou
diminuir a sua fonte de riqueza, gerada pela força de trabalho das classes baixas, daí a necessidade dos
exercícios preventivos e terapêuticos junto ao trabalhador.


SÉCULO XIX
Francisco Amorós y Ondeano, que viveu entre 1770 e 1848, foi um professor e militar espanhol que
desenvolveu suas ideias no contexto da ginástica. Seu trabalho consolidou-se na França, no século XIX,
na Escola de Ginástica Francesa. Ele não era médico, mas dividiu a ginástica em quatro pontos, e um
deles era a cinesioterapia, com a finalidade de manutenção de uma saúde forte, tratamento de
enfermidades, reeducação de convalescentes e correção de deformidades.
SÉCULO XX
O exercício físico e outras maneiras de atuar junto à saúde funcional dos indivíduos caracterizam a
fisioterapia no século XX.

AFINAL, O QUE É CINESIOTERAPIA?
A cinesioterapia sempre foi definida como terapia através do movimento ou exercício como forma de
terapia (exercício terapêutico), mas podemos também afirmar que é o tratamento do movimento.
Os estudos iniciais sobre o uso dos exercícios terapêuticos são datados da Grécia e Roma Antigas,
como já vimos, porém foi a partir da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) que houve um aumento
acentuado da utilização deste recurso para a reabilitação de pacientes devido ao grande número de
incapacitados no período pós-guerra, que necessitavam readquirir um mínimo de condições para
retornar a uma atividade social integrada e produtiva. 
Vários estudiosos trouxeram grandes contribuições para o uso dos exercícios terapêuticos pelos
fisioterapeutas. Veja como foi a evolução histórica dessas intervenções, através da cinesioterapia, após
a Primeira Guerra Mundial:
JOSEPH PILATES
Joseph Pilates, alemão, filho de um ginasta premiado e de uma naturopata, aprofundou seus
conhecimentos na área de anatomia, medicina tradicional chinesa, musculação, yoga e ginástica. Foi
preso durante a Primeira Guerra Mundial, em 1914, com outros cidadãos alemães pelas autoridades
britânicas e, neste campo de concentração, criou exercícios que se transformaram no conceito do
Método Pilates, hoje um conceito de um sistema integrado e abrangente de exercício físico, também
chamado de contrologia, sobre o qual você terá mais informações em outro momento.
ERNEST AMORY CODMAN
Codman, em 1934, traz os exercícios pendulares, em seu livro The Shoulder, como estratégia de
tratamento para as algias em ombros, utilizando os efeitos da gravidade para separar o úmero da
cavidade glenoidal. Esses exercícios atuam como tração suave e com movimentos oscilatórios que
causam a mobilização precoce de estruturas articulares e líquido sinovial. São usados até hoje, tendo
como efeito o alívio da dor por meio de tração e mobilização articular. O paciente deve estar em pé, com
o tronco flexionado nos quadris cerca de 90°. O braço deve ficar pendente de forma relaxada, para
baixo, em uma posição entre 60° e 90° de flexão de ombro. Com o braço pendente, é realizado um
movimento de pêndulo ou balanço do braço. O arco de movimento é aumentado conforme a tolerância.
Essa técnica não deve causar dor.
Imagem: KISNER; COLBY, 2016, p. 591
RUDOLPH KLAPP
Rudolph Klapp, pediatra alemão, em 1940, observou os animais e ressaltou que os quadrúpedes não
apresentavam escoliose. Então, propôs adotar esta postura para tratamentonos humanos (posição de
quatro apoios). Observou também os desvios da coluna nos planos frontal, sagital e percebeu que, na
posição bípede, os humanos apresentavam escoliose pela ação da gravidade. A partir daí, ele
apresentou o método Klapp, técnica que é utilizada na prática clínica e, no entanto, pouco pesquisada
para sua comprovação. Consiste em alongamento e fortalecimento da musculatura do tronco por meio
de posições em gatas (quatro apoios) para o tratamento dos desvios laterais da coluna
vertebral (Escolioses) .
KABAT, KNOTT E VOSS
Kabat, Knott e Voss, nas décadas de 1940 e 1950, com trabalho pioneiro, trouxeram os conceitos da
Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) – uma abordagem de exercício terapêutico que
combina padrões diagonais funcionais de movimento com técnicas de facilitação neuromuscular para
evocar respostas motoras e melhorar o controle e a função neuromuscular. Essa abordagem de
exercício, amplamente usada, integra a análise do movimento durante atividades funcionais com as
teorias da época sobre desenvolvimento, controle e aprendizado motor, bem como princípios de
neurofisiologia que fundamentavam sua abordagem de exercício e reabilitação. Há muito tempo
associadas à neurorreabilitação, as técnicas de FNP também têm uma ampla aplicação na recuperação
funcional de pacientes com disfunções musculoesqueléticas que resultam em alterações no controle
neuromuscular dos membros, do pescoço e tronco.
BERTA BOBATH E KAREL BOBATH
Berta Bobath (fisioterapeuta) e Karel Bobath (psiquiatra-neurofisiologista), no início da década de 1940,
criaram o Conceito Neuroevolutivo Bobath, uma abordagem terapêutica e de reabilitação utilizada no
tratamento de adultos, crianças e bebês com patologias do sistema nervoso central (SNC) . O alicerce
para a investigação, avaliação e intervenção procede do conhecimento extenso do desenvolvimento
típico e atípico, assim como o exame detalhado do controle postural, movimento e da participação do
indivíduo em seu meio ambiente. É uma das técnicas mais utilizadas no atendimento de crianças com
encefalopatias crônicas da infância. Este conceito preconiza a intervenção imediata após a lesão no
intuito de utilizar a plasticidade neural e evitar padrões motores anormais.
PAUL WILLIAMS
Com o alto e crescente índice das dores lombares, várias técnicas de tratamento foram criadas. Paul
Williams, ortopedista, desenvolveu seu método em 1937, observando que a maioria dos pacientes que
apresentavam dores lombares crônicas possuíam alterações degenerativas esqueléticas secundárias a
lesões dos discos intervertebrais. Também acreditava que o homem forçava seu corpo para se manter
ereto, levando à deformação da coluna, redistribuindo o peso pelo corpo nas proximidades dos discos
intervertebrais da coluna cervical e lombar. Essa permanência do homem em pé aumentaria a lordose
lombar, comprimindo a parte posterior do disco (L1 a S1), acelerando o processo degenerativo. Seu
método utiliza como princípio do tratamento exercícios de flexão da coluna e do quadril. Com o propósito
de reduzir a dor e estabilizar o tronco, desenvolve ativamente os músculos flexores e alonga
passivamente os músculos extensores lombo-sacros. Williams dá muito enfoque na questão da
inclinação posterior da pelve, sendo essencial para obter resultados no tratamento.
ROBIN MCKENZIE
Em 1956, o fisioterapeuta Robin McKenzie, da Nova Zelândia, desenvolveu seu método. Ele acreditava
que as dores lombares tinham três mecanismos responsáveis: a síndrome de postura, de disfunção e de
desarranjo causada por um deslocamento do disco intervertebral. O tratamento é desenvolvido, em
grande parte, pela extensão de tronco com o indivíduo em decúbito ventral ou de pé, sendo que a flexão
também pode ser incorporada de acordo com o mecanismo da lombalgia e com a fase do tratamento. O
método tem como principal explicação as desordens biomecânicas causadas por posturas, exercícios ou
atividades inadequadas.
Como podemos observar, diferentes técnicas, conceitos e métodos são utilizados até os dias de hoje na
fisioterapia. Foram pensados e pesquisados por profissionais que viveram bem antes de nós, mas
muitos ainda necessitam de comprovações científicas, e nós, como profissionais, temos a obrigação de
buscar essas comprovações, sempre olhando a fisioterapia como ciência.
CONCEITOS E OBJETIVOS DA
CINESIOTERAPIA
É um termo originário da cinemática, parte da física que estuda o movimento e que, associado à terapia,
fornece a definição da terapia pelo movimento. O corpo humano é formado por vários tipos de alavancas
e, a partir das ações osteomioarticulares, realizam-se os mais variados tipos de movimentos, alguns de
extrema simplicidade em contraste com outros muito sofisticados. Em função de alguma doença
neurológica, cardiovascular, reumatológica, óssea, pulmonar e traumas de diversas etiologias, o
indivíduo deixa de realizar esses movimentos de forma parcial ou até mesmo total, perdendo sua
funcionalidade, sua autonomia como pessoa.
Foto: Shutterstock.com
A fisioterapia, por meio dos conhecimentos de anatomia, cinemática, cinesiologia e biomecânica, utiliza
de forma fundamental a terapia por movimento ou o movimento terapêutico para a recuperação
funcional do indivíduo, sempre pensando de forma ampla, integral, e não só na sequela ou sequelas
apresentadas.
Cinesioterapia, ou exercício terapêutico, é o treino planejado e metódico de movimentos corporais,
posturas ou atividades físicas com objetivos de proporcionar ao indivíduo meios de:
Tratar ou prevenir comprometimentos motores e funcionais.
Melhorar, restaurar ou potencializar a função física.
Prevenir ou reduzir fatores de risco ligados à saúde.
Otimizar o estado de saúde geral, seu preparo físico ou sua sensação de bem-estar.
O fornecimento de um tratamento de qualidade envolve a habilidade de fazer investigações clínicas
adequadas, solucionar problemas que aflijam o paciente e aplicar o conhecimento das interrelações
entre patologia, comprometimento, limitação e incapacidade funcional ao longo de cada fase do
tratamento. A tomada de decisão clínica envolve a escolha, implementação e modificação de
intervenções que usam exercícios terapêuticos com base nas necessidades únicas de cada paciente.
Isso só é possível após uma avaliação abrangente, um diagnóstico cinesiológico funcional claro e
preciso e um pensamento crítico e criativo (KISNER; COLBY, 2016).
Imagem: KISNER e COLBY, 2016, p. 15, Adaptado por Asafe Ferreira.
 Modelo de atendimento abrangente orientado para os resultados.
Depois de terminar o exame inicial, analisar os dados e estabelecer um diagnóstico baseado no
comprometimento, é preciso determinar o prognóstico, incluindo um plano de atendimento, antes de
iniciar qualquer intervenção.
A determinação de um prognóstico preciso é desafiadora até mesmo para fisioterapeutas experientes. O
plano de atendimento é um componente integral do prognóstico. Está relacionado às metas
estabelecidas, aos resultados funcionais esperados – úteis, sustentáveis e mensuráveis, extensão e
tempo necessário para atingir a melhora estabelecida, frequência e duração da intervenção e estimativa
de plano de alta fisioterapêutica.
O estabelecimento de metas relevantes e significativas requer o engajamento do paciente e/ou família
na tomada de decisão desde nosso primeiro contato. Os pacientes procuram a fisioterapia não para se
tornarem mais fortes ou flexíveis, mas para serem capazes de desempenhar com facilidade e conforto
as atividades físicas que gostariam ou precisam fazer.
EFEITOS FISIOLÓGICOS GERADOS PELA
MOBILIZAÇÃO E PELO EXERCÍCIO
O uso apropriado do exercício pode acelerar o processo de recuperação da função. Da mesma forma, a
falta de exercício durante os estágios iniciais pode resultar em incapacidade permanente.
As condições ideais para a cicatrização tecidual dependem de um equilíbrio entre a proteção contra o
estresse e o retorno à função normal no período maisprecoce possível.
A remobilização pode restaurar as propriedades mecânicas e estruturais dos tecidos ligamentares,
porém o tempo necessário para essa reparação ainda não foi estabelecido. As forças de cisalhamento e
compressivas que ocorrem na superfície articular provocada pelo movimento fazem com que a síntese
de colágeno e proteoglicanos aumente.
A saúde musculoesquelética é obtida por todo tipo de atividade física em que as contrações musculares
são realizadas, estimulando as estruturas musculoesqueléticas, reduzindo a ocorrência de dores
articulares, limitações de aptidão para a vida diária e para o trabalho, osteoporose, fraturas, sarcopenia
e fragilidade.
Foto: Shutterstock.com
O exercício físico também tem sido identificado como um importante mecanismo para estimular o
sistema cardiovascular, fazendo a profilaxia ou o melhor controle de doenças sistêmicas crônicas
considerados fatores de risco para o desenvolvimento da aterosclerose, como:
OBESIDADE
DIABETES
HIPERTENSÃO ARTERIAL
DISLIPIDEMIAS
Os tipos de exercícios terapêuticos escolhidos para um programa de tratamento ou treinamento
dependem de muitos fatores, incluindo a causa e a extensão dos comprometimentos primários e
secundários e o propósito a ser alcançado. Quando há o comprometimento, é preciso considerar os
déficits no desempenho muscular, o estágio da cicatrização dos tecidos, a condição das articulações e
sua tolerância à compressão e ao movimento, as habilidades físicas e cognitivas do paciente, a
disponibilidade dos equipamentos e, obviamente, as metas do paciente e os resultados funcionais
desejados com o programa.
O fisioterapeuta tem uma infinidade de exercícios para escolher ao elaborar um programa de exercícios
terapêuticos que supra as necessidades de cada indivíduo. Não há uma forma ou um tipo de exercício
que seja melhor. Antes de escolher tipos específicos de exercícios para o programa de recuperação
funcional do paciente, devemos considerar algumas questões:
Qual é o tipo e a extensão de déficit no desempenho muscular?
É a patologia de base? Qual estágio de cicatrização levarei em consideração para a escolha da
prescrição de exercícios terapêuticos?
Quais metas e resultados funcionais são previstos?
Quais exercícios são mais compatíveis com essas metas?
Qual tipo de fortalecimento seria mais efetivo?
Há alguma limitação em relação ao paciente? O apoio de peso é contraindicado? Há hipomobilidade na
articulação? Há restrição em algum grau de mobilidade articular?
Há comprometimentos cardiorrespiratórios?
Espera-se independência nesses exercícios?
Quais tipos de equipamentos tenho disponíveis?
CINESIOTERAPIA NA FISIOTERAPIA
A IMPORTÂNCIA DA CINESIOTERAPIA PARA A
FISIOTERAPIA
A especialista Sandra Mayworm fala sobre a importância do conhecimento acerca da cinesioterapia para
autonomia do fisioterapeuta nas diversas áreas da Fisioterapia.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A FISIOTERAPIA OFERECE INÚMEROS PROCEDIMENTOS PARA RESOLVER
OU MESMO MINIMIZAR AS DORES DA COLUNA VERTEBRAL. O MÉTODO DE
MCKENZIE E OS EXERCÍCIOS DE WILLIAMS ESTÃO INCLUÍDOS NESSE ROL DE
PROCEDIMENTOS, SENDO UTILIZADOS POR MAIS DE SEIS DÉCADAS. SOBRE
ISSO, LEIA AS AFIRMATIVAS ABAIXO E MARQUE A RESPOSTA CORRETA:
I. O TRATAMENTO PELO MÉTODO DE MCKENZIE É DESENVOLVIDO EM
GRANDE PARTE PELA EXTENSÃO DE TRONCO, COM O INDIVÍDUO EM
DECÚBITO VENTRAL OU DE PÉ.
II. COM O PROPÓSITO DE REDUZIR A DOR E ESTABILIZAR O TRONCO, O
MÉTODO DE MCKENZIE DESENVOLVE ATIVAMENTE OS MÚSCULOS
FLEXORES, ALONGANDO PASSIVAMENTE OS MÚSCULOS EXTENSORES
LOMBO-SACROS.
III. WILLIAMS DÁ MUITO ENFOQUE À QUESTÃO DA INCLINAÇÃO POSTERIOR
DA PELVE, DESENVOLVENDO ATIVAMENTE OS MÚSCULOS FLEXORES DA
COLUNA LOMBAR, SENDO ESSENCIAL PARA OBTER RESULTADOS NO
TRATAMENTO.
ESTÁ (ÃO) CORRETA (S) AS AFIRMATIVAS:
A) II e III somente.
B) I e II somente.
C) Somente a III.
D) I e III somente.
E) I, II e III.
2. I. OS MODELOS DE EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ELENCADOS PARA UM
TREINAMENTO OU PROGRAMA DE TRATAMENTO NECESSITAM DE MUITOS
FATORES, INCLUINDO A RAZÃO E A EXTENSÃO DOS COMPROMETIMENTOS
PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS E A FINALIDADE A SER ALCANÇADA.
PORQUE
II. NÃO HÁ UMA FORMA OU UM TIPO DE EXERCÍCIO QUE SEJA MELHOR.
ANTES DE ESCOLHER TIPOS ESPECÍFICOS DE EXERCÍCIOS PARA O
PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO FUNCIONAL DO PACIENTE, DEVEMOS
CONSIDERAR ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES.
A RESPEITO DESSAS ASSERÇÕES, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas
GABARITO
1. A fisioterapia oferece inúmeros procedimentos para resolver ou mesmo minimizar as dores da
coluna vertebral. O método de McKenzie e os exercícios de Williams estão incluídos nesse rol de
procedimentos, sendo utilizados por mais de seis décadas. Sobre isso, leia as afirmativas abaixo
e marque a resposta correta:
I. O tratamento pelo método de Mckenzie é desenvolvido em grande parte pela extensão de
tronco, com o indivíduo em decúbito ventral ou de pé.
II. Com o propósito de reduzir a dor e estabilizar o tronco, o método de McKenzie desenvolve
ativamente os músculos flexores, alongando passivamente os músculos extensores lombo-
sacros.
III. Williams dá muito enfoque à questão da inclinação posterior da pelve, desenvolvendo
ativamente os músculos flexores da coluna lombar, sendo essencial para obter resultados no
tratamento.
Está (ão) correta (s) as afirmativas:
A alternativa "D " está correta.
São linhas de pensamento divergentes. Enquanto todos os exercícios de Williams são acompanhados
de flexão do quadril, gerando tração dos músculos ísquios-tibiais, que levam à retroversão pélvica, o
método de tratamento de Mckenzie utiliza tanto exercícios de extensão quanto de flexão, tendo
preferência pelos de extensão.
2. I. Os modelos de exercícios terapêuticos elencados para um treinamento ou programa de
tratamento necessitam de muitos fatores, incluindo a razão e a extensão dos comprometimentos
primários e secundários e a finalidade a ser alcançada.
PORQUE
II. Não há uma forma ou um tipo de exercício que seja melhor. Antes de escolher tipos
específicos de exercícios para o programa de recuperação funcional do paciente, devemos
considerar algumas questões importantes.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A alternativa "A " está correta.
As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. A elaboração do plano
terapêutico é norteada através de vários fatores, tendo como justificativa a segunda asserção, que
complementa com a afirmação de que a escolha do tipo de exercício se faz mediante algumas
considerações relevantes. Ou seja, a produção do modelo de exercício terapêutico é personalizada.
MÓDULO 2
 Identificar os tipos de exercícios terapêuticos, seus princípios de aplicação, suas indicações
e contraindicações
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS PASSIVOS DE
AMPLITUDE DE MOVIMENTO (ADM)
De acordo com a fase evolutiva do paciente e com os objetivos que o fisioterapeuta tem, os recursos
cinesioterapêuticos são utilizados de forma direcionada. Através da avaliação, da organização dos
objetivos e das metas a serem alcançados, teremos a oportunidade de escolher os melhores e mais
eficazes exercícios terapêuticos.
O exercício passivo pode ser definido como aquele realizado por uma força externa, em que os
músculos motores do movimento em questão não estejam atuando. Essa prática é difícil, pois os
músculos, quando saudáveis, sempre tenderão a auxiliar no movimento.
Foto: Shutterstock.com
Essa força externa pode ser realizada pelo terapeuta, por aparelhos, ou até mesmo pelo próprio
paciente, com seu dimídio corporal sadio (exercícios passivos de ADM autoassistidos). 
O exercício passivoé utilizado em casos em que a pessoa é incapaz de produzir o movimento ativo por
paralisia muscular (Força muscular grau 0 ) , por fraqueza muscular grave (Força muscular grau 1 )
ou quando o movimento ativo é doloroso. Por vezes, esses movimentos podem estar restritos devido a
tecidos musculares, tendinosos, ligamentares, faciais e articulares.
Para uma boa mobilização passiva, devemos levar em consideração:
POSICIONAMENTO DO PACIENTE.
POSICIONAMENTO DO TERAPEUTA.
RESPEITO À DOR.
AQUISIÇÃO DA CONFIANÇA DO PACIENTE.
FORMAS DE MOBILIZAÇÃO.
Os exercícios terapêuticos passivos são usados para determinar a quantidade de amplitude de
movimento existente em uma articulação, assim como a “sensação” ao final da amplitude articular
(sensação final). Durante os movimentos passivos, você deverá comparar os dois lados e estar atento
ao seguinte:
Quando e onde a dor ocorre durante cada movimento?
O movimento altera a intensidade e a qualidade da dor?
Há um padrão de limitação do movimento?
Qual sensação final do movimento? Restrição de tecido mole? Restrição de tecido ósseo?
Como está o movimento de articulações adjacentes?
As articulações adjacentes estão compensando a restrição do movimento?
Qual é a amplitude de movimento normal para aquela articulação e para aquele indivíduo?
A principal meta da ADM passiva é diminuir as complicações que poderiam ocorrer em virtude da
imobilização, como degeneração da cartilagem, formação de aderências e contraturas e má circulação.
Especificamente, os objetivos a serem alcançados pela mobilização passiva são:
Manter a integridade da articulação e tecidos moles.
Minimizar os efeitos da formação de contraturas.
Manter e elasticidade mecânica do músculo.
Assistir a circulação sanguínea, evitando a formação de trombos.
Favorecer o movimento sinovial para nutrição da cartilagem e difusão de materiais dentro da articulação.
Diminuir ou inibir a dor.
Auxiliar o processo de cicatrização após lesão ou cirurgia e evitar aderências.
Ganhar e/ou manter a amplitude de movimento (ADM) da articulação.
Ajudar a manter a percepção dos movimentos (padrões cinestésicos do movimento)
Os movimentos passivos são usados também quando o movimento ativo pode romper o processo de
cicatrização, quando o paciente é física ou cognitivamente incapaz de se movimentar ativamente ou
quando o movimento ativo é doloroso.
INDICAÇÕES PARA O USO DE EXERCÍCIOS
TERAPÊUTICOS PASSIVOS
Os exercícios terapêuticos passivos são indicados para locais com processos inflamatórios sem edema
articular (efusão) devido à trauma ou doença e quando o paciente não é capaz ou não está autorizado a
exercer o movimento ativo (paciente em coma, paralisado ou em repouso absoluto).
 ATENÇÃO
Os movimentos artrocinemáticos são muito utilizados pelos fisioterapeutas no tratamento das disfunções
articulares. Além de restaurar a biomecânica articular, proporcionam efeitos fisiológicos benéficos no
tecido articular e nas estruturas periarticulares, como já citados anteriormente.
Podemos acrescentar, para uso dos movimentos artrocinemáticos:
Hipomobilidade articular causada por processos degenerativos como traumas, microtraumas de
repetição, imobilização, maus hábitos posturais, desuso, idade avançada.
Dor e espasmo muscular.
Patologias que causam uma hipomobilidade articular progressiva, como artrite reumatoide.
Foto: Shutterstock.com
 Artrite reumatoide.
Importante salientar que existem limitações para o uso dos exercícios passivos:
Não previnem atrofia muscular.
Não produzem ganho de força muscular ou resistência à fadiga.
Não auxiliam a circulação sanguínea na mesma extensão que a contração muscular ativa voluntária.
CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS E CUIDADOS
Hipermobilidade.
Dor articular ou muscular severa.
Imediatamente após rupturas agudas, fraturas e cirurgias.
Prejuízo do processo de cicatrização.
Derrame articular na fase aguda.
Doenças ósseas detectadas no RX, fraturas não consolidadas, tecido conectivo recém-formado
(processos cirúrgicos), artrite reumatoide e idosos (devido ao enfraquecimento do tecido mole).
Vale salientar que o fisioterapeuta deve decidir quais padrões pode alcançar as metas determinadas na
avaliação de forma mais adequada. As técnicas de exercícios de ADM podem ser feitas:
Com utilização dos movimentos artrocinemáticos para ganho de arco de movimento.
Nos planos anatômicos de movimentos osteocinemáticos: frontal, sagital e transverso.
Na amplitude de alongamento do músculo.
Em padrões combinados: movimentos diagonais ou que incorporem vários planos de movimento.
Em padrões funcionais usados nas atividades de vida diária (AVD).
A seguir, veremos as técnicas de aplicação dos exercícios terapêuticos passivos.
IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
Foto: Shutterstock.com
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO EM MEMBROS SUPERIORES
Escápula: Elevação/depressão; Protração/retração; Rotação para cima/para baixo.
Ombro: Flexão/extensão; abdução e adução; rotação medial e lateral; abdução horizontal e adução
horizontal.
Cotovelo: Flexão e extensão.
Antebraço: Pronação/supinação.
Punho: Flexão e extensão; Desvio radial (abdução) e desvio ulnar (adução).
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO EM MEMBROS INFERIORES
Quadril: Flexão/extensão; Adução/abdução; Rotação medial e lateral.
Joelho: Flexão/extensão.
Tornozelo e pé: Flexão dorsal e flexão plantar; Inversão e eversão da articulação subtalar; Flexão e
extensão de dedos; Adução e abdução de dedos.
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IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
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TÉCNICAS DE APLICAÇÃO EM REGIÃO CERVICAL DA
COLUNA VERTEBRAL
Flexão – inclinação anterior
Extensão – inclinação para trás ou hiperextensão
Flexão lateral – inclinação lateral
Rotação
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO EM REGIÃO LOMBAR DA
COLUNA VERTEBRAL
Flexão
Extensão
Rotação
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MOBILIZAÇÃO PASSIVA CONTÍNUA (MPC)
Refere-se ao movimento passivo feito por um dispositivo mecânico que move uma articulação de forma
lenta e continuada ao longo de uma ADM controlada.
A MPC é empregada em diversas articulações dos membros superiores e dos inferiores. No que se
refere à articulação do joelho, seus benefícios já foram evidenciados no pós-operatório de artroplastia
total do joelho, fraturas de patela, fraturas de platô tibial e nas reconstruções ligamentares do joelho.
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 ATENÇÃO
Há relatos de que a MPC é eficaz para amenizar os efeitos negativos da imobilização articular em
condições como artrite, contraturas e fraturas intra-articulares, bem como para melhorar a velocidade de
recuperação e manutenção da ADM após uma variedade de procedimentos cirúrgicos (STEFANUTTO et
al., 2011).
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ATIVO-LIVRES E
ASSISTIDOS
O movimento ativo é definido como atividade de mobilidade realizada por contração muscular efetiva.
Essas atividades podem ser realizadas contra a gravidade ou em uma posição com a gravidade
minimizada, dependendo do grau de força muscular do indivíduo e dos objetivos da fisioterapia. Os
objetivos ou resultados dos movimentos ativos incluem aqueles associados aos movimentos passivos
mais os benefícios da contração muscular.
A mobilidade ativa livre pode ser limitada pelos mesmos tecidos não contráteis e contráteis que limitam
também a mobilidade passiva. Encurtamento, rigidez, espasmo ou contraturas limitam a capacidade da
articulação movimentar-se através de sua amplitude total de movimento.
INDICAÇÕES PARA O USO DE EXERCÍCIOS
TERAPÊUTICOS ATIVOS
Veja as indicações para o uso de exercícios terapêuticos ativos:
Quando o paciente é capaz e está autorizado a exercer o movimento ativo.
Prevenir ou ganhar arco de movimento na articulação.
Manter elasticidade fisiológica e contratilidade muscular.
Prevenir atrofia muscular.
Ganhar força ou resistência à fadiga.
Fornecer feedback sensorial proveniente da contração muscular.
Favorecer circulação sanguínea, prevenindo formação de trombos.
Desenvolver coordenação e habilidadesmotoras para atividades funcionais.
LIMITAÇÕES E CUIDADOS PARA O USO DE
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ATIVOS
Algumas limitações e alguns cuidados devem ser observados, como:
Dor articular ou muscular severa.
Imediatamente após rupturas agudas, fraturas e cirurgias.
Quando gera prejuízo para o processo de cicatrização.
Para os músculos fortes, o movimento ativo livre não mantém nem aumenta força muscular.
Sempre que um músculo recebe um estímulo nervoso, é gerada uma contração, que pode ser de dois
tipos:
ISOTÔNICA
Na contração isotônica, a força gerada pelo músculo é superior à proporcionada pela força de
gravidade e à resistência dos segmentos esqueléticos nos músculos aos quais está unido, o que
provoca a contração do músculo e a sua consequente aproximação ao segmento esquelético que
movimenta. Ocorre quando há, associada a uma contração muscular, uma alteração em seu
comprimento. Ela pode ser:
Concêntrica: quando há, durante a contração, diminuição no comprimento muscular com
aproximação das peças ósseas por ele unidas.
Excêntrica: quando há, durante a contração, aumento no comprimento muscular com afastamento
das peças ósseas por ele unidas.
O exercício excêntrico proporciona em relação ao concêntrico:
Aumento da capacidade produtora de força.
Aumento da eficiência.
Aumento da pressão arterial sistêmica.
Maior risco de microtraumas.
ISOMÉTRICA
A contração isométrica é uma forma de exercício em que um músculo se contrai e produz força sem
uma mudança apreciável no seu comprimento e sem movimento articular visível. As fontes de
resistência para o exercício isométrico incluem sustentar-se contra uma força aplicada manualmente,
segurar um peso em uma posição específica, manter uma posição contra uma posição específica,
manter uma posição contra a resistência do peso corporal ou empurrar ou puxar um objeto imóvel. O
treinamento isométrico é um meio viável de melhorar a força muscular.
Apesar dos dois tipos de exercícios (isotônico e isométrico) serem benéficos para a musculatura
esquelética, os isotônicos contribuem para o desenvolvimento do volume, da força, potência e
resistência do músculo, enquanto o benefício dos isométricos passa pelo aumento do tônus e da força
muscular.
Os exercícios isométricos costumam ser indicados para prevenir a atrofia muscular, em caso de
imobilização de um segmento corporal ou para repouso absoluto. Além disso, são muito úteis como
complemento de praticamente qualquer tipo de treino. Todavia, é preciso levar em considerção que,
como podem provocar uma subida transitória significativa da pressão arterial sistêmica, são
contraindicados para as pessoas hipertensas.
 ATENÇÃO
Vale salientar que, em determinada fase do tratamento, o paciente já apresenta algum vestígio real do
movimento, mas não consegue realizá-lo de forma independente, utilizando compensações com outros
movimentos e/ou posturas, além de realizá-los com incoordenação motora. O fisioterapeuta auxilia o
movimento, estimulando-o a participar, controlando a coordenação e velocidade necessárias à sua
realização.
EXERCÍCIOS ATIVOS ASSISTIDOS DE FORMA
MECÂNICA
Os exercícios, quando feitos com auxílio do terapeuta, do próprio indivíduo ou de qualquer aparato
mecânico são chamados de exercícios ativos assistidos, que podem também ter um auxílio mecânico.
Os exercícios com auxílio mecânico podem ser dos seguintes tipos:
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EXERCÍCIOS COM BASTÃO
Um bastão (vara de cortina, cano de PVC, bengala) pode ser usado para assistência quando um
paciente tem controle muscular voluntário em um membro superior, mas precisa de condução ou
motivação para completar a ADM de ombro ou cotovelo.
ESCADA DE DEDOS
O exercício de escalar a parede (ou usar um dispositivo como a escada de dedos) pode dar ao paciente
um reforço objetivo e, desse modo, motivação para realizar exercícios de ADM de ombro. O braço pode
ser usado em flexão ou abdução.
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POLIAS ELEVADAS
Se os exercícios forem ensinados de forma correta, sistemas de polias podem ser usados efetivamente
para assistir os movimentos de um membro comprometido funcionalmente na realização de exercícios
de ADM.
PRANCHAS DESLIZANTES (SKATES)
O uso de uma superfície lisa pode encorajar o movimento sem a resistência da gravidade ou atrito. Se
for possível, poderá ser usada uma prancha com rodas para estimular e assessorar o movimento.
Outros métodos incluem colocar talco ou óleo em uma superfície para que o movimento se processe por
deslizamento.
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EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ATIVO-
RESISTIDOS
O exercício ativo-resistido pode ser definido como contrações musculares realizadas contra resistências
graduáveis e progressivas. A resistência mais comum são os pesos, mas também é possível utilizar
resistência manual, hidráulica, eletromagnética, molas, elásticos etc. Seu objetivo é estimular a
integridade e as funções do aparelho locomotor, além dos seus efeitos promotores de saúde
cardiovascular e alto grau de segurança geral.
TIPOS DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS
Os exercícios terapêuticos ativo-resistidos podem ser de dois tipos, a saber:
FORMA MANUAL
FORMA MECÂNICA (MECANOTERAPIA)
FORMA MANUAL
A resistência é feita pelo fisioterapeuta ou outro profissional da saúde; este tipo de exercício é útil nos
estágios iniciais de um programa de exercícios quando o músculo está fraco e pode vencer apenas uma
resistência mínima ou moderada.
FORMA MECÂNICA (MECANOTERAPIA)
A resistência é aplicada por meio de equipamentos ou aparelhos mecânicos. É útil quando a quantidade
de resistência necessária é superior ao que o fisioterapeuta pode aplicar manualmente. Exemplos de
mecanoterapia: halteres de ferro com pesos graduados, caneleiras de resistência gradual (0,5 Kg até 5
Kg), mesa para extensão de joelho, sistema de polias de parede com resistência gradual, bicicletas e
esteiras ergométricas estacionárias com resistência gradual, cicloergômetro de braço.
INDICAÇÕES PARA USO DOS EXERCÍCIOS ATIVO-
RESISTIDOS
O exercício resistido pode ser chamado de treino resistido e é um elemento essencial dos programas de
reabilitação para pessoas com função comprometida, além de um componente integral dos programas
de condicionamento para aqueles que desejam promover ou manter a saúde e o bem-estar físico,
potencializar o desempenho de habilidades motoras e reduzir o risco de lesões, disfunções e doenças.
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Por ter um impacto positivo no desempenho muscular, o treinamento resistido pode produzir muitos
outros benefícios potenciais:
Otimização do desempenho muscular: restauração, melhora ou manutenção de força, potência e
resistência à fadiga.
Aumento das forças dos tecidos conjuntivos.
Aumento da densidade mineral óssea.
Diminuição da sobrecarga nas articulações durante atividade física.
Redução do risco de lesões nos tecidos moles durante atividades físicas.
Possível melhora do equilíbrio.
Otimização do desempenho físico durante atividades diárias, ocupacionais e recreativas.
Mudanças positivas na composição corporal: aumento da massa muscular magra e diminuição da
gordura corporal.
Aumento do bem-estar físico.
Possível melhora da percepção e qualidade de vida.
Alguns sintomas podem ser sinal da fadiga muscular, como:
Sensação de desconforto muscular, tremor, dor ou cãibras.
Inabilidade para completar o padrão de movimento.
Uso de movimentos substitutivos.
CONTRAINDICAÇÕES PARA A APLICAÇÃO DOS
EXERCÍCIOS ATIVO-RESISTIDOS
Existem algumas contraindicações para a aplicação dos exercícios ativo-resistidos, a saber:
Inflamação aguda.
Dor articular ou muscular intensa durante o exercício resistido ou por mais de 24 horas após o exercício.
Doença neuromuscular inflamatória.
Doença cardiopulmonar grave.
 ATENÇÃO
Assim que um programa de exercícios resistidos é desenvolvido e prescrito pelo fisioterapeuta,para
alcançar as metas funcionais e os resultados específicos, torna-se necessária a intervenção direta para
implementar inicialmente o programa, ensinar e supervisionar os exercícios prescritos, fazendo uma
transição suave para um programa domiciliar independente.
VARIÁVEIS DE PRESCRIÇÃO, CARGA, REPETIÇÃO,
FREQUÊNCIA E SÉRIES DOS EXERCÍCIOS ATIVO-
RESISTIDOS
Todas as qualidades de aptidão física são estimuladas pelos exercícios resistidos: força, potência,
resistência, coordenação e flexibilidade. O músculo torna-se mais forte devido a dois mecanismos
básicos: maior recrutamento das unidades motoras das fibras e hipertrofia das fibras musculares
individuais. 
Durante as primeiras semanas de treinamento, a força aumenta em consequência das adaptações
neurais. Os aumentos na força e na endurance são acompanhados por certas alterações fisiológicas,
como aumento do tamanho muscular (Hipertrofia ) , pequenas alterações bioquímicas e adaptações
dentro do sistema nervoso.
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Um dos princípios que orientam a prescrição de exercícios é o princípio da sobrecarga, que resulta de
uma relação entre estímulo, adaptação e aumento da sobrecarga. Isso se deve ao fato de que, depois
de um tempo realizando exercícios com determinada carga, devemos aumentá-la para continuarmos a
ter os benefícios que o exercício proporciona, elevando o limite de adaptação. Se permanecêssemos
com a mesma carga, manteríamos apenas o mesmo nível de condicionamento já alcançado.
Em um programa de treinamento de força, a quantidade de resistência aplicada ao músculo é
aumentada aos poucos e de forma progressiva.
Para o treinamento de resistência à fadiga, prioriza-se o aumento do tempo durante o qual uma
contração muscular é mantida ou o número de repetições realizadas, em vez de aumentar a resistência.
Para que esse aumento seja progressivo, adequado às possibilidades do paciente, o fisioterapeuta deve
estar atento à execução do movimento, pois o aumento da carga não deve acontecer às custas da perda
de qualidade de execução dos movimentos.
 ATENÇÃO
A maioria dos estudos confirma a importância de se elaborar um programa de exercícios que simule
muito bem as atividades funcionais desejadas. O maior número possível de variáveis do programa de
exercícios deve estar de acordo com os requisitos e as demandas encontradas e vivenciadas pelo
paciente durante a realização das atividades funcionais específicas.
O destreinamento, que se reflete em uma redução no desempenho muscular, começa após alguns dias
da interrupção dos exercícios resistidos e continua até os efeitos dos treinos serem perdidos. Por essa
razão, é fundamental que os ganhos de força e resistência à fadiga sejam incorporados às atividades
diárias o mais cedo possível em um programa de recuperação funcional. Também é aconselhável que os
pacientes participem de um programa de manutenção com exercícios resistidos, um componente
integral do programa de preparo físico permanente, que pode ser acompanhado por outro profissional de
saúde, como o educador físico.
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O Exercício Resistido Progressivo (ERP) é um sistema de treinamento resistido dinâmico no qual uma
carga externa constante é aplicada ao músculo em contração por algum meio mecânico (geralmente um
peso livre ou aparelho com pesos), aumentado aos poucos.
O conceito de ERP foi introduzido há quase 60 anos por DeLorme, que propôs e estudou o uso de três
séries de 10RM com cargas progressivas durante cada série. Outros pesquisadores desenvolveram um
programa, técnica de Oxford, com cargas regressivas em cada série.
E COMO DETERMINAR 10RM?
Determinar 10RM significa verificar a carga máxima que o indivíduo consegue realizar com 10
repetições de movimento, com três séries.
Veja a seguir a comparação dos dois programas.
Programa DeLorme Programa Oxford
Determinação de 10RM Determinação de 10RM
10 repetições com 50% de 10RM 10 repetições com 100% de 10RM
10 repetições com 75% de 10 RM 10 repetições com 75% de 10RM
10 repetições com 100% de 10RM 10 repetições com 50% de 10 RM
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Um exame e uma avaliação minuciosa do paciente são a base do fisioterapeuta para determinar se um
programa de exercícios resistidos é indicado para melhorar o nível atual de função ou prevenir
disfunções potenciais. É preciso levar em consideração fatores como:
A patologia de base.
A extensão e a gravidade dos acometimentos no desempenho muscular.
A presença de outros déficits.
O estágio de cicatrização dos tecidos após uma lesão ou cirurgia.
A idade do paciente, seu nível geral de preparação física e sua habilidade de cooperar e aprender.
Vale salientar a importância da escolha do tipo de contração que será usada:
EXERCÍCIO ISOMÉTRICO (EXERCÍCIO ESTÁTICO)
Pode-se usar exercícios isométricos leves, que envolvem contrações isométricas de baixa intensidade
feitas contra pouca ou nenhuma resistência. São usados para diminuir a dor muscular e o espasmo e
para promover o relaxamento e a circulação depois de lesões de tecidos moles durante o estágio agudo
da cicatrização. Os isométricos leves podem retardar a atrofia muscular e manter a mobilidade entre as
fibras musculares quando a imobilização de um músculo é necessária para proteger os tecidos em
cicatrização. Além disso, os exercícios de estabilização podem ser usados para desenvolver um nível
de co-contração, visando melhorar a estabilidade postural ou a estabilidade dinâmica de uma articulação
por meio de contrações isométricas resistidas no meio da amplitude. O peso do corpo ou a resistência
manual geralmente são as fontes de resistência. Também é possível realizar os exercícios isométricos
em múltiplos ângulos, nos quais a resistência é aplicada manual ou mecanicamente em múltiplas
posições articulares dentro da ADM disponível.
Para se obter mudanças adaptativas no desempenho muscular estático, uma contração isométrica deve
ser mantida de seis a dez segundos, pois a fadiga muscular se desenvolve rapidamente. O uso de
contrações repetitivas dentro desse prazo diminui a ocorrência de cãibras e aumenta a efetividade do
programa isométrico. 
EXERCÍCIO DINÂMICO: CONCÊNTRICO E EXCÊNTRICO
Durante o exercício concêntrico e excêntrico, a resistência pode ser aplicada de várias maneiras:
resistência constante, como o peso do corpo, um peso livre ou um sistema simples de polias. Um
equipamento com peso fornece resistência variável. Já um dispositivo isocinético controla a velocidade
de movimento do membro. 
Características:
Em uma contração concêntrica, números maiores de unidades motoras precisam ser recrutados
para controlar a mesma carga em comparação a uma contração excêntrica.
O exercício concêntrico tem menos eficiência mecânica do que o exercício excêntrico.
A resistência máxima durante a fase concêntrica de um exercício não fornece uma carga máxima
durante a fase excêntrica.
Os ganhos adaptativos relativos na força excêntrica e concêntrica parecem ser similares na
conclusão de um programa de exercícios concêntricos ou excêntricos.
Muitos elementos (variáveis) determinam se um programa de exercícios é apropriado, efetivo e seguro.
Cada um desses elementos inter-relacionados deve ser evidenciado para melhorar um ou mais aspectos
do desempenho muscular e atingir os resultados funcionais desejados. O alinhamento e a estabilização
são elementos básicos. A dosagem conveniente de exercícios também deve ser determinada.
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Os exercícios resistidos são graduados de acordo com o desenvolvimento da força, respeitando o ritmo
constante e a máxima amplitude articular possível durante a execução. A sobrecarga de trabalho
muscular determina as melhoras nos níveis de força e resistência muscular:
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Treinar com pesos elevados e com baixas repetições visa aumentos de força.
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O treino com pesos mais leves e maior número de repetições resulta emmelhor resistência muscular e
força.
Não há um número ideal de repetições, mas são obtidos bons resultados treinando de 2 a 10
resistências máximas (RM) , em que a carga utilizada cumpra somente o número de repetições
estipuladas (KISNER; COLBY, 2016).
Em experimentos científicos, o percentual de 1RM é amplamente utilizado por sua acessibilidade e
facilidade de mensuração. Entretanto, o uso de 1RM como teste para determinação da força máxima
dinâmica é inapropriado para alguns pacientes em acompanhamento de fisioterapia, pois requer o
esforço máximo. Isso não é seguro, por exemplo, para pacientes com comprometimentos articulares, em
recuperação de lesões de tecidos moles ou que apresentem risco para tais lesões, ou pacientes com
osteoporose ou patologias cardiovasculares, conhecidas ou potenciais.
Nos exercícios resistidos, a intensidade de trabalho é dosada principalmente pela carga, pelo número de
repetições e intervalos entre as séries. A velocidade também é uma variável, mas não é frequentemente
utilizada como parâmetro de controle.
EXERCÍCIO EM CADEIA ABERTA E CADEIA FECHADA
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EXERCÍCIOS EM CADEIA ABERTA
Envolvem movimentos nos quais o segmento distal (mão ou pé) está livre para movimentar-se no
espaço, sem necessariamente causar movimentos simultâneos de articulações adjacentes.
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EXERCÍCIOS EM CADEIA FECHADA
Envolvem movimentos nos quais o corpo se move sobre um segmento distal fixado ou estabilizado
sobre uma superfície de apoio. O movimento em uma articulação causa movimentos simultâneos nas
articulações distais e proximais de um modo relativamente previsível. Por exemplo, quando um paciente
faz um movimento de agachamento bilateral em arco curto e retorna à posição ereta.
Atualmente, acredita-se que os exercícios em cadeia cinética fechada sejam mais funcionais, pois:
Promovem a descarga de peso nas diferentes estruturas.
Estimulam os mecanoceptores.
Estimulam a cocontração.
Melhoram a proteção articular.
Alterando a cadeia cinética de um movimento, podemos estar mudando a dinâmica articular e o
recrutamento muscular.
ARTROCINEMÁTICA E OSTEOCINEMÁTICA
EXERCÍCIOS PASSIVOS
A especialista Sandra Mayworm fala sobre a relação entre artrocinemática e osteocinemática e sua
importância para o fisioterapeuta.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. PARA DETERMINAR SE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS
POSSUI INDICAÇÃO PARA A MELHORIA DO NÍVEL ATUAL DA FUNÇÃO OU PARA
PREVENIR POTENCIAIS DISFUNÇÕES, É NECESSÁRIO QUE O
FISIOTERAPEUTA TENHA COMO BASE UM EXAME E UMA AVALIAÇÃO
MINUCIOSA DO PACIENTE, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO FATORES COMO A
PATOLOGIA DE BASE, A GRAVIDADE E A EXTENSÃO DOS ACOMETIMENTOS NA
PERFORMANCE MUSCULAR. EM RELAÇÃO À ELEIÇÃO DOS EXERCÍCIOS,
PODE-SE AFIRMAR:
I. DURANTE O EXERCÍCIO CONCÊNTRICO E EXCÊNTRICO, A RESISTÊNCIA
PODE SER ADMINISTRADA DE DIVERSAS MANEIRAS, COMO O PESO DO
CORPO, UM PESO LIVRE, UMA RESISTÊNCIA CONSTANTE OU UM SISTEMA
SIMPLES DE POLIAS.
II. OS EXERCÍCIOS DE ESTABILIZAÇÃO PODEM SER USADOS NO
DESENVOLVIMENTO DE UM NÍVEL DE CO-CONTRAÇÃO, COM O OBJETIVO DE
MELHORAR A ESTABILIDADE POSTURAL OU A ESTABILIDADE DINÂMICA DE
DETERMINADA ARTICULAÇÃO POR MEIO DE CONTRAÇÕES ISOMÉTRICAS
RESISTIDAS NO MEIO DA AMPLITUDE. GERALMENTE, O PESO DO CORPO OU A
RESISTÊNCIA MANUAL SÃO AS FONTES DE RESISTÊNCIA UTILIZADAS.
III. OS EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS LEVES SÃO UTILIZADOS PARA MANTER A
ATROFIA MUSCULAR E FAVORECER A IMOBILIDADE DAS FIBRAS
MUSCULARES DURANTE A IMOBILIZAÇÃO DE UM MÚSCULO, NECESSÁRIO
PARA PROTEGER OS TECIDOS EM CICATRIZAÇÃO.
ESTÁ (ÃO) CORRETA (S) AS AFIRMATIVAS:
A) II e III somente.
B) I, II e III.
C) Somente a III.
D) I e III somente.
E) I e II somente.
2. OS RECURSOS CINESIOTERAPÊUTICOS SÃO UTILIZADOS DE MANEIRA
DIRECIONADA DE ACORDO COM A FASE EVOLUTIVA DO PACIENTE E COM OS
OBJETIVOS TRAÇADOS PELO FISIOTERAPEUTA. A PARTIR DO MOMENTO EM
QUE AVALIAMOS, ORGANIZAMOS OS OBJETIVOS E TRAÇAMOS METAS PARA
SEREM CONQUISTADAS, TEREMOS A OPORTUNIDADE DE ESCOLHER OS
MELHORES E MAIS EFICAZES EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS. LEIA COM
ATENÇÃO AS AFIRMATIVAS A SEGUIR:
I. DEFINIDO COMO ATIVIDADE DE MOBILIDADE REALIZADA POR CONTRAÇÃO
MUSCULAR EFETIVA, O MOVIMENTO ATIVO É EXECUTADO ATRAVÉS DE
ATIVIDADES QUE PODEM SER REALIZADAS CONTRA A GRAVIDADE OU EM UM
POSICIONAMENTO QUE MINIMIZA A GRAVIDADE, DE ACORDO COM O GRAU DE
FORÇA MUSCULAR DO PACIENTE.
II. O EXERCÍCIO ATIVO-RESISTIDO TEM COMO CARACTERÍSTICA
CONTRAÇÕES MUSCULARES REALIZADAS CONTRA RESISTÊNCIAS
GRADUÁVEIS E PROGRESSIVAS, SENDO A FORMA MAIS COMUM A
UTILIZAÇÃO DE PESOS, MAS TAMBÉM É POSSÍVEL UTILIZAR RESISTÊNCIA
MANUAL, MOLAS, ELÁSTICOS, HIDRÁULICA, ELETROMAGNÉTICA E OUTRAS.
III. O EXERCÍCIO RESISTIDO É UM ELEMENTO ESSENCIAL DOS PROGRAMAS
DE RECUPERAÇÃO FUNCIONAL PARA PESSOAS COM FUNÇÃO
COMPROMETIDA, EMBORA NÃO SEJA UM COMPONENTE IDEAL PARA
AQUELES QUE DESEJAM PROMOVER OU MANTER A SAÚDE E O BEM-ESTAR
FÍSICO.
ESTÁ (ÃO) CORRETA (S) AS AFIRMATIVAS:
A) II e III somente.
B) I e III somente.
C) Somente a III.
D) I e II somente.
E) I, II e III.
GABARITO
1. Para determinar se um programa de exercícios resistidos possui indicação para a melhoria do
nível atual da função ou para prevenir potenciais disfunções, é necessário que o fisioterapeuta
tenha como base um exame e uma avaliação minuciosa do paciente, levando em consideração
fatores como a patologia de base, a gravidade e a extensão dos acometimentos na performance
muscular. Em relação à eleição dos exercícios, pode-se afirmar:
I. Durante o exercício concêntrico e excêntrico, a resistência pode ser administrada de diversas
maneiras, como o peso do corpo, um peso livre, uma resistência constante ou um sistema
simples de polias.
II. Os exercícios de estabilização podem ser usados no desenvolvimento de um nível de co-
contração, com o objetivo de melhorar a estabilidade postural ou a estabilidade dinâmica de
determinada articulação por meio de contrações isométricas resistidas no meio da amplitude.
Geralmente, o peso do corpo ou a resistência manual são as fontes de resistência utilizadas.
III. Os exercícios isométricos leves são utilizados para manter a atrofia muscular e favorecer a
imobilidade das fibras musculares durante a imobilização de um músculo, necessário para
proteger os tecidos em cicatrização.
Está (ão) correta (s) as afirmativas:
A alternativa "E " está correta.
Os exercícios isométricos leves podem retardar a atrofia muscular e favorecer a mobilidade das fibras
musculares. Os exercícios de estabilização podem ser usados para desenvolver um nível de co-
contração, visando melhorar a estabilidade postural ou a estabilidade dinâmica de uma articulação. O
peso do corpo e a resistência manual geralmente são as fontes de resistência. A resistência pode ser
aplicada de várias maneiras durante o exercício concêntrico e excêntrico.
2. Os recursos cinesioterapêuticos são utilizados de maneira direcionada de acordo com a fase
evolutiva do paciente e com os objetivos traçados pelo fisioterapeuta. A partir do momento em
que avaliamos, organizamos os objetivos e traçamos metas para serem conquistadas, teremos a
oportunidade de escolher os melhores e mais eficazes exercícios terapêuticos. Leia com atenção
as afirmativas a seguir:
I. Definido como atividade de mobilidade realizada por contração muscular efetiva, o movimento
ativo é executado através de atividades que podem ser realizadas contra a gravidade ou em um
posicionamento que minimiza a gravidade, de acordo com o grau de força muscular do paciente.
II. O exercício ativo-resistido tem como característica contrações musculares realizadas contra
resistências graduáveis e progressivas, sendo a forma mais comum a utilização de pesos, mas
também é possível utilizar resistência manual, molas, elásticos, hidráulica, eletromagnética e
outras.
III. O exercício resistido é um elemento essencial dos programas de recuperação funcional para
pessoas com função comprometida, embora não seja um componente ideal para aquelesque
desejam promover ou manter a saúde e o bem-estar físico.
Está (ão) correta (s) as afirmativas:
A alternativa "D " está correta.
As duas afirmativas iniciais estão corretas, mas a terceira traz uma informação errada: diz que o
exercício resistido não é um componente ideal para aqueles que desejam promover ou manter a saúde
e o bem-estar físico. No entanto, essa forma de exercício é recomendada até para idosos, para manter a
força e autonomia.
MÓDULO 3
 Descrever a utilização dos exercícios de propriocepção e suas indicações para controle
neuromuscular, equilíbrio e marcha
PRINCÍPIOS CONCEITUAIS
NEUROMUSCULARES DOS EXERCÍCIOS PARA
PROPRIOCEPÇÃO
A propriocepção (cinestesia), palavra empregada por Charles Sherrington por volta de 1900, pode ser
explicada como sendo qualquer conhecimento postural e posicional, conduzida ao sistema nervoso
central via receptores encontrados em órgãos, músculos, tendões, ligamentos, articulações ou pele. Em
outras palavras, é a percepção da posição e dos movimentos produzidos pelo nosso corpo. É o termo
que descreve a percepção do próprio corpo e inclui a consciência da postura, do movimento, das partes
do corpo e das mudanças no equilíbrio, além de englobar as sensações de movimento e de posição
articular. Embora seja estudada há muito tempo, a propriocepção ainda não é totalmente conhecida.
É IMPRATICÁVEL FALAR EM PROPRIOCEPÇÃO SEM CITAR
RECEPTORES SENSORIAIS. AFINAL, SÃO ELES QUE
AVISAM AO NOSSO SNC SOBRE A POSIÇÃO ARTICULAR E
SOBRE O NÍVEL DE TENSÃO MUSCULAR.
(LENT, 2010).
Os receptores sensoriais fazem parte do sistema sensorial somático, responsável pelas diferentes
experiências sensoriais captadas e interpretadas pelo nosso corpo. O primeiro papel dos receptores
sensoriais é prover o SNC com dados sobre a condição interna de estruturas orgânicas (meio interno) e
do ambiente externo. Eles são os nossos sentidos:
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VISÃO
autor/shutterstock
AUDIÇÃO
autor/shutterstock
SENSIBILIDADE CORPORAL
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OLFAÇÃO
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GUSTAÇÃO
Entretanto, um único receptor não é capaz de relatar os variados estímulos com os quais somos
bombardeados a cada instante. Por isso, podemos contar com variados tipos de receptores sensoriais,
cada um com suas próprias características que permitem a percepção de diferentes estímulos.
A classificação dos receptores sensoriais se faz de acordo com a sua função:
MECANOCEPTORES
TERMOCEPTORES
FOTOCEPTORES
QUIMIOCEPTORES
NOCICEPTORES
Além da classificação funcional, podemos também classificá-los de acordo com a sua localização
anatômica:
EXTEROCEPTOR
INTEROCEPTOR
PROPRIOCEPTOR (CLASSE QUE NOS INTERESSA NO
MOMENTO)
Imagine que alguém peça que você feche os olhos e descreva como está seu tronco e seus membros
superiores e inferiores. Joelhos estão fletidos? Estendidos? Suas mãos estão abertas? Fechadas?
Quem lhe informou tudo isso?
Os proprioceptores são receptores que estão presentes de forma mais profunda nos músculos, tendões,
ligamentos, nas aponeuroses, articulações e no labirinto do sistema vestibular. Eles têm a função reflexa
de informação locomotora ou postural e podem gerar impulsos nervosos de forma consciente ou
inconsciente.
Os primeiros chegam ao córtex cerebral e deixam que, mesmo com os olhos fechados, haja a
informação da percepção do seu corpo, seus segmentos corporais, da presteza muscular e do
movimento de todas as articulações. São responsáveis, na verdade, pela percepção de posição e de
movimento (cinestesia).
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Estes receptores cumprem seu papel, de forma simultânea, de detectar todas as mudanças corporais e
de enviar a informação coletada ao SNC. Associados aos proprioceptores, temos o sistema vestibular e
o aparelho visual, que fornecem variados e relevantes subsídios somatosensoriais. Portanto, a
propriocepção é fundamental e é responsável pela emissão constante de informações sobre eventuais
deslocamentos de qualquer segmento corporal no espaço, auxiliando-nos nas mais diferentes tarefas
funcionais. Apropriadamente, os proprioceptores estão localizados em:
MÚSCULOS
Fusos musculares
TENDÕES
Órgãos tendinosos de Golgi
CÁPSULAS ARTICULARES
Corpúsculos de Ruffini e Pacini
Alguns dos sensores, como já citados, são responsáveis por sensações:
ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI
FUSO MUSCULAR
SISTEMA VESTIBULAR
ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI
São sensíveis à tração exercida nos tendões, indicando a força que está sendo exercida sobre a
musculatura, impedindo lesões.
FUSO MUSCULAR
O Fuso muscular se divide em dois subtipos, fuso neuromuscular de bolsa, e de cadeia nuclear, sendo
estes responsáveis pelo comprimento da fibra muscular no repouso (postura) e durante o movimento.
SISTEMA VESTIBULAR
Localizado no ouvido, junto à cóclea, é sensível a alterações angulares da cabeça. Que alterações são
essas? Alterações no posicionamento da cabeça, com deslocamento do queixo para cima e para baixo
no sentido horizontal, com deslocamento do queixo lateralmente, ou seja, virar a cabeça para a direita e
esquerda. O sistema vestibular também age na identificação da postura de todo o corpo, o que permite
identificar se estou deitado, em pé ou em qualquer outro posicionamento. Inquietações no sentido de
equilíbrio podem levar a desalinhos, que, em casos extremos, podem impedir a pessoa de se manter na
posição vertical, causando vertigem e náusea.
Após alguma lesão ou procedimentos cirúrgicos, essa informação pode ser afetada. Nestes casos,
haverá uma incapacidade proprioceptiva do sujeito, o que pode deixar o indivíduo propenso a fazer
novas lesões, ou alterar sua coordenação durante suas atividades diárias. Pensem naquele indivíduo
que fez uma entorse de tornozelo e não consegue se sentir seguro nas suas atividades esportivas ou
recreativas: é disso que estamos falando.
Os exercícios de propriocepção são fundamentais para manter e recuperar essa cinética, função e
percepção das articulações.
TIPOS DE EXERCÍCIOS PROPRIOCEPTIVOS
O treino proprioceptivo abrange geralmente exercícios em superfícies irregulares e instáveis. Estes
dados da superfície fornecem ao organismo constantes propriedades para avaliar, informar a sua
direção e localização no ambiente. Ele desenvolve, recupera e condiciona a consciência corporal. Uma
resposta proprioceptiva positiva e integral proporciona ao corpo mais equilíbrio e estabilidade para suas
atividades diárias.
São tipos de exercícios proprioceptivos:
Treinos de marcha em terrenos irregulares.
Exercícios de equilíbrio, no disco com apoio bipodal ou unipodal, com ou sem auxílio da visão.
Exercícios em pranchas de equilíbrio, cama elástica, balancim etc.
Exercícios de deslocamentos, estimulando as mudanças de direção.
Exercícios estimulando a atividade profissional ou esportiva.
Exercícios em circuitos com diversos tipos de piso, direção, obstáculos.
TIPOS E FORMAS DE EXERCÍCIOS PARA O
EQUILÍBRIO
O equilíbrio é uma ação complexa que depende da conexão da visão, da percepção vestibular e
periférica, dos comandos centrais e informações neuromusculares e, particularmente, da força muscular
e do tempo de reação. Para obter um bom equilíbrio, um indivíduo deve procurar manter o centro de
massa corporal dentro dos limites mais estáveis, o que é determinado pela agilidade em controlar a
postura sem alterar a base de suporte. Difícil, não?
Reflita e tente responder à questão a seguir.
COMO ELABORAR EXERCÍCIOS PARA
MANUTENÇÃO, MELHORIA OU AQUISIÇÃO DO
EQUILÍBRIO?
RESPOSTA
Há muitos fatores a serem considerados quando se desenvolve um programa de intervenção para
comprometimentos do equilíbrio. A maioria dos programas de intervenção para o equilíbrio requer uma
abordagem em múltiplos sistemas.
 EXEMPLO
Uma pessoa que vem experimentando repouso prolongado no leito ou inatividade após uma
enfermidade pode precisar de um programa que inclua alongamento dos membros inferiores e do tronco
para melhorar o alinhamento postural e a mobilidade,exercícios de fortalecimento para aprimorar o
desempenho motor e as atividades de equilíbrio dinâmicas e funcionais para melhorar a habilidade de
realizar com segurança as atividades de vida diária.
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Vale salientar que as intervenções devem ser baseadas nos déficits identificados no controle estático,
dinâmico, antecipatório e reativo, assim como em problemas que envolvem a organização sensorial, a
função e a segurança do indivíduo.
Veja alguns exemplos de exercícios proprioceptivos e para equilíbrio de pé:
Caminhar em linha reta durante dez metros, um pé à frente do outro.
Caminhar em diferentes tipos de superfícies, como areia, grama, colchonetes.
Caminhar na ponta dos pés, calcanhares, da borda lateral ou interna do pé, de forma intercalada.
Sustentar-se num pé só, com exercícios com entrega e arremesso de bola.
Ficar de pé sobre uma superfície arredondada, ou numa cama elástica ou balancim, e manter-se sobre
um dos pés.
Pular na cama elástica, elevando um joelho de cada vez.
De pé no balancim ou disco de equilíbrio, fechando os olhos enquanto o terapeuta o desequilibra.
 ATENÇÃO
Pode ser que o indivíduo ainda não consiga se manter em pé, ou ser um cadeirante (lesão raquimedular,
por exemplo) permanente ou temporário, e as reações de equilíbrio deverão ser pesquisadas e
estimuladas em todas as posturas possíveis.
As posturas possíveis são:
DECÚBITO VENTRAL EM POSTURA DE PUPPY , COM
RETIRADA DE APOIO DE UM DOS BRAÇOS.
DECÚBITO DORSAL COM APOIO DOS PÉS E JOELHOS
FLETIDOS, ELEVANDO O QUADRIL E RETIRANDO O APOIO
DE UM DOS PÉS.
SENTADO, COM DESLOCAMENTOS E EXERCÍCIOS COM
ROTAÇÃO DE TRONCO.
EM QUATRO APOIOS, BALANCEIOS E RETIRADA DO APOIO
DE MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES
ALTERNADAMENTE.
DE JOELHOS, PASSAGEM PARA MEIO AJOELHADO, COM
DESLOCAMENTOS.
PASSAGEM DE JOELHOS PARA DE PÉ.
As mudanças de posturas e a marcha necessitam das reações de equilíbrio. A reação de equilíbrio é a
capacidade do indivíduo em manter a projeção do centro de gravidade dentro dos limites da base de
sustentação. Isso se dá por meio da interação de diversas forças que agem sobre nosso corpo. De
forma mais simples, é a manutenção da postura, mesmo quando uma força externa tenta o
desequilíbrio. Imagine alguém tentando desequilibrá-lo, e isso pode ser em qualquer postura: sentado,
de quatro apoios, de pé ou caminhando.
APLICAÇÃO DA CINESIOTERAPIA PARA
ESTABILIDADE NA MARCHA
A marcha é uma tarefa motora complexa que envolve um padrão de contrações musculares em diversos
segmentos do corpo, além de vários outros fatores interligados – visão, percepção vestibular e
periférica, comandos centrais e informações neuromusculares, já citados anteriormente – junto ao
equilíbrio. Pensando em termos biomecânicos, uma marcha eficaz pode ser vista com o deslocamento
do centro de gravidade no espaço, com o menor consumo de energia possível. Isso é determinado pela
agilidade em controlar o deslocamento do corpo e da postura em posição bípede.
Fonte: Autor/Shutterstock
As avaliações de equilíbrio e marcha são fundamentais para propor um treinamento eficaz com
exercícios terapêuticos. Vários testes podem ser utilizados com dados comparativos. Dentre eles,
podemos citar:
ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG
TESTE DE TINETTI
TESTE TIMED UP AND GO
ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG
É utilizada para verificação das habilidades de equilíbrio estático e dinâmico de uma pessoa.
TESTE DE TINETTI
Classifica os aspectos da marcha, como a velocidade, a distância do passo, a simetria e o equilíbrio em
pé.
TESTE TIMED UP AND GO
Teste que avalia a funcionalidade da marcha. O parâmetro avaliado é o tempo despendido (em
segundos) para se levantar de uma cadeira, andar uma distância de 3 metros e voltar até se sentar. É
muito utilizado e eficaz.
Diversos estudos têm sido realizados na busca por informações sobre o efeito do exercício terapêutico
junto ao equilíbrio e à marcha de idosos, mais propensos a quedas. Foi identificado que os exercícios de
força contribuem para melhorar o equilíbrio e a marcha. Alguns desses estudos também mediram os
níveis pré e pós-treinamento de habilidades funcionais, como equilíbrio, subida de escadas, velocidade
da marcha e levantamento de posição sentada. O efeito do treinamento de força e resistência à fadiga
nas habilidades funcionais se mostrou promissor. Além disso, a melhora do desempenho físico, com o
aumento da força muscular, potência e resistência física, contribui para a melhora do funcionamento
físico, incluindo velocidade da marcha ou da corrida e da habilidade de saltar.
 
Já é comprovado que um programa de exercícios terapêuticos em grupo ou individual, com incorporação
de fortalecimento muscular, alongamento, caminhada e atividades funcionais, produz efeitos benéficos
no equilíbrio e na marcha a curto e longo prazos.
Diante disso, com todas as informações desse módulo, apresentamos uma progressão dos exercícios,
após diminuição do quadro álgico, para recuperação funcional global, que também incluirá marcha e
equilíbrio (KISNER; COLBY, 2016):
Desenvolver percepção e controle dos músculos fracos ou mal utilizados.
Para uma musculatura fraca ou reparada cirurgicamente, iniciar com exercícios isométricos intermitentes
e em vários ângulos contra mínima resistência e exercícios ativos em posições de cadeia aberta e
fechada, dentro das amplitudes indolores e protegidas.
Proporcionar resistência e repetições apenas suficientes para desafiar os músculos, sem provocar os
sintomas.
Incluir exercícios concêntricos e excêntricos.
Desenvolver controle dos músculos posturais para dar estabilidade à região, usando exercícios de
estabilização.
Desenvolver resistência muscular à fadiga.
Progredir para padrões combinados de movimento que simulem atividades funcionais e treinar os
grupos musculares para que funcionem em uma sequência coordenada de controle e movimento.
Integrar tarefas funcionais simples ao programa de exercícios e progredir para tarefas mais complexas e
desafiadoras, sempre incorporando uma mecânica corporal apropriada.
Implementar exercícios corporais totais para melhorar a resistência cardiopulmonar e o equilíbrio.
Conforme a necessidade, baseando-se nas metas funcionais, incorporar ao programa de recuperação
funcional exercícios excêntricos de alta intensidade, treinamento pliométrico (exercícios de
alongamento-encurtamento rápido) e exercícios de agilidade com velocidades de movimento cada vez
maiores.
 SAIBA MAIS
Exercício pliométrico é um formato de exercício que tem como objetivo o máximo uso dos músculos
em movimentos rápidos e de explosão. Segurar e arremessar uma bola e saltar são exemplos de
exercícios pliométricos, pois trabalham a contração e o alongamento do músculo de forma sequenciada,
buscando a força máxima em um menor período de tempo.
EXERCÍCIOS DE PROPRIOCEPÇÃO PARA
IDOSOS
A especialista Sandra Mayworm fala sobre a relação do fortalecimento muscular, reações de equilíbrio,
treinamento de marcha e da propriocepção junto aos idosos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A MARCHA ENVOLVE UM PADRÃO DE CONTRAÇÕES MUSCULARES EM
DIVERSOS SEGMENTOS DO CORPO, ALÉM DE VÁRIOS OUTROS ELEMENTOS
INTERLIGADOS, COMO A VISÃO, A PERCEPÇÃO VESTIBULAR E PERIFÉRICA,
OS COMANDOS CENTRAIS E AS INFORMAÇÕES NEUROMUSCULARES, SENDO
CONSIDERADA UMA TAREFA MOTORA COMPLEXA.
PORQUE
II. É COMPROVADO QUE A APLICABILIDADE DE UM PROGRAMA DE
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS COM INCORPORAÇÃO DE FORTALECIMENTO
MUSCULAR, CAMINHADA, ALONGAMENTO E ATIVIDADES FUNCIONAIS EM
GRUPO OU INDIVIDUAL, PRODUZ EFEITOS BENÉFICOS NA MARCHA E NO
EQUILÍBRIO A CURTO E LONGO PRAZOS.
A RESPEITO DESSAS ASSERÇÕES, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposiçãoverdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
2. OS PROPRIOCEPTORES SÃO RECEPTORES QUE SE LOCALIZAM MAIS
PROFUNDAMENTE NOS MÚSCULOS, TENDÕES, LIGAMENTOS, NAS
APONEUROSES, ARTICULAÇÕES E NO LABIRINTO, CUJA FUNÇÃO REFLEXA É
LOCOMOTORA OU POSTURAL. PODEM GERAR IMPULSOS NERVOSOS,
CONSCIENTES OU INCONSCIENTES. PODEMOS AFIRMAR QUE:
I. OS PROPRIOCEPTORES DETECTAM TODAS AS VARIAÇÕES MECÂNICAS E
ENVIAM A INFORMAÇÃO RECOLHIDA AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL.
II. OS PROPRIOCEPTORES NÃO SÃO OS RESPONSÁVEIS PELO SENTIDO DE
POSIÇÃO E DE MOVIMENTO (CINESTESIA) DO CORPO, MAS SOMENTE DO
SENTIDO DA VISÃO.
III. OS PROPRIOCEPTORES ESTÃO LOCALIZADOS NOS MÚSCULOS, TENDÕES
E NAS CÁPSULAS ARTICULARES.
ESTÁ (ÃO) CORRETA (S) AS AFIRMATIVAS:
A) II e III somente.
B) I e II somente.
C) Somente a III.
D) I e III somente.
E) I, II e III.
GABARITO
1. A marcha envolve um padrão de contrações musculares em diversos segmentos do corpo,
além de vários outros elementos interligados, como a visão, a percepção vestibular e periférica,
os comandos centrais e as informações neuromusculares, sendo considerada uma tarefa motora
complexa.
PORQUE
II. É comprovado que a aplicabilidade de um programa de exercícios terapêuticos com
incorporação de fortalecimento muscular, caminhada, alongamento e atividades funcionais em
grupo ou individual, produz efeitos benéficos na marcha e no equilíbrio a curto e longo prazos.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A alternativa "B " está correta.
As duas asserções são proposições verdadeiras, mas sem uma relação de justificativa da segunda para
a primeira. Enquanto a I relata sobre a complexidade da marcha, envolvendo diversos elementos
interligados para seu desempenho, a II trata dos benefícios de um programa de exercícios que
proporcionam benefícios para a marcha, como também para o equilíbrio a curto e longo prazos.
2. Os proprioceptores são receptores que se localizam mais profundamente nos músculos,
tendões, ligamentos, nas aponeuroses, articulações e no labirinto, cuja função reflexa é
locomotora ou postural. Podem gerar impulsos nervosos, conscientes ou inconscientes.
Podemos afirmar que:
I. Os proprioceptores detectam todas as variações mecânicas e enviam a informação recolhida
ao sistema nervoso central.
II. Os proprioceptores não são os responsáveis pelo sentido de posição e de movimento
(cinestesia) do corpo, mas somente do sentido da visão.
III. Os proprioceptores estão localizados nos músculos, tendões e nas cápsulas articulares.
Está (ão) correta (s) as afirmativas:
A alternativa "D " está correta.
Os proprioceptores desempenham, simultaneamente, a função de detectar todas as variações
mecânicas e de enviar a informação recolhida ao sistema nervoso central. Pode-se dizer, portanto, que a
propriocepção é responsável pelo envio constante de informação sobre eventuais deslocamentos de
segmentos no espaço, auxiliando-nos nas diversas tarefas motoras. Apropriadamente, os
proprioceptores estão localizados nos músculos (fusos musculares), tendões (órgãos tendinosos de
Golgi) e nas cápsulas articulares (corpúsculos de Ruffini e Pacini).
MÓDULO 4
 Identificar os tipos e as aplicações de exercícios terapêuticos para restituição da amplitude
articular
RELAÇÃO COMPRIMENTO VERSUS TENSÃO
MUSCULAR E CAPACIDADE ELÁSTICA DO
MÚSCULO
Quando falamos sobre mobilidade, estamos relacionando dois parâmetros diferentes:
MOBILIDADE DOS SEGMENTOS CORPORAIS
MOBILIDADE FUNCIONAL
Como estão relacionados, a amplitude de movimento funcional e a mobilidade funcional necessitam
de uma integridade articular e da flexibilidade.
O músculo é um combinado de tecido contrátil e não contrátil. Nos músculos, identificamos a presença
de fibras musculares dispostas em paralelo. Cada fibra muscular tem ampla coleção de miofibrilas, que,
por sua vez, é constituída de composições ainda menores identificadas como sarcômeros. Eles
representam a unidade funcional do músculo e são compostos por ligações transversas de actina e
miosina, que se sobrepõem e possibilitam ao músculo relaxar ou contrair.
FLEXIBILIDADE
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Entende-se como flexibilidade a capacidade de mover uma única articulação ou uma série de
articulações, de modo suave e com facilidade, ao longo de uma amplitude de movimento (ADM)
sem restrições e de forma indolor. Ela está relacionada à extensibilidade das unidades
musculotendíneas que atravessam uma articulação, com base em sua habilidade de relaxar ou
deformar e ceder a uma força de alongamento (KISNER; COLBY, 2016).
 Estrutura do músculo.
Foto: Shutterstock.com
A tensão muscular proporcionada em uma única fibra muscular é dependente diretamente da relação
comprimento-tensão de seus sarcômeros. Para que isso possa gerar uma tensão ótima, é preciso que a
relação seja adequada. A máxima que se deve ter em mente está inerente à teoria de deslizamento,
sendo a força que uma fibra muscular pode gerar diretamente proporcional ao número de pontes
cruzadas entre os filamentos de actina e miosina.
Em relação ao sarcômero, duas situações distintas podem ser observadas:
SARCÔMERO “ALONGADO”
SARCÔMERO REDUZIDO
Nos dois casos, o resultado é o mesmo, menor tensão gerada e, consequentemente, menor
desempenho de força. As intervenções de alongamento são elaboradas para aumentar o comprimento
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dos componentes contráteis e não contráteis das unidades musculotendínea e das estruturas
periarticulares.
A deformação do tecido conjuntivo ocorre com graus diferentes em intensidades diversas de força e com
frequências de aplicação diferentes. Requer a quebra de ligações de colágeno e o realinhamento das
fibras, para que o alongamento ou o aumento da flexibilidade seja permanente.
Muitos processos patológicos podem restringir o movimento e comprometer a mobilidade. Veja
exemplos de fatores extrínsecos e intrínsecos que podem ocasionar restrição de movimentos:
FATOR EXTRÍNSECO
FATORES INTRÍNSECOS
A restrição de movimento pode variar de leve encurtamento a contraturas vigorosas.
O alongamento é um método frequentemente executado para aumentar a amplitude de movimento (ou a
flexibilidade) de determinadas articulações. Embora não haja evidências científicas que comprovem a
sua eficácia na diminuição do risco de lesões e na minimização de dores musculares tardias,
tradicionalmente faz parte do aquecimento para atividades físicas e proporciona bem-estar e habilidades
funcionais diárias.
Foto: shutterstock.com
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CONTRATURAS
Definimos contratura como o encurtamento adaptativo da unidade musculotendínea e outros
tecidos moles que cruzam ou cercam uma articulação, resultando em resistência significativa ao
alongamento passivo ou ativo e à limitação da ADM, podendo levar a disfunções.
INDICAÇÃO E CONTRAINDICAÇÃO PARA USO
DO ALONGAMENTO
Mesmo sendo difícil escolher na prática clínica um protocolo de alongamento apropriado, essa
discussão se propõe a contribuir para seu conhecimento. Independentemente de qual técnica é mais
efetiva, o alongamento ainda é altamente recomendado para ganhos de amplitude de movimento e
flexibilidade para as atividades de vida diária.
Fonte: Autor/Shutterstock
Indicações para o uso do alongamento:
ADM limitada em virtude dos tecidos moles perderem sua extensibilidade em decorrência de aderências,
contraturas e formação de tecido cicatricial, causando limitação funcional (limitação nas atividades) ou
incapacidades (restrições à participação).
Fraqueza muscular ou encurtamento do tecido oposto, levando à diminuição da ADM.
Pode ser usado como parte de um programa de preparação física ou de condicionamento esportivo, ou
pós-treino de exercícios vigorosos para possível redução da dor muscular pós-exercício.
Para relaxamento muscular.
Auxiliam no desenvolvimento da consciência corporal, melhorando a postura.
Diminuição dos riscos de lesões e distensões;

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