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Introdução ao Sistema Imune


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Introdução ao Sistema Imune 
Professora Priscila Lora 
O sistema imune é responsável por defender o organismo contra infecções. Para que isso ocorra 
é necessário que ele identifique quem são os microrganismos patogênicos e somente contra esses 
desenvolva uma resposta. 
Pode parecer estranho falando assim, mas existem diversos microrganismos que não nos causam 
doença (pelo menos não em condições “normais” de funcionamento do corpo). Nesse primeiro ponto 
entram já os conceitos de reconhecimento dos patógenos. Isso acontece da seguinte forma, os 
microrganismos apresentam estruturas que são denominadas PAMPs (padrões moleculares associados 
aos patógenos) e essas estruturas são reconhecidas pelas primeiras células envolvidas na defesa (todas 
exceto os linfócitos – vamos mais adiante entender porque esse não reconhecem assim). Esse 
reconhecimento se dá através de receptores de reconhecimento de padrão (RRP). Assista o vídeo 
ReconhecimentoPAMPs para mais detalhes 
<https://www.youtube.com/watch?v=nKb4OS8QFMU&t=5s> . 
 
Figura 1: Reconhecimento dos PAMPs pelos RRPs 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda: O desenho representa um neutrófilo que é uma célula do sistema imune intato reconhecendo a presença de 
uma bactéria por uma das estruturas apresentadas por ela. Nesse esquema é apresentado o (1) receptor TLR4 (toll-like receptor 
do tipo 4) presente no neutrófilo (3) se ligando ao (2) lipolissacarídeo (LPS) presente na bactéria. Existem diversos receptores do 
tipo TLR que se ligam e estruturas diferentes nos microrganismos. 
Esse mecanismo é utilizado por um grande grupo de células do sistema imune, contudo não inclui 
o tipo de reconhecimento que é exercido pelos linfócitos, esses reconhecem a presença de dos agentes 
infectantes não pela estrutura externa, mas por pequenos pedaços que são apresentados na forma de 
antígenos. Para isso é necessário que existe um processamento dos patógenos antes e também envolve 
uma molécula especial chamada de complexo principal de histocompatibilidade (MHC). 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=nKb4OS8QFMU&t=5s
 
Figura 2: Reconhecimento de antígenos pelos linfócitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda: O desenho representa um linfócito (3) que é uma célula do sistema imune adaptativo reconhecendo a 
presença de (1) um antígeno apresentado por uma célula que processou o microrganismo e está apresentando ele (2) via MHC. 
 
Um ponto importante para discutir é que o sistema imune apresenta algumas barreiras que são 
importantes para bloquear a entrada de patógenos. Tal como a pele que é a principal barreira física que 
o corpo apresenta para ilustrar isso pensa que quando temos um corte temos uma chance maior de 
infecção, quase todo mundo já passou por isso em algum momento da vida. Além da barreira física da 
pele temos também barreiras químicas como por exemplo o conteúdo do estômago extremamente ácido 
que pode matar grande parte dos patógenos que iriam nos infectar por consumo de alimentos ou também 
as barreiras biológicas como a presença de microrganismos que nos ajudam na proteção, como por 
exemplo a flora intestinal saudável – muito vastamente discutida hoje com o incentivo ao consumo de 
probióticos. 
Os componentes do sistema imune vão se dividir em dois grandes grupos para fins de estudo. 
Aqueles pertencentes a imunidade inata que são classificados assim por serem os que nascem com os 
indivíduos e tem seus processos de defesa repetidos a cada novo encontro com o patógeno. E outro 
grande grupo denominado imunidade adaptativa. Esse segundo precisa ser desenvolvido (não está pronto 
até a criança ter aproximadamente 18 meses de vida) e traz uma grande vantagem as defesas que é a 
memória imunológica – mecanismo esse que explica porque não nos infectamos duas vezes pelo mesmo 
microrganismo e também explica o funcionamento das vacinas. 
Mas existem situações onde esse reconhecimento e ativação que é um pré-requisito para o 
sistema imune apresenta falhas e nesse momento são desenvolvidas as doenças imunológicas. Elas 
podem ocorrer por baixa atividade (como os quadros de imunodeficiência) ou por alta atividade (como as 
reações de hipersensibilidades e as doenças autoimunes). 
Nós vamos começar agora a nos aprofundar no estudo desses processos de defesa e por fim 
vamos entender como as doenças são desenvolvidas e como podemos tratar elas. Sejam bem vindos ao 
mundo da imunologia !!! 
Figura 3: Células do Sistema Imune 
 
Legenda: Células do sistema imune apresentadas conforme seu local de circulação. 
 
As células do Sistema Imune são leucócitos. Essas células também são conhecidas como células 
brancas do sangue. Na verdade, não temos somente células do sistema imune no sangue, temos algumas 
células que são residentes teciduais. As células do sangue são neutrófilos, eosinófilos, basófilos, 
monócitos e linfócitos. E as residentes teciduais são macrófagos, células dendríticas e macrófagos. Sim 
são muitas, e preciso dizer, serão mais ao longo do semestre. Por exemplo os linfócitos são divididos em 
linfócitos B, linfócitos Natural Killer e diversos tipos de linfócitos T (regulatórios, auxiliares, citotóxicos...). 
Ainda células dendríticas possuem mais de uma forma e também os macrófagos. 
Mas calma, vamos conhecendo-as ao longo do semestre conforme foram aparecendo nos nossos 
conteúdos. O esquema apresentado na figura 3 é para vocês começarem a se situar nas disposições destas 
células no corpo. 
 
 
 
Figura 4: Produção das células do Sistema Imune 
 
Legenda: A figura esquematiza a “ontogenia” das células do sistema imune. É importante reconhecer que todas essas células são 
produzidas na medula óssea, assim qualquer distúrbio nesse contexto irá impactar em disfunções na imunidade. 
Ok agora você já sabe quem são as células do sistema imune podemos falar como elas são 
produzidas. Assim como as demais células do sangue as células do sistema imune são produzidas a partir 
de uma célula muito especial localizada na medula óssea. Esta célula se chama Célula Tronco. 
Esta célula tem a capacidade ilimitada de divisão celular (ou seja, diferentemente de outras 
células ela pode se dividir - criar quantas cópias forem necessárias - dela mesma) e também essa células 
tem capacidade ilimitada de diferenciação celular (ou seja, ela pode se transformar em "qualquer" células 
- neste caso qualquer células do sangue) mas claro isso depende de estímulos. 
Temos assim oriundas da célula tronco as células que vêm da linhagem mielóide (neutrófilos, 
basófilos e eosinófilos - que são granulócitos porque possuem grânulos no seu citoplasma, aliás, dentro 
destes grânulos existem substâncias que auxiliam nas respostas destas células; também os monócitos, 
macrófagos, células dentríticas e mastócitos) e então ficam faltando somente os linfócitos que vêm da 
linhagem linfóide. 
Quando existe a necessidade de produção de novas células no corpo, o estímulo (substâncias que 
vamos conhecer mais adiante) são liberadas e ativam a medula óssea. Ah, é importante lembrar duas 
coisas uma é que a célula tronco, fica dentro da medula óssea e essa fica dentro dos ossos. A segunda é 
que ela vai perdendo a funcionalidade non decorrer da vida. Confere no esquema da figura 4 os detalhes 
dessa história... 
Agora que você já sabe quem são as células do sistema imune, já sabe como elas são produzidas 
vamos ver um pouco sobre as funções de algumas delas. Confere a apresentação em anexo na 
comunidade para conhecer um pouco mais de cada uma dessas células.

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