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AULA 2-LARINGITES AGUDAS

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1 
RESUMO FEITO POR 
SARA ESPELHO STORCH 
LARINGITES AGUDAS 
LARINGITES: processo inflamatório que acomete mucosa laríngea, associados com congestão e edema, 
ocasionando perturbações das funções da laringe. Podem ser agudas ou crônicas (>3 meses). As agudas e benignas 
duram em média de 8 dias, autolimitados, etiologia viral. 
Casos mais graves em crianças com presença de dispneia 
grave (urgência pediátrica). Em adultos é menos grave, 
sendo o principal sintoma a disfonia. 
o LARINGE DO RN: localizada a nível de C3 e C4, 
próxima a nasofaringe, atingindo nível de C6 a partir dos 5 
anos e continua descendo gradualmente ao longo dos 
anos de maneira lenta e igualmente entre os sexos. Glote 
anterior/porção membranosa (vibratória) e a glote 
posterior/ porção cartilaginosa (respiratória) tem a 
mesma proporção. Epiglote em forma de ômega, 
adquirindo conformação normal do adulto apenas na puberdade. 
o LARINGE DO ADULTO: localizada nas porções anterior e media do pescoço, ao nível do corpo de C6 
(ligeiramente mais alta na mulher). A proporção entre glote anterior e posterior é de 3:2 
CONSIDERAÇÕES HISTOLÓGICAS: Mucosa da laringe é formada de epitélio estratificado escamoso e lâmina própria 
o LÂMINA PROPRIA: No adulto tem camada superficial (espaço de reinke), intermediária e profunda 
(ligamento vocal). No RN a lâmina própria é bastante uniforme e muito espessa em relação ao tamanho da 
prega vocal. 
o MÚSCULO VOCAL: Nos adultos são fibras do tipo I (contração mais lenta e prolongada). No RN são fibras 
do tipo II (contração rápida e breve), tendo maior predisposição ao laringoespasmo. 
PATOLOGIAS: 
1. EPIGLOTITE(SUPRAGLOTITE): inflamação das estruturas da supraglote 
(face lingual da epiglote e pregas ariepiglóticas), de instalação aguda. Acomete 
crianças de 2-7 anos, predominante no sexo masculino. Agente etiológico é 
Haemophilus influenza do tipo B (redução da incidência nas crianças devido à 
vacinação). Outros agentes= S. pneumoniae, S. aureus, pseudomonas,N. 
meningitidis, K. pneumoniae, Candida albicans. Tem aumento da incidência em 
adultos imunodeprimidos. 
Quadro clínico: celulite da supraglote com hiperemia e edema importante na região, levando à obstrução 
da via aérea de evolução rápida. Febre e dispneia ao deitas, evoluindo rapidamente (4-8 horas) com 
faringalgia, odinofagia, disfagia e piora da dispneia (postura de hiperextensão da cabeça com a boca aberta 
e queixo elevado), respiração lenta evoluindo para estridor laríngeo inspiratório. Pode ter dor ao falar 
(“voz de batata quente”, abafada). 
No adulto causa dor cervical anterior, adenopatia, febre, odinofagia, disfagia. Pode 
ter dispneia com estridor inspiratório (é mais raro). 
Diagnóstico: anamnese e exame físico; visibilização da laringe por meio da 
laringoscopia e nasofibroscopia flexível (hiperemia “vermelho cereja” e edema das 
estruturas da supraglote). Se impossibilidade de laringoscopia, faz radiografia lateral 
do pescoço (Sinal do Polegar= espessamento da epiglote) 
Tratamento: manutenção da via aérea (nebulização com corticoide ou adrenalina, corticoide sistêmico, 
oxigenoterapia e IOT em casos graves) e antibioticoterapia assim que confirmado o diagnóstico. Utiliza 
 
2 
RESUMO FEITO POR 
SARA ESPELHO STORCH 
cefalosporina de 2ª(axetilcefuroxima) ou 3ª (ceftriaxona) geração de preferência. Outra opção é a 
ampilicina+ cloranfenicol. 
2. LARINGOTRAQUEOBRONQUITE VIRAL/CRUPE: infecção comum da via aérea 
afetando laringe, traqueia e brônquios, sendo a maior responsável pelo atendimento de 
emergência pediátrica por infecção respiratória. Crianças de 3 meses a 5 anos; sexo 
masculino (2:1). Agentes etiológicos: parainfluenza (80%); adenovírus, varicela, 
rinovírus, coxsackie, herpes virus, enterovírus, influenza. 
Quadro clínico: inicia-se na nasofaringe, com progressão para o epitélio da laringe e 
traqueia. Febre baixa após período prodrômico de 2 a 6 dias, evoluindo com tosse rouca, 
intensa e persistente e estridor inspiratório (bifásico em casos 
mais severos). Quando ocorre obstrução grave, taquipneia e 
retrações supraesternais e supraclaviculares podem ocorrer. 
Diagnóstico: anamnese, exame físico, laringoscopia indireta, nasofibroscopia 
flexível e exames de imagem. 
Rx simples de região cervical: Sinal “Torre de Igreja” (estreitamento da subglote) 
Tratamento: por ser viral, é tratamento de suporte. Oxigenoterapia; nebulização 
com corticoide ou adrenalina; corticoterapia sistêmica; IOT; e uso de antibióticos 
somente se infecção bacteriana secundária. 
3. LARINGITE CATARRAL: quadro de faringite viral ou bacteriana que evolui de maneira súbita para edema 
de mucosa laríngea, principalmente na região glótica. Faringite que evoluiu para laringite. Agente 
etiológico mais frequente é bacteriano (Branhanmella catarrhalis e Haemophilus influenzae). 
A laringe se divide em 3 porções: supraglotica (acima das pregas vocais); glótica (envolve as cordas vocais) 
; subglótica ( abaixo das cordas vocais, em direção a traqueia). Fatores de risco são abuso vocal, tabagismo, 
etilismo, refluxo, poluição. 
** Tabagismo sempre está por trás de alterações na laringe. 
Quadro clínico: depende do grau de edema e hiperemia da mucosa laríngea, 
causando sensação de globus faríngeo (sensação de “bola parada na garganta”), 
faringalgia, dor no pescoço, associado à quadro de tosse produtiva (catarral ou 
mucocatarral), evoluindo com disfonia em diversos graus. 
Diagnóstico: nasofibroscopia ou laringoscópico rígido. 
Tratamento: tratar os fatores de risco (repouso vocal, refluxo, cessar tabagismo e etilismo). Umidificação 
do ar (nebulização com soro fisiológico 0,9%). Utilizar antibióticos amplo espectro, sendo os mais utilizados 
as Penicilinas, Cefalosporinas, Macrolideos e Quinolonas. Os corticosteroides diminuem o edema da 
mucosa e melhoram a qualidade vocal. 
4. CRUPE ESPASMÓDICO/LARINGITE ESTRIDULOSA/FALSO CRUPE: forma 
mais frequente de laringite, de evolução benigna. Dispneia de instalação súbita 
(geralmente a noite), com graus variáveis de intensidade. Sufocação, tiragem 
supraestrenal, respiração ruidosa com estridor, tosse rouca, sudorese intensa, 
agitação, ausência de febre. Duração de minutos ou poucas horas, com melhora 
progressiva até a normalidade, mantendo apenas tosse rouca por alguns dias. 
Etiologia multifatorial (infecção viral ou bacteriana, Refluxo, alérgica➔crupe 
espasmódico recorrente) 
 Diagnóstico: anamnese e exame físico. Ao utilizar o fibronaso, verá edema subglotico e discreto edema de 
pregar vocais normais. 
 
3 
RESUMO FEITO POR 
SARA ESPELHO STORCH 
Tratamento: Umidificação do ar e nebulização com soro fisiológico 0,9%; nebulização com agonistas β-
adrenérgicos (fenoterol, Salbutamol); corticosteroides orais; nebulização com adrenalina (casos graves); 
anti-histamínicos se história pregressa de alergia; uso de antibióticos quando infecção bacteriana 
concomitante ao caso. 
DIFERENÇA CRUPE VIRAL X CRUPE ESPASMÓDICO: espasmódico forma um edema não inflamatório ( mucosa 
pálida) enquanto o viral forma um edema inflamatório ( mucosa eritematosa) 
5. LARINGITE AGUDA NO PROFISSIONAL DA VOZ: acometimento da cavidade nasal (IVAS). Obstrução nasal 
com alteração de ressonância (aumento do esforço fonatório, constrições supraglóticas e hiperadução 
glótica). 
Aumento de secreção e inflamação do trato vocal irritam a mucosa (faringalgia, pigarro, tosse) ➔ 
hiperemia e edema das Pregas vocais ➔ ulcerações e lesões nas pregas vocais (quadros mais severos). 
Ulceras de contato pelo abuso vocal, geralmente ocorre no processo de cartilagem aritenóide ou na porção 
membranosa da prega vocal, acompanhada de hiperemia, edema e formação de granuloma, com redução 
da onda mucosa e comprometimento do fechamento glótico. Pode ter hemorragias subepiteliais e 
hematomas. 
Diagnóstico: história clínica de disfonia súbita, podendo estar associados a quadros obstrutivosnasais 
(IVAS) ou abuso vocal. Análise perceptiva-auditiva, que vai avaliar a qualidade da voz e graduação da 
disfonia (é útil na avaliação da resposta terapêutica). Deve ser feito vídeolaparoscopia. A 
videolaringoestroboscopia é um exame mais complexo, demonstrando aumento da vascularização 
(vasodilatação), hiperemia e ocorrência de exsudação que gera edema ➔ qualidade vocal áspera e rouca. 
Tratamento: objetivo é reestabelecer as funções fisiológicas da laringe, permitindo assim o retorno às 
atividades que requerem o uso vocal, sem que ocorra sequelas decorrentes da inflamação. Deve ser feito 
repouso vocal e hidratação. Corticosteroides oral, podendo ser associado inalatório, dependendo da 
gravidade do quadro (fluticasona muito utilizada em asmáticos, budesonida, beclometasona). 
Uso de IBP devido ao refluxo associado. Descongestionantes orais devem ser evitados (resseca a via aérea, 
com piora do esforço fonatório e consequente aumento do fonotrauma), dando preferencia para 
vasoconstritores orais. Utilizar antibióticos em infeções bacterianas concomitante. 
Tratamento precoce resulta em 85% de retorno ao uso profissional da voz, sem sequelas. Repouso vocal 
(absoluto ou relativo) depende da gravidade da inflamação no trato vocal. Fonoterapia pode auxiliar na 
redução do edema e recuperação da onda mucosa, no aumento do fechamento glótico, na melhora da 
disfonia e, consequentemente, no retorno mais precoce ao uso profissional da voz. 
6. CANDIDÍASE LARÍNGEA SECUNDÁRIA AO CORTICOIDE INALATÓRIO: aparece em geral 30 dias após o inicio 
do uso do medicamento. 
Quadro clínico: inespecífico (pigarro, rouquidão, ardência e tosse). 
Diagnóstico: vídeolaringoscopia, mostra edema e hiperemia de 
mucosa, com placas brancas exsudativas na superfície que se 
assemelham à queratose. 
Tratamento: suspender, quando possível, o uso de corticosteroides inalatório e prescrição de antifúngicos 
orais. 
** A realização de bochechos e gargarejos após o uso de inalante ajuda na prevenção da candidíase 
faringolaríngea. 
DISFONIA: distúrbio de comunicação caracterizado pela dificuldade na emissão vocal, apresentando um 
impedimento na produção natural da voz e pode estar relacionado com a altura, intensidade ou qualidade da voz. 
 
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RESUMO FEITO POR 
SARA ESPELHO STORCH 
Rouquidão é um termo utilizado pelos pacientes para descrever qualquer alteração na qualidade vocal. 
Pode ser ocasionada por uma disfunção orgânica, abuso vocal ou uso incorreto da voz, alterações psicoemocionais 
ou por falta de higiene vocal. 
Afonia é a ausência total da voz. 
o DISFONIA FUNCIONAL: Não apresentam nenhuma alteração visível nas pregas vocais, são decorrentes 
do mal uso ou abuso da voz; 3 fatores: 
- Uso incorreto da voz: usa a voz intensamente durante o dia sem nenhum cuidado. 
- Inadaptações vocais: alterações anatômicas, malformações da laringe. 
- Alterações psicoemocionais: emoções intensas como raiva, ansiedade e alegria. 
o DISFONIA ORGÂNICO-FUNCIONAL: são, em geral, iniciados com uma disfonia funcional, mas tem seu 
diagnóstico tardio evoluindo com lesão secundária das pregas vocais, ex: nódulo vocal (“calo”). 
Tratamento com Fonoterapia em casos funcionais, e Fonoterapia e/ou cirurgia em casos de disfonia 
orgânica. 
o DISFONIA ORGÂNICA: apresenta alteração anatômica nas pregas vocais, como nódulos; pólipos; 
paralisia das pregas vocais; cistos; edema de Reinke; laringites; tumores e papilomas. 
LESÕES INFLAMATÓRIAS FONOTRAUMÁTICAS: 
1. Nódulos Vocais 
2. Pólipos de pregas vocais 
3. Edema de Reinke: por tabagismo, abuso vocal, etilismo, refluxo, 
hipotireoidismo e envelhecimento. 
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS MÍNIMAS são classificadas em 3 categorias: 
1. Assimetria laríngea 
2. Desproporção glótica: relação da área fonatória (porção membranosa) e a área respiratória (porção 
cartilaginosa). Em mulheres é 1:1 (porção anterior da glote é igual a posterior), podendo ter fenda 
triangular posterior. Em homem 2:1 com a coaptação em toda a extensão sem fenda. 
3. Alterações das coberturas das pregas vocais (NÃO VAI PEDIR EM PROVA, SÓ CITOU): Sulco vocal; Cisto 
Epidermóide; Ponte Mucosa; Vasculodisgenesia; Microdiafragma Laríngeo 
 
**Calo na corda vocal, pelo abuso vocal. Trata 
inicialmente com Fonoterapia (repouso e 
diminuição do volume). Caso não trate, pode evoluir 
para lesão maior com fibrose, deve ser feito a 
microcirurgia de laringe para exérese dos nódulos.

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