Buscar

Laringites e Lesões Benignas da Laringe

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
RELEMBRANDO A ANATOMIA DA LARINGE 
 
➢ Corresponde à parte superior das vias aéreas inferiores, 
sendo formada por uma estrutura musculoligamentar oca 
➢ Estabelece uma conexão entre a parte inferior da faringe com a 
parte superior da traqueia 
➢ Função → é uma estrutura valvar que permite a abertura e o 
fechamento da via aérea inferior e também é responsável pela 
produção de som durante a fala 
➢ Localização → na linha média do pescoço, anteriormente à 4ª, 
5ª e 6ª vértebras cervicais 
• No adulto → a laringe atinge cerca de 5cm no sexo 
masculino e é um pouco menor no sexo feminino 
• Na criança → tem anatomia diferente, ficando mais alta no 
pescoço, com a cartilagem cricoide ao nível da 4ª vértebra 
cervical, permitindo que a epiglote fique em contato com o 
palato 
➢ Mobilidade: 
• Na deglutição → a laringe se movimenta para cima e para 
frente, fechando o ádito da laringe e abrindo o esôfago 
para que o alimento seja conduzido para o trato digestivo, 
impedindo sua entrada nas vias respiratórias inferiores 
➢ Cartilagens → é formada por: 
 
• 3 cartilagens ímpares: 
▪ Cricóidea → é a mais inferior das cartilagens, 
envolvendo completamente a via respiratória 
▪ Tireóidea → forma a proeminência laríngea (pomo de 
adão), palpável no pescoço 
▪ Epiglote: 
✓ É uma cartilagem em formato de folha que se fixa 
no osso hioide e na cartilagem tireoide 
✓ Quando está aberta → permite que o fluxo de ar 
adentre as vias respiratórias 
✓ Quando está fechada → conduz os alimentos 
para o esôfago 
• 3 cartilagens pares: 
▪ Aritenóideas 
▪ Corniculada 
▪ Cuneiforme 
▪ 
➢ Fonação → durante a fonação, as cordas vocais vibram devido 
a adução das cartilagens aritenóides e das pregas vocais, que 
permite a passagem forçada do ar pela rima da glote fechada. 
Além da vibração das cordas vocais, o som é alterado por 
estruturas mais altas das vias aéreas e da cavidade oral 
➢ Laringe normal: 
 
➢ DIFERENÇAS DA LARINGE → ADULTO x CRIANÇA: 
• Nas crianças as laringites tendem a complicar mais do que 
nos adultos, principalmente devido às diferenças 
anatômicas da laringe dos adultos e das crianças 
• Crianças: 
▪ Há predomínio de fibras musculares tipo 2, 
principalmente nos recém-nascidos → são fibras de 
contração rápida 
✓ Devido a isso, pode-se ter um surgimento mais 
precoce de laringoespasmo, que ocorre quando 
toda a região da supraglote “tomba” sobre a 
região glótica e fecha completamente, impedindo 
a passagem do ar para a via aérea inferior 
o O laringoespasmo é uma situação de 
emergência 
o O que se faz nos casos de laringite é se 
antecipar ao surgimento do laringoespasmo, 
realizando-se uma Intubação Orotraqueal 
(IOT) no momento certo, antes que ocorra 
esse laringoespasmo, pois ele dificulta o 
acesso e deixa a intubação mais difícil 
▪ A epiglote é desproporcionalmente maior que o 
restante da laringe. Além disso, tem-se uma maior 
riqueza de tecido linfóide e de tecido frouxo submucoso. 
Assim, isso facilita a instalação de um edema 
importante na região supraglotica, fazendo com que se 
aumente o “peso” da epiglote e, consequentemente, 
essa epiglote tomba sobre a glote, impedindo a 
passagem do ar para a via aérea inferior, causando 
uma maior repercussão respiratória 
• Adultos: 
▪ Predomínio de fibras musculares tipo 1 → são fibras 
de contração mais lenta 
 
2 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
LARINGITES 
INTRODUÇÃO 
➢ CONCEITO → trata-se de todo processo inflamatório da 
mucosa laríngea 
• Há uma resposta local ao dano tecidual, caracterizada por 
dilatação capilar e infiltração leucocitária 
➢ CLASSIFICAÇÃO: 
• Laringites Agudas → são mais comuns em crianças 
▪ Também podem ocorrer em adultos 
▪ Crianças → a evolução da doença costuma ser mais 
rápida porque as crianças têm um tamanho reduzido 
da via aérea e da cartilagem aritenoide, além de levar 
em conta o grau de edema de mucosa e exsudato 
formado 
▪ Doenças agudas da laringe são, frequentemente, 
precedidas por infecção do trato respiratório 
superior 
• Laringites Crônicas → são mais comuns em adultos 
▪ Também podem ocorrer em crianças 
▪ São mais indolentes, levando mais de semanas desde a 
sua instalação até o início dos sintomas 
▪ A resposta inflamatória estimula a fibrose, que pode 
levar a alterações permanentes na função laríngea 
▪ Exposição passiva à fumaça ou agentes irritantes 
químicos podem levar à irritação laríngea crônica 
➢ SINTOMAS GERAIS QUE PODEM SER ENCONTRADOS: 
• Rouquidão → é o sintoma mais comum, independente da 
causa 
▪ Pode ter duração e severidade variáveis 
• Dor 
• Odinofagia (dor à deglutição) ou Odinofonia (dor ao falar ou 
sensação de ouvido entupido) → podem ocorrer no local da 
inflamação ou podem ser referidas, com frequência, na 
orelha 
• Tosse, estridor, afonia e dispneia 
• Disfagia → é uma manifestação rara da disfunção laríngea 
isolada 
• Febre → pode estar presente tanto em processos 
inflamatórios de origem infecciosa quanto de origem não 
infecciosa 
➢ Algumas informações importantes: 
• As complicações das laringites são mais frequentes nas 
crianças 
• O sistema imune do paciente deve ser sempre avaliado: 
▪ Pacientes que receberam quimioterapia e pacientes 
com AIDS têm baixa resposta imune, permitindo que 
muitos microrganismos sejam patógenos das vias 
aéreas superiores 
• Tabagismo associada a etilismo em pacientes de 50 a 60 
anos aumenta o risco de neoplasias malignas de laringe 
• Sintomas que fazem o médico suspeitar de inflamação 
laríngea secundária ao Refluxo Gastroesofágico: 
▪ Desconforto subesternal 
▪ Sensação de corpo estranho na garganta 
▪ Eructação frequente 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM LARINGITE 
➢ Anamnese Detalhada: 
• É importante avaliar: 
▪ Grau de dispneia 
▪ Sintomas sistêmicos e regionais associados 
▪ Fatores predisponentes 
• Não há correlação consistente entre a gravidade dos 
sintomas e a morbidade causada pelo processo 
• Quadros Agudos → deve-se diferenciar a laringite viral 
decorrente de um processo gripal simples da Epiglotite e da 
Crupe 
• Quadros Crônicos → deve-se diferenciar malignidade de 
doenças infecciosas simples, pois o quadro pode ser 
semelhante 
➢ Exame detalhado da cabeça e do pescoço → deve-se procurar 
por sinais de: 
• Inflamação auricular 
• Otite média serosa (em busca de policondrite ou patologia 
concomitante de nasofaringe) 
• Limitações na mobilidade da Articulação Temporomandibular 
(ATM) 
• Linfonodos cervicais 
➢ Laringoscopia → é um exame específico para visualização da 
laringe 
• Pode ser com ótica rígida ou flexível, a depender do que se 
tenha à disposição no momento 
• Laringoscopia indireta (associada à Fibroscopia, se 
possível) → para uma melhor avaliação da patência da via 
aérea, mobilidade das cordas vocais, presença de edema e 
eritema laríngeos, granulomas e estenose laríngea 
• Laringoscopia Direta → inspeção detalhada da laringe e 
obtenção de material para anatomopatológico e cultura 
➢ Ausculta Pulmonar → caso não se tenha a laringoscopia pode-
se fazer a ausculta pulmonar 
• Estridores Laríngeos → devido ao estreitamento da 
laringe, surgem alguns ruídos respiratórios, os Estridores, 
que são ruídos inspiratórios. Em contrapartida, a maioria 
dos ruídos pulmonares são expiratórios (Ex: 
Broncoespasmo, Sibilo...). Assim, por exemplo, às vezes 
chega uma criança no consultório apresentando um “chiado” 
inspiratório, que é um ruído mais alto e que provavelmente 
decorre de um estreitamento da região da laringe 
➢ Raio-x de pescoço (RX) → em um pronto-socorro, é útil para 
mostrar qual a altura da obstrução da via aérea do paciente 
➢ Tomografia Computadorizada (TC) → 
• Avalia o edema de partes moles, a destruição cartilaginosa 
e a adenopatia cervical 
• Pede-se quando se consegueestabilizar o paciente que 
chegou no pronto-socorro, por exemplo 
• Algumas vezes, tem-se abscessos cervicais que precisam 
ser drenados, sendo necessária a TC para avaliar isso 
➢ Ressonância Magnética (RM): 
 
3 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
• Traz informações de partes moles que não foram possíveis 
de serem visualizadas pela TC 
LARINGITES AGUDAS 
CARACTERÍSTICAS 
➢ A maioria são benignas 
➢ Normalmente, se iniciam com sintomas típicos de Infecção de 
Via Aérea Superior (IVAS) 
• Ex: criança que inicialmente estava resfriada e que evoluiu 
com tosse, rouquidão e falta de ar 
➢ Duração média → 8 dias 
➢ São autolimitadas, pois, na maioria dos casos, são de origem 
viral 
➢ Faixa etária pediátrica → as laringites agudas complicam com 
mais facilidade, constituindo casos mais graves, e podem levar ao 
óbito por insuficiência respiratória 
➢ Sintomas mais comuns das laringites agudas: 
• Crianças → Dispneia 
• Adultos → Disfonia 
➢ Como ocorre a processo da laringite aguda: 
• Decorre de invasão direta ou por contiguidade de 
processos infecciosos da faringe 
• É raro o acometimento laríngeo isolado 
• Processos infeciosos de estruturas adjacentes à laringe 
podem induzir sintomas sem o acometimento do órgão, 
através da compressão direta ou pressão sobre o nervo 
laríngeo recorrente 
➢ TIPOS DE LARINGITES AGUDAS: 
• Laringotraqueobronquite (Laringotrequeíte ou Crupe Viral) 
→ é o mais comum 
▪ Atinge a laringe, a traqueia e os brônquios do paciente 
• Supraglotite (Epiglotite) → acomete principalmente a 
região supraglotica 
• Laringite Estridulosa (Crupe Espasmódico ou Falso Crupe) 
→ é muito parecida com a Crupe viral, porém, 
normalmente, não é de origem infecciosa 
• Laringotrequeíte Bacteriana (Crupe Membranoso, Traqueíte 
Bacteriana ou Laringotraqueobronquite Membranosa) → 
tem amplo espectro bacteriano 
LARINGOTRAQUEOBRONQUITE (CRUPE VIRAL) 
➢ DEFINIÇÃO → condição inflamatória que compromete laringe, 
traqueia e brônquios 
➢ CARACTERÍSTICAS: 
• É uma infecção viral subaguda de vias aéreas caracterizada 
por tosse tipo “latido de cachorro”, febre e estridor 
• Geralmente, tem curso benigno e resolução gradual 
• A crupe viral é a causa mais comum de estridor agudo na 
criança (excetuando-se a laringomalácia) 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Mais comum em: 
▪ Crianças de 6 meses a 3 anos 
✓ Assim, faz diagnóstico diferencial com 
Bronquiolite 
▪ Sexo masculino (2:1) → na proporção de 2 homens 
para cada 1 mulher 
• Duração média → 3 a 7 dias 
• Período de incubação → 2 a 6 dias 
• É mais frequente no outono e inverno → pois as doenças 
respiratórias ocorrem mais nesse período 
 
➢ Apresentação atípica: 
• Quando ocorre em menores de 6 meses, durando mais de 7 
dias 
• Ou quando não responde ao tratamento → pensar em corpo 
estranho, estenose subglótica ou traqueíte bacteriana 
➢ PRINCIPAL LOCAL DE OCORRÊNCIA → Subglote 
• O fator crucial da doença é o edema da área subglótica → 
pois em menores de 3 anos esse é o ponto de maior 
estreitamento das vias aéreas altas, além de ser a única 
porção do trato respiratório alto onde existe o fechamento 
completo do anel cartilaginoso, tornando a obstrução do 
lúmen mais importante: 
▪ Estridor de repouso → não ocorre até uma 
obstrução de 80% do lúmen 
▪ Uma rolha de secreção pode ser fatal em uma via aérea 
já comprometida 
➢ ETIOLOGIA: 
• Principais agentes etiológicos: 
▪ Paramixovirus (80% dos casos): 
✓ Parainfluenza I (50 a 70% dos casos, sendo o mais 
relacionado), II e III → é o paramixovírus que 
mais causa a crupe viral 
• Viral → outros vírus que podem causar: 
▪ Adenovírus 
▪ Varicela 
▪ Rinovírus 
▪ Coxsackie 
▪ Herpes simples 
▪ Enterovírus 
▪ Influenza tipo A e B 
• Bacteriana → pode-se ter uma infecção bacteriana 
secundária (um crupe viral evoluindo para uma 
Laringotraqueobronquite bacteriana) 
▪ Staphylococcus aureus 
▪ Streptococcus pyogenes 
• Fungos → é muito raro, mas portadores de 
imunodeficiências podem evoluir com contaminação fúngica 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• Manifestações clínicas iniciais → Quadro de IVAS: 
▪ Congestão nasal 
▪ Rinorreia 
▪ Angina 
• Dias depois (após o quando inicial de IVAS): 
▪ Disfonia 
▪ Tosse rouca não produtiva → em “latido de cachorro” 
✓ Piora à noite 
 
4 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
✓ Vai ficando cada vez mais intensa e persistente 
✓ Geralmente é autolimitada 
▪ Febre 
▪ Estridor Laríngeo 
▪ Dispneia → na criança, essa dispneia é mais intensa 
do que no adulto 
➢ DIAGNÓSTICO: 
• Geralmente, o Diagnóstico é Clínico → pela história clínica 
tem-se o diagnóstico de suspeição 
• Quando se está em um hospital e o paciente chega com 
o quadro de crupe viral, pode-se pedir os seguintes 
exames com os seguintes achados: 
▪ Raio x simples cervical → mostra o sinal clássico da 
“torre da igreja”, causado pelo estreitamento 
subglótico 
✓ É importante no diagnóstico diferencial com 
corpo estranho 
✓ Em casos de crupe recorrente → pensar em 
estenose subglótica como fator predisponente 
associado 
▪ Hemograma → leucocitose sem desvio 
➢ TRATAMENTO: 
• Medidas Gerais: 
▪ Umidificação das vias aéreas 
▪ Hidratação → para facilitar a expectoração de 
secreção 
▪ Repouso vocal 
• De acordo com o quadro clínico: 
▪ Crupe Viral Leve (paciente sem desconforto 
respiratório): 
✓ Repouso 
✓ Medicações sintomáticas (dor, febre...) 
✓ Repouso vocal 
✓ Inalação com solução salina → para fluidificar as 
secreções 
✓ Expectorantes → as literaturas indicam, mas não 
há evidências de que os expectorantes tem efeito 
▪ Crupe Viral Moderada (paciente taquidispneico e com 
função neurológica preservada): 
✓ Inalação com Adrenalina → a adrenalina é um 
potente vasoconstrictor, diminuindo a congestão 
mucosa e melhorando a função respiratória 
✓ Repouso 
✓ Repouso vocal 
✓ Medicações sintomáticas 
▪ Crupe Viral Grave (paciente com rebaixamento da 
consciência, taquidispneico...): 
✓ Internação hospitalar 
✓ Monitorização do paciente → avaliar também o 
estado neurológico para saber qual o melhor 
momento para intubar 
✓ Corticosteroides endovenosos 
• Antibióticos → apenas em casos de infecção bacteriana 
secundária 
• Em casos de dispneia severa → para regressão do edema, 
pode-se fazer uso de um dos seguintes: 
▪ Adrenalina inalatória 
▪ Corticosteroide: 
 DEXAMETASONA 
• Para eventual necessidade de intubação ou traqueostomia 
deve-se sempre observar os seguintes: 
▪ Alterações do estado neurológico 
▪ Diminuição da frequência respiratória 
▪ Aumento dos níveis de CO2 
▪ Exemplo de quando intubar → paciente que não está 
melhorando com as medicações, apresentando 
aumento da frequência respiratória, cianose, com 
rebaixamento do nível de consciência e pouco 
responsivo 
 
SUPRAGLOTITE (EPIGLOTITE) 
➢ DEFINIÇÃO → trata-se de uma inflamação aguda das estruturas 
supraglóticas que pode levar à obstrução respiratória e, 
portanto, ser fatal 
• Também há acometimento da prega vestibular, da face 
lingual da epiglote e das pregas ariepiglóticas 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Ocorre principalmente em crianças com 2 a 7 anos 
➢ ETIOLOGIA: 
• Causas infecciosas: 
▪ Haemophilus influenzae tipo B → é o agente etiológico 
mais comum (causa bacteriana) 
▪ Menos comuns: 
✓ Streptococcus pneumoniae 
✓ Staphylococcus aureus 
✓ Pseudomonas 
✓ Nisseria 
✓ Klebsiella pneumoniae 
✓ Candida 
✓ Ou até mesmo Vírus 
• Causas não infecciosas: 
▪ Trauma direto → Ex: acidente de carro 
 
 
Sinal da Torre da 
Igreja 
- Quando se vê o 
estreitamento na região 
subglotica (seta azul) 
 
 Laringoscopia normal x Paciente com Crupe Viral 
- Cordas vocais (seta azul) 
- Edema da cricóide (seta amarela) 
 
5 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
▪ Agressão térmica → Ex: tabagista, pessoas que tomam 
bebidasmuito quentes... 
▪ Agentes cáusticos (Ex: mistura de produtos de 
limpeza...) 
▪ Inalação de fumaça → Ex: pacientes vítimas de 
incêndio 
▪ Cocaína e Crack 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• Dor de garganta 
• Odinofagia 
• Disfagia 
• Babação intensa 
• Desidratação 
• Febre 
• Dispneia ao deitar → isso ocorre porque, ao se deitar, a 
epiglote tomba sobre a glote 
• Letargia 
• É uma doença agressiva e de rápida evolução, com os 
sintomas tendendo a piorar entre 4 a 8 horas, levando à 
angustia respiratória, na qual o paciente apresenta: 
▪ Voz abafada (Hot potato voice) → é uma voz como se 
o paciente estivesse com a boca cheia 
▪ Estridor inspiratório tardio 
• O paciente assume uma postura clássica da epiglotite, 
chamada de “Posição de Tripé”: 
 
 
 
 
 
 
▪ Hiperextensão do pescoço, boca aberta e língua para a 
frente → para tentar levar todo o conteúdo da laringe 
para cima e para frente, para conseguir respirar 
melhor 
➢ DIAGNÓSTICO: 
• Anamnese 
• Inspeção de estruturas supraglóticas → pode ser feita 
por: 
▪ Laringoscopia → é o ideal a ser feito, se possível 
▪ Raio x lateral do pescoço (sempre deve ser feito, 
principalmente para tirar a dúvida diagnóstica com um 
corpo estranho, por exemplo) → mostra o “sinal do 
polegar” 
 
 
➢ TRATAMENTO: 
• Manter via aérea pérvia 
• Antibioticoterapia adequada para H. influenza → pode 
ser um dos seguintes: 
 Ampicilina 
 Cefalosporina de 2ª Geração (Axetil-cefuroxima) 
 Cefalosporina de 3ª Geração (Ceftriaxona) 
▪ O ideal é começar do antibiótico de menor espectro 
(Ampicilina) e, se não resolver, ir para os de maior 
espectro (Cefalosporina de 3ª geração) 
▪ Se vai-se internar o paciente e ele já se apresenta com 
complicações → usar antibiótico de maior espectro 
• Corticoide Sistêmico e/ou Corticoide inalatório → 
sempre prescrever 
▪ Na urgência → deve-se fazer o corticoide com maior 
biodisponibilidade (corticoide sistêmico), pois agem 
mais rapidamente 
 Dexametasona 
 Metilprednisolona 
 Hidrocortisona 
▪ Corticoide inalatório: 
 Nebulização com Pulmicort 
 Bombinha de Fluticazona → é um corticoide 
potente e com baixa biodisponibilidade, com 
menores riscos de efeito colateral 
➢ SUPRAGLOTITE PEDIÁTRICA X SUPRAGLOTITE ADULTA: 
• Supraglotite Pediátrica: 
▪ Agente etiológico mais comum → Haemophilus 
influenza B 
▪ Faixa etária → 2 a 4 anos 
✓ Crianças são protegidas contra a infecção até os 
3 meses de idade, através de anticorpos 
maternos contra germes encapsulados 
▪ Tem evolução rápida e instalação do quadro em 2 a 6 
horas 
▪ Quadro clínico: 
✓ Febre alta 
✓ Salivação 
✓ Posição sentada com o tórax flexionado para a 
frente e o queixo levemente elevado 
✓ Estridor inspiratório proeminente 
✓ Voz abafada 
✓ Odinofagia → devido ao processo inflamatório 
supraglótico 
✓ Obstrução aérea → ocorre pelo edema de 
epiglote e prega ariepiglotixa, e pela produção 
Laringoscopia 
 
 Criança Saudável x Supraglotite 
- Na epiglotite a epiglote encontra-se edemaciada 
Sinal do Polegar 
 
- Esse sinal demonstra a espessura da epiglote que 
se encontra edemaciada 
 
6 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
excessiva de secreção espessa, podendo ocorrer 
de modo súbito em casos de obstrução por uma 
rolha de secreção ou laringoespasmo. O 
laringoespasmo pode ocorrer quando a criança é 
examinada agressivamente 
▪ Diagnóstico: 
✓ É clínico, tendo como base a história e o exame 
físico 
✓ Laringoscopia → pode precipitar uma 
obstrução respiratória, por isso não é 
recomendada 
✓ Radiografia lateral cervical → revela 
espessamento de tecidos moles (sinal do 
“polegar” = epiglote edemaciada) 
✓ Os exames não devem retardar o início do 
tratamento! 
▪ Diagnóstico diferencial: 
✓ Laringotraqueíte → é o principal diagnóstico 
diferencial 
✓ Corpo estranho na porção respiratória alta 
✓ Asma 
✓ Faringite simples 
▪ Tratamento: 
✓ Criança com suspeita de Supraglotite → deve ser 
levada diretamente para a sala de emergência, 
pois evoluem com maior frequência para 
obstrução respiratória do que os adultos 
✓ O tratamento consiste em: 
o Manter a via aérea pérvia → em muitos 
casos, pode-se necessitar de: 
❖ Intubação Orotraqueal ou Nasotraqueal 
→ é mantida por 48 a 72 horas 
❖ Traqueostomia → leva a um maior 
tempo de canulação e hospitalização, 
sendo raramente utilizada 
o Antibioticoterapia: 
 Ceftriaxone 50mg/kg 1 vez ao dia 
▪ Com a introdução da vacina contra o H. influenza tipo B 
houve uma grande queda dos casos de Supraglotite em 
crianças 
• Supraglotite Adulta: 
▪ É um quadro diferente do pediátrico 
▪ Não costuma levar ao comprometimento das vias 
aéreas, sendo apenas um pequeno grupo (0 a 8%) que 
pode evoluir com um quadro de obstrução importante 
▪ Faixa etária → 18 e 40 anos de idade 
▪ Agente etiológico → não é bem definido, pois 
somente 20 a 30% dos casos apresenta hemocultura 
positiva, e a maioria é para Haemophilus influenza B 
▪ Diagnóstico: 
✓ Radiografia cervical 
✓ Laringoscopia indireta → a epiglote apresenta-
se edematosa e opacificada (diferentemente da 
criança, que se apresenta avermelhada e 
brilhante) 
▪ Tratamento: 
✓ Observação 
✓ Hemocultura 
✓ Antibioticoterapia com cobertura para H. 
influenza 
✓ Intubação (caso necessária) → indicam 
necessidade de intervenção de via aérea: 
o Estridor, taquipneia, postura elevada e 
sintomas de evolução rápida 
▪ Complicação → Abscesso Epiglótico: 
✓ É uma complicação rara da epiglotite, vista 
exclusivamente no adulto 
✓ Localização → ocorre mais frequentemente na 
face lingual da epiglote, resultando em obstrução 
da via respiratória 
✓ Agente etiológico → espécies de Estreptococos 
ou Estafilococos 
✓ Tratamento → Traqueostomia + Drenagem 
LARINGITE ESTRIDULOSA (FALSO CRUPE) 
➢ DEFINIÇÃO → é uma forma não infecciosa de inflamação 
laríngea 
• É um falso crupe porque tem muitas semelhanças com o 
crupe, mas não tem uma etiologia definida 
• Normalmente, não há história de IVAS 
• O quadro surge como uma dispneia súbita, geralmente no 
meio da noite 
• Também ocorre uma melhora súbita dos sintomas 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Comum em crianças com 2 anos de idade 
• Mais comum no sexo masculino 
➢ ETIOLOGIA → ainda não é definida, estando associada à múltiplas 
etiologias: 
• Alergia 
• Refluxo gastroesofágico → crianças de 2 anos costumam 
ter, e esse refluxo acaba favorecendo o surgimento do 
quadro de dispneia súbita 
• Infecção viral frustra 
• Fatores psicológicos → Ex: crianças que vivem em 
ambientes inadequados, com pais agressivos, pais usuários 
de drogas e álcool... 
• Adenoidite Crônica: 
▪ A adenoide é um tecido linfoide que participa da 
proteção do organismo produzindo imunoglobulinas. 
Além disso, a adenoide é começa a funcionar a partir 
de 1 ano de idade e é altamente funcionante entre 4 e 7 
anos de idade, produzindo bastante secreção 
retronasal, que pode causar gotejamento posterior e 
causar sensação de falta de ar, tosse crônica... 
• Deficiência de Cálcio e Deficiência de Vitamina D → estudos 
demonstram, mas não é comprovado 
• Pode estar associada com infecção do trato respiratório 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• A criança acorda à noite com tosse, estridor e dispneia 
moderada de início súbito 
• Tosse Paroxística: 
 
7 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
▪ Pode ser seguida de vômitos, que terminam o ataque 
de tosse 
▪ Esses episódios de tosse podem ser isolados ou se 
repetirem por 2 a 3 noites, sendo a criança geralmente 
assintomática durante o dia 
➢ DIAGNÓSTICO: 
• Anamnese → instalação súbita dos sinais e sintomas 
• Laringoscopia → indica congestão da mucosa 
▪ A mucosa laríngea se encontra eritematosa, com 
edema em subglote 
➢ TRATAMENTO: 
• Como os sintomas podem melhorar subitamente: 
▪ Manter a criança em ambiente calmo eem observação 
→ pois se for um falso crupe pode-se ter recidivas da 
dispneia súbita no mesmo dia 
▪ Realizar Umidificação do ar → é útil para aliviar os 
sintomas 
✓ Inalação com soro fisiológico 
• Em casos mais prolongados (criança continua tossindo ao 
longo da noite) → pode-se fazer uso de: 
▪ Corticoides 
▪ Anti-histamínicos 
• Oxigenação e Antibióticos → são desnecessários 
➢ Exemplo → mãe chega ao hospital com a criança afirmando que 
ela iniciou subitamente um quadro de tosse e dispneia. Porém, ao 
chegar ao hospital a criança não apresenta mais os sintomas, 
estando aparentemente bem. Assim, deve-se manter essa criança 
em observação e realizar a umidificação do ar, pois nesse caso 
suspeita-se de um falso crupe, que pode ter recidiva dos sintomas 
no mesmo dia 
• Nesses casos não se deve pensar que a mãe sofre da 
Síndrome de Munchausen por Procuração antes de avaliar 
se essa criança realmente pode ter um falso crupe 
LARINGOTRAQUEÍTE BACTERIANA (CRUPE MEMBRANOSO) 
➢ DEFINIÇÃO → trata-se de uma infecção pulmonar pediátrica que, 
em seus estágios iniciais, pode ser difícil de diferenciar do crupe, 
e cujo principal sintoma inicial é o estridor 
• Geralmente é acompanhada de febre alta e leucocitose 
importante 
• Pode apresentar-se como uma sequela do crupe 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Comum em crianças de 6 meses a 8 anos, com idade média 
de 5 anos 
➢ ETIOLOGIA: 
• Staphylococcus aureus 
• Haemophilus influenzae 
• Streptococcus do grupo A 
• Moraxella catarrhalis 
• Assim, devido a essa grande quantidade de agentes 
infecciosos, deve-se fazer uso de um antibiótico de alto 
espectro 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• É semelhante ao crupe → porém, o quadro de crupe viral 
evolui com febre leve a moderada, enquanto o do crupe 
membranoso evolui com: 
▪ Febre alta 
• O paciente já pode abrir o quadro de crupe membranoso 
com: 
▪ Pneumonia 
▪ Obstrução de vias aéreas superiores 
• Não responde ao tratamento do crupe convencional! 
▪ Ex: paciente chega no hospital e acredita-se que se 
trata de um crupe. Assim, inicia-se o tratamento com 
umidificação da via aérea e com uso de medicamentos 
sintomáticos, reavaliando-se essa criança após 3 a 4 
dias. Porém, essa criança volta com queda do estado 
geral, mantendo a febre ainda muito alta e estando 
toxemiada. Assim, pode-se solicitar um hemograma, 
um VHS e um PCR, que trarão mais informações e irão 
orientar sobre a origem da infecção dessa criança 
➢ DIAGNÓSTICO: 
• Baseia-se na presença de secreção espessa, principalmente 
em uma criança que não apresenta melhora após 
tratamento medicamentoso para crupe, com febre alta e 
leucocitose 
• Nesses casos deve ser realizada broncoscopia para 
observar a presença de secreção, com coleta de material 
para cultura 
➢ TRATAMENTO: 
• Intubação: 
▪ Deve-se observar se é o melhor momento para realizar 
a intubação, pois na laringite sempre deve-se 
preocupar com a manutenção da via aérea do paciente 
• Aspiração periódica: 
▪ Pois essa é uma infecção de forma múltiplas 
membranas que podem entupir o trato respiratório do 
paciente 
• Antibioticoterapia de amplo espectro por 10 a 14 dias → 
Cefalosporina de 3ª geração: 
 Ceftriaxone 
 Cefotaxima 
• Fisioterapia Respiratória 
LARINGITES CRÔNICAS 
CARACTERÍSTICAS 
➢ DEFINIÇÃO → é um processo inflamatório que determina 
alteração irreversível da mucosa laríngea 
➢ Patologia: 
• Os principais fatores patogênicos são os processos reativos 
e reparadores da laringe que podem persistir mesmo após 
a retirada do fator lesivo 
• Encontra-se fibrose localizada, cicatrização e necrose 
tecidual 
➢ Comumente se apresentam como um quadro semelhante ao 
câncer laríngeo, com rouquidão, dispneia, dor, eventual perda de 
peso, história de tabagismo e alcoolismo 
 
8 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
• Assim, devido a isso deve-se afastar o diagnóstico de câncer 
laríngeo 
➢ Lesões discretas podem simular um câncer → assim, a biópsia 
é essencial para o diagnóstico correto. Além disso, é importante 
enviar material para pesquisa e cultura de fungos e de bacilos 
álcool-ácido resistentes (BAAR) 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• As principais laringites crônicas ocorrem em adultos 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• Sinais e Sintomas → são menos intensos que os das 
laringites agudas 
▪ Disfonia → é a queixa mais comum 
▪ Tosse 
▪ Globus faríngeo → sensação de corpo estranho na 
garganta (como se houvesse algo “entalado”) 
▪ Dispneia 
▪ Disfagia 
➢ CLASSIFICAÇÃO: 
• Inespecíficas: 
▪ Refluxo Gastroesofágico 
▪ Tabagismo 
▪ Fonotrauma 
• Específicas → por infecções: 
▪ Fungos 
▪ Bactérias → a mais comum é a laringite tuberculosa 
▪ Parasitas 
LARINGITE POR DOENÇA DO REFLUXO 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• É a etiologia mais comum de Laringite Crônica em não 
fumantes 
• O refluxo acomete cerca de 35% da população acima de 40 
anos 
➢ FISIOPATOLOGIA: 
• Devido à proximidade, a laringe torna-se suscetível à 
exposição ao suco gástrico e à bile, que podem causar lesão 
direta, alteração da função mucociliar, alteração de 
cicatrização de lesões pré-existentes, alteração da função 
neuromuscular e até mesmo metaplasia 
• A gravidade do quadro clínico depende do tempo de 
exposição e da acidez gástrica, sendo a maioria dos doentes 
assintomáticos 
• Pode-se formar na laringe: 
▪ Inflamação e edema 
▪ Formação de granulomas 
▪ Pólipos 
▪ Artrite da articulação cricoaritenóidea... 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• Não existem sinais e sintomas patognomônico 
• Além dos sintomas referentes ao refluxo, o paciente 
apresenta: 
▪ Disfonia 
▪ Alteração da qualidade vocal e rouquidão 
▪ Expectoração mucocatarral 
▪ Tosse 
▪ Necessidade de clareamento laríngeo frequente → 
paciente fica pigarreando frequentemente 
▪ Otalgia (como dor referida) 
▪ Glóbulos faríngeo 
▪ Apneia 
▪ Laringoespasmo recorrente → é muito comum que 
pacientes com doença do refluxo acordem no meio da 
madrugada sufocando 
• Pode ocorrer transformação neoplásica e até mesmo morte 
súbita 
• O paciente não precisa ter os sintomas típicos do refluxo, 
podendo apresentar apenas os sintomas atípicos 
➢ DIAGNÓSTICO: 
• Laringoscopia: 
▪ Deve ser feita principalmente da região posterior da 
laringe, onde se tem as aritenoides e as pregas 
interaritenoideas, encontrando-se: 
✓ Edema, hiperemia e espessamento 
interaritenoideo 
▪ Também pode-se encontrar: 
✓ Hiperplasia 
✓ Hiperqueratose (principalmente das porções 
posteriores da laringe) 
✓ Úlcera de contato ou granuloma (geralmente 
posterior, sobre o processo vocal) 
✓ Estenose subglótica → com o tempo, as lesões 
sucessivas na mucosa laríngea podem fazer com 
que o paciente evolua com estenose subglotica, 
com necessidade de encaminhamento para o 
cirurgião torácico para realização de uma 
dilatação de região subglotica 
✓ Estenose posterior da glote 
✓ Hiperemia e hiperplasia linfoide da região 
posterior da faringe 
✓ Tumores 
• Tratamento empírico (com IBP) → o sucesso com esse 
tratamento pode confirmar que a lesão realmente se deve 
ao refluxo 
 
- Nas duas imagens de cima → tem-se o edema intearitenoideo (seta azul), 
que é mais facilmente visualizado durante a fonação 
- Início da formação de um pequeno granuloma de processo vocal da aritenoidea 
(seta vermelha) 
- Granuloma mais aparente (seta amarela) → granulomas podem aparecer nos 
traumas por intubação prolongada, na laringite por refluxo, nos traumas 
cirúrgicos e na tuberculose laríngea 
- A laringe por refluxo causa muito mais granulomatose na laringe do que a 
tuberculose 
- Espessamento/paquidermia da mucosa laríngea (seta verde) 
 
9 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
• Phmetria com duplo probe (padrão-ouro) → coloca-se 
dois sensores, um no esfíncter inferior do esôfago e outro 
no esfíncter superior do esfago 
➢ PREVENÇÃO e TRATAMENTO: 
• TratamentoEmpírico (quando há suspeição) → na 
suspeição da doença deve-se instituir essa terapia empírica 
com medidas comportamentais e: 
 Inibidor de Bomba de Prótons por 2 a 3 meses 
▪ A melhora do quadro praticamente confirma o 
diagnóstico 
• Reeducação Alimentar 
• Tratamento Medicamentoso → normalmente, a laringite 
por refluxo é mais difícil de tratar do que a doença 
gastroesofágica 
 Inibidor de Bomba de Prótons (IBP) 40mg de 12/12h, por 
no mínimo 2 meses 
LARINGITE POR TABAGISMO 
➢ O uso prolongado ou exposição crônica leva a inflamação crônica 
por contato, hiperemia, edema e desidratação da mucosa 
laríngea, podendo causar a metaplasia do epitélio 
➢ DIAGNÓSTICO: 
• Todas as lesões da laringite por tabaco são lesões pré-
malignas, por isso que se necessita de Biópsia para fazer o 
diagnóstico e o acompanhamento ao longo dos anos, para 
saber se a lesão irá se transformar em uma displasia 
➢ TRATAMENTO: 
• Evitar o agente agressor 
• Melhorar o nível de hidratação sistêmica local 
• Evitar cafeína 
 
LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
EM RELAÇÃO À ANATOMIA DA LARINGE 
➢ 2/3 anteriores → região 
fonatória 
• Todas as lesões que ocupem 
essa região causam muito mais 
queixas fonatórias do que 
queixas respiratórias 
➢ 1/3 posterior → região 
respiratória 
• Assim, as lesões posteriores causam muito mais 
desconforto respiratório do que queixas fonatórias 
➢ Se as lesões forem muito grandes: 
• Lesões anteriores podem causar queixas respiratórias no 
paciente 
• Lesões posteriores podem causar queixas fonatórias no 
paciente 
CARACTERÍSTICAS 
➢ As patologias benignas da laringe podem ser de origem epitelial, 
conjuntiva ou cartilaginosa 
➢ Sintomas principais ou mais comumente referidos: 
• Rouquidão 
• Sensação de corpo estranho na garganta 
➢ Diagnóstico: 
• É baseado em: 
▪ História clínica com avaliação da qualidade vocal 
▪ Exame físico 
▪ Propedêutica armada 
• Propedêutica Armada: 
▪ Nasofibrolaringoscopia: 
✓ É mais facilmente utilizada do que a telescopia 
rígida da laringe, principalmente em pacientes 
mais sensíveis, devido ao maior conforto 
✓ Pode ser utilizada intraoperatoriamente → Ex: 
na modulação da voz durante uma tireoplastia 
✓ Permite a visualização da laringe e da orofaringe 
durante a fala articulada 
▪ Telescopia de Laringe: 
✓ Sua vantagem é a qualidade da imagem e a 
iluminação que proporciona 
✓ Pode ser utilizada para o diagnóstico diferencial 
de algumas lesões que necessitam de análise mais 
minuciosa 
▪ Estromboscopia: 
✓ Permite a visualização das pregas vocais em 
câmera lenta através da “semi-sincronia” entre 
os flashes de luz estromboscópica e a vibração 
das pregas vocais captada pelo 
microfone/sensor que é colocado no pescoço 
▪ Tomografia Computadorizada (TC): 
✓ É pouco útil nos casos de lesões benignas da 
laringe 
✓ É útil para visualizar a anatomia do arcabouço 
laríngeo → Ex: para estadiamento de infiltração 
tumoral ou para verificar o grau de extensão de 
uma laringocele 
▪ Ressonância Nuclear Magnética (RNM): 
✓ É útil para analisar a configuração laríngea → Ex: 
após um procedimento fonocirúrgico 
✓ Identifica com precisão o local em que as 
substâncias são injetadas ou em que enxertos são 
colocados 
▪ Laringoscopia Direta com ou sem Biópsia: 
✓ É o exame de escolha, pois permite a palpação 
da lesão 
➢ Tratamento → de forma geral, o tratamento consiste em: 
• RESSECÇÃO DAS LESÕES + FONOTERAPIA 
 
- Áreas Leucoplásicas (seta azul) 
- Úlceras (seta amarela) 
- Áreas Eritroplásicas → são áreas mais hiperemiadas 
 
 
10 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
➢ Termos: 
• Eufonia → paciente com boa qualidade vocal 
• Disfonia → quando há distúrbio na qualidade vocal do 
paciente 
▪ Para que um paciente tenha disfonia não é necessário 
que a lesão esteja localizada na laringe, pois tem-se a 
laringe, que é uma estrutura fonatória, mas para que a 
voz saia de forma harmônica e inteligível é necessário 
que se tenha estruturas articulatórias e de 
ressonância 
✓ Estruturas articulatórias → faringe, mandíbula, 
assoalho de boca, língua, dentes, maxila... 
✓ Estruturas de ressonância → faringe, cavidades 
paranasais, nariz... 
✓ Assim, as doenças que acometem essas 
estruturas podem causar alteração na qualidade 
vocal, trazendo ao paciente um tipo de disfonia 
➢ CLASSIFICAÇÃO DAS DISFONIAS: 
• Funcionais → decorre do excesso de função 
▪ Ex: pessoa que fala muito 
• Orgânicas → disfonias que decorrem de alguma lesão 
▪ Ex: nódulo vocal 
▪ Ex: paciente teve um trauma de pescoço e evoluiu com 
paralisia de prega vocal 
▪ Ex: tumor de lobo pulmonar superior que comprime a 
região do mediastino, paralisando o nervo laríngeo 
inferior 
▪ Ex: cisto na prega vocal 
• Organo-Funcionais → decorrem de uma lesão associada ao 
excesso de função 
▪ Ex: paciente com nódulo vocal e que fala muito 
NÓDULOS VOCAIS 
➢ DEFINIÇÃO → são protuberâncias bilaterais quase sempre 
simétricas que se localizam na extremidade livre e superfície 
inferior próximo ao ponto médio da porção membranosa das 
pregas vocais 
• É popularmente conhecido como “calo de prega vocal” 
• É uma lesão fonotraumática 
• Forma de apresentação mais comum: 
▪ Bilaterais 
▪ Simétricos 
▪ Esbranquiçados 
▪ Firmes 
▪ Entre o 1/3 médio e o 1/3 anterior das pregas vocais 
• Também pode se apresentar das seguintes formas: 
▪ Com tamanhos diferentes → devido às assimetrias 
anatômicas e/ou vibratórias entre as pregas vocais 
▪ Volumosos e de aspecto edematoso → mais comum 
em crianças 
▪ Pontiagudos ou Espessados 
• Quanto mais antigo o nódulo, mais fibroso e, portanto, com 
coloração esbranquiçada 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Crianças (sexo masculino) e Mulheres Adultas → 
apresentam nódulos vocais com mais frequência 
▪ Os nódulos vocais são mais frequentes em mulheres 
devido a frequência fundamental da voz feminina → 
para que a voz feminina seja aguda (atingir frequências 
mais altas) é necessário tracionar mais antero-
posteriormente a prega vocal do que nos homens (a 
prega vocal masculina trabalha mais relaxada). Assim, 
quando se aumenta a tensão, aumenta-se o atrito entre 
as pregas vocais (e é o músculo cricotireoideo quem 
atua tracionando as cordas vocais) 
• É muito comum em professores e em demais profissionais 
da voz (devido ao uso excessivo da voz) 
➢ FISIOPATOLOGIA: 
• Os nódulos vocais resultam de um trauma contínuo sobre 
a mucosa das pregas vocais, decorrente principalmente 
do abuso ou uso incorreto da voz 
• O processo se inicia com vasodilatação e congestão 
vascular induzidas por trauma, resultando em acúmulo de 
líquido na camada superficial no espaço de Reinke. A falta 
de drenagem linfática nesse espaço facilita o acúmulo de 
líquidos nessa região. Assim, o processo evolui com 
hialinização, proliferação de fibroblastos e fibrose do 
tecido conjuntivo 
• HISTOLOGIA → caracteriza-se por alterações epiteliais 
que se caracterizam por queratose, disqueratose, 
hiperqueratose e espessamento da membrana basal 
➢ ETIOLOGIA: 
• Trauma contínuo (abuso vocal) → devido ao uso excessivo 
e/ou incorreto da voz 
• Também podem estar associados à gênese dos nódulos 
vocais: 
▪ Infecção de Vias Aéreas Superiores (IVAS) 
▪ Crises alérgicas repetidas (Ex: rinite) 
▪ Refluxo gastroesofágico → Refluxo Faringolaríngeo 
(RFL) 
▪ Distúrbios da tireoide → principalmente o 
hipotireoidismo, no qual o paciente pode evoluir com 
mixedema (edema duro e com aspecto de pele opaca) 
que pode comprometer também as cordas vocais 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• Quadro Clássico: 
▪ Disfonia intermitente que piora com abuso vocal 
✓ É intermitente porque o que causa a disfonia é o 
espaço entre uma prega e outra, que é chamado 
de fenda, e quando se tem um nódulo muito 
pequeno não se tem essa fenda muito 
pronunciada, fazendo com que a qualidade vocal 
não fique tãoalterada. Porém, em determinados 
 
Nódulos Vocais 
 
11 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
casos, como quando se tem um resfriado, que 
causa edema de via aérea, faz com que o edema 
da prega e a cobertura do nódulo aumentem, 
fazendo com que a fenda fique mais evidente e, 
consequentemente, a qualidade vocal piora 
▪ Episódios de afonia 
✓ Ex: paciente utilizou a voz em excesso (como 
cantar, gritar...) e no outro dia estava sem voz 
• Voz → frequência baixa e intensidade alta 
• Disfonia aguda persistente ou recorrente: 
▪ Vem acompanhada de história de abuso vocal 
▪ Frequentemente o paciente associa o início da disfonia 
após episódio de IVAS, deixando de lado o seu 
comportamento de uso excessivo da voz 
• Pitch vocal (sensação auditiva que o paciente tem sobre a 
altura da voz) → pode estar diminuído 
• Dor e Fadiga vocal 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES: 
• Laringoscopia Indireta: 
▪ Vê-se lesões abauladas, simétricas, bilaterais e entre 
o terço anterior e médio da prega vocal 
▪ Observam-se lesões: 
✓ Brancas e brilhantes 
✓ Com base alargada 
✓ Simétricas 
✓ Indistinguíveis da mucosa normal 
✓ Situadas na junção dos 1/3 anterior e médio das 
pregas vocais 
▪ Essas lesões podem varias em tamanho, cor, simetria 
e contornos, dependendo do tempo de história, do uso 
da voz e de fatores individuais 
▪ Pode-se formar vários tipos de fendas (espaço entre 
as pregar vocais), sendo as mais comuns: 
✓ Fenda em Ampulheta → em lesões maiores 
o A fenda é aberta nas extremidades e fechada 
no meio 
✓ Fenda Triangular Posterior → lesões pequenas 
o Permite a coaptação glótica da região 
anterior 
➢ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
• Cistos Intracordais: 
▪ São unilaterais ou assimétricos 
▪ Podem ser confundidos com os nódulos devido ao 
aspecto da prega vocal contralateral com lesão 
irritativa ou fibrose por contato com o cisto 
• Papilomatose Recorrente → pode ser confundida 
principalmente em crianças e quando as lesões são 
pequenas 
➢ TRATAMENTO: 
• Primeiramente, deve-se sempre identificar e corrigir os 
fatores predisponentes para o desenvolvimento dos nódulos, 
como: 
▪ Alergia de vias aéreas superiores 
▪ Infecções recorrentes 
▪ Refluxo gastroesofágico 
▪ Hidratação insuficiente 
▪ Comportamento vocal incorreto 
▪ Hipotireoidismo descompensado 
• Em crianças → os nódulos tendem a desaparecer, pois à 
medida em que essa criança vai crescendo a frequência 
fundamental da voz vai mudando e essa hiperfunção da voz 
vai desaparecer 
• Tratamento Clínico → FONOTERAPIA + REPOUSO VOCAL 
▪ Fonoterapia → tem como objetivo propiciar uma 
coaptação/adaptação das pregas vocais às 
características biomecânicas da laringe 
• Tratamento Cirúrgico (Fonocirurgia): 
▪ Indicação: 
✓ Nódulos grandes e fibróticos, onde a 
fonoterapia não melhorou a qualidade vocal 
✓ Nos casos em que o tratamento fonoterápico não 
apresentou resultados favoráveis após 6 meses 
o Isso pode ocorrer quando os nódulos são 
mais fibrosos ou em nódulos unilaterais que 
podem corresponder a outros tipos de 
lesões 
▪ Problemas da fonocirurgia: 
✓ A cirurgia gera uma cicatriz e, às vezes, a 
depender da extensão dessa cicatriz, troca-se um 
tipo de disfonia por outra → é por isso que se 
deve selecionar muito bem os pacientes 
candidatos à cirurgia 
▪ Técnica com Laser: 
✓ Como é → vaporiza o nódulo até que a mucosa e 
submucosa saudáveis sejam alcançadas 
✓ Vantagens: 
o Precisão do laser 
o Pouco sangramento 
✓ Desvantagens: 
o Risco de lesão pelo calor 
o Exame anatomopatológico não pode ser 
realizado 
▪ Técnica a Frio → preensão do nódulo, com 
identificação de plano de clivagem seguida de 
ressecção com bisturi ou tesoura 
✓ Para diminuir o sangramento e facilitar a 
remoção, pode-se usar a técnica de 
hidrodissecção, em que pequenas quantidades de 
solução salina com epinefrina ou esteroide são 
injetadas 
 
 
 Fenda Triangular x Fenda em Ampulheta 
 
12 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
▪ Conduta Pós-operatória → AINES, Antibióticos, IBP, 
Repouso vocal (é importante para manter as bordas da 
incisão alinhadas) e iniciar fonoterapia após 2 semanas 
• Recomendações: 
▪ Documentação com vídeo e foto, bem como gravação 
da voz no pré e pós-tratamento clínico ou cirúrgico 
para comparar se houve melhorias e também por 
motivos médico-legais 
▪ Repouso vocal um dia antes da cirurgia e hidratação 
PÓLIPOS VOCAIS 
➢ DEFINIÇÃO → apresentam grande variabilidade quanto à forma, 
tamanho e coloração 
• Localização → borda livre do 1/3 anterior da porção 
membranosa da prega vocal 
• Quase sempre são unilaterais 
• Quando são bilaterais também são assimétricos 
• Podem apresentar-se de diversas maneiras: 
▪ Lesões globosas ou alongadas de tamanho variável 
▪ Implantação séssil ou pendiculada → na pendiculada, 
tem-se a presença de movimento pendulares da lesão 
durante a respiração 
• Dependendo da profundidade do pólipo, pode-se ter 
envolvimento de vasos → assim, o uso abusivo da voz (Ex: 
gritar muito) pode causar microlesões vasculares, 
fazendo com que o pólipo evolua com um hematoma 
• Os pólipos podem ser divididos em: 
▪ Pólipos Mucosos: 
✓ Gelatinosos → lesões translúcidas, de aspecto 
gelatinoso, amolecidas, insufladas e cheias de 
material liquefeito. Além disso, suas paredes são 
finas e podem apresenta vasos sanguíneos em 
suas paredes 
✓ Fibrosos → tem coloração rosa ou 
esbranquiçada, paredes espessas e 
eventualmente tem áreas de leucoplasia 
▪ Pólipos Angiomatosos → são lesões escuras, 
avermelhadas e apresentam vascularização abundante 
e presença de sufusão hemorrágica no espaço de 
Reinke (provavelmente por fonotrauma recente) 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Observa-se predominância em: 
▪ Adultos do sexo masculino (2:1) → é duas vezes mais 
comum nos homens do que nas mulheres 
▪ Idade → 30 a 50 anos 
 
➢ FISIOPATOLOGIA: 
• Acredita-se que a formação desses pólipos está relacionada 
com trauma da vascularização da região do espaço de 
Reinke: 
▪ Ocorre lesão vascular e extravasamento de líquidos. 
Assim, a pobre drenagem linfática desse espaço que 
dificulta a reabsorção de líquidos, associada ao 
processo de proliferação tecidual, resulta na formação 
de pólipos vocais 
• Localização → região anterior das pregas vocais 
• Não se observa íntima relação entre coaptação glótica (tipos 
de fendas glóticas) e gênese de pólipos 
• 15% dos pólipos são secundários a alterações estruturais 
contralaterais → assim, não é raro de se observar 
associação entre pólipos vocais e outras lesões benignas na 
prega vocal contralateral 
▪ Essas outras lesões benignas podem ser → sulcos, 
sulcos-bolsas, pontes mucosas e cistos, por exemplo 
▪ Essas lesões estão relacionadas ao desenvolvimento de 
pólipos por alterarem as propriedades viscoelásticas e 
aerodinâmicas locais 
• Muitos pacientes com diagnóstico de pólipo relatam inicio do 
quadro após trauma vocal intenso e agudo (Ex: grito ou 
demanda vocal episódica e intensa) 
➢ ETIOLOGIA: 
• Fonotrauma 
• Tabagismo 
• Alergia 
• Doenças Tireoidianas 
• Refluxo gastroesofágico → Refluxo Faringolaríngeo (RFL) 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• O impacto da qualidade vocal depende do tamanho, 
localização e mobilidade da lesão 
• Disfonia persistente/permanente associada a períodos de 
Afonia Aguda: 
▪ Disfonia de graus variaveis→ podendo-se apresentar 
como: 
✓ Rouca ou soprosa: 
o Rouca → Ex: paciente apresenta-se rouco 
em determinado momento e depois 
apresenta uma piora dessa rouquidão, por 
isso que é de graus variáveis 
o Soprosa → pois forma-se uma fenda e tem-
se escape de ar subglótico, fazendo com que 
o paciente tenha essa voz mais cansada 
✓ Ou até mesmo como “pitch instável” e dificuldade 
na variação de intensidade 
▪ Essa disfonia piora após abuso vocal, podendo causar 
hemorragia• Sensação de corpo estranho e desconforto na garganta 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES: 
• Laringoscopia → Laringoscopia Flexível (LF), 
Laringoscopia Rígida e Laringoestroboscopia 
▪ Laringoestroboscopia → laringoscopia feita com luz 
estroboscópica, que dá a sensação de lentificação do 
 
Pólipo Vocal 
 
13 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
movimento, permitindo uma melhor visualização da 
localização da lesão e uma melhor descrição dessa 
lesão 
✓ Essa lentificação do movimento é importante 
porque o ciclo laríngeo (quantidade de vezes que 
as pregas vocais se movimentam, que tende a 
aumentar quando a voz é mais aguda) está 
diretamente relacionado à frequência 
fundamental da voz 
▪ Vê-se a lesão polipóide no 1/3 anterior da prega vocal 
▪ Pólipos mucosos → lesões translúcidas, 
acinzentadas e com pouca vascularização 
▪ Pólipos Angiomatosos → são avermelhados, 
protuberantes e podem ser multinodulares 
▪ Formas mistas (mucosa/angiomatosa) → dependem 
da extensão da resposta inflamatória e fibrose 
➢ TRATAMENTO: 
• Tratamento Cirúrgico: 
▪ Objetivo → a retirada de pólipos vocais deve sempre 
levar em consideração a preservação da mucosa sadia 
e a ressecção apenas da lesão, procurando sempre que 
possível a regularidade das bordas das pregas vocais 
▪ Pode-se realizar desde a simples retirada de todo o 
pólipo até o esvaziamento do conteúdo do pólipo após 
elevação de um “microflap” 
▪ Laser de CO2 → é indicada na remoção de pólipos 
angiomatosos volumosos, devido à propriedade 
hemostática com mínima formação de edema 
▪ Pós-operatório: 
✓ Repouso vocal completo (na 1ª semana) 
✓ Repouso vocal parcial (na 2ª semana) 
✓ Fonoterapia (após 2 semanas) 
✓ AINES 
✓ Tratar o Refluxo Gastroesofágico → 
✓ Hidratação 
✓ Abstenção do fumo 
✓ Antibióticos de rotina → não são indicados 
• Fonoterapia: 
▪ É essencial que seja feita no pré-operatório, pois os 
exercícios fonoterápicos diminuem a extensão do 
processo inflamatório. Assim, diminuindo-se a 
extensão da doença diminui-se também a extensão da 
cicatriz que será feita na cirurgia 
▪ Também deve ser feita após o tratamento cirúrgico, 
cerca de 2 semanas depois 
EDEMA DE REINKE 
 
➢ DEFINIÇÃO → acúmulo de líquido ou material gelatinoso (ou 
ainda semi-sólido) na camada superficial da lâmina própria 
(espaço de Reinke) das pregas vocais, fortemente associado ao 
tabagismo de longa data e abuso vocal 
• É um edema crônico da camada especial da lâmina própria 
da prega vocal (espaço de Reinke) 
• Raramente se tem placas leucoplásicas sobre o edema → 
nesses casos, quando não se tem o desaparecimento com o 
tratamento clinico, indica-se a decorticação 
• É uma lesão ocasionada pelo tabagismo 
• Geralmente, é uma lesão translúcida e simétrica, em 
ambas as pregas vocais 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Mais comum em: 
▪ Indivíduos acima de 40 ou 50 anos de idade 
▪ Mulheres → embora acredita-se que acomete 
homens e mulheres igualmente, mas as mulheres 
procuram mais ajuda médica do que os homens, o que 
explica essa predominância 
▪ Tabagistas 
➢ FISIOPATOLOGIA: 
• Espaço de Reinke → é a camada superficial da lâmina 
própria das pregas vocais 
• O desenvolvimento do edema de Reinke tem início com a 
exposição crônica a fatores agressores da laringe 
(sendo o principal o tabagismo) associado ao uso abusivo 
da voz. Assim, como essa região apresenta uma pobre 
drenagem linfática, ocorre o acúmulo de líquidos, a 
congestão e a estase vascular, que não são rapidamente 
absorvidos, organizam-se e se tornam permanentes 
• Histologia: 
▪ Membrana basal difusamente espessada e aumento da 
espessura (dilatação) de vasos sanguíneos da lâmina 
própria 
▪ Edema do espaço de Reinke 
▪ Queratose com atipia 
➢ ETIOLOGIA: 
• Tabagismo → é a principal causa 
• Etilismo 
• Abuso vocal 
• Refluxo gastroesofágico → Refluxo Faringolaríngeo (RFL) 
• Hipotireoidismo 
• Envelhecimento 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• História típica → rouquidão persistente, lentamente 
progressiva, em indivíduos que fumam muito e fazem uso 
intensivo da voz 
▪ Algumas mulheres queixam-se de ser confundidas com 
homens ao telefone (pela voz) 
▪ Disfonia permanente 
▪ Obstrução glótica e dispneia (nos casos de Edema de 
Reinke de alto grau) 
▪ Voz grave e rouca 
• Pode-se ter também → sintomas de refluxo 
gastroesofágico 
 
Edema de Reinke 
 
14 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
• Voz → é fluida, aveludada e grave 
• O Edema de Reinke pode assumir grandes volumes, inclusive 
com obstrução de vias aéreas, em casos extremos 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES: 
• Laringoscopia → Laringoscopia Flexível (LF), 
Laringoscopia Rígida e Laringoestroboscopia 
▪ Visualizam-se pregas vocais aumentadas pela 
formação de grandes “bolsas” de aspecto gelatinoso e 
flácido que se movimentam durante a respiração 
▪ Visualiza-se: 
✓ Edema de pregas vocais de grau variável → 
assim, a conduta é de acordo com esses graus 
o Leve, moderado e acentuado 
✓ Associação com: 
o Pólipos 
o Sinais de Refluxo Faringolaringeo 
o Áreas de leucoplasia ou de Eritroplasia 
(áreas de lesão pré-maligna) 
❖ Leucoplasia = Biópsia (deve-se realizar 
a biópsia sempre!) 
▪ Consegue-se visualizar bem o edema quando se faz uma 
Fonação inspiratória durante o exame de laringoscopia: 
✓ Essa fonação inspiratória mobiliza toda a 
superfície da prega vocal, favorecendo uma boa 
visualização 
✓ Vê-se claramente o edema com acúmulo de 
material no espaço de Reinke 
➢ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
• Mixedema do Hipotireoidismo 
➢ TRATAMENTO: 
• De acordo com o grau de edema: 
▪ Edema leve → tratamento clínico 
▪ Edema moderado a severo → tratamento clínico + 
cirúrgico 
• Tratamento Inicial: 
▪ Afastar fatores irritativos: 
✓ Cessar tabagismo 
✓ Cessar etilismo 
✓ Ajustar a dieta 
▪ Fonoterapia 
▪ Tratar doença do refluxo 
▪ Corticoide → para diminuir o edema 
• Tratamento Cirúrgico: 
▪ Indicações: 
✓ Quando não houver melhora da qualidade vocal 
com o tratamento inicial 
✓ Quando o indivíduo não estiver satisfeito com a 
sua voz 
▪ Procedimento: 
✓ Não remover todo o espaço de Reinke! → para 
evitar a fibrose da camada superficial da lâmina 
própria 
✓ Realiza-se uma incisão da mucosa ao longo da 
corda vocal e aspira-se o conteúdo gelatinoso 
✓ O ideal é deixar uma pequena quantidade do 
conteúdo gelatinoso para promover o 
deslizamento da superfície da prega vocal sobre o 
espaço de Reinke 
✓ Deve-se ressecar o excesso de mucosa após a 
retirada do material gelatinoso e, se possível, 
fazer a aproximação da mucosa 
▪ Pós-operatório: 
✓ A melhora da voz é observada em 3 a 4 semanas 
✓ Exercícios fonoterápicos com sons vibratórios → 
devem ser feitos 20 dias após a cirurgia para 
redução do edema 
GRANULOMAS INESPECÍFICOS 
➢ DEFINIÇÃO: 
• Localização: 
▪ Região do 1/3 posterior da laringe 
▪ Mais comumente no processo vocal e no corpo da 
cartilagem aritenoide 
• Características: 
▪ Unilaterais, com área de irritação por contato no 
processo vocal oposto 
▪ Tamanho variável 
▪ Pode ser lisa, biloculada ou multiloculada 
▪ Coloração → branca, amarela ou avermelhada 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• É mais comum no sexo masculino 
➢ FISIOPATOLOGIA: 
• O processo inicia-se com trauma da região posterior da 
laringe. Assim, ocorre o desenvolvimento de pericondrite 
devido a uma lesão abrasiva ou necrose do processo vocal 
que expõe a cartilagem. A resposta da área traumatizada é 
ulceração ou produção de granuloma. Depois, segue-se a 
formação de um pólipo inflamatório pela proliferação de 
tecido central e epitelização da periferia 
• O refluxo gastroesofágico pode intensificar o processo 
inflamatório no processo vocal 
➢ ETIOLOGIA: 
• Intubação Orotraqueal (IOT) prolongada: 
▪ Intubação e extubação traumáticas, tamanho, 
flexibilidade e posicionamento da cânula de IOT e 
duração daIOT são fatores a serem considerados na 
formação de granulomas 
▪ Granulomas por intubação podem ser subglóticos 
também 
• Refluxo Gastroesofágico 
 
Granuloma Inespecífico 
 
15 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
• Tosse Crônica 
• Trauma Laríngeo 
• Abuso vocal 
• Pode ser piorado com → tabagismo, álcool, alergias e 
processos infeciosos 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• Disfonia pouco frequente → pode acontecer, mas apenas 
quando o granuloma é muito grande (pois a região posterior 
da laringe é uma região respiratória, e não fonatória) 
• Dependendo da localização do granuloma, pode-se ter: 
▪ Sensação de corpo estranho na garganta (globus 
faríngeo) 
▪ Sensação de pigarro na garganta com tosse frequente 
para limpá-la 
▪ Dor de garganta e ardência cervical 
• A depender da extensão da lesão, pode provocar: 
▪ Tosse 
▪ Dispneia 
• Obstrução da via aérea → é rara e ocorre com lesões 
grandes, especialmente subglóticas, provenientes de IOT 
traumática ou IOT prolongada 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES: 
• Videolaringoscopia: 
▪ Observa-se eritema local em áreas ulceradas e 
granulosas 
▪ Granulomas secundários à IOT → costumam ser 
massas sésseis de base alargada com aspecto 
polipóide entre as aritenoides e, com a evolução do 
processo, tornam-se pediculados 
➢ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
• Carcinoma 
• Laringite por refluxo gastroesofágico 
➢ TRATAMENTO: 
• Remover o fator precipitante da irritação crônica 
• Fonoterapia → sempre deve ser feita, principalmente para 
granulomas provocados por fala hipercinética, obtendo-se 
um bom prognóstico 
• Tratar o Refluxo Gastroesofágico → Inibidor de Bomba 
de Prótons (IBP) 
• Corticoides Inalatórios e/ou injeção local de esteroides 
na base da lesão → para diminuir o edema 
• Tratamento Cirúrgico: 
▪ Indicação → para alívio dos sintomas quando houver 
falha no tratamento clínico 
▪ A recorrência pós-operatória é comum 
▪ Laser de CO2 → é ideal para a completa exérese da 
lesão e posterior vaporização de tecido de granulação 
remanescente 
▪ Não se deve realizar a exposição da cartilagem do 
processo vocal subjacente e da aritenoide 
▪ Pode-se considerar a injeção de esteroides de depósito 
na base do granuloma ressecado 
▪ Pós-operatório: 
✓ Repouso vocal por 1 semana 
✓ Reeducação vocal 
✓ Antibioticoterapia de amplo espectro por 3 a 4 
semanas 
✓ Esteroides Sistêmicos → podem ser usados até 
que se obtenha uma cicatrização satisfatória do 
sítio operatório 
 Prednisona 20 – 40mg/dia 
• Toxina Botulínica → para diminuir o risco de recorrência 
▪ Como o granuloma laríngeo pode ser uma lesão 
altamente recidivante, aplica-se toxina botulínica para 
diminuir o atrito entre as pregas vocais, diminuindo a 
recorrência 
CISTOS 
➢ DEFINIÇÃO → cavidade fechada delimitada por uma cápsula 
revestida por tecido epitelial 
• Ocorre acúmulo de queratina na lâmina própria e os cistos 
são envoltos por epitélio escamoso 
• Cistos intracordais → podem se desenvolver em várias 
regiões da prega vocal, o que dificulta o diagnóstico, 
podendo-se confundir com outras patologias, como os 
nódulos. Assim, a laringoestroboscopia ajuda nesse 
diagnóstico diferencial 
• Tem-se 2 tipos de cistos vocais verdadeiros: 
▪ Cisto de retenção mucosa: 
✓ Tem parede fina de revestimento constituído por 
tecido epitelial cubóide ou cilíndrico e tem em seu 
interior acúmulo de material PAS-positivo, o que 
comprova sua origem mucoide 
✓ É frequentemente translúcido e apoiado na 
margem livre das pregas vocais 
✓ Pode ser decorrente de glândula anômala 
congênita posicionada fora do local habitual e que 
inflama devido a fonotrauma 
✓ É de origem adquirida 
▪ Cisto Epidermoide: 
✓ Apresenta epitélio de revestimento malpighiano, 
pluriestratificado, tendo em seu interior acúmulo 
de produto de descamação epitelial, como 
queratina e cristais de colesterol 
✓ A grande maioria dos cistos epidermóides se 
apresenta como um pequeno espessamento 
inflamatório da prega vocal, acompanhado 
✓ de hiperemia de mucosas adjacentes e ectasia 
vascular. 
 
Cisto 
 
16 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
✓ Pregas vocais → a lesão costuma se localizar 
no plano subepitelial ou submucoso (entre o 
epitélio e o ligamento/músculo vocal) 
✓ Se original de fonotrauma repetido, causando 
microfissuras e, posteriormente, favorecendo a 
invaginação do epitélio para o interior das pregas 
vocais 
✓ Também pode ser congênito → no qual o núcleo 
de inclusão epidermóide anômalo sofre processo 
de evolução cística 
➢ FISIOPATOLOGIA: 
• A lesão cística epidermóide provoca enrijecimento da lâmina 
própria da mucosa. O fechamento glótico se apresenta 
completo ou com fenda, dependendo das dimensões do cisto 
➢ ETIOLOGIA → é controversa, com estudos interrogando se ela é: 
• Congênita → por células ectópicas na camada subepitelial 
• Adquirida → por traumas pelo abuso vocal 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES: 
• Lesão típica do cisto vocal → esfera de coloração amarela 
esbranquiçada localizada em plano submucoso, provocando 
abaulamento na borda da prega vocal, que pode ser 
visualizada por transparência do epitélio mucoso 
• Características da lesão: 
▪ Amarelo-esbranquiçada 
▪ No 1/3 médio da prega vocal (geralmente) 
▪ Unilateral 
▪ Há reação contralateral à lesão (com espessamento) 
• O diagnóstico é difícil de ser dado ambulatorialmente 
• Laringoestroboscopia → auxilia no diagnóstico 
diferencial, pois os cistos podem ser confundidos com 
outras patologias da laringe 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• A depender do tamanho do cisto: 
▪ Cistos pequenos → voz normal 
▪ Cisto maior → voz rouca, áspera e bitonal 
✓ Bitonal → pois o cisto é unilateral, fazendo peso 
em uma prega vocal. Assim, quando as pregas 
vocais coactam, elas o fazem em uma altura 
diferente, fazendo com que a voz do paciente varie 
a frequência, apresentando uma voz grave e uma 
voz aguda em uma mesma fala 
• A voz pode apresentar: 
▪ Com pitch rebaixado 
▪ Dificuldade para regular a intensidade 
▪ Tensão 
▪ Aspereza 
▪ Soprosidade 
▪ Instabilidade vocal mediante demanda vocal 
➢ TRATAMENTO: 
• Depende de vários fatores, como: 
▪ Tamanho da lesão 
▪ Grau de disfonia 
▪ Demanda vocal 
▪ Expectativa do paciente 
 
• De acordo com o tamanho do cisto: 
▪ Cisto pequeno → Fonoterapia 
▪ Cisto maior → cirurgia 
• Fonoterapia: 
▪ Pois normalmente o cisto vocal vem acompanhado de 
postura vocal inadequada 
▪ É indicada em todos os casos, mas principalmente 
quando a lesão é pequena o suficiente par anão 
comprometer o fechamento glótico ou deformar a 
borda livre da prega vocal 
▪ A fonoterapia ajuda a diminuir o trauma local, reduzindo 
o processo inflamatório ao retor do cisto, e diminui o 
edema ao retor do cisto, melhorando a voz do paciente 
• Tratamento Cirúrgico: 
▪ Indicações: 
✓ Quando há falha na fonoterapia 
✓ Quando o cisto é volumoso 
▪ Objetivo → retirada completa do cisto com agressão 
mínima à mucosa sadia 
▪ Pós-operatório: 
✓ Fonoterapia → após 20 dias da cirurgia, com 
exercícios vibratórios de língua e lábios 
PAPILOMAS (PAPILOMATOSE LARÍNGEA) 
➢ DEFINIÇÃO → afeta a membrana mucosa do trato respiratório, 
caracterizando-se por papilomas escamosos múltiplos e 
recorrentes 
• Também chamada de Papilomatose Respiratória Recorrente 
(PRR) 
• É uma neoplasia benigna da laringe, mas tem potencial para 
a malignização 
• Tem crescimento rápido, progressivo e recidivante 
• Localizações: 
▪ Laringe → é o sítio mais comum de papilomatose, 
sendo as pregas vocais e a subglote os locais mais 
acometidos 
▪ Nasofaringe e epitélio traqueobrônquico 
▪ Parênquima pulmonar → pode ser invadido por 
epitélio escamoso, colunas ou transicional, podendo 
ocorrer na forma agressiva da doença, que invade 
localmente sem metástases à distância, referida como 
papilomatose invasiva ou agressivaPapilomatose Laríngea 
 
17 LARINGITES E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE 
Gizelle Felinto 
• Forma de apresentação mais comum → lesões múltiplas 
confluentes em pregas vocais e comissura anterior 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Acomete principalmente: 
▪ Crianças → a maior incidência de papilomatose 
laríngea é entre 1 e 3 anos de idade 
▪ Adultos até 30 anos de idade 
• Mas também pode acometer qualquer faixa etária 
➢ ETIOPATOGENIA: 
• Tem Etiologia Viral → Papilomavírus Humano (HPV) 
▪ O HPV é a causa mais comum de tumores laríngeos 
benignos 
▪ Forma de transmissão em crianças; 
✓ Transmissão vertical (é a mais comum) → no 
canal do parto 
o Por isso que em mulheres com lesões 
condilomatosas indica-se o parto cesariano 
✓ Infecção pós-natal por contato com indivíduos 
infectados (é mais raro) 
▪ Subtipos HPV-6 e o HPV-11: 
✓ São os mais comuns 
✓ Relacionam-se à expansão e severidade da 
doença 
✓ Estão relacionados também com o acometimento 
da traqueia e dos pulmões 
➢ HISTOLOGIA: 
• Cortes histológicos → demonstram lesões com projeções 
papilares e tecido conectivo hipervascularizado, cobertas 
por epitélio escamoso hiperplásico 
• Atipia Celular → é comum de ocorrer 
▪ Devido a essa atipia, é comum de ocorrer erro 
diagnóstico com carcinoma in situ ou carcinoma de 
célula escamosa invasivo 
▪ A presença de atipia está relacionada à transformação 
maligna do papiloma 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• Sintomas mais comuns: 
▪ Rouquidão 
▪ Disfonia 
▪ Estridor laríngeo (pelo estreitamento da laringe) 
• FORMA JUVENIL: 
▪ Há comprometimento difuso da laringe em crianças 
▪ É frequentemente muito agressiva e resistente ao 
tratamento 
▪ Uma minoria dos casos tem regressão espontânea na 
puberdade 
▪ Sinais e sintomas: 
✓ Disfonia → é o sintoma inicial mais comum 
✓ Rouquidão e estridor 
✓ Obstrução da via aérea 
✓ Dificuldade respiratória 
✓ Papilomatose pulmonar → é rara, mas pode 
cursar com: 
o Hemorragia 
o Formação de abscesso 
▪ Localização: 
✓ Sítios laríngeos mais comuns → Subglote e 
Pregas Vocais 
✓ Nasofaringe, subglote, traquéia e brônquios → 
podem ser resultado de contaminação a partir de 
lesões papilomatosas glóticas e supraglóticas 
✓ Contaminação de vias aéreas baixas → é vista 
mais comumente após traqueostomia, que deve 
ser evitada tanto quanto possível, principalmente 
em crianças, para permitir o desenvolvimento de 
boa fonação, além de preservar a estrutura e 
função das pregas vocais 
▪ Laringoscopia → observa-se: 
✓ Tecido exuberante, em “cachos de uvas”, cos 
aspecto multinodular, séssil ou exofítico, 
principalmente na porção anterior das pregas 
vocais, bandas ventriculares e epiglote 
✓ Pode ocorrer obstrução completa da laringe 
• FORMA ADULTA: 
▪ A lesão é única ou pelo menos mais localizada 
▪ É menos agressiva e, às vezes, a remoção é suficiente 
para a cura 
▪ Pode ocorrer forma papilomatosa mais agressiva em 
adultos 
▪ Gravidez → pode ocorrer aumento importante do 
granuloma com perda da patência das vias aéreas 
devido a alterações hormonais 
▪ Degeneração maligna é rara, e associa-se ao 
tabagismo 
➢ TRATAMENTO: 
• Atenção → deve-se fazer a BIÓPSIA em todos os casos de 
papilomatose antes da retirada da lesão 
• Tratamento Cirúrgico: 
▪ Ablação por Laser de CO2: 
✓ É o tratamento mais aceito para lesões na laringe, 
sendo mais efetivo principalmente na forma 
juvenil, aumentando os intervalos cirúrgicos das 
recidivas 
✓ Procedimento → o laser vaporiza a lesão com 
pouco sangramento e baixos riscos de danos às 
pregas vocais 
▪ De acordo com o formato e a localização do papiloma: 
✓ Papiloma Pedunculado → deve ser removido 
com pinças frias e técnica conservadora 
✓ Papiloma sobre as pregas vocais → 
vaporização com Laser de CO2, até que se alcance 
a mucosa sadia, evitando-se entrar no espaço de 
Reinke ou expor o ligamento vocal 
✓ Lesões sobre a comissura anterior → 
vaporizar com Laser de CO2 cuidadosamente, para 
evitar a formação de fenda 
▪ Crianças → a excisão deve ser realizada sempre que 
houver recidivas para evitar obstrução respiratória e 
permitir o desenvolvimento adequado da fonação, 
evitando-se traqueostomia para preservar a estrutura 
e função das pregas vocais

Continue navegando