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PRÁTICA TRIBUTÁRIA - TAREFA II

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PRÁTICA TRIBUTÁRIA - TAREFA II
ELISÃO, ELUSÃO E EVASÃO
1. Elisão fiscal
Uma pesquisa da Studio Fiscal, rede de franquias especializada em consultoria tributária
empresarial, mostrou que 99% das empresas pagam, em média, R$650 mil a mais do que devem em
impostos e contribuições no período de cinco anos.
Esse número diz respeito ao fato de que muitos desconhecem as oportunidades tributárias
por não estarem devidamente assessorados.
A elisão fiscal é a execução de procedimentos lícitos e éticos antes do fato gerador, para
reduzir, eliminar ou postergar a obrigação tributária.
Segundo SABBAG (2013, p. 2020) esta tem o objetivo de impedir a ocorrência de um
determinado fato gerador sendo por exclusão do contribuinte ou somente pela redução do montante
tributário a ser pago, referindo-se as condutas lícitas do planejamento do imposto ou economia
deste.
Existem dois tipos de elisão fiscal:
1.1. Decorrente da lei
Nesse caso, o próprio dispositivo legal permite ou induz a economia de tributos, por meio de
uma vontade clara e consciente do legislador de dar ao contribuinte alguns benefícios fiscais.
Os incentivos fiscais, por exemplo, são um ótimo exemplo de elisão, uma vez que a
administração pública concede para o contribuinte desconto, isenção ou compensação que aliviam a
carga tributária.
É uma maneira de incentivar o investimento, crescimento ou geração de empregos em um setor ou
atividade econômica.
1.2. Decorrente de lacunas ou brechas na legislação
A elisão pode ocorrer também em decorrência de lacunas ou brechas na legislação, como a
utilização de elementos não proibidos pelo legislador e que evite o fato gerador de determinado
tributo.
Um exemplo é a de uma empresa que decide montar sua sede em algum município que
tenha um imposto sobre serviços (ISS) com uma alíquota mais baixa.
2. Elusão fiscal
A elusão fiscal é também conhecida como abuso das formas e ocorre quando o contribuinte
simula um negócio jurídico, com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador. É
considerado pela doutrina como uma maneira perigosa de economizar impostos, embora não
necessariamente seja ilícita.
Ocorre, por exemplo, quando duas pessoas formam uma sociedade para se beneficiar da
imunidade de não pagar imposto sobre a aquisição onerosa de bens imóveis, contida no artigo 156,
parágrafo 2º, inciso I, da Constituição Federal.
Elusão fiscal, segundo ALEXANDRE (2010, p. 287) é uma forma que aparentemente não se
trata de uma forma ilícita de isenção de tributo, mas adota-se meios artificiosos e atípicos, para não
pagá-lo, também conhecido como elisão ineficaz, pois possibilitaria que o fisco descobrisse a ação e
lançasse o tributo que era para ser isento.
Difere da evasão e elisão fiscal pelo fato de utilizar negócios jurídicos atípicos ou indiretos
com a intenção de simular ou driblar a lei para evitar a incidência de norma tributária.
3. Evasão fiscal
Evasão fiscal é a prática, concomitante ou posterior à incidência do fato gerador, que se
utiliza de técnicas proibidas em lei, como simulação, fraude ou sonegação, para se esquivar do
pagamento de tributos.
Tal prática é considerada crime contra a ordem tributária e contra as relações de consumo.
Está tipificado na Lei nº 8.137/90 que constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir
tributo mediante as condutas discriminadas em seu texto, que listamos abaixo:
– Omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
– Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos ou omitindo operação de qualquer
natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
– Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
– Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
– Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.
Segundo SABBAG (2013, p. 2022), a evasão é a prática durante ou posterior a incidência
tributária que se dá através de atos ilícitos como fraude, sonegação e simulação, tendo o objetivo de
se furtar do pagamento de tributos.
O agente que realizou a evasão fiscal não será punido se promover o pagamento do tributo,
inclusive com as obrigações acessórias, antes do recebimento da denúncia, nos termos da Lei nº
9.249/95, artigo 34.
A diferença entre elisão e evasão fiscal diz respeito aos meios utilizados para atingir o
objetivo do agente. Enquanto no primeiro caso é utilizado meios lícitos, no segundo o contribuinte
atinge o objetivo de reduzir sua carga tributária se valendo de meios ilícitos e podendo, inclusive,
ser punido penalmente.
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento
de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe
pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Se a
forma celebrada é jurídica e lícita, a fazenda pública deve respeitá-la.
É sabido que os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam importante parcela
dos custos das empresas, senão a maior. Com a globalização da economia, tornou-se questão de
sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário.
Segundo o IBPT(Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), no Brasil, em média, 33%
do faturamento empresarial é dirigido ao pagamento de tributos. Somente o ônus do Imposto de
Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro das empresas pode corresponder a 51,51% do lucro
líquido apurado. Da somatória dos custos e despesas, mais da metade do valor é representada pelos
tributos. Assim, imprescindível a adoção de um sistema de economia legal.
A Lei 6.404/1976 (Lei das S/A) prevê a obrigatoriedade do planejamento tributário, por
parte dos administradores de qualquer companhia, pela interpretação do artigo 153 ("O
administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência
que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios").
O princípio constitucional não deixa dúvidas que, dentro da lei, o contribuinte pode agir no
seu interesse. Planejar tributos é um direito tão essencial quanto planejar o fluxo de caixa, fazer
investimentos, etc.
ELEMENTOS CARACTERIZADORES
1. Planejamento tributário estratégico
Neste primeiro estágio da ação, os objetivos fiscais são definidos com base nos benefícios
estimados em longo prazo — normalmente, de 5 a 10 anos. Os responsáveis por planejar, portanto,
são sócios e diretores da empresa.
Nessa fase, são tomadas decisões sobre:
- tipos de regime tributário (simples nacional, lucro presumido, lucro real, lucro arbitrado etc.);
- possíveis mudanças de domicílio tributário (para pagar menos tributos);
- desenvolvimento de novos produtos ou serviços;
- contratações e terceirizações;
- incentivos fiscais.
O planejamento tributário estratégico visa adequar os objetivos gerais do empreendimento à
legislação brasileira, que é rigorosa, tem elevada carga de impostos e não pode ser ignorada.
Também deve-se considerar questões fundamentais sobre a missão (onde se encontra e
aonde quer chegar), a visão (o que é e o que faz) e os valores (o que prioriza) da empresa. Com
esses pontos definidos, é possível adotar planos estratégicos para aderir às mudanças objetivadas.
Ou seja, é preciso refletir sobre o futuro do negócio e entender como a parte tributária
afetará a expansão e o desenvolvimento. Um dos grandes benefícios é, justamente, prever os
cenários futuros, tanto internos quanto externos, deixando a empresa preparada para quaisquer
possibilidades que venham a acontecer.
2. Planejamento tributário tático
Em menor tempo(entre 1 e 3 anos) e com um nível maior de detalhes, o planejamento tático
visa, em médio prazo, colocar em prática o planejamento estratégico idealizado pelo alto escalão.
No nível tático, as ações consistem em dividir em departamentos as demandas geradas pelas
decisões do nível estratégico. Assim, a função de quem planeja é conceber a ideia do negócio em
sua amplitude e organizá-la por meio de uma sequência executável de atividades. Ou seja, o
planejamento tributário ainda não dá início às atividades, de fato, mas já define como a execução
será feita (a partir de qual metodologia, por exemplo) e quem ficará responsável por ela.
Para termos um exemplo simples e claro, vejamos uma analogia simples: fazer o
planejamento estratégico seria como definir que você e sua família farão um bolo de cenoura para
receber alguns parentes no final de semana. Já o planejamento tático envolveria escolher uma
receita específica e definir quem ficará responsável por cada parte da execução (compras, misturas,
calda, forno etc.)
Portanto, o nível tático é gerencial, e seus agentes, na prática, são responsáveis por
equilibrar os desejos da equipe estratégica e também auxiliar a equipe operacional. A vantagem de
fazer um bom planejamento é evitar perdas de informações entre o planejamento estratégico e o
operacional — ou, em outras palavras, entre a teoria e a prática.
O planejamento tributário gerencial serve para empresas que já têm um modelo de tributação
escolhido e não pretendem mudá-lo no médio prazo. Pode ser utilizado em momentos nos quais a
organização busca novas metodologias de trabalho mais eficientes do que as anteriores.
3. Planejamento tributário operacional
Entre os tipos de planejamento tributário, o operacional diz respeito à fase em que as ações,
idealizadas na estratégica e organizadas na tática, são postas em prática. O operacional é o hoje e o
amanhã, ou seja, diz respeito às ações de curto prazo.
Essa fase envolve, por exemplo, a rotina de atividades referentes ao pagamento de impostos
e o acompanhamento da situação fiscal da empresa, por meio de balanços periódicos a fim de aferir
os valores gastos com os compromissos fiscais.
No nosso exemplo anterior, o planejamento estratégico definiu que a família faria um bolo
de cenoura e o planejamento tático estabeleceu qual seria a receita, além de quem ficaria
responsável por cada etapa. Já o planejamento operacional acontece na véspera da execução,
esmiuçando cada fase do preparo e cuidando dos detalhes para que tudo seja realizado da maneira
mais fluida possível. Ou seja, sua função é deixar a menor margem de erro possível.
O planejamento tributário operacional deve ser utilizado por todas as empresas, em todos os
momentos, já que atua no dia a dia corporativo. Quanto mais alinhado estiver o operacional, menos
correções serão necessárias mais tarde.
4. Planejamento tributário corretivo
O planejamento tributário corretivo é empregado quando a companhia identifica
irregularidades em fatores que podem impactar os tributos. Isso contribui para recuperar valores de
créditos tributários ou ainda para diminuir ou mesmo evitar a exposição ao fisco. Como o próprio
nome já sugere, o grande mérito desse planejamento é “estancar” os erros antes que seja tarde
demais.
No cotidiano das organizações, ao longo do desdobramento do planejamento, podem
acontecer situações atípicas que exponham o negócio a riscos tributários. Dessa maneira, assim que
as circunstâncias desse tipo são detectadas, deve entrar em cena o planejamento corretivo. Sua
finalidade seria, então, estudar as incoerências, propor alternativas de alterações e executar ações
para encontrar soluções cabíveis.
Como mencionamos, podem ser identificadas, entre outras situações, uma exposição
excessiva ao fisco ou a possibilidade de recuperação de valores (créditos fiscais). Como forma de
correção, são adotadas, por exemplo, revisões fiscais periódicas — diária, mensal, anual etc. — que
visam retificar eventuais deslizes operacionais e aperfeiçoar os processos existentes.
Assim, o planejamento tributário corretivo precisa ser acionado sempre que a empresa
suspeitar de alguma irregularidade fiscal ou tributária. Ou seja, todas as organizações devem ficar
atentas e utilizar esse tipo de planejamento quando necessário.

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