Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE QUIROPRAXIA APLICADA A COLUNA VERTEBRAL Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE QUIROPRAXIA APLICADA A COLUNA VERTEBRAL MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 HISTÓRIA DA QUIROPRAXIA 1.1 POVOS ANTIGOS 1.2 O FUNDADOR 1.3 O SURGIMENTO DA QUIROPRAXIA 1.4 DESENVOLVIMENTO DA QUIROPRAXIA 1.4.1 Nomenclatura 1.5 A QUIROPRAXIA NO BRASIL E NO MUNDO 2 FUNDAMENTOS DA QUIROPRAXIA 2.1 CONCEITO DA QUIROPRAXIA 2.2 AJUSTE QUIROPRÁXICO 2.3 O THRUST X ESTALIDO 2.4 CONTRAINDIAÇÕES PARA O THRUST 3 PRINCÍPIOS DA QUIROPRAXIA 3.1 FIXAÇÕES 3.2 COMPLEXO DE SUBLUXAÇÃO 3.3 MOBILIDADE ARTICULAR 3.4 MOBILIDADE OSTEOCINEMÁTICA 3.5 MOBILIDADE ARTOCINEMÁTICA 4 HIPERMOBILIDADE X HIPOMOBILIDADE MÓDULO II 5 COLUNA VERTEBRAL 5.1 ESTRUTURA DA COLUNA VERTEBRAL 5.2 FUNÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL 5.3 O DISCO INTERVERTEBRAL AN02FREV001/REV 4.0 4 6 SISTEMA NERVOSO 6.1 DIVISÃO QUANTO À FUNÇÃO 7 COMPREENDENDO A DOR 7.1 MECANISMOS DE PRODUÇÃO DA DOR 7.2 DOR DE ORIGEM MECÂNICA 7.3 DOR MECÂNICA X DOR QUÍMICA 7.4 CLASSIFICAÇÃO DA DOR QUANTO A FONTE 7.5 DERMÁTOMOS 7.6 PROPRIORECEPTORES MECANOSSENSITIVOS 8 AVALIAÇÃO GLOBAL 8.1 EM PÉ (VISTA POSTERIOR): 8.2 EM PÉ (VISTA ANTERIOR) 8.3 DEITADO (DECÚBITO VENTRAL) 8.4 DEITADO (DECÚBITO DORSAL) 9 PROTOCOLO GLOBAL DE QUIROPRAXIA 9.1 LIBERAÇÃO DE TENSÃO DOS TORNOZELOS 9.2 LIBERAÇÃO DA TENSÃO LIGAMENTAR JOELHO 9.3 AJUSTE DE BÁSCULA NA PERNA CURTA 9.4 ALÍVIO DE PRESSÃO DO SACRO 9.5 AJUSTE INESPECÍFICO TORÁCICO 9.6 LIBERAÇÃO MIOFASCIAL DO TÓRAX 9.6.1 Liberação da Musculatura Tônica Paravertebral 9.6.2 Liberação Miofascial Tônica do Tórax 9.6.3 Técnica de Liberação Fascial Oscilatória 9.7 TESTE DE ELEVAÇÃO DA PERNA ESTENDIDA (LASEGUE) 9.8 LOMBAR ROLL 9.9 AJUSTE GLOBAL TORÁCICA 10 TESTES GLOBAIS E ESPECÍFICOS PARA MOBILIDADE 10.1 QUICK SCANNING 10.2 TESTE DE FLEXÃO EM PÉ (TFP) 10.3 TESTE DE EXTENSÃO EM PÉ (TEP) 10.4 TESTE DE FLEXÃO SENTADO (TFS) 10.5 TESTE DE GILLET AN02FREV001/REV 4.0 5 10.6 MOTION PALPATION MÓDULO III 11 A PELVE 11.1 ASPECTOS ANATÔMICOS 12 AJUSTES PARA ILÍACOS 12.1 ILÍACO ANTERIOR 12.2 ILÍACO POSTERIOR 12.3 TESTES ILÍACOS 12.3.1 Teste de Flexão em Pé 12.3.2 Teste de Extensão em Pé 12.3.3 Teste de Gillet 12.4 TRATAMENTO QUIROPRÁXICO PARA SUBLUXAÇÕES ILÍACO 12.4.1 Ajuste Quiropráxico para Ilíaco em Rotação Anterior 12.4.2 Variação para ajuste Quiropráxico do Ilíaco em Rotação Anterior 12.5 AJUSTE QUIROPRÁXICO PARA ILÍACO EM ROTAÇÃO POSTERIOR 13 AJUSTES PARA SACRO 13.1 AVALIAÇÃO 13.1.1 Palpação do Sacro 13.1.2 Testes Sacro 13.2 SUBLUXAÇÕES SACRAL 13.2.1 Sacro Flexão Bilateral 13.2.2 Sacro Extensão Bilateral 13.3 TESTES SACRO 13.3.1 Teste de Flexão Sentado (TFS) 13.3.2 Palpação do Sacro 13.3.3 Teste de compressão do sacro 13.3.4 Teste de Gillet 13.4 TRATAMENTO QUIROPRÁXICO PARA SUBLUXAÇÕES DO SACRO 13.4.1 Ajuste Quiropráxico para flexão bilateral do sacro 13.4.2 Ajuste Quiropráxico para extensão bilateral do sacro 14 AJUSTES PARA COLUNA LOMBAR AN02FREV001/REV 4.0 6 14.1 ASPECTOS ANATÔMICOS 14.2 CORPO VERTEBRAL 14.2.1 Arco Posterior 14.3 LIGAMENTOS 14.3.1 Ligamentos multissegmentares 14.3.2 Ligamentos segmentares 14.4 ASPECTOS BIOMECÂNICOS 14.5 HÉRNIA DE DISCO 14.6 ESCOLIOSE 14.7 AVALIAÇÃO 14.7.1 Palpação Lombar 14.7.2 Percussão 14.8 TESTES DE MOBILIDADE PARA LOMBAR: 14.8.1 Teste de flexão em pé 14.8.2 Motion Palpation 14.9 TRATAMENTO QUIROPRÁXICO PARA SUBLUXAÇÕES LOMBAR 14.9.1 Ajuste para subluxação lombar em flexão 14.9.1.1 Variação para subluxação lombar em flexão 14.9.2 Ajuste para subluxação lombar em extensão 14.9.3 Variação para subluxação lombar em extensão 14.9.4 Ajuste para subluxação lombar em rotação 14.9.4.1 Ajuste para subluxação lombar em rotação 14.9.4.2 Ajuste para subluxação lombar em lateroflexão 15 AJUSTES PARA COLUNA TORÁCICA 15.1 ASPECTOS ANATÔMICOS 15.2 LESÃO AGUDA 15.3 LESÃO CRÔNICA 15.4 CARACTERÍSTICAS DE UMA SUBLUXAÇÃO VERTEBRAL 15.5 ASPECTOS BIOMECÂNICOS 15.6 COAPTAÇÃO FACETÁRIA 15.7 BARREIRA NEUROMUSCULAR 15.8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 15.9 AVALIAÇÃO AN02FREV001/REV 4.0 7 15.9.1 Palpação 15.10 TRATAMENTO QUIROPRÁXICO PARA SUBLUXAÇÕES TORÁCICAS 15.10.1 Ajuste para subluxação torácica de grupo em extensão 15.10.2 Ajuste para subluxação torácica de grupo em flexão 15.10.3 Ajuste para subluxação univertebral torácica em rotação 15.10.4 Ajuste para subluxação univertebral torácica em extensão 15.10.5 Ajuste para subluxação univertebral torácica em flexão 15.10.6 Ajuste para subluxação univertebral torácica em extensão 15.10.7 Ajuste para subluxação univertebral torácica em flexão 15.10.8 Ajuste para subluxação univertebral torácica em rotação 15.10.9 Ajuste para subluxação unilateral torácica em lateroflexão 16 COSTELAS 16.1 ASPECTOS BIOMECÂNICOS 17 AJUSTES PARA COLUNA CERVICAL 17.1 ASPECTOS ANATÔMICOS 17.2 ASPECTOS BIOMECÂNICOS 17.3 ANATOMIA PALPATÓRIA 17.4 AVALIAÇÃO 17.5 SINTOMAS DISCOPATIAS CERVICAIS 17.6 TRATAMENTO QUIROPRÁXICO PARA SUBLUXAÇÕES COLUNA CERVICAL 17.6.1 Ajuste para subluxação occipital posterior 17.6.2 Ajuste para subluxação occipital anterior 17.6.3 Ajuste para subluxação em rotação anteroposterior 17.6.4 Ajuste para subluxação em flexão 17.6.5 Ajuste para subluxação em extensão 17.6.6 Ajuste para subluxação em lateroflexão REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 8 MÓDULO I 1 HISTÓRIA DA QUIROPRAXIA O corpo humano é provido de qualidades inerentes e naturais fundamentais para a manutenção, prevenção e recuperação da saúde, dando a esse, condições de restabelecer as suas funções. O sistema nervoso é o principal receptor e transmissor de informações que mantém o corpo humano em pleno funcionamento. Qualquer interferência nesse fluxo de informações, principalmente devido a um bloqueio na coluna vertebral, poderá potencializar o aparecimento das doenças. O livre fluxo de informação via sistema nervoso é fundamental para manutenção da homeostasia. Desde a antiguidade o homem tem utilizado as mãos como medida terapêutica para tratar as mais diversas afecções. Manuscritos Chineses e Gregos de 2.700 A.C. e 1.500 A.C. já mencionavam formas rudimentares de manipulação e manobras articulares nos membros inferiores do corpo humano a fim de aliviar dores lombares. Hipócrates, "pai da medicina", que viveu entre 460 A.C. a 377 A.C., publicou textos em que detalha: "adquira mais conhecimento sobre a Coluna vertebral, pois é a origem de muitas doenças". A Quiropraxia é uma técnica que utiliza principalmente as mãos para fazer ajustes no sistema musculoesquelético, estando hoje entre as três maiores profissões na área da saúde nos países desenvolvidos. AN02FREV001/REV 4.0 9 FIGURA 1 - ROMA FONTE: SOUZA, M. M. Manual de Quiropraxia. São Paulo (SP): IBRAQUI; 2002. FIGURA 2 - CHINA 940 D.C. FONTE: COLOMBA, K. História Quiropraxia. Disponível: <http://www.quirotherapy.com/historia>. Acesso em: 01 fev. 2012. AN02FREV001/REV 4.0 10 1.1 POVOS ANTIGOS 2.650 A.C – Primeiro registro: Textos Egípcios descrevem a manipulaçãovertebral como terapia. 1.500 A.C – Os Gregos relatam sucesso no tratamento de dores lombares. 1.100 D.C – Ciganas na Europa utilizavam o “caminhar pelas costas”, para tratar doenças. 1.2 O FUNDADOR A organização e fundação da Quiropraxia foi realizada por Daniel David Palmer, em Davenport, Iowa, nos Estados Unidos da América, no ano de 1895. O Dr. Palmer sempre foi muito interessado por temas que abordavam Anatomia e Fisiologia Humana, adquirindo excelente conhecimento sobre Medicina e Saúde da sua época. Daniel começou a trabalhar na cura com as mãos, vindo a obter excelentes resultados e ele compreendeu que para se alcançar a cura não necessitava de drogas, o que era bastante comum na época. Começou a entender que estava no caminho certo e que suas ideias poderiam mudar a imagem da medicina. AN02FREV001/REV 4.0 11 FIGURA 3 – DANIEL DAVID PALMER FONTE: QUIROPRXIA. História de Quiropraxia. Disponível: <http://www. http://www.quiropraxia.com.br/histo_quiroraxia>. Acesso em: 01 fev. 2012. FIGURA 4 - DANIEL DAVID PALMER FONTE: MAZZINI, S. Storia della Chiropratica. Disponível: <http://www.studiomazzini.net/chiropratica_6>. Acesso em: 01 fev. 2012. AN02FREV001/REV 4.0 12 1.3 O SURGIMENTO DA QUIROPRAXIA Em 1978, o Sr. Harvey Lillard trabalhando numa posição forçada, sentiu algo estalar no seu pescoço, ficando surdo alguns dias após. No dia 18 de setembro de 1985, Lillard contou sua história ao Dr. Daniel David Palmer, que trabalhava no mesmo edifício onde o Sr. Lillard era porteiro. Dr. Palmer examinou a coluna cervical de Lillard e encontrou um pequeno “nódulo”, no lugar onde ele havia ouvido o estalo. O Dr. Palmer estava convencido que aquela saliência era provocada por uma vértebra que estava fora do seu alinhamento natural. Após convencer o Sr. Lillard a deixá-lo colocar a vértebra em sua posição correta, ele empurrou essa saliência, ouvindo um estalido, e em seguida, a saliência desapareceu. Alguns dias depois o Sr. Lillard recuperou a audição e a CHIROPRATIC nasceu desse episódio. Devemos compreender que a manobra não curou a surdez do Sr. Lillard, mas que por algum motivo o bloqueio de uma vértebra estava interferindo na função auditiva, e após a liberação, o fluxo de informação do sistema nervoso foi restaurado e a função restabelecida. O corpo foi capaz de se autorregular e buscar a sua própria cura. AN02FREV001/REV 4.0 13 FIGURA 5 - HARVEY LILLARD FONTE: MAZZINI, S. Storia della Chiropratica. Disponível: <http://www.studiomazzini.net/chiropratica_6>. Acesso em: 01 fev. 2012. 1.4 DESENVOLVIMENTO DA QUIROPRAXIA Daniel Palmer começou a obter resultados em outros pacientes, questionando: “Se duas doenças tão diferentes, como a surdez e um problema cardíaco, se curaram com o realinhamento da vértebra, porque outras doenças não poderiam ter causas semelhantes?”. Logo, Palmer deduziu que a causa eventual de todas as doenças é a Subluxação vertebral, e o ajuste articular específico, a cura. Nos primeiros anos da profissão, a filosofia de “uma causa, uma cura” foi o que norteou os pioneiros da Quiropraxia. No dia 14 de janeiro de 1896 surgiu a palavra “Chiropratic”. Em 1897 foi fundada a Palmer School of Chiropractic, a primeira escola de Quiropraxia no mundo, atualmente é uma faculdade conhecida por Palmer Chiropractic College e estabelecida em Davenport, Iowa nos Estados Unidos da América. http://www.google.com.br/imgres?q=Harvey+Lillard&hl=pt-BR&gbv=2&biw=1366&bih=551&tbm=isch&tbnid=4WMkFpTOLux-VM:&imgrefurl=http://www.joycefamilychiro.com/history.html&docid=uqvg1Oah78JSHM&imgurl=http://www.joycefamilychiro.com/images/Harvey_Lillard.jpg&w=220&h=288&ei=AeAqT-C7DsiOsQL3nq3BDg&zoom=1 AN02FREV001/REV 4.0 14 Em meados de 1907, Shegataro Morikubo foi preso, acusado de exercício ilegal da medicina. A defesa baseou-se no fato que não prescrevia medicamentos e nem realizava cirurgias, não podendo assim ser acusado do exercício ilegal da medicina. Na época, a Osteopatia era prática exclusiva da medicina nos EUA, daí só poderia ser acusado de prática ilegal da Osteopatia. Quando o juiz concordou com essa tese, foi criada uma importante jurisprudência: arte médica não significa medicina. Daí por diante as forças ficaram concentradas em demonstrar as diferenças entre as duas formas de “ajustes articulares”. A Osteopatia baseava-se no fato de que os ajustes articulares eram realizados para restaurar a circulação sanguínea, enquanto na Quiropraxia os ajustes visavam à liberação e o fluxo dos nervos. Assim, os quiropraxistas perceberam que para praticar sua profissão sem problemas deveriam seguir a linha criada por D.D. Palmer. Um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento da quiropraxia foi B.J. Palmer nascido em 1881 – 1961. Contribuiu para a aceitação da quiropraxia nos EUA, se tornando dono de rádios e escolas de quiropraxia. 1.4.1 Nomenclatura - Chiropractic – “prática pelas mãos” - Derivado das palavras gregas keiros (mãos) e practos (feito por) - Na língua portuguesa: - Quiroprática – tradução direta - Quiropatia – termo em desuso - Quiropraxia – termo de uso atual AN02FREV001/REV 4.0 15 1.5 A QUIROPRAXIA NO BRASIL E NO MUNDO Atualmente a Quiropraxia é estabelecida em mais de 60 países e a grande maioria encontram-se em território norte-americano. Há aproximadamente 55 mil DC (Doutores em Quiropraxia) nos Estados Unidos, sendo o segundo maior segmento profissional entre as principais artes de cura: Medicina, Quiropraxia e Odontologia, e a primeira dentre as terapias naturais. Estima-se aproximadamente 150 mil quiropraxistas em todo mundo. No passado para se formar em quiropraxia era necessário cursar uma das 18 universidades americanas, porém, hoje já existem escolas no mesmo padrão na África do Sul, Dinamarca, Canadá, México, Nova Zelândia, França, dentre outros, que ensinam a profissão anualmente a milhares de estudantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a Quiropraxia como profissão, sendo que a Federação Mundial de Quiropraxia (WCF) possui representação junto a OMS. No Brasil, a quiropraxia teve início, quando em 1924, na cidade de São Paulo, o americano William F. Fipps, DC, iniciou seu trabalho, atendendo durante 24 anos. Em 1945, também em São Paulo, Henry Wilson Young, DC, tinha entre seus pacientes o Sr. Avelino Vieira, fundador do Bamerindus. Deslumbrado com os resultados do seu tratamento, o Sr. Avelino, patrocinou a vinda de um grupo de quiropraxistas veteranos da Segunda Guerra Mundial, iniciando em Curitiba o primeiro curso no Brasil. Entre os alunos, estava Manoel Matheus de Souza, o primeiro brasileiro a abraçar a profissão. Em 1980 Matheus de Souza funda o IBRAQUI (Instituto Brasileiro de Quiropatia). Em 1982, morre Henry Wilson Young, deixando Matheus de Souza como único profissional no Brasil. Vale ressaltar que no Brasil, a FEEVALE de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul e a Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, ambas em parceria com o Palmer College of Chiropratic e Western States Chiropractic College, realizam curso universitário no país. Cursos de formação e especialização em quiropraxia também AN02FREV001/REV 4.0 16 são ofertados no Brasil, destinando-se apenas para profissionais da área da saúde, mais especificamente para fisioterapeutas. 2 FUNDAMENTOS DA QUIROPRAXIA 2.1 CONCEITO DA QUIROPRAXIA É uma arte, ciência e filosofia que por meio de suaves ajustes articulares reconectam-se todos os seguimentos do corpo com o cérebro, dando a esse, condições de restabelecer a saúde de forma natural. A quiropraxia preocupa-se com a relação entre a estrutura (estruturas musculoesqueléticas) e a função (fluxo de informação) que é carreada pelosistema nervoso. A preservação dessa relação é fundamental para a manutenção e recuperação da saúde. 2.2 AJUSTE QUIROPRÁXICO Um ajuste refere a uma manobra manual passiva aplicada nas articulações apofisárias ou sinoviais, levando a articulação além da amplitude fisiológica de movimento, sem ultrapassar a barreira da integridade anatômica, deslizando uma superfície articular sobre outra. Restaurar a mobilidade articular, “realinhar” a subluxação e liberar o fluxo de informação via sistema nervoso, são os principais objetivos do ajuste quiropráxico. O ajuste quiropráxico não é apenas uma tentativa de “estalar” articulações, mas sim a busca de reconectar e reintegrar as várias funções corporais. AN02FREV001/REV 4.0 17 2.3 O THRUST X ESTALIDO O Thrust é uma técnica de grande velocidade e pequena amplitude mundialmente conhecida. Amplamente empregada pelo quiropraxia, mas não a única técnica utilizada. Além da quiropraxia, existem outros conceitos que a utilizam, dentre os mais conhecidos, a Ostepatia e o Conceito Maitland. Normalmente após a sua aplicação, se reproduz um som (estalido), presente apenas nas articulações sinoviais. O estalido acontece devido ao rompimento de bolhas de gás dentro da articulação. Pesquisas apontam que o som é gerado pelo mecanismo de cavitação resultante da diminuição da pressão intracapsular. Outros estudos demonstraram que ocorre um aumento temporário da mobilidade e consequentemente da amplitude articular, com o uso do thrust, imediatamente após a cavitação. Ajustes mal sucedidos, reproduzindo som ou não, resultam em aumento do quadro sintomatológico, enquanto que ajustes habilidosos, mesmo sem a ruptura audível, causam sensação de alívio imediato e melhora no movimento. O thrust promove o estiramento da cápsula articular, estimulando os receptores de Pacini, os além de estirar os músculos adjacentes, estimulando os corpúsculos tendinosos de Golgi. Esses estímulos causam um reflexo aferente em direção a medula espinhal que em resposta inibe os motoneurônios Alfa e Gama, bloqueando as dores. AN02FREV001/REV 4.0 18 2.4 CONTRAINDIAÇÕES PARA O THRUST Quadro 1- Contraindicações para uso do Thrust (fonte: RODRIGUES, P. Curso de Quiropraxia. Disponível: <http://www.poderdasmaos.com/site/?p=Quiropraxia_e_Massoterapi11349> Acesso em: 01 fev. 2012). AN02FREV001/REV 4.0 19 FIGURA 6 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO FONTE: BORGES, D. F. Neurofisiologia. Disponível: <http://www.tdtonline.org/viewtopic.php?t=193>. Acesso em: 01 fev. 2012. AN02FREV001/REV 4.0 20 3 PRINCÍPIOS DA QUIROPRAXIA x Innate Inteligence: É a força capaz de promover a saúde. O corpo humano é capaz de restabelecer sua própria cura, desde que o mesmo esteja em condições favoráveis. A inteligência inata é carregada pelo sistema nervoso, sendo que qualquer interferência no fluxo nervoso desencadeia doenças. x Sistema Nervoso: É responsável pela conexão do cérebro com todos os segmentos corporais. A inteligência inata é carregada pelo sistema nervoso, sendo que, qualquer interferência no fluxo nervoso poderá desencadear doenças. O sistema nervoso ocupa um papel preeminente na restauração e manutenção da função corporal adequada. x Complexo de Subluxação: Afeta o processo de cura, bloqueando a condução de informações pelo sistema nervoso. x Globalidade: O corpo humano é uma unidade indivisível, estando totalmente interligado por meio do tecido conjuntivo, que é responsável mecanicamente pela entidade funcional. Todas as estruturas anatômicas são solidárias entre si, o corpo é uma única estrutura em que tudo funciona em conjunto. x Estresse: Quanto mais o corpo está submetido ao stress, menor a capacidade de autocura. Tipos de estresse: - Mental: Estresse emocional causa rigidez muscular e consequentemente bloqueio articular, causando subluxações. Ex.: Depressão, cansaço mental, tensão constante, ansiedade, etc. - Químico: Álcool, fumo, alimentação (carência de vitaminas), medicamentos (antidepressivos, analgésico, etc.) causam mau funcionamento visceral e consequentemente alterações no sistema neuromusculoesquelético. Uma dieta equilibrada e natural é crucial para uma boa saúde - Térmico: Alterações na temperatura interferem nos mecanismos autorreguladores do corpo, afetando o processo de cura. Ex: Desidratação, temperaturas extremas, alterações na temperatura, etc. AN02FREV001/REV 4.0 21 - Físico: Causa sobrecarga nos músculos e articulações, provocando subluxações principalmente ao nível da coluna vertebral. Ex: Fratura, torção, cirurgia, exercícios inadequados, fixação/subluxação, etc. OBS: O sistema nervoso está relacionado com todos os sistemas do corpo, recebendo, processando e enviando informações para o pleno funcionamento corporal. FIGURA 7 - SISTEMA NERVOSO E SUAS CONEXÕES FONTE: RODRIGUES, P. Curso de Quiropraxia. Disponível:<http://www.poderdasmaos.com/site/?p=Quiropraxia_e_Massoterapia11349>. Acesso em: 01 fev. 2012. AN02FREV001/REV 4.0 22 3.1 FIXAÇÕES Está relacionada com o aprisionamento de um ponto articular, muscular, ligamentar ou ósseo, causando dificuldade e restrição do movimento. Uma fixação não significa completa imobilidade, mas sim uma redução do movimento. “Anormalidade Articular” = Subluxação. Essa falta de Mobilidade Articular leva a um “aprisionamento” intra-articular. DESORDEM ARTICULAR SUBLUXAÇÃO FIXAÇÃO Há quatro tipos mais conhecidos de fixações: 1. Fixação Muscular: Estado em que um músculo ou músculos fixam as vértebras e impedem o seu movimento normal. 2. Fixação Ligamentar: Articulação fixada gera encurtamento e retração dos ligamentos relacionados, pois eles tendem a se adaptar ao movimento utilizado. Quanto menor o grau de movimento, maior o encurtamento. 3. Fixação Articular: Normalmente posições errôneas e de sobrecarga, tendem a fixar as articulações, causando adesão e limitação do componente artrocinemático. 4. Fixação Óssea: Causa bloqueio repentino do movimento, indicando que o movimento não pode continuar. AN02FREV001/REV 4.0 23 FIXAÇÃO ARTICULAR FIXAÇÃO MUSCULAR FIXAÇÃO LIGAMENTAR FIGURA 8 - AÇÕES RECÍPROCAS TÍPICAS EM FIXAÇÃO MUSCULAR UNILATERAL FONTE: SOUZA, M. M. Manual de Quiropraxia. São Paulo (SP): IBRAQUI; 2002. Fatores desencadeantes para a fixação • Tecidos flexíveis periarticulares e intra-articulares, tais como: músculos, ligamentos, membrana sinovial, cartilagens articulares etc. • Fibroses • Fibrose capsular • Espasmos Musculares • Diminuição do ligamento • Endurecimento de cartilagem • Má formação de cartilagem • Cartilagem fragmentada AN02FREV001/REV 4.0 24 • Erosão de cartilagem e óssea 3.2 COMPLEXO DE SUBLUXAÇÃO Na Quiropraxia o termo subluxação é designado como uma redução da mobilidade ou quando uma articulação/vértebra apresenta um desarranjo articular, podendo interferir ou bloquear a transmissão de impulsos nervosos, impossibilitando os processos naturais de reparação e cura. A subluxação vertebral provoca um estresse, e consequentemente interferência no sistema nervoso. O ajuste quiropráxico irá liberar o sistema nervoso das interferências causadas pela subluxação. Na subluxação a articulação não está “fora do lugar”, nem excedeu os limites normais de movimento, mas sim uma alteração da sua mobilidade, inibindo o movimento em uma ou mais direções. Assim, será estabelecido um estado de disfunção biomecânica e fisiológica. OBS: Se uma subluxação existe, uma fixação também existirá. Jasen Housser afirmou que “95% de todas as pertubações (doenças) do corpo humano são causadas pela compressão oupinçamento de um nervo no orifício de conjugação, quando há deslocamento de uma vértebra ou disco na coluna vertebral”. Essa é conhecida como a teoria básica da quiropraxia. As subluxações necessitam ser analisadas por vários testes de mobilidade, muitas vezes, não sendo visíveis aos exames complementares. Após o diagnóstico da subluxação, próximo passo será selecionar a técnica mais adequada para a correção do processo, levando sempre em consideração o estado geral do paciente e os achados da avaliação quiropráxica. AN02FREV001/REV 4.0 25 FIGURA 9 – SUBLUXAÇÃO CAUSANDO PINÇAMENTO DE RAÍZ NERVOSA FONTE: Disponível: <http://fisioricardosena.blogspot.com/2008_02_01_archive.html>. Acesso em: 03 fev. 2012 Por intermédio de pesquisas e estudos, foram identificados cinco componentes da subluxação vertebral. Coletivamente, estes elementos são conhecidos como o complexo de subluxação: x Cinesiopatológico: Perda de posicionamento vertebral normal e do movimento em relação às vértebras vizinhas, gerando compensações e perda do jogo articular. x Miopatológico: Alterações patológicas que ocorrem na musculatura espinhal que inclui hipertonicidade, espasmos, fibrose, fraqueza e impróprio ou inadequado funcionamento. x Neuropatológico: Irritação ou lesão de raízes nervosas espinhais por compressão, estiramento ou mais comumente irritação química de perto as estruturas espinhal, gerando redução do fluxo axoplasmático. x Histopatológico: Alterações patológicas que ocorrem nos tecidos como medula óssea crescimentos anormais fora dos corpos vertebrais e das articulações, fibrose e aderências dos músculos da coluna vertebral e os ligamentos, bem como a desidratação e degeneração dos discos intervertebrais. AN02FREV001/REV 4.0 26 x Biopatológico: As mudanças bioquímicas que ocorrem na região da coluna vertebral, que incluem bioquímicos inflamatórios dos tecidos lesionados e resíduos de produtos bioquímicos. Para um tratamento ter efetividade é necessário que cada componente seja eliminado, assim o corpo terá sua capacidade de cura potencializada. Devemos sempre ter em mente a importância da restauração dos processos e não apenas a redução dos sintomas. Restaurar a biomecânica natural e recuperar a função são pontos cruciais no tratamento quiropráxico. 3.3 MOBILIDADE ARTICULAR A mobilidade é a capacidade do corpo executar movimentos de pequena e grande amplitude, livres de qualquer restrição. A mobilidade está relacionada com a articulação. Já a flexibilidade relaciona-se com tecido mole, principalmente os músculos. Para que um segmento corporal desempenhe bem o seu papel biomecânico e funcional é necessário que o componente osteocinemático e artrocinemático estejam em plena sintonia. 3.4 MOBILIDADE OSTEOCINEMÁTICA Está relacionada com os movimentos corporais de grande amplitude (Ex: Flexão de joelho, extensão do cotovelo, rotação da cervical, etc.). São movimentos executados de forma ativa e também são conhecidos como movimentos fisiológicos. AN02FREV001/REV 4.0 27 FIGURA 10 – MOVIMENTO OSTEOCINEMÁTICO FONTE: arquivo pessoal. FIGURA 11 – MOVIMENTO OSTEOCINEMÁTICO - FLEXÃO PLANTAR FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 28 FIGURA 12 – MOVIMENTO OSTEOCINEMÁTICO - FLEXÃO TRONCO FONTE: arquivo pessoal. 3.5 MOBILIDADE ARTOCINEMÁTICA Os movimentos artrocinemáticos são os movimentos que ocorrem no interior da articulação, os quais descrevem a distensibilidade na cápsula articular, permitindo que os movimentos fisiológicos ocorram ao longo da amplitude de movimento sem lesar as estruturas articulares. Esses movimentos não podem ser realizados ativamente pelo paciente. São cinco os movimentos artrocinemáticos: giro, rolamento, tração, compressão e deslizamento. Também é conhecido como movimento acessório. Rolamento: Durante o rolamento um osso rola sobre o outro com as seguintes características: - As superfícies são incongruentes. AN02FREV001/REV 4.0 29 - Novos pontos de uma superfície encontram novos pontos na superfície oposta. - Nas articulações com a biomecânica normal o rolamento só ocorre em combinação com os movimentos de deslizamentos e giro, porém quando o rolamento ocorre sozinho causa compressão nas superfícies do lado que o osso está se movendo, o que pode provocar uma lesão articular, e uma separação no outro lado. - A superfície que se move seja ela convexa ou côncava não influencia a direção do movimento ósseo. Deslizamento: Durante o deslizamento um osso desliza sobre o outro com as seguintes características: - As superfícies articulares são congruentes; - O mesmo ponto em uma superfície faz contato com novos pontos na superfície oposta; - O deslizamento não ocorre sozinho devido as superfícies articulares não serem totalmente planas, ou seja, completamente congruente; - Diferentemente do rolamento, a superfície articular que se move influencia a direção do deslizamento, o que é chamado como regra convexo-côncava; - Quando a superfície articular que se move é convexa, o deslizamento ocorre na direção oposta à do movimento angular do osso; - Quando a superfície que se move é côncava o deslizamento ocorre na mesma direção do movimento angular do osso. - Compressão: Durante a compressão uma superfície articular se aproxima uma da outra com as seguintes características: - A compressão causa diminuição no espaço articular entre as partes ósseas; - Ocorre normalmente nos membros inferiores e na coluna durante a sustentação do corpo; - Ocorre compressão com a contração muscular gerando estabilidade articular, impedindo lesões articulares; - Com a compressão o líquido sinovial move-se para as estruturas articulares avasculares nutrindo-as e lubrificando-as; AN02FREV001/REV 4.0 30 - Cargas excessivas de compressão causam lesões articulares, principalmente na cartilagem articular. - Tração: Durante o movimento de tração as superfícies articulares afastam- se uma da outra com as seguintes características: - Ocorre separação das superfícies articulares quando são puxadas distalmente uma da outra; - Pode ocorrer tração no eixo longo do osso resultando em deslizamento caudal; - Pode ocorrer tração em ângulo reto onde resulta na separação articular propriamente dita. OBS: AS MANOBRAS QUIROPRÁXICAS SÃO APLICADAS PARA RESTAURAR E RECUPERAR A MOBILIDADE ARTROCINEMÁTICO. FIGURA 13 – COMPONENTE ARTROCINEMÁTICO FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 31 4 HIPERMOBILIDADE X HIPOMOBILIDADE Compreender o conceito de hipermobilidade e hipermobilidade é fundamental para se diagnosticar uma subluxação quiropráxica. O corpo humano está constantemente submetido a pressões e sobrecargas, que levam o mesmo a compensações, em busca de menor gasto de energia e menos desgaste. As “compensações” adquiridas pelas alterações posicionais das articulações podem acarretar em uma Hipomobilidade ou Hipermobilidade. A perda da mobilidade de uma determinada articulação pode comprometer outra zona, que deverá compensar essa falta de mobilidade com uma Hipermobilidade. Normalmente toda Hipermobilidade ocorre de uma resultante compensatória de uma falta de mobilidade em outro seguimento (Hipomóvel). A zona de Hipermobilidade pode ser supra ou subjacente à fixação articular. As articulações Hipermóveis trabalham em uma amplitude excessiva para compensar as articulações que estão Hipomóveis. Importante ressaltar que a zona hipermóvel normalmente é a área sintomática, causadora de dores. Já a zona hipomóvel é assintomática, reproduzindo dores apenas quando palpada ou mobilizada, tornando-se fixada e degenerada. A Hipermobilidade pode ser supra ou subjacente à fixaçãoarticular. AN02FREV001/REV 4.0 32 FIGURA 14 – HIPERMOBILIDADE E HIPOMOBILIDADE FONTE: SOUZA, M. M. Manual de Quiropraxia. São Paulo (SP): IBRAQUI; 2002. OBS: Na coluna vertebral, pode existir um padrão alternado de Hipomobilidade e Hipermobilidade. Alteração articulares compensação = Hipermobilidade (Desordem Articular) Hipomobilidade Espasmo muscular Fixação Articular OBS: OS TESTES NA REGIÃO HIPOMÓVEL SERÃO POSITIVOS (+). AN02FREV001/REV 4.0 33 Degeneração Cronicidade Discopatia por desidratação, Osteofitose, Artrose, Prolapso. FIGURA 15 – HIPOMOBILIDADE - OSTEOFITOSE, “BICO DE PAPAGAIO” FONTE: SOUZA, M. M. Manual de Quiropraxia. São Paulo (SP): IBRAQUI; 2002. A zona hipermóvel será o local de dores espontâneas, ocasionadas pela inflamação nos tecidos periarticulares (músculos, ligamentos, cápsulas articulares etc.). Hipermobilidade Hipotonia Muscular Mov. Excessivo AN02FREV001/REV 4.0 34 OBS: OS TESTES NA REGIÃO HIPERMÓVEL SERÃO NEGATIVOS (-). Hipermobilidade Excesso de esforço Agudo “Fadiga do material”, irritação das raízes nervosas, por meio de edema e anóxia. FIGURA 16 – HIPERMOBILIDADE - OSTEOFITOSE, “ESPORÃO DE TRAÇÃO” FONTE: SOUZA, M. M. Manual de Quiropraxia. São Paulo (SP): IBRAQUI; 2002. EO PARA INSERIR O AN02FREV001/REV 4.0 35 FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 36 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE QUIROPRAXIA APLICADA A COLUNA VERTEBRAL Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 37 CURSO DE QUIROPRAXIA APLICADA A COLUNA VERTEBRAL MÓDULO II CURSO DE ESPAÇO PARA INSERIR O TEXTO Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 38 MÓDULO II 5 COLUNA VERTEBRAL 5.1 ESTRUTURA DA COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral estende-se desde o occipital até a pelve. É constituída por 33 segmentos, sendo 24 vértebras, sacro (cinco segmentos fundidos) e cóccix (quatro segmentos fundidos), articulando-se pelas costelas com o osso esterno. Superiormente, se articula com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o osso do quadril (Ilíaco). A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica, Lombar e Sacrococcígea, sendo 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e cerca de 4 coccígeas. AN02FREV001/REV 4.0 39 FIGURA 17 – COLUNA VERTEBRAL FONTE: arquivo pessoal. A coluna vertebral apresenta curvas anatômicas e fisiológicas fundamentais para a manutenção do equilíbrio corporal. Lateralmente, apresenta a lordose cervical e lombar (convexa ventralmente), cifose torácica e “sacral” (côncava ventralmente). AN02FREV001/REV 4.0 40 FIGURA 18 – VISTA LATERAL COLUNA VERTEBRAL FONTE: arquivo pessoal. x Coluna Cervical É constituída por sete vértebras, sendo que a primeira e segunda vértebras, átlas e áxis, apresentam forma diferenciada, a fim de proporcionar união com a cabeça e permitir movimentos complexos. As cinco demais vértebras inferiores, com exceção de C7, apresentam características típicas. A sétima vértebra é conhecida como vértebra de transição, por possuir também características de uma vértebra torácica superior. É também a maior vértebra cervical, tendo o processo espinhoso mais palpável e proeminente. O processo espinhoso de C3 é o menos palpável por ser o mais curto. Atlas (C1) tem a função de sustentar a cabeça e proteger vasos sanguíneos importantes que irrigam a cabeça, possuindo íntima relação com o occipital. Juntos realizam, principalmente o movimento de flexão (rolamento posterior do crânio) e extensão (rolamento anterior do crânio). O áxis articula-se na sua parte inferior com C3 como uma vértebra típica e na sua porção superior articula-se com o atlas também pelo processo odontoide. AN02FREV001/REV 4.0 41 x Coluna Torácica É formada por 12 vértebras de forma típica, diferenciando das demais pelo fato de articular-se com as costelas. Esse conjunto forma uma caixa torácica que protege os órgãos vitais, como coração, pulmão e fígado, além de estar relacionada com os movimentos respiratórios de inspiração e expiração. A coluna torácica, devido a sua junção com as costelas, apresenta uma menor mobilidade, quando comparada com a coluna lombar e cervical. x Coluna Lombar A coluna lombar é constituída por cinco vértebras, sendo as maiores e mais pesadas da coluna vertebral, em virtude de receber maior sobrecarga e conectar-se a músculos mais fortes e pesados. Apresenta um corpo vertebral típico, em forma de rim, sendo mais profundo no centro, para melhor acomodar o disco intervertebral. x Sacro Formado por cinco vértebras fundidas, articulando-se com a lombar (L5) na sua base e lateralmente com os ilíacos pela articulação sacroilíaca. Tem forma de triângulo invertido, com base maior para cima e o vértice (ápice) para baixo, onde se articula com o cóccix. x Cóccix É a extremidade final da coluna vertebral, constituindo-se de quatro segmentos fundidos, cada um menor inferiormente. 5.2 FUNÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL - Proteção para a medula espinhal e os nervos espinhais; - Suporta o peso do corpo; - Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça; - Exerce um papel importante na postura e locomoção; - Proporciona flexibilidade para o corpo. AN02FREV001/REV 4.0 42 5.3 O DISCO INTERVERTEBRAL Os discos intervertebrais se encontram em toda a coluna vertebral, entre dois corpos vertebrais, exceto entre a primeira e a segunda vértebra cervical. É a maior estrutura avascular do corpo humano, sendo separado do aspecto anterior da dura-máter pelo ligamento longitudinal posterior. Sua parte central é constituída de um polissacarídeo importante, o núcleo pulposo, e a região periférica constituída do anel fibroso. Nos jovens, o núcleo pulposo é claramente distinto dos anéis fibrosos, porém, na meia idade está distinção desaparece completamente, devido o processo de desidratação sofrido pelo núcleo, tornando-se degenerado e fibrosado, visto que seu conteúdo de água diminui. O núcleo pulposo tem a capacidade de se deformar quando submetido à pressão, com participação nos mecanismos de absorção de choques e distribuição de forças, equilibrando tensões. O anel fibroso é composto por uma série de camadas de fibras colágenas dispostas de forma espiral, encapsulando o núcleo pulposo. Os principais estresses suportados pelos discos intervertebrais são compressão axial, cisalhamento, inclinação e rotações. Somente 1/3 externo é vascularizado, sendo que as lamelas mais externas possuem maior inervação, mas em discos jovens há inervação até o núcleo. Em razão da pouca vascularização o disco é nutrido por um sistema osmótico. NutriçãoÆ desnutrição HidrataçãoÆ desidratação AN02FREV001/REV 4.0 43 FIGURA 19 – DISCO INTERVERTEBRAL FONTE: arquivo pessoal. 6 SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central e periférico. O sistema nervoso central é composto pelo encéfalo e medula espinhal, enquanto que o sistema nervoso periférico é compostopelos pares de nervos cranianos e espinhais, como também pelos gânglios e terminações nervosas. O encéfalo está contido no crânio, sendo formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico. AN02FREV001/REV 4.0 44 FIGURA 20 – SISTEMA NERVOSO CENTRAL FONTE: VILELA, A. L. M. O Sistema Nervoso. Disponível: <http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp>. Acesso em: 5 fev. 2012. O Sistema Nervoso Periférico é constituído pelos nervos e gânglios nervosos e sua função é conectar o sistema nervoso central às diversas partes do corpo humano. Os nervos são feixes de fibras nervosas envoltas por uma capa de tecido conjuntivo. Nos nervos há vasos sanguíneos, responsáveis pela nutrição das fibras nervosas. As fibras presentes nos nervos podem ser tanto detritos como axônios que conduzem, respectivamente, impulsos nervosos das diversas regiões do corpo ao sistema nervoso central e vice-versa. Os gânglios nervosos são aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados fora do sistema nervoso central. Os gânglios aparecem como pequenas dilatações em certos nervos. Os nervos periféricos são classificados em sensitivos, motores e mistos. Os Nervos sensitivos são os que contêm somente fibras sensitivas, que conduzem impulsos dos órgãos sensitivos para o sistema nervoso central. Os Nervos motores AN02FREV001/REV 4.0 45 são os que contêm somente fibras motoras, que conduzem impulsos do sistema nervoso central até os órgãos efetuadores (músculos ou glândulas). Os Nervos mistos contêm tanto fibras sensitivas quanto motoras. FIGURA 21 – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO FONTE: arquivo pessoal. Nervos cranianos são os nervos ligados ao encéfalo, enquanto nervos ligados à medula espinal são denominados nervos espinais ou raquidianos. Possuímos doze pares de nervos cranianos, responsáveis pela intervenção dos órgãos do sentido, dos músculos e glândulas da cabeça, e também de alguns órgãos internos. AN02FREV001/REV 4.0 46 FIGURA 22 – NERVOS CRANIANOS FONTE: arquivo pessoal. Os Nervos espinais ou raquidianos dispõe-se em pares ao longo da medula, um par por vértebra. Cada nervo do par liga-se lateralmente à medula por meio de duas "raízes", uma localizada em posição mais dorsal e outra em posição mais ventral. A raiz dorsal de um nervo espinal é formada por fibras sensitivas e a raiz ventral, por fibras motoras. Os Gânglios espinais estão localizados na raiz dorsal de cada nervo espinal, onde se localizam os corpos celulares dos neurônios sensitivos. Já os corpos celulares dos neurônios motores localizam-se dentro da medula, na substância cinzenta. Os nervos espinais ramificam-se perto da medula e os diferentes ramos inervam os músculos, a pele e as vísceras. AN02FREV001/REV 4.0 47 FIGURA 23 – SISTEMA NERVOSO FONTE: arquivo pessoal. FIGURA 24 – RAÍZES NERVOSAS E MEDULA FONTE: arquivo pessoal. As informações vindas das diversas partes do corpo chegam até as partes específicas do encéfalo, chamadas de centros nervosos, onde são integradas para AN02FREV001/REV 4.0 48 gerar ordens de ação na forma de impulsos nervosos que são emitidas às diversas partes do corpo pelas fibras motoras presentes nos nervos cranianos e espinais. FIGURA 25 – DIVISÃO SISTEMA NERVOSO FONTE: arquivo pessoal. 6.1 DIVISÃO QUANTO À FUNÇÃO Do ponto de vista funcional, o sistema nervoso divide-se em: Sistema Nervoso Somático e Sistema Nervoso Autônomo. O sistema nervoso somático é responsável pela relação entre o corpo humano e o meio ambiente, sendo constituído de duas partes: Aferente (sensitiva) e Eferente (motora). O sistema nervoso autônomo também é dividido em duas partes: Aferente e Eferente (Autônomo). O sistema nervoso autônomo aferente conduz impulsos dos viscerorreceptores, por fibras sensitivas que penetram no SNC e tornam-se ou não conscientes. O sistema nervoso autônomo eferente é responsável pela motricidade AN02FREV001/REV 4.0 49 visceral e pelo funcionamento adequado de glândulas, resultando na secreção de substâncias vitais para a manutenção da HOMEOSTASE. Segue abaixo algumas diferenças entre o sistema nervoso somático e autônomo: Quadro 2 - Diferenças entre Sistema Nervoso Somático e Autônomo. FONTE: arquivo pessoal. O sistema nervoso autônomo é dividido em SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO. O sistema nervoso simpático tem origem desde T1 até L2 ou L3. Sua principal característica é a formação de gânglios paravertebrais e pré-vertebrais. Desses gânglios, onde se situam os corpos celulares dos neurônios, saem às fibras nervosas que inervam as estruturas viscerais, órgãos e tecidos, regulando o funcionamento respiratório, circulatório, digestivo, metabólico, controlando a pressão arterial, a temperatura corporal, etc. O sistema nervoso parassimpático tem origem nos pares de nervos cranianos III (oculomotor), VII (facial), IX (glossofaríngeo) e X (vago), além dos segmentos nervosos de S2, S3 e S4. Os três primeiros pares de nervos cranianos (III, VII e IX), dirigem suas fibras nervosas para vários segmentos da cabeça, enquanto os pares nervosos sacrais inervam o cólon descendente, o reto, a bexiga e os órgãos reprodutores. O par X de nervos cranianos, o nervo vago, tem por função AN02FREV001/REV 4.0 50 integrar o sistema nervoso central aos músculos da faringe, laringe, coração, pulmões e órgãos do abdômen, fazendo a ponte entre os ramos cranianos e os ramos sacrais. Para a Quiropraxia, a compreensão e conhecimento da localização e percurso desses pares de nervos são essenciais, pois a efetividade da técnica dependerá da correlação entre as causas primárias, secundárias e seus efeitos. AN02FREV001/REV 4.0 51 FIGURA 26 – SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 52 FIGURA 27 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 53 7 COMPREENDENDO A DOR A dor é o sintoma mais frequente na consulta ao quiropraxista, sendo uma consequência da subluxação. O tratamento voltado para a dor torna-se paliativo e proporciona à recidiva e potencializa seu agravamento. O tratamento quiropráxico deve ser voltado à resolução da subluxação subjacente aos sintomas. “O diagnóstico fisioterápico mais efetivo definirá a síndrome e apontará as causas da dor, em vez de somente identificar as fontes da dor” (Sahrmann, 1977). A dor é fruto da interpretação subjetiva do paciente e nem sempre é percebida no local onde se encontra a lesão/subluxação. Normalmente, existe uma dificuldade da sua análise e compreensão. OBS: Sempre que avaliar um paciente com dor no membro superior, examinar a coluna cervical e cintura escapular. Sempre que avaliar um paciente com dor no membro inferior, examinar a coluna lombar e a cintura pélvica. 7.1 MECANISMOS DE PRODUÇÃO DA DOR A dor pode ser produzida de duas formas: 1. Pela aplicação de forças mecânicas suficientemente intensas para pressionar, deformar ou danificar os tecidos que contêm os nociceptores; 2. Pela presença de concentrações suficientes de substâncias químicas irritantes no fluído que circunda os tecidos que contêm os receptores nociceptivos. Essas substâncias são liberadas de tecidos traumatizados, inflamados, necrosados, metabolicamente anormais e isquêmicos. AN02FREV001/REV 4.0 54 7.2 DOR DE ORIGEM MECÂNICA É causada pela deformação mecânica de estruturas que contêm nociceptores. Deformação mecânica = aplicação de forças suficientes para: – Pressionar; – Deformar (torcer, estirar); – Danificar (romper) os tecidos implicados. Essa deformaçãomecânica deve ser suficiente para ultrapassar o limiar de dor. Para haver dor de origem mecânica é necessário: 1. Que a estrutura contenha nociceptores; 2. Que haja uma deformação mecânica da estrutura; 3. Que o estímulo nociceptivo gerado pela deformação mecânica ultrapasse o limiar de dor. 7.3 DOR MECÂNICA X DOR QUÍMICA - Dor Química: É causada por irritação química dos nociceptores e por processos inflamatórios pós-trauma ou doença inflamatória ou infecciosa. Suas principais características são: pulsante, queimação e constante. A dor persistirá enquanto houver substâncias químicas irritantes dos nociceptores em quantidade suficiente no tecido. - Dor Mecânica: causada por deformação mecânica dos nociceptores, pressão, ruptura ou estiramento em tempo e/ou intensidade suficientes. Normalmente é influenciada pelos movimentos corporais. A dor persistirá enquanto o estímulo mecânico estiver sendo aplicado. Pode ser aguda, subaguda ou crônica. AN02FREV001/REV 4.0 55 7.4 CLASSIFICAÇÃO DA DOR QUANTO A FONTE - Dor cutânea: Relacionada à pele, envolve as estruturas situadas na pele e tecido subcutâneo, sendo bem localizada pelo paciente. - Dor referida: Relacionada tanto a estruturas somáticas como viscerais. É sentida em outro local que não a área anatômica onde é originada. - Dor visceral: Relacionada aos órgãos internos torácicos ou abdominais, sistema respiratório, digestivo, urogenital e endócrino, pâncreas, coração e grandes vasos. OBS: A dor referida é percebida pelo paciente em outro local que não seja o seu verdadeiro sítio de origem. É referida em dermátomos, distalmente e não cruza a linha média. 7.5 DERMÁTOMOS As estruturas profundas do corpo estão relacionadas a uma área cortical, que também está relacionada a uma área da pele. Baseado nas experiências sensoriais, o córtex relaciona os estímulos vindos de uma estrutura profunda com uma área da pele. Essa área da pele é chamada ‘dermátomo’, e toda dor originada de uma estrutura profunda será referida no seu dermátomo correspondente, sendo sentida na superfície do corpo. AN02FREV001/REV 4.0 56 FIGURA 28 – DERMÁTOMOS FONTE: arquivo pessoal. - EXEMPLOS: � Dor na face anterior do cotovelo: relacionada ao segmento C6. � Dor na face posterior do cotovelo: relacionada ao segmento C7. � Face anterior do joelho: C3 – pode ser derivada da raiz de C3 ou de uma estrutura derivada embriologicamente de C3, como o quadril. AN02FREV001/REV 4.0 57 7.6 PROPRIORECEPTORES MECANOSSENSITIVOS 1. Tipo I: Corpúsculo de Ruffini – Atuação estática e dinâmica, possuindo baixo limiar de excitabilidade. Presente nas cápsulas articulares. Lenta adaptação. 2. Tipo II: Corpúsculo de Pacini – Presentes nas cápsulas articulares (articulações distais). Atuação dinâmica, com baixo limiar de excitabilidade. Adaptação mais rápida. 3. Tipo III: Órgãos Tendinosos de Golgi – Presentes nos ligamentos articulares e tendões. Atuação dinâmica, com moderado limiar de excitabilidade. Adaptações lentas. 4. TIPO IV: Terminações Nervosas Livres – Respondem as alterações mecânicas ou alterações do líquido sinovial. Presente na maioria dos tecidos 8 AVALIAÇÃO GLOBAL Na quiropraxia uma avaliação detalhada e minuciosa é fundamental para o sucesso e efetividade do tratamento. Uma leitura global do paciente servirá como base para a realização de testes específicos e para a aplicação dos ajustes quiropráxicos. Avaliação deve contemplar e evidenciar vários achados, desde o momento da entrada do paciente até a sua saída, e nunca basear-se apenas em uma descoberta. Além de uma anamnese detalhada, todos os sinais e sintomas devem ser analisados e interpretados, a fim de se criar uma imagem diagnóstica. - Inspeção: Observar alterações biomecânicas, posturais, edema, contraturas, desequilíbrios estruturais, nódulos, cicatrizes, etc. - Palpação Estática: Procurar sinais de calor ou frio anormais, atrofia, hipertonicidade, edema, textura dos tecidos, sensibilidade, maleabilidade, etc. - Palpação Dinâmica: Observar flexibilidade, mobilidade, sensibilidade, qualidade do movimento, etc. AN02FREV001/REV 4.0 58 - Exame Físico - Testes Ortopédicos: Utilizados para diagnosticar transtornos do sistema musculoesquelético, a fim de evidenciar lesões específicas. Presença de dor, resistência muscular e limitação de movimento, são alguns dos indicativos. - Testes Neurológicos: Quando surge a suspeita de possíveis deficiências neurológicas, são observados força, sensibilidade e reflexos. - Exames Complementares: Devem ser complementares a todos os testes e observações e nunca tomados como definitivos. Seguem alguns pontos fundamentais a serem observados em uma avaliação global do paciente. Todos os achados deverão ser anotados e interpretados. 8.1 EM PÉ (VISTA POSTERIOR): - Altura das orelhas; - Região Suboccipital (Altura Côndilos Occipital e Consistência Muscular); - Altura dos Ombros; - Altura das Escápulas; - Flancos; - Altura Crista Ilíaca; - EIPS (Espinha Ilíaca posterossuperior); - Pregas Glúteas; - Pregas Poplíteas; - Tendões Calcâneos. AN02FREV001/REV 4.0 59 FOTO 29 – ALTURA CRISTAS ILÍACAS FONTE: arquivo pessoal. FOTO 30 – PALPAÇÃO EIPS FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 60 8.2 EM PÉ (VISTA ANTERIOR) - Altura Orelhas; - Queixo (lado que está “apontando”) - Altura Ombros; - Altura Crista Ilíaca; - EIAS (Espinha Ilíaca anterossuperior); - Ângulo Joelhos; - Arco Plantar dos Pés (cavo ou plano); - Comprimento dos MMSS. FOTO 31 – PALPAÇÃO EIAS FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 61 FOTO 32 – AVALIAÇÃO COMPRIMENTO DOS MMSS FONTE: arquivo pessoal. 8.3 DEITADO (DECÚBITO VENTRAL) - Altura Cristas Ilíacas; - Sulcos Sacrais; - EIPS; - Tuberosidade Isquiática; - Ligamentos Sacrotuberais; - Comprimento dos Membros Inferiores (MMII). AN02FREV001/REV 4.0 62 FOTO 33 – AVALIAÇÃO EM DECÚBITO VENTRAL - PALPAÇÃO EIPS FONTE: arquivo pessoal. 8.4 DEITADO (DECÚBITO DORSAL) - Altura Cristas Ilíacas; - EIAS; - Distância Umbigo-EIAS; - Ramos Púbicos; - Comprimento dos MMSS e MMII. AN02FREV001/REV 4.0 63 FOTO 34 – AVALIAÇÃO COMPRIMENTO MEMBROS SUPERIORES FONTE: arquivo pessoal. OBS: NORMALMENTE O LADO DO BRAÇO MAIS CURTO É O LADO DO MÚCULO PSOAS ENCURTADO. AN02FREV001/REV 4.0 64 FOTO 35 – AVALIAÇÃO COMPRIMENTO MMII EM DECÚBITO DORSAL FONTE: arquivo pessoal. OBS: NORMALMENTE O LADO DO MEMBRO SUPERIOR MAIS CURTO ESTÁ RELACIONADO COM O MÚSCULO PSOAS DO MESMO LADO ENCURTADO. Os achados da avaliação (inspeção) global servirão para se criar uma imagem global do paciente, surgindo áreas de desequilíbrio musculoesquelético, e consequentemente de possíveis subluxações. Todas as informações obtidas serão cruciais para o diagnóstico quiropráxico. Segue abaixo algumas dicas: - A inspeção da altura das orelhas e queixo poderá indicar alguma subluxação ao nível cervical (ex: subluxação em rotação ou lateroflexão); - Palpação da região suboccipital, analisando a consistência muscular e a posição dos côndilos occipitais, também poderá indicar subluxações na cervical superior e inferior; AN02FREV001/REV 4.0 65 - Altura dos ombros e escápulas poderá direcionar para possíveis subluxações na coluna cervical, torácica, com também encurtamento dos músculos trapézio superior e elevador da escápula, que desequilibram as estruturas relacionadas; - Inspeção e palpação dos flancos e cristas ilíacas poderãoindicar desequilíbrios musculares e articulares na pelve, coluna lombar ou torácica. O flanco mais pronunciado ou acentuado normalmente está relacionado com escoliose toracolombar, havendo retrações do músculo psoas e quadrado lombar homolateral; - Palpação da EIAS ou EIPS indicarão possíveis subluxações dos ilíacos, seja em rotação anterior, posterior ou até mesmo subluxação em Up-Slip (deslizamento do ilíaco para cima); - Palpação dos tendões do calcâneo poderá indicar aumento de tensão na cadeia muscular posterior (indicando alguma subluxação no lado mais tenso), subluxações ao nível do tornozelo (indicando, por exemplo, um pé plano ou cavo); - Assimetria no comprimento dos MMSS e MMII poderá indicar desarranjo do sistema musculoesquelético; OBS: Para a avaliação dos membros inferiores, caso a diferença de comprimento dos membros inferiores seja maior em decúbito dorsal em comparação com a diferença encontrada em decúbito ventral, significa uma subluxação ilíaca em relação ao sacro. Se a diferença for maior em decúbito ventral, estamos diante de uma subluxação sacro em relação ao ilíaco. 9 PROTOCOLO GLOBAL DE QUIROPRAXIA A aplicação das manobras do protocolo global não servirá para corrigir subluxações específicas. A finalidade será basicamente liberação de subluxações secundárias, preparando o paciente para ajustes mais precisos. Devem ser utilizados quando os achados da avaliação inicial não são esclarecedores, e o quiropraxista não está completamente seguro para aplicar determinada técnica mais específica no paciente. Podemos dizer também, que o protocolo global é utilizado como primeiro contato terapêutico, a fim de aliviar as angústias, tensões e dores. AN02FREV001/REV 4.0 66 9.1 LIBERAÇÃO DE TENSÃO DOS TORNOZELOS - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral / Quiropraxista homolateral a perna curta. - Contatos Manuais: Mão cranial segura calcâneo, mão caudal segura à face dorsal do antepé. - Ação: a) Mobilizar o tornozelo em flexão plantar de forma oscilatória no final da amplitude articular; b) Mobilizar o tornozelo em dorsiflexão de forma oscilatória no final da amplitude articular; c) Mobilizar o tornozelo em inversão e eversão de forma oscilatória no final da amplitude articular; d) Mobilizar o tornozelo em circundução; OBS: AO FINAL DE CADA MOBILIZAÇÃO APLICAR UM IMPULSO DE GRANDE VELOCIDADE E PEQUENA AMPLITUDE. AN02FREV001/REV 4.0 67 FOTO 36 – MOBILIZAÇÃO EM FLEXÃO-PLANTAR FONTE: arquivo pessoal. FOTO 37 – MOBILIZAÇÃO EM DORSIFLEXÃO FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 68 FOTO 38 – MOBILIZAÇÃO EM EVERSÃO FONTE: arquivo pessoal. FOTO 39 – MOBILIZAÇÃO EM INVERSÃO FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 69 9.2 LIBERAÇÃO DA TENSÃO LIGAMENTAR JOELHO - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral/Quiropraxista homolateral a perna curta. - Contatos Manuais: Mão cranial na região poplítea, mão caudal segura tornozelo. - Parâmetros: Flexão do joelho 90°, mão caudal aumenta a flexão do joelho direcionando o calcanhar em direção à região glútea do paciente. - Ação: Mobilizar em flexão os joelhos algumas vezes, no sentido dos parâmetros. Ao final das mobilizações aplicar impulso de alta velocidade e pequena amplitude em flexão do joelho. FOTO 40 – LIBERAÇÃO DA TENSÃO LIGAMENTAR JOELHO FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 70 OBS: REALIZAR A LIBERAÇÃO DE TENSÃO DOS TORNOZELOS E JOELHOS INICIALMENTE NA PERNA CURTA E LOGO EM SEGUIDA NA PERNA LONGA. SE OS MEMBROS INFERIORES CONTINUAREM COM ASSIMETRIA NO COMPRIMENTO PASSAR PARA OS PRÓXIMOS AJUSTES. 9.3 AJUSTE DE BÁSCULA NA PERNA CURTA - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral/Quiropraxista homolateral a perna curta, ao nível da articulação coxofemoral. - Contatos Manuais: Mão cranial na região glútea, próximo a linha do trocânter maior do fêmur; mão caudal na região do tornozelo ou coxa do paciente. - Parâmetros: Extensão da articulação coxofemoral, realizada pela mão caudal associada com compressão anterior da mão cranial. - Ação: Ajuste com Body Drop (queda do corpo) com a mão caudal no sentido anterior. FOTO 41 – AJUSTE DE BÁSCULA NA PERNA CURTA FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 71 Alívio de Pressão dos Ilíacos - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral / Quiropraxista ao nível da pelve do paciente. - Contatos Manuais: Mãos apoiadas sobre os ilíacos com os dedos direcionados lateralmente. - Parâmetros: Compressão no sentido anterior do paciente. - Ação: Deslocar o peso do corpo em direção às mãos para pressionar os ilíacos. FOTO 42 – PRESSÃO DE ALÍVIO DOS ILÍACOS FONTE: arquivo pessoal. 9.4 ALÍVIO DE PRESSÃO DO SACRO - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral/Quiropraxista ao nível da pelve do paciente. - Contatos Manuais: Mão dominante sobre o sacro com a outra mão reforçando o contato (as duas mãos fazem uma cruz). AN02FREV001/REV 4.0 72 - Parâmetros: Compressão no sentido anterior do paciente. - Ação: Deslocar o peso do corpo para cima das duas mãos com extensão dos cotovelos. FOTO 43 – ALÍVIO DE PRESSÃO DO SACRO FONTE: arquivo pessoal. Alívio de Pressão da Lombar - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral / Quiropraxista ao nível da lombar. - Contatos Manuais: Mãos apoiadas sobre a lombar com os dedos direcionados lateralmente. - Parâmetros: Compressão perpendicular anteriormente ao paciente (para baixo) com os cotovelos estendidos. - Ação: Deslocar o peso do corpo com as duas mãos para a região lombar. AN02FREV001/REV 4.0 73 FOTO 44 - PRESSÃO DE ALÍVIO LOMBAR FONTE: arquivo pessoal. 9.5 AJUSTE INESPECÍFICO TORÁCICO - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral/Quiropraxista ao nível da lombar. - Contatos Manuais: Mão dominante sobre o processo espinhoso da vértebra a ser manipulada com reforço da outra mão em cruz. Mão manipuladora em leve posição de concha. Compressão anterossuperior, ou seja, no sentido da maca e da cabeça do paciente. - Ação: Ajuste de grande velocidade e pequena amplitude no sentido dos parâmetros. AN02FREV001/REV 4.0 74 FOTO 45 – AJUSTE INESPECÍFICO TORÁCICO FONTE: arquivo pessoal. 9.6 LIBERAÇÃO MIOFASCIAL DO TÓRAX 9.6.1 Liberação da Musculatura Tônica Paravertebral - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral/Quiropraxista em pé ao nível do tórax do paciente. - Contatos Manuais: Mão cranial com a região tênar sobre o polegar da mão caudal. O polegar da mão caudal estará repousado sobre a musculatura paravertebral. - Parâmetros: Compressão com a mão cranial no sentido da maca sobre o polegar da mão caudal. - Ação: Impulso no sentido da maca seguindo os parâmetros. AN02FREV001/REV 4.0 75 FOTO 46 – LIBERAÇÃO DA MUSCULATURA TÔNICA PARAVERTEBRAL FONTE: arquivo pessoal. 9.6.2 Liberação Miofascial Tônica do Tórax - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral/Quiropraxista em pé ao nível do tórax do paciente. - Contatos Manuais: Mão cranial espalmada sobre a região paravertebral com os dedos na direção dos pés do paciente. Mão caudal espalmada sobre a região paravertebral em sentido oposto à mão cranial com os dedos na direção da cabeça do paciente. - Parâmetros: Realizar uma tração afastando as duas mãos. - Ação: Impulso com as duas mãos no sentido dos parâmetros. AN02FREV001/REV 4.0 76 FOTO 47– LIBERAÇÃO MIOFASCIAL TÔNICA DO TÓRAX FONTE: arquivo pessoal. 9.6.3 Técnica de Liberação Fascial Oscilatória - Posicionamento: Paciente em decúbito ventral/Quiropraxista em pé ao nível do tórax do paciente. - ContatosManuais: Mão caudal sobre a região sacral e a mão cranial sobre a região lombar. - Ação: Realizar movimento oscilatório com a mão caudal enquanto a mão cranial ascende pela coluna à medida que a tensão chega até esta. AN02FREV001/REV 4.0 77 FOTO 48 – LIBERAÇÃO FASCIAL OSCILATÓRIA FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 78 9.7 TESTE DE ELEVAÇÃO DA PERNA ESTENDIDA (LASEGUE) - Caso o teste seja positivo, não realizar os próximos passos. FOTO 49 – TESTE LASEGUE FONTE: arquivo pessoal. 9.8 LOMBAR ROLL - Posicionamento: Paciente em decúbito lateral/Quiropraxista em finta lateral ao nível da pelve do paciente. - Contatos Manuais: Mão caudal apoiada sobre a região glútea do paciente. Mão cranial apoiada sobre a região deltopeitoral do paciente. - Parâmetros: Alavanca Superior: Flexão dos joelhos e quadris a 90º, apoiados sobre a coxa do Quiropraxista. Realizar flexão e rotação do tronco com a mão cranial até a tensão chegar ao nível de L1. Nesse momento a mão caudal será apenas sensitiva. AN02FREV001/REV 4.0 79 Alavanca Inferior: Realizar extensão do membro inferior que está apoiado sobre a maca com a mão caudal e flexão da outra perna até a tensão chegar ao nível de L5/S1. Nesse momento a mão cranial será apenas sensitiva. - Ação: Ajuste com queda do corpo no sentido da maca. FOTO 50 – LOMBAR ROLL FONTE: arquivo pessoal. 9.9 AJUSTE GLOBAL TORÁCICA - Posicionamento: Paciente em pé com as mãos cruzadas sobre o tórax / Quiropraxista em pé atrás do paciente. - Contatos Manuais: Mãos do Quiropraxista contata os cotovelos ou braços do paciente com a sua região peitoral apoiado no tórax do paciente. - Parâmetros: Solicitar a flexão do pescoço do paciente, tracionando os braços no sentido posterior e cranial, aumentando a compressão do peitoral. - Ação: Ajuste com impulso do peitoral no sentido cranial. AN02FREV001/REV 4.0 80 FOTO 51 – AJUSTE GLOBAL TORÁCICO FONTE: arquivo pessoal. 10 TESTES GLOBAIS E ESPECÍFICOS PARA MOBILIDADE 10.1 QUICK SCANNING Utilizado para verificar a mobilidade da coluna vertebral, desde a articulação sacroilíaca até a cervical. O quiropraxista busca com esse teste a presença de zonas doloridas, rigidez e aumento de tensão. É um teste para avaliar a mobilidade global da coluna vertebral e pelve. - Posicionamento: Paciente sentado / Quiropraxista atrás do paciente. - Contatos Manuais: Punho serrado contata a região a ser testada. - Procedimento: Quiropraxista realiza mobilização oscilatória lenta e suave no sentido anterior do paciente. Mobiliza a região sacroilíaca, lombar, torácica e cervical. Para mobilizar a cervical utilizar o primeiro e segundo dedos. AN02FREV001/REV 4.0 81 FOTO 52 – QUICK SCANNING PARA SACROILÍACA FONTE: arquivo pessoal. FOTO 53 - QUICK SCANNING PARA TORÁCICA MÉDIA FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 82 FOTO 54 – QUICK SCANNING PARA LOMBAR FONTE: arquivo pessoal. 10.2 TESTE DE FLEXÃO EM PÉ (TFP) Utilizado para avaliar a mobilidade da articulação sacroilíaca, mais precisamente, a mobilidade dos ilíacos. - Posicionamento: Paciente em pé / Quiropraxista de joelhos ou sentado atrás do paciente com os olhos ao nível da pelve do paciente. - Contatos Manuais: Quiropraxista contata com a polpa dos polegares por baixo das espinhas ilíacas posterossuperior (EIPS). - Procedimento: Solicitar que o paciente realize uma flexão do tronco. Quiropraxista mantém os contatos por baixo das EIPS e observará a ascensão dos polegares. O polegar que ascender (subir), será possivelmente o lado o ilíaco subluxado. AN02FREV001/REV 4.0 83 FOTO 55 – TFP POLEGAR DIREITO ASCENDENTE, ILÍACO DIREITO SUBLUXADO FONTE: arquivo pessoal. 10.3 TESTE DE EXTENSÃO EM PÉ (TEP) Utilizado para avaliar a mobilidade da articulação sacroilíaca, mais precisamente, a mobilidade do ilíaco em relação ao sacro. - Posicionamento: Paciente em pé/Quiropraxista de joelhos ou sentado atrás do paciente com os olhos ao nível da pelve do paciente. - Contatos Manuais: Quiropraxista contata os sucos sacrais com a polpa dos polegares. - Procedimento: Solicitar que o paciente realize extensão do tronco. Observar o que acontece com os sucos sacrais, se ficam mais “rasos” ou “fundos” com a extensão do tronco. Correlacionar com os achados do TFP. Caso o lado o AN02FREV001/REV 4.0 84 sulco sacral da sacroilíaca que foi diagnosticada a subluxação no TFP ficar mais “raso”, estamos diante de um ilíaco anterior, caso fique mais “fundo”, estamos diante de um ilíaco posterior. FOTO 56 – TESTE DE EXTENSÃO EM PÉ FONTE: arquivo pessoal. 10.4 TESTE DE FLEXÃO SENTADO (TFS) Utilizado para avaliar a mobilidade da articulação sacroilíaca, mais precisamente, a mobilidade do sacro. Posicionamento: Paciente sentado/Quiropraxista de joelhos ou sentado atrás do paciente com os olhos ao nível da pelve do paciente. - Contatos Manuais: Quiropraxista contata com a polpa dos polegares nos sulcos sacrais. - Procedimento: Solicitar que o paciente realize uma flexão do tronco, levando a cabeça em direção aos joelhos. Quiropraxista mantém os contatos nos AN02FREV001/REV 4.0 85 sulcos sacrais e observará a ascensão dos polegares. O polegar que ascender (subir), será possivelmente o lado da sacroilíaca subluxada. FOTO 57 – TESTE DE FLEXÃO SENTADO – TFS FONTE: arquivo pessoal. OBS: SE A INFORMAÇÃO OBTIDA NO TESTE DE FLEXÃO SENTADO FOR MAIOR DO QUE A INFORMAÇÃO OBSERVADA NO TESTE DE FLEXÃO EM PÉ, TRATA-SE DE UMA SUBLUXAÇÃO DO SACRO EM RELAÇÃO AO ILÍACO, OU SEJA, O SACRO ESTÁ SUBLUXADO (FIXADO), CASO CONTRÁRIO, TRATA-SE DE UMA SUBLUXAÇÃO DO ILÍACO EM RELAÇÃO AO SACRO (ILÍACO SUBLUXADO). OBSERVAR QUAL DOS POLEGARES IRÁ “SUBIR”, ESSE SERÁ O LADO DA SUBLUXAÇÃO. AN02FREV001/REV 4.0 86 10.5 TESTE DE GILLET Utilizado para avaliar a mobilidade sacroilíaca FOTO 58 – TESTE DE GILLET FONTE: arquivo pessoal. 10.6 MOTION PALPATION Utilizado para avaliar a mobilidade facetaria da coluna vertebral. AN02FREV001/REV 4.0 87 FOTO 59 – MOTION PALPATION FONTE: arquivo pessoal. FOTO 60 – MOTION PALPATION PARA COLUNA CERVICAL FONTE: arquivo pessoal. FIM DO MÓDULO II AN02FREV001/REV 4.0 88 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE QUIROPRAXIA APLICADA A COLUNA VERTEBRAL Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 89 CURSO DE QUIROPRAXIA APLICADA A COLUNA VERTEBRAL MÓDULO III CURSO DE ESPAÇO PARA INSERIR O TEXTO Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 90 MÓDULO III 11 A PELVE x Articulação Sacroilíaca A pelve tem como principal função, fornecer base estável para a movimentação dos MMII. É a base da coluna lombar e o apoio das vísceras abdominais, possuindo uma relação direta com os problemas circulatórios dos MMII e biomecânicos da coluna lombar. A harmonia neuromusculoesquelética é importantíssima para o funcionamento ideal do complexo lombar, pélvico e do quadril (A cintura Pélvica – Diane Lee 2001 – Editora Manole). O reconhecimento da mobilidade daarticulação Sacroilíaca Remonta ao século XVII. Desde o século XIX foram realizados estudos post-Mortem e in vivo. A mobilidade da articulação sacroilíaca é pequena, mas existe durante toda a vida. (Miller et al, 1987; Sturesson et al, 1989, 1997: Walheim & Selvik, 1984; Vleeming et al 1992b, 1997) AN02FREV001/REV 4.0 91 11.1 ASPECTOS ANATÔMICOS x Anatomia Óssea FIGURA 61 – ANATOMIA ILÍACO, VISTA LATERAL EXTERNA FONTE: SOUZA, M. M. Manual de Quiropraxia. São Paulo (SP): IBRAQUI; 2002 AN02FREV001/REV 4.0 92 FIGURA 62 – ANATOMIA ILÍACO, VISTA LATERAL INTERNA FONTE: SOUZA, M. M. Manual de Quiropraxia. São Paulo (SP) : IBRAQUI; 2002. FIGURA 63 – ANATOMIA SACRO, VISTA ANTERIOR, LATERAL E POSTERIOR FONTE: SOUZA, M. M. Manual de Quiropraxia. São Paulo (SP): IBRAQUI; 2002. AN02FREV001/REV 4.0 93 x Anatomia Ligamentar FIGURA 64 – LIGAMENTOS PELVE, VISTA POSTERIOR FONTE: arquivo pessoal. FIGURA 65 – LIGAMENTOS PELVE, VISTA ANTERIOR FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 94 12 AJUSTES PARA ILÍACOS Fisiologicamente os ilíacos fazem uma rotação anterior e uma rotação posterior. Quando um destes movimentos está limitado estamos diante de uma subluxação iliossacral. O ilíaco estará em subluxação anterior quando estiver livre para realizar uma rotação anterior mais não puder realizar uma rotação posterior. O mesmo estará em subluxação posterior quando estiver livre para realizar uma rotação posterior mais não puder realizar uma rotação anterior, ou seja, “vai ao sentido da lesão e não ao sentido oposto”. FIGURA 66 – ARTICULAÇÃO SACROILÍACA, BRAÇOS DO MOVIMENTO FONTE: arquivo pessoal AN02FREV001/REV 4.0 95 Subluxações Ilíaco: - Ilíaco Anterior - Ilíaco Posterior - ilíaco Up-Slip 12.1 ILÍACO ANTERIOR Clinicamente um ilíaco anterior manifesta-se por: - Uma perna longa homolateral; - Uma rotação interna do quadril consecutivo a retropulsão da cavidade do acetábulo; - EIAS (espinha ilíaca anterossuperior) baixa; - EIPS (espinha ilíaca posterossuperior) alta; - Crista ilíaca alta. - Ramo púbico baixo. FIGURA 67 – ILÍACO ANTERIOR FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 96 OBS: Do ponto de vista muscular uma subluxação anterior do ilíaco está fixada por espasmos dos músculos: espinhais lombares, reto femoral, adutores (grácil). Também será por tensão na parte inferior da prega inguinal (estiramento dos abdominais), tensão sobre os isquiotibiais e tendência ao recurvatum de joelho. 12.2 ILÍACO POSTERIOR Clinicamente um ilíaco posterior manifesta-se por: - Uma perna mais curta homolateral; - Uma rotação externa do quadril; - EIAS alta; - EIPS baixa; - Crista ilíaca baixa; - Ramo púbico alto. FIGURA 68 – ILÍACO POSTERIOR FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 97 OBS: Uma subluxação do ilíaco posterior causa dor interna no joelho (estiramento do sartório), dor no ombro devido ao grande dorsal, dor nos adutores do tipo pubalgia. 12.3 TESTES ILÍACOS 12.3.1 Teste de Flexão em Pé Objetivo: verificar o lado da articulação sacroilíaca subluxada. Posição do paciente: em pé; pés alinhados na largura dos ombros. Examinador: sentado ou de joelhos, atrás do paciente. Palpação: - Utilizando os dois polegares o examinador palpa por baixo da espinha ilíaca posterossuperior (EIPS), bilateralmente. - Ao palpar bilateralmente a região sob as EIPS o examinador solicita que o paciente realize uma flexão do tronco. - Observar a ascensão dos polegares. Interpretação: - O teste é negativo quando há uma pequena balística (ascensão) dos dois polegares, ou seja, quando se movem de maneira simétrica sem exagero. - O teste é positivo quando temos uma subida exagerada de um dos polegares, que traduz uma subluxação iliossacral (ilíaco em relação ao sacro). AN02FREV001/REV 4.0 98 FOTO 69 – TFP, ILÍACO DIREITO SUBLUXADO FONTE: arquivo pessoal 12.3.2 Teste de Extensão em Pé OBS: Já descrito anteriormente AN02FREV001/REV 4.0 99 FOTO 70 – TESTE DE EXTENSÃO EM PÉ FONTE: arquivo pessoal. 12.3.3 Teste de Gillet Objetivo: verificar o lado da articulação sacroilíaca subluxada. Posição do paciente: em pé; pés alinhados na largura dos ombros. Examinador: sentado ou de joelhos, atrás do paciente. Palpação: - 1° Tempo: Utilizando os dois polegares o examinador palpa por baixo da espinha ilíaca posterossuperior (EIPS), bilateralmente. - Ao palpar bilateralmente a região sob as EIPS o examinador solicita que o paciente realize uma flexão do quadril, aproximando o joelho do corpo. - Em articulações livres, o polegar, acompanha o movimento da EIPS, deslocando-se inferiormente. - Em articulações restritas a EIPS se desloca muito pouco ou não se desloca inferiormente. AN02FREV001/REV 4.0 100 - 2° Tempo: O quiropraxista coloca um polegar no sacro (próximo a articulação sacroilíaca) e o outro dedo acima da EIPS (o que corresponde ao pequeno braço da articulação sacroilíaca). Solicita ao paciente uma flexão do quadril. - Logo em seguida muda à posição do polegar para um dedo e meio abaixo da EIPS (o que corresponde ao grande braço da articulação sacroilíaca), e pede novamente a flexão do quadril do mesmo lado. - Assim como na primeira fase o polegar deverá deslocar-se inferiormente se a articulação estiver livre, e deslocar-se pouco ou nada se a articulação estiver restrita (subluxada). Interpretação: - O primeiro tempo do teste com os dois polegares por baixo da EIPS permite diagnosticar se existe algum lado restrito - O segundo tempo determinará se a restrição se situa no pequeno ou grande braço da articulação sacroilíaca. - Restrição do pequeno braço significa uma subluxação em rotação posterior do ilíaco; - Restrição do grande braço significa uma subluxação em rotação anterior do ilíaco. AN02FREV001/REV 4.0 101 FOTO 71 – TESTE DE GILLET FONTE: arquivo pessoal. 12.4 TRATAMENTO QUIROPRÁXICO PARA SUBLUXAÇÕES ILÍACO 12.4.1 Ajuste Quiropráxico para Ilíaco em Rotação Anterior Objetivo: Restaurar a rotação posterior Posição do paciente: em decúbito dorsal. Quiropraxista: em pé, ao lado da maca, lado oposto ao ilíaco subluxado, de frente para o paciente. Parâmetros: - Lateroflexão oposta para abrir a sacroíliaca (afastando a pelve do paciente em direção à articulação subluxada); - Adução do quadril do lado da subluxação, cruzando o membro inferior por cima do outro; AN02FREV001/REV 4.0 102 - Rotação da coluna lombar, com a paciente mantendo as mãos na nuca; - Após a rotação realizar uma tração axial. Contatos: - Mão inferior contata na EIAS e mão superior contata o ombro do paciente; - Aumentar a rotação até o limite fisiológico. Ação: - Thrust com queda do corpo, principalmente com a mão inferior, empurrando o ilíaco para trás. FOTO 72 – AJUSTE PARA SUBLUXAÇÃO ILÍACO ANTERIOR FONTE: arquivo pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 103 12.4.2 Variação para ajuste Quiropráxico do Ilíaco em Rotação Anterior Objetivo: Restaurar a rotação posterior Posição do paciente: em decúbito lateral oposto (ilíaco subluxado para cima) Quiropraxista: em pé, ao lado da maca, de frente para o paciente. Parâmetros: - Alavanca superior: Translação posterior e rotação do tronco (paciente ficará olhando para o teto) - Alavanca inferior: flexão da coxa até a tensão chegar a articulação sacroilíaca subluxada (mão superior controla a tensão). A coxa do paciente deve estar o mais vertical possível,
Compartilhar