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teste o ludico como ferrementa

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IncorretaPergunta 1
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Leia um excerto do conto Restos do Carnaval, de Clarice Lispector.
Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano.
E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu.
No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé de escada do sobrado onde morávamos, olhando ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com avareza para durarem os três dias: um lança-perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz.
E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim.
O carnaval, como sabemos, é uma festa popular. Podemos dizer que as tradições e as atividades dos folguedos são práticas lúdicas porque:
  
Instauram uma ruptura na vida cotidiana, possuem um componente de representação e estão imersas num universo simbólico e cultural específicos.
 
  
Há muitas brincadeiras infantis nos folguedos e os adultos se comportam como se fossem crianças: correndo, pulando, cantando alto e fantasiando-se.
 
  
As pessoas não trabalham quando festejam e as práticas lúdicas servem apenas para isso: para o relaxamento do corpo e para o lazer, os quais permitirão a recomposição física e psicológica dos sujeitos para o trabalho.
 
  
Festejar é algo da natureza humana, ou seja, trata-se de um impulso biológico de cada ser humano.
 
  
O lúdico é tudo aquilo que deixa as pessoas felizes e lhes dá prazer imediato. Portanto, não há uma definição fechada sobre quais são as práticas lúdicas, isso depende da sensação de prazer de cada um.
 
Instauram uma ruptura na vida cotidiana, possuem um componente de representação e estão imersas num universo simbólico e cultural específicos.
Justificativa: As atividades dos folguedos são livres e instalam um intervalo na vida “comum”, nas necessidades, desejos e afazeres do dia-a-dia. Além disso, como práticas culturais, transmitidas de geração a geração, as festas populares circunscrevem um universo simbólico particular, em que as danças, ritos e brincadeiras possuem significados específicos.
 
Pergunta 2
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Observe a tirinha abaixo:
Fonte: http://i274.photobucket.com/albums/jj266/casadosnoopy1/Snoopy1952312.gif
Considerando a cena entre Susie e Charlie Brown retratada na tirinha, é possível dizer que a cultura lúdica:
I – permite que aprendamos o conteúdo de jogos e brincadeiras, mas também possibilita que compreendamos o que é um jogo e o que é uma brincadeira.
II – é um conjunto de significações e regras inerentes aos jogos e brincadeiras, as quais os sujeitos passam a dominar assim que são inseridos no contexto lúdico.
III – é a cultura das crianças e que, portanto, está apartada totalmente da cultura geral dos grupos sociais.
IV – trata-se do conjunto de procedimentos que tornam o jogo possível e que possibilitam que o interpretemos como tal.
Das afirmações acima, NÃO está(ão) correta(s):
  
IV
 
  
II e III
 
  
I
 
  
III
 
  
II
 
A cultura lúdica não é algo à parte da cultura e história dos grupos sociais, pois se trata de uma construção em mão dupla: ela se produz nas relações dos sujeitos com os outros em atividades lúdicas e se caracteriza como o acúmulo das experiências lúdicas de um indivíduo. Desse modo, tal como a própria cultura, a cultura lúdica não é estanque e nem pode ser totalmente transmitida, já que está em constante movimento e construção. Portanto, ela também não pode ser entendida como algo apenas relacionado à infância, uma vez que, ao longo da vida, novas experiências com jogos e brincadeiras enriquecem a cultura lúdica de cada um, independentemente da idade.
 
Pergunta 3
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Observe as imagens:
A partir das imagens, podemos dizer que os brinquedos:
I – São registros de nossa cultura e que, portanto, também possuem história.
II – Sempre foram objetos infantis, desde sua invenção.
III – Não dão testemunho apenas de uma vida autônoma, eles constituem um diálogo entre a infância e a cultura a qual ela está inserida.
IV – É também uma espécie de legado e exprime o modo pelo qual os adultos representam a infância e apresentam o mundo para as crianças.
Das afirmações acima,
  
I e III estão corretas.
 
  
II e IV estão corretas.
 
  
II, III e IV estão corretas.
 
  
II, III e IV estão corretas.
 
  
I, II e III estão corretas.
 
A segunda afirmação está incorreta porque, embora hoje sejam dirigidos ao público infantil, sabemos que muitos adultos colecionam brinquedos e que, mais do que isso, vários brinquedos que atualmente são identificados como infantis, historicamente, surgiram num outro contexto, permeado de práticas desenvolvidas por adultos. Num primeiro momento, brinquedos como bonecas e utensílios diversos não passavam de miniaturas conservadas pelos adultos.
 
Pergunta 4
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Complete as lacunas com os termos adequados:
Jogos, brinquedos e brincadeiras, dentre outras manifestações lúdicas, são produto da__________ (I) e da cultura dos grupos sociais e, na relação que se dá entre as práticas e os sujeitos ao longo do tempo, também produzem _________(II); uma vez que estão inseridos num conjunto de_________ (III) e representações que se transformam e se ressignificam no processo histórico.
  
I – história, II – símbolos, III – ideias
 
  
I – sociedade, II – significados, III – história
 
  
I – ideia, II – história, III – indivíduos
 
  
I – vida coletiva, II – fatos, III – história
 
  
I – história, II – cultura, III – símbolos
 
As práticas lúdicas se produzem histórica e culturalmente e, ao passo que os sujeitos e as comunidades interagem entre si por meio de tais atividades, há também a produção de cultura. Isso é assim, pois, neste processo de via dupla, o universo simbólico das práticas lúdicas é constantemente ressignificado pelos sujeitos e os grupos sociais.
 
Pergunta 5
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Leia um trecho da biografia de dona Izália, que compõe o grande acervo de histórias do Museu da Pessoa:
Uma menina nasceu em 22 de novembro de 1934. Agora ela está com [80] anos e conta a sua história de vida. Dona Izália nasceu em casa por uma parteira chamada Rosa, no município de Paranaguá, especificamente, na Ilha do Mel (um lugar muito lindo, com belezas naturais, visitado por muitos turistas hoje em dia). […]
Hoje temos P2, computadores, bolas e carrinhos automáticos, mas naquela época as brincadeiras eram outras, como por exemplo: pular corda, amarelinha, bonecas que eram feitas de vidro de óleo rinse (feitas pelas próprias crianças), o vidro era o corpinho, a cabeça e os sapatinhos eram feitos de panos e tinha a brincadeira preferida de dona Izália, que era o bombaqueiro. Brincar de bombaqueiro é assim, as crianças fazem um túnel com as mãos e enquanto cada criança vai passando pelo túnel, elas cantam: Bombaqueiro, bombaqueiro,
Me deixa passar Tem um filho pequenino Para acabar de criar Passarão, passarão Algum dia há de ficar Se não for o da frente Pode ser o de trás E quando terminava a música a última criança ficava presa no túnel.
Eles brincavam também de casinha. Dona Izália e suas amiguinhas pediam um pouco de açúcar, arroz, feijão para fazerem as comidinhas de verdade, que eram feitas em panelinhas de latinhas, não podiam pegar nada escondido de casa, porém, certa vez, Crespim, um de seus irmãos, pegou um peixe que seu pai acabara de pescar, levou-o escondido para a casinha, dizendo que ganhara de sua mãe. […]
Fonte: http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/aventuras-da-infancia-47681
Embora a infância de dona Izália se diferencie em vários aspectos da infância de hoje, podemos identificar em sua história algumas brincadeiras comuns, que persistem ao tempo e à ida e vinda de gerações. A respeito disso, é correto afirmar que:
I – As práticas lúdicas são um legado cultural, transmitido de geração a geração e, por essa razão, permanecem como jogos e brincadeiras no contexto de uma comunidade.
II – O repertório de brincadeiras e jogos das crianças brasileiras é muito restrito, por isso há pouca mudança ao longo dos anos. Em países nos quais as crianças são mais escolarizadas, há um trabalho voltado para o desenvolvimento da criatividade e as práticas lúdicas são mais diversificadas.
III – As crianças, desde cedo, são introduzidas no universo simbólico de determinadas práticas que são concebidas como lúdicas, o que faz com que elas entendam tais atividades como jogos e brincadeiras, os quais permanecem ao longo do tempo.
  
I e II estão corretas.
 
  
Apenas II está correta.
 
  
Apenas III está correta.
 
  
II e III estão corretas.
 
  
I e III estão corretas.
 
As manifestações lúdicas estão impregnadas de cultura, aliás, elas são parte componente da cultura e da história de um povo, de uma comunidade. São práticas que têm sua permanência garantida pela transmissão que se dá de uma geração a outra, pela inserção dos mais novos em seu universo simbólico.
 
Pergunta 6
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Complete as lacunas com os termos adequados:
Com os processos de assimilação ao longo do período pré-operatório, os esquemas cognitivos da criança vão atingindo acomodações mais próximas da realidade, o que a leva a outro estágio do desenvolvimento: o período das _____________________________ (I). Então, a criança adquire um pensamento menos _____________________ (II) e mais socializado e é neste estágio que surgem os _____________________________ (III).
  
I – operações formais, II – sinestésico, III – jogos com regras.
 
  
I – operações concretas, II – egocêntrico, III – jogos com regras.
 
  
I – operações concretas, II – egocêntrico, III – jogos simbólicos.
 
  
I – operações formais, II – emotivo, III – jogos com regras.
 
  
I – operações concretas, II – lógico, III – jogos simbólicos.
 
Por possuir uma inteligência menos egocêntrica, a criança, na fase das operações concretas, já é capaz de imprimir certa lógica aos seus pensamentos, de obedecer a regras, de agir coletivamente e de cooperar com outras crianças.
 
Pergunta 7
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Joaquim tem um urso que o acompanha desde muito pequeninho. O menino não dorme sem o bicho de pelúcia. Em certa ocasião, os pais se esqueceram de levar o objeto numa viagem e o garoto ficou profundamente inquieto, teve dificuldades para dormir, ficou ansioso e, nos primeiros dias, chorou e acordou várias vezes durante a noite.
De acordo com os escritos de Winnicott, a relação da criança com o urso denota que:
  
O menino não conseguiu estabelecer um vínculo afetivo com os pais e, por isso, recorre ao brinquedo para se sentir protegido.
 
  
A criança tem um complexo de Édipo mal resolvido.
 
  
A criança não diferencia a realidade externa da realidade interna e, em função disso, vive apegada ao seu universo imaginativo.
 
  
O urso constitui um objeto transicional para a criança.
 
  
O urso é um objeto de apego, típico de crianças que não têm segurança emocional suficiente.
 
O urso se constitui como um objeto transicional para a criança.
O urso é um objeto transicional para a criança. Entende-se como objeto transicional os objetos da realidade externa que, pelo uso que a criança faz deles, é estabelecido um trânsito entre o interno e o externo sem que tais coisas pertençam objetivamente a nenhum desses âmbitos. Nesses objetos, as crianças começam a reconhecer um não-eu, embora ainda não os tome completamente como algo externo a si mesmo, e que lhes servem como uma defesa contra a ansiedade – neste caso, antes do sono.
 
Pergunta 8
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Observe a tirinha:
Na situação acima, Calvin e Susie conversam sobre a brincadeira de papai e mamãe. Segundo os estudos piagetianos, é possível afirmar que brincadeiras dessa natureza:
I – tratam de jogos simbólicos, os quais surgem entre o final do período sensório-motor e o início do período pré-operatório, no momento em que a criança começa a desenvolver a representação e passa a se relacionar simbolicamente com os objetos e o meio.
II – tratam de jogos de imitação, nos quais as crianças dedicam-se apenas a reproduzir os comportamentos e atitudes dos adultos como meio de resolver conflitos e desenvolver unicamente a afetividade.
III –tratam de jogos de encenação, nos quais as crianças costumam imaginar situações hipotéticas e dedicam-se a exercitar sua capacidade de socialização, brincando criativamente com os papéis sociais apenas com o intuito de desenvolver a linguagem.
  
I e III estão corretas.
 
  
II e III estão corretas.
 
  
Apenas I está correta.
 
  
I e II estão corretas.
 
  
Apenas II está correta.
 
A brincadeira de casinha, de médico, de bombeiro e todas as demais em que as crianças desempenham papéis sociais ou utilizam-se de objetos e criam situações que representam outros são considerados jogos simbólicos. Denominado também como jogo imaginativo, jogo de papéis, jogo de faz de conta ou jogo sociodramático, o jogo simbólico tem como uma de suas principais características a existência da simulação, da representação de comportamentos e papéis sociais.
 
Pergunta 9
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Leia a “conversa” entre a menina Ana, de 6 anos, e sua boneca durante a brincadeira de mamãe e filhinha:
Sofia, você é uma menina muito chorona e malcultura lúdica é a reunião criada! Chora por tudo e faz birra toda hora! Desse jeito, vou ter que te deixar de castigo: sem Peppa Pig, sem brinquedo!...
Você está me ouvindo, Sofia? Quando eu falar com você, preste atenção! Eu sou sua mãe e sei o que é melhor para você, oras bolas! Vamos almoçar agora, filhinha. A mamãe fez um monte de comidinha gostosa, olha só: arroz, feijão, batata, bife e saladinha...
O que? Você não quer comer? Como não quer? Quem disse que criança tem querer? É hora do almoço e você vai almoçar, viu mocinha! Vai comer tudinho. Limpar o prato. Se não fizer isso, não vai poder se levantar... É isso mesmo: só sai da mesa quando terminar de comer!
Poxa, filha. Você tem que ser boazinha igual a Ana, a vizinha... Ela sim é uma boa menina!
A partir das falas da menina durante a brincadeira e com base nos estudos de Piaget sobre o jogo simbólico, é possível afirmar que:
I – Ana está apenas imitando sua mãe enquanto brinca, ou seja, sua encenação ao longo do brincar é mera imitação do comportamento dos adultos, algo característico dos jogos simbólicos.
II – Como um jogo que envolve a representação de comportamentos e papéis sociais, Ana, ao brincar com sua boneca, estabelece aquilo que Piaget chamou de assimilação deformante.
III – Ana é uma criança carente emocionalmente e busca reconhecimento e legitimação de suas atitudes na brincadeira.
IV – Ana, quando brinca, reproduz comportamentos, falas e atitudes dos adultos, mas também imagina situações e fantasia sobre a realidade.
  
I, II e III estão corretas.
 
  
II, III e IV estão corretas.
 
  
II e IV estão corretas.
 
  
I, III e IV estão corretas.
 
  
I e III estão corretas.
 
Assimilação deformante é, em Piaget, a assimilação da realidade
feita por analogia, a partir da interpretação e dos desejos da criança – o que quer dizer que ela pode inventar outro sentido para os dados da realidade que ela observou e que, neste estágio, reproduz não apenas por imitação. Ao brincar, portanto, a criança não tem compromisso expresso com a realidade e, neste sentido, fantasia e real se misturam em sua representação dos papéis.
 
Pergunta 10
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A invenção e o uso de signos como meios auxiliares para solucionar um dado problema psicológico (lembrar, comparar coisas, relatar, escolher etc.) é análoga à invenção e uso de instrumentos, só que agora no campo psicológico. O signo age como um instrumento da atividade psicológica de maneira análoga ao papel de um instrumento no trabalho (VYGOTSKY, Lev. A formação da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 70).
A partir das imagens e do excerto, pode-se concluir, com base na psicologia histórico-cultural, que:
  
O signo é um elemento mediador exclusivamente humano e trata-se de qualquer objeto, fenômeno ou forma que funciona como a representação de algo diferente de si mesmo.
 
  
Os signos são construções sociais e em nada se relacionam com as funções psicológicas superiores.
 
  
A criança desenvolve a significação dos signos a partir de sua maturação biológica e evolução cognitiva, de modo que toda e qualquer criança, na mesma idade e fase do desenvolvimento dispõe de um mesmo conjunto de signos para operar seus esquemas mentais.
 
  
O signo é produto da imaginação humana e diz respeito à criatividade individual de cada pessoa para atribuir um significado subjetivo para os objetos e o mundo.
 
  
Os signos não possuem significado estável, pois, como são construções sociais e históricas, eles mudam constantemente de acordo com o povo, a sociedade, a geração e o sujeito. Nesse sentido, não há concordância em relação ao seu significado.
 
O signo é um elemento mediador exclusivamente humano e trata-se de qualquer objeto, fenômeno ou forma que funciona como a representação de algo diferente de si mesmo.
Os signos são elementos mediadores que representam ou expressam outras situações, eventos ou objetos. Nesse sentido, eles possuem função simbólica e são significados no contexto social, sendo compartilhado pelos membros de uma comunidade e servindo também como suporte para a comunicação entre os sujeitos.
 
Pergunta 11
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Leia o excerto abaixo no qual o autor relata um exemplo de dilema moral:
“É o caso do clássico dilema de Heinz, elaborado por Kohlberg (1981) para suas pesquisas sobre o desenvolvimento moral. Contemos, em poucas palavras, este dilema. Trata-se de um homem, Heinz, cuja mulher está gravemente doente, e que resolve roubar o único remédio capaz de salvá-la. Ele decide roubar o remédio porque seu inventor e proprietário, um farmacêutico da região, exige dele um preço acima das possibilidades financeiras do infortunado marido, e não aceita facilitar as condições de pagamento. O dilema pode ser colocado da seguinte forma: ao roubar o remédio, Heinz agiu moralmente certo, ou moralmente errado? […] Duas dimensões morais aparecem com clareza: o tema da propriedade privada e o tema da vida. Mas, hierarquizá-los sem análises equivaleria a empobrecer a questão. É preciso avaliar as implicações morais em jogo” (LA TAILLE, Yves de. Construção da consciência moral. In: Caderno de Formação: formação de professores de educação infantil – princípios e fundamentos. São Paulo: Universidade Estadual Paulista; Universidade Virtual do Estado de São Paulo; Cultura Acadêmica, 2010. p. 44).
De acordo com as habilidades intelectuais requeridas pelo saber fazer moral, podemos dizer que este dilema requer que o sujeito:
  
Se apóie nas regras, princípios e valores morais que compõem o seu saber moral para que, a partir disso, ele fundamente sua escolha.
 
  
Acione a sua capacidade de imaginação para que possa buscar uma solução criativa para o problema.
 
  
Apele para a necessidade mais imediata, pois, é sabido que os valores morais devem sempre ser utilitários, ou seja, devem estar conectados com a vida prática das pessoas e não com formulações gerais e abstratas.
 
  
Valha-se de sua habilidade de equacionamento moral, identificando as variáveis morais envolvidas na situação, ponderando-as e estabelecendo uma hierarquização entre elas. A partir desta reflexão, o sujeito terá então que exercer seu juízo moral, ou seja, sua capacidade de julgamento e escolha em direção à ação moral.
 
  
Busque estabelecer uma relação de cooperação e reciprocidade para com os envolvidos na situação, de modo que ambos tenham uma atitude moralmente autônoma.
 
O equacionamento moral relaciona-se com a capacidade de julgar as diferentes situações e tomar uma decisão em direção à ação moral. Trata-se da identificação das variáveis morais que estão jogo e a subsequente hierarquização entre elas com o intuito de se fazer a melhor escolha moral possível. O equacionamento é uma habilidade intelectual acionada diante de dilemas morais, em que a identificação das regras, princípios e valores envolvidos não dão conta de orientar, por si só, qual a ação moralmente correta.
 
IncorretaPergunta 12
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Observe a tirinha:
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-oXSSKDVg0ZI/UCL3bdROa8I/AAAAAAAACFQ/If5UGEvGjAY/s1600/1.mafalda+moral.jpeg
Com base na situação ilustrada acima, é possível afirmar que:
I – Mafalda demonstra uma consciência e juízo moral heterônomos, pois ela teve que se reportar à sua mãe para validar sua ação.
II – Mafalda mostra uma conduta moral que possui elementos de autonomia, pois, sua decisão foi produto de uma reflexão sobre o certo e o errado independente da possibilidade ou não de punição.
III – A garota decide sobre o modo de agir moralmente reportando-se a um espaço de pensamento, no qual ela se reconhece autora e protagonista de seus atos.
IV – A situação revela que Mafalda se vale mais da dimensão afetiva do que da dimensão cognitiva da moral, afinal, ele se sente culpada em não agir de maneira moralmente correta.
Estão corretas as afirmações:
  
I e II
 
  
II e IV
 
  
II e III
 
  
I e III
 
  
III e IV
 
Podemos dizer que se trata de uma conduta moral não-heterônomo e, portanto, que caminha em direção à autonomia, pois Mafalda não a exerce a partir do medo da punição e nem por imposição externa. Além disso, é possível afirmar que, em sua decisão moral, Mafalda coloca-se no espaço do pensamento em que se reconhece como autora do ato e da reflexão que faz sobre ele.
 
Pergunta 13
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A respeito das capacidades morais que envolvem a dimensão cognitiva e a dimensão afetiva da moralidade, NÃO é correto afirmar que:
I – O saber fazer pode ser eA primeira experiência de autoria do sujeito é o brincar.
PORQUE
ntendido como a capacidade de escolher, como o saber decidir entre diferentes possibilidades de ação.
II – O saber fazer moral prescinde, ou seja, requer um conteúdo a partir do qual se operam as escolhas entre o certo e o errado. Este conteúdo da moralidade são as regras, os princípios e os valores.
III – O querer fazer diz respeito à motivação, ao campo dos interesses, àquilo que impulsiona a ação, isto é, o que motiva o sujeito a assumir uma escolha moral e que, por sua vez, possui também uma natureza moral.
IV – O querer fazer é como uma vontade externa que age sobre o sujeito. Ou seja, são os saberes e preceitos sociais que conformam as pessoas à moralidade e a fazem agir moralmente. Portanto, o querer fazer é como um desejo coletivo, a vontade da sociedade em geral.
V – Em questões morais, não basta realizar aquilo que é moralmente correto. Para que se tenha uma ação de fato moral é imprescindível que a intenção do agente seja moral da mesma forma. Nesse sentido, uma ação por interesse em reconhecimento, por exemplo, não pode ser entendida como moral, ainda que seja correta.
  
II está incorreta.
 
  
I e IV estão incorretas.
 
  
IV está incorreta.
 
  
III está incorreta.
 
  
III e V estão incorretas.
 
O querer fazer tem que ver com uma motivação interna que impulsiona o
sujeito a querer agir moralmente. Neste sentido, ela não pode ser entendida como uma vontade coletiva, como algo externo que governa a ação das pessoas.
 
IncorretaPergunta 14
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Leia as asserções abaixo e identifique a resposta correta:
I – A primeira experiência de autoria do sujeito é o brincar.
PORQUE
II – O brincar surge na zona intermediária, entre a realidade externa e a realidade interna, e, no decorrer dessa atividade a criança cria e atribui significado a ambas as realidades; tal como no pensamento.
  
As asserções são corretas, assim como a relação entre elas.
 sessão psicopedagógica
  
Ambas as asserções são corretas, mas a relação entre elas é falsa.
 
  
Ambas as asserções são falsas.
 
  
A asserção I é verdadeira e a asserção II é falsa.
 
  
A asserção I é falsa e a asserção II é verdadeira.
 
O brincar – uma ação que se faz de maneira despretensiosa, sem que haja uma demanda alheia ou a exigência de necessidade ou utilidade – é a primeira experiência de autoria do sujeito, afinal, ele surge na zona intermediária e transicional, entre a realidade interna e a realidade externa e, no seu decurso, cria e significa ambos os espaços – interior e exterior. Desde a mais tenra idade, o ser humano utiliza da voz para criar sons, para balbuciar ruídos, ensaiar enunciados a princípio incompreensíveis. Ele explora seu corpo, usa pés e mãos para fazer um movimento sobre o berço, no chão... Ou seja, o indivíduo faz experiências de autoria, inaugurando sua capacidade de pensar, num sentido geral.
 
Pergunta 15
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Leia a situação abaixo:
Julia e Clara têm, respectivamente 6 e 7 anos. Elas são primas e, sempre que estão de férias ou que há um feriado prolongado, ficam na casa dos avós com outros primos mais velhos.
Em certa ocasião, as garotas discutiam entre elas se pegariam ou não a maquiagem e os brincos da prima mais velha, de 17 anos, enquanto ela não estava em casa:
CLARA: E se a gente pegar o estojo de maquiagem da Ana para brincar?
JULIA: Ela não deixa a gente brincar com a maquiagem dela.
CLARA: Mas, e se a gente pegar rapidinho e passar só um pouquinho?
JULIA: Só um pouquinho? Ah, aí eu acho que pode, né? Ela já disse que não podia?
CLARA: Não. Nunca disse nada, mas a gente sabe que ela não gosta de emprestar as coisas dela.
JULIA: Minha mãe disse que não pode pegar as coisas dos outros sem pedir.
CLARA: A minha mãe também disse...
JULIA: E ela pode chegar e dar bronca na gente. Já pensou?
CLARA: É. A vovó também pode ver que a gente pegou a maquiagem da Ana, daí ela vai ficar brava e dar bronca na gente... É melhor não pegar então, se não a gente pode até ficar de castigo.
JULIA: A vovó não põe de castigo, mas ela fica nervosa com a gente.
Agora leia o excerto abaixo:
“Para alguns autores, como Freud (1923/sem data), antes dos seis, sete anos de idade, a criança obedece às regras morais apenas movida pelo medo: por um lado, medo das punições, e, por outro, medo de perder o amor dos pais e a decorrente proteção, para ela, vital. Não há dúvidas, e as pesquisas o atestam, que o medo da punição e do abandono exerce motivação poderosa para a obediência aos mandamentos adultos. Porém, fosse apenas o medo, ainda não poderíamos falar, do ponto de vista afetivo, em senso moral, pois não haveria, por parte da criança, uma vontade especial de participar de um universo moral. Para que se possa falar em despertar do senso moral, é preciso identificar, na criança pequena, uma obediência voluntária, ou seja, não causada (apenas) pelo medo da punição e do abandono. Ora, outros autores, entre eles Piaget, verificaram que tal obediência voluntária existe na criança pequena. Sem deixar de reconhecer que, em várias ocasiões, o sentimento do medo explica, por si só, sua obediência às ordens parentais, Piaget observou que a criança também legitima tais ordens, confere-lhe valor, e, por conseguinte, a elas obedece, mesmo na certeza de que nenhuma punição seguirá a transgressão” (LA TAILLE, Yves de. Construção da consciência moral. In: Caderno de Formação: formação de professores de educação infantil – princípios e fundamentos. São Paulo: Universidade Estadual Paulista; Universidade Virtual do Estado de São Paulo; Cultura Acadêmica, 2010. p. 48).
A respeito da conversa das meninas e da decisão que elas tomaram em não pegar a maquiagem da prima mais velha sem autorização, podemos dizer, a partir dos conceitos de Piaget que:
I – O comportamento das meninas revela um estágio heterônomo de consciência e juízo moral por partes delas.
II – O diálogo deixa claro que o que ocorre ali é um acordo recíproco, portanto, podemos dizer que as meninas agiram autonomamente.
III – A conversa entre as meninas demonstra a ausência de regras entre elas, afinal, a ação de pegar os objetos alheios não se concluiu por medo da punição.
IV – As meninas demonstram que obedecem as regras que lhes disseram e isso de maneira literal. Ali, o que estava em jogo não a razão de não se poder pegar algo que é alheio sem permissão, mas sim se alguém as descobriria e se essa pessoa ficaria chateada com elas.
  
II e III estão corretas.
 
  
II e IV estão corretas.
 
  
I e III estão corretas.
 
  
I e IV estão corretas.
 
  
I e II estão corretas.
 
No período em que é heterônoma, além de estar sujeita apenas às regras externas, a criança toma como base para seus juízos morais a obediência às prescrições das “autoridades”, isto é, os pais e demais adultos aos quais ela considera. Nesse sentido, ela não pensa sobre a regra e seus princípios, mas a obedece voluntariamente porque esta foi lhe dada por outrem, em quem ela confia que saiba o que é certo e o que é errado.
 
Pergunta 16
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Leia as asserções abaixo e identifique a resposta correta:
I – Os jogos com regras são ferramentas interessantes para a intervenção psicopedagógica.
PORQUE
II – Eles desenvolvem a compreensão, a tomada de consciência dos procedimentos, a construção de estratégias, o aperfeiçoamento da capacidade verbal por meio da significação e explicação das jogadas empregadas.
  
A asserção I é falsa e a asserção II é verdadeira.
 
  
Ambas as asserções são falsas.
 
  
Ambas as asserções são corretas, mas a relação entre elas é falsa.
 
  
As asserções são corretas, assim como a relação entre elas.
 
  
A asserção I é verdadeira e a asserção II é falsa.
 
Considerando a potência dos jogos com regras para o desenvolvimento da compreensão, para a tomada de consciência dos procedimentos, para a construção de estratégias, para o aperfeiçoamento da capacidade verbal por meio da significação e explicação das jogadas empregadas e, por fim, para a constituição do protagonismo da ação, é evidente que eles podem se tornar excelentes ferramentas para a intervenção psicopedagógica.
 
IncorretaPergunta 17
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Alicia Fernández diz que:
“Entre quem ensina e quem aprende se abre um campo de produção de diferenças, pois cada um de nós tem uma modalidade de aprendizagem, um idioma próprio para tomar o do outro e fazê-lo seu, e para entregar/mostrar-lhe algo de nossa vida. A modalidade de aprendizagem é como um idioma que cada um utiliza para entender os outros e fazer-se entender pelos outros” (FERNÁNDEZ, Alicia.
Psicopedagogia em psicodrama: morando no brincar. Petrópolis: Vozes, 2010, p. 70). Ao afirmar que a modalidade de aprendizagem é como um idioma próprio, a autora quer salientar que:
  
O ensino é uma tarefa impossível. O que nos cabe é a transmissão de saberes que poderão ou não ser apreendidos pelos alunos.
 
  
Cada sujeito possui uma modalidade singular de aprendizagem, que, assim como um idioma, pode distinguir-se entre os demais.
 
  
Há a necessidade de ensinar-se, portanto, um “idioma” padrão, isto é, há que se formarem os alunos para que todos assumam uma única modalidade de aprendizagem.
 
  
As dificuldades de aprendizagem são decorrentes do fato de que não há comunicabilidade possível entre quem ensina e quem aprende, afinal, ambos falam “idiomas” diferentes.
 
  
As dificuldades de aprendizagem jamais serão totalmente sanadas, pois, é impossível
que o psicopedagogo adentre o universo do idioma de cada um.
 
O ensino e a aprendizagem são ações fundamentalmente diferentes e, entre aquele que ensina e aquele que aprende se estabelece um campo de criação e instauração de diferenças, afinal, cada pessoa tem um modo próprio de aprendizado e uma maneira singular de apreender o outro e captar o conhecimento que ele lhe oferece, devolvendo-lhe assim uma amostra de sua vida e de seu saber.
 
IncorretaPergunta 18
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Observe as tirinhas:
O calvinbol não pode ser considerado um jogo com regras, pois;
I – O jogo com regras consiste num sistema de complementaridades em que cada elemento é imprescindível e insubstituível. Desse modo, não há como trocar-se ou inventar-se regras ao longo do jogo.
II – O jogo com regras prescinde de um acordo entre os jogadores e, espera-se com isso que haja cooperação e reciprocidade entre eles no cumprimento das regras previamente estabelecidas.
III – O calvinbol é um jogo simbólico, no qual o seu mentor brinca com papéis sociais e com a fantasia, imaginando-se como um grande jogador em situações específicas.
IV – Este jogo não foi validado pela cultura, ou seja, é uma invenção nova que precisa ser compartilhada e jogada por muitas pessoas, propiciando assimilações e acomodações, para que, enfim, seja classificado como um jogo com regras.
Das afirmações citadas, estão corretas:
  
I e II
 
  
II, III e IV
 
  
I, II e IV
 
  
III e IV
 
  
I, II e III
 
O jogo de regras se caracteriza como um sistema de complementaridades – objetivo e regras, tabuleiro e peças, jogador e jogador, perda e ganho, vez de um vez de outro jogar, jogada atual e próxima jogada – em que cada elemento é insubstituível e compõe o todo. Além disso, suas regras viabilizam o próprio jogo e são produto de um acordo entre os jogadores.
 
Pergunta 19
0,5 / 0,5 pts
Numa sessão psicopedagógica com um grupo de cinco crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem, o profissional iniciou os trabalhos solicitando que as crianças brincassem entre elas na limitação de certo espaço. Tratavam-se de crianças com idades entre 9 e 10 anos e o local de realização da sessão era uma sala com um grande carpete no chão e algumas almofadas de diferentes tamanhos. As crianças deveriam brincar no espaço do carpete. Não havia brinquedos e os instrumentos oferecidos eram apenas as almofadas coloridas com diversos tamanhos.
Inicialmente, as crianças ficaram tímidas e não manifestaram muita reação. Em poucos minutos, de maneira espontânea, iniciaram uma brincadeira de escritório. Para isso, moveram algumas cadeiras da sala para o centro do carpete e delimitaram as paredes com as almofadas. A partir daí, o psicopedagogo tratou de conversar com elas a respeito dos papeis que cada um estava a representar no jogo dramático.
A partir do relato desta cena, podemos afirmar a importância do psicodrama como uma prática de intervenção psicopedagógica no âmbito do atendimento clínico. Para justificar esta relevância, NÃO é correto dizer que:
  
O jogar-brincar situa-se na zona transicional, entre a realidade interna e a realidade externa, tal como o pensamento.
 
  
Por localizar-se no espaço transicional, entre o objetivo e o subjetivo, o jogar abre espaço para o pensar, ou seja, para a criação de um lugar de autoria em que o sujeito pode reconhecer-se na sua produção.
 
  
Os jogos dramáticos são mais do que representação, eles também são atividades de criação.
 
  
O psicodrama permite a formulação de sequências, desenvolvidas no desenrolar espacial e temporal do jogo dramático.
 
  
A encenação permite que a criança com dificuldade de aprendizagem desenvolva suas emoções, aumentando sua autoestima e a tornando confiante para lidar com os problemas que sempre lhe acompanharão ao longo da vida escolar, uma vez que ela tem bloqueio para aprender.
 
Embora possa propiciar o desenvolvimento da afetividade, a principal justificativa da utilização do psicodrama nas sessões psicopedagógicas é a sua potência em criar espaços para o pensamento, criação, autoria e construção de sequências. Além disso, o tratamento das dificuldades de aprendizagem não se sustenta na promoção de um aumento de autoestima apenas, mas, num trabalho sistemático que visa que o aprendente se reconheça como autor e como ensinante também em determinadas situações.
 
Pergunta 20
0,5 / 0,5 pts
O quadro abaixo representa uma das anotações de um psicopedagogo acerca do emprego de atividades lúdicas com um grupo de crianças. No quadro abaixo, ele classifica a conduta das crianças durante o jogo de acordo com aspectos afetivos, como tolerância à frustração, envolvimento, concentração, cooperação e tranqüilidade entre os jogadores.
O perfil A indica o predomínio, por parte da criança, de aspectos afetivos positivos e o perfil B indica a apresentação de condutas intermediárias. Os números ao lado dos nomes representam a idade das crianças em quantidade de anos e meses.
Sobre o uso de jogos na avaliação psicopedagógica, é correto afirmar que:
  
O registro das observações é dispensável, já que o psicopedagogo terá que, obrigatoriamente, fazer suas inferências e avaliações durante o jogo e não depois que ele termina.
 
  
O registro das observações do profissional nas situações de jogo é totalmente dispensável, pois ele deve estar preocupado em intervir durante a prática lúdica.
 
  
O desenvolvimento de instrumentos para o registro das observações provenientes da ação, reação e estratégias dos jogadores numa partida é imprescindível para o psicopedagogo.
 
  
Os quadros são os únicos instrumentos para o registro dos dados observados na sessão psicopedagógica.
 
  
As tabelas, quadros, relatos e demais formas de registro só atrapalham o psicopedagogo em sua prática clínica.
 
É imprescindível que o psicopedagogo desenvolva instrumentos que o ajudem na tarefa de registrar dados observados nas partidas, pois, é a partir daí que ele terá material suficiente para se debruçar em suas análises.
Teste 2
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Pergunta 1
0,5 / 0,5 pts
Observe a tirinha abaixo:
Fonte: http://i274.photobucket.com/albums/jj266/casadosnoopy1/Snoopy1952312.gif
Considerando a cena entre Susie e Charlie Brown retratada na tirinha, é possível dizer que a cultura lúdica:
I – permite que aprendamos o conteúdo de jogos e brincadeiras, mas também possibilita que compreendamos o que é um jogo e o que é uma brincadeira.
II – é um conjunto de significações e regras inerentes aos jogos e brincadeiras, as quais os sujeitos passam a dominar assim que são inseridos no contexto lúdico.
III – é a cultura das crianças e que, portanto, está apartada totalmente da cultura geral dos grupos sociais.
IV – trata-se do conjunto de procedimentos que tornam o jogo possível e que possibilitam que o interpretemos como tal.
Das afirmações acima, NÃO está(ão) correta(s):
  
III
 
  
I
 
  
II e III
 
  
IV
 
  
II
 
A cultura lúdica não é algo à parte da cultura e história dos grupos sociais, pois se trata de uma construção em mão dupla: ela se produz nas relações dos sujeitos com os outros em atividades lúdicas e se caracteriza como o acúmulo das experiências lúdicas de um indivíduo. Desse modo, tal como a própria cultura, a cultura lúdica não é estanque e nem pode ser totalmente transmitida, já que está em constante movimento e construção. Portanto, ela também não pode ser entendida como algo apenas relacionado à infância, uma vez que, ao longo da vida, novas experiências com jogos e brincadeiras enriquecem a cultura lúdica de cada um, independentemente da idade.
 
IncorretaPergunta 2
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Leia o excerto abaixo: “Por que razão o bebê grita de prazer? Por que motivo o jogador se deixa absorver inteiramente por sua paixão? Por que uma multidão imensa pode ser levada até o delírio por um jogo de futebol? A intensidade do jogo e seu poder de fascinação não podem ser explicados por análises biológicas. E, contudo, é nessa intensidade, nessa fascinação, nessa capacidade de excitar que reside a própria essência e a característica primordial do jogo”
(HUIZINGA, 2001, p. 5). De acordo com o trecho acima, é possível afirmar que: I – O jogo é um impulso humano, uma espécie de força natural e biológica que faz com que os sujeitos tenham a necessidade de se divertir por meio do jogo, assim como têm a necessidade de comer, de beber, de dormir etc. II – O jogo é uma atividade que proporciona pleno prazer e que, dessa forma, não possui nenhuma regra ou limitação. Ele ocorre como uma manifestação espontânea e natural da espécie humana, não precisando de qualquer aprendizagem ou inserção numa cultura. III – O jogo é uma atividade espontânea que, embora tenha como característica primeira o divertimento, não pode ser explicado apenas com argumentos fisiológicos, pois não se trata de um simples impulso biológico. Das afirmações mencionadas:
  
Todas estão corretas.
 
  
Apenas a II está correta.
 
  
I e II estão corretas.
 
  
Apenas a III está correta.
 
  
I e III estão corretas.
 
O jogo não é uma reação mecânica dos seres humanos à demanda por liberar energia excedente, por relaxar após o esforço ou por preparar-se para a vida. Assim, por não ser apenas uma manifestação natural, ele possui liberdade em relação às necessidades básicas do corpo e da sobrevivência. Como uma escolha livre, o jogo é um espaço e um tempo de criação, de construção de significados; portanto, é um fenômeno cultural.
 
Pergunta 3
0,5 / 0,5 pts
Complete as lacunas com os termos adequados:
Jogos, brinquedos e brincadeiras, dentre outras manifestações lúdicas, são produto da__________ (I) e da cultura dos grupos sociais e, na relação que se dá entre as práticas e os sujeitos ao longo do tempo, também produzem _________(II); uma vez que estão inseridos num conjunto de_________ (III) e representações que se transformam e se ressignificam no processo histórico.
  
I – sociedade, II – significados, III – história
 
  
I – história, II – símbolos, III – ideias
 
  
I – história, II – cultura, III – símbolos
 
  
I – ideia, II – história, III – indivíduos
 
  
I – vida coletiva, II – fatos, III – história
 
As práticas lúdicas se produzem histórica e culturalmente e, ao passo que os sujeitos e as comunidades interagem entre si por meio de tais atividades, há também a produção de cultura. Isso é assim, pois, neste processo de via dupla, o universo simbólico das práticas lúdicas é constantemente ressignificado pelos sujeitos e os grupos sociais.
 
Pergunta 4
0,5 / 0,5 pts
Leia um excerto do conto Restos do Carnaval, de Clarice Lispector.
Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano.
E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu.
No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé de escada do sobrado onde morávamos, olhando ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com avareza para durarem os três dias: um lança-perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz.
E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim.
O carnaval, como sabemos, é uma festa popular. Podemos dizer que as tradições e as atividades dos folguedos são práticas lúdicas porque:
  
Instauram uma ruptura na vida cotidiana, possuem um componente de representação e estão imersas num universo simbólico e cultural específicos.
 
  
O lúdico é tudo aquilo que deixa as pessoas felizes e lhes dá prazer imediato. Portanto, não há uma definição fechada sobre quais são as práticas lúdicas, isso depende da sensação de prazer de cada um.
 
  
Há muitas brincadeiras infantis nos folguedos e os adultos se comportam como se fossem crianças: correndo, pulando, cantando alto e fantasiando-se.
 
  
As pessoas não trabalham quando festejam e as práticas lúdicas servem apenas para isso: para o relaxamento do corpo e para o lazer, os quais permitirão a recomposição física e psicológica dos sujeitos para o trabalho.
 
  
Festejar é algo da natureza humana, ou seja, trata-se de um impulso biológico de cada ser humano.
 
Instauram uma ruptura na vida cotidiana, possuem um componente de representação e estão imersas num universo simbólico e cultural específicos.
Justificativa: As atividades dos folguedos são livres e instalam um intervalo na vida “comum”, nas necessidades, desejos e afazeres do dia-a-dia. Além disso, como práticas culturais, transmitidas de geração a geração, as festas populares circunscrevem um universo simbólico particular, em que as danças, ritos e brincadeiras possuem significados específicos.
 
IncorretaPergunta 5
0 / 0,5 pts
Leia as asserções abaixo e identifique a resposta correta:
I – A cultura lúdica é a reunião de uma porção de referências que permitem que o sujeito interprete as práticas lúdicas e proponha práticas novas
PORQUE
II – ela não é apenas algo a ser transmitido, mas também é enriquecida com novos elementos, novas atividades e novas interpretações provenientes das experiências em jogos e brincadeiras.
  
As duas asserções são verdadeiras e a relação entre elas também é verdadeira.
 
  
Ambas as asserções são falsas.
 
  
A asserção I é verdadeira e a II é falsa.
 
  
A asserção I é falsa e a II é verdadeira.
 
  
As duas asserções são verdadeiras, mas a relação entre elas é falsa.
 
A cultura lúdica compreende um determinado número de esquemas que torna possível o início da brincadeira, uma vez que se trata de instaurar um intervalo na vida cotidiana, ou seja de produzir um outro universo diferente daquele da realidade comum. Tendo em vista um conhecimento prévio e um conjunto de referências sobre o universo lúdico, os sujeitos podem propor novos jogos e brincadeiras, os quais poderiam até não ser classificados deste modo em outro contexto.
 
Pergunta 6
0,5 / 0,5 pts
Complete as lacunas com os termos adequados:
Com os processos de assimilação ao longo do período pré-operatório, os esquemas cognitivos da criança vão atingindo acomodações mais próximas da realidade, o que a leva a outro estágio do desenvolvimento: o período das _____________________________ (I). Então, a criança adquire um pensamento menos _____________________ (II) e mais socializado e é neste estágio que surgem os _____________________________ (III).
  
I – operações formais, II – sinestésico, III – jogos com regras.
 
  
I – operações concretas, II – egocêntrico, III – jogos simbólicos.
 
  
I – operações formais, II – emotivo, III – jogos com regras.
 
  
I – operações concretas, II – egocêntrico, III – jogos com regras.
 
  
I – operações concretas, II – lógico, III – jogos simbólicos.
 
Por possuir uma inteligência menos egocêntrica, a criança, na fase das operações concretas, já é capaz de imprimir certa lógica aos seus pensamentos, de obedecer a regras, de agir coletivamente e de cooperar com outras crianças.
 
IncorretaPergunta 7
0 / 0,5 pts
Leia as asserções
abaixo e identifique a resposta correta:
I – De acordo com Piaget, as teorias da inteligência devem empreender seus estudos entre as teorias biológicas da adaptação e as teorias do conhecimento.
ENTRETANTO
II – A inteligência possui dupla natureza: lógica e biológica.
  
Ambas as asserções são falsas.
 
  
A asserção I é verdadeira e a asserção II é falsa.
 
  
As asserções são corretas, assim como a relação entre elas.
 
  
A asserção I é falsa e a asserção II é verdadeira.
 
  
Ambas as asserções são corretas, mas a relação entre elas é falsa.
 
Ambas as asserções são corretas, mas a relação entre elas é falsa.
A relação entre as asserções propostas não é de oposição, mas sim de conclusão. Neste sentido, a construção correta seria: De acordo com Piaget, as teorias da inteligência devem empreender seus estudos entre as teorias biológicas da adaptação e as teorias do conhecimento, POIS, a inteligência possui dupla natureza: lógica e biológica.
 
Pergunta 8
0,5 / 0,5 pts
Sobre o pensamento vygotskyano é correto dizer que:
I – A evolução cognitiva, moral e afetiva ocorre a partir da relação do indivíduo com o meio e com os objetos que o compõem. O desenvolvimento humano se dá por fatores internos, por meio dos processos mentais de equilibração e desequilibração.
II – As funções psicológicas superiores são o que distingue os seres humanos dos animais. Elas têm base biológica, no entanto, a construção da subjetividade e do pensamento é um processo histórico-cultural e não algo que se dá naturalmente e de modo universal.
III – O pilar da teoria vygotskyana do desenvolvimento é um sistema completo sustentado pela tríade: motricidade, afetividade e cognição.
IV – Os signos não são produção da criação ou da descoberta dos sujeitos. É o sujeito que se apropria deles, desde o nascimento, por meio da interação com parceiros mais experientes, os quais atribuem significação às ações que se dão na relação interpessoal.
  
II e IV estão corretas.
 
  
I e II estão corretas.
 
  
I e III estão corretas.
 
  
III e IV estão corretas.
 
  
II e III estão corretas
 
Os processos mentais de equilibração e desequilibração são abordados na teoria piagetiana do desenvolvimento e a tríade motricidade, afetividade e cognição não são o que fundamenta a psicologia vygotskyana.
 
IncorretaPergunta 9
0 / 0,5 pts
Mariana tem 2 anos de idade. Seu pai é professor e sempre está em meio a muitos papeis livros e canetas. A garota observa as atividades do pai, quando ele está em casa, desde pequena e, até por isso, desde bem cedinho, ela tenta imitá-lo com as canetas e os livros. Assim como todos os bebês, quando pequenina, ela logo levava tudo à boca, mas, com pouco mais de um ano ela já havia percebido que a caneta era utilizada pelo pai para fazer marcas no papel. Há poucas semanas, Mariana ingressou na creche e, diferentemente de alguns de seus coleguinhas, quando defrontada com um livro, a garota já sabia como segurá-lo e até fazia poses na cadeira com o objeto nas mãos como se estivesse lendo.
De acordo com a teoria de Vygotsky, este comportamento de Mariana ao sentar-se e segurar um livro como se fosse um adulto bem como de reconhecer a utilidade da caneta desde muito novinha pode ser explicada: I – pelo fato da garota ser bem-educada, diferentemente de seus coleguinhas da escola, cujos quais não devem ter recebido orientações que os habilitasse a ingressar numa instituição de ensino.
II – porque a caneta e o livro, no contato que a criança teve desde pequena com o uso social que é feito deles, constituíram-se como elementos mediadores que permitiram que a menina internalizasse certas práticas culturais.
III – pelo fato do desenvolvimento das funções superiores ocorrerem a partir das interações sociais que o indivíduo estabelece com os outros e com o meio no âmbito de uma cultura.
IV – porque Mariana pode ser considerada uma criança em estágio avançado de desenvolvimento biológico das inteligências, o que a faz destoar das demais crianças de sua idade.
  
III e IV estão corretas.
 
  
II e III estão corretas.
 
  
I, II e III estão corretas.
 
  
II, III e IV estão corretas.
 
  
I e II estão corretas.
 
As funções psicológicas superiores se originam nas relações sociais entre os indivíduos, tendo como fundamento do seu funcionamento e desenvolvimento a dimensão histórica. No processo de aquisição e aprimoramento dessas funções superiores há elementos que mediam a relação entre o homem e o mundo. Esses elementos mediadores – instrumentos e signos – são repletos de significado cultural e são passados em diante e ressignificados nas relações sociais.
 
Pergunta 10
0,5 / 0,5 pts
A invenção e o uso de signos como meios auxiliares para solucionar um dado problema psicológico (lembrar, comparar coisas, relatar, escolher etc.) é análoga à invenção e uso de instrumentos, só que agora no campo psicológico. O signo age como um instrumento da atividade psicológica de maneira análoga ao papel de um instrumento no trabalho (VYGOTSKY, Lev. A formação da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 70).
A partir das imagens e do excerto, pode-se concluir, com base na psicologia histórico-cultural, que:
  
O signo é um elemento mediador exclusivamente humano e trata-se de qualquer objeto, fenômeno ou forma que funciona como a representação de algo diferente de si mesmo.
 
  
A criança desenvolve a significação dos signos a partir de sua maturação biológica e evolução cognitiva, de modo que toda e qualquer criança, na mesma idade e fase do desenvolvimento dispõe de um mesmo conjunto de signos para operar seus esquemas mentais.
 
  
Os signos são construções sociais e em nada se relacionam com as funções psicológicas superiores.
 
  
O signo é produto da imaginação humana e diz respeito à criatividade individual de cada pessoa para atribuir um significado subjetivo para os objetos e o mundo.
 
  
Os signos não possuem significado estável, pois, como são construções sociais e históricas, eles mudam constantemente de acordo com o povo, a sociedade, a geração e o sujeito. Nesse sentido, não há concordância em relação ao seu significado.
 
O signo é um elemento mediador exclusivamente humano e trata-se de qualquer objeto, fenômeno ou forma que funciona como a representação de algo diferente de si mesmo.
Os signos são elementos mediadores que representam ou expressam outras situações, eventos ou objetos. Nesse sentido, eles possuem função simbólica e são significados no contexto social, sendo compartilhado pelos membros de uma comunidade e servindo também como suporte para a comunicação entre os sujeitos.
 
Pergunta 11
0,5 / 0,5 pts
Observe a tirinha:
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-oXSSKDVg0ZI/UCL3bdROa8I/AAAAAAAACFQ/If5UGEvGjAY/s1600/1.mafalda+moral.jpeg
Com base na situação ilustrada acima, é possível afirmar que:
I – Mafalda demonstra uma consciência e juízo moral heterônomos, pois ela teve que se reportar à sua mãe para validar sua ação.
II – Mafalda mostra uma conduta moral que possui elementos de autonomia, pois, sua decisão foi produto de uma reflexão sobre o certo e o errado independente da possibilidade ou não de punição.
III – A garota decide sobre o modo de agir moralmente reportando-se a um espaço de pensamento, no qual ela se reconhece autora e protagonista de seus atos.
IV – A situação revela que Mafalda se vale mais da dimensão afetiva do que da dimensão cognitiva da moral, afinal, ele se sente culpada em não agir de maneira moralmente correta.
Estão corretas as afirmações:
  
I e II
 
  
II e IV
 
  
II e III
 
  
III e IV
 
  
I e III
 
Podemos dizer que se trata de uma conduta moral não-heterônomo e, portanto, que caminha em direção à autonomia, pois Mafalda não a exerce a partir do medo da punição e nem por imposição externa. Além disso, é possível afirmar que, em sua decisão moral, Mafalda coloca-se no espaço do pensamento em que se reconhece como autora do ato e da reflexão que faz sobre ele.
 
Pergunta 12
0,5 / 0,5 pts
Segundo Alicia Fernández, “a autoria de pensamento é condição para a autonomia da pessoa e, por sua vez,
a autonomia favorece a autoria de pensar. À medida que alguém se torna autor, poderá conseguir o mínimo de autonomia” (O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artmed, 2001, p. 91).
A autora afirma que propiciar que o sujeito reconheça-se autor a partir da criação de espaços de pensamento é o objetivo principal da prática clínica da psicopedagogia. Isso é assim porque:
  
O psicopedagogo é um profissional mais bem preparado do que o pedagogo para promover situações para colocar o sujeito para pensar.
 
  
Ser autor permite que a pessoa aumente sua autoestima e, portanto, aprenda melhor e com mais autonomia.
 
  
A pessoa que não consegue se reconhecer autor de sua produção oculta sua inteligência, criando uma barreira que o separa do aprendizado.
 
  
O psicopedagogo precisa ensinar as pessoas a pensarem e serem críticas.
 
  
A psicopedagogia lida com as dificuldades de aprendizagem e quem as possui, em geral, tem preguiça de pensar.
 
Criar espaços para a autoria do pensamento é para Alicia Fernández o próprio objeto da psicopedagogia clínica; pois, para ela, as situações em que um indivíduo dotado para aprender e conhecer evita ou cria uma barreira para essa possibilidade, ocultando assim sua inteligência, são o drama do qual a área se originou. A intervenção psicopedagógica, portanto, estaria direcionada a criar espaços de autoria de pensamento para a criança que está em atendimento e para todos aqueles que possuem funções ensinantes, ou seja, pais e professores.
 
Pergunta 13
0,5 / 0,5 pts
Leia as asserções abaixo e identifique a resposta correta:
I – Uma habilidade intelectual importante para o “saber fazer” moral é a sensibilidade, ou seja, a percepção dos elementos moralmente relevantes em cada situação.
POIS
II – É preciso sempre ser afetuoso com as pessoas para que se possa agir moralmente.
  
Ambas as asserções são corretas, mas a relação entre elas é falsa.
 
  
A asserção I é falsa e a asserção II é verdadeira.
 
  
As asserções são corretas, assim como a relação entre elas.
 
  
A asserção I é verdadeira e a asserção II é falsa.
 
  
Ambas as asserções são falsas.
 
Uma habilidade intelectual importante para o “saber fazer” moral é a sensibilidade, ou seja, a percepção dos elementos moralmente relevantes em cada situação, pois há circunstâncias em que nem todas as dimensões morais estão explícitas nem se apresentam como óbvias para a imediata compreensão do indivíduo.
 
Pergunta 14
0,5 / 0,5 pts
A respeito das capacidades morais que envolvem a dimensão cognitiva e a dimensão afetiva da moralidade, NÃO é correto afirmar que:
I – O saber fazer pode ser entendido como a capacidade de escolher, como o saber decidir entre diferentes possibilidades de ação.
II – O saber fazer moral prescinde, ou seja, requer um conteúdo a partir do qual se operam as escolhas entre o certo e o errado. Este conteúdo da moralidade são as regras, os princípios e os valores.
III – O querer fazer diz respeito à motivação, ao campo dos interesses, àquilo que impulsiona a ação, isto é, o que motiva o sujeito a assumir uma escolha moral e que, por sua vez, possui também uma natureza moral.
IV – O querer fazer é como uma vontade externa que age sobre o sujeito. Ou seja, são os saberes e preceitos sociais que conformam as pessoas à moralidade e a fazem agir moralmente. Portanto, o querer fazer é como um desejo coletivo, a vontade da sociedade em geral.
V – Em questões morais, não basta realizar aquilo que é moralmente correto. Para que se tenha uma ação de fato moral é imprescindível que a intenção do agente seja moral da mesma forma. Nesse sentido, uma ação por interesse em reconhecimento, por exemplo, não pode ser entendida como moral, ainda que seja correta.
  
II está incorreta.
 
  
IV está incorreta.
 
  
III e V estão incorretas.
 
  
I e IV estão incorretas.
 
  
III está incorreta.
 
O querer fazer tem que ver com uma motivação interna que impulsiona o sujeito a querer agir moralmente. Neste sentido, ela não pode ser entendida como uma vontade coletiva, como algo externo que governa a ação das pessoas.
 
Pergunta 15
0,5 / 0,5 pts
Leia as asserções abaixo e identifique a resposta correta:
I – A primeira experiência de autoria do sujeito é o brincar.
PORQUE
II – O brincar surge na zona intermediária, entre a realidade externa e a realidade interna, e, no decorrer dessa atividade a criança cria e atribui significado a ambas as realidades; tal como no pensamento.
  
A asserção I é verdadeira e a asserção II é falsa.
 
  
A asserção I é falsa e a asserção II é verdadeira.
 
  
Ambas as asserções são falsas.
 
  
Ambas as asserções são corretas, mas a relação entre elas é falsa.
 
  
As asserções são corretas, assim como a relação entre elas.
 
O brincar – uma ação que se faz de maneira despretensiosa, sem que haja uma demanda alheia ou a exigência de necessidade ou utilidade – é a primeira experiência de autoria do sujeito, afinal, ele surge na zona intermediária e transicional, entre a realidade interna e a realidade externa e, no seu decurso, cria e significa ambos os espaços – interior e exterior. Desde a mais tenra idade, o ser humano utiliza da voz para criar sons, para balbuciar ruídos, ensaiar enunciados a princípio incompreensíveis. Ele explora seu corpo, usa pés e mãos para fazer um movimento sobre o berço, no chão... Ou seja, o indivíduo faz experiências de autoria, inaugurando sua capacidade de pensar, num sentido geral.
 
IncorretaPergunta 16
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De acordo com Macedo, há dois modos de abordar os jogos:
“[…] o aprender a jogar certo e o aprender a jogar bem. No primeiro, o jogador deve assimilar o material, o objetivo e as regras do jogo, e, no segundo, o que importa é o desenvolvimento de melhores estratégias, tendo em vista um resultado a ser alcançado, geralmente, o de ganhar ou de melhorar sua competência para jogar” (MACEDO, Lino de. (org.). Jogos, psicologia e educação: teoria e pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009, p. 133).
Tendo isso em vista e considerando que o jogo com regras é utilizado pelo psicopedagogo para avaliação e intervenção com vistas à aprendizagem, podemos afirmar que:
I – É preciso reservar um tempo apenas para jogar, pois é a partir desses momentos do jogo pelo jogo que as regras são ensinadas, que a experiência lúdica é vivida e que as bases que justificam o seu uso no âmbito da pesquisa, ensino e aprendizagem são criadas.
II – O psicopedagogo precisa ensinar e retomar maciçamente as regras do jogo e as estratégias possíveis de serem empregadas nas jogadas para que as crianças sejam treinadas e se aperfeiçoem na técnica do jogo.
III – Organizar um torneio é uma técnica interessante que o psicopedagogo pode utilizar-se para observar os esquemas acionados pelos jogadores ao longo do jogo e avaliar a maneira como eles manifestam as habilidades de jogar certo e jogar bem.
IV – É muito importante que o profissional desenvolva instrumentos que o ajudem na tarefa de registrar dados observados nas partidas, pois, é a partir daí que ele terá material suficiente para se debruçar em suas análises.
  
II, III e IV estão corretas.
 
  
I e IV estão corretas.
 
  
I, II e III estão corretas.
 
  
I, III e IV estão corretas.
 
  
II e IV estão corretas.
 
Na utilização dos jogos com regras como ferramenta de intervenção psicopedagógica, algumas estratégias são interessantes para que se avalie e identifique os esquemas de ação acionados pelos jogadores ao longo do jogo. Jogar, organizar um torneio e registrar a partida são algumas dessas estratégias.
 
Pergunta 17
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Numa sessão psicopedagógica com um grupo de cinco crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem, o profissional iniciou os trabalhos solicitando que as crianças brincassem entre elas na limitação de certo espaço. Tratavam-se de crianças com idades entre 9 e 10 anos e o local de realização da sessão era uma sala com um grande carpete no chão e algumas almofadas de diferentes tamanhos. As crianças deveriam brincar no espaço do carpete. Não havia brinquedos
e os instrumentos oferecidos eram apenas as almofadas coloridas com diversos tamanhos.
Inicialmente, as crianças ficaram tímidas e não manifestaram muita reação. Em poucos minutos, de maneira espontânea, iniciaram uma brincadeira de escritório. Para isso, moveram algumas cadeiras da sala para o centro do carpete e delimitaram as paredes com as almofadas. A partir daí, o psicopedagogo tratou de conversar com elas a respeito dos papeis que cada um estava a representar no jogo dramático.
A partir do relato desta cena, podemos afirmar a importância do psicodrama como uma prática de intervenção psicopedagógica no âmbito do atendimento clínico. Para justificar esta relevância, NÃO é correto dizer que:
  
O jogar-brincar situa-se na zona transicional, entre a realidade interna e a realidade externa, tal como o pensamento.
 
  
O psicodrama permite a formulação de sequências, desenvolvidas no desenrolar espacial e temporal do jogo dramático.
 
  
A encenação permite que a criança com dificuldade de aprendizagem desenvolva suas emoções, aumentando sua autoestima e a tornando confiante para lidar com os problemas que sempre lhe acompanharão ao longo da vida escolar, uma vez que ela tem bloqueio para aprender.
 
  
Os jogos dramáticos são mais do que representação, eles também são atividades de criação.
 
  
Por localizar-se no espaço transicional, entre o objetivo e o subjetivo, o jogar abre espaço para o pensar, ou seja, para a criação de um lugar de autoria em que o sujeito pode reconhecer-se na sua produção.
 
Embora possa propiciar o desenvolvimento da afetividade, a principal justificativa da utilização do psicodrama nas sessões psicopedagógicas é a sua potência em criar espaços para o pensamento, criação, autoria e construção de sequências. Além disso, o tratamento das dificuldades de aprendizagem não se sustenta na promoção de um aumento de autoestima apenas, mas, num trabalho sistemático que visa que o aprendente se reconheça como autor e como ensinante também em determinadas situações.
 
Pergunta 18
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Alicia Fernández diz que:
“Entre quem ensina e quem aprende se abre um campo de produção de diferenças, pois cada um de nós tem uma modalidade de aprendizagem, um idioma próprio para tomar o do outro e fazê-lo seu, e para entregar/mostrar-lhe algo de nossa vida. A modalidade de aprendizagem é como um idioma que cada um utiliza para entender os outros e fazer-se entender pelos outros” (FERNÁNDEZ, Alicia.
Psicopedagogia em psicodrama: morando no brincar. Petrópolis: Vozes, 2010, p. 70). Ao afirmar que a modalidade de aprendizagem é como um idioma próprio, a autora quer salientar que:
  
As dificuldades de aprendizagem são decorrentes do fato de que não há comunicabilidade possível entre quem ensina e quem aprende, afinal, ambos falam “idiomas” diferentes.
 
  
As dificuldades de aprendizagem jamais serão totalmente sanadas, pois, é impossível que o psicopedagogo adentre o universo do idioma de cada um.
 
  
Há a necessidade de ensinar-se, portanto, um “idioma” padrão, isto é, há que se formarem os alunos para que todos assumam uma única modalidade de aprendizagem.
 
  
O ensino é uma tarefa impossível. O que nos cabe é a transmissão de saberes que poderão ou não ser apreendidos pelos alunos.
 
  
Cada sujeito possui uma modalidade singular de aprendizagem, que, assim como um idioma, pode distinguir-se entre os demais.
 
O ensino e a aprendizagem são ações fundamentalmente diferentes e, entre aquele que ensina e aquele que aprende se estabelece um campo de criação e instauração de diferenças, afinal, cada pessoa tem um modo próprio de aprendizado e uma maneira singular de apreender o outro e captar o conhecimento que ele lhe oferece, devolvendo-lhe assim uma amostra de sua vida e de seu saber.
 
Pergunta 19
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O quadro abaixo representa uma das anotações de um psicopedagogo acerca do emprego de atividades lúdicas com um grupo de crianças. No quadro abaixo, ele classifica a conduta das crianças durante o jogo de acordo com aspectos afetivos, como tolerância à frustração, envolvimento, concentração, cooperação e tranqüilidade entre os jogadores.
O perfil A indica o predomínio, por parte da criança, de aspectos afetivos positivos e o perfil B indica a apresentação de condutas intermediárias. Os números ao lado dos nomes representam a idade das crianças em quantidade de anos e meses.
Sobre o uso de jogos na avaliação psicopedagógica, é correto afirmar que:
  
O registro das observações é dispensável, já que o psicopedagogo terá que, obrigatoriamente, fazer suas inferências e avaliações durante o jogo e não depois que ele termina.
 
  
As tabelas, quadros, relatos e demais formas de registro só atrapalham o psicopedagogo em sua prática clínica.
 
  
Os quadros são os únicos instrumentos para o registro dos dados observados na sessão psicopedagógica.
 
  
O registro das observações do profissional nas situações de jogo é totalmente dispensável, pois ele deve estar preocupado em intervir durante a prática lúdica.
 
  
O desenvolvimento de instrumentos para o registro das observações provenientes da ação, reação e estratégias dos jogadores numa partida é imprescindível para o psicopedagogo.
 
É imprescindível que o psicopedagogo desenvolva instrumentos que o ajudem na tarefa de registrar dados observados nas partidas, pois, é a partir daí que ele terá material suficiente para se debruçar em suas análises.
 
Pergunta 20
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Observe as tirinhas:
O calvinbol não pode ser considerado um jogo com regras, pois;
I – O jogo com regras consiste num sistema de complementaridades em que cada elemento é imprescindível e insubstituível. Desse modo, não há como trocar-se ou inventar-se regras ao longo do jogo.
II – O jogo com regras prescinde de um acordo entre os jogadores e, espera-se com isso que haja cooperação e reciprocidade entre eles no cumprimento das regras previamente estabelecidas.
III – O calvinbol é um jogo simbólico, no qual o seu mentor brinca com papéis sociais e com a fantasia, imaginando-se como um grande jogador em situações específicas.
IV – Este jogo não foi validado pela cultura, ou seja, é uma invenção nova que precisa ser compartilhada e jogada por muitas pessoas, propiciando assimilações e acomodações, para que, enfim, seja classificado como um jogo com regras.
Das afirmações citadas, estão corretas:
  
II, III e IV
 
  
III e IV
 
  
I, II e III
 
  
I e II
 
  
I, II e IV
 
O jogo de regras se caracteriza como um sistema de complementaridades – objetivo e regras, tabuleiro e peças, jogador e jogador, perda e ganho, vez de um vez de outro jogar, jogada atual e próxima jogada – em que cada elemento é insubstituível e compõe o todo. Além disso, suas regras viabilizam o próprio jogo e são produto de um acordo entre os jogadores.

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