Buscar

Microeconomia II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 197 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 197 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 197 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2019
MicroeconoMia ii
Profª. Carla Eunice Gomes Correa
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Profª. Carla Eunice Gomes Correa
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
C824m
 Correa, Carla Eunice Gomes Correa
 Microeconomia II. / Carla Eunice Gomes Correa. – Indaial:
UNIASSELVI, 2019.
 187 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0264-8
 1.Microeconomia – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo
Da Vinci.
CDD 338.5
III
apresentação
Olá, caro acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Microeconomia 
II. Anteriormente, você já tomou conhecimento de alguns temas que a 
microeconomia estuda. Partindo desse pressuposto, este livro de estudos foi 
desenvolvido com o objetivo de dar subsídios a esta disciplina. 
Na Unidade 1, estudaremos as estruturas de mercado existentes 
e as estratégias competitivas de mercado. No Tópico 1, estudaremos as 
estruturas de mercado da concorrência perfeita e o monopólio. No Tópico 
2, estudaremos os modelos de concorrência imperfeita, que compreende o 
oligopólio e a concorrência monopolística. Além disso, compreenderemos 
a teoria dos jogos e como ela é aplicada nas grandes decisões estratégicas. 
No Tópico 3, estudaremos as estruturas de mercado voltadas ao mercado de 
fatores de produção.
Na Unidade 2, vamos estudar o mercado de fatores de produção. 
Você deve se recordar de que os fatores de produção são essenciais para 
conseguirmos produzir bens e serviços que atendam às necessidades da 
população. Vamos compreender por que há uma diferenciação de salários 
entre as regiões, o papel dos sindicatos neste contexto, e por que muitas vezes 
demandamos mais mão de obra do que necessitamos. Também veremos como 
devemos tomar nossas decisões, quando precisamos investir na compra de 
equipamentos e quando é mais viável contratar mais pessoas.
Na Unidade 3, vamos abordar as externalidades, bens públicos e meio 
ambiente. Ao instalarmos uma empresa em determinado local poderemos 
ter externalidades positivas à sociedade, mas também negativas, tanto para 
as pessoas como para o meio ambiente, e vamos compreender como estas 
externalidades influenciam o mercado. Além disso, veremos qual é o papel 
do governo na regulação das externalidades. Estudaremos sobre os bens 
públicos, aqueles que são fornecidos à população por parte do governo e que 
também possuem custos. E, por último, vamos verificar como se dá a relação 
economia e meio ambiente nos dias atuais. 
Esperamos que você possa aproveitar muito os temas que serão 
tratados no decorrer das unidades deste livro de estudos, pois serão muito úteis 
no processo de tomada de decisão dos economistas dentro das organizações, 
bem como ajudará você, acadêmico, a refletir sobre os principais problemas 
econômicos, sociais e ambientais que enfrentamos em nosso dia a dia. 
Bons estudos!
Profª. Carla Eunice Gomes Correa
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS ...............1
TÓPICO 1 – CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO ........................................................3
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................3
2 CONCEITO DE MERCADO E ESTRUTURA DE MERCADO .................................................3
3 MODELO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA ................................................................................5
3.1 FUNCIONAMENTO DO MODELO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA ..............................10
3.2 ENTRADAS E SAÍDAS DE EMPRESAS NO MERCADO DE CONCORRÊNCIA
 PERFEITA ..........................................................................................................................................12
3.3 COMPORTAMENTO DAS FIRMAS NO MERCADO DE CONCORRÊNCIA
 PERFEITA NO CURTO E LONGO PRAZO .................................................................................14
4 MONOPÓLIO ......................................................................................................................................15
4.1 RECEITA MÉDIA E RECEITA MARGINAL DO MONOPOLISTA ........................................18
4.2 DECISÃO DE PRODUÇÃO DO MONOPOLISTA .....................................................................19
4.3 EQUILÍBRIO DE MERCADOS DE MONOPÓLIO ....................................................................22
4.4 DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO DO MONOPÓLIO....................................23
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................29
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................30
TÓPICO 2 – MODELOS DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA, TEORIA DOS JOGOS
 E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS .............................................................................31
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................31
2 OLIGOPÓLIO ......................................................................................................................................31
2.1 OLIGOPÓLIO DE CONLUIO ........................................................................................................33
2.2 MODELO DE CURVA DE DEMANDA QUEBRADA ..............................................................35
2.3 MODELO DE FIRMA DOMINANTE (LIDERANÇA DE PREÇO) ..........................................37
2.4 CARTEL ...........................................................................................................................................38
3 CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA .........................................................................................39
4 TEORIA DOS JOGOS E ESTRATÉGIAS .......................................................................................42
5 EQUILÍBRIO DE NASH ......................................................................................................................43
6 LEI ANTITRUSTE E REGULAÇÃO ................................................................................................45
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................48RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................51
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................52
TÓPICO 3 – ESTRUTURAS DE MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO...........................53
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................53
2 MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO ..................................................................................53
2.1 CONCORRÊNCIA (QUASE) PURA E PERFEITA ......................................................................54
2.2 MONOPSÔNIO ...............................................................................................................................54
2.3 OLIGOPSÔNIO ...............................................................................................................................56
2.4 CONCORRÊNCIA MONOPSONISTA .........................................................................................58
2.5 MONOPÓLIO BILATERAL ...........................................................................................................58
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................60
suMário
VIII
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................62
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................63
UNIDADE 2 – MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO E COMPETITIVIDADE ...........65
TÓPICO 1 – MERCADOS PARA OS FATORES DE PRODUÇÃO .............................................67
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................67
2 DEMANDA POR FATORES DE PRODUÇÃO .............................................................................68
2.1 DEMANDA POR FATORES NO CURTO PRAZO ..................................................................68
2.2 DEMANDA POR FATORES NO LONGO PRAZO .................................................................73
3 OFERTA POR FATORES DE PRODUÇÃO ...................................................................................75
3.1 OFERTA DE TRABALHO DE MERCADO ................................................................................77
3.2 OFERTA DE TRABALHO NO CURTO E LONGO PRAZO ...................................................80
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................82
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................83
TÓPICO 2 – DESIGUALDADE DE RENDA ...................................................................................85
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................85
2 DIFERENÇAS SALARIAIS NO MERCADO ................................................................................85
3 COMO MENSURAR A DESIGUALDADE ..................................................................................90
4 POLÍTICAS DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ............................................................................98
4.1 UTILITARISMO ............................................................................................................................99
4.2 LIBERALISMO ..............................................................................................................................99
4.3 LIBERTARISMO ............................................................................................................................100
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................101
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................105
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................106
TÓPICO 3 – EFICIÊNCIA ECONÔMICA EM MERCADOS COMPETITIVOS ......................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107
2 O CONCEITO DE EFICIÊNCIA ECONÔMICA .........................................................................107
3 MELHORIAS DE PARETO ...............................................................................................................109
4 OS ELEMENTOS DA EFICIÊNCIA ECONÔMICA ...................................................................110
5 EFICIÊNCIA ECONÔMICA E EQUIDADE .................................................................................115
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................118
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................119
UNIDADE 3 – EXTERNALIDADES, BENS PÚBLICOS E MEIO AMBIENTE .........................121
TÓPICO 1 – ESTUDO DAS EXTERNALIDADES NA ECONOMIA ..........................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 AS EXTERNALIDADES NA ECONOMIA ...................................................................................124
2.1 EXTERNALIDADES POSITIVAS ...............................................................................................125
2.2 EXTERNALIDADES NEGATIVAS .............................................................................................129
2.3 TEOREMA DE COASE ................................................................................................................133
2.4 RECURSOS DE PROPRIEDADE COMUM ..............................................................................135
2.5 FORMAS DE CORREÇÃO DAS FALHAS DE MERCADO ....................................................138
2.6 NÍVEL ÓTIMO DE POLUIÇÃO PERMITIDO ..........................................................................140
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................142
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................143
IX
TÓPICO 2 – OS BENS PÚBLICOS E OS IMPOSTOS ...................................................................145
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................145
2 CONCEITO DE BENS PÚBLICOS ..................................................................................................145
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS SEGUNDO A RIVALIDADE E EXCLUSIVIDADE ...........149
2.2 EFICIÊNCIA DOS BENS PÚBLICOS .........................................................................................151
3 GOVERNO E IMPOSTOS ...............................................................................................................153
3.1 ALÍQUOTA MARGINAL E ALÍQUOTA MÉDIA DE IMPOSTOS ........................................156
3.2 IMPOSTOS SOBRE A RENDA ....................................................................................................157
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................158AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................159
TÓPICO 3 – ECONOMIA E MEIO AMBIENTE ..............................................................................161
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161
2 APROXIMAÇÃO DOS TERMOS ECONOMIA E MEIO AMBIENTE ...................................161
3 MEIO AMBIENTE E TEORIAS ECONÔMICAS .........................................................................164
4 ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .........................................................166
5 MODELO DE VALORAÇÃO E TRIBUTAÇÃO AMBIENTAL ................................................171
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................177
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................182
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................183
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................185
X
1
UNIDADE 1
ESTRUTURA DE MERCADOS E 
ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• definir o que é um mercado; 
• compreender quais são as estruturas de mercados de bens e serviços;
• discutir como as práticas ilegais de concorrência prejudicam o mercado;
• compreender o papel dos órgãos governamentais frente à política da 
concorrência desleal;
• entender o funcionamento da estrutura de mercado dos fatores de produção.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
TÓPICO 2 – MODELOS DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA, TEORIA 
 DOS JOGOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
TÓPICO 3 – ESTRUTURAS DE MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
1 INTRODUÇÃO
Anteriormente, na disciplina de Microeconomia I, você estudou o mercado 
de oferta e demanda em mercados competitivos. Nesta unidade vamos avançar, 
estudando como as firmas tomam a decisão do quanto devem produzir, tanto no 
mercado competitivo como em mercados não competitivos. Veremos que, embora 
pareça uma decisão fácil, trata-se de algo bem complexo, uma vez que o mercado 
é bastante dinâmico. No mercado encontramos desde as pequenas empresas, 
aquelas que não apresentam poder de mercado, ou seja, não influenciam no 
preço ofertado, até as dominantes do mercado, representadas por aquelas que 
apresentam poder de mercado e que conseguem realizar a manipulação de preço, 
dos canais de distribuição e praças de venda. 
Estudaremos as características de cada mercado e veremos que elas 
são essenciais para a sua diferenciação. Essa diferenciação se dá pelo grau de 
concentração, ou seja, pela quantidade de produtores e vendedores, a oferta de 
produtos iguais, semelhantes ou totalmente diferenciados e as barreiras impostas 
para que uma empresa venha a atuar em determinado mercado. 
Neste primeiro tópico estudaremos o mercado de concorrência perfeita, 
em que o poder das firmas na tomada de decisão é considerado nulo e o 
monopólio caracterizado pela presença de uma única empresa no mercado a 
ofertar determinado produto sem que haja produtos substitutivos. 
2 CONCEITO DE MERCADO E ESTRUTURA DE MERCADO 
No decorrer de seus estudos, você já observou que muitas variáveis 
interferem na oferta e demanda de bens e serviços e, consequentemente, nas 
tomadas decisões das firmas em relação aos preços. Da mesma forma, vimos que 
se não houvesse nenhuma interferência, teríamos um mercado em equilíbrio. 
Mas você se lembra o que é um mercado? 
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
4
NOTA
O mercado é o local onde ocorre a interação entre a oferta e demanda de bens 
e serviços, assim como fatores de produção são trocados livremente entre as pessoas.
Alguns mercados são lugares reais, como a padaria do seu Zé da esquina, 
o mercadinho do Sr. João ou a central de distribuição de hortifrutigranjeiros. Mas 
também tem os mercados, em que toda a negociação ocorre a distância, como 
o e-commerce, as negociações de jogadores de futebol, entre outros, ou ainda, 
as negociações de imóveis. Não importa, todos são mercados, pois existem dois 
agentes: os compradores e os vendedores de bens e serviços que interagem 
realizando a comercialização. 
 
Bem, podemos dizer que esse seria o modelo de mercado ideal, em 
que compradores e vendedores realizam as suas transações comerciais sem a 
interferência de ninguém. Mas não é tão simples assim, devido às interferências, 
nos deparamos com várias estruturas de mercados competitivos (concorrência 
perfeita e concorrência monopolística), como também as estruturas de mercados 
não competitivos (monopólio e oligopólio).
Na Figura 1 você pode observar as estruturas de mercado de bens e 
serviços. Ela se divide em quatro estruturas: concorrência perfeita, concorrência 
monopolística, monopólio e oligopólio.
FIGURA 1 – GRAU DE CONTROLE COMPETITIVO
FONTE: A autora
GRAU DE CONTROLEPequeno Elevado
OligopólioMonopólioConcorrênciaMonopolística
Concorrência
Perfeita
Entende-se por estruturas de mercado todas as características de um 
mercado que influenciam o comportamento dos compradores e vendedores 
quando estes se juntam para comercializar bens e serviços num mercado (HALL; 
LIEBERMAN, 2003). 
Mas para que se configure uma estrutura de mercado, de acordo com 
Vasconcellos e Garcia (2008), é necessário observar três características básicas:
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
5
• Número de empresas no mercado.
• Características dos produtos (homogeneidade e/ou substitutos próximos).
• Existência de barreira de acesso ao mercado.
Vamos iniciar nosso estudo analisando as estruturas de mercado de 
concorrência perfeita e o monopólio.
3 MODELO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA 
Antes de estudarmos o mercado de concorrência perfeita, que é uma 
das estruturas de mercados competitivos, é importante que você compreenda a 
aplicação do termo concorrência em economia. 
 
De forma geral, quando falamos em concorrência ou concorrente sempre 
nos remetemos à ideia de rivalidade entre duas pessoas, empresas ou mercados. 
Mas, na economia, o termo concorrência apresenta uma outra conotação: ela 
representa um mecanismo da organização dos mercados, ou seja, uma forma de 
determinar preços e quantidades de equilíbrio no mercado. 
 
O modelo de concorrência perfeita é o modelo chamado de ideal, em que 
os produtores, ou seja, a firma, não tem nenhum tipo de controle sobre os preços. 
Esse tipo de mercado é caracterizado principalmente pela presença de um grande 
número de pequenas empresas produzindo e ofertando produtos idênticos, sendo 
que nenhuma isoladamente tem poder de influenciar no preço ou na quantidade 
ofertada no mercado. A presença de uma quantidade expressiva de empresas faz 
com que estas sejam apenas tomadoras de preços.
NOTA
Um mercado de concorrência perfeita é aquele no qual existem muitos 
compradores e muitos vendedores, de forma que nenhum comprador ou vendedor 
individual exerce influência sobre o preço.
Mas como identificar esse tipo de mercado? Para isso, algumas premissas 
se destacam, conforme descrito a seguir:
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
6
• Mercado atomizado: composto de grande número de empresas, como se 
fossem átomos.
• Produtos homogêneos: entre os produtos ofertados não há uma diferenciação.
• Não existem barreiras à entrada: os concorrentes não impõem nenhum tipode 
barreira para o ingresso de novas empresas neste mercado.
• Transparência no mercado: são todas as informações sobre os lucros e preços, 
ou seja, todos os participantes do mercado conhecem as negociações realizadas.
Afinal, quais são as empresas que mais conhecemos com as características 
descritas? Estas empresas estão bem próximas de nós, muitas vezes passam até 
despercebidas, mas são as que mais se aproximam do mercado: são as conhecidas 
feiras de hortifrutigranjeiros ou feiras livres. 
Quando vamos à feira, podemos observar que cada comerciante possui 
sua barraca ou espaço para comercializar seus produtos que são bem parecidos 
ou iguais. Não existem regras estabelecidas impedindo que novos feirantes 
venham a fazer parte do mercado, desde que haja espaço para expor seus 
produtos. Os preços praticados por eles estão expostos, escritos em tabloides ou 
em pequenas placas, e são colocados junto aos produtos, fazendo com que todos 
conheçam o preço que está sendo praticado. As negociações entre comerciantes e 
consumidores ocorrem no mesmo espaço, na frente de todos que participam do 
mercado, conforme mostra a figura a seguir:
FIGURA 2 – MODELO DE MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA – FEIRA DE 
HORTIFRUTIGRANJEIROS
FONTE: <https://incaper.es.gov.br/feira-de-iuna-30-anos>. Acesso em: 11 out. 2018.
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
7
IMPORTANT
E
Não existe um mercado tipicamente de concorrência perfeita, o que mais se 
aproxima destas características é o mercado de hortifrutigranjeiros.
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2008), umas das características 
desse mercado é que no longo prazo não existem os lucros extraordinários, mas 
os chamados lucros normais. Isso ocorre porque o mercado é transparente e, com 
o aumento dos lucros a curto prazo, novas empresas irão compor o mercado. 
Como não existem barreiras para a entrada de empresas, a oferta de produtos 
aumentará e com isso o preço tende a cair, fazendo com que o lucro extraordinário 
a longo prazo chegue a zero. 
NOTA
Lucros normais: “é o nível de lucro apenas suficiente para persuadir a empresa a 
permanecer no setor no longo prazo, mas não é alto suficiente para atrair novas empresas” 
(WALL, 2015, p. 150).
Outro exemplo que podemos utilizar para demonstrar em qual mercado 
ocorre a concorrência perfeita é o das commodities agrícolas. 
NOTA
Commodities agrícolas: é uma palavra derivada do inglês que significa 
mercadoria. Na economia, o termo é utilizado para designar produtos primários. Geralmente 
são produtos que possuem grande valor no mercado mundial e podem ser armazenados 
por um longo tempo. Enquadram-se nesta classificação os produtos provenientes do 
agronegócio, por exemplo: soja, milho, café, trigo, açúcar etc.
Nesse sentido, um produtor rural que comercializa feijão, arroz ou soja, não 
se preocupa em determinar o preço de seus produtos, pois terá que vendê-lo a preço 
de mercado. Observe a figura a seguir, ela demonstra uma cotação do mercado de 
arroz no dia 7 de agosto de 2018, divulgada pelo site Notícias Agrícolas:
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
8
FIGURA 3 – COTAÇÃO DO PREÇO DO ARROZ NO MERCADO NACIONAL
FONTE: <https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes/arroz>.
Acesso em: 11 out. 2018.
Observe na figura que a cotação apresentada traz os preços praticados 
pelas cooperativas em vários municípios brasileiros. Podemos observar também 
que há variação entre esses preços, entretanto, sabemos que todo o produtor de 
arroz da região de Capivari do Sul/RS negociará seus produtos por intermédio 
da Coripil (Cooperativa de Rizicultura Pitangueiras), portanto o preço será de 
R$ 46,00 a saca de 50 kg. Já os produtores da região de Rio do Sul /SC negociam 
seus produtos através da Cravil (Cooperativa Agrícola do vale do Itajaí) e o 
preço praticado pelo mercado é de R$ 38,00 (por saca de 50 kg), ocorrendo dessa 
maneira com os demais.
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
9
DICAS
Outra forma de acompanhar o preço de mercado dos produtos agrícolas é 
através dos indicadores CEPEA (Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada). Para 
saber mais, acesse: <https://www.cepea.esalq.usp.br/br>.
Lembre-se de que o fato de o mercado ser composto por várias empresas 
faz com que as compras e vendas individuais sejam insignificantes em relação 
ao volume de transações efetuadas neste mercado. Portanto, o mercado não é 
influenciado por nenhum dos consumidores ou produtores, colocando todos na 
posição de tomadores de preços, cujo poder de decisão está vinculado apenas às 
quantidades demandadas e ofertadas aos preços vigentes no mercado. “Incapaz 
de decidir sobre preço, resta à empresa competitiva definir apenas a quantidade 
a ser produzida e vendida em sua busca por maximização de lucro, decisão que 
depende do horizonte de tempo considerado” (CARVALHO, 2015, p. 189). 
IMPORTANT
E
Em um mercado perfeitamente competitivo, os compradores não percebem 
diferenças significativas entre os produtos de um vendedor ou de outro. Quando é possível 
identificar diferença entre os produtos, dizemos que este mercado não é perfeitamente 
competitivo.
Podemos citar alguns produtos que não se encaixam no mercado 
perfeitamente competitivo, como café (o consumidor identifica diferença entre 
marcas), computadores, automóveis, instituições de ensino, atendimento de 
saúde ou, ainda, produtos que demandam de licenças para produção como os 
medicamentos. Estes não configuram um mercado perfeitamente competitivo. 
De acordo com Hall e Lieberman (2003), a entrada de empresas no mercado 
raramente é gratuita. Uma empresa sempre incorrerá de custos para montar seu 
negócio. Entretanto, no mercado perfeitamente competitivo a empresa não terá 
barreiras significativas que possam desestimular o empreendedor. Voltando, 
por exemplo, ao comércio agrícola, qualquer pessoa pode começar a produzir 
produtos agrícolas e vender no mercado sem nenhum problema, cabe a ela 
apenas ter experiência para fazer a produção. O empreendedor terá os mesmos 
custos que um produtor veterano possui. Assim, poderíamos citar vários tipos de 
negócios, como lanchonetes, mercearias, loja de roupas etc.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
10
Mas você dever estar se perguntando: Quais são os mercados que 
enfrentam barreiras de entrada no comércio?
Em algumas atividades, o governo acaba colocando barreiras de acesso 
ao mercado, como por exemplo, o número de táxis licenciados para trabalhar em 
determinado ponto da cidade ou, ainda, devido aos planos diretores das cidades, 
que estabelecem como algumas empresas podem operar em um determinado 
local. Podemos citar também a construção de um estacionamento de 15 andares 
próximo à universidade, em que o plano diretor determina que as construções 
devem ser de, no máximo, 10 andares; ou, ainda, a instalação de uma indústria 
numa área considerada rota turística devido as suas belezas naturais. 
Não é somente o governo que coloca barreiras de acesso ao mercado. A 
fidelização do consumidor por determinada marca também pode ser considerada 
uma barreira de mercado, visto que a nova marca precisaria fazer com que o 
consumidor perdesse o interesse pela marca existente. 
Apesar de existir barreiras às entradas, podemos observar que este 
mercado também é caracterizado pela saída fácil. Ao perceber que seu negócio 
não está mais sendo lucrativo, a empresa poderá sair do mercado a qualquer 
momento, desde que cumpra as exigências legais em relação à quitação de 
impostos e pagamentos de indenizações a seus funcionários. 
3.1 FUNCIONAMENTO DO MODELO DE CONCORRÊNCIA 
PERFEITA 
Agora que já compreendemos como é formado o mercado de concorrência 
perfeita, vamos verificar como se dá o funcionamento deste mercado. Inicialmente 
vamos verificar o ponto de produção ideal para uma empresa de concorrência 
perfeita. Assim, o ponto ideal de produção para uma empresa em concorrência 
perfeita é no momento em que ela consegue o lucromáximo. Mas, é necessário 
que seja determinado como se comporta a demanda desse mercado, que permitirá 
uma previsão de receita da empresa e de seus custos (HALL; LIEBERMAN, 2003).
Você se recorda de como calculamos o lucro da firma? O cálculo do lucro da 
firma se dá pela diferença entre receita total e custo total. Como a receita total e o custo 
total dependem da quantidade de produtos no mercado, o lucro também será função da 
quantidade e é representado pela equação:
Lucro Total (Quantidade) = Receita Total (Quantidade) – Custo Total (Quantidade)
ATENCAO
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
11
A curva do ponto máximo da função lucro é representada pelo formato 
de U invertido, pois as empresas teriam um aumento de lucratividade à medida 
que a quantidade transacionada se elevasse até um determinado ponto e, após 
atingido esse ponto, o ganho adicional diminuiria. 
Matematicamente, podemos dizer que o ponto máximo é encontrado 
quando a derivada da função lucro em relação à quantidade é zero, quando ocorre 
a inflexão da curva, ou seja, pode ser representada pela seguinte expressão: 
0 = Receita Marginal – Custo Marginal
Ou, ainda, podemos representá-la por:
 
Receita marginal = custo marginal (RM = CM)
Você compreendeu por que as duas variáveis RM = CM precisam ser 
iguais? Se a receita marginal for superior ao custo marginal, isso indica que a curva 
de lucro ainda está em fase de crescimento, ou seja, o empresário pode vender uma 
unidade adicional que o lucro crescerá um pouco mais. Já se a receita marginal for 
inferior ao custo marginal, isso indica que a curva de lucro está na fase descendente, 
significando que o empresário não deveria vender mais uma unidade. Vejamos na 
figura a seguir como podemos representar graficamente essa relação: 
FIGURA 4 – GRÁFICO DE DETERMINAÇÃO DO LUCRO DA EMPRESA
FONTE: Adaptado de Garófalo (2016)
Área de Lucro da empresa
CMg
CTMe
RMe = RMg - P
R$
Quantidade
0
CVMemin
Quantidade que 
Maximiza o lucro
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
12
Observe na figura que o ponto de encontro entre as curvas de receita 
marginal e o custo marginal fornecem a quantidade que maximiza o lucro desse 
mercado. Já com relação ao valor do lucro da empresa, a área demarcada ilustra 
o montante de lucro que a empresa alcançou. 
Lucro Total = Receita Total – Custo Total
(LT = RT –CT)
Se dividirmos os valores da RT e CT pela quantidade, obteremos o do 
lucro total médio (LTMe):
LTMe = q
RT
q
CT
= preço – CTMeq
CT
Considerando que a receita média é igual ao preço, e o custo total dividido 
pela quantidade é exatamente o custo total médio, teremos:
Assim, a diferença entre o preço e o custo total médio multiplicado pelas 
quantidades comercializadas é exatamente igual ao lucro do setor.
Lucro Total = (Preço – Custo Total Médio) * Quantidade
 
A área demarcada que vimos na figura anterior corresponde ao lucro da 
firma no mercado de concorrência perfeita no curto prazo. 
3.2 ENTRADAS E SAÍDAS DE EMPRESAS NO MERCADO DE 
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Vimos anteriormente que no mercado de concorrência perfeita não 
existem barreiras para entradas e saídas de empresa, entretanto, para que 
a empresa continue no mercado, ela precisa gerar lucro. Porém, ao derivar-se 
graficamente a condição de maximização de lucro, observamos que a empresa 
terá seu lucro garantido se o preço praticado nesse mercado estiver acima do 
custo total médio de produção, pois à medida que essas variáveis se igualarem, ou 
seja, a partir do momento que preço for igual ao custo total médio de produção, 
a empresa passará a ter lucro zero. E, se o preço de mercado for menor do que o 
custo total médio de produção, a empresa terá prejuízo.
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
13
IMPORTANT
E
“Embora o lucro seja o principal objetivo das empresas, estas, quando estão em 
fase de crescimento ou mesmo no início das operações, aceitam um período de prejuízo” 
(GARÓFALO, 2016, p. 215).
A figura a seguir demonstra graficamente as condições que levam a 
empresa a entrar ou a sair de um mercado de concorrência perfeita:
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE ENTRADA E SAÍDA DE FIRMA NO 
MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA
FONTE: Garófalo (2016, p. 215)
CMg
0
Quantidade
Custo
CTMe
CVMe
Empresa sai do 
mercado P<CVM
Empresa possui
Lucro: P>CTM
Observe na figura que quando o preço de mercado for inferior ao custo 
variável médio, a empresa não conseguirá pagar os trabalhadores utilizados na 
produção e, por isso, ela deverá sair do mercado. Por outro lado, quando o preço 
estiver, pelo menos, em igualdade com os custos variáveis médios, a empresa 
poderá continuar operando no setor com prejuízo, pois ela conseguirá remunerar 
os insumos utilizados e os trabalhadores na expectativa de um aumento de preço 
e num futuro lucro.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
14
3.3 COMPORTAMENTO DAS FIRMAS NO MERCADO DE 
CONCORRÊNCIA PERFEITA NO CURTO E LONGO PRAZO
De acordo com Garófalo (2016), qualquer alteração no curto prazo, que 
seja proveniente da oferta ou da demanda, não irá afetar a condição de lucro no 
longo prazo, que será sempre igual a zero, conforme podemos ver: 
FIGURA 6 – ALTERAÇÃO DA OFERTA E DEMANDA NO CURTO PRAZO
FONTE: Garófalo (2016, p. 215)
Mas se houver um acréscimo da demanda por um produto, o que acontece? 
Inicialmente haverá uma elevação do preço do produto e, consequentemente, o 
lucro da empresa também aumentará. A figura a seguir ilustra esta relação:
FIGURA 7 – ACRÉSCIMO DA DEMANDA NO CURTO PRAZO
FONTE: Garófalo (2016, p. 215)
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
15
Após esse movimento, outras empresas perceberão o acréscimo de tal 
lucro e entrarão nesse mercado, pois a saída e a entrada de firmas é, por hipótese, 
livre. Assim, com maior número de empresas entrando em um mercado como 
esse, a oferta aumentará, fazendo com que a quantidade de produto se eleve e o 
correspondente preço diminua. 
À medida que o preço começa a reduzir, o lucro das empresas atuantes 
no setor principia a cair até chegar ao ponto zero. Com o lucro nesse patamar no 
longo prazo, não existirão novas empresas interessadas em entrar nesse segmento 
e, portanto, o mercado estará em equilíbrio novamente, conforme figura a seguir:
FIGURA 8 – AUMENTO DO LUCRO
FONTE: Garófalo (2016, p. 215)
4 MONOPÓLIO 
Caro acadêmico, você estudou anteriormente o mercado de concorrência 
perfeita, que se trata de um caso extremo de um mercado formado por várias 
empresas ofertando produtos homogêneos, e que a tomada de decisão individual 
de cada produtor não influencia no preço do produto no mercado. 
Agora, continuando nossos estudos sobre as estruturas de mercado, 
vamos compreender o monopólio. Mas quando ocorre o monopólio de mercado? 
O monopólio se caracteriza pela presença de apenas uma empresa no mercado, 
que produz um produto sem substitutos próximos. Você com certeza pensou 
em várias empresas que fazem parte deste contexto, não é mesmo? Então, antes 
vamos entender por que um mercado é caracterizado como monopolista. 
NOTA
Monopólio: “Mercado no qual existe apenas um vendedor” (PINDYCK; 
RUBINFELD, 2013, p. 352).
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
16
NOTA
Geralmente o monopolista se insere no mercado e, por um longo período, 
ele consegue absorver lucros extraordinários. Esses lucros extraordinários muitas 
vezes atraem outras empresas, porém elas encontram certas dificuldades para 
entrar no mercado. Por isso é muito comum dizermos que “a existência de 
monopólio depende da existência de barreiras à entrada de firmas concorrentes” 
(VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2008, p. 203). 
Um exemplo clássico de poder de mercado que resultou da propriedade de 
um recurso-chave é o da DeBeers, empresa de diamantes da África do Sul. A companhia foi 
fundada em 1888 por Cecil Rhodes, empresário inglês (e benemérito distribuidor de bolsas 
de estudo). A DeBeers às vezes controla cerca de80% da produção mundial de diamantes. 
Como sua participação no mercado é de menos de 100%, a DeBeers não é exatamente um 
monopólio, mas, nem por isso, a empresa deixa de exercer influência considerável sobre o 
preço mundial dos diamantes (MANKIW, 2013).
As barreiras mais comuns são: as barreiras legais, controle do fornecimento 
de matéria-prima e a barreira de escala. 
As barreiras legais são impostas às empresas por determinação de 
uma lei de patente e direitos autorias. Geralmente são utilizadas por empresas 
que realizam investimentos em pesquisa de produtos, como por exemplo, as 
empresas farmacêuticas. Neste caso, quando a empresa desenvolve uma nova 
fórmula de medicamento, a lei permite que esta empresa tenha o monopólio 
deste determinado produto durante um período (pode variar de 15 a 20 anos). 
Nesse caso, este tipo de monopólio é chamado de monopólio legal.
NOTA
Exemplo de monopólio legal
Quando uma companhia farmacêutica descobre um novo medicamento, pode requerer do 
governo uma patente. Se o governo considerar que o medicamento é realmente original, a 
patente é aprovada, o que confere à empresa o direito exclusivo de fabricação e venda do 
produto por 20 anos (MANKIW, 2013).
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
17
Podemos citar ainda outros casos de monopólio legal, como o caso da 
Petrobrás, na exploração do petróleo, ou ainda a exploração de alguns serviços – 
como o fornecimento de energia elétrica, serviços de saneamento, água e esgoto, 
distribuição de gás – chamados de monopólio natural. 
NOTA
Monopólio natural
“Monopólio natural é um monopólio que surge porque uma só empresa consegue ofertar 
um bem ou serviço a um mercado inteiro, a um custo menor do que ocorreria se existissem 
duas ou mais empresas no mercado” (MANKIW, 2013, p. 284).
Outra barreira bem conhecida no mercado é o controle da matéria-prima. 
Geralmente monopólios deste tipo se formam devido à indústria ser a detentora 
da licença de exploração de algum recurso natural, como como ocorre com o 
alumínio e com a exploração do petróleo. Este tipo de barreira impede que outras 
empresas passem a explorar o alumínio e/ou a produzir gasolina. 
E, por fim, temos as chamadas barreiras de escala. A barreira de escala 
ocorre quando há a existência de rendimentos crescentes de escala para a produção 
de determinado bem. Podemos citar, como exemplo, para que você compreenda 
melhor, a tecnologia utilizada por algumas empresas, fazendo com que elas possam 
produzir com um custo bem inferior às demais empresas do mercado. 
NOTA
“A principal diferença entre uma empresa competitiva e uma monopolista é a 
capacidade que esta tem de influenciar o preço de seu produto. Uma empresa competitiva 
é pequena em relação ao mercado em que opera e, como não tem poder para influenciar 
o preço de seu produto, aceita o que é apresentado pelas condições do mercado. Em 
contraposição, um monopólio, como a única produtora em seu mercado, pode alterar o 
preço de seu bem ajustando a quantidade que oferta ao mercado” (MANKIW, 2013, p. 285).
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
18
4.1 RECEITA MÉDIA E RECEITA MARGINAL DO MONOPOLISTA 
A receita média do monopolista é o preço que recebe por unidade vendida. 
Podemos representá-la pela curva de demanda do mercado, mas para que possa 
maximizar seus lucros e escolher o nível de produção que lhe dará esse objetivo é 
necessário conhecer a sua receita marginal. Vejamos o exemplo a seguir:
TABELA 1 – RECEITA MÉDIA E MARGINAL DA FIRMA MONOPOLISTA
Preço (P)
(R$)
Quantidade (q) Receita Total 
(RT) (R$)
Receita marginal 
(RMg)
Receita Média 
(RMe) ou Preço 
(P)
6 0 0 - -
5 1 5 5 5
4 2 8 3 4
3 3 9 1 3
2 4 8 -1 2
1 5 5 -3 1
FONTE: A autora
Na Tabela 1 você pode observar a receita total, média e marginal para 
determinada curva de demanda. Observe também que, à medida que o preço 
do Produto aumenta (no caso, 6 reais), a receita é igual a zero, ou seja, nenhuma 
unidade é vendida a este preço. À medida que o preço reduz, aumenta a 
quantidade de unidades vendidas. Se o preço do produto for R$ 5,00 e uma 
unidade for vendida, os valores da receita total e da receita marginal serão iguais 
a R$ 5,00. Já se houver um aumento na quantidade vendida, por exemplo, quatro 
unidades, e o preço for reduzido para R$ 2,00 por unidade, haverá uma receita 
total de R$ 8,00 e uma receita marginal de R$ -1,00, ou seja, teremos uma receita 
marginal negativa, haverá uma perda de receita decorrente da venda da primeira 
unidade ter sido menor que a anterior. 
Graficamente, esta relação entre a demanda e a receita marginal fica mais 
compreensiva. Observe a figura a seguir e considere que a curva de demanda seja:
P = 12 -Q
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
19
FIGURA 9 – RECEITA MÉDIA E RECEITA MARGINAL
FONTE: Adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2013)
1 2 3 4 5 6
2,00
4,00
6,00
10,00
12,00
0
8,00
Receita Média 
(demanda)
Receita 
Marginal 
Produção
Preço (R$)
 por unidade
 produzida
4.2 DECISÃO DE PRODUÇÃO DO MONOPOLISTA
Vimos anteriormente que o objetivo do monopolista é sempre alcançar o 
lucro máximo. Mas qual é a quantidade que o monopolista deverá produzir para 
alcançar este objetivo? 
Considere um exemplo descrito por Hall e Lieberman (2003), em que um 
monopolista tenha como objetivo vender uma quantidade maior de produtos. 
Como ele tem uma curva de demanda com inclinação para baixo, ele precisará 
reduzir seu preço, mas esse preço baixo deverá ser cobrado sobre todas as 
unidades de produto que serão vendidas. Vejamos um exemplo prático: Uma 
empresa fornecedora de sinal de internet desejar ter mais assinantes. Ela terá que 
reduzir o valor das mensalidades para todos os seus clientes, incluindo os clientes 
mais antigos, do contrário, estes clientes irão reclamar. Dessa forma, o preço mais 
baixo influenciará na receita total, pois, por um lado, a receita aumentará pelos 
novos números de assinalantes, por outro, vai diminuir, pois terá que cobrar um 
valor mais baixo dos assinantes antigos. Essa diferença no valor da receita total 
chamamos de receita marginal (que pode ser negativa ou positiva). Observe essa 
situação na figura a seguir:
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
20
FIGURA 10 – GRÁFICO DA DEMANDA E RECEITA MARGINAL (EMPRESA 
FORNECEDORA DE INTERNET)
FONTE: Adaptado de Hall e Lieberman (2003)
5.000
18
20
48
60
0
30
Número de 
assinantes
Preço (R$)
Mensal por 
assinante
6.000 15.000
20.000
21.000
30.000
50
38
Demanda
RM
A
B
C
F
G
Observe que quando a empresa move do ponto A para o ponto B ao longo 
da curva de demanda, a receita total da firma aumenta em R$ 38.000,00, pois no 
ponto A, a firma cobrava um valor de mensalidade de R$ 50,00 por assinante, com 
isso tinha 5.000 assinantes, obtendo uma receita total R$ 250.000,00. No ponto B 
o preço da mensalidade é de R$ 48,00, reduzindo R$ 2,00 no valor e conseguindo 
mais 1.000 novos assinantes, totalizando 6.000 assinantes, ou seja, sua receita total 
passa para R$ 288.000,00. A receita marginal para essa alteração é R$ 38,00:
ΔRT = = =(R$ 288.000,00 – R$ 250.000,00) R$ 38.000,00
(6.000 – 5.000) 1.000
R$ 38,00
ΔQ
RM=
Você pode observar que a receita marginal na Figura 10 é representada 
pelo ponto C. Observe ainda que, neste caso, o monopólio acaba vendendo uma 
quantidade maior de assinaturas de internet a um menor preço e consegue um valor 
de R$ 48,00 (valor da RM antes de diminuir o preço) em cada unidade adicional, por 
outro lado, precisa cobrar um valor menor também para os outros 5.000 assinantes. 
Assim, o movimento do ponto A para o B aumenta a receita total e a receita marginal 
é positiva (mas menor que R$ 48,00) (HALL; LIEBERMAN, 2003). 
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
21
NOTA
“Quando uma firma – incluindo um monopólio – enfrenta uma curva de 
demanda com inclinação para baixo, a receita marginal é menor que o preço do produto. 
Portanto, a curva de receita marginal fica abaixoda curva de demanda” (HALL; LIEBERMAN, 
2003, p. 298).
Neste caso, a curva marginal isolada informa sobre a decisão de produção 
do monopólio. Lembre-se de que um monopólio nunca produz um nível de 
produção no qual a receita marginal seja negativa. O monopólio somente irá 
produzir lucro se a receita marginal for positiva, pois, para isso, a firma deve 
produzir o nível de produção em que CM = RN e a curva de CM cruza a curva de 
RM de baixo para cima. 
FIGURA 11 – PREÇO MONOPÓLIO E DETERMINAÇÃO DO PRODUTO
FONTE: Adaptado de Hall e Lieberman (2003)
60
40
CM
D
RM
10.000 30.000
Número de 
assinantes
Preço (R$)
Mensal por 
assinante
NOTA
Não existe curva de oferta para um monopólio. Um monopólio não é um 
tomador de preço, pois ele escolhe seu preço.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
22
4.3 EQUILÍBRIO DE MERCADOS DE MONOPÓLIO 
De acordo com Garófalo (2016, p. 218), “a condição de maximização 
de lucros é a mesma para todas as estruturas de mercado”. Assim, o ponto de 
encontro entre as curvas de receita marginal e de custo marginal representa que, 
desse ponto até o eixo das quantidades, o monopolista sabe exatamente quantas 
unidades deve vender para que o lucro seja maximizado. 
Porém, ao alinhar esse ponto com a curva de receita média (a demanda 
do monopolista), tem-se qual será o preço cobrado por ele nesse caso (ponto E). 
Adicionalmente, e de forma similar ao realizado em concorrência (quase) pura 
e perfeita, a diferença entre o preço e o custo total médio equivale ao lucro por 
unidade que o monopolista pratica. Ao multiplicar esse lucro unitário pela 
quantidade vendida é obtido o montante de lucro auferido:
FIGURA 12 – EQUILÍBRIO EM MONOPÓLIO A PREÇO ÚNICO
FONTE: Garófalo (2016, p. 218)
Observando-se o triângulo definido pela área BFG, percebe-se que o 
monopólio possui um grau de ineficiência muito grande quando comparado ao 
mercado de concorrência (quase) pura e perfeita. Por que é possível chegar a essa 
conclusão? Da mesma forma que foi representada a curva de receita média do 
monopolista coincidente com a curva de demanda por ele defrontada, a curva de 
custo marginal pode ser considerada como uma curva de oferta, especialmente ao 
se comparar com o caso da concorrência (quase) pura e perfeita. Portanto, o ponto 
de encontro entre essas duas curvas pode ser admitido como um patamar em que 
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
23
a eficiência de mercado é a maior possível, da mesma forma como ocorre em um 
mercado concorrencial. Outra observação relevante é a de que no comparativo do 
preço e da quantidade praticados em monopólio com a concorrência (quase) pura 
e perfeita, chega-se à conclusão, ainda que óbvia, de que o preço e a quantidade 
praticados em monopólio são maiores e menores, respectivamente, do que os 
correspondentes patamares da concorrência (quase) pura e perfeita.
4.4 DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO DO 
MONOPÓLIO
Nos exemplos que vimos anteriormente, o monopolista foi considerado 
um agente econômico responsável por estabelecer o preço para os produtos deste 
mercado, mas ele também pode recorrer a uma técnica chamada de discriminação 
de preços, objetivando fixar preços diversos para clientes diferentes.
De acordo com Garófalo (2016), para que o monopolista consiga 
discriminar preços, existem três condições a serem cumpridas:
a) ter poder de mercado;
b) conseguir detectar o comportamento dos consumidores relativamente à 
sensibilidade diversa que apresentam em termos dos preços que vierem a ser 
estabelecidos ou cobrados;
c) ser capaz de proibir (ou ao menos evitar) a revenda dos bens.
A seguir, conforme Garófalo (2016), veremos que existem três tipos de 
discriminação de preços: de primeiro grau (também conhecida como perfeita), 
de segundo grau (quantidades) e de terceiro grau (por grupos de consumidores). 
A discriminação de preços de primeiro grau ocorre quando o monopolista 
vende os produtos cobrando exatamente o preço de reserva dos consumidores. 
Podemos dizer que é uma situação irreal, pois quem estaria definindo o preço, 
neste caso, seria o consumidor, para o produto que o monopolista está ofertando 
no mercado.
NOTA
O preço de reserva do consumidor é o valor máximo que o consumidor está 
disposto a pagar por um determinado produto. Caso o valor esteja do preço de reserva, o 
consumidor não terá nenhum benefício com esta compra.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
24
FIGURA 13 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA DISCRIMINAÇÃO DE
PREÇOS DE PRIMEIRO GRAU
FONTE: Adaptado de Garófalo (2016)
0
Q max
Quantidade
CMg
Demanda ou 
Receita média
RMg
Preço
A figura indica que, nesta situação, o monopolista está vendendo seu 
produto a um preço “que corresponde ao encontro entre as curvas de custo 
marginal e de receita média” (GARÓFALO, 2016, p. 221).
Um exemplo clássico desse tipo de política é o caso de um dentista 
especialista em prótese dentária, com consultório num pequeno vilarejo do 
interior. Neste caso, o profissional acaba estipulando preços diferenciados para 
seus pacientes, de acordo com a disposição deles em aceitá-lo e com a forma como 
cada cliente valoriza o serviço desse profissional.
A discriminação de preços de segundo grau ocorre quando o 
monopolista estipula preços diferenciados por quantidades diversas adquiridas 
pelo consumidor. Essa prática é muito observada em lojas que vendem produtos 
por atacado. Por exemplo, num lote de 10 peças de roupa, o consumidor pagará 
um determinado valor. A partir do segundo bloco, ou seja, da 11 até a 15 peças, 
ele pagará um preço inferior. Embora o preço do produto vá decrescendo, essa 
situação ainda é bem favorável ao produtor, pois obterá ganhos de escala, uma 
vez que custos médios e marginais estão em uma fase decrescente. 
Além desse exemplo, você pode observar essa prática nas faturas de 
energia elétrica de sua residência, promoções de supermercados ou, também, 
quando for utilizar o serviço de estacionamento rotativo. 
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
25
FIGURA 14 – O MESMO PRODUTO COM PREÇO DIFERENCIADOS (A)
FONTE: <https://www.cooper.coop.br/revista/?id=T0RreU9BPT1UZEY=>.
Acesso em: 24 out. 2018
FIGURA 15 – O MESMO PRODUTO COM PREÇO DIFERENCIADOS (B)
FONTE: <http://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/07/estacionamentos-descumprem-
hora-fracionada-e-tolerancia-em-salvador.html>. Acesso em: 24 out. 2018.
A figura a seguir representa graficamente essa relação de ganho:
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
26
FIGURA 16 – DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS DE SEGUNDO GRAU
FONTE: Adaptado de Garófalo (2016)
Observe na figura que a discriminação de preços de segundo grau está 
representada pelas três faixas de preço indicadas por P1, P2 e P3, e as quantidades 
comercializadas por Q1, Q2 e Q3. Caso houvesse apenas um preço no mercado, 
ele seria representado apenas por PM e a quantidade QM. 
A discriminação de preços de terceiro grau faz com que o monopolista 
identifique grupos diferentes de consumidores e transacione o produto final/
serviço a um preço diferente para cada um dos grupos. Um exemplo é a diferença 
de preços entre pessoas que vão ao cinema: há pessoas que possuem carteirinha 
de estudante e outras que não possuem, ou seja, as que possuem a carteirinha de 
estudante pagarão um valor mais baixo pela entrada do cinema, enquanto que as 
outras pessoas irão pagar um valor mais elevado, ou, ainda, em serviços em que o 
valor é diferenciado para sócios e não sócios, ou por idade e até mesmo por período.
0 Quantidade
CMg
Demanda ou 
Receita média
RMg
Preço
Preço
praticado
Q1 Qm Q2 Q3
P3
P2
Pm
P1
CMe
FIGURA 17 – VALOR DE PRODUTO DIFERENCIADO PARA GRUPOS
DIFERENTES DE CONSUMIDORES
FONTE: <http://getoutside.com.br/voce-precisa-snowland-gramado/>.
Acesso em: 24 out. 2018.
^
TÓPICO 1 | CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
27
E, graficamente, representamos a relação conforme se observa na figura 
a seguir: 
FIGURA 18 – GRÁFICO DA DISCRIMINAÇÃODE PREÇOS DE TERCEIRO GRAU
FONTE: Adaptado de Garófalo (2016)
0 Quantidade
CMg
D1 = RMe1
RMg
Preço
Q2 Q1 Quantidade Total
P3
P1
P2
RMg2
D2 = RMe2
Neste gráfico, observe que os consumidores foram divididos em dois 
grupos (1 e 2), em que cada um possui curvas de demandas diferentes. O produtor 
monopolista, neste caso, cobrará um preço mais alto do grupo que possui demanda 
mais inelástica, e um preço menor para o outro grupo com a procura mais elástica. 
Além dessas três situações de discriminação apresentadas e exemplificadas, 
Garófalo (2016) nos apresenta outras situações:
 
a) Discriminação de preços intertemporal: quando um produto é lançado, 
geralmente as primeiras unidades apresentam preços mais elevados e, logo 
depois, as empresas reduzem o preço e um número maior de consumidores se 
interessam pelo produto. 
b) Preço de pico: preços mais altos para produtos que possuem elevada demanda 
em períodos específicos. Exemplo: preços de passagens aéreas nos períodos de 
férias escolares. 
c) Tarifa em partes: geralmente o consumidor paga uma tarifa de associação para 
possuir alguma vantagem na compra de um produto e/ou serviço. Exemplo: 
pagamento de associação recreativa, em que o associado pode reservar espaços 
físicos para eventos. 
d) Venda em pacote: a empresa pratica uma venda de dois ou mais produtos ao 
mesmo tempo. Tais vendas podem ocorrer quando os consumidores possuem 
demandas distintas sobre os bens e as empresas não conseguem praticar 
discriminação de preços sobre eles, tentando, ainda, extrair o máximo de 
receita de cada um dos consumidores.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
28
NOTA
CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA – CADE
HISTÓRICO
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade – é hoje uma autarquia em regime 
especial com jurisdição em todo o território nacional. Foi criado pela Lei n° 4.137/62, então 
como um órgão do Ministério da Justiça. Naquela época, competia ao Cade a fiscalização da 
gestão econômica e do regime de contabilidade das empresas. Apenas em junho de 1994, o 
órgão foi transformado em autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, pela Lei n° 8.884/1994.
Em maio de 2012, com a entrada em vigor da nova lei de Defesa da Concorrência, Lei nº 
12.529/2011, o SBDC foi reestruturado e a política de defesa da concorrência no Brasil teve 
significativas mudanças. Pela nova legislação, o Cade passou a ser responsável por instruir 
os processos administrativos de apuração de infrações à ordem econômica, assim como os 
processos de análise de atos de concentração, competências que eram antes da SDE e da Seae.
A principal mudança introduzida pela Lei 12.529/2011 consistiu na exigência de submissão 
prévia ao Cade de fusões e aquisições de empresas que possam ter efeitos anticompetitivos. 
Pela legislação anterior, essas operações podiam ser comunicadas ao Cade depois de serem 
consumadas, o que fazia do Brasil um dos únicos países do mundo a adotar um controle de 
estruturas  a posteriori. A análise prévia trouxe mais segurança jurídica às empresas e maior 
agilidade à análise dos atos de concentração, sendo que o Cade passou a ter prazo máximo de 
240 dias para analisar as fusões, prorrogáveis por mais 90 dias em caso de operações complexas.
FONTE: <http://www.cade.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/historico-do-cade>. 
Acesso em: 5 set. 2018.
DICAS
Sugerimos a leitura do seguinte material:
• MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade. 
Defesa da concorrência no Brasil – 50 anos. – Brasília: 2013. Disponível em: <http://
www.cade.gov.br/acesso-a-informacao/publicacoes-institucionais/cade_-_defesa_da_
concorrencia_no_brasil_50_anos.pdf>.
29
Neste tópico, você aprendeu que:
• As estruturas de mercado são todas as características de um mercado que 
influenciam o comportamento dos compradores e vendedores quando estes se 
juntam para comercializar bens e serviços num mercado.
• O mercado é o local onde ocorre a interação entre a oferta e demanda de bens e 
serviços, assim como fatores de produção são trocados livremente entre as pessoas.
• A concorrência perfeita é um mercado com grande número de vendedores e 
que isoladamente não afeta a oferta de mercado e o preço.
• No mercado de concorrência perfeita não existe diferenciação entre os produtos.
• No mercado de concorrência perfeita há transparência nas informações sobre 
lucros e preços.
• O monopólio é um mercado oposto ao da concorrência perfeita.
• No monopólio existe uma única empresa que domina a oferta de bens e serviços.
• O monopólio pode ser puro ou nulo.
• Existem barreiras de entrada no monopólio. 
• O monopólio também pode ser institucional ou estatal.
RESUMO DO TÓPICO 1
30
1 Assinale a alternativa que não condiz com as características do mercado em 
concorrência perfeita: 
a) ( ) Grande número de consumidores.
b) ( ) Muitos produtores com produtos diferenciados. 
c) ( ) Livre entrada e saída de empresas. 
d) ( ) Perfeito conhecimento sobre todas as informações relevantes do 
mercado. 
e) ( ) Curva da demanda perfeitamente elástica para o produto de cada firma 
particular.
2 O que é a receita média do monopolista?
3 Para que o monopolista consiga discriminar preços, existem três condições a 
serem cumpridas. Cite-as.
AUTOATIVIDADE
31
TÓPICO 2
MODELOS DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA, TEORIA DOS 
JOGOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico vamos estudar duas estruturas de 
mercado de bens e serviços: o oligopólio e a concorrência monopolística. Estas 
estruturas de mercados são consideradas mercados de concorrência imperfeita. 
Também estudaremos a teoria dos jogos e as estratégias competitivas. 
Embora muitas vezes não percebamos, diariamente utilizamos a teoria dos jogos 
nas negociações que realizamos e, por isso, é muito importante que saibamos 
utilizar esta ferramenta em nossa tomada de decisões. 
Além disso, tão importante quanto nos dias atuais é que o economista 
saiba definir estratégias competitivas para que a empresa alcance seus objetivos 
e consiga se destacar no mercado. Assim, veremos como podemos aplicar alguns 
conceitos nas definições de metas e estratégias. 
2 OLIGOPÓLIO 
O oligopólio é um tipo de estrutura de mercado caracterizado por um 
pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. Podemos citar 
vários exemplos, mas destacam-se nesta categoria a indústria automobilística e a 
indústria de bebidas. 
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
32
FIGURA 19 – EXEMPLOS DE EMPRESAS OLIGOPOLISTAS
FONTE: <http://economi-blog.blogspot.com/2015/05/competencia-economica.
html>. Acesso em: 24 out. 2018.
No oligopólio podemos observar algumas características específicas, 
conforme a figura a seguir:
FIGURA 20 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO OLIGOPÓLIO
FONTE: A autora
Cada firma produz bens idênticos.
Há barreiras de entrada elevadas, de modo que não 
haja nenhuma entrada a longo prazo no setor.
Há apenas algumas firmas. 
O oligopólio geralmente surge quando os custos iniciais para montar uma 
firma e comercializar seus produtos são elevados e que necessitam de grandes 
economias de escala. Em consequência, empresas maiores utilizam a guerra de preços 
para dificultar a entrada de novas firmas no mercado. Embora o oligopólio apresente 
algumas características que lhe aproximam do monopólio, como a obtenção de lucro 
a longo prazo, por exemplo, há uma diferença decisiva entre os mercados. 
TÓPICO 2 | MODELOS DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA, TEORIA DOS JOGOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
33
No oligopólio a demanda de cada firma depende do preço que as outras 
firmas estabelecem. Desta forma, se uma reduzir seu preço, a curva de demanda 
das outras firmas se desloca para baixo, e, se uma firma aumentar seu preço, da 
mesma forma a curva de demanda das outras firmas se desloca para cima.
2.1 OLIGOPÓLIO DE CONLUIO
O Oligopólio de Conluio é caracterizado quandoo setor possui poucas 
empresas e suas estratégias são baseadas nas ações de seus concorrentes, e, 
diante delas, a empresa caba optando pela cooperação ou pela competição 
(não cooperação). Neste sentido, Miltons (2016) classifica o comportamento da 
empresa de duas formas:
a) Comportamento não cooperativo: ocorre quando a empresa decide não 
considerar as ações dos concorrentes e começa uma guerra de preços entre as 
empresas do setor. 
b) Comportamento cooperativo: ocorre quando as empresas optam por não 
competirem entre si e acabam colaborando umas com as outras na fixação do 
preço do produto.
NOTA
O comportamento cooperativo é considerado não benéfico ao consumidor e, 
por isso, as leis antitrustes não aprovam esta prática. 
A Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011, estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência e dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica.
Um exemplo muito claro que conhecemos são as companhias áreas. 
Quantas vezes você já observou alguma companhia área ofertando trechos a 
preços bem acessíveis? É nesse momento que as empresas estão estabelecendo 
um comportamento não cooperativo, ou seja, estão realizando uma guerra de 
preços. Mas em menos de 24 horas estes preços mudam, e se você fizer uma 
pesquisa de preços entre as companhias A, B, e C verá que estas fixaram o preço 
das passagens aéreas. Isso significa que neste momento o comportamento delas é 
de cooperação. Dessa forma está estabelecido o que chamamos de oligopólio de 
conluio ou de combinação. 
Considerando o exemplo apresentado anteriormente das empresas aéreas 
(A, B e C), quando estas começam a operar de forma cooperativa, podemos 
observar na figura a seguir, a curva de demanda da empresa oligopolista A. 
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
34
FIGURA 21 – CURVA DE DEMANDA DO OLIGOPOLISTA A
FONTE: Miltons (2016, p. 195)
Observe na figura que a empresa Oligopolista A traça sua curva de 
demanda admitindo que as concorrentes B e C seguirão suas modificações de 
preços. Considerando que isso ocorra, admite-se que a curva de demanda 
oligopolista (por exemplo, a curva de demanda por passagens aéreas do trecho 
ofertado pelas três empresas) tem a mesma elasticidade.
Enquanto os concorrentes acompanharem seu preço, a empresa A terá 1/3 
do mercado. O equilíbrio do oligopólio se dá onde os lucros são maximizados e 
a curva de custo marginal cruza a de receita marginal (ponto E da Figura 23). O 
preço, por sua vez, é determinado admitindo-se que a curva de demanda traçada 
corresponde à demanda total do mercado atendido pelas três empresas, sendo 
representado pelo ponto A (MILTONS, 2016). 
Você pode observar que a ação de uma firma sempre afetará as demais. 
Vejamos a figura a seguir, que demonstra a curva da firma quando ela fixa um preço 
e, também, como se comporta quando age com as demais firmas para fixar um preço:
TÓPICO 2 | MODELOS DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA, TEORIA DOS JOGOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
35
FIGURA 22 – CURVA DE CONCORRÊNCIA NO OLIGOPÓLIO
FONTE: Adaptado de Wessels (2010)
d' (agindo sozinha)
d'
D
D’ (agindo juntas)
Produção do período
20
16
Pr
eç
o 
(R
$)
100 120 180
Observe na figura as curvas de demanda quando a firma (e o setor) 
inicialmente fixa um preço de R$ 20,00. Podemos verificar que quando P = R$ 
20,00, todas as firmas vendem 100 unidades do bem. Se houver quatro firmas, 
a produção será de 400. Além disso, veja como se comporta a curva DD’, 
representando as empresas que agem juntas, e dd’ demonstra a curva quando 
uma empresa sozinha resolve fixar o preço em R$ 16,00 e a outra continua a 
cobrar os mesmos R$ 20,00. Assim, se todas as firmas cobrassem R$ 16,00, cada 
uma venderia 120 unidades e, se existissem quatro firmas, a produção do setor 
seria de 480 unidades e cada firma teria uma parcela igual. 
Agora, se uma única empresa decide vender ao preço de R$ 16,00, ela 
poderá vender 180 unidades sozinhas, ou seja, conseguirá uma parcela maior do 
mercado e as outras empresas acabam vendendo menos de 100 unidades.
2.2 MODELO DE CURVA DE DEMANDA QUEBRADA 
Outro modelo simples de oligopólio é o modelo curva de demanda 
quebrada, desenvolvido por Paul Sweezy, que procura explicar porque os preços 
nos mercados oligopolizados são relativamente estáveis. O argumento utilizado 
por Sweezy é que o oligopolista sabe que dificilmente será acompanhado pelos 
concorrentes nos reajustes dos preços para baixo. Essa decisão faz com que a 
queda na quantidade vendida por oligopolistas seja muito grande caso ele suba 
o preço. Caso os concorrentes produzam produtos idênticos, ele poderá perder 
toda a sua produção, e se forem produtos semelhantes, perderá uma parcela 
grande, porém, não toda a produção (VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2008).
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
36
NOTA
Paul Malor Sweezy: economista britânico marxista, apresentou uma 
contribuição fundamental à teoria dos preços de monopólio, publicando o artigo Demand 
Under Conditions of Oligopoly (Demanda sob condições de oligopólio), em 1939, no Journal 
of Political Economy. Nesse artigo, ele introduz a curva de demanda quebrada, ferramenta 
operativa para a determinação do equilíbrio dos mercados oligopolísticos. 
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Sweezy>. Acesso em: 24 out. 2018.
Caro acadêmico, vamos apresentar um exemplo prático para que você 
tenha uma compreensão melhor deste modelo. Imaginemos que uma empresa de 
alimentos nobres, “A”, eleve seu preço e aja sozinha porque as outras empresas 
recusam-se a acompanhá-la. Neste caso, ela está sobre a curva de demanda dd’, 
mas caso a empresa resolva reduzir seu preço, as outras empresas vêm acompanhá-
la no corte do preço para manter sua parcela no mercado. Então, teremos a curva 
de demanda DD’. Veja que nos dois casos as empresas procuram aumentar ou 
manter sua participação no mercado. Desta situação exposta resultará a demanda 
quebrada, conforme podemos observar na figura a seguir: 
FIGURA 23 – EXEMPLO DE CURVA DE DEMANDA QUEBRADA
FONTE: Wessels (2010, p. 186)
TÓPICO 2 | MODELOS DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA, TEORIA DOS JOGOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
37
Observe que na Figura 23 os pontos do gráfico F, E e G representam a curva 
de demanda quebrada. A RMg1 é a curva da receita marginal associada à curva de 
demanda dd’ (representa quando a firma age sozinha) e RMg2 é associada à curva 
de demanda DD’, que representa quando as firmas atuam juntas. 
Considerando os valores expressos na Figura 23, vemos que ao longo 
do segmento F/E a firma atua sozinha no mercado. As outras empresas do 
setor mantêm seus preços em R$ 20,00, enquanto esta empresa eleva seu preço 
acima de R$ 20,00. Mas o que acontece nesse caso? Com certeza muitos de seus 
consumidores a abandonam devido à elevação dos preços e suas vendas passam 
a ser realizadas pelos seus concorrentes, cuja parcela de mercado se amplia. E, ao 
longo do segmento E/G podemos verificar que todas as empresas agem juntas, ou 
seja, todas as empresas igualam seu preço à empresa de alimentos nobre “A”, com 
isso elas não perdem negócios para a empresa. Neste modelo, se a curva de custo 
marginal se situar entre as curvas RMg1 e RMg2 (entre os pontos h e g) da Figura 
23, a firma aumentará seu preço em R$ 20,00 (na quebra). 
Mas se até agora só analisamos o preço, como fica a produção nesta 
situação? A produção será determinada quando a receita marginal for igual 
ao custo marginal. Observe que a curva de demanda quebrada nesse exemplo 
tem uma curva de receita marginal com uma longa seção vertical (representada 
entre os pontos h e g). Assim, o custo marginal pode se situar em qualquer ponto 
entre h e g, e a firma manterá o valor de R$ 20,00 e manterá a produção em 100 
unidades. Mesmo que ocorra grandes mudanças no custo marginal, a produção 
e o preço não serão afetados.
De acordo com Wessels (2010), esse modelo de demanda quebrada prevê 
uma lentidão na mudança de preçosnos modelos de oligopólio, que é chamado 
de rigidez de preços. 
2.3 MODELO DE FIRMA DOMINANTE (LIDERANÇA DE PREÇO)
No modelo de firma dominante, como o próprio nome já diz, uma firma 
é responsável por estabelecer o preço de todo o setor, e por isso, é chamada de 
líder de mercado. Nesse modelo, segundo Wessels (2010), duas características 
marcam o setor:
• há uma firma dominante no setor;
• existe entrada limitada no setor, de modo que a firma dominante consegue 
manter seus lucros a longo prazo.
Geralmente o que ocorre é que as outras empresas concorrentes acabam 
tendo custos maiores que a empresa dominante, sendo que as menores agem 
como firmas perfeitamente competitivas (produzindo somente quando o custo é 
igual ao custo marginal). 
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
38
Podemos dizer que nesse modelo a firma dominante acaba atuando como 
um monopólio de mercado, sabendo que os concorrentes menores acompanharão 
o seu preço de mercado. Se elas não fizerem desta forma, a firma dominante acaba 
diminuindo seu preço, castigando as firmas menores radicalmente. 
2.4 CARTEL 
Ainda dentro do oligopólio de mercado existe a prática chamada de Cartel. 
O cartel representa o grupo de empresas que age em conluio ou coalizão. Quando 
o cartel – que é proibido nas legislações antitrustes – é formado, o mercado é 
atendido da mesma forma que um monopólio, pois o cartel procura formas de 
limitar a ação das forças de mercado da livre concorrência para garantir lucros 
maiores. Um exemplo de cartel muito conhecido é a equiparação dos preços da 
gasolina em postos de combustíveis, mesmo sendo uma prática ilegal, é observada 
diariamente nas cidades brasileiras. 
NOTA
“Como reconhecimento à importância do combate aos cartéis, em 2008 foi 
editado o Decreto Presidencial, que estabeleceu o dia 8 de outubro de cada ano como o 
Dia Nacional do Combate a Cartéis. O dia 8 de outubro foi escolhido porque nessa data, no 
ano de 2003, foi firmado o primeiro Acordo de Leniência, instrumento que tem se mostrado 
fundamental para garantir a condenação de cartéis no Brasil” (BRASIL, 2009, p. 7).
DICAS
Para saber mais sobre a importância do combate aos cartéis, acesse o 
documento Combate a Cartéis e Programa de Leniência, disponível em: 
<http://www.cade.gov.br/acesso-a-informacao/publicacoes-institucionais/documentos-da-
antiga-lei/cartilha_leniencia.pdf>.
Acadêmico, não é só no Brasil que verificamos essa prática ilegal! Em 
vários países do mundo podemos observar a presença desse tipo de acordo. 
O início da formação dos cartéis se deu na Alemanha, durante o período das 
guerras mundiais. Atualmente, observa-se muito a prática junto à Organização 
dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP –, organização em que países como 
a Venezuela, a Arábia Saudita e a Líbia usam o petróleo como arma política, 
regulando seu preço no mercado mundial.
TÓPICO 2 | MODELOS DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA, TEORIA DOS JOGOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
39
NOTA
UM CASO DE CARTEL NO BRASIL
Muitas empresas são acusadas de praticar cartel. Entretanto, nem todas conseguem ser 
punidas pela Justiça pelo ato ilegal. 
No Brasil, ficou famoso o caso da marca alemã Bosh, que confessou praticar o cartel durante 
13 anos. A confissão foi feita depois de denúncias do Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica, o Cade.
A empresa agia em parceria com a Cerâmica e Velas de Ignição NGK do Brasil Ltda. As 
empresas combinavam preços por meio de conversas ao telefone, pela internet ou até 
mesmo em encontros pessoais.
Esse ato, que se estendeu por mais de uma década, prejudicou diversas empresas 
concorrentes que não conseguiram, durante esse tempo, se equiparar ao acordo feito entre 
a Bosh e a Velas de Ignição NGK. De acordo com a investigação, esse ato ilegal atrapalhou os 
negócios de empresas como a Fiat, Ford, Peugeot, Volks, Renault, General Motors, Mercedes 
Benz, entre outras.
FONTE: <https://www.estudopratico.com.br/saiba-o-que-e-um-cartel/>. Acesso em: 24 out. 2018.
3 CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA 
A concorrência monopolística é assim denominada em decorrência de 
duas características de estruturas mercadológicas: CONCORRÊNCIA PERFEITA 
e MONOPÓLIO. 
Geralmente os produtos apresentam características bem próximas uns dos 
outros e isso faz com que as empresas concorram tanto em termos de qualidade 
ou pelo grau de investimento e propaganda e marketing feito por cada uma das 
empresas. Você encontrará, nos diversos segmentos econômicos, vários exemplos 
de concorrência monopolística, como por exemplo, a praça de alimentação de um 
shopping, produtos de limpeza, hotéis, salão de beleza, revendedoras de carros etc.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
40
FIGURA 24 – EXEMPLO DE CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
FONTE: <http://www.ype.ind.br> e <https://mvlimpeza.com.br>. Acesso em: 24 out. 2018.
Você pode observar que cada um dos produtos é relativamente parecido, 
porém existe um pequeno diferencial relacionado a cada um dos ofertantes, 
levando-os a se defrontarem com uma demanda negativamente inclinada, tal 
como em um monopólio.
Assim, podemos dizer que a concorrência monopolística é uma estrutura 
de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, porém 
apresenta algumas características específi cas, como Vasconcellos e Garcia (2011) 
nos descrevem a seguir:
a) Número relativamente grande de empresas com certo poder de concorrência, 
porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados tanto pela 
qualidade do produto ou pelo tipo de serviços prestados. 
b) Margem de manobra para fi xação de preços não muito ampla, uma vez que 
encontramos produtos substitutos no mercado. 
Por causa dessas características, embora o mercado seja competitivo, o 
monopolista acaba tendo um poder muito pequeno em relação ao preço. Podemos 
verifi car isso na concorrência entre os profi ssionais médicos. Observamos que 
existem várias especialidades médicas, porém alguns profi ssionais acabam se 
destacando e, por isso, cobram preços diferenciados pelos seus serviços.
De acordo com Wessels (2010), as consequências da concorrência 
monopolística são:
• As fi rmas diferenciam seus produtos: as empresas se empenham em fazer seus 
produtos parecerem diferentes e melhores para os consumidores. Isso ocorre 
muito com os produtos de limpeza, higiene pessoal e até mesmo com remédios 
para dor de cabeça. 
• No curto prazo a fi rma age como monopólio, por ninguém ter um produto 
idêntico ao seu: aumento no preço dos produtos, e devido a isso, apresenta uma 
curva de demanda com inclinação descendente. A decisão de quanto produzir 
é dada pela igualdade entre a receita marginal e custo marginal (RMg = CMg). 
TÓPICO 2 | MODELOS DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA, TEORIA DOS JOGOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
41
Observe na figura a seguir que a firma representativa obtém um lucro 
extraordinário no curto prazo (P>CTMe em Q*, quando RMg = CMg):
FIGURA 25 – GRÁFICO DA FIRMA OBTENDO LUCRO NO CURTO PRAZO
FONTE: Adaptado de Wessels (2010)
Produção da Firma
Curva de demanda
CTMe
CMg
RMg
Pr
eç
o 
(R
$)
P*
Q*
RMg - CMg
Observe que assim como na concorrência perfeita, no longo prazo P = CTMe. 
Já na concorrência monopolística, o preço é maior que o custo total médio mínimo.
IMPORTANT
E
Custo Total Médio Mínimo é o custo por unidade no ponto mínimo.
Além disso, as firmas também possuem capacidade excessiva, e isso faz 
com que elas operem com capacidade ociosa porque a produção não atinge a 
quantidade de equilíbrio em concorrência perfeita, assim, elas podem produzir 
pelo custo total médio mínimo. Como o preço é menor que o custo total médio 
mínimo, elas buscam aumentar o lucro através de promoções e guerras de preços, 
situação que não ocorreria no mercado de concorrência perfeita.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA DE MERCADOS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
42
4 TEORIA DOS JOGOS E ESTRATÉGIAS 
A aplicação da teoria dos jogos é uma importante área da Microeconomia 
e tem sido

Continue navegando