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DNA, cromossomos e genoma – A vida depende da capacidade das células de armazenar, recuperar e traduzir as instruções genéticas necessárias para manter o organismo vivo. Essa informação hereditária é passada de uma célula às suas células- filhas durante a divisão celular, e de uma geração de um organismo a outra, por meio de células reprodutoras. Em todas as células vivas, essas instruções são armazenadas nos genes, os elementos que contêm a informação que determina as características de uma espécie como um todo, bem como as de um indivíduo. Os pesquisadores descobriram, ao estudar os fungos, que a informação genética consistia, principalmente, em instruções para a produção de proteínas. As proteínas são macromoléculas muito versáteis que realizam a maioria das funções celulares. Elas atuam como unidades fundamentais para as estruturas celulares e formam as enzimas, que catalisam a maioria das reações químicas das células. Elas também regulam a expressão gênica, permitem a comunicação intercelular e seu movimento. As propriedades e as funções de células e organismos são determinadas quase inteiramente pelas proteínas que elas produzem. 1. HISTÓRIA DO DNA Inicialmente, não se sabia ao certo qual biomolécula guardava nossas informações genéticas. Entre as opções, estavam o DNA, as proteínas, as vitaminas e as enzimas. Por ser uma molécula muito complexa, acreditava- se que podia ser a proteína que guardasse todo nosso material genético. Essa espantosa descoberta no Essa espantosa descoberta no entendimento dos processos celulares surgiu a partir de estudos de hereditariedade em bactérias Para que fosse descoberto foram feitos experimentos envolvendo bactérias letais, bactérias normais e ratos. Colocou-se, separadamente, os dois tipos de bactérias em contato com os ratos. Os ratos que tiveram contato com as bactérias letais morreram e os que tiveram contato com as bactérias comuns sobreviveram. Logo após, foram colocadas as bactérias letais em água fervendo até que elas morressem. Parte delas, agora mortas, foram postas novamente em contato com os ratos, e eles sobreviveram. Em seguida, sabendo que as bactérias fazem o processo de transformação (bactérias vivas se apoderam do material genético de bactérias mortas), colocou as bactérias não- letais em contato com as bactérias letais que estavam mortas, e logo após, colocou as bactérias não-letais em contato com os ratos. Após tal contato, os ratos morreram. Soube- se assim que o fator que matava os ratos estava presente no material genético das bactérias letais. Mas onde estava tal material genético? Para descobrir isto, foi feita a desnaturalização de algumas biomoléculas das bactérias. Quando desnaturalizaram as moléculas de proteína, percebeu-se que as bactérias ainda eram capazes de matar os ratos. Após desnaturalizar as moléculas de enzimas, percebeu-se o mesmo. Só quando desnaturalizaram as moléculas de DNA, os ratos sobreviveram. Assim, soube-se então, que o material genético de cada ser vivo se encontrava no DNA (ácidos nucléicos). 2. ESTRUTURA DO DNA Uma molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA) consiste em duas longas cadeias polipeptídicas compostas por quatro tipos de subunidades nucleotídicas. Cada uma dessas cadeias é conhecida como fita de DNA. As cadeias são antiparalelas entre si, e ligações de hidrogênio entre a porção base dos nucleotídeos unem as duas cadeias. A ligação é mais forte quanto maior for a distância entre as duas fitas e mais fraca onde elas estão mais próximas (onde elas fazem um X). Os nucleotídeos são formados por um açúcar, um grupo fosfato e uma base nitrogenada. No caso do DNA, o açúcar é uma desoxirribose ligado a um único grupo fosfato e uma base que pode ser adenina (A), citosina (C), guanina (G) ou timina (T). Em cada um dos casos, a base mais resistente, com dois anéis aromáticos (uma purina, A e G) forma par com uma base com um anel único (uma pirimidina, T e C) A liga com T (Aguinaldo Timóteo) e C liga com G (Glauco Costa). Os nucleotídeos estão covalentemente ligados em uma cadeia por açúcares e fosfatos, os quais formam a estrutura principal alternada de açúcar-fosfato-açúcar-fosfato, chamada de cadeia principal. Como apenas a base difere em cada uma das quatro subunidades nucleotídicas, cada cadeia polinucleotídica no DNA assemelha-se a um colar de açúcar-fosfato (cadeia principal) do qual os quatro tipos de contas se projetam (as bases A C, G e T). Esses mesmos símbolos (A, C, G e T) normalmente são usados para representar as quatro bases ou os quatro nucleotídeos inteiros – isto é, as bases ligadas com seus grupos fosfato e açúcar. Além disso, as duas extremidades da cadeia serão facilmente distinguíveis por apresentarem, uma delas, uma cavidade (a hidroxila 3’), e a outra, uma protuberância (o fosfato 5’). Essa polaridade na cadeia de DNA é indicada pela denominação das extremidades como extremidade 3’ e extremidade 5’, nomes derivados da orientação do açúcar desoxirribose. Em relação à sua capacidade de carregar a informação, a cadeia de nucleotídeos em uma fita de DNA, sendo direcional e linear, pode ser lida quase como as letras nesta página. A estrutura tridimensional do DNA – a dupla-hélice de DNA – é decorrente das características químicas e estruturais de suas duas cadeias polinucleotídicas. Uma vez que essas duas cadeias são mantidas unidas por ligações de hidrogênio entre as bases das duas fitas, todas as bases estão voltadas para o interior da dupla-hélice, e a cadeia principal de açúcar-fosfato encontra-se na região externa (fosfato na externa, açúcar na intermediária) Uma consequência da estrutura do DNA e do pareamento de bases é que cada fita de uma molécula de DNA contém uma sequência de nucleotídeos que é exatamente complementar à sequência de nucleotídeos da outra fita. 3. HEREDITARIEDADE E DNA Como essa informação genética poderia ser duplicada e copiada de geração a geração? A resposta à essa questão veio da natureza helicoidal dupla da sua estrutura: como cada fita de DNA contém uma sequência de nucleotídeos que é exatamente complementar à sequência de nucleotídeos da fita associada, cada fita pode atuar como um molde para a síntese de uma nova fita complementar. Em outras palavras, se designarmos as duas fitas de DNA com S e S’, a fita S pode servir como um molde para síntese de uma nova fita S’, enquanto a fita S’ pode ser usada como molde para fazer uma nova fita S. A fita S separa-se da fita S e cada fita separada atua como molde para a produção de novas fitas complementares idênticas a sua fita associada. A capacidade de cada fita de DNA de atuar como um molde para a produção de uma fita complementar permite que a célula possa copiar ou replicar seus genes antes de passá- los a suas descendentes. A informação genética contida no DNA de um organismo contém as instruções para todas as moléculas de RNA e proteínas que o organismo irá sintetizar, compondo o genoma do organismo. Nos eucariotos, o DNA está localizado no núcleo celular, um grande compartimento delimitado por membrana. 4. CROMOSSOMOS Cada cromossomo em uma célula eucariótica consiste em uma única e enorme molécula de DNA linear juntamente com proteínas que enovelam e empacotam a fina fita de DNA em uma estrutura mais compacta. Além das proteínas envolvidas na compactação, os cromossomos estão associados a várias outras proteínas (e a diversas moléculas de RNA). Estas são necessárias para os processos de expressão gênica, replicação e reparo do DNA. O complexo que engloba o DNA e as proteínas fortemente associadas é chamado de cromatina As bactérias não possuem um compartimento nuclear especial e costumam transportam seus genes em uma única molécula de DNA, muitas vezes circular. Esse DNA também está associado a proteínas que o empacotam e o condensam, mas elas são diferentesdas proteínas que desempenham essas funções em eucariotos. Cada núcleo celular humano contém duas cópias de cada cromossomo, uma herdada da mãe e outra herdada do pai. Os cromossomos maternos e paternos de um par são chamados de cromossomos homólogos. Somente uma pequena porcentagem desse DNA codifica proteínas ou moléculas funcionais de RNA. A molécula de DNA cromossômico também contém três outros tipos de sequências nucleotídicas importantes: as origens de replicação e os telômeros, que permitem que a molécula de DNA seja replicada de maneira eficiente, enquanto o centrômero liga as moléculas- irmãs de DNA ao fuso mitótico, assegurando sua segregação precisa às células-filhas durante a fase M do ciclo celular.
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