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Projeto Multidisciplinar Final

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIBTA
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
AFETIVIDADE E EDUCAÇÃO
CARLA LORENA CAVALCANTE GABRIEL
FRANCISCA GLEICIANE PAIVA DE CASTRO
São Gonçalo do Amarante
2020
1. INTRODUÇÃO
A Educação Infantil é uma das fases mais complexas do desenvolvimento humano no que se refere a todos os campos de desenvolvimento, sejam eles: social, intelectual, emocional e motor.  A criança necessita e deseja ser amada, acolhida, aceita e ouvida para então poder despertar nela a vida da curiosidade e do aprendizado. A relação de afeto do educador é, portanto o suporte do conhecimento é uma ferramenta fundamental na prática pedagógica. A afetividade é importante e necessária no campo da educação, tanto para o desenvolvimento de pessoas, como para a construção de uma escola formada a base de respeito, compreensão e autonomia de ideias. No entanto é necessário que exista uma parceria entre professor escola e família, para que assim haja um melhor aprendizado e desenvolvimento.
A Educação afetiva é uma aliada significativa que precisa ser trabalhada, pois é um segmento importante no processo pedagógico, sendo assim, a base para a capacitação e evolução das crianças no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo. Por esse motivo a escola que oferta essa modalidade de ensino deve proporcionar aos alunos um ambiente organizado, educativo, estimulante e afetivo, não podendo também deixar de oferecer profissionais capacitados capazes de conduzir a criança em todo processo do seu desenvolvimento, contribuindo assim, no desenvolvimento de crianças capacitadas a expandir seus conhecimentos e habilidades de forma que possam aprender, pensar, refletir e ter autonomia.
Para um melhor entendimento da importância do tema discutido, o embasamento teórico desse artigo seguiu de Piaget, Chalita, Vygotsky e Wallon. Tais autores buscaram expor que a afetividade é a porta de entrada do conhecimento, influenciando profundamente o crescimento cognitivo, com relação à formação e crescimento do ser humano.
2. OBJETIVO GERAL
Analisar a relevância da afetividade no processo pedagógico com base em referencias teóricas e assim demonstrar, porque a relação afetiva é importante para que o aluno possa se desenvolver de forma satisfatória dentro da sala de aula.
2.1 OBJETIVO ESPECIFICO
Explorar a expressão afetividade nas práticas pedagógicas no contexto da educação infantil.
Refletir a cerca de possibilidades de intervenções educativas dialógicas/afetivas na educação infantil.
3. JUSTIFICATIVA
As instituições de educação infantil exercem um papel fundamental para a sociedade visto à busca dos pais para o início da educação dos seus filhos. Nos dias atuais, as relações interpessoais estão cada vez mais comprometidas e o espaço infantil vem se tornando um espaço primordial na construção da socialização do ser humano. O professor possui um papel relevante na vida da criança, com isso surge a necessidade de entender a importância da afetividade e compreender como esta influencia no desenvolvimento infantil. A afetividade é um importante auxílio para a aprendizagem e a relação professor-aluno é fundamental para que isso ocorra. Esta, quando bem trabalhada serve como um instrumento facilitador no desenvolvimento infantil. Por esta razão, buscou-se conhecer a importância da relação afetiva como aspecto ativo e dinâmico no processo do desenvolvimento cognitivo.
4. PROBLEMÁTICA
Como o afeto e a relação família e escola podem colaborar no desenvolvimento cognitivo do aluno.
5. AFETIVIDADE E EDUCAÇÃO
5.1 Concepções de afetividade
De acordo com o dicionário Aurélio (2004), afetividade está definida como: qualidade ou caráter de afetivo. 2. Psic. Conjuntos de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhado sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegrias ou tristezas.
O estudo sobre o tema em questão é muito importante, visto que o contexto escolar é um ambiente que necessita de afetividade, principalmente na Educação Infantil. Diante disso torna-se importante analisar o que os pensadores da Educação refletem sobre afetividade.
Conforme os pensamentos de Wallon: É possível pensar a afetividade como um processo amplo que envolve a pessoa em sua totalidade. Na constituição da estrutura da afetividade, contribuem de forma significativa as diferentes modalidades de descarga do tônus, as relações interpessoais e a afirmação de si mesmo, possibilitada pelas atividades de relação. (WALLON, 2010, p.14).
Baseando-se nesse conceito, pode-se perceber que a afetividade tem um papel crucial na vida e no desenvolvimento do ser humano, pois está presente em todas as áreas da vida. Ela potencializa o ser humano a revelar seus sentimentos em relação a outros seres e objetos. As relações interpessoais, são muito importantes na técnica de ensino-aprendizagem, a criança precisa ser amada para se auto afirmar e desenvolver seu potencial na escola.
Ainda com as ideias de Wallon (1954, p. 42): “A afetividade seria a primeira forma de interação, com o meio ambiente e a motivação primeira do movimento [...]. As emoções são, também, a base do desenvolvimento do terceiro campo funcional, as inteligências”.
A teoria de Wallon está centrada na afetividade. Uma das grandes contribuições de sua teoria para o desenvolvimento humano é levar em consideração as emoções. Para o autor elas são essenciais para a sobrevivência humana. Wallon (1986): “As emoções têm um papel predominante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades [...]”.A partir disso, é importante compreender que o ser humano desde pequeno deve procurar conviver outras pessoas, interagindo e dando espaço ao desenvolvimento de afetividade e aprendizagem.
Para Piaget (1998 apud SALTINI, 1999): O desenvolvimento afetivo está ligado intrinsecamente e ocorre paralelo ao desenvolvimento moral: a criança vai superando a fase do egocentrismo se percebe da importância das interações com outras pessoas e desenvolve a percepção do eu e do outro como referência. Segundo o artigo Mundo Educação (Psicologia, maio de 2010), para Piaget: [...] tal estado psicológico e de grande influência no comportamento e no aprendizado das pessoas juntamente com o desenvolvimento cognitivo. Faz-se presente em sentimentos, desejos, interesses, tendências, valores e emoções, ou seja, em todos os campos da vida.
A teoria de Piaget reconhece a afetividade como motivação para a atividade cognitiva e enfatiza que a afetividade e a razão são termos que se complementam. Taille explica que, para Piaget, “a afetividade seria a energia, o que move a ação, enquanto a Razão seria o que possibilitaria ao sujeito identificar desejos, sentimentos variados, e obter êxito nas ações” (1992, p.66).
Outro autor que enfatizou, em seus estudos, a relação entre afeto e cognição foi Vygotsky.  Segundo Silva (apud Oliveira e Regi, 2003): Para Vygotsky, o papel da afetividade na configuração da consciência só pode ser examinado por meio da conexão dialética, estabelecida com as demais funções. Nessa conexão, o repertório cultural, as inúmeras experiências e interações com outras pessoas representam fatores imprescindíveis para a compreensão dos processos envolvidos. Por esse prisma, o sujeito (de acordo com a psicologia histórico-cultural) é produto do desenvolvimento de processos físicos e mentais, cognitivos e afetivos, internos (história anterior do indivíduo) e externos (situações sociais).  
Segundo ele é através da interação que a criança vai evoluindo e se desenvolvendo, a partir de fatores que se completam. Essa junção de fatores é importante para o crescimento e evolução do ser humano. Os autores Wallon e Vygotsky, destacam as relações entre a afetividade e a cognição, trazendo em seus estudos ideologias relativas à função das emoções no desenvolvimento da personalidade.
Segundo Gabriel Chalita (2004, p.33): “afetividade é ter afeto no preparo,
afeto na vida e na criação. Afeto na compreensão dos problemas que afligem os pequenos [...]” A afetividade, de acordo com Antunes (2006, p.5) é: um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma e emoções que provocam sentimentos. A afetividade se encontra escrita na história genética da pessoa humana e deve-se a evolução biológica da espécie como o ser humano nasce extremamente imaturo, sua sobrevivência requer a necessidade do outro, essa necessidade se traduz em amor.
Baseando-se nesse conceito, a afetividade é desenvolvida durante toda a vida, ou seja, está presente desde o ventre de nossa mãe. E é através das relações afetivas que o indivíduo vai criando seu caráter, sua história. Tais concepções possibilitam compreender a importância da afetividade na infância, visto que a criança é um ser que este em constante desenvolvimento, e seu desenvolvimento cognitivo é muito importante para seu amadurecimento e convívio na sociedade.
5.2 A relação entre afeto e família
A afetividade está presente na vida desde o nascimento. A família desempenha um papel importante na formação do afeto na vida das crianças, pois esta constitui o primeiro meio social de convívio das mesmas. Essa relação de afetividade é fundamental para todas as relações das crianças como também para seu desenvolvimento. Segundo Chalita, “A preparação para a vida, a formação da pessoa, a construção do ser são responsabilidades da família” (2004, p.21).
A família está diretamente ligada às atitudes comportamentais da criança. As influencias que os pais exercem sobre seus filhos, mesmo sendo elas inconscientes ou não, como seu modo de falar, de serem, de tratar o outro, suas crenças seus valores, tem grande impacto no desenvolvimento das habilidades sociais.
 Almeida (1999, p. 50) diz que: “[...] as relações familiares e o carinho dos pais exercem grande influência sobre a evolução dos filhos em que a inteligência não se desenvolve sem a afetividade”. Sabe-se que cada indivíduo tem suas particularidades, ou seja, cada ser é diferente do outro. Do mesmo modo, o seu desenvolvimento e aprendizado acontecerá de forma diferente também, levando em consideração alguns fatores, tais como: o meio que está inserido e as relações de afeto com as pessoas ao seu redor.
Segundo Rossini (2012, p.9) “as crianças que possuem uma boa relação afetiva são seguras, têm interesse pelo mundo que os cerca, compreendem melhor a realidade e apresentam melhor desenvolvimento intelectual”. O meio afetivo que a criança convive durante os anos que antecedem à escola, possui grande importância para o desenvolvimento da aprendizagem, pois o afeto é essencial no funcionamento da inteligência. É preciso compreender a necessidade na participação da família no âmbito escolar. Para Gabriel Chalita (2001, p. 17) esta participação poderá ser “[...] em alguns momentos, apenas como incentivo; em outros, de uma participação efetiva no aprendizado, ao pesquisar, ao discutir, ao valorizar a preocupação que o filho traz da escola”. É necessário que as famílias incentivem e encorajam seus filhos em todas as suas atividades, para que possam progredir de forma que consigam superar as dificuldades, tornando-os assim mais confiantes e fortes.
Nos dizeres de Pain (1991) citada em Almeida (1993,p.32): “a aprendizagem é um processo de transmissão de conhecimento e transferência do saber”. Assim, a relação entre o ensinar e o aprender é sempre vincular, ocorre de início na família, e, progressivamente, estende-se ao meio social. Por isso, torna-se importante a formação desse elo entre escola e família, pois ambas precisam do apoio uma da outra para que assim a criança possa se sentir segura por todos envolvidos no seu processo de aprendizagem. Para que isso ocorra é fundamental que tanto a família como a escola estejam sempre presentes e com a mesma finalidade, entendendo que a afetividade constitui um elemento primordial para que a criança possa desenvolver de forma satisfatória seu cognitivo.
5.3 A importância da afetividade na Educação Infantil.
É muito importante discutir sobre Educação Infantil, já que o ambiente escolar é o um lugar onde as crianças passam grande parte do dia. Tal ambiente deve ser agradável e transmitir uma sensação de segunda casa. A afetividade é uma peça chave para o desenvolvimento cognitivo da criança. Wallon (1987) citado por Galvão (2008) ressalta que: a emoção é o primeiro e mais forte vínculo entre os seres humanos. Para ele, as emoções podem ser causa de progresso no desenvolvimento, podem ser fonte de conhecimento, pois enquanto expressões do sujeito, as emoções precedem, acompanham e orientam as atividades de relação, sem as quais elas não teriam como capturar o mundo exterior.
Jean Piaget (1964) citado por Almeida (1993) outro grande estudioso da psicologia do desenvolvimento e da inteligência infantil, dedicou-se exclusivamente ao estudo do desenvolvimento cognitivo. Em sua Teoria Construtivista da Inteligência, Piaget (1964) afirma que o conhecimento é construído com o tempo e por meio da interação entre os indivíduos e o meio social.
A criança, segundo Marly Santos Mutschele (1994), ao entrar na escola pela primeira vez precisa ser muito bem recebida, porque nessa ocasião dá-se um rompimento de sua vida familiar para iniciar-se uma nova experiência, e esta deverá ser agradável, para que haja um reforço da situação. Para um bom desenvolvimento na criança necessita-se de profissionais qualificados e capacitados para ensinar e aprender junto às crianças. A educação infantil é uma fase muito importante pois possibilita as crianças viverem em conjunto com várias pessoas de diferentes culturas, sendo isso um fator relevante para o desenvolvimento delas.
Porém é necessário que o ambiente escolar seja como está exposto no RCNEI (1998): as instituições de educação infantil devem favorecer um ambiente físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas, e ao mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador foi esse ambiente, mas ele disse possibilitará a ampliação de conhecimentos acerca de si mesma, dos outros e do meio em que vivem (p.15). A criança necessita se sentir segura e protegida no ambiente escolar para poder se desenvolver de forma produtiva.  Cabe então à escola oferecer tais condições básicas e fortalecer afetividade criando um ambiente favorável ao crescimento e formação dessas crianças.
Outra ferramenta importante no processo ensino-aprendizagem é o planejamento das aulas. Segundo Libâneo (1994): o planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. A escola, os professores e os alunos são integrantes da dinâmica das relações sociais; tudo que acontece no meio escolar está atravessado por influências econômicas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de classes.  Isso significa que os elementos do planejamento escolar- objetivos, conteúdos, métodos- estão recheados de implicações sociais, tenho significado genuinamente político. Por essa razão, o planejamento é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções; se não pensarmos detidamente sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes da sociedade. (LIBÂNEO, 1994, p.222)
É necessário ao professor planejar, definir metas e objetivos as aulas que ministra. Para que isso ocorra de forma eficaz, é preciso observar a realidade das crianças que estão em sua sala de aula, para que venha a oferecer assim uma educação de qualidade. Cabe também ao professor interagir com as crianças, dando-lhes oportunidades de participar, de tirar dúvidas, de opinarem, estimulando assim a capacidade de autonomia delas.
Segundo Goulart (1996, p. 65): (...) é nas trocas com seus iguais que as crianças desenvolvem a autonomia. Através da linguagem no brinquedo e outras atividades, desde a fase pré-escolar elas exercitam a defesa dos seus direitos e vão aos poucos
aprendendo a argumentar para defender seus pontos de vista. O trabalho em comum constitui excelente oportunidade para estas trocas e interindividuais e o jogo de regras, à medida que a criança vai sendo capaz de fazê-lo, se prestam à percepção do eu e do outro, fundamental para o desenvolvimento da autonomia. Como ressalta Goulart, é indispensável à interação da criança com seus colegas e professor para se ter um melhor desenvolvimento. O professor torna-se um mediador na estimulação da fala das crianças. Por isso é tão importante criar na sala de aula um ambiente propício onde à criança sinta-se à vontade para relatar o que se passa dentro dela.
Segundo Galvão (2008), a afetividade é um conceito amplo que abrange várias manifestações de emoções e sentimentos que podem ser tanto negativos, quanto positivos como o carinho, amor, atenção, raiva, confiança, dentre outros. Assim pode ser em sala de aula, se o professor tratar seus alunos com afeto, alegria e dedicação, provavelmente os alunos darão um bom retorno tanto em questões afetivas como em aprendizado, ao contrário de um professor em sala de aula sendo grosseiro, impaciente, isso poderá levar aos alunos a desmotivação e interesse por aprender. De acordo com Galvão (2008), a relação professor-aluno tem como principal fator a emoção, muitas vezes o educador usa o autoritarismo despertando no aluno o sentimento de oposição. Saltini (2008) enfatiza que a afetividade é essencial no desenvolvimento da inteligência. A motivação e o interesse nascem da afetividade. Por sua vez Cunha (2010) ressalta que o amor e o carinho são os grandes diferenciais no ato de educar porque quem ama não expõe somente, mas estimula o educando a vivenciar suas experiências afetivas. Cunha (2010, p.41) acrescenta ainda que a escola é um lugar privilegiado para a socialização, onde as relações afetivas possuem substancial valor. O aluno possui a necessidade de conviver, estabelecer relações, adquirir conhecimento.
Tal característica torna-se uma ferramenta indispensável para o professor por em pratica em sala de aula, para que as crianças sejam capazes de ter um aprendizado ativo e produtivo. Sendo eficiente também no processo de persistência com alunos que tenha uma maior dificuldade na absorção de conhecimentos. Ser um professor afetuoso não significa sempre concordar com tudo que o aluno faz, e sim saber que cada um é um ser dotado de particularidades, e que estas fazem grande diferença no processo de aprendizagem. Cada aluno tem sua forma e grau de aprendizagem, cabe ao professor estar atento a isso, e assim trabalha-los de forma diferente, se necessário. Ao perceber as singularidades de cada criança, o professor deve aproveitar ao máximo suas aptidões e estimulá-la para o ensino.
Segundo Chalita: “O professor é a referência, é o modelo, é o exemplo a ser seguido e, exatamente por causa disso, o pouco que fizer afetuosamente, uma palavra, um gesto, será muito para o aluno com problemas” (2004, p.153). É preciso encorajar, aconselhar os alunos, pois essas pequenas atitudes são de grande importância principalmente para aqueles que chegam à escola, desmotivados, desestimulados, sem vontade de adquirir conhecimento. O professor precisa entender que cada criança tem o seu tempo de aprender, que cada desenvolvimento cognitivo é diferente de criança para criança, por isso torna-se tão importante à relação de afeto e paciência para compreender que cada criança se desenvolve no seu tempo.
Como se percebe, alguns autores afirmam em seus estudos, que o ensino-aprendizagem acontece paralelamente à afetividade. Portanto a escola e os pais devem entender seu papel na construção do afeto, colaborando assim para formação e desenvolvimento cognitivo das crianças.
6. CONCLUSÃO
A relação de afeto aplicado na educação possui grande influência que garante ao aluno um ensino de qualidade, pois é responsável por estabelecer interações sociais capazes de promover o desenvolvimento da criança nas áreas: cognitiva, afetiva, motora e social.
Wallon (1975) citado por Borba e Spazziani (2005), ressalta que: a relação professor-aluno é carregada de afetividade e que pode influenciar no processo de aprendizagem de maneira negativa ou positiva. Para que a criança obtenha uma aprendizagem significativa, rica e proveitosa é necessário que haja um vínculo afetivo nessa inter-relação.
A afetividade é uma das principais armas para que se consiga obter uma melhor aprendizagem. Os educadores precisam se atentar em estimular a participação das crianças, buscando inovar suas práticas pedagógicas, de modo que elas aprendam brincando e interagindo, contribuindo para a formação de seres críticos, criativos e felizes, usando assim os vínculos afetivos na promoção de fatores positivos no processo de aprendizagem e socialização. Borba e Spazziani (2005) corroboram que: é necessário que haja uma conscientização dos docentes quanto à importância da afetividade na relação professor-aluno, pois o professor é visto como o principal mediador em sala de aula, que deve utilizar de boas estratégias para favorecer ao educando um ambiente propício à aprendizagem.
As escolas devem se preocupar com a formação de seus educadores, buscando atuar junto a eles, investindo em formações sobre afetividade no âmbito escolar, a qual é tão importante para o bom desempenho dos alunos e uma educação de qualidade. O vínculo de afeto entre aluno e professor é incentivado por meio da vivência que garante um maior comprometimento na aprendizagem. É importante que os alunos, sintam naquele ambiente escolar, um clima de segurança e respeito à individualidade de cada um.
É necessário que ocorra também a participação da família na construção do afeto e na vida escolar das crianças, ajudando no aprendizado, na socialização, no respeito, para que o desenvolvimento das mesmas, no âmbito escolar seja positivo.
Tem-se na Educação Infantil, o educador como um referencial para as crianças, pois na escola é onde as mesmas passam uma boa parte do seu dia. Portanto, cabe ao educador não atentar-se só a propagação de conteúdo, mas aos aspectos, possibilitando um aprendizado mais satisfatório das crianças.
Desse modo, a afetividade é de suma importância no processo de ensino-aprendizagem da criança, visto que tanto a escola como a família deve ser efetiva na construção de tal vínculo contribuindo assim, para um melhor desenvolvimento cognitivo.
 
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