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1 RESUMO FEITO POR SARA ESPELHO STORCH ANEURISMAS DA AORTA ABDOMINAL (AAA) Aneurisma é dilatação focal e permanente da artéria com um aumento de pelo menos 50% do diâmetro normal do vaso. Os aneurismas de aorta abdominal (AAA) são mais comuns, e considera-se um AAA quando o diâmetro do segmento comprometido tiver pelo menos 3cm. Os AAAs afetam, principalmente, a população com mais de 55 anos e são de 2 a 6 vezes mais comuns nos homens do que nas mulheres. o Ectasia: diâmetro da artéria não ultrapassa 50% o Megartéria: todos os segmentos arteriais com diâmetro aumentado, sem áreas normais PATOGENIA: geralmente resultam de degeneração da túnica média da artéria, gerando aumento lento e continuo do lúmem do vaso. A causa mais comum é a degeneração da parede pela doença aterosclerótica, e outras causas, como infecção, necrose cística da túnica médica, artrite, trauma e doença do tecido conjuntivo. FATORES DE RISCO o Idade avançada o Sexo masculino o Tabagismo o História familiar em parentes de 1º grau o Aneurismas prévios o Doença Arterial Coronariana o Doença cerebrovascular o Aterosclerose o HAS o Hipercolesterolemia HISTÓRIA NATURAL: É o seu crescimento contínuo até a ruptura. Taxa de crescimento: 30-50mm➔ 0,2 a 0,3cm/ano. Maiores diâmetros se relacionam a maiores taxas de crescimento Estudos observacionais mostram que há uma diminuição da taxa de crescimento do AAA com o uso de estatina (2ª geração) associado a Betabloqueadores, entretanto necessita de consenso. Ruptura: Diâmetro inicial do aneurisma é um fator de risco independente de ruptura, se maior que 6 cm. Diabetes mellitus: fator de risco para trombose de aorta. Como gera mais trombose, acaba protegendo da dilatação. A artéria é formada por 3 camadas: o Camada íntima: Onde ocorre a aterosclerose o Camada média: células musculares lisas (matriz), elastina, colágeno, proteoglicanos. o Camada adventícia: colágenos, fibroblastos. Algumas artérias com processo aterosclerótico evoluem para formação de aneurismas, e outras para formação de trombose. Quando tem aterosclerose da íntima e média, favorece a trombose. Quando tem reação inflamatória da media e adventícia, favorece a formação de aneurisma. A maioria dos aneurismas sofre alterações graves na matriz das camadas média e adventícia. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: 2 RESUMO FEITO POR SARA ESPELHO STORCH o ANEURISMAS NÃO ROTOS (MASSA ABDOMINAL PULSÁTIL): Assintomáticos; Diagnóstico incidental (exame clínico ou exame de imagem do abdome). Mais fácil de ver em pacientes magros. Raramente tem dor. As vezes, a primeira manifestação é a rotura. Deve palpar a parede anteroposterior e laterolateral. DIÂMETRO X DIAGNÓSTICO CLÍNICO: o 3-3,9cm: 29% o 4,0-4,9cm: 50% o 5cm ou mais: 76% DETERMINAÇÃO DE LIMITES: Na palpação, quando o limite superior do AAA é bem definido, isso aponta para o não envolvimento dos ramos viscerais. Quando esse limite superior não é palpável ou esta pulsação seja percebida na região epigástrica ou abaixo do gradil costal, é indicativo de acometimento de ramos viscerais e isso é chamado de sinal de DeBakey. SINAL DE DEBACKEY: delimitar a posição de um aneurisma de aorta abdominal em relação às artérias renais (suprarrenal ou infrarrenal). Deve ser feita com o paciente deitado, bem relaxado e com os joelhos fletidos. Com o paciente deitado, faz a palpação da aorta tentando empurrar os dedos próximo ao diafragma. Tenta inserir a mão entre o rebordo costal e a margem superior do aneurisma; se não é possível palpar o aneurisma com a mão, trata-se de um aneurisma suprarrenal. Do contrário, quando é possível palpar, conclui-se que o aneurisma é infrarrenal. o DeBackey negativo = Quando se palpa afunilamento da aorta (colo) antes do gradil costal (aneurisma infra- renal). Consegue colocar os dedos próximo ao diafragma, e isso significa que o aneurisma termina próximo a artéria renal. Paciente se tiver tumor próximo a aorta, não terá expansão laterolateral, só anteroposterior. o DeBackey positivo = Quando não se palpa o colo (aorta) antes do gradil costal (aneurisma supra-renal). Não consegue palpar o final da massa, porque o aneurisma sobe pelo diafragma sendo um aneurisma toraco- abdominal (suprarrenal). SINTOMÁTICOS ocasionalmente em AAA de grande tamanho: Compressão ureteral e duodenal (Hidronefrose, náuseas ou vômitos); Trombose de veia cava, ilíacas ou femorais; Trombose com oclusão do saco aneurismático (Rara); Embolização (Não está relacionado ao tamanho do aneurisma. Quadros de isquemia crítica) Quando há sintomas, são inespecíficos, decorrentes de compressão local ou de sua expansão. Os sintomas são raros e podem ser dor abdominal geralmente incaracterísticos e moderada no epigástrio, dor lombar que pode ser decorrente de erosão vertebral, dor localizada no aneurisma, que se acentua com a palpação da aorta, paralisia de membros inferiores (isquemia medular). o ANEURISMAS ROTOS: Dor (súbita, severa no abdome e com irradiação para dorso e flanco, pode estender- se para virilha e coxa); Choque; Parede póstero-lateral esquerda é local mais comum de rotura; 30% possuem diagnósticos equivocados. Diagnósticos diferenciais podem ser: Cólica renal; Hemorragia gastrointestinal; Diverticulite ; Neuropatia femoral; IAM; Hérnia inguinal sintomática Massa abdominal pulsátil em 72%. TRÍADE CLÁSSICA: nem todos terão Os aneurismas rotos podem se manifestar com dor abdominal de início súbito, irradiada ou não para a região lombar, e massa abdominal pulsátil – pode ser difícil a caracterização em obesos ou muito distendidos. Apresenta sinais de choque. Ruptura pode ocorrer :20% na parede anterior; 80% na parede posterior lateral; Hemorragia digestiva, FAV EXAMES DE IMAGEM: Dor abdominal Dor Lombar Massa Abdominal Pulsátil (26%) 3 RESUMO FEITO POR SARA ESPELHO STORCH 1. RX DE ABDOMEM: detectar a presença de aneurisma. Geralmente são inespecíficos. Podem mostrar um aneurisma calcificado. 2. ULTRASSONOGRAFIA/ ECO-DOPPLER: Diâmetro e trombo intramural 3. ANGIOTOMOGRAFIA: Detalhamento anatômico para planejamento cirúrgico (Extensão, relação com Aa. Renais, Ramos viscerais, roturas, malformações) A angiotomografia é o exame PADRÃO OURO porque além de evidenciar a aorta, evidencia estruturas vizinhas (veia cava, rim.) 4. ANGIORRESSONÂNCIA: Boa resolução de imagem, medida de diâmetros confiável e ausência de radiação ionizante; Caro e Pouco disponível 5. AORTOGRAFIA: Subestima o diâmetro Indicações restritas (detalhamento de ramos viscerais ou processos estenóticos e oclusivos periféricos) SCREENING: utiliza US. Não-invasivo; Barato; Alta sensibilidade e especificidade. Vê Medida antero-posterior e Diâmetro externo. Examinador dependente. o População masculina: Redução na mortalidade pela metade em 4 anos de screening. População idosa em regiões onde a prevalência dos AAA é superior a 4% o População feminina: Não há evidências que indiquem a realização de screening em mulheres idosas. Não há diminuição da taxa de rupturas QUANDO TRIAR? Homens >65 anos ➔ Deve ser realizado mais precocemente naqueles com fatores de risco MANEJO DE PACIENTES COM ANEURISMAS DETECTADOS o 3-5,5 cm: Avaliação de risco cardiovascular e mudanças do estilo de vida (interrupção do tabagismo e introdução de estatinas). A partir de 5 cm, vigiar de 3 em 3 meses. 4 RESUMO FEITO POR SARA ESPELHO STORCH o Manutenção em programas de vigilância EVOLUÇÃO NATURAL: Rotura o Complicações: trombose aguda do aneurisma, embolização periférica, corrosão vertebral e comprometimento dos ureteres ASSINTOMÁTICOS: 1. Risco de Rotura: Taxa de expansão do aneurisma. 0,5cm/6 meses ou 1cm/ano 2. Risco cirúrgico: Pacientes com expectativa de vida baixa (< 3 anos) ou considerados não aptos ao procedimento possuem benefícios incertos da cirurgiaFatores de mau prognóstico: ICC; Isquemia no ECG; Insuficiência renal; IAM prévio; Problemas pulmonares (VEF1 < 2.2L); Sexo feminino 3. Expectativa e qualidade de vida: A sobrevida a longo prazo é maior para os pacientes com AAA assintomáticos operados em comparação aos não operados TRATAMENTO CIRÚRGICO 1. REPARO ABERTO deve ter Avaliação pré-operatória a Identificação de fatores de risco e Tratamento de comorbidades o Angina, Fração de ejeção <25%, Creatinina > 3mg/dl e doença pulmonar são considerados fatores de alto risco o Isquemia miocárdica: principal causa de morbidade e mortalidade pós-operatória o Mortalidade: < 6% A correção do AAA por via cirúrgica aberta pode ser realizada por 2 vias de acesso: via transperitoneal ou via retroperitoneal. CLASSIFICAÇÃO DOS PACIENTES PARA REPARO ELETIVO OU DE URGÊNCIA: Assintomáticos com aneurismas > 5,5 cm (eletivo); Pacientes sintomáticos (urgência) o ANEURISMAS ROTOS (EMERGÊNCIA): Incisão inicial e escolha da abordagem; Exposição e controle da aorta e artérias ilíacas; Abertura do aneurisma e criação de anastomose proximal; Criação de anastomose distal Após acessar o aneurisma, é realizado o controle proximal abaixo das artérias renais, seguido do controle distal, podendo ser na própria aorta (doença isolada) ou nas artérias ilíacas, se houver associação da doença aneurismática neste seguimento. Após o controle do aneurisma, com clampeamento proximal e distal, é realizada a abertura do aneurisma, com retirada dos trombos. O passo seguinte é a endoaneurismorrafia (ligadura de todas as artérias lombares para evitar sangramento por deflúvio destes vasos. A artéria mesentérica inferior pode ser ligada ou reimplantada (é indicada por ser pequena e ter bom fluxo). Procede-se o reestabelecimento do eixo arterial por meio da interposição de um eixo sintético (maioria das vezes dácron) em diferentes conformações, dependendo da extensão da doença aneurismática. O principio básico é realizar as suturas em locais onde a aorta esteja o mais saudável possível, com estrutura de sua parede adequada para realizar as anastomoses. Após o término das anastomoses, é feito a liberação do fluxo, cobertura da prótese com a parede aórtica remanescente e fechamento por planos. 5 RESUMO FEITO POR SARA ESPELHO STORCH ANEURISMA INFLAMATÓRIO: 5% dos AAA infra-renais; Cirurgia mais difícil pois faz Aderência ao Duodeno, V. cava, V. renal E, ureteres; Raramente rompem; Sintomáticos mais precocemente (detecção precoce); Abordagem retroperitoneal ANEURISMA ROTO: Reparo de emergência o Paciente instável + história prévia de AAA ou massa abdominal palpável➔ sem necessidade de exames o Paciente estável + diagnóstico questionável ➔TC para melhor planejamento cirúrgico o Realizado por via transperitoneal: – Ruptura contida: controle supracelíaco + dissecção do colo infra-renal + clampeamento infra-renal o mais breve – Ruptura livre: esforços múltiplos para controle vascular (compressão da aorta no hiato e infra- renal ou com balão) AVALIAÇÃO DE RESULTADOS MORBIDADE de 10-30% em procedimentos eletivos: – IAM; – IRA moderada (6%); – Doença pulmonar (5%); – Sangramento; – Isquemia de MMII; – Paraplegia (0,2%) (Rotos, desvascularização pélvica) – Isquemia de cólon (1%): Diarréia sanguinolenta; Dor abdominal; Distensão abdominal; Leucocitose COMPLICAÇÕES TARDIAS: Pseudoaneurismas, infecção de enxerto e trombose de enxerto MORTALIDADE de 0-5% em Aneurismas inflamatórios e pacientes sintomáticos é de 5-10% SOBREVIDA: 5 anos: 67% (49-84%). Média de sobrevida de 7,4 anos após o reparo 2. REPARO ENDOVASCULAR (EVAR): Enxerto interposto endoluminal por incisões em regiões inguinais. Menos invasivo com Diminuição de perda sanguínea; Menor tempo de internação hospitalar; Retorno às atividades mais precocemente A eficácia do tratamento endovascular requer que haja uma área de artéria não dilatada proximal e distal ao aneurisma para que possa haver correta fixação da endoprótese. Assim, é necessário que o aneurisma tenha uma anatomia compatível com a endoprótese. Uma vez posicionada, a endoprótese promove exclusão do aneurisma da circulação arterial, redução da pressão no saco aneurismático e consequente prevenção de dilatação e rotura. PREPARAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA o Angiotomografia + angiografia (estudo anatômico) o Seleção de pacientes: – Femoral comum devem ser largas o suficiente (>21 French) para aceitar o dispositivo de entrega – Colo infrarrenal proximal adequado (diâmetro entre 16mm e 28mm, e comprimento > 15 mm) – Ilíaca comum (diâmetro entre 8-20mm)➔ segmento não dilatado para a implantação distal. 6 RESUMO FEITO POR SARA ESPELHO STORCH Punção do vaso, passagem de um fio guia por dentro da agulha, retirada desta e passagem do dispositivo sobre o fio guia. Após a realização de uma angiografia pré operatória, um cateter contendo uma endoprótese no seu interior é posicionado imeadiamente abaixo da origem das artérias renais e liberada a endoprótese. Anestesia Geral ou epidural➔ Incisões inguinais bilaterais com exposição dos vasos femorais➔ Controle vascular + heparinização sistêmica ➔Canulação de A. femorais bilateralmente e passagem de guias➔ Passagem de introdutores ➔Passagem de guia em Aorta torácica por membro superior direito➔ Passagem de cateter pigtail na A. ilíaca contralateral acima das renais➔ Aortografia➔ Introdução do dispositivo em A. femoral direita no lugar do introdutor e entrega gradual guiada por fluoroscopia CONTRAINDICAÇÕES AO PROCEDIMENTO ENDOVASCULAR o Insuficiência renal não dialítica: uso de contraste durante o procedimento; o Tortuosidade importante das artérias ilíacas ou do colo do aneurisma; o Calibre pequeno das artérias femoral/ilíaca; o Trombo no colo proximal do aneurisma: dificulta o selamento e propicia migração da prótese; o Colo proximal muito curto: não há espaço suficiente entre as artérias renais e o início do aneurisma. AVALIAÇÃO DE RESULTADOS: Diminuição da morbidade associada ao procedimento; Menor perda sanguínea, internação na UTI e tempo de internação hospitalar; Retorno precoce às atividades; Mortalidade precoce (30 dias): 1-2%;. Mortalidade em 1 ano é semelhante ao reparo aberto; Falha em excluir o fluxo sanguíneo (endoleak), migração do dispositivo, alargamento do aneurisma, ruptura do aneurisma (seguimento à longo-prazo) CIRURGIA ABERTA x EVAR
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