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SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Anamnese: até os 4 anos parentes, após isso a criança já pode falar. Tem que valorizar a criança, pede para mostrar onde dói, perguntar o que sente 90% dos diagnósticos são feitos com base em uma boa anamnese e um bom exame físico Na anamnese pediátrica deve-se focar nos antecedentes pessoais, principalmente nos pré- natais (parto, dificuldades, medidas do nascimento, vacinas, alimentação (cuidado com o “come de tudo” pede pra especificar (quantidade, como é feito, o tipo...)), gestação, pré-natal, neonatal, Nos antecedentes familiares deve-se dar atenção as doenças transmissíveis, devido a baixa imunidade e quadros alérgicos Focar nas condições socioeconômicas para verificar as indicações. Ex. leite materno (por mais tempo), vacinação, não indicar medicações que não tem no SUS .... *DNPM: desenvolvimento neuro pisco motor. É crânio caudal Vacinação: Super importante, tem que ficar atendo com o calendário vacinal, é documento (precisa exigir a carteira de vacinação) é um direito da criança Boletim de Apgar: Fundamentais (FC, irritabilidade, esforço e tônus), se espera que a criança chore ao nascer). Se espera no mínimo um apgar acima de 7 SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Classificação de idade: Importante devido a patologias e ações próprias da idade. • Recém nascidos: 0 – 28 dias (icterícia) • Lactente: 1 mês - 2 anos incompletos • Pré-escolar: 2 anos - 6 anos incompletos • Escolar: 6 anos - 10 anos incompletos • Adolescentes: 10 anos - 18 incompletos Classificação do RN: • Idade gestacional o Pré-termo: IG < 37 semanas o RN a termo: IG entre 37-41 semanas 6 dias o RN pós-termo: IG >= 42 semanas • Peso e idade gestacional o RN GIG (Grande para a IG): > percentil 90 o RN AIG (Adequado para a IG): percentil 10 – 90 o RN PIG (Pequeno para IG):< percentil 10 • Peso ao nascer o RN baixo Peso (peso < 2500g) o RN de muito baixo peso (peso < 1500g) o RN de muito muito baixo peso (peso< 1000g) *As curvas da pediatria são muito importantes Exame físico: Regras gerais: Deve estar despido e o ambiente com boa iluminação. Seguindo a sequência básica do exame. Tem que ter paciência, saber olhar, saber ouvir, dar atenção aos pais e a criança. Precisa conseguir a confiança na criança. Etapas: • Conquistar a simpatia da criança e a confiança – criança e pais • Delicadeza na abordagem da criança • Conversar com a criança antes e durante o exame • Criança no colo ou nos braços da mãe • Evitar imediato deitar a criança • Evitar colocar subitamente na mesa • Evitar voz elevada, gestos bruscos • Jamais perder a paciência • Ouvido e garganta no final • Sucesso do exame físico – cooperação: conquista X abordagem • Para o exame objetivo – boa iluminação do ambiente – luz natural Exame Geral: Aspecto geral e dados vitais; medidas antropométricas; avaliação de órgãos e sistemas. • Nível de consciência: Se a criança está ativa, conversando. Ativo/ hipoativo • Nível de higiene (atenção para negligência e mal tratos) • Atitude SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • Fala • Psiquismo *No RN: • Padrão respiratório – respiração abdominal • Postura (flexora) • Atividade Fascies: • Macrocrania – Sindromes • Ex. Russel-Silver; Treacher-Collins; Cockayne Temperatura: • Oral: 35,8 – 37,2 • Retal: 36,2 - 38 • Axilar: 35,9 – 36,7 FC: Quanto menor a criança maior a frequência • Bebês acordados: 100-220 • Bebês dormindo: 80-200 • Crianças de 3 meses a 2 anos acordados: 80-150 • Crianças de 3 meses a 2 anos dormindo: 70-120 • Crianças de 2 a 10 anos acordados: 70-120 • Crianças de 2 a 10 anos dormindo: 60-90 • Crianças de 10 anos à vida adulta acordados: 55-90 • Crianças de 10 anos à vida adulta dormindo: 50-90 FR: respirações por minuto • Bebês: 35-50 • Crianças de até 1 ano: 30 • Crianças de 1 a 2 anos: 25-30 • Crianças de 2 a 8 anos: 20-25 • Crianças de 8 a 12 anos: 18-20 • Crianças de 12 anos à vida adulta: 14-18 PA: quanto menor a criança menor a PA. Atenção nas braçadeiras SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Medidas antropométricas: • Peso: importante para medicações • Comprimento • Estatura • Perímetros: cefálico, torácico, abdominal Exame físico específico: Cabeça e pescoço: • Fontanelas: o Anterior – Bregmática: 18 m o Posterior 0 lambidoide: 1 m • Orelhas, olhos, nariz boca • Tireoide • Desvios fenotípicos (tamanho da cabeça, simétrica craniana, fissura palatina, hidrocefalia, anencefalia, síndromes) • Edema de couro cabeludo (trabalho de parto alongado) • Más formações – observar alterações internas também • Linfonodos o Exame das cadeias ganglionares ▪ Localização ▪ Tamanho ▪ Consistência ▪ Mobilidade ▪ Coalescência ▪ Sensibilidade dolorosa Tórax: • Inspeção: o Padrão respiratório: FC, ritmo e amplitude • Palpação: o Aquecer as mãos o Pesquisar: pontos dolorosos, tumorações, nódulos, frêmito toraco vocal (choro/gemido), expansibilidade (simetria) • Ausculta: o Toda região torácica o Pesquisa de murmúrio vesicular o Presença de ruídos adventícios o Pode ser um dos primeiros passos do exame físico, dependendo do psiquismo da criança Aparelho caridovascular: • Palpação: SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 o com dedo indicador pesquisa-se o Ictus cordis (extensão,intensidade,ritmo dos batimentos cardíacos) o mão espalmada-verificar presença de frêmitos • Ausculta: o freqüência cardíaca; o ritmo das bulhas cardíacas; o intensidade das bulhas cardíacas; o presença de outros ruídos (atrito ou sopros (sistólico,diastólico e contínuos)) • Palpação de pulsos para descartar cardiopatias congênitas. Foco na simetria e nos ritmos o 2 e 3 dedos: forma comparativa o avalia-se: ▪ intensidade ▪ ritmo ▪ simetria o mais verificados: ▪ radiais ▪ femorais ▪ pediosos *atenção nas patologias congênitas Abdômen: • Inspeção o Forma o Simetria o Cicatriz umbilical o Presença de movimentos peristálticos (não pode ser visível) o Circulação colateral (não deve estar presente) o Abaulamentos • Ausculta: o 15 segundos em cada quadrante o deve preceder a palpação e a percussão o inicia-se pela fossa ilíaca esquerda o pesquisar ruídos hidroaéreos • Palpação: o O fígado pode ser palpável – Matie o aproveitar a inspiração: maior relaxamento muscular; o inicia-se c/ palpação superficial -deslizando a mão sobre o abdome, observando se há dor; o pesquisa-se presença de massas ou visceromegalias; o no lactente –fígado é palpado a 2/3 cm abaixo do RCD; o em 14 % dos lactentes palpa-se ponta de baço e em 7% das crianças entre 2 e 7 anos; o palpação de loja renal-c/ a mão esquerda apoiada sob o ângulo costovertebral e palpa-se c/ a mão direita ,normalmente os rins não são palpáveis; SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Genito urinário: • Meninos: o Aspecto e tamanho de pênis e bolsa escrotal o Exposição da glande: Localização do orifício uretral (normal, epispádia, hipospádia), presença de aderência. Fimose comum ate os 2 anos o Palpa-se testículos: tópicos, retrateis, presença de tumorações, ou líquidos • Meninas o Simetria de grandes lábios o Presença de pilificação ou tumoração o Coloração de mucosa da vulva e introito vaginal o Características de clitóris, pequenos lábios, e hímen o Presença de secreções Locomotor: • Observar coluna: escoliose, lordose • Sindactilia • Pé torto congênito • Observar más formações • Movimentações • Displasia do movimento do quadril Pele e anexos: • Eritema (assaduras) – em W • Lesão hipocrômica – mais branco • Púrpura - Vasculite -sinal de doença sistêmica • Lesão acrômica – bem branco mesmo • Lesão hipercrômia – mais escura • Hemangioma• Vesículas – herpes, varicela • Urticaria • Papulas • Tumorações • Bolhas (nas mãos em RN – sífilis congênita) • Pústulas • Pontos brancos no nariz do bebe – descarga hormonal • Eritematoxico • Manchas mongólicas – melanócito • Descamações – normal nas primeiras semanas • Metade do bebe vermelho – coloração de arlequini – alteração vasomotora • Máscara esquemática – trabalho de parto prolongado • Cianose periférica Neurológico: • No RN: o Reflexos primitivos: Moro, Sucção, preensão palmar, preensão plantar, procura, babinsk, marcha SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Aleitamento materno: SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Aleitamento e alimentação na infância. “A alimentação saudável deve possibilitar crescimento e desenvolvimento adequados, otimizar o funcionamento de órgãos, sistemas e aparelhos e atuar na prevenção de doenças em curto e longo prazo”. Primeiro ano de vida: • Primeiro semestre de vida: Uso exclusivo de leite humano, em livre demanda. Impossibilitando a amamentação, depois de tentar de tudo (uso de fórmulas lácteas). Quando a criança recebe somente leite materno, diretamente da mama, ou leite humano ordenhado, nenhum outro liquido ou solido (.....) • Segundo semestre de vida: Alimentação complementar. Oferta de novos alimentos. Progressão de consistência da dieta. • 10º a 12º mês de vida: Alimentação modificada com formas de preparo e qualidade semelhantes a alimentação consumida pela família. • A mãe necessita se alimentar bem, se hidratar bem. É muito importante a cumplicidade da família para o desenvolvimento do bebê e para a mãe. • O leite materno tem muitos benefícios, previne muitas doenças, não tem custo, já está pronto, faz um vínculo de mãe e criança Aleitamento materno exclusivo: Quando a criança recebe somente leite materno, diretamente da mama, ou leite humano ordenhado, e nenhum outro líquido ou sólido, com possível exceção de medicamentos, ou seja, toda a energia e todos os nutrientes são fornecidos pelo leite humano. Até o sexto mês de vida. Aleitamento materno: O incentivo e o apoio ao aleitamento materno devem ocorrer no pré- natal, na sala de parto, no alojamento conjunto e após alta hospitalar, bem como nas unidades de alto risco que atendam o recém-nascido. O leite humano atende perfeitamente às necessidades dos lactentes, sendo, muito mais do que um conjunto de nutrientes, um alimento vivo e dinâmico por conter substâncias com atividades protetoras e imunomoduladoras. Ele não apenas proporciona proteção contra infecções e alergias como também estimula o desenvolvimento do sistema imunológico e a maturação do sistema digestório e neurológico. Dez passos para o sucesso do aleitamento materno: • Ter uma norma escrita sobre aleitamento, que deveria ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde. • Treinar toda a equipe de saúde, capacitando-a para implementar essa norma. • Informar todas as gestantes sobre vantagens e o manejo do aleitamento • Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento • Mostrar ás mães como amamentar e manter a lactação mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos. • Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico. • Praticar o alojamento conjunto – ou seja, permitir que mães e bebês permaneçam juntos – 24 horas por dia. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • Encorajar o aleitamento sob livre demanda. • Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio. • Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, aos quais as mães deverão ser encaminhadas por ocasião da alta do hospital ou ambulatório Reflexos primitivos do recém-nascido: • Ao nascer, a criança é movida por reflexos que asseguram sua sobrevivência • O reflexo de buscar (procura) • Reflexo de sucção Como a criança mama? A boca da criança deve pera a auréola mamaria e o bico deve estar no palato mole. Boca de peixinho, lábios para fora. Não é para fazer covinhas, e nem barulho. Contato pele-pele. Bunda do bebê apoiada. Pega a teta por baixo para não comprimir os ductos mamários. O primeiro aleitamento deve ser realizado na sala de parto na primeira hora de vida. O ideal é não deixar a criança chorar para mamar, e sim dar o peito logo que observar que o bebê está procurando alimento. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Contra indicações da amamentação: Mãe HIV positiva, mãe com vírus HTLV 1 e 2, mãe com doença de chagas na fase aguda principalmente se a mãe tem fissura mamaria, Hepatite A (com sangramento mamário). Uso de alguns medicamentos indicados no site do ministério. Álcool pode ser até 0,05g de álcool por dia (não é muito indicado), o álcool pode causar depressão no sistema nervoso do bebê. Cuidado com as fórmulas prontas, pois não é igual ao leite materno e tem muito carboidrato podendo causar obesidade. O leite materno pode ser congelado por 15 dias, e deve ser descongelado em banho maria para não alterar suas propriedades. Recipiente de vidro estéril, com data e hora. Não é recomendado o uso de mamadeiras, o leite deve ser dado na colher ou no copinho para não facilitar e o bebê desmamar. O bebê quando mama na teta tem o desenvolvimento dos músculos faciais, o que ajuda no desenvolvimento da respiração e da fala. A mamadeira não faz isso. Após o sexto mês de vida: A partir do sexto mês de vida, deve-se introduzir a alimentação complementar, mantendo-se o aleitamento materno até os 2 anos de idade ou mais. Com o crescimento acelerado do primeiro ano de vida, os requerimentos de ferro e zinco aumentam muito além do que o leite materno costuma oferecer. Cerca de 50 a 70% do zinco e 70 a 80% do ferro, deverá vir de fontes complementares por meio da alimentação. A introdução da alimentação complementar deve ser gradual (com todos os nutrientes), sob a forma de papas (alimentação de transição), oferecida com a colher. A oferta excessiva de carboidratos (especialmente os simples) e de lipídeos predispõe a doenças crônicas como obesidade e diabetes tipo 2. A introdução de certos alimentos potencialmente alergênicos, como ovo e peixe, pode ser realizada a partir do sexto mês de vida mesmo em crianças com história familiar de atopia. Os alimentos utilizados pela família (modificados ou simplesmente alimentos da família), devem ser oferecidos inicialmente (>6meses) em forma de papa, passando-se a apresentá-los em pequenos pedaços dos 9 aos 11 meses e, aos 12 meses, na mesma consistência com que são consumidos pela família. As frutas in natura, preferencialmente sob a forma de papa, devem ser oferecidas nesta idade, amassadas, sempre em colheradas, ou sucos. O tipo de fruta a ser oferecido terá de respeitar características regionais, custo, estação do ano e presença de fibras, lembrando que nenhuma fruta é contraindicada. A primeira papa principal deve ser oferecida a partir do sexto mês, no horário de almoço ou jantar, conforme o horário que a família estiver reunida, completando-se a refeição com o leite materno até que a criança se mostre saciada apenas com a papa. A segunda papa principal será oferecida a partir do sétimo mês de vida. Os grupos de alimentos e o número de porções/dia para crianças de 6 a 11 meses, segundo a pirâmide de alimentos. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • Cereais ou tubérculos. • Leguminosas. • Carne ou ovo. • Hortaliças (verduras e legumes). • Óleo vegetal. Em média, são necessárias de 8 a 15 exposições ao alimento para que ele seja plenamente aceito pela criança. É importante oferecer água potável a partir da introdução da alimentação complementar porque os alimentos dados ao lactente apresentam maior quantidade de proteínas por grama emaior quantidade de sais, o que causa sobrecarga de solutos para os rins, que deve ser compensada pela maior oferta de água. A excessiva ingestão de sódio por lactentes está associada com o desenvolvimento de hipertensão arterial. O sal não deve ser adicionado às papas, sendo suficiente o conteúdo de sódio intrínseco aos alimentos utilizados no preparo. Alimento: Deve ser introduzido depois dos 6 meses (papa principal) • A criança só aprende a gostar de algum sabor depois de provar cerda de 9 a 15 vezes. • Deve ser introduzido todos os tipos de alimento nos primeiros anos de vida. • Não pode por sal e nem açúcar nos alimentos das crianças. • Não pode dar mel, devido ao risco de botulismo • Alergias serão descobertas, não se restringe nenhum alimento previamente • Os alimentos devem ser naturais • Existe um método que agora indica que junto com a papa deve se dar alguns pedacinhos para o bebê ser estimulado a pegar e comer ludicamente. • Se os pais forem veganos/ vegetarianos se recomenda um acompanhamento nutricional devido a falta de nutrientes. • Não pode bater no liquidificador, a comida não pode ser liquida. Tem que ser em forma de papinha e sempre separado para estimular o paladar do bebê. • A fruta é bom deixar ele ver e mexer na fruta inteira e depois dar em forma de papa. • Os engrossastes não devem ser dados para os bebês, pois possuem muito carboidrato e deixa a criança obesa. Só é indicado para crianças com graus de desnutrição, porém monitorado em uma concentração de 3% de carboidrato, ou de açúcar em 5%. Somente em situações especiais. • As papinhas devem ter uma progressão na consistência para estimular a mastigação até chegar em 9/10 meses comendo a comida em sua forma normal (comida de panela) • Evitar o suco até o primeiro ano, é melhor em papa • Água somente após os 6 meses, em baixíssima quantidade • Família reunida durante a alimentação, com rotina e atenção 100% no bebê. • A segunda papa começa a partir do 7 mês de vida, contendo um alimento de cada grupo. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 ATUALIZAÇÃO DO CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA: PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZÇÃO Até o primeiro ano de vida o sistema imunológico não tem alta memoria então toma vacinas diversas vezes como forma de prevenção e após o primeiro ano começa a tomar as doses de repouso para poder criar memória. Conceitos importantes: Vacinas Inativadas: com patógenos mortos. Ex. hepatite B, tetravalente (DTP/Hib), pentavalente, pneumocócica, meningocócica, VIP, hepatite A, DTP, dT, influenza, HPV Vacinas Atenuadas: com patógenos vivos. Não pode ser usado em pacientes imunossuprimidos. Ex. BCG, rotavírus, poliomielite oral, febre amarela, tríplice viral, varicela Vacinas Combinadas: contém antígenos diferentes. Ex. a vacina tríplice viral - contra o sarampo, caxumba e rubéola - e a vacina tríplice bacteriana - contra difteria, tétano e coqueluche Vacinas Conjugadas: são aquelas em que um produto imunologicamente menos potente, por exemplo, um polissacarídeo, é juntado a um outro produto imunologicamente mais potente, por exemplo, uma proteína, com o objetivo de aumentar sua capacidade imunogênica (vacinas conjugadas contra o hemófilos, contra o pneumococo e contra o meningococo C). BCG: Doença evitada: formas graves de tuberculose Composição: bacilos vivos de cepa de Mycobacterium bovis com virulência atenuada (bacilo Calmette-Guérin) Contraindicações: Imunodeficiência congênita ou adquirida; Neoplasias malignas; Tratamento com corticoides em dose elevada ou submetidas a outras terapias imunodepressoras; grávidas; peso inferior a 2kg Precauções: 3 meses após tratamento de imunossupressão Via de administração: intradérmica SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Esquema vacinal: dose única, ao nascimento ou na 1ª visita à unidade de saúde. Não revacinar. Eventos adversos: • Lesões locais e regionais mais frequentes: a) úlcera com diâmetro maior que 1cm (não cicatrização até 12 semanas = isoniazida); b) abscesso subcutâneo frio (isoniazida); c) abscesso subcutâneo quente (antibiótico para processo infeccioso agudo); d) linfadenopatia regional supurada (isoniazida) ou não supurada (acompanhar); e) cicatriz quelóide (expectar); f) reação lupóide (esquema tríplice). • Lesões resultantes de disseminação: Podem ser localizadas ou generalizadas e sua incidência é bastante rara. a) lesões localizadas • em pele; • osteoarticulares; • em linfonodos; • em um único órgão. b) lesões generalizadas, acometendo mais de um órgão. Hepatite B: É dada nas primeiras 12 horas de vida Doença evitada: Hepatite B Composição: vacina produzida por tecnologia de DNA recombinante. Inserção do plasmídeo contendo o gene para o HbsAg no interior de leveduras. As células do levedo produzem, então, o antígeno recombinante de superfície que é purificado por vários métodos físico-químicos. Contraindicação: anafilixia prévia a qualquer componente da vacina. Púrpura trombocitopênica pós-vacinal. Precauções: Na ocorrência de doenças agudas febris moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. Via de aministração: intramuscular Esquema vacinal: 04 doses (0,2,4 e 6). • RN prematuro com idade gestacional menor de 33 semanas ou peso menor que 2000 g: 4 doses com esquema 0-2-4 e 6 meses. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Pentavalente (DTP/Hib e hepatite B) Doença evitadas: difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções por Haemophilus influenza tipo B, hepatite B. Composição: Inativada. Toxóide diftérico purificado, toxóide tetânico purificado, suspensão de células inteiras de Bordetella pertussis inativada + polissacarídeo capsular de Haemophilus influenzae conjugado com toxóide tetânico (carreador protéico) e hepatite B. Contraindicações: Reação anafilática ou encefalopatia aguda grave subsequente à aplicação da vacina. Convulsão febril e afebril nas primeiras 72 h após vacinação. (fazer DTPa). Síndrome hipotônica hiporresponsiva, nas primeiras 48h após vacinação. (fazer DTPa). Após completar 7 anos de idade. (fazer dT). Precauções: Doenças agudas febris moderadas ou graves: adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. Portadores de doenças neurológicas crônicas e com risco de descompensação devido à febre, tais como cardiopatias e pneumopatias graves (fazer DTPa). Recém-nascidos prematuros <31 semanas ou < 1.000g (fazer DTPa) , na 1ª dose de tetravalente ou enquanto permanecer internado na unidade neonatal. Vias de administração: intramuscular Esquema vacinal: 03 doses (2,4 e 6 meses). • Reforços: 1º: aos 15 meses (6 meses a 1 ano após a 3ª dose) -> DTP. 2º: aos 05 anos (entre 4 e 6 anos de vida) -> DTP Eventos adversos: • Manifestações locais: vermelhidão, calor, endurecimento e edema, acompanhados ou não de dor, pouco intensos e restritos ao local da aplicação, nódulo indolor no local na injeção, abscessos. • Manifestações sistêmicas: o Febre (investigar outras causas) o Sonolência o Vômitos o Choro persistente o Anorexia o Episódio Hipotônico-Hiporresponsivo (EHH) – completar esquema com DTPa o Convulsão – completar esquema com DTPa o Encefalopatia – completar esquema com dupla infantil (DT) o Reações de hipersensibilidade (anafilaxia, alterações cutâneas o Apnéia Rotavírus (VORH) Doença evitada: diarreia por rotavírus Composição: vírus isolados de humanos e atenuados Contraindicações: imunodeficiência; alergia grave; doença do TG SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Precaução:Doença aguda febril moderada a grave; Crianças filhas de mãe soropositiva para HIV podem ser vacinadas desde que não haja sinais clínicos ou laboratoriaisde imunodepressão; Vômitos e diarréia: a criança com quadro de diarréia leve sem desidratação pode ser vacinada. Crianças com quadro de gastroenterite e vômitos devem ter a vacinação adiada; Em casos de regurgitação, não revacinar. Via de administração: oral Esquema vacinal: 2 doses (2 e 4 meses) Observação: A vacina está licenciada para ser administrada nas seguintes faixas etárias: • 1ª dose: entre 1 mês e 15 dias e 3 meses e 15 dias • 2ª dose: entre 3 meses e 15 dias e 7 meses e 29 dias • Fora desses prazos a vacina é congtraindicada Eventos adversos: Manifestação sistêmica: febre, tosse, coriza, diarreia, vômitos, irritabilidade, perda de apetite. Invaginação intestinal Poliomielite: Doença evitada: poliomielite ou paralisia infantil Composição: vírus atenuados contendo os dois tipos de poliovírus 1 e 3: VOP ou Sabin. Vírus morto, contendeo os três tipos de poliovírus 1, 2 e 3: VIP ou Salk Contraindicação: Imunodeficiência; Alergia tipo anafilática a antibióticos contidos na vacina (neomicina, polimixina e estreptomicina); Pólio vacinal associada à dose anterior. Obs.: Diarréia e vômitos não constituem contra-indicações. Idealmente deve-se adiar a vacinação ou repetir a dose após quatro semanas Precauções: Infecção por HIV (a vacina recomendada é a pólio inativada - VIP); Devido à possibilidade de disseminação do vírus vacinal, a VOP não deve ser administrada a crianças que têm um imunocomprometido na família; Gestantes (quando necessário administrar VIP); Doenças agudas febris moderadas ou graves. Vias de administração:injetável (VIP) e oral (VOP), dependendo da faixa atária. Esquema vacinal: 3 doses de VIP, VOP aos 15 meses e com 4 anos. Campanhas de vacinação anuais a partir de 1 ano de vida (VOP) Eventos adversos: Poliomielite aguda associada com a vacina; Meningite asséptica e encefalite (em raras ocasiões, particularmente em crianças imunodeficientes); Reação de hipersensibilidade: raramente pode ocorrer reação de hipersensibilidade de intensidade leve aos componentes da vacina: urticária, exantema pruriginoso. Febre amarela: Doença evitada: febre amarela Composição: vírus vivo atenuado, cultivados em ovos embrionados de galinha Contraindicações: Crianças com menos de 6 meses de idade; Imunodeficiência; Gestante; Reações anafiláticas relacionadas a ovo de galinha e seus derivados ou a outras substâncias SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 presentes na vacina (ver composição); Indivíduos com doenças autoimunes, doenças neurológicas ou outros problemas de saúde crônicos - avaliar caso a caso. Precauções: Mulheres que estão amamentando devem ter a vacinação adiada até a criança completar seis meses de idade; Indivíduos soropositivos para HIV, em regiões de médio e alto risco para a febre amarela - avaliar vacinação, levando-se em conta sua contagem de CD4 e carga viral; Doenças agudas febris moderadas ou graves. Via de administração: subcutânea Esquema vacinal: dose inicial aos 9 meses. Reforço com 4 anos de vida. Eventos adversos: • Manifestações locais: dor no local de aplicação, edema e/ou vermelhidão. • Manifestações sistêmicas: o Manifestações gerais: febre, cefaléia e mialgia. o Reações de hipersensibilidade: raros casos de erupção cutânea, urticária, broncoespasmo e reações anafiláticas. o Manifestações neurológicas: encefalite (7 a 21 dias após), meningite asséptica. o Doença viscerotrópica aguda. Tríplice viral (SCR): Doenças evitadas: sarampo, caxumba e rubéola Composição: vacina combinada, vírus atenuado Contraindicação: Anafilaxia à dose anterior da vacina; Grávidas não devem ser vacinadas, pelo risco teórico de causar danos ao feto; Recomenda-se que a gravidez seja evitada por 30 dias após a administração da vacina; Imunodeficiência congênita ou adquirida. • Uso de corticosteróides em doses imunossupressoras: vacinação com intervalo de pelo menos 01 mês após a suspensão da droga. • Quimioterapia imunossupressora: vacinação 03 meses após a suspensão do tratamento. • Transplantados de medula óssea: vacinar com intervalo de 02 anos após o transplante. Precauções: Doenças agudas febris moderadas ou graves; Após uso de imunoglobulina, sangue e derivados , a vacinação deverá ser adiada por pelo menos 03 meses devido ao possível prejuízo na resposta imunológica. Via de administração: subcutânea Esquema vacinal: • 1ª dose aos 12 meses. • 2ª dose aos 15 meses (combinada a vacina contra a varicela) Eventos adversos: • Manifestações locais: edema e/ou vermelhidão, ardência de curta duração,eritema, dor, enduração e linfadenopatia regional, nódulo ou pápula com rubor, abscesso. • Manifestações sistêmicas: o Manifestações gerais: SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 a) Febre (entre o 5º e o 12º dia). b) Cefaléia , irritabilidade, discreta elevação da temperatura, conjuntivite e/ou manifestações catarrais (entre o 5º e o 12º dia). c) Exantema de extensão variável (ocorre do 7º ao 14º dia após vacinação) d) Linfadenopatia (do 7º ao 21º dia). o Manifestações do sistema nervoso: meningite (caxumba), encefalite (sarampo e caxumba). Púrpura trombocitopênica (sarampo/rubéola) Artralgia e/ou artrite Parotidite, pancreatite, orquite e ooforite (raras) Reações de hipersensibilidade: urticária no local da aplicação, reações anafiláticas (raras). Pneumocócica 10 valente: Doenças evitadas: pneumonia, otite, meningite e outras infecções causadas pelos 10 sorotipos de pneumococo contidos na vacina. Composição: constituída por 10 (dez) sorotipos de pneumococos (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F) e conjugada com a proteína D de Haemophilus influenzae para oito de seus sorotipos (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14 e 23F) e carreadores de toxóide diftérico (DT) para o sorotipo 19F e de toxóide tetânico (TT ou T) para o sorotipo 18C. Contraindicações: Hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da vacina (ver composição). Precauções: Na ocorrência de doenças agudas febris moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença; Recomenda-se priorizar a vacinação contra a FA em áreas de potencial risco e adiar a vacinação da pneumocócica 10v, respeitando-se o intervalo de 30 dias após a administração da FA. Vias de administração: intramuscular Esquema vacinal: 2 doses (aos 2 e 4 meses). Uma dose de reforço aos 12 meses. Obs: A administração profilática de antipiréticos antes ou imediatamente após a administração da vacina pode reduzir a resposta imune às vacinas pneumocócicas, porém a relevância clínica dessa observação continua desconhecida. Meningocócica C: Doenças evitadas: infecções graves (meningite, septicemia) provocadas pela bactéria Neisseria meningitidis do sorogrupo C. Composição: oligossacarídeo do meningocócico C conjugado com proteína CRM197 de Corynebacterium diphteriae. Contraindicação: Hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da vacina (ver composição). SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Precauções: Doenças agudas febris moderadas ou graves: adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença; Recomenda-se priorizar a vacinação contra a FA em áreas de potencial risco e adiar a vacinação da meningocócica C, respeitando-se o intervalo de 30 dias após a administração da FA. Via de administração: intramuscular Esquema vacinal: 2 doses (aos 3 e 5 meses). Dose de reforço com 12 meses e aos 11 anos. Eventos adversos: • Manifestações locais: rubor, edema, endurecimento e hipersensibilidade/dor. • Manifestações sistêmicas: Em crianças menores: febre, choro, irritabilidade, sonolência ou comprometimento do sono, anorexia, diarréia e vômitos. Em adultos os eventos adversos mais relatados foram: vertigem, febre, cefaléia, náuseas,vômitos, desmaios, mialgia e artralgia. Contra HPV: Causador 80% casos de câncer de colo de útero ( cervical e genital) Papiloma vírus humano ( Doença Sexualmente Transmissível) Quadrivalente ( 6/11/16/18), 6 e 11= verrugas genitais Meninas a partir dos 9 anos até os 14 anos e meninos dos 11 anos aos 14 anos. Calendário Nacional de Vacinação : 0/6meses. Hepatite A: Transmissão fecal- oral Baixas condições de saneamento básico Sintomas inespecíficos, semelhantes a quadros de IVAS, alguns casos desenvolvem acolia fecal e colúria Vacina inativada • 1 dose, a primeira com 1 ano de vida até 1 ano e 11 meses e 29 dias • São Paulo: a partir de setembro de 2012 • após contato: vacina ou imunoglobulina (até 2 semanas) Varicela: Reforço com 4 anos Vírus vivo atenuado. Aplicar nos 3 ou 5 primeiros dias após contato com a doença. Combinada à tríplice viral (15 meses). Influenza: Vacina inativada SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Campanha anual Esquema: • Para as crianças não indígenas de 6 (seis) meses a menores de 6 (seis) anos de idade (cinco anos, 11 meses e 29 dias). • Para as crianças indígenas de 6 (seis) meses a 8 (oito) anos, que estarão recebendo a vacina pela primeira vez: administrar 2 (duas) doses, com intervalo de 30 dias entre as doses. • Para pessoas a partir de 9 (nove) anos: administrar 1 (uma) dose. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Crescimento e desenvolvimento São termos difíceis de serem definidos isoladamente, embora não sejam sinônimos, correspondem a fenômenos intimamente ligados. São coisas muito importantes na parte pediátrica, qualquer alteração descoberta cedo é melhor para a criança. Crescimento: ganho corpóreo, peso, altura, perímetro ... Desenvolvimento: aquisições cognitivas, habilidades, progressão, motricidade .... Uma coisa está ligada a outra. Uma criança que não é bem nutrida tem menor crescimento e consequentemente menor desenvolvimento. Ao mesmo tempo que crianças que vivem em locais que alteram seu desenvolvimento pode levar a um déficit de crescimento. Crescer: Aumentar em volume, grandeza ou extensão; aumentar em estatura ou altura; aumentar em intensidade; força; aumentar em número ou em quantidade; nascer e desenvolver-se; desenvolver—se (em certo estado ou condição); aumentar, desenvolver(-se). Desenvolver: fazer crescer; fazer que progrida, aumente, melhore, se adiante; tornar-se maior ou mais forte, crescer; progredir intelectualmente.” O crescimento biológico se da durante toda a sua existência. A pediatria acompanha, pelo menos durante certo período (nascimento – adolescência). É onde mais se tem o crescimento. O primeiro ano de vida é o ano de grandes ápices de crescimento, o ano mais importante Esta muito associado ao ambiente O desenvolvimento pode ser dimensionado através de testes Crescimento: aumento físico do corpo, como um todo ou em partes, podendo ser medido em centímetros ou em gramas; traduz o aumento do tamanho da célula (hipertrofia) e o aumento de seu número (hiperplasia). Desenvolvimento: aumento da capacidade do indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas, algumas vezes o desenvolvimento só pode ser dimensionado através de testes específicos (controle neuromuscular, destreza e traços do caráter). Algumas vezes os termos maturação e diferenciação são usados como sinônimos de desenvolvimento Crescimento: pode-se quantificar, através de medidas antropométricas • Representa o desenvolvimento físico; • É expressão da hiperplasia e hipertrofia celulares; • É quantitativo: avaliação do peso e altura da criança; • Um dos indicadores de saúde mais importantes da criança. Desenvolvimento: é mais difícil, é qualitativo. Se verifica pela fase cognitiva • Capacidade de uma criança de realizar tarefas cada vez mais complexas (novas habilidades); • Corresponde a aquisição de novas habilidades; SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • É qualitativo: difícil de medir de forma objetiva. Uma criança pode crescer e não se desenvolver. Ex. síndrome de Down. O se desenvolver sem crescer. Ex. Acondroplasico. (deformidades) Postura fetal RN: ponto de vista neurológico ao nascimento a postura é fetal (mms e mmi fletidos) a medida que a criança vai tendo o desenvolvimento neuronal a criança vai estendendo os membros, começa a manter o tronco ereto e os membros esticados – muda para uma postura em extensão. Desenvolvimento neuronal – crânio caudal – pode variar em 1 ou 2 meses ... no pré maturo pode variar mais (idade corrigida – atrasa o tempo que nasceu antes) • Com 1 mês já levanta o queixo no primeiro mês – início do desenvolvimento neuronal • Com 2 meses já começa a firmar a parte cervical • Com 6 meses já se senta apoiada a uma estrutura, já alcança objetos • Com 7 meses já se senta sozinha • Com 9 começa a ficar em pé com apoio • Com 10 meses engatinha • Com 11 meses começa a andar com ajuda • Com 13 meses sobe degrau • Com 14 meses fica em pé sozinho • Com 15 já anda sozinho • Com 2 anos brinca sozinho • Com 3 anos já desenha • Com 4 anos conta ou inventa pequenas histórias Crescimento: tem vários fatores associados; fatores ambientais ... nos primeiros 5 anos de vida é o que mais interfere no crescimento. Alimentação (calorias, proteínas, glicídios, lipídeos, agua, vitamina, sais), prevenção de doenças, saneamento básico, higiene, ambiente (oxigênio, condições geofísicas, socioeconômicas, urbanização, interação, ambiente hostil, de negligencia, exercícios físicos...).. tempo de sono, tempo de tela (celular, tv....). já tem trabalhos que mostram que de 0-2 anos a criança deve ter zero de tela, pois atrapalha o desenvolvimento. De 2-5 anos no máximo 1 hora por dia. De 5 em diante no max 2 horas. o tempo excessivo de tela pode causar deficts no desenvolvimento cognitivo. Componentes genéticos, etnia só é considerado após os 5 anos, antes disso qualquer defict no crescimento é alimentação e ambiente. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 No intra-utero os fatores ambientais também são importantes. Por isso é necessário o pré-natal e os cuidados com a mãe. O primeiro trimestre de gravidez é muito importante para o crescimento do feto. O período pré-natal: • Embrionário: 1º trimestre gestacional • Fetal precoce: 2º trimestre gestacional • Fetal tardio: 3º trimestre gestacional O período pôs natal • Neonatal – 0 a 28 dias • Lactente – 29 dias a 2 anos – fase mais importante • Pré-escolar – 2 a 6 anos • Escolar – 6 a 10 anos Tipos de crescimento: • Crescimento geral: Altura e peso - observar as curvas pediátricas • Crescimento neuronal: SNC e sua mielinização • Crescimento linfoide: pico em torno dos 10 anos. Imunidade (timo, gland. Linfáticas, amígdalas, adenoides e folículos linfoides intestinais) • Crescimento genital: a partir dos 9 anos (9-12 meninas / 12-14 meninos) Peso: a criança perde um pouco de peso ao nascimento (o bebê nasce inchado por causa dos hormônios da mãe e após um tempo perde isso de 10 % do peso do nascimento) perda fisiológica do peso. É aceito como pontos de referência o 5º e o 12º mês de vida. Quando a criança dobra e triplica respectivamente seu peso de nascimento, a partir do segundo ano de vida o ganho médio é de 2 kg por ano até alcançar o 8º ano de vida. Em torno do quinto mês de vida a criança geralmente duplica o peso de nascimento. Se não tiver isso deve-se observar o motivo (falta de nutriente, maus tratos, doenças ....) • No primeiro ano ela triplica o peso de nascimento. • A partir do segundo ano de vida um ganho de 2kg por ano até alcançar os oito anos de vida. • No primeiro mês ganha 30g por dia • No primeiro trimestre ganha cerda de 700g/mês • No segungo trimestre: ganha cerca de 600gr/mês • No terceiro: 500gr/mês • No quarto: 400gr/mês • No quinto: o dobro do peso ao nascer• 3 a 11 anos: multiplica a idade por 2 e soma 8 Estatura: no primeiro ano a criança cresce cerca de 50% da estatura inicial. Aos 4 anos ela deve ter me média 1 metro. O pré escolar cresce me média 6 cm por ano. Puberdade 8-12 cm/ano. Regrinha: idade-3 X 6+95 Crescimento normal: • 1º ano = 25cm (0-6m=15cm; 6-12m=10cm) SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • 2 - 6anos = 6-7cm/ano (4 anos = 1metro) • 6 - 12anos = 4 – 6cm/ano • Puberdade = 8 – 12cm/ano • Estatura (cm) = (idade – 3) X 6 + 95 ( 3- 11 anos) Perímetro cefálico: a cabeça vai diminuindo, a relação mms e mmi vai se igualando, • 6 cm nos primeiros 3 meses – 2cm/mês • 3cm dos 3-6meses – 1 cm/ mês • 3cm dos 6 – 12 meses – 0,5 cm/mês • 1 ano – 12 cm • 2 anos – 47,5 cm • 3 anos – 49 cm Pontos para medir o perímetro: protuberância occiptal e gabela Puberdade: • Momento critico no crescimento • Transição entre infância e idade adulta • Características: caracteres sexuais secundários (aumento do testículo, do pênis, pelos faciais,, axilares, pubianos // mamas, pelos pubianos), fertilidade, estirão do crescimento. • Fase onde ocorre muitos erros alimentares, tem que observar. Isso pode comprometer o ganho em vista puberal • Influenciada por fatores: genéticos, ambientais e socioeconômicos, nutricionais e de saúde • Eventos: andrenarca, diminuição da sensibilidade do gonadostato, gonadarca Meninas: 8 aos 13 anos • Aceleração na velocidade de crescimento, desenvolvimento sexual secundário (mamas, pelos – telarca e pubarca) após isso se tem a menarca. Meninos: 9 aos 14 anos • Aumento do testículo, pubarca, aumento peniano Critérios de Tanner: SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Após os 5 anos é importante verificar a estatura alvo dele (estatura dos pais) • Meninos: altura dos pais (mãe + pai) + 13 / 2 • Meninas: altura dos pais (mãe + pai) – 13/2 • Isso se foi tudo bem controlado – pode ter um erro de aproximadamente 5 cm Avaliação clínica do crescimento:Medidas de segmento inferior - SI (sínfise púbica até o chão), segmento superior - SS (estatura- segmento inferior), relação SS/SI, envergadura, perímetros cefálico e torácico. SS/SI = 1,7 ao nascimento; 1,3 aos 3anos; 1,0 após 7anos de idade. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Desenvolvimento neuropsicomotor na infância O crescimento está super associado ao desenvolvimento. E para saber se ela ta se desenvolvendo bem preciso saber o que ela precisa saber com tal idade. DNPM Cérebro humano: 100 bilhões de neurônios, Um número ainda maior de células gliais, Organizados em uma vasta rede de conexões sinápticas, estimadas em 100 trilhões, Regulados por genes específicos, mas que podem ser afetados por fatores ambientais, Crescimento e o desenvolvimento do cérebro: complexo As ligações neuronais vão se amadurecendo conforme o tempo É importante ver capa etapa Avaliação: Criança: ser em desenvolvimento Passa de uma etapa para a outra – tem que observar todas Cada uma em diferentes dados semióticos Exame neurológico: deve ser adequado para cada momento evolutivo Avaliação do DNPM: conhecimento de cada etapa Por que é importante? Aumento de crianças com atraso do desenvolvimento (sobrevida de prematuros extremos, diminuição da mortalidade infantil) Há evidências de quanto mais precoce o diagnóstico, e a intervenção, menor será o impacto na vida da criança Assistência preventiva: avaliação do desenvolvimento é essencial Crescimento X desenvolvimento Crescimento significa aumento físico do corpo, medido em centímetros ou gramas, ele traduz o aumento em tamanho e número de células SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 O desenvolvimento é a capacidade do ser de realizar funções cada vez mais complexas, ele corresponde a termos como maturação e diferenciação celular Desenvolvimento: processo complexo estrutural e funcional associado ao crescimento, maturação e aprendizagem. Processo qualitativo Como medir o desenvolvimento: algo que tem que tomar muito cuidado, pois tem muitas coisas que alteram Perímetro cefálico: Exame do crânio Crescimento de 12 cm em 12 meses Verificar o tamanho das fontanelas: anterior e posterior Realizar inspeção, palpação Monitorizar crescimento Observar curvas de crescimento no final. Maneiras de avaliar o desenvolvimento: Escalas História Exame neurológico ENE Não tem como ser medido diretamente Escala de Denver II Do nascimento aos 6 anos Triagem (não é teste de QI ou preditor para habilidades futuras) Interessante usar em: crianças aparentemente normais, quando há alguma suspeita de alterações e crianças em risco Compara a criança com outras da mesma idade Observar tabela no final: tabela 3 SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 História: História familiar História da gestação, do parto e do período neonatal História médica pós-natal Contexto social e familiar Marcos do desenvolvimento Idades chave RN Lactente 3, 6, 9,12, 18 e 24 meses Dos 3 aos 7 anos – ENE Após – avaliação das funções corticais superiores + desempenho escolar Marcos do desenvolvimento: 2 meses Observa um rosto. Segue objetos ultrapassando a linha média. Reage ao som. Vocaliza (emite sons que não o choro). Tem que estimular, falar om a criança para ela começar a aprender Eleva a cabeça e a mantém a 45º. Sorri. 4 meses Observa sua própria mão. Segue com o olhar até 180°. Emite sons em resposta. É capaz de manter um diálogo vocal com a mãe ou cuidadora. Grita. Sentada com apoio, sustenta a cabeça. Agarra um brinquedo quando colocado na sua mão. 6 meses Tenta alcançar um brinquedo. Procura objetos fora do alcance (segure um objeto que chame a atenção da criança, deixe-o cair. Observe se a criança procura pelo objeto na direção de sua queda). Volta-se para o som. Rola no leito. Inicia uma interação (Tenta chamar a atenção da mãe através do sorriso, vocalização, gestos, pedido de colo). 9 meses Transfere objetos de uma mão para outra. Pinça polegar-dedo. Balbucia. Senta sem apoio. Estranhamento (tem preferência por pessoas de seu convívio). Brinca de esconde-achou. 12 meses Bate palmas, dá adeus. Combina sílabas. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Fica em pé. Pinça completa (polpa-polpa). Segura o copo ou a mamadeira. 15 meses Primeiras palavras. Primeiros passos. É ativo e curioso. Avaliação neurológica: Atitude Tônus Reflexos primitivos Equilíbrio estático e dinâmico Coordenação apendicular (dos membros) Funções cerebrais superiores Desenvolvimento no primeiro ano de vida: Estreita relação entre funções que aparecem e desaparecem com evolução estrutural do SNC (crânio-caudal) Funções mais elementares vão paulatinamente sendo substituídas por funções hierarquicamente superiores Manifestações neurológicas: Permanentes: são constantes e praticamente não modificam. Ex. reflexos incondicionados e sensibilidades primitivas Reflexas transitórias: desaparecem com a evolução e somente reaparecem em situações patológicas. Ex. moro, magnus de Kleijen Evolutivas: manifestações reflexas automáticas que desaparecem com a evolução para dar lugar á mesma atividade, porem de caráter voluntario Ex. sucção, preensão, apoio plantar, marcha reflexar Recém-nascido: Tono/ reflexo profundo: hipertonia flexora dos 4 membros, hipotonia axial e hiper reflexia profunda Reflexos primitivos: todos estão presentes no RN a termo Funções cerebrais superiores: pode seguir objetos com os olhos, modulação sensitivo- sensorial, iniciando a corticalização SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Reflexos primitivos do RN: Marca do funcionamento cerebral subcortical Fisiológicos nosprimeiros meses e após isso patológico Recém-nascido: Sistema inferior (extrapiramidal): maturação precoce e ascendente, inicia na 24ª semana, responsável pelo tônus postural e reflexos arcaicos Sistema superior (piramidal): maturação mais tardia e descendente, responsável pela motricidade SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Idade corrigida: Lembrar que em bebês que nasceram prematuros, devemos utilizar a idade corrigida até os 2 anos de idade 40 semanas – IG 3 meses: Tono/ reflexos profundos: iniciando hipotonia fisiológica Reflexos primitivos: presentes: sucção, moro, mão-boca, preensão palmar, preensão plantar, cutâneo-plantar extensor. Desaparecem: marcha rflexa, apoio plantar, reptação, tonico-cervical assimétrico Equilíbrio estático: firma o pescoço Equilíbrio dinâmico: movimenta a cabeça Coordenação apendicular: junta as duas mãos na linha média Funções cerebrais superiores (audição/linguagem/gnosias): fixa o olhar, sorri socialmente, atende ao som com procura da fonte emissora e usa vogais (gorjeio) 6 meses: Tono reflexos profundos: hipotonia fisiológica importante e reflexos profundos semelhantes ao adulto Reflexos primitivos: presentes: preensão plantar, cutâneo plantar extensor. Desaparecem: sucção, preensão plamar, moro, mão-boca. Equilíbrio estático: senta com apoio, iniciando sem apoio Equilíbrio dinâmico: muda de decúbito Coordenação apendicular: retira pano do rosto, preensão voluntaria Funções cerebrais superiores (audição/ linguagem/ gnosias): atende pelo nome, demonstra estranheza diante de desconhecidos, localiza o som lateralmente, usa vogais associadas a consoantes (lalação) 9 meses: Tono reflexos profundos: Hipotonia fisiológica em declínio Reflexos primitivos: presentes: preensão plantar e cutâneo plantar extensor em desaparecimento SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Equilíbrio estático: sneta sem apoio e fica na posição de engatinhar Equilíbrio dinâmico: engatinha e pode andar com apoio Coordenação apendicular: pega objetos em cada mão e troca, preensão manual de pinça superior em escada Funções cerebrais superiores (audição/ linguagem/ gnosias): localiza o som forma indireta para cima e para baixo. Palavras de silabas repetidas com significado (primeiras palavras) palavras-frase 12 meses: Tono reflexos profundos: semelhantes ao do adulto Reflexos primitivos: presentes: preensão plantar e cutâneo plantar extensor em desaparecimento Equilíbrio estático: Em pé com apoio Equilíbrio dinâmico: iniciando a marcha sem apoio Coordenação apendicular: Pinça superior individualizada Funções cerebrais superiores (audição/ linguagem/ gnosias): localiza a fonte sonora direto para baixo e indireto para cima, usa palavras corretamente e produz jargão Caminhar e falar Após 7 anos: Aperfeiçoamento de funções já existentes. Constituindo o aprendizado formal. Pode-se utilizar a avaliação das funções corticais (memória, orientação, gnosias, praxias e linguagem) e a performance escolar. Controle de esfíncter: 18 meses: controle vesical diurno iniciando 2 anos: controle vesical diurno em consolidação e iniciando o vesical noturno e anal 3 – 4 anos: controle vesical diurno e anal consolidados, vesical noturno em consolidação 5 anos: controle completo vesical e anal Sinais do desenvolvimento patológico: Manutenção dos reflexos arcaicos além do tempo Alterações do perímetro cefálico Não aquisição ou regressão dos marcos de desenvolvimento Atraso no DNPM: Etiologia: Genética (cromossômicas, EIM, malformações) Pré-natal (desnutrição, infecção, trauma) Perinatal (asfixia, tocotrauma) Pós-natal (infecção, desnutrição, TCE) Tipo: Predomínio motor (PC, hipotonia central, doenças neuromusculares e ortopédicas) Predomínio da linguagem (hipoacusia, autismo) Global (malformação, encefalopatias, cromossomopatias) SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Quando se fala de triagem neonatal se vê quais crianças tem a tendência a ter tal doença. Verificar quais as crianças de maior risco Período pré-natal: de 0 a 28 dias Caso clínico: ”Era uma menina de 4 anos de idade, que nasceu de parto normal a termo, chorou logo ao nascer, não teve icterícia neonatal e foi internada, em 1964, com uma história peculiar. Seus pais notaram que, aos 4 meses de idade, a criança era muito nervosa, se batia muito e não reconhecia os familiares. A paciente sustentou a cabeça com um ano de idade, sentou com 2 anos e 6 meses, andou com 3 anos e 8 meses, e até os 4 anos de idade não falava. Aos 8 meses de idade apresentou quadro dermatológico rotulado com eczema, e seus pais eram primos em segundo grau. Tem uma irmã de 2 anos que os pais descrevem como retardada. No exame físico, a paciente tem pele clara, olhos claros e cabelos castanhos. Perímetro craniano de 49 cm. Nítido retardo psíquico. Paciente hiperativa, colocando tudo na boca. Não fala e nem esboça palavras. Preensão em pinça. Marcha com base de sustentação alargada, sem desequilíbrios. Hiporreflexia profunda simétrica nos membros inferiores e nos membros superiores, os reflexos são difíceis de obter. Vamos exames foram realizados (fundos oculares normais, reações sorológicas para sífilis negativas, exame de LCR em punção suboccipital normal, eletroforese de proteínas do LCR normal, eletroforese de proteínas séricas normais, pneumoencelafograma normal, eletroencefalograma normal, biópsia cerebral do lobo frontal direito normal. Finalmente, procede-se à pesquisa de ácido fenilpirúvico na urina positiva, dosagens da fenilalanina, em cromatografia de alta voltagem de soro: 28,7 mg%, no LCR 29 mg% e na urina=73 mg%. Feito o diagnóstico de fenilcetonúria, também chamada oligofrenia fenilpirúvica” Histórico: c 1950 (EUA) Robert Guthrie – primeira metodologia em papel filtro c 1968 (OMS): princípios de Wilson-Jungner - dez princípios para orientar a triagem para doenças crônicas c 1973 (Brasil): plano nacional de estudos para detecção de EIM que podem levar à deficiência mental c 1976 (APAE DE SÃO PAULO): início pioneiro de TN no Brasil para fenilcetonúria (PKU) c Década de 1970 (Quebec): TN para hipotireoidismo congênito c Final de da década de 1970 (APAE DE SÃO PAULO): ampliou a TN com a detecção de hipotireoidismo congênito (HC) c 06/06/2001 (Brasil): Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) pela Portaria GM/MS nº 822 – meta 100% RN brasileiros triados pelo SUS. Pelo menos 1 SRTN por estado. Divididos por fases (PKU, HC, Hemoglobinopatias e Fibrose cística) SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 c 2013: Seminário de resultados do diagnóstico situacional do PNTN no MS (inclusão da hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e as triagens auditiva e ocular – triagem neonatal integrada) Programa nacional de triagem neonatal em 2001: tanto fenilcetonúria quanto hipotiroidismo congênito Triagem neonatal integrada: c Triagem Neonatal de má formação cardíaca c Triagem auditiva c Teste do olhinho: catarata congênita c Teste da linguinha: para formação do freio c Teste do pezinho: fibrose cística c Triagem neonatal biológica: colhida com papel de filtro c Necessidade de exames confirmatórios c Exames negativo NÃO exclui a doença. Na suspeita clinica deve-se investigar. Critérios para seleção de doenças para triagem neonatal: c Importante problema de saúde c Tratamento eficaz e a doença deve ser bem conhecida c Disponíveis instalações para diagnostico e tratamento c Fase precoce identificável c Deve existir um exame adequado c Exame aceitável pela população c História natural da doença bem conhecida c Deve haver política públicaestabelecida para tratamento c Custo detecção do caso (diagnóstico e tratamento) equilibrado aos gastos no cuidado integral c Pesquisa de casos novos deve ser um processo contínuo Profissionais envolvidos: c Obstetras (pré-natal) c Enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes de saúde c Motoristas e carteiros c Bioquímicos (laboratórios) c Serviço social e administrativo (busca ativa) c Pediatras c Equipe multidisciplinar dos SRTNs (ambulatório): pediatras, endócrino, hematologista, pneumologista, nutricionista, psicólogo, serviço social. A maioria das doenças são doenças crônicas então necessitam do acompanhamento de toda a equipe Coleta em papel filtro (teste do pezinho): c Coleta da primeira amostra entre 3º e 5º dias de vida. Pois aqui a criança já consumiu leite com proteína SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 c Coletada com técnica e materiais adequados c Dados cadastrais no cartão preenchidos adequadamente c Secagem da amostra deve obedecer as recomendações técnicas c Material armazenado adequadamente e transportado em recipientes fechados c Atenção aos tempos: O Idade no momento da coleta “screening window”: a seleção das das doenças rastreadas determina a idade ideal conforme analito analisado O Coleta até chegada do material ao laboratório O Tempo de realização do exame e liberação dos resultados pelo laboratório O Contato com a família pela Busca ativa O Realização do exame confirmatório O Idade no momento da consulta Cobertura de RN triados: c Antes do PNTN: 50% RNs triados – E com isso tinham muitos diagnósticos dados de maneira atrasada c 2002: 64,6 % c 2013: 84 % c 2017: 85,8 % Fenilcetonúria: c Doença causada pela deficiência de uma enzima chamada de fenilalanina hidroxilase, que degrada a fenilalanina sérica – sem essa enzima se tem um acúmulo disso podendo danificar o sistema nervoso. Essas crianças devem fazer uma dieta especial com diminuição de fenilalanina c Doença autossômica recessiva c Deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase c Elevação de fenilalanina e diminuição de tirosina SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 c Atraso de desenvolvimento, quadro convulsivo, quadro de espectro autista, eczema, pele e cabelos claros, hiperatividade, agitação psicomotora c Diagnostico: O Fenilalanina > 10 m/ dL (2 amostras seguidas) (VR 1-4 mg/dL) O Fenilalanina entre 4 -10 mg/dL – acompanhamento clinico O Falso negativo: coleta de PF com menos de 48 horas de vida c Tratamento: dieta restrita em fenilalanina e fórmula isenta para este aa c Com a TN, prevenção da deficiência intelectual c Síndrome da fenilcetonúria materna (defeitos cardíacos congênitos, microcefalia, RDIU, atraso de desenvolvimento) c O acompanhamento nutricional é a base do tratamento SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 c Classificação: Hipotiroidismo congênito: c Doença extremamente grave que pode levar ao atraso psicomotor c É dosado t4 e tsh livre c Hipotiroidismo primário: falha no t4 livre c Casos secundários e terciários também existem porem são menos comuns c 85% disgenesias, 15% defeito de síntese (autossômica recessiva) c Deficiência do hormônio tireoidiano c Atraso de desenvolvimento, mixedema, hipotônicas, macroglossia, rouquidão, telargia, livedo reticular (alteração da perfusão) c Diagnostico: O TSH em papel filtro O THS e T4 livre em soro O Falso negativo: elevação tardia do TSH O Maior número de reconvocados: coleta precoce (coleta de PF com menos de 48 horas de vida) c Tratamento: Levotiroxina sódica 10 -15 mcg/ Kg/ dia c Com a TN, prevenção da deficiência intelectual Hemoglobinopatias: c Doença falciforme (autossômica recessiva) c Produção da molécula anormal da hemoglobina (anemia, obstrução de vasos sanguíneos, dor e isquemia) c Crises de dor, hemólises, internações frequentes c Diagnostico: focalização isoelétrica e HPLC O Traço falciforme c Com a TN, melhora a qualidade de vida SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 c Referência: O Normal: O Doente falciforme: Fibrose cística: c Doença autossômica recessiva c Ausência ou diminuição de uma proteína de membrana no transporte iônico nas células epiteliais de VA, glândulas salivares/sudoríparas/ do pâncreas, intestino e aparelho locomotor – secreções espessas- obstrução de ductos glandulares c Muitas infecções e internações c Diagnostico: O IRT (tripsina imunorreativa) > 70mg/dL (2 amostras) O Teste do suor: tem um excesso de sódio c Com a TN, melhora da qualidade de vida. Pois tem um tratamento precoce c Uma das principais comorbidades é a desnutrição, o muco no pulmão pode causar muitas pneumonias Hiperplasia adrenal congênita: c Doença autossômica recessiva c Deficiência de uma das enzimas responsáveis pela síntese de cortisol (mais comum: deficiência da 21 hidroxilase) / mutações gene CYP21A2 c Desidrata o bebê, gera uma baixa nutrição c Forma clássica (perdedora de sal (70 – 75%) e virilizante simples) c Diagnostico: O 170H progesterona papel filtro elevada O 170H progesterona, androstenediona, cortisol, testosterona (soro) SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Deficiência de biotinidase: c Doença autossômica recessiva c A biotinidase catalisa a clivagem da biotina a partir de proteínas advindas da dieta ou reciclagem da biotina endógena (síntese de ácidos graxos, catabolismo aa, e glicogenólise) c Causa uma alteração no metabolismo celular c Forma total (< 10%) e parcial (10-30% atividade enzimática) c Atraso de desenvolvimento, letargia, hipotonia, convulsões, perda audição c Diagnóstico: - Atividade da Biotinidase (papel filtro e plasma): O >30% atividade (normal), entre 10 – 30% (parcial), < 10% (total) O BM c Tratamento: Biotina c Com a TN, prevenção da deficiência intelectual Espectrometria de massas (MS/MS): c Diagnóstico de dezenas de doenças c Não é feito pelo SUS c EIM (distúrbios catabolismo e transporte de aminoácidos, distúrbios do ciclo da uréia, distúrbios beta –oxidação de ácidos graxos, acidúrias orgânicas) c Estudo: diagnóstico clínico (42%) x diagnóstico neonatal por espectrometria (2% com sequelas graves de desenvolvimento) – mas a maioria dos casos foi confirmada pela análise de mutação genética (e não somente pela TN expandida) SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 PROBLEMAS CLÍNICOS COMUNS NO RN E NA CRIANÇA NA APS QUESTÕES CHAVE: • A oftalmia química é a conjuntivite mais frequente no recém-nascido (RN), sendo decorrente da realização do crede. • Os níveis séricos de bilirrubina relacionam-se com a intensidade da coloração amarelada da pele. • Se o RN apresenta icterícia visível até abaixo do umbigo, deve-se referenciá-lo para o serviço hospitalar. • A icterícia no RN pode ser tanto patológica quanto fisiológica, porém é mais fisiológica. • Na icterícia associada ao leite materno, não há necessidade de suspender o aleitamento. • O tratamento do granuloma umbilical com aplicação local de nitrato de prata a 75% pode ser feito em Unidade Básica de Saúde (UBS). Quando o umbigo não cicatriza direito e pode ser entrada de infecções • O uso de fraldas promove o aumento da temperatura e a umidade local, tornando a pele mais suscetível ao contato com fezes, urina e substâncias irritantes (sabão, detergentes, amaciantes, lenços umedecidos, entre outros). Tem que orientar devido a limpeza (lavar em vez de usar lencinho) e trocas constantes de fraldas. • O ingurgitamento unilateral ou bilateral das mamas do RN é resultante da estimulação por hormônios da mãe, que passam através da placenta para o sangue do bebê. Desaparece sem necessidade de tratamento. • Bebês em aleitamento materno exclusivo podem passar vários dias sem evacuar CASO CLÍNICO: Ana trouxeseu filho Paulinho para consulta com 14 dias de vida. Ela mudou-se para perto da unidade após o nascimento do filho. Ainda não tinha recebido a visita da equipe de saúde da família. Ana queixava-se de vários problemas. Paulinho mamava no peito, mas há 2 dias estava com “dificuldade para mamar”. Referia ainda que estava saindo uma secreção clara do umbigo, que havia caído há 5 dias. Estava também preocupada porque o menino passava até 3 dias sem evacuar. Era seu primeiro filho, o parto tinha sido normal, a termo. No exame, o médico verificou que a criança se apresentava corada e ictérica ++/4 até quase o umbigo. Estava ativa, ganhando peso adequadamente. Examinando a cavidade oral, verificou que apresentava placas esbranquiçadas na mucosa lateral em ambos os lados. No tórax, notou que as mamas apresentavam pequeno ingurgitamento e, no umbigo, identificou a presença de granuloma umbilical. A região das fraldas apresentava eritema intenso. CONJUNTIVITE: Do que se trata: Viral (mais comum nas crinças), bacteriana, alérgica (rinite), tóxica ou química Tipos: • Conjuntivite viral: lacrimejamento, edema palpebral, prurido intenso, hiperemia. Em geral, os sintomas e sinais variam de leves a moderados; em casos mais graves, pode- se pensar em infecção por herpes simples e varicela-zóster. Tem duração de 15 a 20 dias (adenovírus). SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • Conjuntivite bacteriana: ardor, prurido, hiperemia, secreção purulenta ou mucopurulenta e edema palpebral. Bactérias mais frequentes são: Haemophilus influenzae, pneumococos, Moraxella catarrhallis, estafilococos. • Conjuntivite alérgica: hiperemia leve, prurido intenso, lacrimejamento, edema palpebral. • Oftalmia química: credê com o nitrato de prata. Primeiros dias de vida. • Oftalmia gonocócica manifesta-se com olho vermelho, pus espesso nos olhos e edema palpebral. Entre o segundo e o quarto dia do nascimento. É considerada grave por levar à ulceração da córnea. A clamidiana ocorre entre o 5 o e o 12o dia de vida. Lacrimejamento: Nas crianças podem ocorrer a formação de bolsas devido ao acumulo de liquido lacrimal pelo mal funcionamento dos canais MONILÍASE ORAL: Causada por infecção por Candida albicans, caracterizada por placas irregulares com ou sem base eritematosa na superfície da mucosa bucal ou lingual. Pode estar restrita à cavidade oral ou disseminada, nos imunocomprometidos. Também conhecida como candidíase oral e “sapinho”. Pode interferir negativamente na amamentação pelo desconforto do contato do alimento/leite com as lesões durante a alimentação. Pode ser adquirida pelos RNs através do canal do parto. O uso de antibióticos, de protetores do seio materno durante a amamentação, alimentação artificial e de chupeta pode predispor ao aparecimento da monilíase. O diagnóstico é clínico. Diagnóstico diferencial: Partículas de leite na cavidade oral. Tem que passar a espátula para ver: se sair é leite, se tiver aderido é cândida SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 ICTERÍCIA NEONATAL: Icterícia= hiperbilirrubinemia, aumento da bilirrubina indireta (BI), com níveis maiores do que 1,3 a 1,5 mg/dL, ou da bilirrubina direta (BD) superior a 1,5 mg/dL, desde que esta represente mais do que 10% do valor da bilirrubina total (BT). Metabolismo da bilirrubina: sobrecarga de bilirrubina no hepatócito e a menor capacidade de captação, conjugação e excreção da bilirrubina. A icterícia torna-se visível a partir de níveis séricos de bilirrubina em torno de 5 a 6 mg/dL. A “icterícia fisiológica” reflete uma adaptação neonatal ao metabolismo da BI e tem início tardio, após 24 horas de vida. No RN a termo, o pico máximo é entre o terceiro e o quarto dia de vida (valor de BI em torno de 12 mg/dL), diminuindo na primeira semana de vida. No RN pré-termo, o pico máximo é entre o quarto e o sexto dia de vida (valores de BI em torno de 15 mg/dL), podendo se prolongar até o período que vai do 10o ao 15o dia de vida. A icterícia que tem início precoce (com menos de 24 horas de vida) decorre de um processo patológico, podendo alcançar concentrações elevadas de BI e ser lesiva ao cérebro, instalando- se o quadro de encefalopatia bilirrubínica denominada kernicterus. CUIDADOS COM O COTO UMBILICAL: Logo ao nascimento, o cordão umbilical, que forneceu fluxo vascular entre o feto e a placenta durante toda a gestação, é preso e cortado, formando um coto remanescente. O processo de mumificação do coto umbilical ocorre por trombose e contração dos vasos umbilicais, seguido de epitelização. Por volta da primeira semana de vida, o coto do cordão umbilical separa-se do neonato, formando uma cicatriz (comumente referida como umbigo). SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 O que fazer: • Anamnese o Questionar o responsável sobre a presença de odores atípicos na região, saída de secreções, presença de vermelhidão ou dor à manipulação do coto umbilical. • Exame físico o Inspeção e palpação do abdome do RN em busca de sinais flogísticos, herniações ou outras alterações. • Exames complementares o Normalmente não são necessários. Porém, caso haja sinais de infecção no coto umbilical, exames laboratoriais podem ser úteis para rastreamento de sepse. Em casos de suspeita de herniações, uma ultrassonografia abdominal pode ser necessária para identificar o conteúdo da hérnia. DERMATITE DE FRALDAS: É uma dermatite inflamatória frequente no primeiro ano de vida dos bebês, que atinge as áreas cobertas pelas fraldas. Infecção secundária: Candida albicans, podendo haver infecção bacteriana associada: Bacillus faecalis, Proteus, Pseudomonas, Staphylococcus, Streptococcus. Na infecção por Candida, há intensificação do eritema com pústulas (lesõessatélite) e descamação, não poupando as dobras. Em casos mais graves, podem surgir lesões vesículo-erosivo-ulcerativas, conhecidas como “dermatite de Jacquet”. “Dermatite das marés” - as lesões ocorrem nas margens das fraldas na área do abdome e das coxas (eritema em faixa), que resulta da fricção constante na borda das fraldas. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 INGURGITAMENTO MAMÁRIO: O ingurgitamento unilateral ou bilateral das mamas é resultante da estimulação por hormônios da mãe que passam através da placenta para o sangue do bebê. A manipulação da mama, com o objetivo de “espremer o leite de bruxa”, pode ser uma das causas das infecções mamárias no RN. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL: Eliminação de fezes duras, em cíbalos, na forma de seixos ou cilíndricas, com dificuldade ou dor para evacuar, eliminação esporádica de fezes muito volumosas que obstruem o vaso sanitário ou frequência de evacuações inferior a três por semana, exceto em crianças em aleitamento materno exclusivo. A constipação intestinal é o acometimento mais comum em gastrenterologia pediátrica. O pico de incidência ocorre na época de treino de banheiro. Ela pode alterar a qualidade de vida da criança e de sua família em razão do desconforto físico e das alterações do ponto de vista emocional e social que pode ocasionar. O mecanismo da constipação pode ser explicado assim: se o momento for inoportuno, o esfíncter anal externo e o músculo pubo retal se contraem com ação voluntária, o reto inicia o processo de acomodação do conteúdo, a estimulação dos receptores da mucosa diminui e a sensação de iminência da evacuação acaba (reação social normal vs. comportamento retentivo). Tipos: • Escape fecal ou soiling: perda involuntária de parcela de conteúdo fecal por portadores de constipação crônica, consequente a fezes impactadas no reto. • Escape fecal é facilmente caracterizado após o quarto ano de vida, isto é, após a aquisição do controle do esfíncter anal. • Nos lactentes: disquezia e a pseudoconstipação do lactente. • Disquezia (comum nos primeiros 6 meses de vida): consistena eliminação de fezes de consistência normal, antecedida por episódio de esforços, gemidos e choro, por 10 a 20 minutos. Acredita-se que seja decorrente da incapacidade temporária de coordenar o aumento da pressão abdominal com o relaxamento do assoalho pélvico no momento da evacuação. Esse distúrbio da defecação desaparece em algumas semanas, coincidindo com o desenvolvimento do lactente. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • Pseudoconstipação do lactente em aleitamento natural consiste na evacuação de fezes macias, em frequência menor do que três vezes por semana. • Crianças que mamam no peito e que apresentam dificuldade para evacuar com fezes endurecidas, volumosas e distensão abdominal intensa devem ser investigadas (megacólon congênito ou Doença de Hirschsprung). QUESTÕES: 1. É possível afirmar que Paulinho apresenta os seguintes diagnósticos, EXCETO: a) Ingurgitamento mamário b) Monilíase oral c) Icterícia neonatal d) Icterícia por incompatibilidade de Rh 2. As condutas adequadas para os diagnósticos apresentados por Paulinho seriam, EXCETO: a) Aplicação de nitrato de prata no coto umbilical b) Aplicação de nistatina na cavidade oral c) Utilização de supositório anal para estimular a evacuação d) Orientação de higiene adequada na troca de fraldas 3. É correto afirmar, EXCETO: a) A icterícia prolongada pode ser causada pelo leite materno b) O ingurgitamento mamário evolui após alguns meses sem necessidade de tratamento c) Crianças em aleitamento materno podem passar vários dias sem evacuar d) No tratamento da dermatite das fraldas, é fundamental o uso de antibióticos para evitar a sepse 4. Na consulta do RN na unidade de saúde, é importante, EXCETO: a) Verificar o modo como a criança faz a pega da mama b) Coletar sangue para dosar bilirrubinas c) Observar a região umbilical para detectar a presença de infecções d) Verificar a presença de secreção ocular SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 5.O referenciamento para o serviço hospitalar de referência está indicado quando: a) A icterícia neonatal na criança de 4 dias atinge a área abaixo do umbigo b) O bebê apresenta conjuntivite purulenta c) A criança apresenta dermatite das fraldas muito intensa d) O bebê apresenta oftalmia química pelo uso do credê SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 Diarreia na infância: Diarreia: Alteração do hábito intestinal relacionada aumento da freqüência e do volume das evacuações, com diminuição da consistência fecal. No lactente: O leite materno pode fazer a criança evacuar muito, porém é um padrão normal. Verificar sempre o “normal” da criança antes de avaliar. Tipos: • Diarreia aguda: Diarreia com duração igual ou inferior a 14 dias. Na maioria das vezes a etiologia é infecciosa. Autolimitada. Observar o grau de desidratação. É a mais comum • Diarreia persistente ou diarreia protraída: É a diarreia que se perpetua além de 14 dias, porém menor que 30 dias. Muito associada a intolerância a lactose. • Diarreia crônica: Diarreia de duração superior a 30 dias e decorre, geralmente, de problemas de má absorção intestinal. Não muito comum. • Disenteria: Eliminação de fezes sanguinolentas e com muco, volume variável, associada a tenesmo e urgência para defecar. Traduz clinicamente inflamação do cólon. Pode durar até 14 dias, indicando sinal de degradação da mucosa. Diarreia aguda: Epidemiologia: Uma das principais causas de mortalidade e morbidade nos países em desenvolvimento, especialmente entre as crianças < 6 meses e que não estão em aleitamento materno. Mortalidade por desidratação (antigamente era mais comum, depois da vacina do rotavírus se tornou mais raro) e causa morbidade por desnutrição. Etiologia: Bacteriana, viral, parasitas Virais: rotavírus, adenovírus entéricos, astrovírus, calicivírus (norovírus). Levam a diarreia por mecanismo de invasão e lesão do enterócito, levando à má absorção de dissacarídeos em gruas variados. São os principais causadores de diarreia na infância. Rotavírus: • É o maior causador de diarreia aguda em crianças < 2 anos • Período de incubação: 48-72 h. • Transmissão: Fecal-oral (lavagem de mãos é fundamental). É excretado nas fezes 2 a 3 dias antes e até 2 semanas após o término da doença clínica (sintomas). • Clínica: vômitos, febre seguidos de diarréia líquida e volumosa. • Duração: 2-8 dias. • Diagnóstico: Elisa de amostras fecais. Aglutinação em látex – menos sensível. • A criança precisa de muito liquido e de muita higienização Bacteriana: Escherichia coli: • E. coli = enterotoxigênica (ETEC), entero-hemorrágica (EHEC), enteropatogênica (EPEC), enteroinvasiva (EIEC). • ENTEROPATOGÊNICAS: Adere na mucosa. Não há lesão do enterócito, só há aderência da bactéria com produção de enterotoxinas. Por isto não existem pródromos. Vômito e febre são secundários à desidratação pela diarreia líquida e volumosa. SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • ENTEROINVASIVAS: Quanto mais profunda a invasão da mucosa pelo patógeno, mais intensos serão os sinais anteriores à diarreia (com febre antes da desidratação). Como sinal dessa invasão aparecem sangue nas fezes e piócitos. • Muito associada a alimentos contaminados ETEC: • Viajantes, lactente com desmame precoce • Intestino delgado, com liberação enterotoxinas secretoras, • Fezes liquidas, duração < 5 dias, sem febre. EPEC: • Lactentes • Delgado – aderência e apagamento da borda em escova das microvilosidades. – diarréia com fezes aquosas pode produzir DDC. EHEC: • Aderência e apagamento das vilosidades mucosa intestinal (cólon)e liberação de toxinas shiga com lesão mucosa. • Fortes dores abdominais, DDA com fezes aquosas até colite hemorrágica. • SHU (anemia hemolítica, plaquetopenia e insuficiência renal), colite hemorrágica. EIEC: • Invasão da mucosa intestinal (cólon). • Diarreia aquosa até disenteria. E. coli: Shigelose: • Cólon distal, diarréia aquosa até disenteria com tenesmo. Febre, convulsões. • Liberação toxina - shiga SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • SHU. Diarreia aguda causada por parasita: • E. hystolítica • Criptosporidium • G. Lamblia • Dientamoeba fragilis • Balantidium coli • Isospora beli • Microsporidium • Ciclosporidium Blastocystis hominis • Tricocefalíase • Ascaris • Ancylostoma • Tenia • Estrongilóise Diagnostico de doença diarreica aguda: Toda criança com diarreia deve ser classificada de acordo com o seu estado de hidratação, em: • Sem desidratação • Com algum grau de desidratação • Com desidratação grave Sem desidratação: • Aspecto: alerta • Circulação: < 3 segundos • Pulso: cheio • Elasticidade da pele: normal • Olhos: normais • Fontanela: normal • Mucosas: úmidas Algum grau de desidratação: • Aspecto: irritada, com sede • Circulação: 3-10 segundos • Pulso: Fino • Elasticidade da pele: diminuída • Olhos: fundos • Fontanela: deprimida • Mucosas: secas Desidratação grave: • Aspecto: deprimida, comatosa • Circulação (TEC): > 10 segundos • Pulso: impalpável SMC - Cassia Tatiana Valente 2020 • Elasticidade da pele: diminuída • Olhos: fundos • Fontanela: deprimida • Mucosas: secas Tratamento de doença diarreica aguda: • Prevenção e/ou tratamento da desidratação • Prevenção e/ou tratamento da desnutrição • Probiótico (inibem a adesividade dos enteropatógenos e melhoram digestão da lactose) • Antibioticoterapia quando necessário • Terapia de reidratação oral (TRO): o Composição da fórmula (SRO) preconizada pelo MS: ▪ Cloreto de sódio – 2,6 g/L ▪ Citrato trissódico diidratado – 2,9 g/L ▪ Cloreto de potássio – 1,5 g/L ▪ Glicose – 13,5 g/L ▪ Sódio – 75 mMol/L ▪ Cloro – 65 mMol/L ▪ Glicose – 75 mMol/L ▪ Citrato – 10 mMol/L ▪ Potássio - 20 mMol/L ▪ Osmolaridade – 245 mMol/L • Terapia de reidratação